MÓDULO_01-A_Introdução_à_Bíblia_

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................... ..............................................02 CAPÍTULO I - A Estrutura da Bíblia........................................................ ................................04 CAPÍTULO II - A Inspiração da Bíblia ....................................................... ..............................08 CAPÍTULO III - A Formação do Cânon Bíblico....................................................... ................... 12 CAPÍTULO IV - A História da Bíblia........................................................ ..................................21 CAPÍTULO V - O que Diz a Bíblia de si Mesmo......................................................... ...............29 CONCLUSÃO..................................................... .............................................. 31

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..............................................................................................

...02

CAPÍTULO I

- A Estrutura da

Bíblia........................................................................................04

CAPÍTULO II

- A Inspiração da

Bíblia .....................................................................................08

CAPÍTULO III

- A Formação do Cânon

Bíblico.......................................................................... 12

CAPÍTULO IV

- A História da

Bíblia..........................................................................................21

CAPÍTULO V

- O que Diz a Bíblia de si

Mesmo........................................................................29

CONCLUSÃO................................................................................................

... 31

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................

...32

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INTRODUÇÃO

em dúvida, a Bíblia é o livro mais lido, mas, também, o mais rejeitado. O mais traduzido e divulgado no mundo, em todas as épocas. Desde quando começou a ser escrito, cerca de 1500 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, até os dias atuais,

milhões de cópias produzidas do Livro Sagrado dos judeus e cristãos. É o mais amado, mas também, o mais odiado e perseguido.

S O primeiro livro impresso nas oficinas gráficas de Gutenberg, o “pai da imprensa”, foi a Bíblia. Foi uma tiragem de apenas 200 exemplares, dos quais ainda existem 48, espalhados em museus e coleções particulares. São verdadeiras preciosidades e seu valor é inestimável, em torno de 20 milhões de dólares. Um desses exemplares está no subsolo da biblioteca Lenin em Moscou. É o livro mais caro do mundo.1 No entanto, seria de se esperar que um livro com tamanha influência, também fosse combatido, criticado, proibido e rejeitado. Conforme suas próprias profecias, a Bíblia Sagrada enfrentaria a mais acirrada perseguição. E, de fato, isto tem ocorrido ao longo da História humana. Durante a Idade Média a leitura do Livro Sagrado foi proibida pela igreja dominante na Europa. Apenas em alguns mosteiros, antigas e escassas traduções da Bíblia pendiam acorrentadas nos corredores e bibliotecas, e podiam ser lidas com muita reserva. No período da Revolução Francesa, exaltava-se a “deusa” razão, e milhares de Bíblias e outros livros religiosos eram lançados à fogueira. Conta-se que, durante o enterro de um prefeito de província, fazia parte do séquito um jumento em cujo rabo se amarrava um exemplar do Novo Testamento, e uma turba de escarnecedores instigavam o pobre animal com as mais blásfemas pilhérias. Mas as testemunhas (o Antigo e Novo Testamento) que profetizaram mil duzentos e sessenta dias (anos) “vestidas de pano de saco” (Apoc. 11:3) “ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram” (Apoc. 11:12). Na verdade, os inimigos da Bíblia não conseguiram seu intento de sepultar definitivamente a Palavra de Deus. Pouco tempo depois da queima das Escrituras pelos promotores da Revolução Francesa, surgiu, na Inglaterra em 1795, a primeira Sociedade Bíblica, e logo outras foram criadas em diversos países. Hoje são 139 sociedades que publicam e distribuem a Bíblia em mais de 200 países, editando em cerca de 2.200 línguas e dialetos.

1 Revista Super Interessante, Agosto/95. Módulo 01-A –Int. à Bíblia 2

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Segundo estatísticas recentes, “a sua tiragem, sob o impulso das sociedades bíblicas, atinge em média anual de 11 milhões de exemplares da versão integral, 12 milhões de Novos Testamentos, 400 milhões de brochuras contendo extratos do texto original” Somente a Sociedade Bíblica do Brasil distribuiu, em 1997, mais de 3 milhões de Bíblias completas e 180 milhões de porções e seleções bíblicas, tornando-se a campeã mundial de distribuição das Sagradas Escrituras, batendo até mesmo os Estados Unidos. Indubitavelmente esta é a vitória de um Livro que advoga para si mesmo o título de Palavra de Deus. Pode-se, também afirmar que é o cumprimento fiel das palavras de Seu Autor-Inspirador: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mat. 24:35).

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CAPÍTULO I

A ESTRUTURA DA BÍBLIA

A palavra Bíblia é o plural de um vocábulo grego, biblion, que significa livro. Portanto, uma tradução literal de “Bíblia” poderia ser Os Livros. De fato, a Bíblia é uma coleção de 66 livros: 39 do Antigo Testamento e 27 do Novo. As Bíblias publicadas pelas editoras católicas acrescentam mais 7 livros ao conjunto do Antigo Testamento, totalizando, portanto, 73 livros no cômputo geral. Estes 7 livros são conhecidos como apócrifos ou deuterocanônicos. Atualmente os livros da Bíblia estão divididos em capítulos e versículos, porém nem sempre foi assim. A divisão em capítulos ocorreu em 1227 e foi efetuada por um professor da Universidade de Paris, Stephen Langton, que mais tarde viria a ser o arcebispo de Cantuária. Em 1551, Robert Stephanus, um impressor parisiense, iniciou a divisão de cada capítulo em versículos, ao fazer uma viagem de Paris a Lion, em lombo de animal.2

Em 1555 concluiu a tarefa. Ao longo, a Bíblia contém 1.189 capítulos e 31.102 versículos.

Uma divisão didática comumente aceita é a seguinte:

I - Antigo Testamento A - Lei (ou Torá, ou Pentateuco) B - Livros Históricos C - Livros Poéticos D - Livros Proféticos

II - Novo Testamento A - Evangelhos B - Livro Histórico ou Biográfico C - Epístolas D - Livro Profético

2 Maxwell A. Graham, Você Pode Confiar na Bíblia?, p. 1.Módulo 01-A –Int. à Bíblia 4

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ANTIGO TESTAMENTOCLASSIFICAÇÃO LIVRO ABREV. AUTOR DATA

(a.C.)

Pentateuco

Gênesis Gn Moisés c. 1500Êxodo Êx Moisés c. 1500Levítico Lv Moisés c. 1500Números Nm Moisés c. 1470Deuteronômio Dt Moisés c. 1470

Livros

Históricos

Josué Js Josué (*) c. 1400Juízes Jz Samuel c. 1100Rute Rt Samuel (*) c. 10901 Samuel 1 Sm Samuel/Natã/

Gadec. 1070

2 Samuel 2Sm Natã/Gade c. 10401 Reis 1 Rs Jeremias (*) c. 5802 Reis 2 Rs Jeremias (*) c. 5801 Crônicas 1 Cr Esdras c. 4402 Crônicas 2 Cr Esdras c. 440Esdras Ed Esdras c. 440Neemias Ne Neemias c. 430Ester Et Mardoqueu (*) c. 470

Livros Poéticos

Jó Jó Moisés c. 1550Salmos Sl Davi e outros c. 1000Provérbios Pv Salomão e

outrosc. 900

Eclesiastes Ec Salomão c. 900Cânt. Cânt. Ct Salomão c. 950

Livros Proféticos

Isaías Is Isaías c. 730Jeremias Jr Jeremias c. 580Lamentações Lm Jeremias c. 600Ezequiel Ez Ezequiel c. 590Daniel Dn Daniel c. 530Oséias Os Oséias c. 740Joel Jl Joel c. 800Amós Am Amós c. 750Obadias Ob Obadias c. 600Jonas Jn Jonas c. 800Miquéias Mq Miquéias c. 700Naum Na Naum c. 600Habacuque Hc Habacuque c. 620Sofonias Sf Sofonias c. 630Ageu Ag Ageu c. 520

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Zacarias Zc Zacarias c. 520Malaquias Ml Malaquias c. 420

(*) Autor Presumível.Convém lembrar que a Bíblia católica acrescenta os seguintes livros (sete, ao todo, chamados apócrifos ou deuterocanônicos) aos da lista acima: Tobias, Judite Históricos 1º e 2º Macabeus Históricos Sabedoria, Elesiástico Sapienciais/Poéticos Baruc Profético

NOVO TESTAMENTOCLASSIFICAÇÃO LIVRO ABREV. AUTOR DATA (a.C.)

