MODULO_01

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História ANDRÉA ALVES BINDER / RICARDO JÚDICE CARDOSO Crise do Sistema Feudal I - Introdução ............................................................ 3 II - Gênese e Características do Sistema Feudal ...... 3 III - Apogeu do Feudalismo (Séculos X a XIII) ............ 4 IV - Crises do Século XIV .......................................... 5 V - Formação dos Estados Nacionais Modernos ..... 6 VI - Conclusão ........................................................... 6 Transição Feudal-Capitalista I - Introdução ............................................................ 7 II - Expansionismo Marítimo Europeu ........................ 7 III - Renascimento ...................................................... 9 IV - Movimentos Religiosos ..................................... 10 V - Mercantilismo .................................................... 12 VI - Absolutismo ....................................................... 13 Sistema Colonial nas Américas Espanhola e Inglesa I - Introdução .......................................................... 14 II - Sistema Colonial na América Espanhola ........... 14 III - Sistema Colonial na América Inglesa ................. 15 A reprodução por qualquer meio, inteira ou em parte, venda, exposição à venda, aluguel, aquisição, ocultamento, empréstimo, troca ou manutenção em depósito sem autorização do detentor dos direitos autorais é crime previsto no Código Penal, Artigo 184, parágrafo 1 e 2, com multa e pena de reclusão de 01 a 04 anos.

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História

ANDRÉA ALVES BINDER / RICARDO JÚDICE CARDOSO

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Crise do Sistema Feudal

I - Introdução ............................................................ 3 II - Gênese e Características do Sistema Feudal ...... 3III - Apogeu do Feudalismo (Séculos X a XIII) ............ 4IV - Crises do Século XIV .......................................... 5 V - Formação dos Estados Nacionais Modernos ..... 6VI - Conclusão ........................................................... 6

Transição Feudal-Capitalista

I - Introdução ............................................................ 7 II - Expansionismo Marítimo Europeu ........................ 7III - Renascimento ...................................................... 9IV - Movimentos Religiosos ..................................... 10 V - Mercantilismo .................................................... 12VI - Absolutismo....................................................... 13

Sistema Colonial nas AméricasEspanhola e Inglesa

I - Introdução .......................................................... 14 II - Sistema Colonial na América Espanhola ........... 14III - Sistema Colonial na América Inglesa ................. 15

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Sistema Colonial no Brasil

I - Introdução.......................................................17 II - Período Pré-Colonial – 1500 a 1530 .............17III - Política Colonial ..............................................17IV - Economia Colonial ..........................................19 V - Sociedade e Cultura Coloniais .......................20

Consolidação do Capitalismo e da Ordem Burguesana Europa

I - Introdução.......................................................22 II - Bases Científicas e Filosóficas do Pensamento Liberal .................22III - Revolução Gloriosa - Inglaterra - 1688 ..........25IV - Revolução Francesa - 1789 a 1799 ...............27 V - Período Napoleônico - 1799 a 1815 ..............31VI - Revolução Industrial .......................................33

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CRISE DO SISTEMA FEUDALI - INTRODUÇÃO

Sistema Feudal, ou Feudalismo, representao conjunto de todas as relações entre as populaçõesque habitam os grandes lotes de terras (feudos), apartir da queda do Império Romano do Ocidente (476),no continente europeu, predominantemente na IdadeMédia. Tais relações constituem o modo de produçãofeudal onde o senhor é o proprietário das terras e oservo um prestador de serviços gratuitos.

Cronologicamente, a Idade Média divide-se emAlta (séculos V a XI) e Baixa (séculos XI a XV) e,embora presente em outras localidades, este estudorestringe-se à vida feudal na Europa Ocidental, ondese encontra o Império Romano do Ocidente, em crisea partir das invasões bárbaras que o vinham destruindodesde o início da Idade Média.

Mapa 01: A divisão do Império Romano

II - GÊNESE E CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA FEUDAL

Um conjunto de crises assola o Império Romano do Ocidente, sintetizadas a seguir:

• Crise política: excesso de autoridade dos monarcas.

• Crise financeira: elevados gastos da corte e constante aumento de impostos.

• Crise social: violência urbana, êxodo para os meios rurais e desigualdades.

• Crise de abastecimento: queda na produção, elevação dos preços e aumento populacional.

• Crise de emprego: concorrência com o trabalho escravo.

• Crise militar: dificuldades para manutenção de sua vastidão territorial.

Diante de um conjunto de crises internas e ameaças externas (invasões bárbaras – germanos,árabes e normandos) tem-se a ruralização da sociedade, onde um grande contingente populacional (servos),busca segurança e proteção junto aos grandes proprietários de terras (senhores feudais). Desta forma tem-seuma sociedade definida pelas relações servis de produção.

As principais características desta sociedade podem ser sintetizadas da seguinte forma:

• Economia: primária, de base agrícola, natural (à base de trocas) e de subsistência.

• Sociedade: rural, estamental (clero, nobreza e campesinato), baseada nos privilégios do nascimento,na imobilidade social e nas obrigações dos servos para com seus senhores.

• Política: poder descentralizado (sob os senhores feudais), local (os feudos são unidades auto-suficientes), com laços de suserania e vassalagem (entre os nobres).

• Cultura: teocêntrica, com predomínio da Igreja Católica determinando o modo de vida da sociedade.

IMPÉRIO ROMANODO OCIDENTE

IMPÉRIO ROMANODO ORIENTE

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III - APOGEU DO FEUDALISMO (SÉCULOS X A XIII)

1 - REVIGORAMENTO COMERCIAL

Com o aumento das áreas cultiváveis foi gerado um excedente agrícola e, conseqüentemente, deu-seo revigoramento comercial. As transações comerciais tornam-se mais freqüentes e a circulação das riquezastambém aumenta. As moedas voltam a fazer parte do cotidiano como forma de facilitar as trocas.

Com o crescimento comercial têm-se também o surgimento e a proliferação de núcleos urbanos(burgos), oferecendo trabalho assalariado e maiores oportunidades de enriquecimento. Este tipo de trabalhoatrai um número cada vez maior de pessoas, inclusive servos fugitivos. Nesta transformação econômicasurge a figura do burguês, modificando-se a estrutura social.

O comércio externo também foi expandido após o movimento das Cruzadas (século XI a XIII). Essasexpedições, católicas, se organizaram entre os séculos XI e XIII e tinham o caráter político, econômico ereligioso. Reuniam voluntários, de servos a nobres, empenhados na expulsão dos árabes (muçulmanos)invasores da Península Ibérica e na libertação da Terra Santa, no Oriente, da mesma presença muçulmana.Deve-se destacar o seu papel na reabertura e dinamização do comércio no Mar Mediterrâneo com aexpulsão parcial dos árabes da Península Ibérica (somente no séc. XV é que são totalmente expulsos).

Desta maneira, as Cruzadas, embora sendo expedições pretensamente religiosas, trazemem si o espírito capitalista que começa a constituir-se. Muitos cruzados, inclusive reis, nobres eclérigos, utilizam a religião como um pretexto para encobrir suas ambições materiais, possíveiscom as investidas ao Oriente.

2 - ROTAS COMERCIAIS

Com o aumento das atividades feudais e do comércio no Mediterrâneo tem-se também o crescimentointra-europeu, seja de produtos locais, seja das especiarias do Oriente. Nesse momento surgem e ampliam-se diversas rotas de comércio:

• Rota Sul (Mar Mediterrâneo): mercadorias do Oriente são levadas à Gênova e Veneza e distribuídaspara o interior do continente.

• Rota Norte (Mar Báltico e Mar do Norte): comércio de especiarias locais, destacando-se a cidadede Bruges, na região da Flandres.

• Rota Intermediária Marítima (Oceano Atlântico): ligação entre as rotas do sul e do norte, viaAtlântico.

• Rota Intermediária Terrestre (Feiras de Champanha): ligação entre as rotas do norte e do sul, viaterrestre, utilizando-se o centro europeu.

Mapa 02: O Comércio na Baixa Idade MédiaA Evolução do Comércio

Principais cidades

1- Veneza2- Gênova3- Lisboa

4- Bruges5- Lubeck

ATLÂNTICO

MAR DO NORTE

África

MAR MEDITERRÂNEO

MARBÁLTICO

MAR NEGRO

Rota sulMar MediterrâneoRota intermediáriaOceano AtlânticoRota norte - Mar Bálticoe Mar do NorteLiga Hanseática - áreade atuação

Feiras de Champanha

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3 - CORPORAÇÕES DE MERCADORES E CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

As corporações de mercadores surgem da evolução do comércio durante a Baixa Idade Média.Representam associações de comerciantes de diversas cidades que visam ao monopólio do comércio deuma determinada região, com regulamentações e propósitos específicos, como a seleção de matérias-primas,fixação de preços e uniformização de sistemas de pesos e medidas, dentre outros. Seus objetivos levam àredução da concorrência entre os membros das corporações, com delimitação de áreas de atuação para os mesmos.

As corporações de ofício, mais rígidas que as de mercadores, agrupam artesãos regulamentando aatividade artesanal e protegendo o consumidor. Defendem a uniformidade salarial entre profissionais de ummesmo nível hierárquico, estabelecem o horário de trabalho, controlam a matéria-prima (preços e qualidade),zelam pelo constante aperfeiçoamento profissional com superiores, prestam assistência às famílias em casode morte ou acidente com o artesão, sempre visando à redução da concorrência entre seus membros.

Vê-se nas oficinas o trabalho grupal, basicamente manual, eventualmente assalariado (nãotípico do período medieval), mantendo o trabalhador ligado a todas as etapas de produção, até sechegar ao produto final e associando o artesão aos meios de produção (matérias-primas einstrumentais). De sua evolução surgem as manufaturas e, mais tarde, as indústrias – assuntos aserem vistos em unidades posteriores.

Em síntese, a consolidação do Sistema Feudal na Baixa Idade Média justifica-se por:

IV - CRISES DO SÉCULO XIV

A crise do Sistema Feudal, originária do séculoXIII acelerou-se no século XIV e manteve-se no séculoXV. Foi uma crise geral, onde todas as estruturasfeudais foram fortemente atingidas.

No âmbito econômico, a crise se manifestou apartir da prática agrícola predatória e extensiva, típicado sistema feudal. A ampliação das áreas cultiváveissem a utilização de técnicas adequadas leva aodesgaste da terra, desmatamento e alteraçõesclimáticas, provocando a queda na produção agrícola,de carnes, leite e derivados, ocasionando a fome.

Diante da crise agrícola os preços dosalimentos sobem e, com isso, as moedas começam aescassear. É a crise monetária atingindo o sistemafeudal.

Com a queda na produção agrícola tem-se adesnutrição que abriu caminho para as epidemias,como a Peste Negra, que levou a um imenso númerode óbitos e uma diminuição na taxa de natalidade. É acrise demográfica, onde tem-se a redução drásticada população européia e a superexploração da mão-de-obra restante.

Os servos, diante do aumento das dificuldadesde sobrevivência, começam a se revoltar gerando umagrande instabilidade no âmbito social. São as rebeliõesurbanas (de Gand e Paris) e as camponesas

(Jacquerie) colocando em risco a já frágil sociedadefeudal. Há também alterações nas camadas sociaiscom o recrutamento de eclesiásticos em outrossetores sociais que não fosse a nobreza além decasamentos entre nobres e burgueses.

Tem-se também a crise clerical: um choqueentre o poder temporal dos imperadores e o espiritualdos papas. A Igreja queria um Estado forte paraprotegê-la e, ao mesmo tempo, fraco para nãosubmetê-la. Diante dos abusos cometidos pela Igreja,as críticas começam a ser externadas, surgindomovimentos de contestações ao poder católico.

Com todo o processo de mudanças nasociedade feudal o homem começa também a sequestionar. Processa-se uma mudança na mentalidade,questionando-se o misticismo criado pela Igreja - oTeocentrismo vai dando lugar ao Antropocentrismo. Éa crise espiritual onde essa insatisfação é retratadaprincipalmente na arte e na literatura.

Como se percebe, ao longo do período medievalo próprio sistema feudal vai se descaracterizando,perdendo a sua capacidade de auto-reprodução. Destaforma torna-se necessária a criação de outroselementos capazes de dar continuidade a essasociedade, principalmente tendo em vista os novosinteresses políticos, econômicos, sociais e culturais.

Expansão econômica dos feudos

Expansão do comércio extra-europeu

Expansão do comércio intra-europeu

Surgimento das corporações

LIMITE MÁXIMO DAEXPANSÃO FEUDAL

BAIXA IDADE MÉDIA – EUROPA OCIDENTAL

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VI - CONCLUSÃO

V - FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS MODERNOSSurgidos em épocas e condições diversas, em

geral, os Estados Nacionais da Europa Ocidentalsatisfazem as necessidades de uma nobreza feudaltemerária em relação às crises dos século XIV e àsinsurreições camponesas subseqüentes; de umaburguesia que busca a unificação de elementos comomoedas, leis, impostos, que podem facilitar seusnegócios, ampliando seus lucros e do monarca, quepassa a concentrar em torno de si poderes políticos,jurídicos e militares.

O conjunto dessas necessidades levam àformação dos Estados Nacionais Modernos,obedecendo a particularismos, com a centralizaçãopolítica, onde cada nação, delimitada geograficamente,terá suas leis, costumes, língua e religião comuns.

Portugal e Espanha são formados a partir daslutas dos católicos contra os mouros, para a

retomada da Península Ibérica. São os chamadosmovimentos de Reconquista, que levam à expulsãodos muçulmanos da região e à formação dos EstadosNacionais Ibéricos.

Já a França e a Inglaterra se constituemenquanto Estados Nacionais a partir da Guerra dosCem Anos (1337 a 1453). A guerra, longa edispendiosa, provoca um certo sentimento de uniãoentre cada lado que dela participa – nacionalismo –além de enfraquecer as nobrezas envolvidas devidoàs destruições e mortes. Assim, o sentimentonacionalista canaliza-se não para os senhores feudais,mas sim para os monarcas, que passam a simbolizaro reino e a união nacional.

Alemanha e Itália se unificam tardiamente,somente no século XIX, em plena Era Contemporânea,assunto a ser visto posteriormente.

As crises do século XIV mostram a fragilidadepolítica do sistema feudal, que se mostrou incapaz deconter e superar a desorganização econômica que semanifestou na Europa Ocidental.

A alternativa seria a mudança do perfilpolítico do Estado, onde o reavivamento daautoridade do rei, transformado em seu aliado, é umasolução para a nobreza diante das constantesameaças camponesas e sua incapacidade de fazerfrente às mesmas. Apoiar uma autoridade monárquicaforte o bastante para reduzir as pressões camponesassignifica transformar a dividida estrutura política dosEstados Feudais em Estados Nacionais Centralizadosem torno de um rei que, em troca do apoio da nobreza,garantia a manutenção dos privilégios feudais àclasse.

Simultaneamente à centralização política, tem-se a unificação econômica que representa um fatorde desentrave de regras feudais rígidas, facilitando eampliando os negócios da classe burguesa e, porconseqüência, seu lucro. Desta forma, o EstadoNacional Centralizado é também uma resposta aosanseios econômicos da burguesia. Os burguesesenriquecidos melhoram seu status social e oferecemao rei recursos financeiros fundamentais para areestruturação e reaparelhamento do Estado. Comapoio e o financiamento da burguesia o rei formaexércitos fortes e permanentes, melhorando o aparatomilitar.

No campo jurídico, percebe-se o reavivamentodo Direito Romano e a constituição de um corpoadministrativo fortalecedor e legitimador do poder real.

Desta forma, tem-se:

A formação dos Estados Nacionais, que representam as modernas nações do continente europeu,produz resultados diversos:

• Manutenção dos privilégios políticos e econômicos para a nobreza feudal.

• Ampliação do poder real.

• Ascensão sócio-econômica da burguesia, mesmo sem possuir poderes políticos, o que somenteocorrerá em fins da Idade Moderna.

• Base para a transição do Feudalismo ao Capitalismo, inaugurando os Tempos Modernos.

ESTADOS NACIONAIS

Centralização do poder real e doselementos constitutivos do Estado.

BURGUESIA

Necessidades:• Unificação econômica para ampliação dos

negócios.• Ascensão social.

NOBREZA

Necessidades:• Manutenção dos privilégios políticos e econômicos

feudais.• Dominação das insurreições camponesas.

SOLUÇÃO

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77777História - M1

TRANSIÇÃO FEUDAL-CAPITALISTAI - INTRODUÇÃO

Entre os séculos XV e XVIII dentro da chamada Idade Moderna, assiste-se a um progressivocrescimento das forças que constituem o Capitalismo, simultaneamente à perda de importância, tambémgradativa, do modo de produção feudal. Tal quadro configura, na Europa Ocidental, o que se denomina TransiçãoFeudal-Capitalista.

As transformações pelas quais passa a Europa, com reflexos em suas áreas coloniais, são profundase, por vezes, encontram-se fora dos limites dos séculos XV e XVIII.

As principais transformações são:

• no âmbito político: forma-se a maior parte dos Estados Nacionais da Europa, muito dos quaisAbsolutistas, com poderes fortemente centralizados em torno do rei.

• no âmbito econômico: surge a Revolução Comercial e afirma-se economicamente a burguesia,bases para o Mercantilismo; a partir de uma acumulação primitiva de capitais assiste-se àevolução do Capitalismo.

• no âmbito sócio-cultural: declínio da Igreja Católica e nascimento de novas Igrejas Cristãs –movimento da Reforma. Tem-se também mudanças na forma de pensar do homem que sereflete nas artes, ciências e literatura – movimento do Renascimento.

II - EXPANSIONISMO MARÍTIMO EUROPEU

1 - ANTECEDENTESDesde a Baixa Idade Média (séculos XI ao XV),

o comércio das especiarias faz da burguesia umaclasse rica, numerosa e cada vez mais influente.

Essa atividade comercial possui uma rotadefinida: as especiarias do Oriente (marfim, seda,porcelana, temperos, etc.) são enviadas aos portosasiáticos e africanos do Mar Mediterrâneo –Constantinopla, Alexandria, Antioquia – onde ficamestocadas. Os burgueses europeus dirigem-se a essesportos e de lá trazem as especiarias, em geral paraGênova e Veneza, portos italianos que monopolizamo comércio. Deles, as riquezas orientais sãorevendidas para o interior do continente.

É, entretanto, em nível externo, um comérciolimitado à Bacia do Mediterrâneo e a presença deportos intermediários da Ásia e África dificulta eencarece essa atividade. A burguesia almeja algomaior: a ida diretamente às Índias, sem utilizar osintermediários do Mediterrâneo.

Ao lado dessa classe, os soberanos dos novosEstados Nacionais, desejosos de ampliar sua esferapolítica com a conquista de novos territórios, também

se interessam pela expansão extra-continental.

Desta forma, em fins da Idade Média, aburguesia, associando seus interesses aos dasmonarquias nacionais, patrocina e estimula osestudos de mapas e do globo, o aperfeiçoamento dosinstrumentos e técnicas de navegação, a construçãode embarcações e a criação de escolas de marinheirospara a descoberta de uma nova rota marítima que aleve diretamente às Índias.

As viagens marítimas, por transportarem maiorvolume de especiarias, são preferidas em relação àsterrestres, visto serem essas mais longas e difíceis,dadas as condições naturais precárias para a travessiado continente asiático.

A Igreja Católica também é co-patrocinadoradas grandes navegações devido ao seu interesse emdivulgar sua religião para além dos limites doscontinentes.

Percebe-se que o fortalecimento da burguesia,do Estado e do clero é, simultaneamente, causa econseqüência das navegações.

2 - AS VIAGENS

As Grandes Navegações representam o marco da transição dos Tempos Modernos, cabendo a Portugalo pioneirismo por tal empreendimento, devido aos seguintes fatores:

• presença de uma burguesia atuante.

• apoio técnico, financeiro e político dado aos navegantes pela Dinastia de Avis.

• condições políticas favoráveis – Portugal é o primeiro Estado Nacional constituído.

• posição geográfica favorável, defronte ao Atlântico.

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88888 História - M1

Em 1453, com a tomada de Constantinoplapelos turcos otomanos, tem-se o acelerar doExpansionismo Marítimo Europeu, uma vez que essespovos ameaçam dominar os portos intermediários doMediterrâneo no comércio com as especiarias doOriente. Desta forma torna-se mais urgente chegaràs Índias através do contorno do continente africano.

Em 1488, Bartolomeu Dias completa a descidado Atlântico Sul, atingindo o Cabo das Tormentas, noextremo sul da África.

Cristóvão Colombo, em 1492, propõe a idaàs Índias através do sentido leste-oeste, pelo Atlântico.Financiado pelos reis espanhóis e acreditando terdescoberto um novo caminho para as Índias, acabapor chegar ao continente americano.

Esse feito acaba por gerar uma curiosa disputaentre portugueses e espanhóis: os últimos afirmamter Colombo chegado às Índias e os primeiros nãoacreditam na veracidade dessa notícia, preferindo ahipótese de que as Índias estão de fato no lado opostodo globo e que uma nova terra acaba de ser descoberta.

Considerando-se a força política dos doisreinos e a notável importância do objeto disputado, oPapa Alexandre VI, chamado a intervir, apresenta em1493 uma sugestão para pôr fim às controvérsias:seria traçada, por intermédio da Bula Inter-Coetera,uma linha imaginária situada a 100 léguas a oestedas ilhas de Cabo Verde, no Atlântico, com as terrasà direita dessa linha pertencendo aos portugueses eà sua esquerda pertencendo aos espanhóis.

