Monografia 13.06.14

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PAULA DE MATTOS CARDOSO Composição e distribuição espaço-temporal de Harpacticoida (Crustacea:Copepoda) em duas praias do litoral do Rio de Janeiro com diferentes características morfodinâmicas. Rio de Janeiro

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Monografia:Composição e distribuição espaço-temporal de Harpacticoida (Crustacea:Copepoda) em duas praias do litoral do Rio de Janeiro com diferentes características morfodinâmicas.

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

PAULA DE MATTOS CARDOSO

Composição e distribuição espaço-temporal de Harpacticoida (Crustacea:Copepoda) em duas praias do litoral do Rio de Janeiro com diferentes características morfodinâmicas.

Rio de Janeiro

2014

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PAULA DE MATTOS CARDOSO

Composição e distribuição espaço-temporal de Harpacticoida (Crustacea:Copepoda) em duas praias do litoral do Rio de Janeiro com diferentes características morfodinâmicas.

Monografia apresentada à Universidade

Estácio de Sá como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em

Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dra. Elaine Figueiredo Albuquerque

Rio de Janeiro

2014

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PAULA DE MATTOS CARDOSO

Composição e distribuição espaço-temporal de Harpacticoida (Crustacea:Copepoda) em duas praias do litoral do Rio de Janeiro com diferentes características morfodinâmicas.

Aprovada em: XX de JULHO de 2014.

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________

Prof. Dra. Elaine Figueiredo Albuquerque

Universidade Santa Úrsula

_______________________________________________________

Prof. Pedro Ferreira Pinto Filho, MsC

Universidade Estácio de sá

_______________________________________________________

Prof.

Universidade Estácio de Sá

Monografia apresentada à Universidade

Estácio de Sá como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em

Ciências Biológicas.

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Dedico à minha família e amigos

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha orientadora, Elaine Figueiredo Albuquerque, pela paciência, pelos

seus ensinamentos, pela atenção, pelo fornecimento do material para a pesquisa e pela

oportunidade do estágio.

Agraço ao professor Bruno Côrrea Muerer pela ajuda nos programas de estatística.

Agradeço aos meus pais por sempre acreditarem em mim e pelo apoio incondicional.

Agradeço em especial a Marília Amaral de Mattos, Victor Carvalho de Almeida,

Raphael Cajueiro Pinto e Thaís Resende, pelo auxílio, pela disponibilidade de tempo, pelo

apoio, pela amizade e carinho durante esta etapa da minha vida. Vocês me ajudaram a tornar

essa monografia possível!

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RESUMO

As praias arenosas são formadas, na maioria, por sedimentos grossos, médios e finos, oxigenados e bem selecionados, o que favorece a criação de micro habitats com condições ideais para o desenvolvimento da meiofauna, principalmente dos Nematoda e Copepoda. Os Copepoda são microcrustáceos, que na maioria são de vida livre, podendo ser planctônicos e bentônicos. Eles são encontrados nos mais diversos habitats e sedimentos, provavelmente por suas adaptações morfológicas. O presente trabalho teve como objetivo comparar a composição e a distribuição dos Copepoda Harpacticoida em duas zonas e em duas praias durante os períodos seco e úmido. As coletas foram realizadas em tréplicas, durante o período seco (maio, junho e julho de 2013) e o período úmido (novembro, dezembro de 2013 e janeiro de 2014) em duas praias do Rio de Janeiro (Vermelha e Urca) e em duas zonas do perfil praial (saturação e ressurgência). A densidade da meiofauna total variou de 14.890 ind/10cm² a 978 ind/10cm² e na praia Vermelha foram identificados 13 táxons, enquanto na Praia da Urca foram encontrados apenas 12. Copepoda foi o grupo mais abundante, seguido dos Nematoda em ambas as praias estudadas. Copepoda, Nematoda e Turbellaria foram os únicos grupos considerados constantes, tanto durante o período seco quanto no período úmido. O período seco, a Praia Vermelha e a zona de saturação apresentaram os maiores valores de densidade e de riqueza taxonômica. A granulometria foi a variável ambiental que melhor explicou a distribuição e a composição taxonômica dos Copepoda. A praia da Urca foi caracterizada por percentuais mais altos de grãos médios enquanto a praia Vermelha teve uma predominância de grãos grossos e muito grossos. Foram encontrados seis famílias de Copepoda Harpacticoida: Cristacoxidae, Ectinosomatidae, Laophontidae, Leptastacidae, Paramesochridae e Thalestridae, além de indivíduos da Ordem Cyclopoida. Entre os Harpacticoida, a família Paramesochridae foi a mais abundante na praia Vermelha, enquanto os Leptastacidae dominaram na praia da Urca.

Palavras chave: Copepoda. Meiofauna. Praias Arenosas.

User, 13/06/14,
Aumentar um pouco os resultados e as conclusões ou diminuir a introdução e material e métodos. Eles estão no momento com quase o mesmo número de palavras. Os resultados e as conclusões tem que ter 2/3 do resumo.
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ABSTRACT

The sandy beaches are formed mostly by coarse, medium and fine sediments, oxygenated and well selected, which favors the creation of microhabitats with good conditions for the development of meiofauna, especially Nematoda and Copepoda. Copepods are micro crustaceans, which are mostly free-living, they also can be planktonic and benthic. They are found in many habitats and sediments, probably because their morphological adaptations. This academic subject wished to compare the Copepoda Harpacticoida’ s composition and distribution in two zones and two beaches during the dry and wet season. Three replicate samples were collected during the dry season (May, June and July 2013) and during the wet season (November, December 2013 and January 2014) in two beaches in Rio de Janeiro (Vermelha and Urca) and in two beach zones (saturation and resurgence). The density of the total meiofauna ranged from 978 ind/10cm² to 14,890 ind/10cm ² and in the Praia Vermelha 13 taxa were identified, while only 12 were found in the Praia da Urca. Copepoda was the most abundant group, followed by Nematoda in both beaches. Copepoda, Nematoda and Turbellaria were the only groups considered constants during the dry and wet season. The research realized during the dry season in the Praia Vermelha and the saturation zone showed the highest values of density and taxonomic richness. The particle size measurement was the environmental variable which best explained the copepods’ distribution and composition, i.e their abundance was larger in the saturation zone. Six families of Copepoda Harpacticoida were found: Cristacoxidae, Ectinosomatidae, Laophontidae, Leptastacidae, Paramesochridae and Thalestridae, besides individuals of Order Cyclopoida. Among the Harpacticoida, the Paramesochridae family was the most abundant in the Praia Vermelha while Leptastacidae dominated the Praia da Urca.

Key words: Copepoda. Meiofauna. Sand beaches.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Morfologia de Copepoda Harpacticoida. Fonte: Huys, Moore & Hamond (1996) ........................................................................................................................... 16Figura 2 – Localização da Praia Vermelha e Praia da Urca. Fonte: Google Maps ........................................................................................................................................

18Figura 3 – Representação das Zonas de Saturação (A) e Ressurgência(B), baseado em Salvat (1964) ................................................................................................................ 19Figura 4 – Imagens das praias estudadas com as zonas de coleta. 1= Praia Vermelha, 2= Praia da Urca, A=zona de saturação, B=zona de ressurgência. Fonte: Google Map 20Figura 5 – Tubo amostrador inserido na areia ............................................................. 20Figura 6 – Coloração das amostras com corante rosa de bengala .................................. 21Figura 7 – Preparação das lâmina com cacos de vidro ....................................................................... 22Figura 8 – Análise MDS para a comunidade de Copepoda nas diferentes amostras de ambas as praias estudadas (período seco e úmido) ..................................................... 26Figura 9 – Análise canônica das amostras de ambas as praias e períodos estudados. 1= Maio, 2= Junho, 3= Julho, 4= Novembro, 5= Dezembro, 6= Janeiro; S= Saturação, R= Ressurgência; V= praia Vermelha, U= praia da Urca ............................................ 28Figura 10 – Análise de agrupamento das amostras de meiofauna intersticial de ambas as praias estudadas durante o período seco .................................................................. 29Figura 11 – Análise de agrupamento das amostras de meiofauna intersticial de ambas as praias estudadas durante o período úmido ............................................................... 30Figura 12 – Análise de agrupamento das amostras de Copepoda de ambas as praias estudadas durante o período seco ................................................................................. 31Figura 13 – Análise de agrupamento das amostras de Copepoda em ambas as praias estudadas durante o período úmido .............................................................................. 32Figura 14 – Temperatura do ar nos períodos seco (maio, junho e julho) e período úmido (novembro, dezembro, janeiro) .................................................................................... 33Figura 15 – Temperatura da água intersticial nos períodos seco e úmido durante os dois períodos amostrais ........................................................................................................ 34Figura 16A/B – Salinidade da água intersticial duante os períodos seco e úmido nas duas zonas do litoral ............................................................................................................. 35Figura 17 – Percentual das diferentes frações granulométricas observadas no sedimento das zonas de saturação (sat) e de ressurgência (res) da Praia Vermelha e da Praia da Urca durante os dois períodos de amostragem ...................................................................... 36Figura 18 – Variação mensal da meiofauna total das duas praias estudadas durante o período seco .................................................................................................................. 38Figura 19 – Abundancia Relativa dos diferentes grupos taxonômicos nas duas praias estudadas durante o período seco ................................................................................. 39

