1 0 x 1 5 :M O M E N TO S D E N Ã O C A L A R

Estudantes-Artistas

Amanda Mirela Grando, Antônio Ezequiel Macedo Mateus, Arthur Dornelles Rodrigues, Arthur Gonçalves de Oliveira, Arthur Schoch Martins, Artur Ribeiro da Rosa, Bruno de Araújo Bernardes, Carlos Eduardo R. de Farias, Eduardo Menezes Dias, Eric Brum Correia Z. da Silva, Gabriel Fontela Moreira, Geovana dos Santos Ramos, Giovanna Ramos Niffa, Guilherme Lampert Pinheiro, Helena da Silva Soares, Henryque Rios dos Santos, Isabele Souza Pereira, Isabelle Marques Stankowiski, João Gabriel F. Okraszewski, João Vitor Mendes Cardoso, João Vitor Gomes, Layslla Alves Daitx, Lucas Rafael Rocha Oliveira, Luiza Tolfo dos Santos, Mariana Serpa Linkewez, Miguel Rodrigues Alves, Nicole Couto Leal, Paulo Eduardo R. Saraiva, Rafaela Peres Flor, Renan Brum Correia Z. da Silva, Ruan Gonçalves Alves, Sofia Roza Teixeira Lopes Vieira, Sophia Paranhos de Oliveira, Thales Corrêa Castro, Yasminn da Costa Lencines.

Artista convidado: Vital Lordelo.

Organização: Karine Storck, Caroline Becker e Marcelo Maciel

Agradecemos

ao Colégio de Aplicação desta Universidade por permitir e incentivar o exercício de práticas pedagógicas inovadoras, garantindo a atuação docente no ensino, na pesquisa e na extensão;

aos estudantes do Projeto Amora (sexto e sétimo ano do Ensino Fundamental) por aceitarem o convite e o desafio de serem protagonistas em um projeto como este;

ao Centro Cultural por permitir que um trabalho iniciado na escola básica ganhasse uma nova dimensão, saindo dos muros da escola e ocupando um espaço cultural;

aos integrantes do Núcleo de Exposições DDC da UFRGS pela disponibilidade, pelas ideias sugeridas e pelo acolhimento deste projeto;

especialmente ao artista Vital Lordelo que, além de nos alimentar com sua produção artística, embarcou em nossas ideias e as tornou muito maiores do que imaginávamos.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

ReitorRui Vicente Oppermann

Vice-Reitora e Pró-Reitora de Coordenação AcadêmicaJane Fraga Tutikian

Pró-Reitora de ExtensãoSandra de Deus

Diretora do Departamento de Difusão Cultural e do Centro Cultural da UFRGSClaudia Mara Escovar Alfaro Boettcher

Núcleo de Exposições DDCEllen Hiromi, Melissa Chassovoimaister e Rafael Derois

Box 10X15 - Momentos de não Calar

AutoriaAlunos do Sexto e Sétimo Ano do Ensino Fundamental do Colégio de Aplicação da UFRGS e Vital Lordelo

Organização e RevisãoKarine Storck, Caroline Becker e Marcelo Maciel

DiagramaçãoRafael Derois

ImpressãoGráfica da UFRGS

Como tudo começou?

O cenário foi o Colégio de Aplicação da UFRGS; a época, o ano de 2018, especificamente o mês de junho, durante a tradicional “Semana de Línguas”; os personagens secundários dessa história são xs professores; os protagonistas, estudantes do sexto ano. Na ocasião, o evento teve como mote um questionamento: “Para o que você se cala?”. Diante de tal provocação, nós, docentes, Karine Storck, Caroline Becker e Marcelo Maciel, propusemos uma oficina que pretendia, justamente, construir algo capaz de espalhar palavras: “10x15 – Momentos de não calar” desafiou xs jovens estudantes a refletirem sobre os silenciamentos que experienciamos no dia a dia. Da constatação, passamos à ação: alunos e alunas foram convidados a propagar palavras pelo mundo, pelo pequeno mundo habitado por cada um de nós.

Afinal, o que foi feito?