A proposta é recusada pelos portugueses que,em 1494, propõem e obtêm a assinatura do Tratadode Tordesilhas, com a linha divisória a 370 léguas aoeste de Cabo Verde.

Em 1498, Vasco da Gama, a serviço da coroalusitana, completa o contorno da África, atingindo as

Portugal, ao iniciar o Expansionismo marítimo, acredita que o melhor caminho para se chegar àsÍndias é através da descida do Atlântico e a subida do Índico, fazendo-se o périplo africano. A primeiraviagem deu-se em 1415, quando os portugueses chegam a Ceuta, no norte da África.

BARTOLOMEU DIASCRISTÓVÃO COLOMBOVASCO DA GAMAPEDRO ÁLVARES CABRALFERNÃO DE MAGALHÃES

verdadeiras Índias. Essa viagem resulta emextraordinários lucros para o governo português coma revenda direta das especiarias orientais, além depôr fim à polêmica em torno da viagem de Colombo.

Outro feito português se deu com a viagem dePedro Álvares Cabral que, em 1500 realiza umaexpedição com o duplo objetivo de chegar ao Brasil eàs Índias, de forma intencional.

Finalmente, em 1519, encerra-se o ciclo dasprincipais navegações com a viagem de Fernão deMagalhães, a serviço da Espanha. Essa viagem é aprimeira volta ao mundo (circunavegação) registradanum percurso de três anos, durante o qual o próprionavegante morre, combatendo nativos nas ilhasFilipinas (oceano Pacífico).

BULA INTER - COETERA

TRATADO DE TORDESILHAS

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3 - CONSEQÜÊNCIAS DO EXPANSIONISMO

- Mudança na principal via marítima comercial: do Mediterrâneo para Atlântico.- Eclosão da Revolução Comercial.- Grande fluxo de metais preciosos para a Europa gerando enorme onda inflacionária – Revolução dos

Preços.- Desenvolvimento do sistema bancário, dado o volume de negócios e moedas.- Crescimento do Sistema Capitalista, que evolui da forma de Pré-Capitalismo de fins da Idade Média

para a de Capitalismo Comercial na Idade Moderna.- Enriquecimento da classe burguesa (mercantil).- Formação de novas idéias e práticas econômicas na Idade Moderna (Mercantilismo).- Descoberta e exploração das colônias nas Américas, Ásia e África (Colonialismo ).- Ampliação do poder real (Absolutismo).- Propagação do catolicismo nas colônias.- Divulgação dos valores europeus pelo mundo, desrespeitando as culturas nativas nas áreas coloniais.- Desenvolvimento do conhecimento científico europeu.

III - RENASCIMENTO

1- ANTECEDENTES E CONCEITO

IDADE MÉDIA

- Teocentrismo - Apego à vida espiritual

IDADE MODERNA

- Antropocentrismo - Apego à vida terrenaX

Durante o período medieval a Igreja Católicaconstitui-se na mais poderosa das instituições,exercendo sobre as pessoas notável influência. Areligiosidade e a crença em suas idéias fazem do clerouma classe rica e forte. Sua influência se faz notar nopoder político dos Papas, na acumulação de terras edinheiro e na determinação dos padrões artísticos,literários e científicos. A cultura medieval, dessa forma,se apóia no Teocentrismo (Deus como centro douniverso).

Ao chegar a Idade Moderna, o crescimento davida urbana e da atividade comercial fortalece a classeburguesa. Sua mentalidade materialista e capitalistacomeça a contagiar as pessoas em geral, que vão se

tornando “pecadoras” e mais distantes dos padrõesde comportamento exigidos pela Igreja. A culturamoderna se apóia, então, no Antropocentrismo(homem como centro do universo).

Portanto, ao se comparar o mundo modernocom o medieval, conclui-se que o primeiro evidenciao homem e os valores materiais que o cercam navida terrena, enquanto o último privilegia os valoresespirituais e religiosos. Essa diferença se reflete naarte, na ciência e na literatura da Idade Moderna,adaptando-as aos novos tempos, fazendo surgir daí oRenascimento Cultural – na verdade, uma culturade transição desses valores.

2 - RAZÕES DO PIONEIRISMO ITALIANO

A Itália reúne condições propícias, mais que qualquer outra nação européia, para iniciar o movimentorenascentista. São elas:

- monopólio comercial do Mediterrâneo exercido por suas cidades na Baixa Idade Média, o quetorna sua burguesia forte e numerosa, capaz de impor padrões culturais;

- tradição clássica, com a presença no país de grande número de obras da antigüidade;

- ensino universitário de caráter mais prático e utilitário, o que possibilita a formação e desenvolvimentoda mentalidade materialista e científica;

- contribuição cultural dos sábios bizantinos, que fogem para a Itália após terem seu território invadidopelos turcos;

- apoio dado aos artistas e literatos pelos mecenas (protetores das artes e letras), tais como banqueiros,príncipes e até Papas;

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1010101010 História - M1

- berço dos primeiros humanistas, como Petrarca, Dante e Bocaccio;

- sede da Igreja e berço das contestações dos padrões ditados por essa Instituição, devido aos seusabusos.

3 - CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO

- Humanismo: valorização da figura humana na terra.

- Materialismo: valorização dos aspectos materiais da vida terrena, como o dinheiro, as descobertas,o estudo e a natureza.

- Individualismo: desligamento das imposições de comportamento da Igreja Medieval – o homemtorna-se mais independente e voltado para si.

- Ceticismo: descrença na religiosidade medieval e nos valores impostos pela Igreja.

- Racionalismo: valorização da razão em substituição à fé.

- Hedonismo: prazer pela vida e satisfação pelos progressos e descobertas.

- Classicismo: inspiração no passado clássico (Grécia e Roma).

- Elitismo: origem burguesa (elitista) do movimento.

- Mecenato: apoio fornecido pelos mecenas aos letrados e artistas.

123 Esquema de proporções

Como ilustração: a “Gioconda” de Leonardo da Vinci - a renovação estética com a valorização da noçãode perspectiva mostrada em evolução e a noção de claro-escuro.

IV - MOVIMENTOS RELIGIOSOS

1 - REFORMA

Sabe-se que, durante a Idade Média, a Igreja Católica se destaca por certas práticas abusivas, que lhedão prestígio e riqueza. São elas:

- venda de indulgências;

- venda de cargos eclesiásticos;

- venda de relíquias sagradas (simonia).

Várias são as críticas que surgem em relação a esse procedimento, todas elas rebatidas pela Igrejacomo heresias ou “coisas do demônio”, que merecem ser punidas com a morte na fogueira.

Entretanto, a Idade Moderna, bastante contaminada pelo espírito burguês, materialista e capitalista,não comporta tais idéias e as críticas à Igreja se avolumam.

É nesse período, em especial no século XVI, que cresce o movimento religioso mais organizadocontra a Igreja Católica, marcado pelo aparecimento das novas Igrejas Protestantes, o qual sedenomina Reforma.

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A- Causas Gerais da Reforma

- abusos cometidos pela Igreja Católica, nas esferas política, econômica e cultural;

- ambição política e econômica dos reis, sobre o poder e as riquezas do Papa;

- reação burguesa às proibições de lucro exagerado, impostas pela Igreja.

B- Luteranismo (Alemanha)

É o monge agostiniano Martinho Lutero o iniciador de fato do movimento reformista da Idade Moderna,na Alemanha, sua terra natal.

O pioneirismo da Alemanha é explicado pelos seguintes fatores:

- a Igreja Católica detém ¾ das terras do país;

- a descentralização política (a Alemanha se forma como Estado Nacional apenas no século XIX),levando os nobres a ambicionarem as terras da Igreja;

- o aumento da venda de indulgências na região.

Em 1517, Martinho Lutero afixa à porta de sua igreja, em Wittemberg, as célebres 95 teses luteranas,nas quais denuncia e condena com veemência as irregularidades da Igreja.

Em 1520, pelo seu procedimento, é condenado pelo Papa Leão X e queima publicamente a Bula deCondenação, sendo, por isso, excomungado da Igreja Católica. Traduz a Bíblia para o alemão e estabelece asbases para uma nova doutrina religiosa. Em fins dos anos 20, Lutero já goza de grande prestígio e seusensinamentos atingem vários estados.

Temendo uma expansão maior da nova seita, Carlos V, rei alemão, convoca a Dieta de Spira, em 1529,permitindo o luteranismo apenas nos estados que já o haviam adotado. Lutero, pretendendo a divulgação emmais estados, protesta e seus adeptos são chamados, a partir daí, de protestantes.

Em 1530, um colaborador de Lutero, Felipe de Melanchton, redige os fundamentos da nova religiãoluterana, na Confissão de Augsburgo. São eles:

- designação da fé (e não das “boas obras”) como única fonte de salvação;

- fim do celibato clerical;

- condenação das práticas abusivas da Igreja Católica (venda de indulgências, de cargos eclesiásticos,de relíquias);

- livre interpretação da Bíblia;

- preservação de apenas dois sacramentos: batismo e eucaristia;

- fim da hierarquia eclesiástica;

- condenação da transubstanciação e aceitação da consubstanciação;

- supremacia do Estado sobre a Igreja – o que garante a simpatia de vários monarcas para a causa deLutero.

A reação de Carlos V é uma guerra aberta contra os luteranos, que se unem na Liga de Smalkade, decaráter político-religioso-militar. O conflito chega ao fim com a Paz de Augsburgo, em 1555, determinando atolerância à nova Igreja.

Está fundado o Luteranismo, primeira seita da Igreja Protestante.

C - Calvinismo (Suíça)

João Calvino, em 1534, na Suíça, publica olivro Instituições da Religião Cristã, base da IgrejaCalvinista.

Segundo Calvino, apenas alguns privilegiadossão predestinados por Deus ao Reino dos Céus(Teoria da Predestinação Absoluta) e o “sinal divino”dessa predestinação é a boa situação material efinanceira do indivíduo.

Essa teoria contou com enorme aceitação daclasse burguesa que vê no Calvinismo uma justificativae um incentivo para o lucro inexistentes no Catolicismo,

já que a Igreja Católica não admite ganhos exagerados.

Embora estimulador claro das práticascapitalistas, o Calvinismo se mostra rigoroso quantoa outros princípios: nos dias santos é proibido jogarcartas, dançar, comemorar ou até trabalhar; Deus,mais que um misericordioso é um soberano. Comreligião elitista, espalha-se pela Suíça, Holanda,França, Inglaterra e Escócia. Nessas três últimasnações, seus adeptos recebem as denominaçõesespecíficas de huguenotes, puritanos e presbi-terianos, respectivamente.

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E - Conseqüências da Reforma

- Quebra da unidade católica, com o surgimento das novas Igreja protestantes.- Ampliação do poder dos reis (Absolutismo), livres da interferência política da Igreja Católica e

dominadores de parte das terras e riquezas do clero.- Estímulo ao capitalismo burguês, incentivado sobretudo pelo Calvinismo.- Reação da Igreja Católica aos protestantes, a qual denomina-se Contra-Reforma.

2 - CONTRA-REFORMA

Movimento religioso do século XVI, caracterizado pela reação da Igreja Católica face à expansão doprotestantismo. É também denominada Reforma Católica.

As principais ações da Igreja Católica, no sentido de conter o avanço do protestantismo, são:- Criação da Cia. de Jesus, em 1534, por Inácio de Loyola, para maior divulgação do catolicismo

na Europa e nas colônias.- Reabertura do Tribunal da Inquisição, responsável, desde a Idade Média, pela condenação à

fogueira de milhares de indivíduos, muitos inocentes, por crimes de heresia e feitiçaria.- Realização do Concílio de Trento (1545-1563) determinando a:

• contenção de certos abusos – venda de indulgências.• publicação do Index – proibição de leitura de diversos livros.

V - MERCANTILISMO

1 - DEFINIÇÃO

Conjunto das teorias e práticas econômicas vigentes na Europa, na Idade Moderna.

2 - PRINCÍPIOS GERAIS

Visando ao fortalecimento da classe burguesa e dos Estados Nacionais surgem as seguintes teoriasmercantilistas:

- Metalismo: acúmulo de metais preciosos pelo Estado;- Colonialismo: exploração colonial;- Balança Comercial Favorável: incentivo às exportações e contenção das importações;- Intervencionismo estatal na economia: ação econômica coordenada pelo rei.

3 - FORMAS PARTICULARES E SUAS CARACTERÍSTICAS

Portugal e Espanha: Metalismo ou Bulionismo

- Acúmulo de metais preciosos – busca nas áreas coloniais;

- Não prioridade para as atividades manufatureiras.

França: Industrialismo ou Colbertismo- Acúmulo de metais preciosos;- Balança comercial favorável:

• desenvolvimento das manufaturas internas (siderurgia, artigos de luxo);• aumento da competitividade dos produtos franceses no mercado internacional;• protecionismo.

D - Anglicanismo (Inglaterra)A Igreja Anglicana é criada na Inglaterra

caracterizando a ambição política do rei HenriqueVIII da Dinastia Tudor e seu desejo de romper relaçõescom a Igreja Católica, libertando-se da interferênciapapal no país.

A ruptura oficial se dá com o Ato deSupremacia, assinado em 1534 por Henrique VIII, quese auto-proclama papa da nova Igreja, ficando assim

notório o caráter absolutista de seu governo. OAnglicanismo é consolidado no país no reinado deElisabeth I, sua filha com sua 2ª esposa, representandouma mescla de protestantismo, no que se refere aofim da subordinação a Roma, e do catolicismo, noque se refere à manutenção de vários dogmas da IgrejaCatólica, tão enraizada no espírito inglês.

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Inglaterra: Comercialismo

- Acúmulo de metais preciosos;- Superávit comercial:

• proibição de certas importações;• desenvolvimento da marinha mercante;• estímulo à produção em geral;• concessão de monopólios à Cias. de Comércio, para exploração colonial.

Obs.: França e Inglaterra, devido à ausência de colônias produtoras de ouro e prata, acumulam metaiscom a venda de seus produtos a outras metrópoles, como Portugal e Espanha.

4- CONSEQÜÊNCIAS DO MERCANTILISMO

- Desenvolvimento do sistema capitalista através do princípio metalista, vital para o início da RevoluçãoIndustrial no século XVIII;

- Crescimento dos negócios mercantis, industriais e bancários, fazendo enriquecer ainda mais aclasse burguesa;

- Fortalecimento dos Estados Nacionais, econômica e politicamente, exaltando-se o nacionalismo;- Exploração crescente das colônias;

- Surgimento, no final dos tempos modernos, do pensamento Liberal, de oposição ao Mercantilismo.

VI - ABSOLUTISMO

1 - DEFINIÇÃO

Entende-se por Absolutismo a excessiva concentração de poderes em torno dos reis dos EstadosNacionais Europeus, sobretudo nos séculos XVI e XVII. É a expressão política do Estado Moderno coexistindocom o Mercantilismo, sua expressão econômica. Constitui com este, e com as reminiscências feudais aindapresentes, o chamado Antigo Regime.

2 - CAUSAS

A centralização política se constitui a partir das seguintes razões:- Interesse econômico da burguesia na formação de um Estado centralizado.- Necessidade de a nobreza feudal rearranjar um aparelho de Estado que permita à classe combater

as revoltas camponesas em suas terras, além da manutenção de suas regalias políticas.- Conquista e exploração de colônias fortalecendo os tesouros reais e ampliando seu poder político.- Expansão comercial, sobretudo com a Revolução Comercial.- Inspiração no Direito Romano, que justifica a existência de reis fortes.- Aumento do volume de impostos.- Movimento cultural renascentista e movimento religioso reformista, que enfraquecem a Igreja

Católica.- Política econômica mercantilista, ao pregar a necessidade do intervencionismo estatal para o

progresso econômico da nação.- Idéias dos teóricos defensores do Absolutismo.

3 - DEFENSORES DO ABSOLUTISMO

As principais teorias absolutistas da Europa Moderna são:- a Teoria do direito divino dos reis, segundo a qual o rei é um representante de Deus. Seus maiores

representantes são Jacques Bossuet e Jean Bodin.- a Teoria do “Contrato”, pela qual é estabelecido um contrato “moral” entre o rei e seus súditos,

onde esses outorgam grandes poderes ao primeiro. Seus principais representantes são Hugo Grotiuse Thomas Hobbes – Hobbes chega a admitir que “o Estado forte é um mal necessário”.

Destaca-se ainda como um defensor do Absolutismo o italiano Nicolau Maquiavel, que afirma seremilimitados os poderes do rei, desde que seus objetivos sejam voltados para a grandeza do Estado ( “Os finsjustificam os meios”).

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SISTEMA COLONIAL NAS AMÉRICASESPANHOLA E INGLESA

I - INTRODUÇÃOO Sistema Colonial na América, como também

na África e na Ásia, insere-se no contexto da formaçãode uma ordem capitalista na Europa Ocidental, a partirda época da Transição Feudal-Capitalista.

Trata-se de um elemento de sustentação daspráticas mercantilistas e das teorias absolutistas dasmonarquias européias. O Colonialismo garante àsmetrópoles expansão da autoridade política de seusreis aos territórios colonizados; aumento do fluxo dematérias-primas à Europa; ampliação do mercadoconsumidor para seus artigos; tendência ao superávitcomercial com a imposição do Pacto Colonial; maiorafirmação econômica da burguesia como classe e do

Capitalismo, como sistema dominante.Os particularismos do colonizador ou da região

colonizada produzem os tipos de colonização: deexploração, característico das Américas Espanholae Portuguesa e de povoamento, típico da AméricaInglesa.

Nos dois tipos de colonização percebe-se umasubmissão ou destruição das civilizações autóctones(indígenas), através de diversos mecanismos e, numasituação típica da América Latina, a ação de dominaçãoda Igreja Católica, que busca a dominação do nativocom os ensinamentos da cultura européia em trocade submissão.

II - SISTEMA COLONIAL NA AMÉRICA ESPANHOLA

“A espada, a cruz e a fome iam dizimando a família selvagem”PABLO NERUDA

1- ECONOMIA E SOCIEDADE

A base econômica da colonização espanholana América é o extrativismo mineral (ouro e prata).A obtenção dos metais preciosos imprime uma formade colonização que se torna totalmente predatória aosinteresses dos nativos, motivando a conquista militar,os saques de fortunas entesouradas há séculos, aimposição dos valores europeus, a destruição e amorte das famílias indígenas e de sua cultura. Trata-se da colonização de exploração.

Destaca-se a mineração de prata no México,no Peru e na Bolívia (cidade de Potosi). A exploraçãomineral mais intensa é diretamente proporcional àspilhagens e destruições das civilizações nativas.

Nem todas as áreas da América Espanhola,porém, são ligadas ao extrativismo mineral. Chama-se a atenção para a pecuária, na região do Prata, epara a agricultura de produtos tropicais de exportação,na região do Caribe.

Quanto ao tipo de trabalho, embora haja aescravidão africana nas Antilhas, destinada àprodução da lavoura de exportação, predomina otrabalho compulsório do indígena, existente nasmais variadas formas. Destacadamente, tem-se:

- a encomienda: os colonizadores podemutilizar-se dos serviços dos nativos, semremuneração, desde que os protegessem eos catequizassem, pagando ainda um tributoà Coroa Espanhola.

- o repartimiento ou mita: os espanhóispodem exigir o trabalho indígena nas maisvariadas atividades, em troca de salário, nãonecessariamente em moeda.

Monta-se dessa forma a empresa colonial.Acrescente-se que a sociedade colonial privilegia osbrancos, nascidos ou não na Espanha, visto que otrabalho braçal é destinado aos nativos e aosafricanos. A sociedade torna-se hierarquizada,aristocrática e racista.

Observa-se a seguinte divisão social:

- Chapetones (Guachupines): espanhóis,representavam a elite econômicadetentora dos poderes políticos e dosmais elevados postos da administraçãocolonial;

- Criollos: brancos, nascidos na América.Possuem privilégios econômicos (terrase minas), mas não políticos;

- Negros: escravos vindos da África,desprovidos de qualquer privilégio;

- Índios: grupo mais numeroso e base desustentação da empresa colonial.Trabalham em funções diversas,sobretudo na mineração.

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2 - POLÍTICA

Inicialmente a conquista da terra é feita por particulares. São os chamados adelantados e recebemda Espanha amplos poderes para governar territórios conquistados. Exercem funções vitalícias, civis e militares.Com a expansão territorial e a abundância das riquezas, a Coroa anula as concessões aos particulares. Nasegunda metade do século XVI, surgem órgãos espanhóis sediados na América ou na metrópole, entre osquais:

- a Casa de Contratação, com sede em Sevilha, que regulamenta a atividade comercial;

- o Conselho Supremo das Índias, que dispõe sobre assuntos de ordem legislativa, militar, jurídica ereligiosa.

Do ponto de vista administrativo, a América Espanhola divide-se em quatro Vice-Reinos, situados emterritórios de grande valor econômico, e em várias Capitanias Gerais.

Funcionam ainda as Audiências, tribunais de justiça com crescentes atribuições, e os Cabildos,câmaras municipais, para cuidar da administração local dos municípios.

Não se pode perder de vista o desempenho político da Igreja, sempre ao lado da Coroa, exercendo como Estado um poder que vai da dominação dos índios ao controle da educação e do ensino, inclusive universitário.

III - SISTEMA COLONIAL NA AMÉRICA INGLESA

A partir de 1620, a colonização da América doNorte ganha impulso por uma circunstância específicado momento por que passa a Inglaterra: perseguiçõespolíticas e religiosas, durante o governo dos Stuarts,que provocam a fuga de milhares de famílias puritanaspara o continente. Outro aspecto particular é o êxodorural crescente no país, vitimando camponeses queperdem suas terras no processo conhecido comoCercamentos – muitos dirigem-se aos centros

urbanos e, diante das precárias condições de vida,mudam-se para a América, onde trabalham comoservos de contrato.