Evangelhos

Mateus Mt Mateus c. 60-70Marcos Mc Marcos c. 50-70Lucas Lc Lucas c. 64-70João Jo João c. 69-90

Livro Histórico

Atos At Lucas c. 63

Epístolas

Romanos Rm Paulo c. 601 Coríntios 1

CorPaulo c. 59

2 Coríntios 2 Cor

Paulo c. 60

Gálatas Gl Paulo c. 58Efésios Ef Paulo c. 62Filipenses Fp Paulo c. 62Colossenses Cl Paulo c. 631 Tessalonicenses

1Ts Paulo c. 51

2 Tessalonicenses

2Ts Paulo c. 51

1 Timóteo 1Tm Paulo c. 632 Timóteo 2Tm Paulo c. 64Tito Tt Paulo c. 63Filemon Fm Paulo c. 61Hebreus Hb Paulo (*) c. 67Tiago Tg Tiago c. 621 Pedro 1 Pe Pedro c. 62

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2 Pedro 2 Pe Pedro c. 641 João 1Jo João c. 982 João 2Jo João c. 983 João 3Jo João c. 98Judas Jd Judas c. 70

Livro Profético

Apocalipse Ap João c. 95

(*) Autor presumível Os quadros das páginas anteriores dão uma visão sucinta de como a Bíblia cristã está organizada nos dias atuais. Convém que se familiarize com as Escrituras, estudando seus livros e a respectiva abreviatura, pois todas as lições deste curso farão referências a eles. A Bíblia hebraica, obviamente, não contém os livros do Novo Testamento, posto que os judeus não aceitaram a Jesus Cristo como o Messias prometido nas profecias dos antigos escritores sagrados. Além disso, o cânon hebraico não aceita os livros apócrifos, principal razão de muitas correntes cristãs não os incluírem em suas versões da Bíblia.

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CAPÍTULO IIA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

Neste capítulo analisa-se a questão da inspiração da Bíblia, que está intrinsecamente relacionada à formação do cânon bíblico, assunto que trataremos no próximo capítulo. A palavra inspiração, quando empregada em relação à Bíblia, significa soprado por Deus. A Bíblia, na verdade é respirada por Deus e aspirada pelo homem. O homem ganha vida com o hálito de Deus. A inspiração por fim, é o ato de Deus trabalhar através do profeta para que este receba e sistematize a revelação até esta chegar ao seu destino. Existe um consenso entre os seguidores da Bíblia, baseados não somente na fé, mas em evidências de que ela é realmente inspirada por Deus. há, naturalmente, divergências quanto á maneira como a inspiração proveio de Deus e chegou ao homem.

1. 4 Teorias da Inspiração:1.1. INTUIÇÃO – A Bíblia teria sido produzida pelos poderes intuitivos do homem.1.2. PARCIAL OU FRACIONÁRIA - A Bíblia foi parcialmente inspirada.1.3. VERBAL, MECÂNICA, TOTAL OU PLENÁRIA – Esta teoria afirma que Deus ditou palavra por palavra. 1.4. DINÂMICA – Esta é a mais bem aceita no mundo cristão. Segundo a inspiração dinâmica, Deus inspirou a idéia do escritor e este embalou a mensagem em seu vocabulário e em sua cultura. Alguns escritores bíblicos viram coisas que não conseguiam descrever em linguagem humana. S. João expressou: “E vi como que um mar de vidro misturado com fogo...” (Ap. 15.2), quer dizer, ele não estava dizendo que no céu tem um mar de vidro, na verdade ele não conseguia descrever direito o que via. A verdade é que existem muitas evidências, internas e externas, que a comprovam. Abaixo, há um resumo dessas

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evidências, conforme elencadas por Geisler e Nix, em seu tratado, Introdução Bíblica.

2. Evidências internas

2.1. Autoridade própria. A Bíblia é um livro que fala com autoridade e, com esta mesma autoridade, afirma-se como escrito inspirado por Deus. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. (II Timóteo 3:16). Somente no Antigo Testamento aparecem mais de 400 vezes a expressão “assim diz o Senhor”.

2.2. O testemunho do Espírito Santo. “O testemunho íntimo de Deus no coração do crente, à medida que este vai lendo a Bíblia, é evidência da origem divina da Bíblia”. Até mesmo pessoas que não têm nenhuma afinidade com a Bíblia, ao começar a lê-la, estudá-la, sentem que estão diante de um tratado diferente de qualquer outro produzido por pena humana.

2.3. A capacidade transformadora da Bíblia. Nenhum outro livro evidencia tão forte poder de transformar vidas como a Bíblia. Homens imperiosos aprendem lições de humildade e mansidão; prostitutas e homossexuais abandonam suas práticas licenciosas; ladrões e sonegadores restituem o furto; viciados conseguem deixar as drogas; pais rancorosos passam a tratar com carinho seus filhos; filhos rebeldes retornam ao lar; famílias destruídas são refeitas; patrões insensíveis passam a respeitar o direito de seus empregados, e empregados relapsos tornam-se honestos e dedicados.

2.4. O Princípio da unidade da Bíblia. Uma forte evidência da origem divina da Bíblia é o fato de apesar de ser constituída por 66 livros, com cerca de 40 diferentes autores que a escreveram num período de, aproximadamente, 1500 anos, a Bíblia apresenta uma extraordinária coerência temática. Nenhum autor contradiz o outro, apesar de escreverem em idiomas diferentes e viverem em culturas diferentes. Esta evidência indica que os profetas, reis e apóstolos, não foram os autores, foram apenas instrumentos do autor, o Espírito Santo. O tema central da Bíblia é apresentar a solução para o problema do pecado, Jesus Cristo, “autor e consumador da fé”. Do primeiro livro, Gênesis, ao último, o Apocalipse, este tema se repete como se obedecesse a um roteiro transcendente à própria vida de seus autores humanos.Módulo 01-A –Int. à Bíblia 9

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3. Evidências externas 3.1. O testemunho de Cristo. “Se Jesus Cristo possui alguma autoridade ou integridade como mestre religioso, podemos concluir que a Bíblia é inspirada por Deus”. Dizem Geisler e Nix: “O Senhor Jesus ensinou que a Bíblia é a Palavra de Deus. Se alguém quiser provar ser essa assertiva falsa, deverá primeiro rejeitar a autoridade que tinha Jesus de se pronunciar sobre a questão da inspiração”. Cristo fez inúmeras referências às Escrituras hebraicas, dando, assim, seu aval sobre a veracidade e inspiração da Lei (o Pentateuco), dos Profetas e dos Salmos (as outras divisões da Bíblia hebraica). “A seguir Jesus lhes disse: São estas as palavras que Eu vos falei, estando ainda falando convosco: importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” (Lucas 24:44).3.2. O cumprimento das profecias. Nenhum outro livro que reivindica a inspiração divina, (Alcorão islâmico e os Vedas hindus), apresenta uma gama de profecias cumpridas com extrema exatidão como a Bíblia. É espantosa a precisão profética de Daniel ao descrever as datas exatas do nascimento, batismo e morte de Cristo, na profecia das setenta semanas. Parece até que o profeta Naum estava observando as ruas movimentadas de uma grande cidade moderna, à noite, do alto de um edifício, ao descrever fotograficamente, os carros em alta velocidade: “Os carros passam furiosamente pelas ruas e se cruzam velozes pelas praças; parecem tochas, correm como relâmpagos”. (Naum 2:4). O Profeta Isaías também descreve de forma precisa toda obra e sacrifício de Cristo em Seu ministério terreno, cerca de 700 anos antes de ocorrerem os fatos. 3.3.A indestrutibilidade da Bíblia. O próprio Senhor Jesus afirmou que passaria o céu e a terra, “mas as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35). Vê-se, na introdução deste tratado, que apesar de todas as tentativas, os inimigos das Sagradas Escrituras não conseguiram eliminar sua influência, nem no passado, nem nos dias atuais. “Os cépticos têm lançado dúvidas sobre a confiabilidade da Bíblia; todavia, mais pessoas hoje se convencem de suas verdades do que em toda a história. Prosseguem os ataques da parte de alguns cientistas, de alguns psicólogos e de alguns líderes políticos, mas a Bíblia permanece ilesa, indestrutível… A Bíblia continua mais forte do que nunca, depois destes ataques”.

3.4. A integridade de seus autores humanos.

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Os relatos bíblicos impressionam pela imparcialidade como são expostos. Reis ou humildes servos são apresentados com todos seus defeitos e vícios, e percebe-se que nenhum escritor bíblico tentou omitir fatos para proteger os poderosos de sua época, e nenhum elogio descabido ou forçado é dirigido para agradar quem detinha o poder. Os profetas e apóstolos eram considerados homens de Deus. Com certeza, por esse motivo, nenhum outro livro ou tratado apresenta, em suas páginas, um código de ética e moral mais elevado que a Bíblia. O Decálogo (dez mandamentos), o clamor dos profetas pela justiça, os preceitos de Cristo (sermão da montanha e todos os Evangelhos), as instruções apostólicas (epístolas), a pureza de caráter exigida do cidadão da Nova Terra (Apocalipse) falam, por si só, da inteireza moral dos escritores da Bíblia.