User, 13/06/14,
Vai mudar toda a numeração E PÁ´GINAÇÃO
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Figura 20A – Abundância relativa dos diferentes grupos taxonômicos da meiofauna intersticial na Praia Vermelha durante o período seco ................................................ 40Figura 20B – Abundância relativa dos diferentes grupos taxonômicos da meiofauna intersticial na Praia da Urca durante o período seco .................................................... 41Figura 21A/B – Frequência de ocorrência dos diferentes grupos taxonômicos da meiofauna intersticial durante o período seco ............................................................. 42Figura 22A/B – Variação mensal durante o período seco da riqueza taxonômica nas diferentes zonas nas duas praias estudadas .................................................................. 43Figura 23 – Variação mensal da densidade total da meiofauna nas duas praias estudadas durante o período úmido ............................................................................................... 44Figura 24A/B – Abundância relativa dos diferentes grupos da meiofauna intersticial nas duas praias amostradas durante o período úmido ................................................. 45Figura 25A – Variação mensal da abundância relativa dos diferentes grupos da meiofauna intersticial durante o período úmido na praia Vermelha .............................................. 46Figura 25B – Variação mensal da abundância relativa dos diferentes grupos da meiofauna intersticial durante o período úmido na praia da Urca ................................................. 47Figura 26A/B – Frequência de ocorrência dos diferentes grupos da meiofauna intersticial durante o período úmido nas duas praias estudadas ..................................................... 48Figura 27A/B – Variação mensal do período úmido da riqueza taxonômica nas diferentes zonas das duas praias estudadas ................................................................................... 49Figura 28 – Copepoda Harpacticoida da família Cristacoxidae .................................. 52Figura 29 – Copepoda Harpacticoida da família Ectinosomatidae ............................. 54Figura 30 – Copepoda Harpacticoida da família Laophontidae .................................. 56Figura 31 – Copepoda Harpacticoida da família Leptastacidae .................................. 58Figura 32 – Copepoda Harpacticoida da família Paramesochridae ............................ 60Figura 33 – Copepoda Harpacticoida da família Thalestridae .................................... 62Figura 34 – Copepoda Cyclopoida .............................................................................. 63Figura 35A/B – Abundância relativa de Copepoda durante o período seco nas duas praias amostradas .................................................................................................................... 64Figura 36A – Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda na Praia Vermelha durante o período seco ................................................................................. 65Figura 36B – Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda na Praia da Urca durante o período seco .................................................................................... 66Figura 37A/B – Frequência de ocorrência dos Copepoda durante o período seco nas duas praias ............................................................................................................................ 67Figura 38A/B – Riqueza taxonômica de Copepoda das diferentes praias estudadas durante o período seco .................................................................................................. 68Figura 39A/B – Abundância relativa dos diferentes táxons de Copepoda durante o período úmido nas duas praias amostradas ................................................................................ 69Figura 40A – Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda na Praia Vermelha durante o período úmido .............................................................................. 70Figura 40B – Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda na Praia da Urca durante o período úmido ................................................................................. 71Figura 41A/B – Frequência de ocorrência dos Copepoda durante o período úmido

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nas duas praias estudadas ............................................................................................. 72

Figura 42A/B – Riqueza taxonômica das diferentes amostras das Praias Vermelha e Urca em relação a famílias de copepoda harpacticoida ............................................. 73

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Análise de variança............................................................................................ 34

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LISTA DE ABREVIATURAS

P1 – Primeiro par de apêndices locomotores

P2 – Segundo par de apêndices locomotores

P3 – Terceiro par de apêndices locomotores

P4 – Quarto par de apêndices locomotores

P5 – Quinto par de apêndices locomotores

P6 – Sexto par de apêndices locomotores

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇAO ..................................................................................................... 14

1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................ 17

1.2 HIPÓTESES..............................................................................................................

2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 17

2.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................ 17

2.2 ESTRATÉGIA AMOSTRAL .................................................................................. 19

2.3 COLETA E FICAÇÃO DA FAUNA ....................................................................... 20

2.4 EXTRAÇÃO DA FAUNA ....................................................................................... 21

2.5 IDENTIFICAÇÃO DOS COPEPODA .................................................................... 22

2.6 PREPARAÇÃO DAS LÂMINAS PARA IDENTIFICAÇÃO TAXONÔMICA ... 22

2.7 VARIÁVEIS AMBIENTAIS ................................................................................... 23

2.8 DESCRITORES BIOLÓGICOS .............................................................................. 23

2.9 ANÁLISES ESTATÍSTICAS .................................................................................. 25

3 RESULTADOS ....................................................................................................... 33

3.1 VARIÁVEIS AMBIENTAIS ................................................................................... 33

3.2 MEIOFAUNA .......................................................................................................... 38

3.3 COPEPODA.......................................................................................................... 50

3.3.1 Composição taxonômica ..................................................................................... 50

3.3.2 Distribuição espaço-temporal ............................................................................. 64

4 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 74

4.1 VARIÁVEIS AMBIENTAIS ................................................................................ 74

4.2 MEIOFAUNA ....................................................................................................... 75

4.3 COPEPODA .......................................................................................................... 77

5 CONCLUSÕES ..........................................................................................................79

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 80

ANEXO 1 - Tabela dos grupos taxonomicos encontrados da praia Vermelha no período

seco ................................................................................................................................... 84

ANEXO 2 - Tabela dos grupos taxonomicos encontrados da praia da Urca no período

seco ................................................................................................................................... 85

ANEXO 3 - Tabela dos grupos taxonomicos encontrados da praia Vermelha no período

úmido ................................................................................................................................. 86

User, 13/06/14,
MUDAR ASPÁGINAS E EU SIMPLIFIQUEI
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ANEXO 4 - Tabela dos grupos taxonomicos encontrados da praia da Urca no período

úmido ............................................................................................................................... 87

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1 – INTRODUÇÃO

As praias arenosas compõem grande parte das áreas ao redor do mundo.

(BROWN;MCLACHLAN, 1990) São ecossistemas extremamente produtivos, devido a

grande quantidade de nutrientes providos do continente e do mar, além de uma grande

diversidade de organismos que se mantem devido a matéria orgânica também produzida por

estas áreas (CARTER, 1988). Assim as praias funcionam como um ecossistema semifechado

e autossustentável (BROWN; MCLACHLAN, 1990), e são consideradas importantes regiões

de crescimento de diversas espécies (MCLACHLAN et al., 1981).

As praias são compostas por sistemas dinâmicos, onde elementos básicos como água,

areia e vento se integram. Como consequência desses fatores, estes locais também apresentam

grande instabilidade ambiental (SHORT, 2003), formando algumas vezes “desertos

biológicos” (BROWN;MCLACHLAN, 2006).

Apenas nos últimos anos verificou-se que a fauna bentônica das praias arenosas pode ser

abundante e possuir grande riqueza taxonômica (ARMONIES; REISE, 2000). A maioria dos

sedimentos destas áreas apresentam areias médias e finas, com sedimentos oxigenados e bem

selecionados (GIERE, 1993), o que favorece a criação de micro habitats com condições ideais

para o desenvolvimento da meiofauna, principalmente os nematodes e copépodes. (JANSON,

1968; GIERE, 1993; BEZERRA et al., 1997; ALBUQUERQUE et al., 2007).

O termo meiofauna foi primeiramente definido por Mare (1945), e compreende a fauna de

metazoários bentônicos cujas dimensões corporais variam entre 0,044mm a 0,5mm.

Em ecossistemas de praias arenosas, a meiofauna apresenta uma grande riqueza

taxonômica e Nematoda, Copepoda, Turbellaria, Ostracoda, Gastrotricha e Tardigrada estão

entre os organismos mais abundantes. Estes metazoários fazem parte do que chamamos de

meiofauna permanente, ou seja, são animais que passam todo o seu ciclo de vida nesta faixa

de tamanho. Já a denominação meiofauna temporária, consiste em animais que passam parte

do seu ciclo de vida na meiofauna, e quando adultos integram a macrofauna (RAFAELLI;

HAWKINS, 1996; SILVA et al., 1997).

Os organismos da meiofauna apresentam um papel importante para os níveis tróficos

superiores de diversas espécies, onde muitas destas dependem exclusivamente destes

organismos como alimento. Atuam também nos processos de biomineralização da matéria

orgânica, que consiste na transformação de detritos, tornando-os disponíveis para os níveis

tróficos inferiores. Além disso, alguns grupos por serem mais sensíveis à poluição do

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ambiente em que vivem, servem como bioindicadores de influência antrópica (COULL, 1988,

1990, 1999, GEE, 1989).

Os estudos sobre a meiofauna, quando comparados aos da macrofauna, são escassos e

mais recentes, e isso se deve ao pequeno tamanho destes organismos. (SILVA et al., 1997).

No início, o estudo da meiofauna era apenas de natureza taxonômica, mas posteriormente

foram também iniciados estudos de natureza ecológica. No Brasil, somente alguns estados

como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,

Pernambuco e Pará têm desenvolvido projetos com meiofauna, podendo ser citados Bezerra et

al (1996, 1997), Wandeness et al (1997), Fonseca-Genovois; Oliveira (2000), Dutra (2001),

Cavalcanti et al (2002), Pinto; Santos (2006), Albuquerque et al (2007), Sarmento; Santos

(2008), Gomes; Filho (2009).

Harpacticoida é uma das dez ordens pertencentes a sub classe Copepoda, e compreende

mais de 12 mil espécies descritas (HICKS;COULL, 1983; HUYS; BOXSHALL, 1991;

BRUSCA; BRUSCA, 2007). A ordem Harpacticoida possui cerca de 589 gêneros e 86

famílias (WELLS, 2007). O nome Copepoda vem do grego Kope que significa “remos” e

podos que significa “pés”; referindo-se aos seus apêndices locomotores (DAMKAERD,

2008).

Os Copepoda Harpacticoida são microcrustáceos, onde a sua proporção corporal pode

variar de 0,2mm a 2,5mm. A maioria dos organismos dessa ordem são bentônicos de vida

livre, porém existem alguns planctônicos e outros associados a diversos organismos como

outro crustáceos, cefalópodes, corais e até baleias. Os copépodes vivem nos mais diversos

habitats e sedimentos, incluindo águas doces, salgada e salobra, condições hipersalinas de

cavernas subterrâneas ou serrapilheira no chão dos córregos, rios e lagos (HICKS; COULL,

1983; HUYS; BOXSHALL, 1991, CALOW; OLIVE 1995; HUYS et al., 1996).

Os Harpacticoida apresentam grande importância na cadeia alimentar, sendo considerados

detritívoros ou se alimentando de diatomáceas, bactérias e protistas, e servindo também de

alimento para organismos de níveis tróficos superiores (BRUSCA E BRUSCA, 2007).

Depois dos nemátodes, os harpacticoides são nitidamente o segundo grupo com maior

abundância nos ecossistemas bentônicos (MOORE, 1973; HUYS et al., 1996; REID, 1998;

HICKS; COULL, 2004). Isto provavelmente se deve as suas adaptações corporais aos

ambientes intersticiais. Nos ambientes intersticiais eles costumam ser pequenos e

vermiformes. Seu corpo é dividido em duas partes por uma grande articulação. A parte

anterior, o prossoma, possui seis segmentos, sendo o primeiro fusionado com o cafalossoma

(cabeça), contendo as peças bucais, um par de antenas, um par de antênulas, e os apêndices

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locomotores. O prossoma também pode conter ou não, olho naupliar, labrum e rostrum. Já a

parte posterior, o urossoma, possui cinco segmentos, e contém o somito anal, a furca caudal e

é desprovido de apêndices locomotores (BARNES; OLIVE, 1995; HUYS et al., 1996)

(Figura 1).