A colonização inglesa na América possui ocaráter de povoamento, defesa e crescimento daárea colonial e possui uma política mais liberalizantepor parte de sua metrópole: a Negligência Salutar,que garante um certo auto-governo (self-government)aos colonos.

Divisão político-administrativa da América Espanhola

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1- COLÔNIAS DO NORTE

(New Hampshire, Massachussetts, Connecticut,Rhode Island)

As Colônias do Norte (região da NovaInglaterra), com um clima semelhante ao europeu,envolvem-se em atividades não agrícolas.Predominam as pequenas propriedades, o trabalhofamiliar (não escravo), as manufaturas, a construçãonaval e a pesca. Prospera a burguesia e desenvolve-se o comércio com as colônias do Sul, as Antilhas ea África (Comércio Triangular).

2- COLÔNIAS DO SUL

(Virgínia, Geórgia, Carolina do Sul, Carolina do Norte)

A diferença climática em relação à Europa atrai os colonizadores do sul para a atividade agrícola,baseada na grande propriedade exportadora (plantation) e utilizadora da mão-de-obra escrava. Dos cultivosdiversos, destaca-se o algodão, exportado sobretudo para a Inglaterra. A sociedade sulista é rígida ehierarquizada.

3- COLÔNIAS DO CENTRO

(Nova York, Pensilvânia, Nova Jersey,Delaware, Maryland)

Apresentando aspectos sócio-econômicos semelhantes às áreas donorte e do sul, sobretudo do norte, ascolônias do centro têm como atividadesde destaque a cultura do trigo, o comérciode peles e uma crescente manufatura.

Salienta-se, no centro, a fundaçãoda cidade de Nova Amsterdam, hojeNova York, por colonos holandeses.

As Treze Colônias inglesas na América do Norte

FONTE: NARO, NANCY PRISCILLA. A FORMAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS. SÃO PAULO: ATUAL, 1991. P.15.

Uma das formas desse comércio pode ser assim resumida: osamericanos buscam nas Antilhas o melaço para ser transformadoem rum e levado à África para ser trocado pelos escravos, queseriam mandados à América.

O Comércio Triangular

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II - PERÍODO PRÉ-COLONIAL – 1500 A 1530

Durante o período pré-colonial a Coroa portuguesa envia ao Brasil algumas expedições exploradoras,sem que houvesse, contudo, a preocupação com a efetiva ocupação nas novas terras, uma vez que asatenções estavam voltadas para o comércio das especiarias asiáticas.

São características marcantes dessa época:

- extração do pau-brasil – caráter predatório;

- utilização da mão-de-obra indígena, obtida por meio do escambo;

- presença de feitorias (armazenagem de madeira) na costa;

- presença de franceses no litoral, sem caracterizar uma invasão.

Com o declínio do comércio oriental, a preocupação portuguesa com a vinda dos franceses, a ausênciade povoados e a ambição por metais preciosos tem-se a primeira expedição colonizadora, chefiada porMartim Afonso de Sousa, em 1530. Cabe a ele a fundação da primeira vila, São Vicente, em 1532 e o inícioda distribuição de sesmarias (lotes de terras) aos que se dispusessem a cultivá-las.

SISTEMA COLONIAL NO BRASILI - INTRODUÇÃO

A constituição do Sistema Colonial no Brasil,como no restante da América, é um desdobramentoda implantação de uma ordem capitalista na EuropaOcidental.

No caso brasileiro, o interesse da metrópole émais intenso pela cana e pelo ouro, devido àvalorização desses produtos no mercado externo e àcrescente situação de dificuldades financeiras eeconômicas de Portugal.

Vê-se, aqui, o Colonialismo tradicional, baseadono monopólio (Pacto Colonial) e na escravidão negra,com uma organização política marcada por um graucada vez mais elevado de centralização, em Lisboa.

Destaca-se também a ação dos jesuítascatólicos no trabalho de catequização (submissão)dos nativos e imposição dos padrões culturaiseuropeus à terra.

Apesar de tudo, a acumulação de capitais emPortugal não permite um desenvolvimento estruturalda metrópole, o que leva à dependência com aInglaterra. As necessidades portuguesas refletem-seno Brasil, onde o fiscalismo e a tributação chegam aníveis insuportáveis, sobretudo no século XVIII, épocada mineração, levando a exploração da Colônia aograu máximo. Essa situação provoca o questionamentoda própria existência do sistema colonial, por parteda população brasileira.

III - POLÍTICA COLONIAL

1 - CAPITANIAS HEREDITÁRIAS – DESCENTRALIZAÇÃO

Como forma de facilitar o povoamento, a defesa e a exploração doterritório o rei português, D. João III cria a primeira divisão política internana Colônia, entre os anos de 1534 e 1536. Esse objetivo é apenasparcialmente cumprido, uma vez que somente as Capitanias dePernambuco e São Vicente prosperam, devido, sobretudo, ao êxito dalavoura açucareira.

A administração das Capitanias é entregue a portugueses de umapequena nobreza, os Capitães Donatários que, ao se dirigirem ao Brasil,recebem da Coroa Portuguesa dois documentos: a Carta de Doação(normas administrativas) e o Foral (direitos e deveres).

À Coroa cabe o monopólio sobre várias riquezas coloniais, mas éconcedido ao donatário o direito de doar sesmarias, o que atraiportugueses de baixa renda.

As Primeiras Capitanias Hereditárias

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2 - GOVERNO GERAL – INÍCIO DA CENTRALIZAÇÃO

Com o intuito de aperfeiçoar (e não substituir) o Sistema de Capitanias Hereditárias, os GovernadoresGerais dirigem-se à Colônia a partir de 1549, início da administração de Tomé de Sousa e época da fundaçãode Salvador, primeira capital.

O caráter centralizador e burocrático evidencia-se ainda na criação de cargos auxiliares:

- ouvidor-mor: responsável pela justiça;

- provedor-mor: arrecadação e fiscalização dos impostos;

- capitão-mor: defesa do litoral.

3 - UNIÃO IBÉRICA – DOMÍNIO ESPANHOL – (1580-1640)

Em 1580, após disputas pelo trono portuguêsque ficara vago sem um herdeiro direto, assume aCoroa Portuguesa o rei espanhol Filipe II. Inicia-se aDinastia Filipina, período que se estende até 1640.Pelo Juramento de Tomar (1581) Filipe II assume ocompromisso de preservar relativa autonomia aPortugal e suas colônias.

Durante essa União Ibérica, do ponto de vistapolítico, assiste-se à supressão, na prática, da Linhade Tordesilhas, e à divisão interna do Brasil, em 1621,com a criação do Estado do Brasil e do Estado doMaranhão.

Percebe-se a importância, nesse período, dasinvasões holandesas: a primeira, fracassada (Bahia,1624) e a segunda, com êxito (Pernambuco, 1630).Os holandeses, desde o século XVI, dividem os

negócios açucareiros com os portugueses no Brasil,sendo sua participação fundamental para ocrescimento da exportação do açúcar. Os espanhóis,inimigos políticos e religiosos dos flamengos, proíbemsua presença na colônia, o que explica as invasõesno Nordeste. Destaca-se o desenvolvimento alcançadopela região, sobretudo durante a administração deMaurício de Nassau (1637 a 1644), na produçãoaçucareira (inclusive com o financiamento paraconstrução e recuperação de engenhos) e naurbanização. Os holandeses, protestantes, inovam,ainda, permitindo a liberdade de culto.

Em 1640, os portugueses recuperam a Coroacom o movimento da Restauração, e a Dinastia deBragança assume o trono de Lisboa. É o fim da UniãoIbérica.

4 - PÓS-RESTAURAÇÃO – INTENSIFICAÇÃO DA CENTRALIZAÇÃO

A partir de 1640, Portugal inicia um longo período de dificuldades. A exploração espanhola nos anosanteriores, a luta contra os holandeses no Nordeste (expulsos em 1654), a impossibilidade de reimpulsionar aeconomia açucareira sem o capital flamengo e a concorrência com o açúcar das Antilhas são fatores queexplicam a crise portuguesa. Na segunda metade do século XVII, já é notória a dependência para com osprodutos ingleses.

Disso explica-se, então, o acirramento do trato político-administrativo com a Colônia, intensificando atributação e o fiscalismo. É sintomática a criação do Conselho Ultramarino em 1647, com sede em Lisboa,centralizando toda a administração colonial.

As Câmaras Municipais (ou de Vereança) são os únicos órgãos representativos da população colonial,pois seus membros, chamados homens-bons, são escolhidos pelos brasileiros. Entretanto, não representam,de fato, toda a população, uma vez que o direito da escolha recai para quem possui renda – uma minoriapopulacional.

5 - ERA POMBALINA – APOGEU DA CENTRALIZAÇÃO

O ápice da centralização política da Colônia e, por conseqüência, do controle metropolitano, ocorreentre 1750 e 1777, durante a administração reformista do Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I.

Principais obras:

- extinção das últimas Capitanias Hereditárias;

- fim do Estado do Maranhão;

- criação de Cias. de Comércio para concessão de monopólios;

- criação de novos impostos;

- transferência da capital, em 1763, de Salvador para o Rio de Janeiro;

- expulsão dos jesuítas, de Portugal e suas colônias, em 1759, levando à laicização do ensino.

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IV - ECONOMIA COLONIAL

1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS

A economia colonial é caracterizada pelo predomínio do latifúndio monocultor, escravista e dependentedo mercado externo. Sob o Pacto Colonial, o Brasil submete-se a leis rígidas ditadas pela Metrópole, comoa proibição de manufaturas em território colonial, restando a exportação de produtos primários, bem aceitosno continente europeu.

- especializada- primária- exportadora- capitalista- dependente

ECONOMIA COLONIAL

2 - CANA-DE-AÇÚCAR

Assiste-se à grande importância da lavoura açucareira para a Colônia, nos séculos XVI e XVII, sobretudono litoral nordestino. Esse produto, trazido em 1530 pela expedição de Martim Afonso de Sousa, atrai portugueses,que vão se constituir, muitos deles, nos senhores de engenho, proprietários de latifúndios monocultores,representando a elite colonial.

O êxito da lavoura açucareira é resultado dos altos preços do açúcar no mercado externo, do clima esolo favoráveis, da presença da mão-de-obra escrava africana, além da já mencionada participação holandesa.

O declínio da economia açucareira está associado à saída dos holandeses do Brasil em 1654, àconcorrência com o açúcar flamengo das Antilhas e ao progressivo deslocamento do eixo econômico daColônia para a região centro-sul, desde fins do século XVII, devido às descobertas de ouro.

3 - PECUÁRIA

O gado bovino é introduzido na Colônia, com a chegada doprimeiro Governador-Geral e estabelece-se, inicialmente, no litoralnordestino, para sustento dos engenhos. Posteriormente, com aCarta Régia de 1701, é deslocado para o Sertão, devido aos atritospor terras envolvendo criadores de gado e plantadores de cana.

Importância geral da pecuária na colonização do Brasil:

- deslocamento populacional para o interior;

- atividade subsidiária da lavoura açucareira e da mineração(alimento, transporte, força motriz e vestuário);

- utilização da mão-de-obra indígena, não escrava;

- desbravamento e integração das regiões Nordeste, Centroe Sul da Colônia;

- abastecimento do mercado interno (exceção ao caráterexportador).

4 - MINERAÇÃO

A mineração é típica do século XVIII, nasregiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Asprimeiras descobertas de metais preciosos devem-se às entradas e bandeiras, expedições quecontribuem também para o desbravamento do Brasil-Central. A captura de escravos foragidos e índios poressas expedições fazem nascer, posteriormente, um

bandeirantismo denominado “Sertanismo de Contrato”.

Em sua fase inicial, o ouro é explorado porfaiscadores e encontrado em aluviões. O trabalho ésimples e o garimpeiro é isolado e nômade. Na faseposterior, das lavras, o ouro é mais abundante e otrabalho mais técnico, exigindo mais organização,capital e escravos, nas minas e subsolo.

Cana-de-açúcar

Drogas do sertão

Mineração

Pecuária

Área de Ocorrênciade Pau-brasil

Riquezas do Século XVIII

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2020202020 História - M1

O ouro, encontrado durante a vigência dopensamento mercantilista, atrai muitos portuguesespara o Brasil e, momentaneamente, vai amenizar acrise financeira pela qual passa a Metrópole.

Atraídos pelo fluxo de riquezas que chega àPenínsula Ibérica, oriundo de suas colônias, aInglaterra passa a oferecer vários produtosmanufaturados em troca de tais riquezas, em formade tratados comerciais sempre vantajosos para osbritânicos, aumentando a dependência das metrópolesibéricas em relação às nações mais fortes.

O Tratado de Methuen (1703) é um bomexemplo disso. É um acordo bilateral entre portugueses,que fornecem vinhos mais baratos e ingleses quevendem manufaturados também a preços mais baixos.Como conseqüência disso, os manufaturados ingleses,de valor comercial mais elevado, são adquiridos porPortugal que não consegue pagá-los. O ouro brasileiro,remetido a Londres, salda a dívida parcialmente. Essesmanufaturados ingleses impedem o florescimento dasmanufaturas portuguesas, aumentando ainda mais adependência para com a Inglaterra.

Conseqüências da mineração para a vida colonial:

- deslocamento do eixo econômico da Colônia do Nordeste para o Centro;- mudanças nas fronteiras nacionais, com o surgimento de novas províncias: Minas Gerais,

Goiás e Mato Grosso;- aumento da imigração portuguesa;- intensificação da vida urbana e de suas atividades características;- surgimento da classe média;- predomínio do trabalho livre, embora no interior das minas ainda predomine a escravidão;- maior mobilidade social;- sociedade mais democrática e menos aristocrática que a açucareira;- aumento da fiscalização portuguesa (cobrança do quinto, da derrama, surgimento das Casas de

Fundição).

5 - OUTRAS RIQUEZAS

Embora menos significativas no que diz respeito ao impacto sobre a vida colonial, devem-se mencionarainda como riquezas da Colônia:

- algodão, sobretudo no Maranhão (século XVIII) devido ao consumo da indústria têxtil inglesa, noinício da Revolução Industrial, e à guerra da Independência dos Estados Unidos – o que reduz,temporariamente, a produção americana.

- tabaco, principalmente na Bahia, utilizado para se praticar a troca pelo escravo africano que sedirige ao Brasil.

- drogas do sertão, especiarias da Floresta Amazônica, exploradas pela mão-de-obra indígena,nos aldeamentos jesuíticos.

V - SOCIEDADE E CULTURA COLONIAIS

1 - SOCIEDADE COLONIALPode-se, de forma esquemática, apresentar um paralelo entre as principais sociedades da Colônia, a

açucareira e a mineratória, como se segue:

PRINCIPAIS SOCIEDADES DA COLÔNIA

Alta

Média

Baixa

MINERATÓRIA

• Ricos Mineradores• Altos funcionários da administração

• Mineradores• Funcionários Públicos• Comerciantes• Clero• Militares

• Escravos• Livres

Senhoresde Engenho

Escravos

AÇUCAREIRA

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2 - ESCRAVISMO NEGRO

Os escravos africanos representam a mão-de-obra mais numerosa da Colônia. A razão fundamentalestá no extraordinário lucro que o tráfico negreiro representa para a Metrópole.

Muitos negros trazidos para o Brasil já haviam passado pela experiência da escravidão na África,dominados nas lutas inter-tribais. Aprisionados, são trocados por tabaco, cachaça, rapadura, armas, etc. echegam em péssimas condições de transporte, nos navios negreiros, onde muitos morrem antes dodesembarque.

Quando adquiridos pelos patrões, são colocados nas mais variadas atividades, além da produção:atividades domésticas, prostituição, mendicância, amas-de-leite, dentre outras.

Ao sentimento de medo e insegurança diante da transformação de suas vidas mistura-se a revolta,associada a fugas. De escravos foragidos surgem os quilombos, sendo o de Palmares (1630-1695), o maisfamoso. Sua organização desafia o poder branco por 65 anos, sendo destruído pelas bandeiras denominadas“Sertanismo de Contrato”, de Domingos Jorge Velho, contratado pelos grandes senhores de engenho.

3 - NÃO-ESCRAVIZAÇÃO DO NATIVO

Um conjunto de fatores leva à não-escravização do indígena do Brasil, diferentemente do que ocorre naAmérica Espanhola.

Podem ser mencionados: o caráter nômade e livre da vida do nativo, o tipo físico mais fragilizado, adificuldade de captura, além de todas as “vantagens” apresentadas pelo tráfico do africano. Além disso, deve-se destacar a “proteção” dada ao índio pelos padres, que não permitiam a sua escravização, o que,paradoxalmente, não vale para o negro.

Deve-se salientar que a não adaptação do índio ao trabalho escravo não pode ser considerado, poisninguém se adapta à escravidão, sendo o negro obrigado a ela.

4 - AÇÃO JESUÍTICA

Os jesuítas tinham a incumbência, na Colônia, de:

- chefiar as missões – aldeamento de índios;

- converter os nativos à cultura européia;

- controlar a educação, o ensino e a cultura dos índios;

- submeter o índio à dominação branca.

5 - BARROCO MINEIRO

Em razão da mineração, o crescimento populacional e urbano no século XVIII acarreta manifestaçõesartísticas e literárias, sobretudo na região das Minas. Uma dessas manifestações é o Barroco Mineiro.

Para se entender o processo de urbanização pelo qual passa a área mineradora no Brasil Colôniadeve-se entender a diversidade econômica local. Isso faz com que profissionais liberais atuem em diversasfunções, como artífices e artistas. Quanto maior o grau de criatividade desses profissionais, melhor é aposição que ocupam no interior da sociedade, mesmo sendo mulatos - a sociedade da época é extremamenteracista.

A arte religiosa desse período é obra essencialmente de artistas leigos, sem a rigidez e o formalismoda arte produzida pelas congregações religiosas eclesiásticas, uma vez que o clero regular fica proibido deentrar na região das minas por volta de 1710. Dessa forma, a atuação das Irmandades (associações deleigos) se faz presente. Elas divulgam a religiosidade barroca, que via na morte a condução para a vidaeterna – a morte é vista como forma de salvação e de igualdade social.

AÇUCAREIRA MINERATÓRIASéculos XVI e XVII Século XVIII

Litoral nordestino Brasil - Central

Vida rural típica Maior urbanização

Ausência de classe média Presença de classe média

Predomínio de escravos Predomínio de trabalho livre (na Colônia)

Ausência de mobilidade Maior mobilidade

Aristocrática e patriarcal Mais democrática

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CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO E DAORDEM BURGUESA NA EUROPA

I – INTRODUÇÃO

A transição feudal-capitalista, de fins da IdadeMédia até fins da Idade Moderna, é caracterizada peloEstado centralizado e intervencionista, nos planospolítico e econômico. Simultaneamente ao crescentepoder do Estado, a burguesia afirma-se como classe eo Capitalismo evolui como sistema.

A partir dos séculos XVII e XVIII, na Europa,assiste-se à consolidação da burguesia e doCapitalismo. Portanto, a classe burguesa questiona ederruba o Estado centralizado e interventor da EraModerna, edificando-o sobre as bases do pensamentoliberal, no campo político e econômico.

As revoluções liberais da Inglaterra, no séculoXVII, e da França, no século XVIII, conduzem aburguesia ao poder político, ao mesmo tempo em quereafirmam o seu poder econômico. A Revolução Indus-trial, a partir do século XVIII, mais que um conjunto detransformações técnicas, também contribui para aconstituição de uma ordem liberal-burguesa nocontinente.

As repercussões na América, sob a forma docolapso do Sistema Colonial, vistas como mani-festações do Liberalismo nas Colônias, serão objetode estudo de outras unidades.

II – BASES CIENTÍFICAS E FILOSÓFICAS DO PENSAMENTO LIBERAL

1 – A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DO SÉCULO XVII

O desenvolvimento das ciências e, par-ticularmente, do uso da razão, permite o surgimentoda Revolução Científica do século XVII, questionadoradas tradicionais instituições baseadas no autoritarismo(o Estado Centralizado) e na fé (a Igreja Católica). Taisidéias encontrarão na burguesia, nos séculos XVII eXVIII, o respaldo necessário para sua difusão, servindode base para o pensamento liberal, político e econômico,que irá alterar significativamente o Estado Moderno.

Historicamente, vê-se na Idade Média, odomínio político-cultural da Igreja Católica ditando o

pensamento e a ciência: acredita-se na extra-terrenidade da vida; a fé supera a razão; exalta-se aespiritualidade; divulgam-se as idéias da Antigüidade,de Aristóteles e Ptolomeu: o universo é concebidopela vontade divina; a Terra não se move e está nocentro do universo (geocentrismo), com os planetasgirando em seu redor, através de órbitas circulares; aexperimentação é desnecessária para se chegar aconclusões científicas; os movimentos são intrínsecosaos corpos (inexiste, portanto, a crença nas forçasnaturais, apenas nas divinas).

Ao longo da Idade Moderna, um conjunto de fatores altera o pensamento e a ciência européia:

• os contatos com povos extra-europeus, como árabes e chineses, permitem o conhecimento de importantesinventos, como o astrolábio e a bússola, fundamentais para as Grandes Navegações;

• as necessidades advindas das Grandes Navegações fazem evoluir a cartografia e a construção deembarcações;

• a invenção da imprensa faz difundir as idéias e o conhecimento com muito mais facilidade;

• a Reforma estimula alguma liberdade de pensamento na medida em que critica o autoritarismo, os abusos ea cultura católica da Idade Média;

• o Estado Centralizado necessita da ciência para seus empreendimentos e modernizações, como a melhoriadas armas de guerra, das embarcações para fins comerciais, dos rendimentos agrícolas e do extrativismomineral;

• o Renascimento, ao valorizar o homem e a vida, permite um maior contato com a natureza (naturalismo) ea crença na possibilidade de cada vez mais conhecê-la, dominá-la e alterá-la. Além disso, o racionalismorenascentista é fundamental para a evolução científica vindoura.