3.5. A influência da Bíblia. Para a pergunta: qual o livro que mais tem influenciado o pensamento ocidental? Sem risco de errar, a resposta só poderia ser: a Bíblia. A maior religião do mundo, hoje, é o cristianismo, com mais de dois bilhões de seguidores. Embora dividido em diversas correntes, todas as igrejas cristãs aceitam a Bíblia como livro sagrado. Portanto, o maior grupo religioso do planeta recebe influência direta da Bíblia. Não foram poucas as grandes personalidades da história universal que reconheceram a influência da Bíblia. Abaixo têm-se três, a título de ilustração: Emmanuel Kant (filósofo alemão): “A existência da Bíblia, como um livro para as pessoas, é o maior benefício que a raça humana alguma vez experimentou. Toda tentativa para depreciar isto é um crime contra a humanidade”.George Washington (primeiro presidente dos E.U.A): “É impossível governar o mundo, justamente, sem Deus e a Bíblia”.Rainha Vitória: “Este livro (a Bíblia) responde pela supremacia da Inglaterra”. As evidências analisadas neste capítulo nos deixam seguros de que a Bíblia é, de fato, um livro confiável em toda sua extensão e em todas as suas partes. Embora as transcrições dos textos antigos possam conter imprecisões (antes da invenção da imprensa, todas as cópias eram feitas á mão, sujeitas, portanto, aos deslizes dos copistas), podemos estar absolutamente certos da inerrância dos escritos originais (conhecidos como autógrafos, escritos do próprio punho dos profetas ou dos amanuenses), ainda que não tenhamos acesso a eles, pois já não existem mais. Finalmente, Packer lembra que “a inspiração dos escritos bíblicos não deve ser igualada com a inspiração das grandes obras da literatura, nem mesmo (como freqüentemente é verdadeiro) quando o escrito bíblico for, de fato, uma obra da literatura. A idéia bíblica da inspiração não se relaciona com a qualidade literária do Módulo 01-A –Int. à Bíblia 11

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que é escrito, mas com sua característica de ser revelação divina escrita”.

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CAPÍTULO III

A FORMAÇÃO DO CÂNON BÍBLICO

O vocábulo “cânon”, literalmente significa vara. Os gregos o tomaram emprestado dos antigos semitas. Cânon pode ser entendido, também, como norma, medida, régua, regra, lista, divisa, etc. e pode ser tomado em duas acepções. Pode indicar que a Bíblia é a norma básica de julgamento para quaisquer outros livros, discursos ou escritos cristãos.. Também pode referir-se ao conjunto de “normas” ou princípios que orientaram o povo de Deus na escolha dos livros sagrados que compõem a Bíblia. Num sentido mais amplo, cânon é a lista dos livros inspirados que formam a Bíblia. Como os livros foram preparados durante um longo período de tempo, é fácil pressupor que o cânon bíblico nem sempre foi o mesmo. Canonização é o processo que cada livro passou para que pudesse ser aceito como inspirado por Deus.

1. O CÂNON DO VELHO TESTAMENTO

A igreja cristã do Novo Testamento, nasceu com uma Bíblia nas suas mãos em 31 d.C. com a morte de Jesus. A Bíblia era o Velho Testamento.

Abaixo se tem pelo menos três teorias para a formação do cânon do Velho Testamento:1ª - Teoria do Crescimento – Os livros quando foram escritos não era inspirados, sua inspiração, veneração, dependeu do tempo. Depois a grande sinagoga de Esdras, (comissão de 70 anciãos de Israel, tendo como presidente, Esdras), foi que canonizou esses livros. Esta teoria não é bem aceita porque limita a decisão do cânon somente a setenta pessoas votando contra ou a favor.2ª Teoria – O que influenciou o cânon do V. Testamento foi o Concílio de Jânia no ano 90 A.D. Isso não é verdade, pois Jesus e os discípulos já usavam o V.T. O Concílio de Jânia só confirmou a inspiração do V.T., usou como base a Bíblia hebraica de um escritor do ano 200 a.C. chamado Baba Bathra. Então no mínimo 200 anos antes de Cristo já havia os 22 livros que continham os 39 que compõem o Velho Testamento. Baba Bathra foi um dos maiores escritores do Talmude Babilônico.3ª Teoria – No ano 75 A.D. o escritor Flávio Josefo menciona nos seus escritos os 39 livros do Velho Testamento, embora sua lista conste só de 22. Sendo um livro para cada letra do alfabeto hebraico, cujo alfabeto só contém 22 letras. Josefo foi o primeiro a dividir o V.T. em

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três partes. Antes dele, Lucas já dividia em duas quando mencionava “a lei e os profetas...” A lista de Flávio Josefo é mais confiável por três razões;1ª - Josefo era judeu e escreveu num período muito importante da história de Israel.2ª - A lista de Josefo é 200 anos mais velhos do que a de Baba Bathra. Isto é, do ano 400 a.C. 3ª - Josefo contemporâneo de Cristo esteve presente na ocupação e destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. e participou da diáspora (dispersão dos judeus). Josefo afirma que no saque a Jerusalém no ano 70 d.C. o imperador Tito, lhe entregou os rolos dos livros sagrados do templo. Nessa ocasião foi levado para Roma o mobiliário. A lista mais antiga do Velho Testamento, na ordem em que está hoje é do ano 170 d.C. feita por Melito pastor da igreja de Sardes. Pirke Abot, (hebraico) é tradições de pais. Foi assim no decorrer de gerações que se foi aceitando os escritos de acordo com a vara com a qual mediam o nível de inspiração. Para cada profeta de Deus havia 800 falsos profetas. Os livros que se encaixassem com o passado e tivessem sentido para o contexto presente eram considerados inspirados por Deus. O julgamento era feito pela grandes congregações (grupo de 70 anciãos de Israel, quando um morria o outro ocupava o lugar, uma espécie de academia de letras), de Moisés até Esdras. Abaixo se tem no gráfico, o período da canonização do Velho Testamento:

Textos sobre as grandes congregações: Esdras 5.5,9; 6.7,8,14; 10.8,14; Josué 1.7; 3.4; 8.31,32; 23.6; I Reis 2.3; II Reis 14.6; 18.6; 23.25; Esdras 7.6; Salmos 103.7; Isaías 8.20; Jeremias 8.8. Somente depois de escrito, copiado, divulgado, lido nas congregações e ajuntamentos do povo, aceito pela maioria dos fiéis e aprovado pelos líderes como tendo todas as características de um texto inspirado por Deus, o livro era considerado canônico. Passava,

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MoisésJosué

Juizés Samuel Reis

Profetas

Esdras Baba

Bathra

Flávio Josefo Concílio de Nicéia

Nascimento de Cristo

1445 a.C.

400 a.C.

200 a.C.

75 A.D.

90 A.D.

31 A.D.

CentúriasSilenciosas

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então, a fazer parte da lista de escritos sagrados que serviam como norma de doutrina e conduta. O que determina a canonicidade de um livro? Com certeza não é a língua (pode ter sido escrito em hebraico, ou grego, não importa); não é a antigüidade (existem livros mais antigos que o mais antigo livro da Bíblia); nem, tampouco, o sentimento de religiosidade que se apresente no livro. A canonicidade é determinada, exclusivamente, pela inspiração divina. “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1:20 e 21). Esse texto da Segunda epístola de Pedro é muito elucidativo. Convém que se leia toda a carta para ter-se uma idéia mais concreta das marcas de inspiração divina em um livro bíblico. No versículo primeiro do capítulo 1, o autor apresenta-se como “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” e esclarece que a carta é dirigida aos que “obtiveram fé” na justiça divina. No verso 3, fala no poder, glória e virtude de Deus. No verso 4, aparece a expressão “natureza divina”, da qual os crentes são convidados a participar. A partir do verso 5, faz uma lista de virtudes: diligência, fé, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor. E aconselha, no verso 10: “Por isso, irmãos, procurai com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; portanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.” No verso 12, esclarece o objetivo da carta. E, no verso 19 e seguintes, fecha o capítulo com um precioso conselho: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da D’alva nasça em vosso coração.” Nota-se aí, marcas indeléveis da inspiração divina:

1.1. O autor é um profeta, um porta-voz de Deus, “servo e apóstolo” do Senhor Jesus.1.2. Fala com autoridade das coisas que “efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou”. Reivindica, desta forma, revelação (inspiração) divina.1.3. Apresenta coerência doutrinária com os outros livros da Bíblia.1.4. Foi reconhecido pelo povo de Deus, como canônico.

Curiosamente, esta segunda carta do apóstolo Pedro foi uma das mais contestadas quanto à sua autenticidade. O principal motivo apresentado pelos críticos era a diferença de estilo da primeira epístola de Pedro. No entanto, o uso de escribas por alguns autores da Bíblia, pode explicar facilmente essa diferença de estilo. No Antigo Testamento, por exemplo, Baruque, secretário de Jeremias, Módulo 01-A –Int. à Bíblia 15

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registrava as visões do profeta. Descobertas arqueológicas, como o Papiro Bodmer e a carta do pseudo-Barnabé, comprovam, definitivamente, a autenticidade da segunda epístola de Pedro.