Os copépodes são dióicos e os espermatozóides dos machos são transferidos para a fêmea,

e após a fertilização, os ovos são inseridos em um saco ovígero ligado ao corpo da fêmea. Os

ovos, quando maduros, eclodem em larvas náuplios e passam por alguns estágios até se

tornarem copepoditos que também passam por alguns estágios até se tornarem copépodes

adultos e recomeçarem o ciclo (NYBAKKEN; BERTNESS, 2003).

Figura 1. Morfologia de Copepoda Harpacticoida. Fonte: Huys, Moore & Hamond (1996)

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17

1.1 – OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho foi comparar a composição e a distribuição dos Copepoda

Harpacticoida nas zonas de saturação e ressurgência de duas praias com diferentes

granulometrias, durante as estações seca e úmida.

1.2- HIPÓTESE

1- A densidade da meiofauna total e a composição taxonômica dos Copepoda

Harpacticoida variam em praias de granulometria diferentes.

2- A densidade e a diversidade dos Copepoda Harpacticoida são maiores em praias de

granulometria mais grosseira.

2 - MATERIAL E MÉTODOS

2.1 - ÁREAS DE ESTUDO

As duas praias estudadas foram: Praia Vermelha e Praia da Urca que estão localizadas

no litoral do Rio de Janeiro (Figura 2). A Praia Vermelha se localiza a 22°57’S e 43°09’W da

entrada do setor oeste da Baía de Guanabara. Possui aproximadamente 280 metros de

extensão, devido a limitações laterais das formações rochosas do Morro da Babilônia e do

Morro da Urca. Possui sedimento do tipo grosseiro e homogêneo, o que permite sua melhor

oxigenação. Suas ondas são relativamente pequenas, quando comparadas com as praias de

maior porte, podendo ser devido às limitações de formações rochosas e não possui qualquer

tipo de vegetação a não ser nos costões rochosos.

A Praia da Urca se localiza 22°57,1'S e 43°09,9'W também na entrada do setor oeste da

Baía de Guanabara. É uma praia pequena, com aproximadamente 100 metros de extensão,

ficando também ao sopé do Morro da Urca. Esta praia possui sedimento médio a fino e

heterogêneo, o que dificulta a oxigenação e deixa o sedimento mais escuro devido à

decomposição da matéria orgânica. Suas águas são extremamente calmas, quase sem ondas,

de tom escuro devido a grande poluição. Como a Praia Vermelha, ela não possui nenhum tipo

de vegetação a não ser nos costões rochosos.

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18

Figura 2. Localização da Praia Vermelha e Praia da Urca. Fonte: Google Maps.

2.2 – ESTRATÉGIA AMOSTRAL

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19

As

coletas

foram

realizadas

durante o

período

seco

(maio,

junho e

julho de 2013) e o período chuvoso (novembro, dezembro de 2013 e janeiro de 2014). Em

cada praia foram coletadas três réplicas em cada uma das duas zonas do litoral (saturação e

ressurgência). A zona de ressurgência é aquela que é alcançada por todas as marés e a zona de

saturação a que sempre está permanentemente saturada pela água do mar, e possui a

temperatura muito estável (SALVAT, 1964; MCLACHLAN, 1983) (Figura 3).

Figura 3. Representação das Zonas de Saturação(A) e Ressurgência(B), baseado em Salvat (1964)

Falar alguma coisa sobre a figura 4.

Figura 4. Imagens das praias estudadas com as zonas de coleta. 1= Praia Vermelha, 2= Praia da Urca, A=zona de saturação, B=zona de ressurgência. Fonte: Google Maps.

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20

2.3 – COLETA E FIXAÇÃO DA FAUNA

As coletas foram feitas com o auxílio de um tubo amostrador, (“cores” ou “carrotiers”)

de acrílico com 3,5 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento. As amostragens foram

realizadas inserindo o tubo amostrador manualmente e verticalmente no sedimento, e

tampando uma das suas extremidades com uma rolha (Figura 5).

Figura 5. Tubo amostrador inserido na areia.

O sedimento foi colocado em recipientes plásticos, fixados in situ com álcool a 70% e

corado com Rosa Bengala (Figura 6).

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21

Figura 6. Coração das amostras com corante rosa de bengala.

2.4 – EXTRAÇÃO DA FAUNA

Em laboratório, a fauna foi extraída do sedimento através do método de elutriação.

Este método consiste em colocar o sedimento em um Becker, para ser lavado 10 vezes com

água corrente, com auxílio de um bastão de vidro, que ao revolver a areia, faz com que a

fauna possa se desprender do sedimento e fique em suspensão na água. Esta água contendo a

fauna, foi despejada sobre duas peneiras, a primeira com uma malha de 0,5 mm para a

retenção da macrofauna e a segunda com uma malha de 0,045 mm para a retenção da

meiofauna. Em seguida, a malha de 0,045 mm foi lavada com auxílio de um pisset contendo

água para a recuperação da meiofauna na placa de Dolffus. A triagem e contagem dos grupos

taxonômicos foram realizadas sob microscópio estereoscópico da marca ZEISS. Depois da

contagem dos grandes grupos taxonômicos, o material da placa de Dolffus foi preservado em

álcool a 70% para a sua posterior identificação no microscópio ótico da marca ZEISS.

2.5 – IDENTIFICAÇÃO DOS COPEPODA

De cada réplica foram retirados 100 indivíduos de copépodes para sua posterior

identificação taxonômica. A identificação das espécies foi baseada nos trabalhos de Boxshall

& Halsey (2004) e Huys, Moore & Hamond (1996).

2.6 – PREPARAÇÃO DAS LAMINAS PARA IDENTIFICAÇÃO TAXONÔMICA

Foram escolhidas lâminas bem finas para observação com as objetivas de grande

aumento. Sobre a lâmina, colocou-se uma gota de ácido lático, onde foram colocados cinco

copepodes com auxílio de uma pinça fina. Para não danificar os exemplares, a lamínula foi

colocada sobre pequenos cacos de vidro que foram colados em quatro pontos da lâmina

(Figura 7).

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22

Figura 7. Lâmina com cacos de vidro.

2.7 – VARIÁVEIS AMBIENTAIS

2.7.1 – Temperatura

As temperaturas do ar e da água intersticial foram tomadas durante as coletas. A

temperatura da água intersticial foi coletada com o auxílio de um termômetro de mercúrio que

foi inserido no sedimento antes da coleta.

2.7.2 – Salinidade da água intersticial

A salinidade da água foi tomada em cada zona do litoral, através de um

refratômetro/salinômetro da Atago S/Mill-E.

2.7.3 – Granulometria

Page 24: Monografia 13.06.14

23

A análise granulometrica foi realizada através da metodologia de peneiramento de

Suguio (1973), na qual o sedimento coletado foi levado à estufa com a temperatura em torno

de 80ºC por 24 horas. Após a secagem, as amostras foram pesadas e passaram por um jogo de

seis peneiras sobrepostas (2mm, 1mm, 0,50mm, 0,250mm, 0,230mm e 0,125mm) em um

agitador da marca Elka ProdUtest, com o reostato na velocidade de 5mm por cerca de 20

minutos. Posteriormente o material retido em cada peneira foi retirado cuidadosamente e

pesado em uma balança de três digitos da marca OHAUS.

2.8 – DESCRITORES BIOLÓGICOS

Para análise dos resultados foram calculados alguns descritores biológicos tais como a

densidade, abundância relativa, frequência de ocorrência e riqueza taxonômica.

2.8.1 – Densidade

A densidade dos diferentes grupos taxonômicos foi expressa em n.ind/10cm² que é a

área internacional de expressão da meiofauna.

2.8.2 - Abundância relativa

A abundância relativa dos grandes grupos e das espécies de Copepoda foi calculada pela

seguinte fórmula:

NaDa= ______________________

Na + Nb + Nc

Onde:

Da= dominância do táxon A

Na= número de indivíduos do táxon A

Na+Nb+Nc+...= número total de indivíduos de todos os taxa.

2.8.3 – Frequência de ocorrência

Page 25: Monografia 13.06.14

24

É a frequência de um táxon em uma determinada biocenose. Neste caso a seguinte

fórmula é utilizada:

PaFa=___________

POnde:

Fa= Frequência do táxon A

Pa=Número de amostras onde o táxon A esta presente.

P=Número total de amostras

2.8.4 – Riqueza taxonômica

Consiste no número de táxons existentes numa determinada amostra.

2.9 - ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os resultados foram analisados através de métodos estatísticos uni e multivariados.

As diferenças das variáveis de temperatura da água intersticial e salinidade entre os meses

amostrados de ambos os períodos assim como entre as zonas, foram verificados através do

test t (One-way ANOVA) no programa GraphPad InStat versão 3.1.

Para verificar as diferenças entre os táxons de Copepoda entre as zonas e entre as

praias foram realizadas analises de MDS através do programa PRIMER versão 5.2. Os dados

de abundância foram transformados em raíz quadrada para favorecer os táxons presentes com

baixos valores de abundância (CLARK; WARWICK, 2001).

A similaridade entre as amostras das diferentes zonas e praias foi verificada através de

análises de agrupamento, utilizando-se o Índice de Similaridade do Bray Curtis, com os dados

de densidade transformados em log (x +1). Foi utilizado o programa Biodiversity Pro, versão

2.

Page 26: Monografia 13.06.14

25

Para verificar a importância das variáveis ambientais sobre as famílias de Copepoda

foi feita uma análise canônica através do programa MVSP 3.2 (Multi-variate satatistical

package).

3 – RESULTADOS

3.1 - VARIÁVEIS AMBIENTAIS

O período seco compreendeu os meses de maio, junho e julho de 2013 e o período

úmido compreendeu os meses de novembro e dezembro de 2013 e janeiro de 2014.

3.1.1 - Temperatura do ar

A temperatura do ar variou entre 21°C a 31°C, ao longo dos meses estudados, sendo a

máxima nos meses de novembro e dezembro de 2013 e a mínima no mês de junho de 2013. O

período úmido apresentou valores de temperatura mais elevados, entre 28°C a 31°C (Figura

12).

Figura 14. Temperatura do ar nos períodos seco (maio, junho e julho) e período úmido (novembro, dezembro, janeiro).