Alunos e alunas do CAp-UFRGS participaram da oficina interdisciplinar “10x15 – Momentos de não calar”. Foram muitos encontros para colocarmos em prática um desejo: queríamos disseminar palavras e, consequentemente, ideias. Como fazer isso? Como levar ao mundo palavras e ideias? Casualmente, as duas professoras lembraram-se do artista visual Vital Lordelo. No trabalho “Isso já foi longe demais”, Lordelo reúne alguns dos pressupostos que estavam alimentando nosso feliz desassossego: palavras/ideias, imagens e reprodutibilidade. Os seus cartazes, stickers e lambes estavam espalhados pelas cidades, pelas casas, pelo mundo virtual, ou seja, disseminavam palavras e ideias. Foi desse (re)encontro com a criação de Vital Lordelo que delineamos nosso caminho. Precisávamos de um suporte tão potente e capaz de se movimentar quanto os lambes… foi assim que chegamos ao formato postal. Cada estudante, portanto, recepcionou a produção de Lordelo (viu suas imagens e leu seus textos); escolheu uma palavra para espalhar; criou um texto explicando por que tal palavra; e inventou uma imagem, usando a técnica do carimbo. No fim, tínhamos um postal com palavra, texto e imagem.

Por que o trabalho de

Vital Lordelo?

Vital Lordelo é um artista contemporâneo e atuante, que residiu por algum tempo em Porto Alegre-RS. Em sua produção - a qual, muitas vezes, circula livremente por ruas e muros -, encontramos as muitas facetas do viver, mergulhado em sentimentos e sensações: em seus trabalhos, as palavras coragem, encanto, amor, leveza e aconchego (para citar alguns exemplos) ganham literalmente uma forma e reconfiguram as ruas da cidade.

Por que usar postais?

Um postal é um pedaço de papel (e um formato de texto) que carrega algumas ideias: movimento, distância, lembrança, saudade, encontro. Quando estamos longe, enviamos um postal; quando queremos dizer “lembrei de ti”, enviamos um postal. Cidades, museus e até mesmo lojas produzem postais e os disponibilizam para, dessa forma, espalharem sua imagem e identidade, para fazerem-se presentes em outro tempo e espaço. Um postal reúne imagem, palavra e movimento, em diálogo com o que Vital produz com seus trabalhos (nos quais encontramos imagem e palavras que se espalham em lambes/cartazes ou adesivos pela cidade, convocando os passantes à reflexão). O postal, apesar de oportunizar uma leitura sucinta, é potência. Pensamos, então: não calaremos; usaremos o pequeno espaço 10x15 para espalhar nossas palavras.

Por que o encontro dos

componentes curriculares?

As palavras interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade frequentemente desfilam no espaço acadêmico e nas escolas, podendo provocar medos e incertezas. Para além de definições teóricas, o trabalho “10x15 - Momentos de não calar” desafiou dois componentes curriculares a conviverem (Artes Visuais e Língua Portuguesa), borrando fronteiras do currículo e dos saberes. Dessa forma, experimentamos um novo lugar: a aula não mais era apenas Artes Visuais ou Língua Portuguesa, tampouco havia uma hierarquia entre os componentes curriculares (isto é, nenhum deles estava a serviço do outro). Em nossos encontros, tempo e espaço pertenciam ao “10x15”, quando certezas foram suspensas e questionamentos e objetivos foram elencados. Nossa lista de pretensões: organizar uma exposição que fosse além dos muros da escola, apresentando um novo horizonte aos estudantes, isto é, novos papéis e relações sociais; oportunizar aos alunos a vivência da função autor, trabalhando sua autoestima e identidade; aproximar alunxs e sua realidade ao capital cultural de outros espaços; ler e elaborar textos inseridos nos espaços culturais destinados a exposições; conhecer e exercitar as diferentes funções e atuações profissionais envolvidas na idealização, na execução e na divulgação de uma exposição de arte; por fim, promover o contato e a relação com o campo da arte de um modo diferente, apresentando o artista (já consagrado ou institucionalizado) não como referência única, uma vez que assume o “lugar” de artista convidado, compondo, juntamente com xs estudantes, a exposição.