2. OS LIVROS APÓCRIFOS O último livro do Antigo Testamento é o livro do profeta Malaquias, escrito por volta de 400 a.C. Durante o período intertestamentário (entre o Antigo e o Novo Testamento), muitos outros livros relacionados à história dos hebreus foram escritos. Muitos destes livros foram totalmente rejeitados e considerados não-canônicos, como o Livro de Adão e Eva, o Testamento dos Doze Patriarcas, o Primeiro Livro de Enoque, a Assunção de Moisés, para citar apenas alguns. Outros foram acrescidos à lista dos livros inspirados, porém contestado por grande número de estudiosos. Entre estes, encontram-se os livros apócrifos. A palavra grega “apócrifo” significa “escondido”. Refere-se a um conjunto de livros que foram, em diferentes épocas e lugares, ocasionalmente incluídos em manuscritos antigos, juntamente com os livros considerados canônicos. Sete desses livros encontram-se na Bíblia católica e são chamados por esses cristãos de deuterocanônicos, quer dizer do 2º cânon, ou da 2ª lei. São eles: Tobias, Judite, Eclesiásticos, Sabedoria, Baruque, 1º e 2º Macabeus e os acréscimos aos livros de Esdras e Daniel. São escritos nas Centúrias Silenciosas, só Tobias e Judite são a exceção. Todas têm valor histórico, as narrações são verídicas. A dispensação do Antigo Testamento pertencia aos judeus, que eram considerados “o povo de Deus” da época antes do nascimento de Cristo. Portanto, eles eram os depositários das Escrituras Sagradas da antiga dispensação. Todavia, um grupo de setenta estudiosos judeus que traduziram as Escrituras para o grego, no século II a.C., incluíram estes livros apócrifos na sua versão, que hoje é conhecida como Septuaginta. “Convém lembrar que a Septuaginta foi uma tradução de judeus que moravam em Alexandria, no Egito, longe, portanto, das raízes bíblicas de Jerusalém.” A palestina é que era o lar do cânon judaico, jamais a Alexandria, no Egito. O grande centro grego do saber, no Egito, não tinha autoridade para saber com precisão que livros pertenciam ao Antigo Testamento judaico. Alexandria era lugar da tradução, não da canonização. “O fato de a Septuaginta conter os apócrifos apenas comprova que os judeus alexandrinos traduziram os demais livros religiosos judaicos do período intertestamentário ao lado dos livros canônicos”. ECLESIÁSTICO

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AUTOR: Siraque, o filho dele chamado Siraque Bem Siraque que traduziu o livro em 132 a.C. do hebraico para o grego, o Eclesiástico. Disse: “Meu pai não era profeta. Deus nunca falou através de meu pai.”BARUQUE. Era o secretário de Jeremias, alguns afirmam que por isso o seu livro, também, era inspirado. DESARMONIA. Baruque 1:1. Eu estava em Babilônia com Jeremias. Jer. 43:6 e 7. Diz: “Baruque estava comigo no Egito.” Jeremias nunca esteve em Babilônia. Baruque 6:2. Diz que Jeremias predisse um cativeiro de sete gerações ou 280 anos, uma geração judaica era de quarenta anos. Jer. 25:11; 29:10 afirma que o cativeiro seria de 70 anos.MACABEUS. Escrito em 165 a.C. história da independência judaica, são reais e verídicas que aconteceram em Israel. I Macabeus 4:46; 9:27; 14:41 dizem: “Naquele tempo não havia profeta em Israel, o espírito de profecia havia ido embora.” Como pode ser inspirado se o próprio livro diz que nesse tempo não tinha profeta. Os acréscimos do livro de Daniel após o capítulo 12 já tem algo fora de contexto. É diferente.TOBIAS. Escrito durante o cativeiro Assírio e Judite durante o cativeiro babilônico foi em 586. O cativeiro babilônico foi em 722 quando foram levadas cativas as dez e meia tribos do norte que nunca mais voltaram. Em 586 o resto da tribo de Judá e metade da tribo de Benjamim foram levadas cativas para Babilônia, esse foi o cativeiro babilônico. Judite 1:1. Afirma que Nabucodonosor era o rei de Nínive. O livro de Daniel ensina que Nabucodosor era rei da Babilônia. O Novo Testamento cita mais de 600 vezes o Velho Testamento e apenas dois autores citam um livro não canônico, Judas 14. As figuras que João usa no Apocalipse foram copiadas do livro de Enoque. Os únicos livros do Velho Testamento que não são citados diretamente no Novo Testamento: Ester, Cantares, Neemias, Eclesiastes, Esdras, Jó e Rute. Pela primeira vez, no concílio de Trento foram os apócrifos considerados canônicos. Santo Agostinho bispo de Hippona, França, presidiu dois concílios: Em 393 A.D., o de Hippona e em 397 A.D. o de Cartago. Ele incluiu no cânon os apócrifos, menos Baruque. Incluiu também Primeiro Esdras (pseudo-epígrafo). Agostinho escreveu após incluir os livros: “Nenhum destes livros é profético, não estão no cânon que o povo de Deus recebeu, pois, uma coisa é poder escrever como homem e outra coisa, com a diligência de um historiador e outra é escrever como profeta sob a inspiração divina.” - Philip Schaft, (em inglês), História do Cristianismo, Vol. 4. P. 693.

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Em 1490 foi publicada uma Bíblia católica chamada Poliglota Complutense de Francisco Ximenes de Cisneros. Recebeu a aprovação do papa Leão X. no prefácio o cardeal Ximenes escreveu: “Os livros não canônicos aqui incluídos não são inspirados, mas servem para codificação”. E o papa aceitou. Isto 50 anos antes de Trento. No dia 8 de abril de 1546 as 16 hs. Trento declarou: “O sínodo recebe e venera todos os livros do Velho e Novo Testamento, já que Deus é o autor de ambos, como também recebe as tradições proferidas pela boca de Cristo e do Espírito Santo. Depois da lista dos livros concluem: se alguém não recebe estes livros como sagrados e canônicos e deliberadamente menospreza os ali mencionados, seja anátema”. Geisler e Nix apresentam, entre outras, as seguintes razões para a não aceitação dos apócrifos como canônicos:

2.1. A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos.2.2. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento.2.3. A maior parte dos primeiros grandes pais da igreja rejeitou sua canonicidade. 2.4. Nenhum concílio da igreja os considerou canônicos senão no final do século IV.

2.5. Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata [tradução latina da Bíblia], rejeitou fortemente os livros apócrifos. “Ele concordou com esse conceito de que os livros extras do Antigo Testamento não eram legítimos. Ele pediu que todos esses livros que não estavam incluídos no cânon hebraico fossem considerados apócrifos.” 3 2.6. Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma, rejeitaram os livros apócrifos.

2.7. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a presente data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido integral dessas palavras. 2.8. Os apócrifos não reivindicam serem proféticos. 2.9. Não detêm autoridade de Deus. 2.10. Embora seu conteúdo tenha algum valor para a edificação nos momentos devocionais, na maior parte trata-se de texto repetitivo; são textos que já se encontram nos livros canônicos. 2.12. Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos. Além da polêmica dos apócrifos, alguns poucos livros, hoje totalmente aceito como canônicos, foram, aqui e ali, contestados. São eles: Ester (por não mencionar o nome de Deus); Cântico dos Cânticos (por seu conteúdo supostamente erótico); Eclesiastes (por 3. Maxwell A. Graham, Você Pode Confiar na Bíblia?, p. 21. Módulo 01-A –Int. à Bíblia 18

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deixar transparecer aparente ceticismo e pessimismo diante da vida); Provérbios e Ezequiel (por questões rabínicas de menor importância). Eis a seguir, o atual cânon do Antigo Testamento, na ordem em que os livros aparecem nas Bíblias cristãs: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

3. CÂNON DO NOVO TESTAMENTO Os períodos de inscrição da Bíblia são:

Ca. de 1450 a.C. V. T. Ca. de 400 a.C. Ca. de 49 A.D. N.T. Ca. de 100 A.D. O Novo Testamento só começou a ser escrito no ano 49 A.D. Por que os discípulos demoraram a escrever?1 – Porque estavam preocupados em pregar.2 – Aguardava Jesus voltar em seus dias. Os primeiros escritos não foram aceitos logo, com facilidade, por quê?1º - Preferiam a presença dos discípulos do algo escrito. (Gál. 4.20).2º - Os discípulos eram mais duros nas cartas do que pessoalmente, por isso os cristãos preferiam que fossem pessoalmente. II Cor. 10.10, São Paulo fala do desejo de ir pessoalmente e S. João também, em II João 12. Jesus não escreveu livros, mas, os cristãos repetiam as palavras dEle transmitidas pelos discípulos. O que Jesus falava era considerado como tendo a mesma autoridade do V.T. Os discípulos quando começaram a escrever, já havia 18 anos que Jesus tinha morrido. As pessoas que ouviram Jesus. Eram testemunhas de que os apóstolos escreviam a verdade. Quando os discípulos começaram a morrer e Jesus não voltara surgiu a necessidade de deixarem algo escrito.