Page 27: Monografia 13.06.14

26

3.1.2 - Temperatura da água intersticial

A temperatura da água intersticial variou entre 22°C e 30°C durante o período seco

(Figura 13) com valores geralmente mais elevados na praia Vermelha. Mas durante o período

úmido este padrão também pode ser observado com exceção do mês de dezembro.

Figura 15. Temperatura da água intersticial nos períodos seco e úmido durante os dois períodos amostrais.

3.1.3 - Salinidade da água intersticial

Durante o período seco a salinidade variou de 25 a 45S, sendo os valores da praia da

Urca menor do que o da Praia Vermelha (Figura 16A/B). De uma maneira geral, a praia

Vermelha e a zonas de ressurgência apresentaram valores mais elevados.

Page 28: Monografia 13.06.14

27

Figura 16 A/B. Salinidade da água intersticial duante os períodos seco e úmido nas duas zonas do litoral.

Os resultados da Analise de Variância mostraram que apenas a temperatura da água

intersticial variou significativamente entre as amostras da Praia Vermelha. Na praia da Urca

nem a temperatura nem a salinidade mostrou diferenças significativas entre as zonas e os

períodos úmido e seco (Tabela 1).

Tabela 1. Análise de variança das variáveis ambientais temperatura (TºC) e salinidade (S) de ambas as praias e períodos estudados. *= houve significancia; n.s.=não houve significancia.

t glT°C praia Vermelha 3,38 5T°C praia da Urca 1,16 5S praia Vermelha 0,71 5S praia da Urca 1,54 5

3.1.4 - Granulometria

A granulometria variou mais entre as praias e períodos estudados, do que entre as

zonas (saturação e ressurgência). A praia Vermelha foi caracterizada por grãos de areia

média, areia grossa e areia muito grossa, sendo que os maiores percentuais foram de areia

muito grossa no período seco e areia grossa no período úmido. A praia da Urca, ao contrário,

Page 29: Monografia 13.06.14

28

apresentou quatro tipos de frações granulométricas, sendo que areia média foi a fração

dominante em ambos os períodos de amostragem (Figura 17).

Figura 17. Percentual das diferentes frações granulométricas observadas no sedimento das zonas de saturação (sat) e de ressurgência (res) da Praia Vermelha e da Praia da Urca durante os dois períodos de amostragem.

3.2 - MEIOFAUNA

A meiofauna foi composta por 13 grupos taxonômicos: Copepoda, Nematoda,

Turbellaria, Ostracoda, Foramnifera, Polychaeta, Oligochaeta, Acarino, Isopoda, Tardigrada,

Tanaidacea, Mystacocarida e larva nauplius (Anexos 1, 2, 3 e 4).

Page 30: Monografia 13.06.14

29

3.2.1 - Período seco

A densidade total da meiofauna variou de 978 ind/10cm² a 14890 ind/10cm² durante o

período seco. Variou pouco entre as praias e entre as zonas amostradas. O menor valor foi de

978 ind/10cm² na praia Vermelha no mês de Junho e o maior valor foi de 14890 ind/10cm² na

praia da Urca no mês de Julho (Figura 18).

Figura 18. Variação mensal da meiofauna total das duas praias estudadas durante o período seco.

Os grupos meiofaunísticos com maiores valores de abundância relativa durante o

período seco foram os copépodes, seguidos dos nemátodes em ambas as praias. Na praia

Vermelha, os copépodes representaram 37,12% do total de indivíduos, seguido dos nemátodes

com 14,90%. Na praia da Urca os copépodes representaram 60,41% do total da meiofauna,

seguidos também dos nemátodes com 27,36%. A abundância relativa de alguns grupos

taxonômicos na praia da Urca foi menor em relação aos valores encontrados na praia

Vermelha, como as larvas nauplius, Foramnifera, Turbellaria e Ostracoda (Figura 19).

Page 31: Monografia 13.06.14

30

Figura 19. Abundancia Relativa dos diferentes grupos taxonômicos nas duas praias estudadas durante o período seco.

Os Copepoda foram os mais abundantes durante o período seco e ambas as praias e na

maioria das zonas, com exceção da zona de ressurgência (junho) e da praia Vermelha

(Figura20A) onde o grupo dominante foi o dos Ostracoda e as duas zonas do mês de maio da

praia da Urca onde os Nematoda foram os mais abundantes (Figura 20B).

Figura 20A. Abundância relativa dos diferentes grupos taxonômicos da meiofauna intersticial na Praia Vermelha durante o período seco.

A

Page 32: Monografia 13.06.14

31

Figura 20B. Abundância relativa dos diferentes grupos taxonômicos da meiofauna intersticial na Praia da Urca durante o período seco.

Nove grupos taxonômicos foram encontrados na praia Vermelha durante o período

seco e foram considerados constantes: Turbellaria, Nematoda, Polychaeta, Oligochaeta,

Ostracoda, Copepoda, larva nauplius, Foramnifera e Acarino. Tardigrada e Isopoda foram

dois grupos considerados comuns e apenas Tanaidacea foi considerado raro (Figura 21A). Na

praia da Urca, oito grupos taxonômicos foram considerados constantes, ou seja, os que

apresentaram mais de 50% de frequência de ocorrência, enquanto Tardigrada, Acarino e

Isopoda foram considerados comuns (Figura 21B).

B

Page 33: Monografia 13.06.14

32

Figura 21A/B. Frequência de ocorrência dos diferentes grupos taxonômicos da meiofauna intersticial durante o período seco.

Quanto à riqueza taxonômica, a variação encontrada foi pequena e os menores valores

foram observados nas zonas de ressugência no mês de junho da praia Vermelha (Figura 22A)

e no mês de maio da praia da Urca (Figura 22B).

Figura 22A/B. Variação mensal durante o período seco da riqueza taxonômica nas diferentes zonas nas duas praias estudadas.

Page 34: Monografia 13.06.14

33

3.2.2 - Período úmido

A densidade total da meiofauna variou de 869 ind/10cm² a 7122 ind/10cm² durante o

período úmido. O mês de dezembro apresentou os maiores valores de densidade. Na praia

Vermelha os menores valores foram observados em janeiro e os maiores em dezembro. Na

praia da Urca o mesmo padrão foi observado (Figura 23).

Figura 23. Variação mensal da densidade total da meiofauna nas duas praias estudadasdurante o período úmido

Os valores maiores de abundância relativa foram dos copépodes em ambas as praias,

seguidos dos nemátodes na praia da Urca e larva nauplius na praia Vermelha. Alguns grupos

taxonômicos, na praia da Urca, apresentaram valores de abundância relativa menores em

relação aos da praia Vermelha, como por exemplo, os foramníferos, acarinos, ostracódios,

tardígrados, poliquetas e oligoquetas. Na praia da Urca os nemátodes apresentaram valores de

abundância relativa semelhante ao dos copépodes (Figura 24B).

Page 35: Monografia 13.06.14

34

Figura 24A/B. Abundância relativa dos diferentes grupos da meiofauna intersticial nas duas praias amostradas durante o período úmido.

Copepoda e Nematoda foram os grupos mais abundantes durante o período úmido em

ambas as praias e na maioria das zonas. Entretanto, na zona de saturação da praia Vermelha,

em janeiro, o grupo mais abundante foi o dos nemátodes, e na zona de ressurgência o dos

turbelários (Figura 25A).

Figura 25A. Variação mensal da abundância relativa dos diferentes grupos da meiofauna intersticial durante o período úmido na praia Vermelha

Page 36: Monografia 13.06.14

35

Na praia da Urca, nos meses de novembro (ressurgência) e janeiro (saturação e

ressurgência) os nemátodes foram os mais abundantes (Figura 25B).

Figura 25B. Variação mensal da abundância relativa dos diferentes grupos da meiofauna intersticial durante o período úmido na praia da Urca.

Na praia Vermelha 10 grupos taxonômicos foram considerados constantes:

Turbellaria, Nematoda, Ostracoda, Copepoda, larva nauplius, Foramnifera, Polychaeta,

Oligochaeta, Acarino e Tardígrada. Isopoda e Mystacocarida, entretanto, foram considerados

comuns. (Figura 26A). Na praia da Urca foram encontrados seis grupos constantes:

Turbelaria, Nematoda, Copepoda, Foramnífera e Ostracoda. Três grupos foram considerados

comuns: Oligochaeta, Polychaeta e Acarino e apenas dois grupos considerados raros:

Tardígrada e Isopoda (Figura 26B).

Page 37: Monografia 13.06.14

36

Figura 26A/B. Frequência de ocorrência dos diferentes grupos da meiofauna intersticial. durante o período úmido nas duas praias estudadas

Os valores mais elevados de riqueza taxonômica durante o período úmido na praia

Vermelha foram encontrados no mês de dezembro em ambas as zonas, seguido do mês de

novembro. O menor valor foi observado na zona de ressurgência do mês de janeiro (Figura

27A) Na praia da Urca, o maior valor de riqueza taxonômica foi encontrado na zona de

saturação do mês de dezembro, seguido da zona de saturação do mês de novembro. Os

menores valores também foram observados no mês de janeiro (Figura 27B).

Figura 27A/B. Variação mensal do período úmido da riqueza taxonômica nas diferentes zonas das duas praias estudadas.

A análise de agrupamento do período seco baseada nos grandes grupos da meiofauna

intersticial (Figura 8) separou as amostras da praia Vermelha das demais amostras da praia da

Urca, com exceção da amostra da zona de ressurgência do mês de junho da praia Vermelha,

provavelmente pelas densidades menos elevadas de Nematoda, Copepoda e larva náuplius.

Page 38: Monografia 13.06.14

37

No segundo grupo, as amostras da praia da Urca ficaram agrupadas com exceção da

zona de saturação do mês de julho, provavelmente por apresentar valores mais elevados de

densidade de Copepoda e larva náuplius.

Figura 10. Análise de agrupamento das amostras de meiofauna intersticial de ambas as praias estudadas durante o período seco.

Durante o período úmido, as amostras dos meses de novembro e dezembro da praia

Vermelha ficaram separadas das demais amostras, provavelmente por apresentar valores mais

elevados de riqueza taxonômica. O outro grupo formado incluiu todas as amostras da praia da

Urca e as amostras do mês de janeiro da praia Vermelha, provavelmente por apresentar

valores menos elevados de riqueza taxonômica e de densidade (Figura 9).

Page 39: Monografia 13.06.14

38

Figura 11. Análise de agrupamento das amostras de meiofauna intersticial de ambas as praias estudadas durante o período úmido.