Por que arte na escola?

Por que uma escola sem arte? O que pode uma escola sem arte? Por que dizer “não” para a arte na escola? Por que uma educação básica sem arte? O que “não” pode a arte na escola? Existe educação sem arte? O que a produção artística contemporânea tem a ver com a escola? O que pode um artista na escola? Por que expor trabalhos artísticos na escola? Por que apresentar artistas vivos (atuantes) aos estudantes? Por que não apresentar artistas vivos (atuantes) aos estudantes? Por que levar artistas na escola? O que pode o artista na escola? O que pode a arte na educação? Por que dialogar com espaços culturais? Por que não dialogar com espaços culturais? Por que uma exposição de trabalhos escolares em um espaço não escolar? Por que trabalhos escolares em instituições culturais? Poderia ser a escola um espaço cultural?

Quer mais perguntas? Conheça o grupo de estudo e de pesquisa ArteVersa (www.ufrgs.br/arteversa) e o projeto Arte em Trânsito (www.arteemtransito.com.br). Quer compartilhar conosco suas perguntas? Siga nosso perfil no Instagram e nos contate: @momentosdenaocalar_cap

Porque ainda precisamos de justificativas.

Acreditamos que o percurso aqui apresentado, ao mesmo tempo pedagógico e artístico, é potente para aproximar cidadãos (especialmente jovens estudantes) de diferentes práticas artísticas, desmistificando-as. Além disso, por meio da vivência de todas as ações que envolveram a produção da exposição “10x15 - Momentos de não calar”, foi possível exercitar as relações entre os diferentes setores e instâncias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tanto estudantes quanto docentes experimentaram novas funções e papéis sociais, assumindo um verdadeiro desafio que contemplou estas ações: inscrever um projeto educativo em um edital público; elaborar um projeto de extensão que contemplasse todas as facetas de um complexo projeto pedagógico; expor trabalhos escolares no Centro Cultural da UFRGS; produzir textos coletivamente para a exposição; exercitar a função de curadoria; propor atividades pedagógicas em espaços não tradicionalmente escolares, como na Gráfica da Universidade, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul e no Centro Cultural ou durante a montagem da própria exposição; divulgar o projeto em eventos acadêmicos e para a comunidade escolar. Por meio de uma ação pedagógica como essa (que extrapola tempos e espaços escolares), reconhecemos a universidade pública como plural e difusora de conhecimentos, e por isso, enquanto professores de Educação Básica do CAp/UFRGS, reafirmamos nosso compromisso com a produção de conhecimento - ação indissociável da tríade ensino, pesquisa e extensão.

Saudade,

por Sofia Roza Teixeira Lopes Vieira

Em um aula de ciências normal, como todas, eu e minhas amigas conversamos e brigamos e eu arranquei a nossa pulseira de amizade que dei pra elas, ficamos mais ou menos um mês brigadas, eu me culpava todos os dias pelo que eu fiz, elas eram minhas melhores amigas, passamos vários momentos e eu estraguei tudo.

Aconchego,por Bruno de Araujo Bernardes

Estava no carro indo para minha avó. Chegamos, estacionamos e descemos. Estava subindo as escadas e já estava sentindo o cheiro daquele delicioso almoço com um churrasquinho. Fui até a casa da minha avó com muita fome. Almoçamos e foi delicioso e gostoso. Quando acabou, nós repetimos, e esse almoço me deixou aconchegado.

Respeito,por Giovanna Ramos Niffa

Respeite os outros. Se a pessoa pedir para você parar, pare. Se a pessoa não está gostando, pare. Não faça para os outros o que você não quer que façam para você. Isso é respeito!

Companhia,por Arthur Schoch Martins

Eu pensei em companhia porque é uma palavra boa que define que as pessoas estão sempre melhor quando tem uma pessoa conhecida por perto. Mas eu fiz essa palavra pensando no meu cachorrinho Bud que sempre que estou mal faço um carinho nele e me sinto melhor. A companhia dele me faz bem. Eu acho que a companhia de uma pessoa para outra faz bem também.