3.1. Evidências a Favor da Canonicidade do Novo Testamento O período do ano 70 A.D. ao ano 120 A.D. é chamado de Era dos Pais Apostólicos. Do ano 120 ao ano 170 A.D. é o período dos apologistas. No primeiro período há indivíduos que serviram de testemunhas de inspiração, entre eles:

a) Clemente Bispo de Roma que foi morto no ano 96 A.D. Foi mártir e contemporâneo dos discípulos. Foi colega do apóstolo

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João e acompanhou Paulo na prisão de Roma. Ele era pastor de Roma. Escreveu três epístolas. Uma para Corinto prega com base no Velho Testamento, mas cita Paulo com a mesma autoridade. Citou o livro de Paulo aos Romanos. O próprio Paulo conhecia Clemente trabalhando juntos. (Fil. 4.3)

b) Policarpo, bispo de Esmirna. Morreu em 155 A.D. foi o último pai apostólico que viu e teve contato direto com João do Apocalipse. Essa igreja que ele pastoreava foi fundada por João. Acompanhou João de Patmos a Éfeso em 90 A.D. Ele cita várias cartas de Paulo especialmente as dirigidas a Timóteo. Na epístola de Policarpo aos Filipenses ele cita Efésios 4.26 para comentar Salmos 4.4, por isso é chamado testemunha de inspiração do Novo Testamento. Colocou no mesmo nível do Velho Testamento os escritos de Paulo.

c) A epístola de Barnabé foi uma das pouquíssimas que quase entraram no cânon do Novo Testamento. Circulou ainda no cânon por 200 anos. Escrito por Barnabé, cristão de Alexandria. Descobriram isso por volta do ano 200. Antes disso achavam que teria sido escrita por Barnabé companheiro de Paulo, mas, descobriu-se que foi escrita entre 90 A.D. e 110 A.D. e Barnabé, companheiro de Paulo morreu antes do ano 90 A.D. Barnabé cita livros do Novo Testamento no mesmo nível de inspiração do Velho, como Mt. 7.21.

d) Didaché – Era o manual dos cristãos onde eles confirmavam as doutrinas e ensinamentos. Didaché não tem autor, foi produzido em Antioquia e a fonte principal é Mateus.

Apologistas – Defensores da fé. Alguns inconscientes, muitos eram agnósticos e muitos eram semi-católicos. Usaram escritos apostólicos para confirmar seus ensinos. 1º Apologista – Dionísio, 170 A.D., defendeu os escritos apostólicos como divinamente inspirados por Deus e usou o Apocalipse para defender suas doutrinas. Foi o primeiro a defender ensinamentos baseado em Apocalipse. 2º Apologista - Irineu, 130 A.D., foi mártir. Seus escritos mostravam a aceitação dele pelos ensinos apostólicos colocados no mesmo nível de inspiração do Velho Testamento. 3º Apologista – Basilídes, Um agnóstico contemporâneo de Policarpo, ano 139 A.D., afirmou: “Os eventos da vida de Jesus aconteceram tal e como estão escritos nos evangelhos.” Basílides foi o primeiro a citar João, o último evangelho a ser escrito. Cinco razões pelas quais foram os livros do Novo Testamento canonizados:

1ª - A catolicidade dos livros por todos os seguimentos cristãos. 2ª - Apostolicidade – Os escritores tiveram contato direto com Cristo.

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3ª - Conformidade e uniformidade dos livros, união, ligação sem divergências, sem contradições. 4ª - Veracidade doutrinária – Conteúdo cristológico.

Existem milhares de manuscritos antigos contendo todo o Novo Testamento ou partes dele. Esses manuscritos têm grande valor documental para o estudo da formação do cânon do Novo Testamento, a despeito de omissões, acréscimos e textos variantes provocados pelas falhas decorrentes do método de transmissão: tudo era feito á mão. Embora a grande maioria dos copistas tivesse extremo cuidado na transcrição dos livros sagrados, havia possibilidades de engano ou falha humana.

Entre os manuscritos mais importantes para o estudo documental dos textos bíblicos, encontra-se o Códex Sinaítico. Este manuscrito, datado do século IV, contém vários livros do Antigo Testamento, todo o Novo Testamento (com exceção de partes dos Evangelhos de Marcos e João), e outros não-canônicos, como a Epístola de Barnabé, o Pastor, de Hermas. O Códex Sinaítico foi encontrado no Mosteiro de Santa Catarina, ao pé do Monte Sinai, pelo estudioso alemão Tischendorf, e doado ao imperador da Rússia, Czar Alexandre II. Mais tarde, em 1933, o governo inglês comprou o Códex por meio milhão de dólares. Uma testemunha da época conta: “Quando o Códex chegou a Londres, as multidões correram ao Museu Britânico para ver aquela cópia da Bíblia” do quarto século. “Ela ainda pode ser vista ali hoje, juntamente com muitos manuscritos importantes, todos eles dando seu testemunho da cuidadosa preservação do texto bíblico”. Até o final do segundo século da era cristã, todos os livros do cânon do Novo Testamento estavam, praticamente, aceitos. Foram citados ou considerados autênticos por quase todos os chamados “pais” da igreja (Clemente de Roma, Inácio, Policarpo, Hermas, Papias, Ireneu, Diogneto, Justino Mártir, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Orígenes, Atanásio, Cirilo de Jerusalém, Eusébio, Jerônimo, Augostinho) e aprovado nos concílios de Nicéia (325-340), Hippona (393) e Cartago (397 e 419). Entre os apócrifos e pseudo-epigráfos do Novo Testamento, podemos citar a Epístola de Barnabé, O Pastor de Hermas, O Didaquê, o Apocalipse de Pedro, os Atos de Paulo e Tecla, a Carta aos Laodicenses, o Evangelho de Tomé, o Evangelho de Pedro, o Evangelho de Nicodemos, a Assunção de Maria, os Atos de Pedro, as duas Cartas Perdidas aos Coríntios, o Apocalipse de Estêvão, o Livro Secreto de João, os Atos de João, o Diálogo do Salvador. Poucos destes livros tiveram aceitação local e passageira, e todos os outros foram totalmente rejeitados. Encontram-se, nesses livros, narrativas fantasiosas e ridículas. Nos Atos de João pode-se ler um suposto diálogo do discípulo com um batalhão de pulgas. No Evangelho de Tomé, Jesus, menino, Módulo 01-A –Int. à Bíblia 21

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amaldiçoa algumas crianças que vêm a morrer logo em seguida. Segundo os Atos de Pedro, Simão, o mágico, impressionava os romanos voando sobre a cidade de Roma. Os canônicos mais contestados foram: Hebreus, Tiago, 2ª Carta de Pedro, 1ª e 2ª Cartas de João, Judas e Apocalipse. Estes livros, no entanto, constam dos códices mais antigos, o que prova sua aceitação pela igreja cristã primitiva. Além disso, todos eles apresentam provas de autêntica inspiração divina. (Veja análise de 2º Pedro, no início deste capítulo). Eis, a seguir, o atual cânon do Novo Testamento, na ordem em que os livros aparecem nas Bíblias cristãs: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse.

CAPÍTULO IV

A HISTÓRIA DA BÍBLIA

São poucos os livros que atravessaram os séculos e mantiveram sua integridade de conteúdo e força de mensagem como a Bíblia. A unicidade e preservação da Bíblia, por si só testemunham a favor do cuidado sobrenatural sobre este conjunto de livros que já se habituou a chamar de Sagradas Escrituras. Nenhum outro livro, incluindo as grandes religiões que reivindicam origem divina, tem transformado tantas almas e resgatado tantas vidas dos esgotos sociais da história das civilizações, como a própria Bíblia. Ela mesma declara, na epístola aos Hebreus, que “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. (Hebreus 4:12).

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Esta Palavra “viva e eficaz” tem uma história de lutas e vitórias. Uma história que se confunde com a própria história do povo de Deus. Que língua utilizou os profetas? Como eram transmitidos os escritos sagrados? Que materiais eram usados? Quais os testemunhos mais antigos do Santo Livro? Quais as traduções mais famosas? A viagem que agora se faz através do tempo, é em busca de respostas a essas perguntas. A maior invenção do homem antigo foi, sem dúvida, a escrita. Para fixar sentimentos e idéias, o homem utilizou, inicialmente, representações figurativas do que via. Era a escrita pictográfica. Depois, simplificou os desenhos que usava na escrita pictográfica para representar idéias: eram os ideogramas. Os egípcios, por exemplo, desenhavam um homem em posição de espanto e admiração para representar a idéia de “um milhão”. O passo seguinte foi a transformação dos ideogramas em fonogramas: cada símbolo representava um som. Os símbolos eram mais fáceis de grafar, pois foram reduzidos a poucos traços. A criação do alfabeto é atribuída aos fenícios e cananeus.