3.3 - COPEPODA

3.3.1 - Composição taxonômica

Entre os 13 grupos taxonômicos encontrados neste trabalho, os Copepoda

Harpacticoida foram os mais abundantes. Além deles, alguns Copepoda Cyplopoida também

foram encontrados.

Tabela I - Inventário faunístico dos Copepoda bentônicos encontrados na praia Vermelha e na

Praia da Urca.

Filo: ARTHROPODA

Sub-filo: CRUSTACEA

Classe: MAXILLOPODA

Sub-classe: COPEPODA

Ordem: Harpacticoida

Família: Cristacoxidae Huys, 1990

Família: Ectinosomatidae Sars, 1903

Família: Laophontidae Scott, 1905

Page 40: Monografia 13.06.14

39

Família: Leptastacidae Lag, 1948

Família: Paramesochridae Lang, 1944

Família: Thalestridae Sars, 1905

Ordem: Cyclopoida

3.3.1. - Descrição dos Copepoda

Família Cristacoxidae Huys, 1990 (Figura 28)

Corpo: Possuem um corpo cilíndrico, com a grande articulação entre o prossoma e urossoma

quase imperceptível. Rostrum grande e largo, definido na base do escudo cefálico, labrum

simples e furca caudal curta.

Peças bucais:

Mandíbula com a coxa da gnatobase bem desenvolvida; palpo unirramado e endopodo com

um segmento armado com uma cerda mediana e três distais.

Maxilula com a artrite da precoxa bem desenvolvida, tendo cerda de sete a nove elementos

distais e cerdas superficiais na metade posterior; coxa com endito tendo duas ou três cerdas;

epipodito da coxa ausente; base com endito proximal tendo duas cerdas e um grupo distal de

uma unha mais duas cerdas, representando o endito distal; endopodo incorporado a base com

duas ou três cerdas; exopodo com um segmento e armado com duas cerdas .

Maxila com dois ou três enditos na sincoxa; endito da precoxa representado por uma única

cerda, ou ausente; enditos da coxa com uma unha pinada e cerdas curtas; alobase expandida

em uma unha armada com duas cerdas; endopodo definido ou incorporado a alobase com

duas ou três cerdas.

Maxilipede preênsil com três segmentos; sincoxa com cerda distal; base desarmada; endopodo

representado por uma unha longa e por uma cerda curta.

Apendices locomotores:

P1: Birramado; articulado por um esclerito intercoxal; protopodito com três segmentos,

precoxa e coxa ornamentadas com cristas espinhosas na margem externa; exopodito

tipicamente com três segmentos, segmento distal tipicamente com quatro cerdas geniculadas;

endopodo preênsil, com dois segmentos, sendo o primeiro segmento alongado, segundo

Page 41: Monografia 13.06.14

40

segmento curto e armado com uma unha anterior fina e mais longa e uma cerda posterior

geniculada.

P2-P4: Birramados; exopodos tipicamente com três segmentos; endopodos com um ou dois

segmentos; segundo segmento do endopodo do P2 sem cerda externa.

P5: Não fundido medianamente e definido na base; exopodo e basenpodo tipicamente

fundidos, e armado com oito cerdas em ambos os sexos.

P6: Representado por placas operculares armados com duas cerdas; machos com P6 funcional

em um dos lados e outro fundido ao somito; fêmea com lóbulo vestigial cobrindo cada

abertura genital e armado com duas cerdas, ou uma cerda e dois pequenos espinhos.

Saco ovígero e espermatóforos: Ovos retidos em um único saco ventral; machos com

espermatóforos alongados.

Dimorfismo sexual: Presente nas antenulas, na segmentação genital, e no P6.

Comentários: As cinco espécies de Cristacoxidae são intersticiais (mesopsamicas), rastejando

e nadando entre os espaços intersticiais em sedimentos arenosos.

Figura 28. Copepoda Harpacticoida da família Cristacoxidae.

Page 42: Monografia 13.06.14

41

Família Ectinosomatidae Sars, 1903 (Figura 29)

Corpo: Possuem um corpo tipicamente fusiforme, com a grande articulação entre o prossoma

e urossoma quase imperceptível. Cefalotórax subtriangular ou cilíndrico. Rostrum bem

desenvolvido e não definido na base. Furca caudal proporcional ao corpo.

Peças bucais:

Mandíbula com a coxa da gnatobase bem desenvolvida; palpo compreendendo a base e

armado com até quatro cerdas; exopodo raramente ausente.

Maxilula com o artrite pequeno da precoxa possuindo quatro ou cinco elementos; coxa do

endito com uma cerda ou desarmado; coxa do epipodito ausente; base com grupo distal de

cinco ou seis cerdas.

Maxila com três enditos na sincoxa possuindo quatro elementos ou reduzido; alobase bem

desenvolvida, normalmente tão longa quanto a sincoxa e armado com quatro elementos

distintos; endopodo distal curto, distintamente com um ou três segmentos.

Maxilípede tipicamente estenopodial com três segmentos; sincoxa com duas cerdas; base

desarmada; primeiro segmento do endopodo normalmente com quatro cerdas; raramente

semi-filopodial, com os segmentos achatados e base fundida no endopodo.

Apendices locomotores:

P1- P4: Birramados; acompanhados por escleritos da intercoxa; tipicamente com três

segmentos no exopodo e endopodo.

P5: Basendopodo com o lóbulo externo bem desenvolvido; exopodo separado ou fundido

armado com três cerdas marginais e uma seperficial; esclerito da intercoxa ausente;

tipicamente armado com duas cerdas no lúbulo do endopodo; exopodo geralmente

confluentes.

P6: Representado por uma pequena placa; tipicamente com duas cerdas nos machos, ou

raramente desermado.

Dimorfismo sexual: Presente nas antenulas, nos segmentos genitais e nos P5 e P6

Saco ovígero: Ovos retidos em um único saco ventral

Comentários: Os Ectinosomatidae tipicamente habitam sedimentos em águas marinhas rasas,

ocorrem em altas densidades e podem ser membros dominantes em sedimentos lamacentos e

arenosos.

Page 43: Monografia 13.06.14

42

Figura 29. Copepoda Harpacticoida da família Ectinosomatidae.

Família Laophontidae Scott, 1904 (Figura 30)

Corpo: Possuem um corpo fusiforme, com a grande articulação entre o prossoma e urossoma

bem visível. Rostrum geralmente fundido ao escudo cefálico ou as vezes definido na base. E

furca caudal longa.

Peças bucais:

Mandíbula com a coxa da gnatobase bem desenvolvida; palpo tipicamente reduzido com um

segmento e armado com cinco cerdas.

Maxilula: Artrite da precoxa bem desenvolvido armado com sete cerdas, uma dorsal e uma

ventral; coxa, base e ramos tipicamente fundidos; endito da coxa com uma,duas ou três

cerdas; epipodito ausente; porção basal com duas cerdas e uma unha representando a base

distal do endito; endito proximal ausente; ramos representado por uma a três cerdas na

superfície exterior do palpo ou com o primeiro segmento do exopodo com duas cerdas.

Maxila com três enditos na sincoxa; endito proximal representado por apenas uma cerda;

enditos da coxa tipicamente com um espinho e duas cerdas cada; alobase incorporando o

primeiro segmento do endopodo produzido em uma unha com um a quatro cerdas adicionais;

endopodo representado por duas,três ou quatro cerdas no exterior da superficie da unha da

alobase.

Page 44: Monografia 13.06.14

43

Maxilípede preênsil com três segmentos; sincoxa com um ou duas cerdas distais; base

geralmente desarmada; endopodo formando uma unha distal e com uma cerda proximal, ou

desarmado.

Apendices locomotores:

P1 Birramado; acompanhados por escleritos da intercoxa; com um largo endopodo

preensil ;com um pequeno exopodo; base do endopodo com uma maior expansão; base com

um espinho interior na superfície anterior: endopodo tipicamente com dois segmentos, sendo

o primeiro mais longo(normalmente mais longo que o exopodo e com uma poderosa não-

geniculada unha e uma cerda; exopodo com um,dois ou três segmentos, tipicamente com

espinhos marginais e com dois elementos geniculados terminais.

P2-P4: Birramados; exopodos tipicamente com três segmentos; endopodos com dois

segmentos devido a fusão dos segundo e terceiros segmentos dos endopodos, e o primeiro

segmento pode ou não ter uma cerda.

P5: Apresenta o lóbulo exterior da basendopodo bem desenvolvido, possuindo uma seta basal;

esclerito da intercoxa ausente; exopodo normalmente separado, e raramente fundido. Fêmea

com três a seis cerdas no lóbulo do endopodo; exopodo armado com três a seis cerdas. Macho

as vezes com o lóbulo do endopodo bem desenvolvido e com três cerdas, lóbulo as vezes

reduzido, representado por uma cerda isolada ou uma cerda na superfície do basendopodo.

P6: Representado por placas operculares, fechando os gonoporos em ambos os sexos;

normalmente armada com duas cerdas.

Saco ovígero: Ovos retidos em um único saco ventral

Dimorfismo sexual: Presente nas antenulas, nos segmentos genitais e nos P5 e P6

Comentários: Os Laophontidae são abundantes em ambientes meiobenticos marinhos,

ocorrendo em todos os tipos de sedimentos. Eles também são comuns em habitats fitais.

Page 45: Monografia 13.06.14

44

Figura 30. Copepoda Harpacticoida da família Laophontidae.

Família Leptastacidae Lang, 1948 (Figura 31)

Corpo: Possuem um corpo fino e cilíndrico, com a grande articulação entre o prossoma e

urossoma quase imperceptível. Rostrum triangular ou alongado e completamente definido na

base do escudo cefálico. Labrum tripartido, extremamente inchado e ventralmente

direcionado. Furca caudal curta.

Peças bucais:

Mandíbula com a coxa da gnatobase bem desenvolvida; palpo uniramado, consistindo na base

e com um segmento no endopodo.

Maxilula com artrite da precoxa dirigida anteriormente alternadas com oito elementos distais

e duas cerdas na superfície anterior; endito da coxa com duas cerdas; epipodito da coxa

ausente; base com um único endito possuindo cinco elementos.

Page 46: Monografia 13.06.14

45

Maxila com dois enditos no sincoxa armado com três espinhos proximais transformados,

sendo um espinho distal transformado e mais dois espinhos simples; alobase tipicamente

projetada em uma poderosa unha com duas cerdas: endopodo livre e alongado, segundo

segmento com uma cerda proximal e três cerdas distais.