Amor,por Eric Brum Correia Z. da Silva

Esse pássaro está fazendo um coração porque ele fala sobre amor, sobre namoro, sobre família e sobre carinho com os animais e com os idosos.

Coragem,por Helena da Silva Soares

Precisamos de coragem para enfrentar os monstros, bullying, pressão dos colegas, para os desastres naturais, e para enfrentar a briga. Precisamos de coragem para seguir a nossa vida.

Utopia,por Caroline Valada Becker

Quando entro em uma sala de aula, quando viro as páginas de um livro, quando leio versos, quando recebo sorrisos doces, quando percebo a esperança no olhar do outro, a utopia se faz presente.

Ser utópica.

Lutar por uma utopia.

Que seja hoje.

Amor,por João Vitor Gomes

Amor, para mim, é algo muito bom porque todo mundo tem que ter amor um pelo outro. Amor por animais, por pessoas e por todos. Amor pelo próximo.

Apego,por Paulo Eduardo Rodrigues Saraiva

Você se apega a uma pessoa e a um animal e lá no fundo ele vai te deixar e também deixar teu coração partido. Escolhi essa palavra porque eu me apego fácil. Tudo que eu me apego sempre me deixa, sempre deixa meu coração partido, isso me deixa triste.

Gentileza,por Nicole Couto Leal

Porque me lembrava do filme a “Bela e a Fera”. Que ela ficou no lugar do seu pai, foi uma gentileza muito bonita. E também me lembrei da frase que minha mãe fala que gentileza gera gentileza.

Amor,por Guilherme Lampert Pinheiro

Eu escolhi amor porque eu quero dar carinho para quem está triste e, também, para quem está com raiva, porque eu quero ajudar as pessoas que não conseguem ficar felizes. E eu fiz no desenho eu e minha mãe.

Saudades,por Amanda Mirela Grando

Eu escolhi essa palavra, pois no ano passado, em 2017, meu hamster morreu e, então, eu sinto saudades dele, por isso escolhi essa palavra! Seu nome era Listrado, ele ficou comigo um ano e oito meses. Ele me trazia muito amor.

Floresça,por Mariana Serpa Linkewez

Floresça, se expresse, seja livre! E boa sorte nesta vida.

Amor,por Layslla Alves Daitx

Uma palavra com quatro letras. Ela é bem pequena, mas tem que cuidar muito bem dela. O amor é lindo. O amor de um pai e uma mãe, uma filha e uma irmã e um irmão, uma vó e um vô. Isso é o amor, isso é família, a coisa que mais tem amor.

União,por Luiza Tolfo dos Santos

Eu pensei no meu bichinho que fugiu de casa, e eu lembrei da minha união com ele e a minha amizade com o mesmo, por isso eu escolhi a palavra união.

Melhora,por Miguel Rodrigues Alves

É importante para a pessoa se sentir confiante em sua recuperação. Minha irmã quebrou o cotovelo e eu queria mandar um recado para ela, então desejei melhoras para ela.

Amor,por Yasminn da Costa Lencines

Palavra bonitaAmor não é só namorarSim tem a amizadede família também.

Amor,por Rafaela Peres Flor

Eu escolhi essa palavra porque todas as pessoas que ganharão o postal são pessoas que eu amo. Eu acabei escolhendo as mais especiais. O amor acaba sendo o modo de mostrar o quanto as pessoas são importantes para mim.

Carinho,por Renan Brum Correa Z. da Silva

Eu tenho muito carinho pela minha avó porque ela me criou desde quando eu era um bebê e eu morei com ela até ir morar na outra avó. Então nunca mais vi ela, só depois que eu a vi de novo quando ela foi morar com a minha dinda.

Amor,por Lucas Rafael Rocha Oliveira

Amor... o que é o amor? Ter carinho pelo outro, não maltratar as pessoas que você gosta, ser feliz com a família que tem. Ame mais!