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Um grande número de personagens renascentistas colaboram para o avanço científico na Era Moderna,ilustrando o que se mencionou:• Nicolau Copérnico, polonês, no século XV, através da teoria do heliocentrismo, afirma ser o Sol, e não a

Terra, o centro do universo, embora acredite nas órbitas circulares dos planetas;• Tycho Brahe, dinamarquês, no século XVI, afirma que os corpos celestes são mutáveis;• Johannes Kepler, alemão, também no século XVI, descreve como sendo elípticas as órbitas dos corpos

celestes;• Galileu Galilei, italiano, nos séculos XVI e XVII, ao lado de diversos inventos, sugere o método experimen-

tal para as ciências: observações e experimentações são necessárias para se chegar a conclusões egeneralizações.

A partir dessa linha evolutiva, o século XVII (fase posterior à do Renascimento) assiste à contribuição demais importantes personagens para a ciência:

• Isaac Newton, inglês, propõe uma revolucionária mecânica celeste, descrevendo movimentos na terra e nocéu, a partir da ação de forças naturais (e não divinas), como a gravitação universal, e expressando-asmatematicamente.

• Francis Bacon, inglês, baseando-se em Galileu, lança o método indutivo ou experimental para formulaçãode leis;

• René Descartes, francês, explicita o método dedutivo, pelo qual, sem necessariamente utilizar experiências,pode-se pensar, investigar e deduzir, com base na razão, com o auxílio de teorias matemáticas.

O que se percebe pela descrição da evolução da ciência até se atingir o século XVII é

O gradual questionamento das “verdades” da Igreja Católica, ensinadas desde a Idade Média, baseadasna fé, e sua substituição pelos fundamentos científicos, baseados na razão, e no conhecimento.

Como desdobramento do que se mencionou, o século XVII reserva um importante questionamentofilosófico: sendo o universo regido por leis naturais e o homem um membro do universo, por que não defendertambém a existência de leis naturais para a política e a economia?

Fica, dessa forma, lançado

o gradual questionamento do intervencionismo do Estado, típico da Era Moderna, caracterizado peloAbsolutismo e pelo Mercantilismo, e sua substituição pelo Estado Liberal, marcado pela redução dointervencionismo, no campo político e econômico.

2 – O ILUMINISMO DO SÉCULO XVIII

Com base no racionalismo da Revolução Científica e no êxito do liberalismo das Revoluções Inglesas doséculo XVII – estas descritas no próximo capítulo – filósofos, quase sempre oriundos da classe burguesa,explicitam, ao longo do século XVIII, um conjunto de idéias contrárias ao Antigo Regime do período moderno.

Assim, o século XVIII fica conhecido como o “Século das Luzes”, ou da “Iluminação”, ou ainda, do“Iluminismo”.

Em linhas gerais, representam fundamentos do Iluminismo:

• combate à autoridade do Estado Absolutista e a todas as suas formas de repressão política;

• combate ao intervencionismo econômico do Estado Mercantilista;

• combate à repressão cultural da Igreja (sobretudo a Católica);

• defesa da liberdade de pensamento, expressão e crença religiosa;

• fim do privilégio do nascimento, que deve ser substituído pelo do trabalho (defesa do enriquecimento lícito eda propriedade);

• defesa da igualdade civil dos cidadãos: todos os homens têm o direito de usufruir das liberdades eoportunidades, sem infringir a lei (a igualdade, nesse caso, não atinge a distribuição igualitária dasriquezas – base do pensamento socialista, apenas no século XIX);

• defesa do liberalismo econômico em todas as suas formas de manifestação;

• defesa da divisão dos poderes;

• crença na existência de uma Constituição.

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Uma vez mais, chama-se a atenção para o caráter burguês de tais pensamentos. Os teóricos do pensa-mento liberal vêm, em geral, dessa classe. Suas teorias são expostas a seguir e é importante contextualizá-los:

Teóricos do Liberalismo Político

(Fins do século XVII e ao longo do século XVIII; surgem após o êxito da Revolução Gloriosa da Inglaterra,com John Locke; inspiram a Revolução Francesa do século XVIII)

John Locke

O Estado deve apenas garantir os direitos naturais dos súditos (vida, liberdade e propriedade). O abusode um monarca é motivo para o povo destituí-lo do poder. De todos os poderes, o Legislativo (dos representantesdo povo) é o mais importante mas não ilimitado.

A defesa da propriedade como direito natural demonstra o caráter burguês de seu pensamento, o foi seguido por outros pensadores.

Montesquieu

O poder do Estado deve ser reduzido através da maior atuação dos 3 poderes – Legislativo, Executivo eJudiciário. Porém, não devem existir abusos entre seus componentes e um poder deve conter os demais –“Teoria dos Freios e Contra-pesos”. Defende a separação e a delimitação dos poderes, bem como sua harmonia.

Voltaire

Defensor da liberdade individual e da tolerância intelectual – “Não concordo com uma só palavra doque dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo”. Ataques radicais às instituições organizadas,como o Estado e a Igreja. Extremamente sarcástico, torna-se um defensor dos injustiçados, pregando, comvoracidade, o livre-pensamento.

Rousseau

Romântico defensor da justiça social, das liberdades, do fim da tirania, determina que o mundo bom é omundo primitivo (volta ao primitivismo), uma vez que o “homem nasce bondoso e livre e a civilização o perverte”.Imagina, com romantismo, uma sociedade pura, onde o povo, em sua maioria, designa poderes para um soberanoagir em seu nome (democracia) através de um “contrato”. Por isso, o poder de um Estado democrático éilimitado.

Como se observa, ao contrário dos demais iluministas, não defende as liberdades burguesas e sim aspopulares (prega inclusive a propriedade privada como origem das desigualdades) e despreza a razão,valorizando o sentimento.

Enciclopedistas

Organizadores da “Enciclopédia” – coletânea de 35 volumes contendo vários pensamentos de liberais esistematizando a filosofia iluminista. Destacam-se como enciclopedistas: Diderot, D’Alembert, dentre outros.

Teóricos do Liberalismo Econômico

(Segunda metade do século XVIII; surgem logo após o início da Revolução Industrial da Inglaterra,inspirados nas transformações provocadas pela mesma, sobretudo no que diz respeito à grande acumulação decapitais)

São considerados princípios liberais básicos para a economia, defendidos pelos pensadores explicitados adiante:

– A economia é regida por leis naturais (como a da oferta e procura, por exemplo). Não há, portanto, anecessidade do intervencionismo estatal nos negócios econômicos.

– Livre-iniciativa (individualismo econômico).

– Livre-concorrência.

– Livre-cambismo (reduções nas taxas alfandegárias para estímulo ao comércio internacional).

– Defesa da propriedade particular.

– OBS. A expressão francesa “Laissez-faire, laissez-passer” simboliza o pensamento liberal, mostrando anecessidade de um Estado não intervencionista.

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Escolas Liberais-Capitalistas – Século XVIII

Escola Fisiocrata ou Francesa• Principal representante: François Quesnay.• A agricultura é a única atividade, de fato, produtiva.• A terra é a principal fonte de riqueza.• Defesa de um “capitalismo liberal e agrário”.

Escola Clássica ou Inglesa• Principal representante: Adam Smith.• O trabalho é a principal fonte de riqueza.• Defesa da divisão e especialização do trabalho.• Obra: “A Riqueza das Nações” – 1776.

Obs.: A Escola Clássica apresenta diversos seguidores, como o que se segue:

Robert Malthus

• Em sua “teoria da população”, afirma que a população cresce em progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16,32...), enquanto a disponibilidade de alimentos cresce apenas em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6...).Assim, a escassez de alimentos, no futuro, levará a humanidade à fome.

• Solução do problema: guerras, epidemias, etc., que reduzam a população, ou a diminuição do número defilhos por casal, por isso, é considerado um economista clássico “pessimista”.

3 – MANIFESTAÇÕES E SIGNIFICADO DO LIBERALISMO

As idéias burguesas, consagradas por grandeparcela da população européia, iniciam-se na Inglaterrae atingem seu apogeu na França no século XVIII.

As teorias liberais se sobrepõem aoautoritarismo do Estado, por várias ocasiões, atravésda luta armada, nas Revoluções Liberais ou Atlânticas.As primeiras são as Revoluções Inglesas ainda noséculo XVII, precedendo os principais pensadoresliberais; a mais consagradora é a Revolução Francesa.O pensamento liberal se frutifica também nas Américassob a forma de movimentos de independência – ARevolução Americana que liberta os Estados Unidosdo domínio inglês é o primeiro deles.

Em todos os casos, os movimentos sãoessencialmente burgueses, embora com participaçãopopular. O seu êxito leva a classe a ocupar posiçõespolíticas até então nas mãos apenas dos reis despóticose de uma nobreza parasitária.

A ascensão política da burguesia nessasdiversas revoluções consolida seu status financeiro:o Liberalismo (Econômico e Político) é uma das

causas da explosão capitalista do mundo contempo-râneo e simultaneamente uma exigência desse capitalismo.Uma vez no poder, os burgueses criam as condiçõespolíticas e econômicas necessárias à eclosão do grandemovimento da Revolução Industrial.

Em alguns países, onde a burguesia apresentamenor expressividade, a redução do poder absolutistadá-se a partir da iniciativa dos próprios reis (“reformado Estado, pelo próprio Estado”), temeroso deinsurreições populares que pudessem destituí-los,influenciados pela onda liberal. Trata-se da adoção deprincípios iluministas, sem que os monarcas abram mãodo centralismo (o povo está excluído do poder e aburguesia recebe apenas algumas concessões). A essemovimento, típico do século XVIII, dá-se o nome deDespotismo Esclarecido. São exemplos de déspotasesclarecidos: José II da Áustria, Frederico II da Prússia,Catarina II da Rússia, José I de Portugal e Carlos III daEspanha.

Faz-se, a seguir, uma apresentação dasprincipais Revoluções Liberais.

III – REVOLUÇÃO GLORIOSA – INGLATERRA – 1688

1. INTRODUÇÃO

Dá-se o nome de Revolução Gloriosa aomovimento inglês de 1688-89 que, a partir da liderançaburguesa, põe fim ao absolutismo no país, ampliandoos poderes do Parlamento.

Entretanto, deve-se entender tal revolução nãocomo um fato isolado da história da Inglaterra, e simcomo o culminar de movimentos que se sucedem aolongo do século XVII contra o Absolutismo Monárquicoreinante até então e conhecidos globalmente como

Revoluções Inglesas (aqui, destaca-se, além daRevolução Gloriosa citada, também a RevoluçãoPuritana da década de 40, base para as lutas de1688-89).

O êxito das Revoluções Inglesas inspira opensamento liberal no país, sobretudo com John Locke,no final do século XVII. No século seguinte, as idéiassão levadas ao restante da Europa, sobretudo para aFrança, inspirando outros movimentos.

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2. ANTECEDENTES

As Revoluções Inglesas devem ser compreendidas a partir de diversas transformações econômicas esociais por que passa o país, incompatíveis com a situação política vigente.

Tem-se, no início do século XVII:

1º) Um rápido crescimento econômico-financeiro da burguesia, a partir da aceleração do modo de produçãodo setor manufatureiro, conjugado com a intensificação das relações comerciais, inclusive com ascolônias, durante a Idade Moderna.

2º) A afirmação da Igreja Anglicana, incorporando as antigas terras da Igreja Católica, distribuídas entrea burguesia e a “gentry” (recente nobreza de “status” que se opunha aos pares, nobreza tradicionallatifundiária, de raízes feudais e identificados com a monarquia absolutista).

3º) Um agravamento das diferenças sociais, gerando conflitos de natureza política, pelos interessesantagônicos que se chocam. Tem-se como exemplo, de um lado, os pares, e, de outro, diversos grupos,alguns novos, como a burguesia, a gentry, e os yeomen, (pequenos e médios proprietários rurais) eos jornaleiros (trabalhadores rurais ou urbanos que vendem seu dia de serviço).

4º) A implantação de uma estrutura absolutista de governo, pela Dinastia dos Stuarts, no poder a partirde 1603, com os reinados de Jaime I e Carlos I. O poder centralizado, o governo autoritário e osprivilégios concedidos aos pares são incompatíveis com as reivindicações da burguesia em ascensãoe dos grupos que se consideram marginalizados na sociedade. Tais grupos clamam por mudanças e ocaminho é pressionar os Stuarts através do Parlamento. Assim, observa-se uma crescente divergênciaentre o Parlamento, com interesses anti-absolutistas, e o rei. Diante dos protestos dos parlamentares(sobretudo burgueses), o Parlamento é dissolvido por Carlos I, agravando as tensões.

Esses antecedentes explicam a eclosão da Revolução Puritana (1640-49) contra Carlos I. O quadro aseguir apresenta as diferenças básicas entre os lados envolvidos.

3. REVOLUÇÃO PURITANA – (1640-49)

Exército do Rei X Exército do Parlamento(“Cavaleiros”) (“Cabeças-Redondas”)

• Chefe: Carlos I

• Defesa do Anglicanismo e do Catolicismo

• Governo Absolutista

• Chefe: Oliver Cromwell

• Defesa das Igrejas Puritana e Presbiteriana (Religiões seguidaspelos parlamentares burgueses)

• Governo anti-absolutista (Defesa do Parlamentarismo)

Em 1649, Carlos I é deposto e Cromwell assume o poder na Inglaterra.

4. 1649 A 1658 – GOVERNO CROMWELL• Proclamação de uma República ditatorial.• Desenvolvimento da marinha britânica.• Vitória na guerra naval contra os holandeses.• “Questão da Irlanda” – matança de católicos oposicionistas na Irlanda.• Publicação do Ato de Navegação de 1651, determinando que o comércio entre a Inglaterra e as suas colônias

deve ser efetuado em barcos ingleses (Observa-se a plena vigência das idéias mercantilistas).

OBS.: Com a morte de Oliver Cromwell, em 1658, assume o governo seu filho Ricardo. Fraco e sem talentoadministrativo, é deposto em 1660 pelos Stuarts, que retornam ao poder.

5. 1660 A 1688 – VOLTA DOS STUARTS – CARLOS II E JAIME IIA volta dos Stuarts é explicada, sobretudo, pelo caráter autoritário do governo Cromwell e pelo temor das

elites (nobreza e burguesia) diante da ameaça de radicalização revolucionária proposta pelos niveladores(levellers), que propunham o voto universal e a redivisão das propriedades.

Carlos II e Jaime II, sobretudo o último, mantêm muitas das características absolutistas de seusantecessores, o que gera em 1688 uma reação mais organizada e incisiva sobre o então monarca Jaime II,deposto pela burguesia. O governo é entregue a Guilherme de Orange (Guilherme III) num movimento conhecidocomo Revolução Gloriosa.

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6. 1688 A 1689 – REVOLUÇÃO GLORIOSAAo assumir o governo inglês com a Revolução Gloriosa, Guilherme III jura a Declaração dos Direitos,

que determina:• Aprovação pelo Parlamento das contas reais.• Apenas o Parlamento cria novos impostos.• Liberdade de imprensa.• Autonomia do Poder Judiciário.• Garantia das propriedades pelo Estado (exemplificando o caráter burguês do movimento).• Católicos afastados do trono.

Significado

• Queda dos Stuarts e fim definitivo do absolutismo inglês.

• 1ª Revolução Liberal que alcança êxito.

• Adoção, com a ascensão de Guilherme III, do Parlamentarismo, modelo no qual o governo se transfere dorei para o chefe do Parlamento (1º Ministro). Tem-se, dessa forma, o rei como Chefe de Estado e o 1ºMinistro como Chefe do Governo (“O rei reina e o Parlamento governa”).

• Revolução Burguesa, considerando que a classe ocupa os postos parlamentares.

• A burguesia, conseguindo os poderes políticos até então nas mãos de monarcas absolutistas, cria condiçõespara o desenvolvimento das atividades capitalistas no país (controladas pela classe) e para a eclosão, noséculo seguinte, da Revolução industrial – afirmação do liberalismo-econômico estudada em capítulo pos-terior.

• Embora alguns teóricos iluministas já vivessem à época da Revolução Gloriosa, é a partir de seu êxito que oliberalismo político e econômico são edificados dentro do século XVIII, conforme já mencionado.

IV – REVOLUÇÃO FRANCESA – 1789 A 1799

1. ANTECEDENTES

A França pré-revolucionária é governada por Luís XVI, da família absolutista dos Bourbons, há muito nopoder, e conhece uma divisão social assim estabelecida:

Sociedade francesa

1º Estado – Clero2º Estado – Nobreza

3º Estado

AltaBaixaBurguesia

ArtesãosCamponesesSans-culottes

A respeito dessa divisão deve-se, mencionar:

1º) Clero e nobreza representam os estados privilegiados, estando isentos do pagamento de impostos(esses recaem apenas sobre o 3º Estado) e recebendo de Luís XVI ajudas financeiras sob a forma depensões que sustentam seu grandioso e inconseqüente luxo.

2º) O 3º Estado, oprimido e menos favorecido, representa quase toda a população de um total aproximadode 25 milhões de habitantes, cerca de 24,5 milhões estão nessa classe. Calcula-se que em certasocasiões os impostos chegam a 80% do total dos ganhos dos habitantes.

3º) A burguesia difere da nobreza sobretudo porque não possui privilégios políticos, embora tenha emmuitos casos, boa situação econômica.

4º) Os camponeses nos meios rurais, e os sans-culottes, nos meios urbanos, simbolizam o grande contrasteeconômico-social do sistema; sem qualquer privilégio, vivem oprimidos e miseráveis.

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5º) Luís XVI, absolutista, embora moralmente fraco e administrativamente incapaz, é, ao lado do 1º e 2ºEstados, o símbolo da arrogância e do parasitismo do sistema possuidor de uma vida de pompas eregalias. Em seu governo, despreza os problemas nacionais e aprofunda a miséria e o descontentamentodo 3º Estado.

A partir do que se mencionou, pode-se concluir que a Revolução Francesa:

É a luta do 3º Estado por melhores condições de vida, contra os privilégios do rei, clero e nobrezaliderada por uma classe rica, culta e também desejosa de mudanças: a burguesia.

Explica-se que a Revolução Francesa é uma revolução burguesa, pois

É liderada e financiada pela burguesia, que conduz as massas populares e ao seu final passa a deter opoder político, impondo à nação um Estado liberal e mais capitalista.

2. CAUSAS GERAIS DO MOVIMENTO

• Absolutismo da Dinastia dos Bourbons.

• Incapacidade administrativa de Luís XVI.

• Gastos exagerados da Corte.

• Elevada dívida externa, contraída, por exemplo, durante a Guerra dos Sete Anos (1756-63) contra a Inglaterra.

• Injusto sistema tributário, no qual somente o 3º Estado paga os impostos.

• Miséria popular – desigualdades de classes

• Sobrevivência dos privilégios feudais, como a exploração do camponês em contraste com a opulência danobreza fundiária.

• Manutenção da ordem econômica mercantilista, sobretudo o intervencionismo estatal, contra a qual se voltaa burguesia.

• Influência das idéias iluministas, sobretudo do liberalismo político e econômico.

• Ambição política da classe burguesa para, uma vez no poder, consolidar sua posição capitalista.

OBS.: Em 1787 é convocada pelo rei, a pedido de seu Ministro Necker, uma Assembléia de Notáveis cujaintenção é estender os impostos ao clero e à nobreza, dada a grave crise financeira do país. A tentativaé frustrada pela recusa dessas classes em compartilhar o ônus que recaía apenas sobre o 3º Estado.Assiste-se, inclusive, de 1787 a 1789 a uma Revolução Aristocrática ou Nobiliárquica, altamenteconservadora, na qual a nobreza protesta junto ao Estado Absolutista, o que contribui para abalar asbases desse Estado. Em 1789, é convocada a Assembléia dos Estados Gerais, para tratar daquestão tributária, com representantes dos três estados assim distribuídos:

– ½ dos membros – 3º Estado (maior representatividade por ser mais populoso).

– ¼ dos membros – 2º Estado.

– ¼ dos membros – 1º Estado.

A votação dos impostos enfrenta um obstáculo: o 3º Estado pretende a votação por cabeça (individual),pois sabe que terá o apoio de alguns padres e nobres. 1º e 2º Estados exigem a votação por classe (um voto porEstado). Criado o impasse, o rei não determina a solução e o 3º Estado se retira da sessão sob protesto,marchando para as ruas para dar início ao processo armado da Revolução. Tem-se, portanto, no fracasso daAssembléia dos Estados Gerais a causa imediata do movimento.

3. FASES DA REVOLUÇÃO

OBS.: Embora comumente dividida em quatro fases, pode-se observar a sua divisão em apenas três. Nessecaso, englobam-se as duas primeiras fases em uma única, dado o caráter moderado de ambas. Vai-seconsiderar, entretanto, a divisão mais conhecida, em quatro etapas. Muitos consideram ainda o PeríodoNapoleônico como um continuador da Revolução Francesa e uma etapa da mesma – de fato nesseperíodo tem-se a consolidação das conquistas burguesas da Revolução, embora sob uma ditadurapolítica de Napoleão, o que nega os princípios do liberalismo político dessa mesma Revolução.