Maxilípede preênsil com três segmentos; sincoxa com uma cerda ou desarmado; base

desarmada; primeiro segmento do endopodo com uma longa pinada unha e com uma longa e

fina cerda.

Apendices locomotores:

P1 Birramado; exopodo com três segmentos, acompanhados por escleritos da intercoxa; base

sem espinho interno; exopodo com um a três segmentos, na qual o segundo segmento do

exopodo não possui espinho interno, o terceiro segmento com um ou dois espinhos e duas

cerdas geniculadas; endopodo com dois ou três segmentos, sendo o primeiro segmento

alongado com uma cerda interna, segundo e terceiro segmento com duas cerdas geniculadas.

P2-P4: Birramados; exopodos tipicamente com três segmentos; endopodos com dois

segmentos, exceto o endopodo do P2, que possui três segmentos.

P5: Não fundidos e geralmente definidos na base; exopodo separado ou fundido, normalmente

armado com quatro ou seis cerdas; basendopodo com duas cerdas no máximo.

P6: Representada por lóbulos cobrindo os gonoporos em ambos os sexos, armados com uma a

três cerdas; assimétrico nos machos.

Saco ovígero: Ovos retidos em um único saco ventral.

Dimorfismo sexual: Presente nas antenulas, nos endopodos do P3, no P5 e P6, nas

segmentações genitais e às vezes no ramo caudal.

Comentários: Os Leptastacidae normalmente habitam sedimentos arenosos e habitats

subtidais rasos.

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46

Figura 31. Copepoda Harpacticoida da família Leptastacidae.

Família Paramesochridae Lang, 1944 (Figura 32)

Corpo: Possuem um corpo ciclopiforme, com a grande articulação entre o prossoma e

urossoma primitivamente bem visível. Rostrum tipicamente pequeno, porém bem

desenvolvido no gênero Remanea. E com a furca caudal proporcional ao seu corpo.

Peças bucais:

Mandíbula com a coxa da gnatobase bem desenvolvida; palpo compreendendo uma base

grande armada com um a quatro cerdas internas; endopodo mais longo que o exopodo,

endopodo com dois segmentos, armado com duas cerdas no primeiro segmento e seis cerdas

distais no segundo segmento; cerdas distais com as beses fundidas; exopodo com um a três

segmentos, armados com quatro cerdas, raramente reduzido a uma única cerda ou ausente.

Maxilula com artrite da precoxa bem desenvolvido com sete a nove elementos distais e com

duas cerdas na superfície anterior; endito da coxa com três ou quatro cerdas, uma delas as

vezes em forma de unha pinada; enpipodito da coxa ausente; base com seis cerdas distais;

endopodo não segmentado; armado com seis cerdas; exopodo pequeno com o primeiro

segmento armado com duas cerdas.

Page 48: Monografia 13.06.14

47

Maxila com três enditos na sincoxa; endito proximal bilobado, possivelmente representando

as fuções dos enditos da precoxa; alobase formando um unha com duas cerdas distais.

Maxilípede com quatro segmentos e com a sincoxa desarmada; base alongada e desarmados;

endopodo tipicamente com dois segmentos, primeiro segmento com unha sigmóide, segundo

segmento com duas cerdas geniculadas e as vezes com uma cerda adicional; endopodo

raramente com um segmento e com uma cerda terminal.

Apendices locomotores

P1-P4: Birramados; segmentação altamente variável; exopodo com um ou três segmentos

terminados em até sete cerdas; endopodo com um ou três segmentos terminados em duas

cerdas. P1 com endopodo preensil, tipicamente com duas unhas geniculadas.

P5: Confluentes, esclerito da intercoxa ausente; lóbulo externo da basendopodo bem

desenvolvido; exopodo separado ou fundido com a basendopodo. Fêmea com largo e

confluente lóbulo do endopodo, tipicamente com duas cerdas ou com os lóbulos reduzidos;

exopodo separado armado com quatro cerdas ou exopodo fundido. Macho com variação nos

P5; lóbulo do endopodo com três ou quatro elementos.

P6: Representado por pares de placas com três elementos em ambos os sexos.

Saco ovígero: Ovos retidos em um único saco ventral.

Dimosfismo sexual: Presente nas antenulas, nas nas segmentações genitais e nos P5 e P6.

Comentários: A grande maioria das espécies de Paramesochridae são de formas intersticiais

que colonizaram o ambiente intersticial de sedimentos arenosos.

Figura 32. Copepoda Harpacticoida da família Paramesochridae

Família Thalestridae Sars, 1905 (Figura 33)

Page 49: Monografia 13.06.14

48

Corpo: Possuem o corpo ciclopiforme e dorsoventralmente achatado, com a grande

articulação entre o prossoma e urossoma bem visível. Rostrum tipicamente triangular

delimitado na base do escudo cefálico. Furca caudal proporcional ao seu corpo.

Peças bucais:

Mandíbula com a coxa da gnatobase bem desenvolvida; palpo bem desenvolvido: base larga,

armado com uma a quatro cerdas; endopodo não segmentado e bibolado devido a fusão do

primeiro e segundo segmento; primeiro segmento do exopodo armado com três a seis cerdas.

Maxilula com o artrite da precoxa bem desenvolvido com nove elementos distais e duas

cerdas superficiais; endito da coxa com duas a quatro cerdas; epipodito da coxa ausente ou

presente por uma única cerda; base sem cerda externa ou com seis cerdas; primeiro segmento

do endopodo armado com duas ou quatro cerdas; primeiro segmento do exopodo armado

também com duas ou quatro cerdas.

Maxila tipicamente com três enditos no sincoxa, as vezes só com dois enditos; endito da

precoxa as vezes com um ou duas cerdas, as vezes bilobado com três cerdas em cada lóbulo;

endito da coxa tipicamente com duas ou três cerdas; alobase formando uma forte unha

desarmado ou com três cerdas adicionais; endopodo livre e armado com seis cerdas;

endopodo as vezes reduzido ou ausente.

Maxilípede preênsil com três segmentos; sincoxa com três cerdas no ângulo interno distal ;

base fina ou robusta, tipicamente com uma cerda na margem interna; endopodo formando

uma longa unha tipicamente apresentando uma única cerda proximal.

Apendices locomotores:

P1: Birramado; acompanhados por escleritos da intercoxa; exopodo tipicamente com três

segmentos; endopodo com dois segmentos, no qual o primeiro segmento é alongado e o

segundo terminado em duas unhas curvas.

P2-P4 Birramado; tipicamente com três segmentos no exopodo e no endopodo, exceto no

endopodo da P1, que as vezes tem dois segmentos.

P5: Com lóbulo externo do basepodo tendo cerda; exopodo tipicamente separado, oval e

achatado; esclerito da intercoxa ausente. Fêmea com lóbulo do endopodo bem desenvolvido

armado com quatro a seis cerdas; exopodo com quatro a seis cerdas também. Macho com o

lóbulo do endopodo armado com três cerdas; exopodo armado com quatro a sete cerdas.

P6: Representado por placas operculares armados com três cerdas nos machos.

Saco ovígero: Ovos retidos em uma massa ventral

Page 50: Monografia 13.06.14

49

Dimosfismo sexual: Presente nas antenulas, na segmentação genital, nos P1, P5 e P6

Comentários: A maioria dos Thalestridae são marinhos, epibenticos de águas rasas, e as vezes

em associação com macroalgas.

Figura 33. Copepoda Harpacticoida da família Thalestridae.

Page 51: Monografia 13.06.14

50

Ordem Cyclopoida Burmeister, 1834 (Figura 34)

Corpo: Compreende: o prossoma que possui os segmentos com o céfalo e as peças bucais e o

primeiro par de apêndices locomotores por ser fusionado ao céfalo. O urossoma é composto

por segmentos, sendo um deles o segmento genital e pela furca caudal que contém cerdas.

Extremidades do cefalotórax:

Antenula: O numero de segmentos pode variar entre 11 a 17. Sendo um dos elementos de

grande valor para uma diagnose de Cyclopoida

Antena: Consiste em um basepodito com duas fileiras de espinhos, um edopodo com três

artículos, e tendo o exopodo reduzido a uma longa cerda.

Maxilípede: A porção caudal do coxopodito pode ter muito espinhos ou estruturas quitinosas.

Apendices locomotores:

Os quatro pares compreendem uma precoxa, coxa, basepodito com exopodo e endopodo.

Os pares de apêndices são unidos por um acoplador, por uma conexão da precoxa ou por uma

placa intercoxal.

Comentários: Podem ser encontrados tanto em ambientes de água doce quanto em ambientes

marinhos, normalmente planctônicos ou bentônicos.

Figura 34. Copepoda Cyclopoida.

3.3.2 - Distribuição espaço-temporal

Page 52: Monografia 13.06.14

51

Período seco

Na praia Vermelha, , foram identificadas seis famílias de Copepoda Harpacticoida

durante o período seco (Paramesochridae, Cristacoxidae, Laophontidae, Leptastacidae,

Ectinosomatidae e Thalestridae), além dos Copepoda Cyclopoida. A família mais abundante

foi Paramesochridae com (51,72%) seguida dos Cyclopoida com (30,03%) (Figura 35A).

Na praia da Urca foram identificadas apenas quatro famílias de Harpacticoida. A mais

abundante foi Leptastacidae (65,42%), seguida de Thalestridae (34,24%). As famílias

Ectinosomatidae e Paramesochridae apresentaram uma porcentagem inferior a 0,3% (Figura

35B).

Figura 35A/B. Abundância relativa de Copepoda durante o período seco nas duas praias amostradas.

Page 53: Monografia 13.06.14

52

Na praia Vermelha, a família mais abundante durante o período seco foi

Paramesochridae nos meses de junho e julho em ambas as zonas (saturação e ressurgência).

No mês de maio, os Cyclopoida foram dominantes tanto na zona de saturação quanto na zona

de ressurgência (Figura 36A).

Figura 36A. Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda naPraia Vermelha durante o período seco.

Na praia da Urca, a família mais abundante foi Leptastacidae nos meses de maio e

junho em ambas as zonas (saturação e ressurgência), seguida da família Thalestridae que foi

muito pouco representada. No mês de julho, os Leptastacidae foram substituídos pelos

Thalestridae que apresentaram em ambas as zonas 100% de abundância relativa (Figura 36B).

Page 54: Monografia 13.06.14

53

Figura 36B. Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda na Praia daUrca durante o período seco.