1. As Línguas Originais A Bíblia foi escrita, originalmente, em três idiomas: o hebraico, o aramaico e o grego. A maior parte do Antigo Testamento foi escrita em hebraico, e a principal língua usada no Novo Testamento foi o grego. O alfabeto hebraico contém 22 consoantes e nenhuma vogal. Daí a dificuldade para a pronúncia deste idioma a partir de sua forma escrita. Para contornar este problema, os massoretas (estudiosos judeus que viveram na Idade Média e transcreviam as Escrituras hebraicas) inventaram um sistema de pontos e sinais que indicavam a pronúncia de sua época. No entanto, é impossível saber qual a exata pronúncia do hebraico antigo, dos tempos bíblicos. A língua hebraica apela aos sentimentos e é extremamente figurativa. É rica em figuras de linguagem e, como em português, não possui o gênero neutro: tudo é masculino ou feminino. Expressa as idéias de forma bastante compacta, de modo que os textos traduzidos do hebraico são, pelo menos, duas vezes maiores que o original, se levarmos em conta o número de letras e palavras. Outra característica: o hebraico é lido da direita para esquerda. O aramaico foi utilizado em algumas passagens do Antigo Testamento (Esdras 4:8 – 6:18; 7:12-26; Daniel 2:4-7:28). É uma língua falada por alguns povos. Bastante parecido com o hebraico, usa os mesmos caracteres deste idioma nas passagens bíblicas citadas. Seu vocabulário e sintaxe são ricos, mais ricos que o hebraico, mas não possuem a mesma força de expressão dessa

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língua. Juntamente com o grego, era uma das línguas amplamente utilizadas nos primórdios da era cristã. O grego foi, sem dúvida, a língua utilizada pelos escritores do Novo Testamento, que tinham a Septuaginta como principal fonte de textos do Antigo Testamento. Diferentemente do hebraico, o grego é uma língua que apela á razão, e foi o idioma dos pais da filosofia da antiga Grécia, que influenciaram, de modo definitivo, todo o pensamento ocidental. O grego falado pelo povo, na época do surgimento da igreja cristã, foi o mesmo usado pelos escritores dos Evangelhos. Era o grego conhecido como coiné, isto é, comum; não se tratava, portanto de um grego especial do Espírito Santo, como muitos pensavam na Idade Média.

2. Os Materiais Na antigüidade foram usados os mais diversos tipos de materiais para a produção de textos escritos. Os antigos povos da Mesopotâmia usaram lâminas de argila, onde imprimiram seus escritos com símbolos em forma de cunha – era a escrita cuneiforme. Os egípcios preferiram o papiro, feito de tiras do talo de uma planta do mesmo nome das margens alagadiças do vale do Nilo. Nossa palavra “papel” provém exatamente de papiro. O couro também foi utilizado. Curtiam-se peles de caprinos ou bovinos masseradas em cal, raspadas e polidas. Eram os pergaminhos. Formavam-se longas tiras que eram enroladas para formar os livros. Daí terem os livros antigos formato de rolos. Posteriormente, pergaminhos bastante finos e lisos, de couro de animais recém-nascidos ou que nasceram mortos (natimorto), preparados e costurados como nossos livros atuais. Estes pergaminhos receberam o nome de velino. Como exemplo de velino, temos o Códex Sinaítico, mencionado no capítulo anterior. Devido à escassez de material para a escrita, era comum rasparem-se pergaminhos já utilizados, para serem reaproveitados em novas escrituras. Estes pergaminhos assim tratados (rapados e reescritos) foram denominados de palimpsestos. As classes mais pobres serviam-se, praticamente, de qualquer material barato onde pudessem escrever. Um exemplo disso são os óstracos, cacos de cerâmica que foram descobertos em escavações arqueológicas, com inscrições de uma cópia dos Evangelhos. Entre os documentos do Mar Morto, encontra-se um manuscrito redigido num rolo de cobre de dois metros e meio de comprimento e trinta centímetros de largura.

3. Os Manuscritos Antigos O estudo dos manuscritos antigos das Sagradas Escrituras é de vital importância para a recuperação do texto bíblico. Os

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conteúdos destes manuscritos subsistem em forma de inscrições, papiros, pergaminhos, óstracos e citações de escritores antigos. Manuscritos do Velho Testamento. Não existe em tão abundância como os do Novo Testamento. Até o final do século XIX, eram conhecidos pouco mais de 700 destes manuscritos. Somente em 1890, foram descobertos, numa antiga sinagoga do Cairo, cerca de 10.000 manuscritos e fragmentos contendo grande quantidade de material bíblico. Quando se fala em manuscritos do Antigo Testamento não se pode deixar de mencionar os massoretas. Os massoretas eram os guardiões da Massora. A Massora significa literalmente tradição. Mas, com o tempo tomou significado de guardar, arquivar, proteger. Eles cuidavam e guardavam os escritos dos judeus. Também, foram copistas dos textos escriturísticos hebraicos, viveram na Idade Média (500-1000 d.C.). São textos altamente confiáveis e prezados pela crítica textual devido ao trabalho meticuloso destes estudiosos medievais. Bastava descobrir-se um erro ou falha numa cópia, para que fosse destruída. Os principais manuscritos do Velho Testamento, que serviram para o rastreamento do texto bíblico original, são os seguintes:

Códice cairota (895 d. C.)Códice de Leningrado dos profetas ou Códice de São Petersburgo (916 d. C.) Códice Allepo (916 d.C.)Códice do Museu Britânico (950 d.C.)Códice de Leningrado (1008 d.C.)Fragmentos de Cairo Geneza (500 a 800 d.C.)

Além destes manuscritos massoréticos, podemos citar como testemunhos do texto bíblico do Antigo Testamento: A Septuaginta (versão dos setenta), feita no séc. II a.C.

O Talmude, antigo livro de tradições judaicas.O Pentateuco Samaritano.Os Targuns, tradução aramaica parafraseada do Antigo Testamento.A Peshita, tradução siríaca do Antigo Testamento.O Papiro Nash, fragmento datado de 150 a.C. a 68 d.C. que

contém uma cópia dos Dez Mandamentos.

3.1. Os Manuscritos do Mar Morto - Estes antigos manuscritos foram descobertos em 1947, por um beduíno numa bem dissimulada gruta nas proximidades de Jericó, junto ao Mar Morto, em 11 cavernas, na Palestina, numa região denominada Qumran.

Tudo começou quando um grupo de pastores tentava encontrar uma cabra que se havia desgarrado do rebanho. Um jovem pastor árabe, Muhammad Adh-Dhib, percebeu uma abertura na rocha e atirou um seixo dentro da gruta. Ouviu, então, o barulho Módulo 01-A –Int. à Bíblia 25

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de cacos quebrando. A partir daí, descobriu-se o maior tesouro arqueológico do século. Eram cerca de 50.000 fragmentos, e muitos rolos inteiros, dos quais 20 a 25% tratavam-se de textos bíblicos, escritos em hebraico antigo.

Examinado pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de Jerusalém, revelou-se pertencer ao terceiro século a.C. contém o livro completo de Isaías e comentários de Habacuque, além de outras importantes informações sobre a época em que foi escondido, é mais conhecido como O Rolo do Mar Morto.

Esses documentos datam até 250 a.C. O rolo que contém o livro de Isaías foi recuperado quase inteiro e ratifica os textos bíblicos massoréticos e, por extensão, nossas traduções atuais. Os documentos do Mar Morto comprovam a integridade do texto bíblico. Podemos, realmente, confiar nas Santas Escrituras.

3.2. A Pedra Moabita - Constitui um importante documento arqueológico que testemunha a veracidade histórica dos relatos bíblicos. Ela contém a descrição de um conflito entre os moabitas (um povo mencionado na Bíblia) e Israel.

4. Manuscritos do Novo Testamento. O número de cópias antigas do Novo Testamento ou partes é expressiva. São mais de 5.000 manuscritos que atestam a autenticidade dos escritos dos apóstolos e discípulos de Jesus do primeiro século da era cristã. Os críticos tentam minimizar o valor deste extraordinário testemunho simplesmente apontado as inúmeras variantes entre os textos manuscritos. No entanto, como diz o prefácio da The New King James Version, estas variações “não afetam o sentido do texto de maneira nenhuma”. Na verdade, a grande maioria das variantes textuais são frutos do processo totalmente manual da produção das Escrituras: erros de cópia, falhas humanas (quando, por exemplo, o copista trocava letras por causa de problemas visuais), diferenças ortográficas entre uma Religião e outras atualizações lingüísticas, e coisas desse tipo. Pode-se dividir os manuscritos existentes do Novo Testamento em papiros, unciais e cursivos. Os unciais são primorosas cópias do Novo Testamento (ou porções), em maiúsculas e, geralmente, ilustrados, escritos sobre pergaminho ou velino. Os cursivos, em letras minúsculas, são mais abundantes e menos antigos que os unciais. Também usam forma de escrita mais rápida e simplificada, pois o crescimento da igreja cristã demandava maior número de cópias. São conhecidos, hoje, cerca de 26 papiros do Novo Testamento, 297 unciais e milhares de cursivos. Por sua importância para a recuperação do texto do Novo Testamento. Abaixo cita-se os principais papiros e unciais (códices).