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1ª Fase: 1789 a 1791

Assembléia Nacional Constituinte

• Proclamação pelo 3º Estado de uma Assembléia Nacional Constituinte.• Ações revolucionárias firmadas:

– Tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789 – prisão de presos políticos, símbolo da prepotência real.– Criação da Guarda Nacional, chefiada por Lafayette.– Movimentos camponeses, contra os privilégios reinantes – o radicalismo desses movimentos faz

nascer na França a onda do “Grande Medo”.

• Realizações da Assembléia:

– Publicação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – base dos direitos humanosapregoados inclusive na atualidade.

– Confisco dos bens materiais da Igreja, nacionalizados.– Eliminação dos privilégios feudais da nobreza.– Igualdade perante os impostos.– Publicação da Constituição Civil do Clero, limitando as funções e confiscando bens do outrora

privilegiado 1º Estado e submetendo-o ao governo.– Adoção de uma monarquia constitucional, limitando (mas não excluindo) o poder real.– Oficialização da Constituição de 1791.

OBS.: Embora já imersa no processo revolucionário, a França assiste nessa primeira etapa a mudançasainda de caráter moderado. Mais que isso, percebe-se um duplo objetivo da burguesia que significauma divisão ideológica dentro do 3º Estado revolucionário e que ao se aprofundar, posteriormente,dará à Revolução feições bem mais radicais: de um lado, procura conter o poder real, aumentando assuas próprias atribuições políticas e, de outro, tenta freiar o “perigoso” ímpeto das massas desejosasde mudanças que poderiam vitimá-la com a tomada de suas propriedades, por exemplo. Assim, explica-se a tendência moderada, vista também na 2ª fase, como uma conciliação entre a monarquia tradicionale a República popular pretendida pelo povo.

2ª Fase: 1791 a 1792

Assembléia Legislativa

• Marcadas eleições, são eleitos e empossados os membros da Assembléia Legislativa. Como vigora ovoto censitário (o eleitor vota mediante uma renda mínima), os deputados eleitos são representantes daburguesia e de tendência moderada.

• Aparecem novos partidos e definem-se as tendências políticas:

– Neutros – Independentes (Planície).– Apoio ao rei – Conservadores – 1º e 2º Estados.– Oposição ao rei – 3º Estado, dividido em:

• Gironda: tendência moderada e elitista – alta burguesia

• Montanha: tendência radical e popular – baixa burguesia e restante do 3º Estado. Destaca-se aquio Clube dos Jacobinos, facção fanática liderada por Robespierre, além do Clube dos Cordeliers.

• No fim do período, o processo revolucionário se aprofunda: intervenções militares externas da Áustria ePrússia em favor de Luís XVI (vários monarcas europeus temem que as idéias do 3º Estado cheguemàs nações vizinhas) provocam derrotas francesas, em parte devido à traição do rei, que passa para osestrangeiros valiosas informações sobre os movimentos militares do 3º Estado. A desconfiança popularleva o rei a uma fuga fracassada, que resulta em sua deposição e aprisionamento. O radicalismo começaa ganhar campo. Organiza-se uma Convenção Nacional ou Assembléia Convencional para dirigir aFrança.

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3ª Fase: 1792 a 1794

Convenção Nacional

• 1ª Etapa: 1792 a 1793: governo da Gironda– Identificação com a alta burguesia.

– Julgamento e morte de Luís XVI, guilhotinado. Logo depois, o mesmo ocorre com sua esposa MariaAntonieta.

– A alta burguesia coloca-se contrária à execução do rei por acreditar que tal fato incendiaria aindamais o processo revolucionário, satisfazendo às massas e ameaçando o seu poder. A posição daburguesia torna-se nítida: manter-se no poder sem aderir aos anseios populares. Por isso, em 1793é destituída pelos jacobinos, de tendências populares.

• 2ª Etapa: 1793 a 1794: governo da Montanha– Poderes para os radicais jacobinos, liderados por Robespierre.

– Proclamação de uma República Ditatorial.– Elaboração de uma Nova Constituição, em 1793 (Ano I), determinando:

• modificação do calendário francês (reinício da contagem dos anos – 1793 passa a ser o ano I – eadoção de novos nomes para os meses de acordo com aspectos climáticos: Frutidor, Floreal, Termidor,Brumário, Ventosa, etc.).

• criação do Comitê de Salvação Pública – símbolo do Poder Executivo, exercido por Robespierre.

• criação do Tribunal Revolucionário – símbolo do Poder Judiciário, responsável pela morte de milharesde oposicionistas.

• confisco e redistribuição de bens das elites.

• adoção do voto universal.

• aprovação da Lei dos Preços Máximos – tabelamento de preços dos gêneros básicos.

• redivisão de diversas propriedades territoriais.

• fim da escravidão nas colônias.

– Detenção, nesse período, com forças armadas, das ofensivas externas que pretendem acalmar oímpeto revolucionário.

– O radicalismo desta etapa determina o que se chama de fase do “Terror”. Porém, o extremismo deRobespierre, inclusive com a execução de seus inimigos e até dos moderados e neutros, faz comque seus alicerces políticos se abalem e dividam. Com a oposição crescente, dentro da própriaMontanha, é destituído em 1794 pelos girondinos, que retomam o poder (Reação Termidoriana).

4ª Fase: 1794 a 1799

Diretório

• Retorno da alta burguesia ao poder político.

• Matança dos montanheses que detinham o poder na fase anterior (“Terror Branco”), inclusiveRobespierre.

• Organização Política:

– Executivo: composto por um Diretório formado por 5 membros.

– Legislativo: composto por 2 câmaras – Conselho dos Anciãos e Conselho dos Quinhentos.

• Eliminação do voto universal; retorno ao voto censitário.

• Fim da Lei dos Preços Máximos.

• Adoção de uma Nova Constituição em 1795 (Ano III).

• Repressão à Conspiração dos Iguais, em 1796, liderada por Graco Babeuf, contra o Diretório. Aolançar a proposta de um governo igualitário, adota, ideologicamente, uma postura socialista. Apesarda repressão, tais idéias deixam frutos para o futuro.

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• O período do diretório suprime, como se observa, as conquistas populares da Convenção Nacional. Agrande massa de camponeses e sans-culottes é excluída de qualquer participação: a elite governante,marcada por um extremo conservadorismo, leva o país à inflação (em parte devido à eliminação daLei dos Preços Máximos), à corrupção e à estagnação econômica, responsáveis por uma insatisfaçãogeneralizada.

• Repressão a duas tentativas de tomada do poder internas, uma da velha realeza, outra dos jacobinos.

• Ao lado dos problemas internos, a nação francesa enfrenta diversas tentativas de intervenção externaarmada, visando ao retorno da velha ordem aristocrática-absolutista dos tempos de Luís XVI. Sãoorganizadas várias coligações (coalizões) estrangeiras, algumas delas derrotadas pelas forças deum jovem general, Napoleão Bonaparte.

• Em 1799, a situação para o Diretório é gravíssima: insatisfação popular, péssimas condições financeirasdo país e lutas externas. A própria burguesia detentora do poder acredita ser preciso nascer na Françauma nova força governante que consiga a simpatia popular, a garantia da ordem interna (que tantoameaça as propriedades burguesas) e a vitória contra os estrangeiros. Tal força se canaliza para afigura de Napoleão Bonaparte, que dissolve o Diretório e assume o governo francês com a união dasclasses burguesa e popular – é o Golpe do 18 Brumário, marcando o fim oficial da RevoluçãoFrancesa, cujas conquistas cabem a Napoleão consolidar.

4. CONCLUSÃO

A Revolução Francesa marca a transição, dentro da historiografia tradicional, da Idade Moderna para aContemporânea. Está inserida no contexto das revoluções liberais como a mais expressiva manifestação doLiberalismo e faz nascer um novo Estado liberal – burguês – capitalista que, se não atende aos plenos anseiospopulares, derruba os entraves do Antigo Regime, simbolizado pelo Absolutismo, Mercantilismo e até vestígiosdo Feudalismo medieval. Seus ideais influenciam os diversos movimentos liberais latino-americanos, expressosnas lutas pela independência; o seu lema “liberdade, igualdade e fraternidade”, cantado por toda a naçãorevolucionária, embora desfrutado apenas pela burguesia, inspira diversas constituições futuras, sendo umabandeira dos próprios direitos humanos; não se superam os privilégios do dinheiro, mas são abolidos os privilégiosde nascimento, típicos do Antigo Regime e impõe-se uma dura lição de moralidade à Igreja, ainda que nãofielmente seguida.

V – PERÍODO NAPOLEÔNICO – 1799 A 1815

1. CONSULADO – 1799 – 1804

• Napoleão assume o governo com o título de Cônsul.

• Elaboração de uma nova Constituição (1799).

• Reestruturação financeira do país, com a criação do Banco da França.

• Restabelecimento de uma política de não interferência entre o Estado e a Igreja Católica (Concordatade 1801).

• Criação do Código Civil (Código Napoleônico), mais significativa contribuição do Consulado. Talcódigo protege a propriedade (caráter burguês do documento), melhora a situação do homem docampo, restabelece a escravidão nas colônias (necessidade de mão-de-obra), proíbe associação detrabalhadores, suspende o direito de greve, dentre outras disposições. Prepara a França para a RevoluçãoIndustrial e seus artigos atendem sobretudo às aspirações da burguesia – o que significa, para muitos,uma continuação das conquistas burguesas da Revolução Francesa.

2. IMPÉRIO – 1804 – 1815

• Através de um plebiscito, Napoleão torna-se Imperador da França.

• Vitórias consecutivas da França contra as coligações ou coalizões (reuniões de exércitos estrangeiros),ampliando territorialmente o país.

• Declaração de um Bloqueio Continental à Inglaterra (1806), proibindo o comércio das demais naçõeseuropéias, com os ingleses. Tal medida objetiva arruinar economicamente a Grã-Bretanha para facilitaruma investida militar posterior, mas não surte os efeitos esperados pelos franceses.

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• Devido à não aceitação dos termos do Bloqueio, Portugal vê-se invadido pelas tropas napoleônicas, apartir de 1807, data em que a família real portuguesa transfere-se para o Brasil, onde chega no anoseguinte (contribuindo para o processo de independência, como será visto em unidade posterior).

• Início da decadência do Imperador, com a fantástica derrota na Rússia (1812) quando 300 mil soldadosfranceses são mortos pelo frio.

• Com a recuperação dos inimigos (recuperando inclusive territórios perdidos) registra-se a invasão daFrança.

• Napoleão perde o trono na Batalha de Fontainebleau (1814) e a seguir é exilado na Ilha de Elba.

Congresso de Viena – 1814 – 15

Realizado após a derrota napoleônica em Fontainebleau, determinando a(o):

– Reestruturação do mapa europeu, modificado pelas conquistas de Bonaparte (ver mapa adiante).

– Retorno ao trono dos legítimos soberanos afastados por Bonaparte. Na França voltam os Bourbons,sob Luís XVIII – é o Princípio da Legitimidade.

– Organização do exército da Santa Aliança por tropas da Áustria, Rússia e Prússia para garantir osnovos governos, muitos deles de tendência absolutista (caráter militar e anti-liberal).

Observa-se que o Congresso representa o retorno à velha ordem, vigente na Europa antes mesmo de1789 – o conservadorismo é, portanto, uma de suas principais características.

Foram considerados seus principais representantes: Metternich (Áustria), Alexandre I (Rússia), FredericoGuilherme III (Prússia) e Castlereagh (Inglaterra).

O significado do Congresso de Viena para o continente será melhor analisado no capítulo “Ordem Européiado Século XIX, visto em unidade posterior.

Governo dos Cem Dias – Março a Junho De 1815

Após o retorno à paz e as determinações doCongresso de Viena, Napoleão foge da Ilha de Elba eretorna à França, depondo Luís XVIII e reassumindo ogoverno. Mas, as condições particulares, bem diversasdas anteriores, fizeram-no novamente um derrotadoapós cem dias. A derrota na Batalha de Waterloo é

decisiva e final, fazendo-o preso e exilado na Ilha deSanta Helena (Atlântico Sul), onde morre em 1821,deixando mais uma vez para Luís XVIII o trono francês.Mais que isso, deixa um enorme legado de um dosmaiores mitos de todos os tempos, em toda a História.

Europa e Império Napoleônico em 1812

Inglaterra

Por

tuga

l

Prússia Rússia

Império da Áustria

Suíça

Império Otomano

LEGENDA

Império Francês

Estados Dependentes do Império

Estados Independentes

Espanha

Império Francês

Confederaçãodo Reno

Itália

Grão Ducadoda Varsóvia

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(*): Obs.: Suas subdivisões são desconsideradas pois são objeto de posterior análise.

VI – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1. DEFINIÇÃOChama-se de Revolução Industrial às transformações políticas, econômicas e sociais originárias da gradativa

substituição, nas fábricas, do trabalho manual pelo trabalho mecânico, a partir da segunda metade do séculoXVIII, inicialmente na Inglaterra.

Essa transformação das manufaturas em maquinofaturas exige algumas pré-condições e, como severá adiante, a Inglaterra as possuía, pois as adquire ao longo da Idade Moderna.

2. PRÉ-CONDIÇÕES PARA A EXISTÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1 - Acumulação de capitais, o que ocorre durante a Idade Moderna e a partir dos seguintes fatores:

• Aparecimento das manufaturas, substituindo as Corporações de Ofício da Idade Média, (localonde os artesãos trabalhavam com suas próprias ferramentas e matérias-primas e vendiam o produtofinal auferindo seu lucro). Com a impossibilidade dos trabalhadores adquirirem as matérias-primas emaquinários de custo cada vez mais elevado, eles se separam dos seus meios de produção, agoranas mãos da burguesia, e vendem apenas a sua força de trabalho, em troca de baixos salários.

• Revolução Agrícola, provocando, no fim dos tempos modernos, uma modernização na estruturaprodutiva dos campos.

Europa em 1815 (após o Congresso de Viena)

Inglaterra

Países Baixos

França

Espanha

Por

tuga

lConfederaçãoGermânica (*)

Suíça

Polônia

Império da Áustria

Itália (*)

Rússia

Império Otomano

O principal mecanismo que impulsionou acapitalização dos campos foi o fenômeno dos“cercamentos”, iniciado no século XVI.

A princípio, consistia na transformação dasterras agrícolas comunais em terras privadas depastagens para a produção lanígera, essencial àdemanda das manufaturas à época do capitalismocomercial.

A partir do século XVIII, dadas as transforma-ções decorrentes da introdução das maquinofaturas,os objetivos originais dos cercamentos se ampliaram.Desta forma, a expropriação das terras comunaistornou-se, adaptando-se à nova realidade, uma

empresa capitalista. Seguiu-se, então, uma ampliaçãodas áreas cultiváveis favorecendo o latifúndio e aconcentração de terras nas mãos de menos pro-prietários, introdução de maquinário na produçãoagrícola, melhoria no sistema de adubagem,crescimento da produção de cereais e leguminosas,melhor controle na reprodução do gado em geral, etc.

Em conseqüência dessas mudanças, acumu-lam-se capitais e aumenta-se a produção de alimentos,mas tem-se em troca o êxodo rural, decorrente daexpulsão dos trabalhadores do campo e gradativamentesua concentração nos centros urbanos como mão-de-obra barata e disponível para o processo industrial.

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• Capitalismo Comercial, gerando a “acumulação de capitais”, na era da Revolução Comercial.

• Crescimento do sistema bancário.

2 – Disponibilidade de mão-de-obra, possível, como se mostrou, a partir do êxodo rural provocadopelos cercamentos e pelo fechamento das corporações de ofício nas cidades, sem condições deconcorrência com as manufaturas.

3 – Condições técnicas favoráveis, com destacada evolução nos setores de produção têxtil (máquinade fiar), energético (máquina a vapor) e de transportes (barco e locomotiva a vapor)

4 – Presença de matérias-primas, sobretudo o algodão para as tecelagens, o carvão como combustívelbásico da máquina a vapor e o minério de ferro para a construção das máquinas mais modernas.

5 – Mercados consumidores, na Europa e suas colônias.

3. RAZÕES DO PIONEIRISMO INGLÊS NO MOVIMENTO

A Inglaterra, dentre toda as nações do século XVIII, é a que melhor apresenta simultaneamente as pré-condições para a eclosão da Revolução Industrial, citadas no item anterior.

Observam-se as razões a seguir:

• Disponibilidade de capitais: durante a Idade Moderna, na era da Revolução Comercial, é a nação que maisacumula capitais.

• Mão-de-Obra abundante: com o fim das corporações e sobretudo com os cercamentos, típicos da Inglaterra,a quantidade de mão-de-obra disponível, do campo e da cidade, torna-se imensa.

• Condições técnicas favoráveis: na Inglaterra registra-se um grande progresso técnico, com o surgimentode novos e modernos inventos, como a máquina a vapor.

• Presença de matérias-primas: como o carvão e o minério-de-ferro disponíveis no país e o algodão nas colônias.• Amplos mercados consumidores: representados pela própria população inglesa, pelas nações européias

vizinhas e pelas colônias americanas, africanas e asiáticas.• Meios de transportes eficazes: especialmente a frota mercante desenvolvida durante toda a era mercantilista

e transportadora de matérias-primas e produtos finais para todo o globo.• Condições políticas internas favoráveis: possíveis com a ascensão da burguesia ao poder político, a

partir da Revolução Gloriosa (implantação do Parlamento). Tal classe desenvolve todas as condições internaspara o crescimento do capitalismo dentro de um Estado Liberal.

• Incentivo da religião: a partir do século XVI a Inglaterra terá muitos adeptos do Calvinismo (no país, com onome de religião puritana), seita que considera os lucros um sinal de salvação eterna. Além disso, a Inglaterrarecebe, a partir de 1685, um grande número de calvinistas franceses perseguidos no país com a revogação,nesse ano, do Edito de Nantes, que concedia aos mesmos liberdade religiosa.

4. FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1ª fase: aproximadamente de 1760 a 1860

– As indústrias aparecem especialmente na Inglaterra, embora no princípio do século XIX surjam fábricastambém nos Estados Unidos, França e Bélgica.

– O carvão é o principal combustível. Sua grande aplicação se dá com o advento da máquina a vapor.

– Predomínio da indústria têxtil, sobretudo algodoeira e lanígera.

– Utilização do ferro e não do aço, na construção de máquinas.

– Péssimas condições de trabalho, justificadas a partir dos seguintes exemplos:

• Precárias condições de saúde, higiene e segurança nas fábricas;• Péssimos salários;• Longas jornadas diárias de trabalho (chegando à impressionante casa de 16 horas!!!);• Desqualificação intelectual do operário que executa, por vezes, uma única tarefa, meramente física,

em função da ausência do trabalho intelectual;

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• Excesso de mortalidade nas fábricas, pelas péssimas condições de higiene, saúde e segurança epela monotonia do trabalho, por vezes geradora de acidentes de trabalho;

• Ausência de sindicatos;

• Repressão por parte dos patrões aos movimentos trabalhistas, com castigos e demissões (Adisponibilidade excessiva de mão-de-obra – o chamado “exército industrial de reserva” – faz com quea substituição dos demitidos se faça de forma imediata, o que aliás é um grande instrumento depressão dos patrões frente às reivindicações operárias);

• Excesso de trabalho feminino e infantil, cuja mão-de-obra é mais barata.

• OBS.: Todo quadro exposto motivará, no século XIX, o nascimento do pensamento socialista,apregoando maior justiça sócio-econômica para os trabalhadores – assunto analisadoposteriormente.

2ª fase: aproximadamente de 1860 até o final da 2ª Guerra

– Expansão industrial às demais nações, notadamente até Japão, URSS, Alemanha, Itália e Canadá,além daquelas mencionadas na 1ª fase.

– Utilização do petróleo como principal combustível e também da energia elétrica nas fábricas.

– Notável diversificação industrial – Setores elétrico-eletrônico, químico, metalúrgico, etc.

– Substituição do ferro pelo aço como material industrial fundamental;

– Melhoria nas condições de trabalho, exemplificadas pelas razões que se seguem:

• Melhoria nas condições gerais de trabalho nas fábricas;

• Redução das jornadas diárias de trabalho, fruto de intensas lutas trabalhistas;

• Presença de sindicatos e movimentos trabalhistas – citados mais adiante.

3ª fase: aproximadamente de 1945 aos dias atuais

- Notável avanço tecnológico: informática, robótica, biotecnologia, armamentos, telecomunicações,genética, etc.

- Aumento da capacidade produtiva para atendimento de um mercado em rápido processo deglobalização.

- Miniaturização dos produtos, situação típica dos setores de informática e eletro-eletrônicos.

- Ampliação do nível de competitividade entre as empresas.

- Padronização dos hábitos de consumo – um mercado globalizado não pode ser atendido em suaspreferências ou necessidades individuais.

- Crescente retração do papel do Estado na atividade econômica, característica marcante do modeloneoliberal que se impõe na transição para o século XXI.

5. CONSEQÜÊNCIAS GERAIS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1ª. Ampliação e aceleração do processo produtivo devido à:

• Presença mais intensa da máquina;

• Divisão e especialização do trabalho;

• Aparição da produção em série, caracterizada pelo (a):

– grande número de unidades produzidas num curto espaço de tempo;

– fabricação de unidades idênticas.

2ª. Maior afastamento do trabalhador do processo de produção em função:

• Da sua maior separação dos meios de produção;

• Do elevado grau de especialização e divisão do trabalho, onde muitas vezes o trabalhador não tomacontato com o produto final que ajuda a produzir.

3ª. Aprofundamento da diferença de classes – burguesia e proletariado.

4ª. Aumento da vida urbana.