Paramesochridae, Cyclopoida, Ectinosomatidae. Leptastacidae, Cristacoxidae foram

considerados constantes na praia Vermelha durante o período seco e Laophontidae e

Thalestridae foram considerados comuns (Figura 37A). Na praia da Urca, as famílias

consideradas constantes foram: Leptastacidae e Thalestridae. Ectinosomatidae foi considerada

comum e Paramesochridae rara (Figura 37B).

Figura 37A/B. Frequência de ocorrência dos Copepoda durante o período seco nas duas praias

Page 55: Monografia 13.06.14

54

Os valores mais elevados de riqueza taxonômica foram encontrados durante o período

seco na praia Vermelha em julho, em ambas as zonas (saturação e ressurgência) e no mês de

maio na zona na zona de ressurgência. As zonas de ressurgência dos meses de junho e maio

apresentaram os menores valores (Figura 38A).

A praia da Urca apresentou valores muito baixos de riqueza taxonômica, sendo que o

mês de julho, em ambas as zonas e na zona de saturação do mês de maio só foi encontrada

uma única família de Copepoda (Figura 38B).

Figura 38A/B. Riqueza taxonômica de Copepoda das diferentes praias estudadas durante o. período seco.

Período úmido

Durante o período úmido, na praia Vermelha, foram identificadas seis famílias de

Copepoda Harpacticoida (Paramesochridae, Cristacoxidae, Laophontidae, Leptastacidae,

Ectinosomatidae e Thalestridae) além do Copepoda Cyclopoida. A família mais abundante foi

Paramesochridae (48,81%) seguida dos Laophontidae (15,28%) (Figura 39ª).

Na praia da Urca só foram encontradas somente duas famílias Leptastacidae

(99,94%), e Laophontidae (0,06%) (Figura 39B).

Page 56: Monografia 13.06.14

55

Figura 39A/B. Abundância relativa dos diferentes táxons de Copepoda durante o período úmido nas duas praias amostradas.

A família mais abundante durante o período úmido na praia Vermelha foi

Paramesochridae nos meses de novembro e janeiro em ambas as zonas (saturação e

ressurgência). No mês de dezembro, os Laophontidae foram dominantes, tanto na zona de

saturação quanto na zona de ressurgência (Figura 40A).

Figura 40A. Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda na Praia Vermelha durante o período úmido.

Page 57: Monografia 13.06.14

56

A família mais abundante na praia da Urca foi Leptastacidae em todos os meses e em

ambas as zonas (saturação e ressurgência), seguida de Laophontidae que foi muito pouco

representada (Figura 40B).

Figura 40B. Variação mensal da abundância relativa dos diferentes Copepoda na Praiada Urca durante o período úmido.

Paramesochridae, Cristacoxidae, Laophontidae e Thalestridae foram consideradas

constantes na praia Vermelha durante o período úmido. Os Cyclopoida, Leptastacidae e

Ectinosomatidae foram considerados comuns (Figura 41A). Na Praia da Urca, a única família

considerada constante foi Leptastacidae e os Ectinosomatidae foram considerados raros

(Figura 41B).

Page 58: Monografia 13.06.14

57

Figura 41A/B. Frequência de ocorrência dos Copepoda durante o período úmido nas duas praias estudadas.

Os valores mais elevados de riqueza taxonômica foram encontrados durante o período

úmido na praia Vermelha em novembro e dezembro em ambas as zonas (saturação e

ressurgência). As zonas de saturação e ressurgência dos meses de janeiro apresentaram os

menores valores (Figura 42A). A praia da Urca apresentou valores muito baixos de riqueza

taxonômica, tendo sido encontradas somente duas famílias de Copepoda Harpacticoida

(Figura 42B).

Figura 42A/B. Riqueza taxonômica das diferentes amostras das Praias Vermelha e Urca em relação a famílias de copepoda harpacticoida.

A análise de agrupamento das amostras do período seco baseada na abundância

relativa dos diferentes taxons de Copepoda (Figura 10) evidenciaram a formação dois grupos

com grandes diferenças de similaridade. O primeiro grupo foi formado pelas amostras da

Page 59: Monografia 13.06.14

58

praia Vermelha, na qual apresenta valores de riqueza taxonômica muito mais elevados em

relação às amostras da praia da Urca, que só foi caracterizada pela dominância de duas

famílias: Leptastacidae e Thalestridae. A amostra do mês de junho da zona ressurgência da

praia Vermelha ficou separada das demais amostras, devido à ausência de Cyclopoida e da

família de Leptastacidae.

Figura 12. Análise de agrupamento das amostras de Copepoda de ambas as praias estudadas durante o período seco.

Durante o período úmido, as amostras da praia Vermelha também ficaram separadas

das demais amostras da praia da Urca (Figura 11) onde houve a dominância da família

Leptastacidae, exceto pela zona de ressurgência que ficou separada, pela nítida dominância da

família Paramesochridae, a ausência das demais famílias e a presença de apenas um indivíduo

da família Cristacoxidae.

Page 60: Monografia 13.06.14

59

Figura 13. Análise de agrupamento das amostras de Copepoda em ambas as praias estudadas durante o período úmido.

Analise de MDS

A análise de MDS dos dados de densidade dos táxons de Copepoda, monstraram um

padrão claro de separação onde se observa um agrupamento dos Ectinosomatidae,

Cyclopoida, Cristacoxidae, Laophontidae, Thalestridae e Cristacoxidae representados na praia

Vermelha por densidades menos elevadas e similares. A família Paramesochridae se separou

pelas suas altas densidades na praia Vermelha em todas as amostras de ambos os períodos. Os

Leptastacidae se separaram dos demais Copepoda por terem sido a única família presente nas

amostras da praia da Urca durante o período úmido e durante o período seco terem sido os

mais abundantes, com excessão do mês de Julho, onde os Thalestridae dominaram (Figura 8).

Figura 8. Análise MDS para a comunidade de Copepoda nas diferentes amostras de ambas as praias estudadas (período seco e úmido). Os dados de densidade foram transformados em raíz quadrada.

Análise canônica

O eixo 1 da analise canônica explicou 66,7% da variância das amostras e foi formado

pelas coordenadas positivas do percentual de areia média, areia fina e amostras da Praia da

User, 13/06/14,
Colocar entre parênteses o nome da analise completo
Page 61: Monografia 13.06.14

60

Urca e coordenadas negativas dos percentuais de areia grossa e areia muito grossa, salinidade

e amostras da Praia Vermelha. A família Leptastacidae foi associada à areias do tipo fina e

média, presentes na praia da Urca, enquanto as famílias Cristacoxidae e Paramesochridae,

Ectinosomatidae, Thalestridae e Laophontidae e a Ordem Cyclopoida com areias do tipo

muito grossa e grossa.

O eixo 2 explicou somente 13,9%, da variância das amostras e foi formado pelas

coordenadas positivas das amostras da zona de saturação e ressurgência do mês de maio,

caracterizadas por temperaturas menos elevadas e com densidades mais elevadas dos

Cyclopoida. Com coordenadas negativas estão as amostras das duas zonas da praia Vermelha

do mês de dezembro, caracterizadas por temperaturas mais elevadas e as maiores densidades

das famílias Thalestridae e Laophontidae (Figura 9)

Figura 9. Análise canônica das amostras de ambas as praias e períodos estudados. 1= Maio, 2= Junho, 3= Julho, 4= Novembro, 5= Dezembro, 6= Janeiro; S= Saturação, R= Ressurgência; V= praia Vermelha, U= praia da Urca.

4 - DISCUSSÃO

4.1 – VARIÁVEIS AMBIENTAIS

Page 62: Monografia 13.06.14

61

4.1.1 - Temperatura da água intersticial

Os valores máximos da temperatura da água intersticial ocorreram no período úmido e

não houveram diferenças muito altas entre as zonas estudadas (zona de saturação e

ressurgência). O período úmido compreende a estação do verão, na qual provavelmente as

temperaturas do ar e da água do mar estiveram mais elevadas. Segundo Salvat (1967), a

temperatura do ar e da água do mar excerce influência sobre a temperatura do sedimento.

Aonde, já se é esperada a elevação da temperatura do sedimento quando a maré está baixa e

há influência da luz solar.

4.1.2 - Salinidade da água intersticial

Os valores máximos de salinidades apresentados neste trabalho foram registrados na

praia Vermelha. Isso pode ser explicado pelo fato desssa praia ser considerada uma praia

mais exposta do que a praia da Urca, já que está localizada na entrada da Baía da Guanabara e

está constantemente recebendo água do mar (MCLACHLAN, 1980). Entretanto as variações

entre zonas e entre períodos não foram significativas, provavelmente pelas duas zonas

(saturação e ressurgência) serem muito próximas e não ficarem muito tempo expostas durante

a maré baixa.

4. 1.3 - Granulometria

O maior percentual de grãos grossos da Praia Vermelha, segundo Mclachlan (1980) e

Brown; McLachlan (1990), se deve ao fato de ser uma praia considerada exposta, submetida a

ação continua de ondas e que apresenta uma alta permeabilidade do sedimento. Sua

localização na entrada da Baía de Guanabara pode vir a explicar estas caracteristicas

morfodinâmicas.

O percentual maior de grãos mais finos da praia da Urca pode ser explicado pelo fato

dela ser uma praia protegida, localizada dentro da baia de Guanabara, tendo um baixo

hidrodinamismo e apresentando consequentemente pequena circulação de água, sendo seu

sedimento compacto e pouco permeável (MCLACHLAN, 1980; BROWN; MCLACHLAN,

1990).

User, 13/06/14,
Tentar discutir porque houve variação significativa da temperatura da água na praia Vermelha e não na Praia da Urca
Page 63: Monografia 13.06.14

62

4.2 MEIOFAUNA

Os grupos taxonômicos com os maiores valores de abundância relativa encontrados

nesse trabalho são semelhantes aos demais trabalhos de praias arenosas realizados no Brasil

(BEZERRA et al, 1997; PINTO;SANTOS, 2006; ALBUQUERQUE et al, 2007;

GOMES;ROSA FILHO, 2009; SALAZAR, 2010).

Em ambos os períodos estudados, a praia Vermelha obteve uma riqueza taxonômica e

uma distribuição mais uniforme dos grupos meiofaunisticos, quando comparada à praia da

Urca, onde apenas duas famílias de Copepoda e os Nematoda foram os grupos com a

abundância relativa elevada em relação aos demais grupos. Segundo Hullings e Gray (1976),

isso pode ser explicado pelo fato da praia da Urca apresentar uma maior proporção de grãos

de areia fina, o que reduz os espaços intersticiais, reduzindo, portanto, o desenvolvimento das

populações da meiofauna.