Amor,por Antônio Ezequiel Macedo Mateus

Amor... tenha amor ao próximo e nunca deixe de amar quem você ama. Por que não amar? Seria a mesma coisa que a vida de um robô sem sentimentos.

Felicidade,por Arthur Dornelles Rodrigues

Eu escolhi essa palavra porque quando eu estava infeliz meu cachorrinho ia até a porta do meu quarto e ele dava um latido para chamar minha atenção e me deixava alegre na hora.

Finitude,

por Karine Storck

Pouco falamos sobre os finais...Sem eles, não existiriam os recomeços. Muitas vezes, com eles nos deparamos com partida e com dor. Mas, sem eles, não seria possível recomeçar.

Com nova linha, com parágrafos, ou namesma. Complementando, fazendo nova história, estabelecendo relações.

Por mais força de recomeços emnossa vida.

Por mais coragem de recomeçar.

Recomeço,por Geovana dos Santos Ramos

Neste ano de 2018, nossa colega Isabelle foi embora para Santa Catarina, então no momento que a gente fez os postais me lembrei dela e de quanta falta ela faz. A palavra “Recomeço” surgiu quando eu pensei na nova vida dela, novos amigos, rotina, casa, escola.

Saudade,por Isabele Souza Pereira

Eu senti saudade quando minha cachorra fugiu porque era um dia de chuva. Tinha muitos relâmpagos e ela tem medo, mas ainda bem que nós achamos ela.

Vida,por Eduardo Menezes Dias

Em casa perguntei para minha mãe porque estamos aqui, ela não soube me responder. Fui perguntar para meu irmão e ele me disse que Deus quis ou foi a Evolução. Pensei... pensei e cheguei a conclusão: estamos aqui e é melhor aproveitar a vida.

Saudade,por Thales Corrêa Castro

Meu irmão cuidava de mim enquanto meu pai e minha mãe trabalhavam. Ele começou a conhecer uma menina, e essa menina morava em Santa Catarina, então meu irmão se mudou. Senti saudade dele, mas tudo isso foi muito bom para ele, porque ele teve uma filha e se casou. Sinto muita saudade dele.

Paixão,por Arthur Gonçalves de Oliveira

Paixão significa, para mim, amar, amar algo que nem a paixão que sinto quando o meu time faz um gol.

Amizade,por Sophia Paranhos de Oliveira

Certo dia, tinha brigado com uma das minhas colegas, por um motivo meio bobo e, depois dessa briga, fiquei isolada, triste e sozinha. Então, uma colega da sala veio conversar comigo; depois de conversarmos, viramos melhores amigas e estamos juntas até hoje! E estamos muito felizes assim.

Gratidão,por Marcelo Gonçalves Maciel

Sentir-se grato por ter alguém especial na vida é uma sensação singular. Misturam-se sentimentos de afeto, de carinho, de cuidado, de responsabilidade, sensações que, ao se mixarem, fazem com que nós compreendamos a relevância em não sermos sozinhos no mundo. Perdi uma grande amiga de quatro patas recentemente, apesar da tristeza, só tenho a agradecer pela sua companhia e pelo aprendizado que ela deixou para mim.

União,por João Gabriel F. Okraszewski

Há união, há união de duas pessoas que se amam e decidem se unir como a metade da laranja, que cada pedaço foi feito um para o outro. A união faz o amor que pode durar na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza, até que a morte os separe, ou pode desunir.

| Aconchego|

Para Porto Alegre

Nasci em Brasília e há oito anos morando na capital gaúcha recebi o convite para fazer uma imagem que fosse o retrato de Porto Alegre. O que mais senti falta ao chegar nesta cidade foi abraços longos e esse emaranhar a fazer o coração re(a)cordar e ritmar em mesma pulsação.

Fiz Grêmio e Inter, tramei o aconchego para despertar encontros, nele a imagem da gaúcha de pouco contato a encontrar o homem solar, filho e neto de um Brasil Nordeste. Fiz de autorretrato meu abraço a envolver uma mulher inverno, fundindo-os, e a emanar calor.

| Amor Reina |

Sempre acreditei que o amor é peça chave para atos revolucionários. A palavra que refaz laços únicos é capaz de ocupar no anoitecer o coração vazio e fazer chama e sol lunar.