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5ª. Melhoria do nível e aumento da expectativa média de vida, devido às maiores disponibilidades dealimentos, maior conforto e comodidade com os progressos industriais e inovações nos setores químicose farmacêuticos.

6ª. Evolução do Capitalismo, de Comercial para Industrial (os lucros advêm da produção industrial) edeste, para o Financeiro, a partir de fins de século XIX, quando o capital bancário se funde ao industrial,fazendo surgir os grandes conglomerados (monopólios).

São expressões desse Capitalismo Financeiro:

• Trustes – Fusões e absorções de empresas para detenção do monopólio de todo o processo produtivo, ouseja, o capital controla desde a matéria-prima até a colocação do produto no mercado consumidor.

• Cartéis – Associação de empresas de um mesmo setor produtivo juridicamente autônomas, mas concorrentesentre si, com o objetivo de estabelecer preços mínimos.

• Holdings – O capital do conglomerado é controlado por uma instituição de crédito que, ao financiar unidadesprodutoras, acaba por monopolizar o capital das mesmas (controle das ações).

7ª. Afirmação do Liberalismo Econômico, enquanto ideologia burguesa.

8ª. Surgimento do Socialismo, ideologia que visa à anulação das desigualdades, em benefício da classebaixa, surgindo a partir das injustiças presentes no trabalho das fábricas. São seus princípios básicos:

• Igualdade na distribuição de riquezas.

• Fim da propriedade particular dos meios de produção.

• Participação ativa do Estado no processo de distribuição de riquezas.

• Eliminação das diferenças de classes.

OBS.: note-se a oposição, em todos os aspectos, ao modelo Liberal – Capitalista.

Apesar da referência necessária, os estudos a respeito do Socialismo, suas divisões, manifestações econseqüências são objeto de análise em outra unidade.

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1) (FMTM) As relações de suserania e vassalagem,típicas da Idade Média, resultaram em:

a) grande arrecadação de tributos, pois os vassalosdeviam a talha e a corvéia aos suseranos.

b) reforço do poder da igreja católica, pois ossuseranos julgavam os hereges.

c) fragmentação política, pois suseranos e vassalosexerciam poder em seus feudos.

d) fortalecimento da autoridade dos reis, pois ossenhores deviam-lhes obediência direta.

e) diminuição da importância econômica da terra,pois os vassalos perdiam a posse dos feudos.

2) (UFOP) Com relação à economia feudal entre osséculos X e XIII, é CORRETO afirmar que:

a) era uma economia predominantemente urbana,com uma grande circulação monetária mediandoas trocas comerciais.

b) havia a predominância do trabalho assalariado,inclusive no meio rural, que experimentava, nessaépoca, uma grave crise de produção de cereais.

c) houve, nesse período, uma expansão econômicainterna e externa na Europa, estimulada pelasCruzadas.

d) através dos Atos de Navegação, a Inglaterraalcançou uma predominância no comérciointernacional de tecidos sobre a rival Holanda.

e) houve grande expansão da economia, devido àentrada de produtos das Américas, como o açúcare o cacau.

3) (FUVEST) As cidades medievais:

a) não diferiam das cidades greco-romanas, uma vezque ambas eram, em primeiro lugar, centros político-administrativos e local de residência das classesproprietárias rurais e, secundariamente, tambémcentro de comércio e manufatura.

b) não diferiam das cidades da época moderna, umavez que ambas, além de serem cercadas por grossasmuralhas, eram, ao mesmo tempo, centros decomércio e manufatura e de poder, isto é,politicamente autônomas.

c) diferiam das cidades de todas as épocas e lugares,pois o que se definia era, precisamente, o fato deserem espaços fortificados, construídos paraabrigarem a população rural durante as guerrasfeudais.

d) diferentemente de suas antecessoras greco-romanaseram principalmente centro de comércio e manufaturae, diferentemente de suas sucessoras modernas,eram independentes politicamente, dominando umentorno rural que lhes garantia o abastecimento.

e) eram separadas da economia feudal, pois sendo estaincapaz de gerar qualquer excedente de produção,obrigava-as a importar alimentos e a exportarmanufaturas fora do mundo feudal, daí a importânciaestratégica do comércio na Idade Média.

4) (PUC-MG) Dentre as desordens sociais observadasdurante a crise do século XIV, destacam-se asinsurreições camponesas na França (Jacquerie –1358) e na Inglaterra (Rebelião de Wat Tyler – 1381).Tais movimentos se encontram associados,EXCETO:

a) ao avanço dos cercamentos expulsando oscamponeses.

b) à situação de extrema miséria verificada no campo.

c) ao elevado nível de opressão das obrigaçõesservis.

d) às calamidades naturais ocorridas no período emquestão.

CRISE DO SISTEMA FEUDALQUESTÕES OBJETIVAS

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5) (PUC-MG) Entre os séculos XII e XIV, ocorreramintensas mudanças na vida da população da EuropaOcidental, quebrando a “pureza” do feudalismo.Dentre elas, destacam-se, EXCETO:

a) enriquecimento da classe mercantil, que superao poder político da aristocracia feudal,

b) intensificação das relações monetárias, rompendoa base natural da economia feudal,

c) crescimento da atividade comercial, devido aoaumento do volume dos excedentes.

d) aumento da produção agrícola, provocando aqueda da taxa de mortalidade.

e) formação das corporações de ofício, defendendoo trabalho artesanal nas novas cidades.

6) (UNI-BH) O Feudalismo europeu ocidental entrou numperíodo de crise aguda no século XIV e daí pordiante se desintegrou, com maior ou menor rapidez,em diferentes regiões.

SWEEZY, PAUL ET AL. A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO

PARA O CAPITALISMO – UM DEBATE.

As razões fundamentais dessa crise foram, EXCETO:

a) a superexploração do trabalho dos servos pelosnobres, que exigiam deles um maior tempo detrabalho.

b) as revoltas camponesas e urbanas atribuídas àmiséria que passou a caracterizar a vida decamponeses e trabalhadores.

c) o esgotamento das forças produtivas acentuado pelacrise demográfica derivada da Peste Negra.

d) a descoberta de novas minas de ouro e prata emterritórios alemães, gerando a disputa entre váriasnações pelo seu domínio.

7) (UFMG) Podemos entender a formação do EstadoNacional Moderno como a convergência da váriasforças políticas, sociais, econômicas, que seconstituíram à medida em que se acentuava adecadência do sentido de universalidade eparticularismos feudais. Com relação ao EstadoNacional Moderno, todas as afirmativas são corretas,EXCETO:

a) O Estado Português constitui um dos primeirosexemplos de uma monarquia nacionalcentralizada.

b) O comércio foi fator básico na consolidação dosnovos Estados centralizados, relacionandoregiões e interesses.

c) O esquema Burguês + Rei = Estado Nacional éválido para todos os países europeus e explica aconsolidação da nova ordem política.

d) O mercantilismo teve, nesse novo tipo de Estado,função consolidadora, ainda que variando suasformas.

e) O estado centralizado legitimou, no plano social,a diferenciação fundada nos privilégios dasociedade de ordens.

QUESTÕES DISCURSIVAS

8) (PUC-MG) Em relação ao renascimento comercial e à crise do mundo feudal:

a) Determine duas razões do surgimento da classe burguesa.

b) Estabeleça um interesse da burguesia na formação do Estado Nacional Moderno.

9) (UF-Viçosa) O longo processo de transição do Feudalismo para o Capitalismo teve início com uma criseeconômica, social e política ocorrida na Europa, durante o século XIV.

Aponte 3 elementos que caracterizaram essa crise.

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1) (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatoresque caracterizaram os Estados Nacionais formadosa partir do século XV, EXCETO:

a) Criação de um exército permanente.

b) Manutenção dos privilégios das corporações.

c) Organização de um sistema nacional de impostos.

d) Ordenação de uma administração centralizada.

2) (PUC-MG) Sobre a formação das estruturascapitalistas de produção a partir do século XV, épossível afirmar, EXCETO:

a) O estabelecimento dos Estados Nacionaispromoveu a ascensão política da burguesia,garantindo que os interesses desse grupo sesobrepusessem aos da aristocracia.

b) A ideologia burguesa, dignificadora do trabalho edo hábito de poupar, associou-se ao Calvinismo,que forneceu a justificativa religiosa para astransformações então observadas.

c) A expansão marítima e os descobrimentosdesdobraram-se na edificação de um sistemacolonial que visava à acumulação primitiva decapitais.

d) A expropriação crescente de trabalhadores, noscampos e cidades, possibilitou a formação de umproletariado indispensável à afirmação docapitalismo.

e) O desenvolvimento de práticas econômicas decaráter mercantilista levou a um intervencionismoeconômico estatal e à adoção de políticasprotecionistas.

3) (PUC-MG) A expansão ultramarina dos paísesibéricos, no início dos Tempos Modernos, apresentacomo motivações, EXCETO:

a) necessidade de conseguir novos mercados deprodutos orientais.

b) procura de um caminho marítimo para as Índias.

c) a existência de grandes riquezas no continenteamericano.

d) interesse pela difusão do cristianismo entre povosinfiéis.

4) (UFMG) Leia o texto.

E aproximava-se o tempo da chegada das notíciasde Portugal sobra a vinda das caravelas, eesperava-se essa notícia com muito medo e

apreensão; e por causa disso não havia transações,nem de um ducado [...] Na feira alemã de Venezanão há muitos negócios. E isto porque os Alemãesnão querem comprar pelos altos preços correntes,e os mercadores venezianos não querem baixar ospreços [...] E na verdade são as trocas tão poucascomo se não poderia prever.

DIÁRIO DUM MERCADOR VENEZIANO, 1508.

O quadro descrito nesse texto pode ser relacionado à

a) distribuição na Europa da produção açucareira doNordeste brasileiro.

b) participação dos portugueses no tráfico deescravos da Guiné e de Moçambique.

c) importação pelos portugueses das especiariasdas Índias Orientais.

d) comercialização das drogas do sertão e produtostropicais da colônia do Brasil.

5) (PUC-MG) O movimento do Humanismo encontra-se inserido no contexto geral do Renascimentocultural, observado no ocidente europeu durante osséculos XV e XVI, e apresenta como característicafundamental:

a) o interesse apaixonado pela AntigüidadeClássica, isto é, greco-latina.

b) o antropocentrismo e a rejeição da crença emum ser superior divino.

c) o reconhecimento da total supremacia doindivíduo sobre o Estado.

d) o princípio da soberania popular e da igualdadedos homens perante a lei.

6) (Izabela Hendrix)

“... Ora, o que fizeram os pintores com a introduçãoda técnica da perspectiva linear foi justamente aredução do espaço pictórico a um conjunto derelações matemáticas e a sua projeção para oinfinito indicado pelo ponto de fuga, ao invés doespaço fechado do mundo gótico e bizantino. Nãohavia mais como separar a arte e a ciência, ambasrepresentavam a vanguarda da aventura burguesada conquista de um mundo aberto e de riquezasinfinitas.”

(SEVCENKO, N. O RENASCIMENTO.COLEÇÃO DISCUTINDO A HISTÓRIA.

SÃO PAULO, ATUAL/ED. UNICAMP, 1988. P. 32.)

TRANSIÇÃO FEUDAL-CAPITALISTAQUESTÕES OBJETIVAS

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4040404040 História - M1

Com base no texto acima, podemos concluir que acultura renascentista:

a) incorporou avanços técnicos e científicos aodesenvolvimento artístico.

b) empobreceu a qualidade da produção artística aotentar matematizá-la.

c) acentuou tendências medievais e bizantinas jáexistentes na produção artística européia.

d) aplicou o conhecimento científico à produçãoartística com objetivos meramente comerciais.

e) imprimiu uma padronização científica excessivaà produção artística, que perdeu sua originalidade.

7) (PUC-MG) Durante a primeira metade do século XVI,ocorreu um cisma na Igreja Católica, emconseqüência do qual foi estabelecido o conjuntode Igrejas ditas protestantes. Apresentandodivergências doutrinárias e litúrgicas visíveis, oluteranismo, o calvinismo e o anglicanismoapresentam como ponto comum:

a) a manutenção da hierarquia eclesiástica.

b) a predestinação como fonte da salvação.

c) a não-aceitação da supremacia do papado.

d) a supressão de todos os sacramentos.

8) (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatoresque permitiram o avanço do Anglicanismo, EXCETO:

a) A fusão de dogmas protestantes ao formalismodos ritos católicos.

b) O avanço das doutrinas protestantes entre ascamadas populares.

c) O fortalecimento do internacionalismo do Papa apartir do Vaticano.

d) O interesse pelas propriedades da Igreja,especialmente pelas suas terras.

e) O objetivo do rei de fortalecer seu poder absolutistamonárquico.

9) (PUC-MG) O Concílio de Trento, de 1545, orientou areforma da Igreja Católica. A leitura do fragmentodo Decreto publicado pela segunda sessão doConcílio em 7 de janeiro de 1546, abaixo reproduzido,permite CONCLUIR:

“Os bispos devem ser irrepreensíveis, sábios,castos e bons dirigentes de seus bispados, oConcílio pede que cada um seja sóbrio em sua mesae coma pouca carne. (...) o Concílio ordena leiturassantas e que cada um instrua seus empregados anão semearem a discórdia, não beberem e nãoserem imorais, cobiçosos, arrogantes oublasfemadores. Que logo abandonem os vícios esigam as virtudes; que nas roupas e no vestuário eem todos os atos eles sejam honestos, comoconvém a um ministro de Deus.”

a) Percebe-se um nítida opção pelos pobres,propondo uma maior aproximação dos religiososem relação à população.

b) Estimula-se a separação entre a Igreja e o Estado,definindo uma postura de neutralidade em relaçãoàs questões políticas.

c) Observa-se uma especial atenção no que se refereà conduta e à postura do clero, que deve servirde modelo para os fiéis.

d) Identifica-se uma proposta de gradual redução doclero secular favorecendo o fortalecimento dasordens religiosas.

10) (FCMMG) Leia atentamente o conceito demercantilismo elaborado pelo historiador PierreDeyon:

“Consideraremos provisoriamente omercantilismo como o conjunto das teorias e daspráticas de intervenção econômica que sedesenvolveram na Europa moderna desde ametade do século XV.”

(DEYON, PIERRE. O MERCANTILISMO. SÃO PAULO:PERSPECTIVA, 1973, P.11-12)

Dentre as principais práticas mercantilistas adotadaspor alguns Estados europeus, ao longo do períodode transição do feudalismo ao capitalismo,destacam-se, EXCETOa) Manutenção de uma balança comercial favorável.b) Adoção dos princípios do protecionismo

alfandegário.c) Criação de medidas de incentivo à produção

manufatureira.d) Restrição à importação de matérias-primas

necessárias à construção naval.

11) (Fund. João Pinheiro) Os Estados Absolutistasadotaram o mercantilismo como uma políticacapaz de proteger a economia e promover a suaexpansão.

Considerando-se essas informações, é CORRETOafirmar quea) a defesa da balança comercial favorável tinha

como um dos seus fundamentos o incentivo àimportação de manufaturados das colônias.

b) a política de controle demográfico visava protegeras culturas agrícolas e garantir níveis maisrazoáveis de abastecimento.

c) a política mercantilista contou com a apoio daselites coloniais enriquecidas pela estrutura liberaldo comércio com as metrópoles.

d) o mercantilismo eximia o Estado de interferir noprocesso econômico dos Estados recém-construídos.

e) os governos incentivaram o superávit da balançacomercial ao adotarem o protecionismo tarifárioe fomentarem a produção interna em seusEstados.

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12) (PUC-MG) Oriundo da crise do feudalismo, o EstadoAbsolutista representou a organização políticadominante na sociedade européia entre os séculosXV e XVIII, podendo ser caracterizado pela:a) supressão dos monopólios comerciais,

possibilitando o desenvolvimento dasmanufaturas nacionais.

b) quebra das barreiras regionalistas do feudo e dacomuna, agilizando e integrando a economianacional.

1) (PUC-MG) A expansão marítima européia, nosséculos XV e XVI, levou ao processo da conquistados povos da América. Relaciona-se a esseprocesso, EXCETO:

a) aceitação pacífica da conquista pelos nativos,causada pelo medo dos conquistadores.

b) superioridade bélica dos europeus sobre os povos“descobertos”.

c) mortandade dos povos conquistados, originadapelas epidemias e violência.

d) desorganização das culturas nativas e imposiçãode padrões culturais europeus.

e) construção ideológica da superioridade racialeuropéia sobre outros povos.

2) (PUC-MG) O continente americano – O NOVOMUNDO – é um conjunto de sociedades complexase multifacetadas. Quanto a sua formação étnico-cultural, é CORRETO afirmar que:a) a miscigenação inter-racial é intensa, produzindo

uma sociedade racialmente democrática.b) os cruzamentos multirraciais gestam sociedades

caracterizadas por um forte traço dehomogeneidade.

c) o padrão cultural do mundo ocidental-cristão,representado pelos dominadores europeus, éhegemônico.

d) a influência étnico-cultural do indígena ésecundária em toda a América devido ao massacrea ele imposto.

e) a pluralidade das influências religiosas promoveum clima de intolerância e conflitos étnico-religiosos.

QUESTÕES DISCURSIVAS

13) (UFMG) O Concílio de Trento foi a proposta institucional da Igreja Católica à Reforma Protestante. Duasinstituições da Igreja Católica desempenharam papel crucial nesse contexto – o Tribunal do Santo Ofício e aCompanhia de Jesus. EXPLIQUE o papel que cada uma dessas instituições desempenhou nesse contexto:

Tribunal do Santo Ofício:

Companhia de Jesus:

14) (UFMG) INDIQUE três condições que propiciaram a centralização política do Estado Nacional Moderno.

SISTEMA COLONIAL NAS AMÉRICAS ESPANHOLA E INGLESA

QUESTÕES OBJETIVAS

c) abolição das formas de exploração das terrastípicas do feudalismo, tornando a sociedade maisdinâmica.

d) ascensão política do grupo burguês, que passa agerir o Estado segundo seus interessesparticulares.

e) ausência efetiva de instrumento de controle,quer no plano moral ou temporal, sobre o poderdo rei.

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4242424242 História - M1

3) (Newton Paiva) O adelantado foi um personagem da história hispano-americana que pode ser associado

a) ao comando dos grupos indígenas submetidos ao trabalho compulsório.

b) às elites espanholas que controlavam a atividade mineradora.

c) ao exercício das funções judiciárias nos vice-reinados do Novo Mundo.

d) ao comando das expedições que conquistaram o continente americano.

4) (VUNESP) A mineração foi a atividade econômica mais importante da América Espanhola durante o períodocolonial. Múltiplos fatores condicionaram a formação e a decadência dos complexos numeradores do altiplanoandino e do planalto mexicano.

Assinale a modalidade de mão-de-obra que predominou nas minas de prata dos referidos complexos, duranteos séculos XVI e XVII.

a) Indígena, submetida ao trabalho compulsório.

b) Negra, submetida ao trabalho escravo.

c) Européia, no regime de trabalho assalariado.

d) Indígena, adaptada ao trabalho livre.

e) Indígena, no regime de trabalho voluntário.

5) (UFMG) Assinale a alternativa que caracteriza o sistema de trabalho conhecido como “mita”.

a) Trabalho escravo de negros nas plantações de açúcar do Caribe.

b) Trabalho forçado de índios e mestiços nas plantações de café da Colômbia.

c) Trabalho forçado de índios nas minas de ouro e prata do Peru e Alto Peru.

d) Trabalho escravo de índios nas minas de salitre e cobre do Chile.

6) (PUC-MG) Na Hispano-América Colonial, a administração municipal centralizou-se:

a) nas intendências que, até o século XVIII, controlavam a vida dos funcionários da Coroa.

b) nos Vice-Reinos, que se localizavam nas áreas de maior valor econômico.

c) nas Audiências, verdadeiros tribunais judiciários, onde atuavam os ouvidores.

d) nos Cabildos, que possuíam poderes legislativos e judiciários.

e) nas Capitanias-Gerais, localizadas em territórios estrategicamente importantes.

7) (Mackenzie) São características das Colônias de Povoamento implantadas no Continente Americano a partirdo século XVII:

a) trabalho compulsório, mercado interno, plantações de subsistência e Pacto Colonial.

b) pequena propriedade familiar, manufaturas, policultura, autonomia econômica e mão-de-obra livre.

c) grandes propriedades de terras, ação colonizadora decorrente de conflitos religiosos na Metrópole,monocultura e trabalho escravo.

d) trabalho escravo, produção voltada para a exportação, economia limitada pelo Exclusivo Colonial e latifúndiomonocultor.

e) pequenas plantações de subsistência, monocultura, ação colonizadora baseada nas propostas mercantilistase mão-de-obra livre.

8) (PUC-MG) A ocupação de terras na costa leste da América do Norte (hoje EUA) pelos ingleses caracteriza-sepela:

a) ação de grupos religiosos puritanos.

b) intensa intervenção metropolitana.

c) aculturação das tribos indígenas.

d) colonização planejada e metódica.

e) lucrativa exploração de metais preciosos.

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QUESTÃO DISCURSIVA

9) (UFMG) “Quando, em 1556, os soberanos da Espanha proibiram o uso das palavras conquista e conquistadoresem relação à América, elas desapareceram dos atos oficiais, mas ficaram nos fatos”.

(ROMANO, RUGGIERO. REVOLUÇÕES. SÃO PAULO. ED. TRÊS, 1974. V.2. Nº16)

Com respeito à colonização espanhola da América, INDIQUE:

a) Dois aspectos relativos à imposição de novas estruturas políticas nas colônias.

b) Duas estratégias adotadas na organização econômica das colônias.

c) Uma característica da estrutura religiosa imposta às colônias.