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Papiros de Oxirrinco. Encontrados no lixo, em Oxirrinco, Egito. Dentre milhares destes fragmentos, foram encontrados 35 manuscritos contendo partes do Novo Testamento. Papiros Chesser Beatty (séc. II e III d.C.). Contém porções de todos os Evangelhos, dos Atos, e quase todas as epístolas de Paulo. Papiros Bodmer (175 a 225 d.C.). Contêm partes dos evangelhos de Lucas e João, as cartas de Pedro e Judas. Papiro Rylands (117-138). O mais antigo que se conhece, é um fragmento contendo trechos do evangelho de João. Códice Sinaítico (350 d.C.). Descoberto por Tischendorf, no Mosteiro de Santa Catarina, próximo ao Monte Sinai. Códice Vaticano (325-350). Contém o Antigo Testamento e grande parte do Novo Testamento em grego. Códice Alexandrino (séc. V). É uma cópia quase integral do Novo Testamento grego. Códice Efraimita (c 350 - 450 d.C.). Este pergaminho trazia cópia do Antigo e Novo Testamento, que foram apagados para nele se escrever os sermões de Efraim, um dos pais da igreja. Trata-se, portanto, de um palimpsesto. Através de processos químicos, o sábio Tischendorf conseguiu recuperar o texto bíblico. Códice Beza (século V). é um documento bilíngüe escrito em grego e latim. Códice Washington (século V). Contém os quatro Evangelhos e encontra-se, atualmente, na Instituição Smithsoniana, em Washington, EUA. Segundo Sir Frederic Kenyon, famoso paleógrafo (estudioso de documentos antigos), “o cristão pode pegar a Bíblia inteira em suas mãos e afirmar, sem temor ou hesitação, que está segurando a verdadeira Palavra de Deus, transmitida ao longo dos séculos, de geração em geração, sem nenhuma perda essencial”.

5. As Traduções Já foram mencionados, neste estudo, as mais antigas e importantes versões da Bíblia hebraica: O Pentateuco Samaritano (aramaico) e a Septuaginta (grego). A Septuaginta foi uma tradução feita por setenta sábios judeus, em Alexandria, sob o reinado de Ptolomeu II Filadelfo. É uma das mais importantes traduções dos textos bíblicos e acredita-se que era a versão usada pelos apóstolos e pela igreja primitiva. Além dos livros canônicos, trazia os apócrifos. Para o latim, a tradução mais famosa foi a Vulgata, traduzida por Sofrônio Jerônimo, no século IV. Esta tradução trazia as escrituras hebraicas (Antigo Testamento) e as escrituras cristãs (Novo Testamento). Somente após a morte de Jerônimo, foram acrescentados os livros apócrifos na sua tradução.

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A primeira tradução completa da Bíblia para o inglês foi feita por Jonh Wyclif (1329-1384), apesar da oposição do clero da Idade Média. Ainda no fervor da Reforma Protestante, Martinho Lutero fez sua tradução para o alemão, e Tyndale, executado em 1536, verteu a Bíblia para o inglês. Por esse motivo foi condenado à morte. Conta-se que, no momento da execução, Tyndale simplesmente clamou a Deus em oração: “Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra”. Deus ouviu a oração de seu servo. Em 1611 veio a público uma versão que se tornaria a mais famosa e popular tradução da Bíblia para o inglês: a versão do rei Tiago (King James Version). Mais tarde, na própria Inglaterra, surgiu a primeira sociedade bíblica do mundo: a Sociedade Bíblica Britânica, 1795. Atualmente (ano 2000), existem 139 sociedades bíblicas, operando em mais de 200 países.

5.1. A História da Bíblia em Português. A tradução mais antiga da Bíblia completa para o português deve-se a João Ferreira de Almeida. Nascido em 1628 em Torres de Tavares, nas proximidades de Lisboa. Tornou-se evangélico muito jovem, não tinha ainda 17 anos quando começou a tradução da Bíblia, mas perdeu seu manuscrito e teve de reiniciar a tradução em 1648. “Por conhecer o hebraico e o grego, Almeida pode utilizar-se dos manuscritos dessas línguas, calcando sua tradução no chamado Textus Receptus. Do grupo Bizantino. Ele também se serviu das traduções holandesa, francesa (tradução de Beza), italiana, espanhola e latina (Vulgata).”3

Em 1676, Almeida terminou a tradução do Novo Testamento. Em 1681 o Novo Testamento foi impresso pela primeira vez em português em Amsterdam, Holanda, pela viúva de J. V. Someren. Na tarefa de tradução do Texto Sagrado esta, empregou mais de 40 anos de sua vida, e ao morrer, em 6 de agosto de1691, havia traduzido o Antigo Testamento, até Ezequiel 41:21. Em 1748 o pastor holandês Jacobus op den Akker concluiu a tradução, e publicou a Bíblia de Almeida, completa, em 1753. A Segunda tradução para o português surgiu em 1819, foi a Bíblia completa, do padre Antônio Pereira de Figueiredo, e em 1930 veio à lume a tradução do padre Matos Soares, feita a partir da Vulgata, que se tornou muito popular na comunidade católica. Para ter-se uma idéia da importância das traduções bíblicas para a humanidade, basta mencionarem o fato de que muitos povos foram alfabetizados pela Bíblia. O alfabeto cirílico, por exemplo, usado pelos soviéticos, foi criado exclusivamente para tornar possível a tradução da Bíblia para aqueles povos. Atualmente, muitos grupos cristãos estão empenhados em criar o alfabeto e gramática para muitas línguas indígenas, no Brasil e em outros

3. Frank Charles Thompson, Bíblia de Referência Thompson, p. Módulo 01-A –Int. à Bíblia 28

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países, a fim de levar o Evangelho para as tribos nativas que ainda falam idiomas que não possuem escrita. Todas as mídias são utilizadas na divulgação da Bíblia. Além da forma tradicional – o livro – encontramos a Bíblia em fita cassete, em CD, em vídeo, e em vasta produção de CD-ROM que pode ser adquirida por usuários de microcomputadores. Recentemente a Sociedade Bíblica lançou a Bíblia Online, uma biblioteca com 47 versões da Bíblia em diversos idiomas, ocupando apenas um CD-ROM. Hoje, as traduções da Bíblia são incontáveis. Na verdade, ninguém pode conter a avalanche de textos bíblicos, traduzidos no todo ou parte, que invade o planeta como literal cumprimento da ordem do Mestre: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15). Esta é uma prova incontestável da origem divina das Escrituras. “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24:35). As palavras do Mestre ecoam agora em 2.151 línguas e dialetos. Nenhum outro livro foi tão longe assim…

6. História da Bíblia no Brasil (Resumo) Em 1847 publicou-se, em São Luis no Maranhão, o Novo Testamento traduzido pelo frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na Vulgata. Este foi, portanto o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. De lá para cá houve outras traduções ou revisões parciais e completas individuais ou não. Em 1902 as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil patrocinaram nova tradução da Bíblia para o português. Em 1948 organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, destinada a “Dar a Bíblia à Pátria. Mais recentemente a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu a Bíblia na Linguagem de Hoje (1988). O propósito básico desta tradução tem sido o de apresentar o texto bíblico numa linguagem comum e corrente.

Produção da Bíblia no Brasil em 1996

Editora Profissão Religiosa

Total de Bíblias

Sociedade Bíblica do Brasil Evangélica 2.231.107Paulus Católica 500.000Ave Maria Católica 488.000Loyola Católica 330.291Vida Evangélica 281.387Trinitariana Evangélica 208.598

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Juerp Evangélica 152.000Alfa Lit Evangélica 82.534Edipar Evangélica 67.000Edelbra Evangélica 48.480Vozes Católica 30.000TOTAL (1996) 4.421.397 Em 1998, o Brasil tornou-se campeão mundial em vendas de Bíblias: 7 milhões de exemplares vendidos. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos, e em terceiro, (quem poderia imaginar!), um país comunista, a China.

CAPÍTULO V

O QUE A BÍBLIA DIZ DE SI MESMA

1. É a Palavra Inspirada por Deus:

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“O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra está na minha boca.” 2 Sam. 23:2. “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2 Ped. 1:21 “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” 2 Tim. 3:16.

2. É Luz: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Sal. 119:105.