O amor quando arrebata e apaixona, desgoverna; faz do cotidiano algo banal, dispensável, anarquiza todo o trabalho.

Passamos a trabalhar o outro querer, e, nosso maior dom, é driblar o relógio comercial.

Seguimos incansáveis a batalhar hora a hora, minuto a minuto, usamos o banco de horas, reservas que seja de sobra, pra viver nos braços, redes e camas de amar.

Se no mundo houvesse uma lastro contínuo e infinito de amor, daríamos igualdade e mesma fala a toda gente, haveria o fim das guerras civis, da fome e da miséria... por amor seríamos capaz de educar e derrubar as ditaduras mais tiranas...

Quero Amor Reina a coroar a toda gente.

| Coragem |

Tinha uma coleção de carimbos com textura, e destes, apenas 3 carimbos em palavras: Coragem, Agora e Sempre.

Coragem – é impor a vontade e seguir adiante, agir com coração a tudo que acreditar e vencer o medo.

Era preciso lutar primeiro comigo, dado que a arte não é algo de escolha e sim algo para que se é escolhido pela própria arte

O Agora – a afirmação da sede de viver e a intensidade para não deixar tardar a vontade.

O Sempre – porque era preciso ser contínuo e incansável.

Tornou-se ao acaso título de exposição individual em 2011 – visitei 4 anos de produção e, para enfatizar a existência e a força, toda frase ganhou revisão:

HÁ CORAGEM SEMPRE AGORA

O nome virou dito popular e, em 2012 tornou-se cartaz serigráfico, ganhou rua, saiu do ciclo vicioso dos próximos e foi versar no plural a toda gente.

Assim começa essa história de colar massivamente e de forma popular a arte na cidade.

| Encanto |

Para Joelma Terto

Quantas vezes saiu de casa sem rumo tendo em mente apenas a diversão?

Quantas vezes mudou seu trajeto para a escola, o trabalho, a casa dos pais ou uma viagem?

Quantas vezes esbarrou em uma pessoa sem querer, se desculpou e viu no momento a possibilidade de uma conversa?

O encanto mora na esquina do acaso com a previsão incerta do dia.

Essa magia de lhe arrebatar e brilhar os olhos, e de despertar – também – os sentidos todos.É necessário alertar a cidade para momentos de reparar e se permitir momentos de mágica.

| Fases |

Fases são mudanças na vida: transformações boas ou ruins, psicológicas ou físicas, tristes ou difíceis. Tem fase difícil e tem até fase boa de estar. Todo mundo passa por isso!

E todas as fases merecem apoio e respeito. É como se fosse um jogo, porque as fases podem ser desafios e sempre nos transformam em novas pessoas.

As fases relacionam-se com o tempo. Das fases vêm o amadurecimento.

Elas implicam transformar-se em alguém maior.

Em junho de 2019 a turma Amora II (7º Ano do Ensino Fundamental) escolheu coletivamente uma palavra que representava o grupo: FASES. Além da escolha da palavra, xs estudantes elaboraram definições para a mesma e esboçaram imagens/desenhos que pudessem representá-la. O material foi enviado ao artista Vital Lordelo, artista convidado da exposição “10x15: Momentos de não calar”, que criou este cartaz exclusivamente para a exposição e para presentear xs estudantes.

| Leveza |

Para Antônio Joaquim Lordelo

Às lembranças do sorriso na infância...O toque leve da libélula sobre a água e a beleza de ver aquele breve contato. Assim deve ser a vida, devemos ser e buscar a leveza,tratar os problemas como esse toque n’água.Não deixe as dificuldades nos colocar pra baixo.

| Ser Livre |

Para comunidade LGBTQ

Ser livre é escolher onde seu coração chama.Ser forte, indomável e iluminado com sua escolha, assim como o unicórnio.Viver na luta contra o preconceito e a favor da vontade de querer,o grito do amor sem tabu,cada dia mais bonito seja onde for.