SISTEMA COLONIAL NO BRASIL

QUESTÕES OBJETIVAS

1) (UFMG) Ao comparar o português e o espanholdurante a colonização da América, Sérgio Buarquede Holanda qualificou-os como o Semeador e oLadrilhador. Considerou como ladrilhadores osespanhóis, que empreenderam uma colonizaçãomais sistemática e efetiva e, como semeadores osportugueses, que foram mais negligentes quanto aoprocesso colonizador.

Todas as afirmativas traduzem corretamente asidéias do Semeador ou do Ladrilhador, EXCETO:

a) A colonização espanhola foi marcada pelo afã dolucro, só se construía o que produzia resultadoimediato e havia aversão à ordem.

b) A colonização portuguesa tinha um caráteressencialmente comercial, demonstrado nodesinteresse em ocupar o interior na fase inicial.

c) A legislação espanhola era abundante eminuciosa, pretendendo, dessa maneira,reproduzir a própria metrópole no além-mar.

d) O português cuidou, de imediato, mais emfeitorizar uma riqueza fácil quase sempre aoalcance da mão do que em construir e planejar.

e) O traçado retilíneo e ordenado das cidadesespanholas denunciava o esforço de vencer acivilização pré-existente.

2) (UFMG) Leia o texto.

“A língua de que [os índios] usam, toda pela costa,é uma: ainda que em certos vocábulos difere emalgumas partes; mas não de maneira que se deixemde entender. (...) Carece de três letras, convém asaber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisadigna de espanto, porque assim não tem Fé, nemLei, nem Rei, e desta maneira vivem desordena-damente (...).”

(GÂNDAVO, PERO DE MAGALHÃES. HISTÓRIA DEPROVÍNCIA DE SANTA CRUZ. 1576)

A partir do texto, pode-se afirmar que todas asalternativas expressam a relação dos portuguesescom a cultura indígena, EXCETO:

a) A busca da compreensão da cultura indígena erauma preocupação do colonizador.

b) A desorganização social dos indígenas se refletiano idioma.

c) A diferença cultural entre nativos e colonos eraatribuída à inferioridade do indígena.

d) A língua dos nativos era caracterizada pelalimitação vocabular.

e) Os signos e símbolos dos nativos da costamarítima eram homogêneos.

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4444444444 História - M1

3) Na estrutura administrativa no Brasil colonial, ascâmaras desempenharam importantes funções, taiscomo, EXCETO:

a) conservação das ruas, limpezas da cidade earborização.

b) doação de sesmarias, comando militar e formaçãode milícias.

c) construção de obras públicas: estradas, pontes,calçadas e edifícios.

d) regulamentação dos ofícios, do comércio, dasfeiras e mercados.

e) abastecimento de gêneros e cultura da terra.

4) (PUC-MG) No Brasil Colônia, as ReformasPombalinas da segunda metade do século XVIIItinham como um de seus objetivos:

a) combater as idéias da Revolução Francesatrazidas da Europa por estudantes brasileiros.

b) adotar uma política administrativa baseada nocantralismo.

c) reestruturar o “Pacto Colonial” concedendoprivilégios aos ingleses.

d) estimular a industrialização e o desenvolvimentodo mercado interno da Colônia.

5) (UF-Viçosa) O Marquês de Pombal, ministro do rei D.José I (1750-1777), foi o responsável por uma sériede reformas na economia, educação e administraçãodo Estado e do império português, inspiradas nafilosofia iluminista e na política econômica domercantilismo, cabendo a ele a expulsão dos padresjesuítas da Companhia de Jesus dos domínios dePortugal.

O Marquês de Pombal foi um dos representantesdo chamado:

a) Despotismo Esclarecido.

b) Socialismo Utópico.

c) Socialismo Científico.

d) Liberalismo.

e) Parlamentarismo Monárquico.

6) (UFMG) Sobre a economia do período colonial, écorreto afirmar que

a) a economia aurífera se caracterizou pelaimobilidade social, bipolarizada entre o senhor eo escravo.

b) a pecuária se baseou na criação intensiva,assentada no latifúndio exportador e no trabalhoescravo.

c) a produção colonial foi orientada para a exportaçãode gêneros para o mercado externo.

d) a produção açucareira fixou a população no litorale criou uma expressiva camada média.

7) (PUC-MG) A implantação da lavoura canavieira noBrasil colonial, em meados do século XVI, deveu-se, dentre outros fatores a, EXCETO:a) condições geográficas favoráveis: clima quente

e terras em abundância.b) experiência portuguesa bem sucedida nas Ilhas

Atlânticas.c) ampla aceitação do açúcar no mercado internacional.d) participação de capitais holandeses na

distribuição do produto.e) baixíssimos custos na montagem do engenho

açucareiro.

8) (Fund. João Pinheiro) Leia este trecho de documento:

“Visto como o Rei da Espanha, nosso inimigo, possuiilegalmente estas terras e cidades, tendo destituídode modo inconveniente e pouco cristão o verdadeirodono do Reino de Portugal - ao qual pertence o Brasil- e também os legítimos herdeiros deste [...] hárazões de sobra para esperar a assistência da DivinaJustiça na obra da Companhia do Brasil.A Companhia das Índias Ocidentais conseguirá umgrande tesouro em navios e mercadorias, pois, porocasião do assalto, haverá na Bahia e emPernambuco grande quantidade dos mesmos, quedificilmente se poderiam esconder no interior. Logrará,também, moeda corrente, jóias, prata e ouro.”

Nesse trecho, faz-se referênciaa) à invasão holandesa nas áreas de produção

açucareira do Nordeste colonial.b) à penetração territorial de dissidentes espanhóis

na Colônia brasileira.c) à presença dos franceses nas capitanias do Norte

e do Nordeste brasileiros.d) às incursões de piratas e corsários no litoral da

América Portuguesa.e) ao assalto dos ingleses ao Forte de São Mateus,

na sede do Governo Geral.

9) (FUVEST) Foram, respectivamente, fatoresimportantes na ocupação holandesa no Nordestedo Brasil e na sua posterior expulsãoa) o envolvimento da Holanda no tráfico de escravos

e os desentendimentos entre Maurício de Nassaue a Companhia das Índias Ocidentais.

b) a participação da Holanda na economia do açúcare o endividamento dos senhores de engenho coma Companhia das Índias Ocidentais.

c) o interesse da Holanda na economia do ouro e aresistência e não aceitação do domínioestrangeiro pela população.

d) a tentativa da Holanda em monopolizar ocomércio colonial e o fim da dominação espanholaem Portugal.

e) a exclusão da Holanda da economia açucareira ea mudança de interesses da Companhia dasÍndias Ocidentais.

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10) (UFMG) Todas as alternativas apresentamafirmações corretas sobre a atividade pecuária noprocesso e colonização no Brasil, EXCETO:

a) Constituiu-se numa atividade subsidiária de grandelavoura.

b) Criou núcleos urbanos destinados ao comérciodo couro.

c) Destinou grande parte da produção de charquepara o mercado externo.

d) Foi um dos elementos importantes nainteriorização da colonização.

e) Produziu a figura do vaqueiro, um trabalhador livregeralmente pago em espécie.

11) (UFMG) Todas as alternativas contêm afirmaçõescorretas sobre a tributação do ouro nas Minas noperíodo colonial, EXCETO:

a) A Derrama era a cobrança dos impostos atrasadosquando não eram preenchidas as cotas anuais.

b) A tributação do ouro se verificou inicialmente soba forma de cobrança por bateias.

c) O imposto da Capitação recaía sobre todoescravo empregado nos trabalhos auríferos.

d) O ouro passou a ser quintado somente a partirda instalação das Casas de Fundição.

e) O quinto correspondia a uma porcentagem sobrea produção paga pelos mineradores.

12) (PUC-MG) A partir de finais do século XVII, aatividade mineradora, desenvolvida em MinasGerais, provocou transformações políticas e noconjunto da economia colonial no século XVIII. Sãoexemplos dessas transformações, EXCETO:

a) alargamento da faixa de ocupação do territóriobrasileiro.

b) transferência da sede administrativa de Salvadorpara o Rio de Janeiro em 1763.

c) concentração de mão-de-obra escrava em funçãoda demanda dos centros mineradores.

d) estímulo ao surgimento do bandeirantismo,favorecendo o processo de interiorização.

e) incremento do comércio e ampliação do mercadointerno.

13) (PUC-MG) A família patriarcal foi o modelo deorganização social do Brasil Colônia. Sobre ela, écorreto afirmar, EXCETO:

a) A esposa deveria acatar as ordens do marido,administrar a casa e educar cristãmente os filhos.

b) O senhor poderia se servir sexualmente dasescravas, consideradas “território do prazer”.

c) O primogênito dividia o poder com o pai, pois aoshomens cabiam as posições de mando.

d) As filhas eram educadas para reproduzir o papelda mãe como esposas servis e submissas.

e) A autoridade suprema era a do pai, a quem todosdeviam respeito, obediência e subordinação.

14) (UF-Viçosa)

“O ser Senhor de Engenho é título a que muitosaspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecidoe respeitado de muitos. E se for, qual deve ser,homem de cabedal e governo, bem se pode estimarno Brasil o ser Senhor de Engenho, quantoproporcionadamente se estimam os títulos entre osfidalgos do Reino.”

(ANTONIL. “CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL”, 1711)

O engenho colonial representava, em miniatura, omodelo das relações de poder que eram dominantesna sociedade colonial como um todo.

Das alternativas a seguir, aquela que NÃO constituiatribuição típica de senhor de engenho na colônia é:

a) organizar grandes expedições aos sertões embusca de metais e pedras preciosas.

b) exercer o mando e o controle sobre um amploespectro de dependentes e servidores, incluindofamiliares, agregados, escravos e lavradoreslivres.

c) possuir um grande plantel de escravos, ocupadosna complexa tarefa da produção do açúcar.

d) estar vinculado a uma rede triangular de relaçõesmercantis, envolvendo a exportação do açúcarpara a metrópole e a importação de escravos dacosta da África.

e) possuir imensa riqueza, na forma de terras eequipamentos para o fabrico do açúcar.

15) (PUC-MG) Assinale a afirmativa que sintetiza a lógicados empreendimentos coloniais em relação aotrabalho:

a) A mão-de-obra indígena era mais facilmente obtidapor ser menos dispendiosa e pela grandequantidade de índios disponíveis na própriaColônia.

b) A necessidade de grandes contingentes detrabalhadores levou os portugueses a recorreremao trabalho indígena.

c) A questão da mão-de-obra foi um problemaconstante no período, conduzindo à escravizaçãode índios e africanos.

d) A escravização do gentio constitui-se numaquestão polêmica que contrapôs, freqüentemente,lavradores e missionários.

e) O trabalho compulsório mostrou-se o maisadequado ante as diretrizes mercantilistas deocupação e exploração coloniais.

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16) (PUC-MG) O texto, do ano de 1612, refere-se aoperíodo colonial brasileiro. Leia-o com atenção

“Os bens dos vassalos deste Estado são engenhos,canaviais, roças ou sementeiras, gados, lenhas,escravos, que são o fundamento em que se estribaessa potência [...] porém a [posse] dos escravos éa mais considerável porque dela depende o remédiode todos os outros.Estes escravos hão de ser de Guiné, vindos dasconquistas ou comércios de Etiópia, ou hão de serda própria terra, ou de uns e de outros.[...] Os índios da terra, que parecem de maiorfacilidade, menos custo e maior número, comoandam metidos com os religiosos aos quais vivemsujeitos de maravilha fazem serviço, nem dão ajudaaos leigos, que seja de substância [...]”

(MORENO, DIOGO DE. LIVRO QUE DÁ RAZÃO DO ESTADO

DO BRASIL. APUD INÁCIO, INÊS DA C. E LUCA,TANIA R. DE. DOCUMENTOS DO BRASIL

COLONIAL. SÃO PAULO. ÁTICA, 1993, P. 62-63)

Todas as afirmativas que se seguem têm relaçãocom o texto, EXCETO:

a) A mão-de-obra escrava foi indispensável para aprodução de riquezas coloniais.

b) O tráfico negreiro foi responsável, em grande parte,pelo abastecimento de escravos na Colônia.

c) A riqueza do colonizador media-se pelo volumede suas propriedades, incluindo os escravos.

d) A contribuição do trabalho dos indígenas foi maissubstancial que o dos africanos.

e) Os aldeamentos facilitaram a exploração, aindaque mais amena, da força de trabalho do índio.

17) (PUC-MG) Durante a vigência da escravidão negrano Brasil colônia, o poder senhorial sobre osescravos expressava-se, EXCETO:a) nos mecanismos de vigilância, incluindo a figura

do feitor.b) na submissão absoluta do negro à escravidão.c) no estabelecimento das jornadas de trabalho.d) na construção ideológica da inferioridade do negro.e) no direito de castigar e premiar os cativos.

18) (UFMG) Leia o texto.

“Ninguém duvida que chegaremos àquela últimainfelicidade que receamos, se Vossa Majestade nãose dignar de fazer, às Câmaras destas Minas, agraça de que possam dispender tudo o que forpreciso de porção certa e anual aos capitães-do-mato, para continuarem a desinfestar as estradasdestes capitais inimigos [...], que querem lançar ojugo do cativeiro com maior conhecimento de suasforças, pelo nosso descuido em não osdesbaratarmos em seus redutos, onde cada vez sefazem mais formidáveis”.

(CARTA DO SENADO DA CÂMARA DE SÃO JOÃO DEL

REI AO REI DE PORTUGAL, 28 DE ABRIL DE 1745.)

Esse trecho do documento citado refere-se:a) à pobreza da região mineradora, que necessitava

de um fluxo constante de recursos fornecidos pelaMetrópole.

b) às lutas dos mineradores contra os índios daCapitania de Minas Gerais que atacavamconstantemente as vilas e arraiais da região.

c) à necessidade de controlar, na região mineradora,os atos de rebeldia dos escravos, como assaltose formação de quilombos.

d) à proibição da Coroa Portuguesa de que osSenados da Câmara das Minas Geraiscontratassem e pagassem os capitães-do-mato.

19) (UFMG) Antonil, jesuíta que viveu no Brasil, noperíodo colonial, destacou a importância da possede escravos, descrevendo-os como “as mãos e ospés do senhor...”.Na perspectiva da economia colonial, essaimportância pode ser confirmada pela vinculaçãoentre número de escravos possuídos e a doação dea) datas de ouro, lotes de terra destinados à

exploração mineral.b) títulos de nobreza, necessários à obtenção de

terras para a agricultura.c) sesmarias, para exploração, de acordo com o

Regimento de Tomé de Souza.d) capitanias hereditárias, lotes de terras em que

foi dividida a Colônia.

20) (UFMG) Todas as alternativas apresentamafirmações corretas sobre a escravidão no Brasil,EXCETO:a) O contingente de escravos era diversificado e

abrigava conflitos em seu interior.b) O escravo foi sempre uma mercadoria cara, só

acessível aos grandes senhores de terra.c) Os escravos de ganho realizavam serviços

variados a mando do senhor visando à obtençãode benefícios.

d) Um escravo, como qualquer outra mercadoria,podia ser objeto de compra, venda, empréstimo,doação ou penhora.

21) (PUC-MG) “O universo religioso dos negros foidilacerado no convívio colonial.”

(FERLINI, VERA L. A. “A CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR.” SÃO PAULO:BRASILIENSE, 1994, P.87)

Confirmam essa afirmativa as opções a seguir,EXCETO:a) A integração do africano ao catolicismo dava-se,

praticamente, à força.b) As manifestações da religiosidade africana eram

reprimidas pelos órgãos de repressão.c) Os cultos africanos levavam o estigma de bruxaria

e feitiçaria.d) A prática dos cultos negros, como os batuques,

eram relegados à marginalidade.e) A imposição da religião do branco liquidou com o

sincretismo religioso.

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22) (UFMG) Leia o texto.

“Doenças, acidentes, deserções, combates com osíndios iam dizimando paulatinamente a tropa. (...)Num dos momentos mais difíceis da aventura, ofilho bastardo de Fernão, José Pais, compreendeuque a única maneira de retornar à casa seria matandoo obstinado líder da bandeira. Mas Fernão descobriua conspiração e quem morreu - enforcado à vista doarraial - foi José. E com ele seus companheiros deconjura.”

(SANTOS, C MOREIRA DOS. JORNAL DO BRASIL,CADERNO B, 27/04/1974.)

Assinale a alternativa que apresenta afirmaçãocorreta sobre as bandeiras que penetraram o sertãobrasileiro no século XVII.

a) O caráter nômade e provisório das bandeirasimpediu que elas iniciassem a fixação depopulação no interior.

b) A adversidade da natureza impediu que osbandeirantes dessem início a qualquer tipo deatividade de subsistência.

c) Os índios encontrados pelo caminho eramexterminados, quando impediam a captura demão-de-obra negra e escrava.

d) Os bandeirantes paulistas, soltos no sertão bravio,muitas vezes usurpavam do Rei o poder que estelhes delegara.

23) (UFMG) Todas as alternativas contêm elementoscorretos sobre o projeto missionário e catequizadordos jesuítas, no momento da colonização brasileira,EXCETO:

a) A legitimação da espoliação e da fraternidadecristã.

b) A oratória barroca, marcada pelo discurso lineare retilíneo.

c) A simbiose da alegoria cristã e do pensamentomercantil.

d) O ardor da diplomacia cristã, mistura deveemência e ambigüidade.

e) Os caminhos violentos e sedutores da pedagogiamissionária.

24) (UFES) O processo de expansão da conquistaterritorial que culminou com a incorporação daAmazônia ao domínio português esteve vinculadoa diferentes situações. NÃO faz parte desse contextoo(a):

a) iniciativa de colonos que se aventuravam na coletade recursos naturais da região, como as “drogasdo sertão”, ou formavam as “tropas de resgate”.

b) implantação da grande lavoura canavieira combase no latifúndio e no trabalho escravo negro,voltada para o mercado externo.

c) conflito entre colonos e missionários, que tinham,a respeito da população indígena, interessesdiversificados.

d) prática de uma política oficial adotada pela Coroa,que incentivava o movimento expansionista efazia realizar expedições para o reconhecimentoda área.

e) ação das Ordens Religiosas que buscavam osindígenas para nucleá-los e catequizá-los,estabelecendo missões ou aldeamentos.

25) (FUVEST) Durante o período colonial, o Estadoportuguês deu suporte legal a guerras contra povosindígenas do Brasil, sob diversas alegações; derivoudaí a guerra justa, que fundamentou:

a) o genocídio dos povos indígenas, que era, nofundo, a verdadeira intenção da Igreja, do Estadoe dos colonizadores.

b) a criação dos aldeamentos pelos jesuítas em todaa colônia, protegendo os indígenas dosportugueses.

c) o extermínio dos povos indígenas do sertãoquando, no século XVII, a lavoura açucareira aípenetrou depois de ter ocupado todas as áreaslitorâneas.

d) a escravização dos índios, pois, desde aantigüidade, reconhecia-se o direito de matar oprisioneiro de guerra, ou escravizá-lo.

e) uma espécie de “limpeza étnica”, como se dizhoje em dia, para garantir o predomínio do homembranco na colônia.

26) (UFMG) Leia o texto adiante.

“... Não castigar os excessos que eles [os escravos]cometem seria culpa não leve, porém estes[senhores] hão de averiguar antes, para não castigarinocentes, e se hão de ouvir os delatados e,convencidos, castigar-se-ão com açoitesmoderados ou com os meterem em uma correntede ferro por mão própria e com instrumentos terríveise chegar talvez aos pobres com fogo ou lacreardente, ou marcá-los na cara, não seria para sesofrer entre os bárbaros, muito menos entre oscristãos católicos.”

(ANTONIL, ANDRÉ JOÃO. CULTURA EOPULÊNCIA DO BRASIL. 1711.)

Esse texto, escrito por um padre jesuíta em 1711,pode ser relacionado à:

a) associação entre a escravidão e a moral cristã.

b) condenação dos castigos aplicados aos escravos.

c) oposição do clero católico à escravidão.

d) regulamentação das relações entre senhores eescravos.

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27) (Newton de Paiva)“Isso sucedia na maior cidade do Brasil (Salvador),como vimos com ‘mais de dois mil vizinhos’ nessaépoca, seguida de Olinda, que possuía a metade.No mais, era tudo acanhado, de poucas ruas,poucas casas, poucas pessoas, vida monótona,modorrenta, só animadas em dias de festa ou decomércio graúdo, quando muita gente dos engenhosvinha à cidade para despachar o açúcar e comprarcoisas supérfluas”.

ARAÚJO, EMANUEL. O TEATRO DOS VÍCIOS. 2.ED. RIO DE JANEIRO: JOSÉ OLYMPIO, 1997. P.37-38.

Considerando o texto acima, que interpreta a vidaurbana durante o período colonial, é CORRETOafirmar que

a) as cidades coloniais brasileiras, por serem

pequenas, acanhadas, com poucas ruas e casas,não conseguiam atender às demandas dapopulação colonial.

b) a vida monótona e modorrenta nas cidadescoloniais contrastava com as festas e com ocomércio graúdo existente em Salvador e Olinda,as maiores cidades brasileiras.

c) a pouca importância aos núcleos urbanos para asociedade brasileira colonial decorreu do seucaráter rural e do predomínio das atividadesagrícolas exportadoras.

d) Salvador e Olinda, além de promotoras defestividades, tinham, regularmente, um comérciograúdo, pois eram os portos de onde o açúcarera despachado para a Europa.