O valor máximo de densidade total da meiofauna (14.890 ind/10cm²), registrado nesse

trabalho, pode ser equiparado com os resultados obtidos por Medeiros (1992), Albuquerque et

al (2007) e Salazar (2010). Esse resultado encontrado se deve, provavelmente, ao elevado

valor de densidade dos Copepoda durante o mês de julho na praia da Urca.

As densidades mais elevadas e os valores de riqueza taxonômica maiores durante o

período seco se devem provavelmente ao fato de que, neste período, o aporte de água doce

nas praias é menor, ao contrário do que ocorre durante o período úmido devido às chuvas. A

diminuição da salinidade remove dos sedimentos alguns organismos (bactérias) de grande

importância para a alimentação da meiofauna (POLLOCK, 1970), restringindo também a

existência de outros organismos que são pouco adaptados à salinidades baixas (KINNE,

1971).

A dominância dos Copepoda sobre outros grupos taxonômicos, em ambos os períodos

na Praia Vemelha, pode ser explicada pelo fato do sedimento desta praia ser caracterizado por

um percentual maior de areias grossas, o que segundo Bezerra et al (1997) e Salazar (2010),

permite uma melhor oxigenação, melhor permeabilidade da água e maiores espaços

intersticiais para locomoção. Os Copepoda são intolerantes às baixas concentrações de

oxigênio presente nos sedimentos e necessitam de uma quantidade razoável de água para se

locomover (MCLACHLAN; BROWN, 2006; GIERE, 2009).

A elevada densidade de nematódeos na praia da Urca se deve provavelmente a

granulometria mais fina desta praia, apesar de sua condição mais impactada. McIntyre (1971)

Page 64: Monografia 13.06.14

63

e Bezerra et al (1997) afirmaram que nematódeos tem preferência por sedimentos mais finos e

também possuem alta tolerância a diversos estressores ambientais, pelo fato de terem uma

elevada diversidade em relação as suas estratégias alimentares, além de uma grande facilidade

para se enterrarem no sedimento (BOUWMAN, 1983; WILLSON;KAKOULIK, 2009).

Segundo Kotwicki et al (2005), os Nematoda são normalmente um dos grupos dominantes em

regiões mais quentes o que também justifica sua alta densidade nas nossas praias tropicais.

As densidades mais elevadas de Tardigrada, Acarina e Oligochaeta na zona de

ressurgência, em relação à zona de saturação, se devem provavelmente ao fato desses

organismos apresentarem hábitos terrestres e essa zona se localizar mais distante da linha

d’água (RAFAELLI, 1996). Resultados semelhantes também foram encontrados por

Albuquerque et al (2007), onde esses grupos foram mais abundantes nas zonas mais distantes

do mar.

Apesar do número de grupos taxonômicos encontrados em ambas as praias serem

similares, a praia da Urca apresentou densidades menos elevadas de Foramnifera, Ostracoda,

Oligochaeta e larva náuplius, provavelmente por ser uma praia com características típicas de

interior de baía, possuindo sedimentos mais finos, menos permeáveis, com espaços

intersticiais menores e com maior influência antrópica (BEZERRA et al, 1997; COULL,

1999; GIERE, 2009)

4.3 - COPEPODA

As elevadas densidades de Copepoda encontradas em ambas as praias e períodos, e

também a maior diversidade de táxons na Praia Vermelha, foram observadas por Bezerra et al

(1997), Maranhão et al (2000), Salazar (2010), Dutra (2011) e Chaddad et al (2013). O

elevado sucesso dos Copepoda está, segundo esses autores, relacionado à presença de

sedimentos mais grosseiros, uma boa oxigenação e certo grau de umidade do sedimento.

A riqueza taxonômica de Copepoda encontrados neste trabalho (sete táxons) foi

similar a encontrada por Wandeness et al (1998), que encontrou seis famílias de

Harpacticoida, na qual três (Ectinosomatidae, Laophontidae e Leptastacidae) também foram

encontradas no presente estudo. Salazar (2010) encontrou seis famílias de Harpacticoida,

sendo cinco também presentes neste trabalho (Cristacoxidae, Laophontidae, Leptastacidae,

Ectinosomatidae e Thalestridae).

A dominância dos copépodes das famílias Leptastacidae e Thalestridae na praia da

Urca se deve provavelmente ao fato de possuir corpos mais estreitos (vermiforme e

Page 65: Monografia 13.06.14

64

fusiforme), o que segundo Hicks & Coull (1983), facilita a locomoção em sedimentos mais

finos.

A ordem Cyclopoida não é normalmente encontrada em ecossistemas de praias

arenosas, sendo mais comuns em ecossistemas estuarinos, baías e no zooplâncton

(CARVALHO,1952; BJÖRNBERG,1963; VASCONCELLOS,2003; AVILA et al,2009 e

MAGALHÃES et al, 2009). Segundo Huys e Boxshall (1991), esta ordem costuma ser mais

abundante e de maior sucesso em ecossistemas dulcícolas, apesar de que algumas espécies

podem viver em ecossistemas de água salobra e salgada (CARVALHO, 1952), o que pode

explicar a maior densidade da ordem durante o período seco, que apresentou valores menos

elevados de salinidade. Os Cyclopoida apresentam um corpo do tipo fusiforme comprimido,

sendo considerado uma forma epibêntica, que por apresentar um corpo mais largo, se adapta

melhor a um sedimento mais grosseiro, que apresenta maiores espaços intersticiais (HICKS;

COULL, 1983). Este fato pode explicar a sua elevada densidade somente na praia Vermelha.

Os valores de riqueza taxonômica mais elevados da praia Vermelha provavelmente se

devem ao fato de ser uma praia menos impactada, que possui um sedimento do tipo mais

grosseiro e por estar na entrada da Baía de Guanabara. A meiofauna, especialmente os

Copepoda, apresentam uma grande sensibilidade às ações antropogênicas, apresentando uma

diminuição de sua abundância relativa e riqueza taxonômica em ambientes degradados

(HERMAN;HEIP, 1988; COULL 1999). Os Copepoda, por serem intolerantes a baixas

concentrações de oxigênio e necessitarem de uma camada espessa de água para se locomover,

são geralmente encontrados em ambientes de sedimentos mais grosseiros que apresentam uma

maior permeabilidade a água e oxigênio (MCINTYRE, 1971; BOUCHER 1983; BEZERRA

et al, 1997; MOODLEY et al, 2000; MCLACHLAN;BROWN, 2006; GIERE, 2009).

A dominância da família Paramesochridae na praia Vermelha se deve provavelmente

pelo seu formato do corpo do tipo fusiforme comprimido, uma forma epibêntica que se

caracteriza por ser tipicamente grande, viver na superfície do sedimento e frequentemente ter

a habilidade para nadar. Eles podem viver tanto na interface água-sedimento, como também

nos primeiros centímetros do sedimento quando este é em sua maior parte composto por areia

grossa ou muito grossa, como é o caso da Praia Vermelha (HICKS;COULL, 1983).

Na praia da Urca, a dominância da família Leptastacidae provavelmente pode ser

explicada pelo seu pequeno tamanho, sua forma vermiforme, um típico organismo intersticial,

que se caracteriza por serem pequenos, vermiformes e alongados, ocupando os interstícios das

areias. Eles se locomovem por entre as partículas de sedimento, assim obtendo maior sucesso

em ambientes intersticiais com granulometria menor (HICKS;COULL, 1983; GIERE, 2009).

Page 66: Monografia 13.06.14

65

A família Thalestridae composta por organismos considerados cavadores do tipo

fusiforme, caracterizados por serem maiores e terem um cefalotórax mais amplo, foram

dominante no mês de julho na praia da Urca, e este fato poderia ser explicado pela sua

capacidade de migração vertical, evitando assim uma possível dessecação e ressuspensão na

coluna d’água (HICKS;COULL, 1983, RODRIGUEZ, 2004).

5 – CONCLUSÕES

Considerando os objetivos e as hipóteses estabelecidas neste trabalho e alguns resultados, podemos concluir que:

A meiofauna das praias estudadas foi composta por 13 grupos faunísticos (13 na praia

Vermelha e 12 na praia da Urca). Entre estes grupos, os Copepoda foram os

dominantes, seguido dos Nematoda.

Apesar de não haver grandes diferenças temporais, os valores de densidade e de

riqueza taxonômica foram maiores durante o período seco.

A praia Vermelha apresentou maiores valores de densidade e de riqueza taxanômica,

além de apresentar uma distribuição mais uniforme dos grupos faunísticos quando

comparadas à praia da Urca.

No que se refere à distribuição e composição da meiofauna total, a zona de saturação

de ambas as praias estudadas apresentaram valores de densidade mais elevados do

que a zona de ressurgência.

Podemos observar uma maior abundância relativa dos Copepoda na zona de

saturação.

Quanto à frequência de ocorrência, Copepoda, Nematoda e Turbellaria foram

considerados grupos constantes nos dois períodos e nas duas praias estudadas.

Foram encontrados sete táxons de Copepoda, na qual seis são da ordem Harpacticoida

e apenas um da ordem Cyclopoida. A composição taxonômica dos Copepoda

presentes durante este trabalho foi similar a outros estudos realizados em praias

arenosas.

Durante o período úmido, a praia da Urca apresentou uma redução dos táxons e

somente a família Leptastacidae foi representada.

Page 67: Monografia 13.06.14

66

A família Paramesochridae foi a mais abundante na praia Vermelha, enquanto os

Leptastacidae foram dominantes na praia da Urca.

A granulometria do sedimento foi a variável que teve a maior influência na

distribuição e composição dos diferentes táxons de copepodes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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User, 06/13/14,
Verifique nas nomras da ABNT se o que é em negrito é a editora ou o nome do livro. Para mim era o nome do livro
Page 68: Monografia 13.06.14

67

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ANEXOS

Anexo 1. Tabela dos grupos taxonômicos encontrados da praia Vermelha no período seco.

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Anexo 2. Tabela dos grupos taxonômicos encontrados da praia da Urca no período seco.

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Anexo 3. Tabela dos grupos taxonômicos encontrados da praia Vermelha no período úmido.

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Anexo 4. Tabela dos grupos taxonômicos encontrados da praia da Urca no período úmido.