3. É Eterna: “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.” Isa. 40:8. “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” Mat. 24:35.

4. É a Verdade: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” João 17:17

5. É Viva e Eficaz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Hab. 4:12

6. É Fonte de Vida Eterna: “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” João 6:68.

7. Seu tema principal é o Salvador Jesus: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.” Luc. 24:27 “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprissem tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” Luc. 24:44.8. É útil para o ensino: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” Rom. 15:4

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“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” II Tim. 3:16. “Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” II Tim. 3:17.

9. É o melhor alimento espiritual: “Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção.” Jó 23:12. “Achadas as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos.” Jer. 15:16.

10. Seu Autor é Verdadeiro e Fiel: “… Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” Tito 1:2 “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” Deut. 32:4

11. É fonte da verdadeira felicidade: “Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e as guardam.” Luc. 11:28 “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.” Apoc. 1:3

12. Normas para o estudo da Bíblia

12.1. Antes de se ler a Bíblia, deve ser feita uma oração, pedindo orientação divina.

12.2. Sempre que se aproxime da Bíblia o leitor deve fazê-lo com espírito de humildade e desejo de descobrir os tesouros revelados na Palavra de Deus.

12.3. Não se deve tentar usar a Bíblia para acusar ou censurar as atitudes alheias. Esta não é a função das Escrituras. Antes o investigador deve procurar instrução para si próprio.

12.4. Deve ser mantido um espírito reverente diante das Santas Escrituras.

12.5. O estudante diligente fruirá os maravilhosos tesouros encontrados nas páginas sagradas. “Como um garimpeiro escava a terra em busca de ouro, ou como um mergulhador desce às profundezas do mar em busca de pérolas”

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CONCLUSÃO

“O plano original de Deus não era dar ao homem a sua palavra de forma escrita. Os anjos eram os ensinadores dos homens. Adão e Eva eram visitados livremente por Deus e os anjos, porém com a entrada do pecado esta livre comunhão foi interrompida.” 4

“Ninguém que possua este tesouro é pobre e abandonado. Quando o vacilante peregrino avança, para o chamado “vale da sombra e da morte”, não teme penetrá-lo. Ele toma o bastão e o cajado da Escritura em sua mão e diz ao amigo e companheiro: ‘Adeus até nos encontrarmos novamente. ’ E confortado por aquele apoio segue o trilho solitário como quem caminha das trevas para a luz. ”5

“Este livro contém a mente de Deus, o estado espiritual do homem, o caminho da salvação, a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes. As suas doutrinas são santas, os seus preceitos são obrigatórios, as suas histórias são verídicas, as suas decisões imutáveis.… Ele é o mapa do viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado, a carta magna do cristão. Nele o paraíso é restaurado, os céus abertos e as portas do inferno desmascaradas. Cristo é seu único assunto; o nosso bem é o seu desígnio e a glória de Deus é o seu fim. Ele deve encher a memória, reinar no coração e guiar os pés.… É nos oferecido na vida presente, será o código de lei do Juízo Final e o único a permanecer na Biblioteca da eternidade.” 6 Os escritores da Bíblia não se contradizem mesmo que esteja separado pela cultura, pelo tempo, ou pelo idioma, o que torna os Sagrados Escritos uma unidade admirável. Portanto pode-se concluir que ela não teve vários autores, mas, um só: O Espírito Santo. Não se deve adorar o Livro, mas sim, o Jesus contido nele. Pois a Bíblia é a palavra de Deus e o ser humano deve lembrar que Deus pode ter outras palavras para outros mundos, mas, para este mundo a Palavra de Deus é Jesus.

4. Pedro Apolinário, Hiistória do Texto Bíblico, p. 21. 5. Ibid. p. 4. 6. Ibid. p. 41. Módulo 01-A –Int. à Bíblia 33

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BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. 2ª. Edição.

São Paulo, SBB, Revista e Atualizada no Brasil, 1998.

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. 1ª. Edição.

Rio de Janeiro, CPAD, 1998.

FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. 4ª.

Edição. Rio de Janeiro, JUERP, 1990.

GEISLER, Norman e NIX, Willian. Introdução Bíblica: Como a

Bíblia chegou até nós? São Paulo, Vida, 1997.

GRANDES IMPÉRIOS E CIVILIZAÇÕES. Volume 1.

MAXWELL, A Grahan. Você Pode Confiar na Bíblia? 2ª.

Edição. CPB, 1993

NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO, 1ª. Edição.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia: Livro por Livro. Edição

Revista, Flórida, Vida, 1997.

REVISTA SUPER INTERESSANTE, Agosto de 1995.

THOMPSON, Frank Charles. 7ª Impressão, São Paulo, Vida,

1996.

VERBO, ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA, Vol

2 e 13, Lisboa.

VICENTINO, Claúdio. História Geral. Edição Scipione. 8ª.

Laurousse do Brasil, 1978.

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Aluno: Matrícula:Cidade: UF: DATA:

Estude o módulo e responda esta avaliação entregando sem rasuras.

Não copie do colega e responda com caneta azul ou preta. Responda com atenção procurando a resposta que esteja

mais correta, mais completa, para não errar e não rasurar. 01. Qual a origem da palavra Bíblia e qual seu significado?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________02. Quantos livros compõem a Bíblia católica e protestante,

respectivamente ?a ( ) 66 e 72b ( ) 73 e 66c ( ) 72 e 65d ( ) 67 e 74

03. Quem dividiu a Bíblia em capítulos?a ( ) Robert Stephanus, em 1551, ao fazer uma viagem de Paris a Lion. b ( ) Clemente de Roma, em 1260c ( ) Stephen Langton, professor universitário em Paris, no ano de 1227.d ( ) Santo Agostinho, um dos pais da igreja.

04. Relacione o autor a seu respectivo livro:1. Moisés ( ) Atos2. Esdras ( ) 1 Pedro3. Salomão ( ) 1 Crônicas4. Jeremias ( ) Levítico5. Lucas ( ) Gálatas6. Paulo ( ) Cântico dos Cânticos7. João ( ) Lamentações8. Pedro ( ) Apocalipse

05. Que significa cânon?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

06. Explique as quatro teorias da inspiração.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________________________________________________

07. Uma evidência da inspiração do Velho Testamento é o testemunho de Jesus. Abra sua Bíblia no Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículo 44, e complete o texto:

“A seguir, Jesus lhe disse: São estas as palavras que Eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito____________________nos_____________________________________ e nos__________________________.

08. Que parte da Bíblia é inspirada por Deus? (Veja 2 Timóteo 3: 16).__________________________________________________________________________________________________________________________________________

09. Cite duas evidências internas da inspiração da Bíblia.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10 . Comente a evidência da indestrutibilidade da Bíblia.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Autógrafos são:a ( ) Os manuscritos originais da Bíblia. b ( ) Livros rejeitados pelo povo de Deus.c ( ) Cópias dos originais escritos pelos profetas. d ( ) O mesmo que apócrifos.

12. Para resumir a canonização do Velho Testamento fale sobre a tradição de pais, e diga quem julgava se um livro entrava ou não para o cânon.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13. Qual o sentido do termo apócrifo?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14. Por que os discípulos demoraram a começar escrever o Novo Testamento?

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_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________15. Ligue o evento ou a pessoa com a data:

16. Na história da Bíblia há algumas traduções famosas, fale sobre a LXX (Septuaginta).

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

17. Ligue a palavra ao seu significado.

18. Cite as razões para a canonização do Novo Testamento._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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1. Concílio de Jânia2. Flávio Josefo3. Baba Bathra4. Esdras5. Diáspora6. Melito de Sardes7. Tradução do Eclesiástico8. Macabeus9. Cativeiro Assírio10. Concílio de Cartago

( ) 400 a.C.( ) 132 a.C.( ) 397 A.D.( ) 75 A.D.( ) 170 A.D.( ) 722 a.C.( ) 70 A.D.( ) 200 a.C.( ) 90 A.D.( ) 165 a.C.

1. Óstracos2. Papiro3. Pergaminho4. Palimpsestos5. Velino6. Lâminas de Argila7. Natimorto8. Massora9. Papiros Unciais10. Papiros

Cursivos

( ) Pergaminhos lisos e finos costurados como livro( ) Animal que nasce morto( ) Cópias em minúsculas( ) Guardar, arquivar, cuidar, proteger( ) Tiras de pele de caprinos ou bovinos( ) Cópias em maiúsculas( ) Escrita cuneiforme( ) Cacos de cerâmica( ) Pergaminhos raspados e reescritos( ) Tiras de talo do vale do Nilo

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19. Qual a importância do Códex Sinaítico para o estudo do cânon do Novo Testamento?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

20. Relacione as colunas:1. Epístola de Barnabé ( ) Descobriu o Códex Sinaítico2. Tischendorf ( ) Autor de um Evangelho3. Policarpo ( ) Um dos país da igreja primitiva4. Mateus ( ) Livro apócrifo

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