QUESTÕES DISCURSIVAS

28) (UF-Viçosa) “O ouro brasileiro deixou buracos no Brasil, templos em Portugal e fábricas na Inglaterra.”

(EDUARDO GALEANO)

Explique de que forma os fatos contidos na frase anterior estão relacionados historicamente.

29) (UFMG) Leia os versos.

“Seiscentas peças barganhei

- Que pechincha! - no Senegal

A carne é rija, os músculos de aço,

Boa liga do melhor metal.

Em troca dei só aguardente,

Contas, latão - um peso morto!

Eu ganho oitocentos por cento

Se a metade chegar ao porto”.

(HEINRICH HEINE, APUD BOSI, ALFREDO.DIALÉTICA DA COLONIZAÇÃO.SÃO PAULO: CIA. DAS LETRAS, 1992).

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a) IDENTIFIQUE a atividade a que se referem esses versos.

b) Cada uma das estrofes desenvolve uma idéia central. IDENTIFIQUE essas idéias.

CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO E DA ORDEM BURGUESA

QUESTÕES OBJETIVAS

1) (UFMG) No amplo conjunto de transformações ligadas ao advento do mundo moderno, destaca-se um fenômenoque pode ser chamado Revolução Científica. Tal processo, relacionado ao trabalho de homens como Kepler,Copérnico e Newton, entre outros, levou a profundas mudanças nas concepções acerca da construção dosaber.

Considerando-se as condições que tornaram possível o advento da Revolução Científica, é CORRETOafirmar que

a) a renovação da cidadania foi estimulada pela guerra do absolutismo russo, que abriu a Europa Oriental aocontato com o Ocidente.

b) as descobertas da ciência moderna se tornaram viáveis a partir de uma postura de completo rompimentocom o passado.

c) o trabalho dos cientistas foi facilitado pelo processo de crescimento da influência exercida pela IgrejaCatólica.

d) os avanços científicos foram estimulados pelas tendências humanista e racionalista emergentes na época.

2) (UEMG) Leia o texto. “A lei é expressão da vontade geral [...]. Ela tem de ser a mesma para todos, quer sejaprotegendo, quer seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais aos seus olhos, são igualmente admissíveisa todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a capacidade deles, e sem outra distinção doque a de suas virtudes e talentos”. (Apud: Ostermann, N.W. & Kunze, I.C. Às armas, cidadãos! SP: Atual,1995.p. 57-8)

Pode-se afirmar que o texto:

a) reproduz a concepção de legitimidade do poder característica do Antigo Regime.

b) fundamenta-se em valores iluministas.

c) reforça a concepção de uma sociedade estamental.

d) é fruto dos princípios que nortearam o Congresso de Viena.

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3) (UFMG) “O objetivo grande e principal, portanto, da união dos homens em comunidades, colocando-se eles sobgoverno, é a preservação da propriedade.”

LOCKE, JOHN. SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO, 1690.

Assinale a alternativa que apresenta uma condição para a cidadania coerente com o objetivo dos governosdefendido pelo pensador.

a) “São eleitores os brasileiros, de um e de outro sexo, maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei.Não podem alistar-se como eleitores: os analfabetos; os militares em serviço ativo; os mendigos...”(Constituição Brasileira, 1937, Art. 117)

b) “São excluídos de votar nas Assembléias Paroquiais [...] os que não tiverem de renda líquida anual cem milréis, por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos.” (Constituição Portuguesa, 1826, Art. 64, § 5º)

c) “São eleitores, sem condição de censo, todos os franceses de 21 anos de idade e gozando de seus direitoscivis e políticos. (Constituição Francesa, 1848, Art. 25)

d) “Não pode ser cidadão senão aquele que faz parte do povo. Não pode fazer parte do povo senão aquele quetem sangue alemão...” (Programa Nazista, 1920)

4) (UFMG) Assinale a alternativa que apresenta a concepção de trabalho de Adam Smith.

a) A divisão do trabalho deve ser controlada pelo Estado, de forma a garantir a estabilidade na oferta deempregos.

b) A maior produtividade pressupõe a especialização do trabalho, a divisão entre vários homens daquilo queanteriormente era produzido por um só.

c) Os parasitas, aqueles que não trabalham, não podem participar e nem se beneficiar da riqueza produzidapela coletividade.

d) Uma maior colaboração entre produtores diretos garante uma maior socialização das riquezas e o Estadodo Bem-Estar Social.

5) (PUC-MG) O período que se estende de 1649 até 1658 na Inglaterra foi marcado pelo governo de OliverCromwell. Inserida no contexto da Revolução Burguesa Inglesa, essa fase representou, EXCETO:

a) a busca pela eliminação das estruturas feudais que entravavam o desenvolvimento da economia.

b) a consolidação da Inglaterra como potência marítima com o lançamento dos Atos de Navegação.

c) a instauração de um governo republicano que apresentava um caráter eminentemente burguês.

d) a vitória dos ideais democráticos sobre as tradicionais formas de governo absolutistas e ditatoriais.

6) (CESGRANRIO) “...o pretenso direito da autoridade real de suspender as leis ou a sua execução é ilegal... opretenso direito da autoridade real de se dispensar das leis ou da sua execução é ilegal...”

(DECLARAÇÃO DE DIREITOS, 1689)

A Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra entre 1688 e 1689, cujos pressupostos podem ser ilustrados pelotrecho anterior, assumiu um importante significado no conjunto das transformações da sociedade inglesamanifestadas historicamente ao longo do século XVII porque provocou a:

a) vitória do projeto liberal dos segmentos burgueses e urbanos liderados por Oliver Cromwell, que proclamarama República Puritana na Inglaterra.

b) substituição do Absolutismo Monárquico por um regime de governo monárquico que submetia o soberanoinglês ao Parlamento.

c) supremacia política e administrativa da aristocracia senhorial e feudal inglesa no controle econômico dopaís e de suas possessões territoriais fora da Europa.

d) extinção da organização política do Estado senhorial inglês baseada nas divisões de poderes judiciário elegislativo, a qual vigorava na Inglaterra desde a instituição da Magna Carta.

e) consolidação da nobreza fundiária na liderança da Inglaterra através de sua aliança política com os segmentosde comerciantes que controlavam o comércio internacional e colonial inglês.

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7) (FCMMG) O historiador Albert Soboul, em uma obraclássica sobre a Revolução Francesa, assim avalioua sua importância:

“A Revolução Francesa possui um lugarexcepcional na história do mundocontemporâneo. Revolução burguesa clássica,ela constitui, na medida em que foi decisivapara a abolição do regime feudal, o ponto departida [...] da democracia liberal.”

SOBOUL, ALBERT. A REVOLUÇÃO FRANCESA

SÃO PAULO DIFEL, 1971. P. 122

As Revoluções Burguesas dos séculos XVII e XVIII(Inglesa e Francesa) permitiram à burguesia:

a) conceber um projeto social novo, inspirado noliberalismo, e instaurar um novo modelo desociedade, baseado nos princípios do capitalismo.

b) eliminar os obstáculos estruturais que impediama plena consolidação do capitalismo, e conceberum projeto social inspirado no socialismo.

c) consolidar um conjunto de práticas econômicas,baseadas nos princípios mercantilistas, einstaurar uma sociedade de ordens.

d) restaurar os poderes da nobreza e, através darepressão às revoltas camponesas e urbanas,restabelecer a ordem social.

8) (Newton Paiva) Entre os fatos que motivaram aRevolução Francesa, o que se relaciona aosresquícios do feudalismo é:

a) a crise financeira decorrente da insolvência doTesouro francês.

b) a insatisfação da aristocracia com o plano dereorganização econômica de Necker.

c) o descontentamento do campesinato com asobrigações senhoriais.

d) a difusão do pensamento liberal ilustrado.

9) (UFMG) A maioria dos historiadores atribui àRevolução Francesa uma contribuição decisiva paraa construção de novos valores políticos e sociaisdo mundo contemporâneo.

Esse entendimento está baseado:

a) nas formulações políticas dos jacobinos, que permitirama rápida implantação do sistema capitalista na Europa.

b) no simbolismo da Revolução, que representou orompimento com o absolutismo e a ampliação danoção de cidadania.

c) na atuação dos girondinos, que defendiam arevolução como a única forma eficiente de açãopolítica.

d) no revigoramento dos laços de solidariedade dascorporações de ofício, que preparou terreno paraa ação sindical dos trabalhadores.

10) (UFES) “A Revolução Francesa dominou a história,a própria linguagem e o simbolismo da políticaocidental, desde sua irrupção até o período que seseguiu à Primeira Grande Guerra Mundial”.

Do texto anterior, de Eric Hobsbawm, pode-se inferirter sido a Revolução Francesa um dos processosmais importantes do século XVIII.

Entre os acontecimentos que a marcaram, destaca-se o golpe de 18 Brumário de 1799, pelo qual:

a) a burguesia girondina reassumiu o poder,retomando o controle da Revolução.

b) Napoleão Bonaparte assumiu o poder, na condiçãode Primeiro Cônsul.

c) se instalou a Ditadura Montanhesa, sob a liderançade Robespierre.

d) se instalou o Regime do Terror, com a aprovaçãoda Lei dos Suspeitos.

e) foi proclamada a República, após a vitóriasalvadora de Valmy.

11) (UF-Viçosa) Durante o período napoleônico (1799-1815), dentre as medidas adotadas por Bonaparte,assinale aquela que teve repercussões importantesnas relações comerciais do Brasil com a Inglaterra:

a) Restauração financeira, com a conseqüentefundação do Banco da França, em 1800.

b) Decretação do Bloqueio Continental, em 1806,com o qual Napoleão visava arruinar a indústria eo comércio ingleses.

c) Promulgação, em 1804, do Código Civil queincorporou definitivamente, na legislaçãofrancesa, os princípios liberais burgueses.

d) Expansão territorial da França com a incorporaçãode várias regiões da Europa, formando o chamadoImpério Napoleônico.

e) Criação do franco, como novo padrãomonetário.

12) (FMTM) A Revolução Francesa e a Era Napoleônicaforam importantes ao mundo ocidental porque:

a) difundiram a ideologia liberal na Europa e naAmérica, onde influenciaram a emancipação dascolônias.

b) consolidaram o sistema capitalista, ao implantara produção fabril e o trabalho assalariado.

c) eliminaram as estruturas do Antigo Regime, deacordo com as decisões do Congresso de Viena.

d) valorizaram as propostas sociais, como a aboliçãoda escravatura e concessões ao proletariadourbano.

e) enfraqueceram os ideais liberais burgueses, osquais se opunham às reivindicações da classeoperária.

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13) (UFMG) Em 1793, Schiller, um crítico da RevoluçãoFrancesa vislumbrou os possíveis resultadoscontra-revolucionários gerados pelo movimento de1789 na seguinte passagem.

“A tentativa do povo francês de instaurar ossagrados Direitos do Homem e de conquistar aliberdade política não fez mais que trazer à luz suaimpotência e falta de valor a este respeito; oresultado foi que não apenas esse povo infeliz masjunto com ele boa parte da Europa e todo um séculoforam atirados de volta à barbárie e à servidão”.

O processo contra-revolucionário que veio confirmaro receio do autor foi:

a) a eclosão da Guerra dos Cem Anos.

b) a formação da Santa Aliança.

c) a proclamação da Comuna de Paris.

d) as jornadas de 1830 e 1848.

e) o estabelecimento do Comitê da Salvação.

14) (PUC-MG) A inauguração da produção industrial noséculo XVIII, na Inglaterra, modifica a face dasociedade porque, EXCETO:

a) transfere o controle da produção das mãos dotrabalhador para as mãos do empresáriocapitalista.

b) subordina as regras do mercado ao crescentevolume da produção mecanizada.

c) modifica o conceito de consumo, ampliando-opara muito além das necessidades básicas.

d) propicia a formação de cidades industriais,superando o caráter rural das sociedades.

e) transforma o trabalhador num ser submisso ealienado, inviabilizando as organizações declasse.

15) (UFMG) “A revolução industrial foi também umarevolução de idéias”.

Todas as seguintes afirmações confirmam o teordessa citação, EXCETO:

a) Estimulou a associação entre iguais na defesade interesses comuns.

b) Permitiu o início de uma nova atitude para comos problemas da sociedade humana.

c) Estabeleceu um avanço na compreensão dodomínio da natureza.

d) Garantiu seus benefícios ao conjunto doscidadãos ingleses.

16) (PUC-Campinas) A Revolução Industrial trouxe comoresultado social:

a) uma melhoria das condições de trabalho nasfábricas, com a redução da jornada de trabalho.

b) a garantia de emprego a todos os assalariados.

c) a constituição de uma classe de assalariados quepossuía como fonte de subsistência a venda deseu trabalho.

d) uma camada social assalariada, tendo comosuporte às suas necessidades, uma fortelegislação sindical.

e) uma melhoria nas condições de habitação ecriação de saneamento básico nas cidades.

17) (ENEM) A revolução industrial ocorrida no final deséculo XVIII transformou as relações do homemcom o trabalho. As máquinas mudaram as formasde trabalhar, e as fábricas concentraram-se emregiões próximas às matérias-primas e grandesportos, originando vastas concentrações humanas.Muitos dos operários vinham da área rural ecumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, namaioria das vezes em condições adversas. Alegislação trabalhista surgiu muito lentamente aolongo do século XIX e a diminuição da jornada detrabalho para oito horas diárias concretizou-se noinício do século XX.

Pode-se afirmar que as conquistas no início desteséculo decorrentes da legislação trabalhista, estãorelacionadas com:

a) expansão do capitalismo e a consolidação dosregimes monárquicos constitucionais.

b) a expressiva diminuição da oferta de mão-de-obra,devido à demanda por trabalhadoresespecializados.

c) a capacidade de mobilização dos trabalhadoresem defesa dos seus interesses.

d) o crescimento do Estado ao mesmo tempo quediminuía a representação operária nosparlamentos.

e) a vitória dos partidos comunistas nas eleiçõesdas principais capitais européias.

18) (PUC-MG) São características básicas doindustrialismo, EXCETO:

a) a especialização das tarefas.

b) a padronização dos produtos.

c) a retração do mercado.

d) a produção em larga escala.

e) a sincronização do trabalho.

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19) (MACKENZIE) Na Idade Média, o sistema de produção baseava-se na cooperação. Na Idade Moderna, até porvolta de 1760, a manufatura foi característica do sistema de produção. A partir de 1760, aproximadamente,inicia-se a era da grande indústria.

(CARLOS GUILHERME MOTA)

Dentre as características dos três sistemas de produção citados no texto, respectivamente, destacamos:

a) No primeiro, não havia separação entre o capital e o trabalho; no segundo, já se observa uma divisão socialdo trabalho preliminar; no terceiro, o uso da máquina leva ao extremo a separação entre o capital e otrabalho.

b) Na Alta Idade Média, a produção destinava-se a um mercado em constante expansão, sob as ordens dossenhores feudais; na Idade Moderna, aprofunda-se a rigidez do controle sobre a produção nas manufaturas;na Idade Contemporânea, os meios de produção são controlados pela burguesia.

c) Na Primeira Revolução Industrial, o surgimento das máquinas; na Segunda Revolução Industrial, o avançodos meios de transportes marítimos e ferroviários; na Terceira Revolução Industrial, os avanços ultra-rápidos das novas tecnologias, a robótica e a biotecnologia.

d) No primeiro sistema de produção citado, temos relações servis de produção; durante o segundo, começama ser organizadas as associações de comerciantes, Trade Union; no terceiro, temos a perda da independênciaeconômica da classe dos trabalhadores.

e) No período feudal, temos a supremacia da burguesia na ordem econômica; na Idade Moderna, ocorrerá aascensão de uma classe de ricos comerciantes e de banqueiros; após a Revolução Industrial, teremos asuperação da divisão social do trabalho.

20 (PUC-MG) DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO ATIVA NA INDÚSTRIA E NO ARTESANATO, NA FRANÇA, DE1860 A 1865.

Conjunto da indústria e do artesanato

indústria artesanato total

patrões 80 1.420 1.500

operários 1.150 1.600 2.750

total 1.230 3.020 4.250

(números de operários por patrão) (14,5) (1,1) (1,8)

Tomando-se como referência os dados apresentados na tabela acima, é CORRETO concluir que:

a) o assalariamento apresentava-se com o regime de trabalho dominante no setor industrializado francês, noperíodo em questão.

b) a intensa mecanização da produção na França levou à superação do trabalho artesanal na segunda metadedo século XIX.

c) o setor industrial empregava a maioria da população francesa na primeira metade da década de sessentado século XIX.

d) a relação entre patrões e empregados era visivelmente mais elevada no setor artesanal, devido ao reduzidonúmero de operários.

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QUESTÕES DISCURSIVAS

21) (UFMG) “Durante o Congresso de Viena, estabeleceram-se as bases políticas e jurídicas para uma novaordenação da Europa destinada a durar cerca de um século redondo. O resultado dos pactos inaugurou umaépoca na qual os conflitos externos foram poucos; por um lado, aumentaram as guerras civis e a ‘revolução’ sefez incessante”.

(KOSELLECK, R. LA EPOCA DE LAS REVOLUCIONES EUROPEAS, 1780-1848)

“O grandioso e definitivo objetivo a que a Europa deve consagrar-se, e o único em que a França deve fixar-se,é acabar com a Revolução e levar a cabo uma paz efetiva.”

1) O Congresso de Viena (1814-15) pretendeu ser uma resposta a dois acontecimentos da História Européia.

CITE esses acontecimentos.

1-

2-

2) CITE e EXPLIQUE um dos três princípios que nortearam as decisões do Congresso de Viena.

Princípio:

Explicação:

22) (UFMG) Leia o texto.

“Creio que nos últimos anos foi cercado mais da quarta parte de todo o condado de Derby... As vantagens queemanam dos cercamentos são muito grandes, o gado progride porque cada proprietário, emancipado doscostumes do lugar, desfruta de liberdade para melhorar o rebanho de acordo com seu próprio critério e aexperiência demonstra que os animais de todos os cercados são, em geral, superiores aos dos camposcomuns.”

(BROWN, THOMAS. VISÃO GERAL DA AGRICULTURA NO CONDADO DE DERBY. 1794.)

1) CITE os dois tipos de propriedade aos quais o texto se refere:

a)

b)

2) IDENTIFIQUE o processo sócio-econômico, além dos cercamentos, vivido pela Inglaterra no século XVIII.

3) CITE as duas classes sociais que se consolidaram nesse processo e ANALISE o impacto social dessasmudanças para cada uma delas.

a)

b)

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5555555555História - M1

Crise do Sistema Coloniala) 4, 5 b) – c) 1, 2, 7 d) 3, 6 e) -

08) a) As Cruzadas, que intensificam o comércio no Mediterrâneo e a expansão natural das atividades intra-feudais, gerando excedentes destinados ao comércio, atividade praticada pela burguesia.

b) Unificação das moedas, leis, impostos, exércitos, dentre outros, para facilitar a atividade comercial, obtendo-se maiores lucros.

09) A grande fome; a Peste Negra e a Guerra dos Cem Anos.

Transição Feudal-Capitalistaa) 2, 5, 6 b) 1, 12 c) 3, 4, 7, 8, 9 d) 10 e) 11

13) O Tribunal do Santo Ofício tinha por funções investigar, julgar e condenar indivíduos considerados hereges. Nocontexto da Contra Reforma, o Tribunal foi reaberto no sentido de conter a expansão do movimento protestante,além de promover o saneamento da própria Igreja Católica.A Cia. de Jesus foi criada para reeducar católicos e difundir esta fé no continente europeu e colônias, nomomento da expansão do protestantismo, sobretudo no século XVI.

14) Interesse da burguesia (unificação de moedas, leis, impostos e exércitos); necessidade da nobreza de fazerfrente às insurreições camponesas; ambição política do rei, desejoso de ampliar sua esfera de atuação e suaautoridade.

Sistema Colonial nas Américas Espanhola e Inglesaa) 1, 4, 8 b) 2, 7 c) 5 d) 3, 6 e) -

9) a) Poder local nas mãos dos Criollos e divisão da terra em Vice-Reinos e Capitanias.

b) Trabalho compulsório (mita e encomienda) e Pacto Colonial

c) Catequese, impondo-se a religião católica e os valores europeus.

Sistema Colonial no Brasila) 1, 5, 8, 14, 19, 26 d) 11, 12, 16, 22, 25

b) 3, 4, 9, 17, 20, 23, 24 e) 2, 7, 15, 21

c) 6, 10, 13, 18, 27

28) Acordos comerciais entre Portugal e Inglaterra. Grande parte do ouro brasileiro foi desviado para a Inglaterra,contribuindo para os investimentos que resultaram na Revolução Industrial.

29) a) tráfico de escravosb) A 1ª tem como idéia central o tráfico de escravos em si e a 2ª, sua alta lucratividade.

Consolidação do Capitalismo e da Ordem Burguesa a) 7, 12, 19, 20 b) 2, 3, 4, 6, 9, 10, 11, 13 c) 8, 16, 17, 18 d) 1, 5, 15 e) 14

21) 21.1) 1- Revolução Francesa; 2- Expansão Napoleônica21.2) Princípio da Legitimidade: O direito de retorno aos seu tronos os “legítimos soberanos”, afastados

durante a expansão napoleônica.

Princípio da Intervenção: O direito de intervir militarmente através da Santa Aliança em manifestaçõesde caráter liberal

22) 22.1) a) Propriedade feudal; b) Propriedade privada

22.2) Revolução industrial

22 .3) a) Burguesia: implantação do processo capitalista e consolidação do poder burguês.b) Proletariado: consolidação do processo de alienação do trabalhador dos seus meios de produção.

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Anotações