Monografia Do Renato

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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO LOURENÇO UNITERRA – EDUVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DO VALE DO SÃO LOURENÇO RENATO AUGUSTO DE JESUS ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO / BENEFÍCIO PARA AQUISIÇÃO DE PNEUS 275 E 295. 1

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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO LOURENÇO UNITERRA – EDUVALE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DO VALE DOSÃO LOURENÇO

RENATO AUGUSTO DE JESUS

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO / BENEFÍCIO PARA AQUISIÇÃO DE PNEUS 275 E 295.

JACIARA – MT2009

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RENATO AUGUSTO DE JESUS

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO / BENEFÍCIO PARA AQUISIÇÃO DE PNEUS 275 E 295.

Projeto de Monografia apresentado na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço – Eduvale, ao curso de Bacharelado em Ciências Contábeis, como exigência da obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientação: Profº. Ione Inverso.

JACIARA – MT2009

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RENATO AUGUSTO DE JESUS

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO / BENEFÍCIO

PARA AQUISIÇÃO DE PNEUS 275 E 295.

Monografia apresentada à comissão Examinadora, como requisito da

obtenção do Grau de Bacharel em Contabilidade.

_______________________________

Profª Ana Cláudia G. R. DaleffeCoordenadora do Trabalho de Conclusão de Curso

_______________________________

Profª Ione InversoOrientadora

_______________________________

Prof °

Jaciara – MT, 31 de novembro de 2009.

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Dedico a minha mãe Gonçalina Eva de

Jesus, aos meus pais na fé e no

coração Manoel e Marlene, a minha

amada Thaís e a meus irmãos Esdras,

Neemias e Joelmir, por me apoiarem

na conclusão deste curso.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, autor e consumador de minha fé, a minha

amada Thaís letra e música de minhas canções, minha mãe que tanto batalhou

para ver seu filho formado, aos meus pais do coração e meus irmãos.

A Martelli Transportes pela rica oportunidade de desenvolver os conhecimentos

adquiridos durante meu curso.

A professora Ione Inverso, por sempre acreditar e por apoiar, tendo sempre

uma palavra de motivação, grande mestre, amiga e parceira.

Aos mestres que passaram pela minha vida acadêmica, a instituição e aos

nobres colegas que sempre estiveram ao meu lado rindo e chorando, a todos

só tenho a agradecer.

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RESUMO

Na atualidade, com a globalização e alta competitividade existente no mercado, torna-se imprescindível a implantação de uma contabilidade mais dinâmica e consistente, sendo importante que os administradores recebam informações mais congruentes, a fim de facilitar sua gestão. A contabilidade de custos torna-se nesse novo ambiente de mercado uma peça substancial para um melhor acompanhamento dos recursos utilizados pela empresa e por isso há relevância e se conhecê-la e compreendê-la, buscando através dela estabelecer acompanhamentos, comparativos e levantamentos para um controle eficiente. O estudo comparativo entre os pneus 275 e 295 possibilitam que a empresa verifique o real custo/benefício na aquisição e na utilização dos mesmos para então gerir melhor tais recursos. É válido ressaltar que o papel do contador não mais se restringe a fatores meramente fiscais, indo, além disto, visando o mesmo dirimir a relação entre os recursos empregados para a atividade e administradores, atuando como um facilitador para o levantamento de informações e para sua interpretação por parte dos gestores. Através deste estudo a empresa tem melhor visão dos custos relacionados a pneumáticos, podendo assim tomar decisões mais concisas no que tange o assunto abordado.

Palavras-chaves: Contabilidade, Custo/benefício e Pneus.

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ABSTRACT

Today, with globalization and high competitiveness on the market, it is essential to implement an accounting of the most dynamic and consistent and it is important that managers receive more consistent in order to facilitate their management. Cost accounting becomes in this new market environment, a substantial number for better monitoring of resources used by the company and it is important and know it and understand it, trying to establish through her accompaniments, and comparative surveys to a efficient control. The comparative study between the tires 275 and 295 allow the company to check the real cost-effective acquisition and use of them and then better manage these resources. It is worth noting that the role of the counter is no longer limited to purely fiscal factors, ranging in addition, aiming at the same resolve the relationship between the resources used for the activity and administrators, acting as a facilitator for the gathering of information and its interpretation by the managers. Through this study, the company has better insight into the costs related to tires, so you can make more concise with respect to subject matter.

Word-keys: Accounting, Cost/benefit and Tires.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................09

1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE........................................................10

1.1 Origem do Conhecimento Contábil.......................................................10

1.2 Contabilidade na Atualidade.................................................................12

1.3 Origem da Contabilidade de Custos.....................................................13

1.4 Conceito de Contabilidade de Custos...................................................15

1.5 Métodos de Custeio..............................................................................16

1.6 Princípios Contábeis aplicados à Contabilidade de Custos..................20

1.7 Formas de Levantamentos de Dados em Custos.................................23

1.8 Definição de Gasto, Custo e Despesa..................................................24

1.9 Tipos de Custos....................................................................................25

1.10 Custos na Atividade de Transportes de Cargas..................................27

1.10.1 Tributos Diretos no Transporte........................................................28

2 PNEUMÁTICOS.......................................................................................30

2.1 História dos Pneus................................................................................30

2.2 Conceito de pneumático.......................................................................31

2.3 Formas de utilização dos pneus...........................................................32

2.4 Diferença entre pneus 275/80 e pneu 295/80.......................................33

2.5 Gestão Estratégica de Custos em Pneumáticos...................................34

2.6 Análise do custo/benefício na utilização dos pneus..............................36

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................40

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INTRODUÇÃO

A função principal da Contabilidade é coletar dados, interpreta-los e

transforma-los em informações, nesta ótica o presente trabalho visa efetuar o

estudo comparativo do custo/benefício na aquisição e utilização dos

pneumáticos de medidas 275/80 e 295/80, cujo problema é observar qual o

mais viável para uma Empresa de Transportes de cargas.

O objetivo desta pesquisa é possibilitar ao administrador da empresa

uma melhor visão dos custos relacionados aos pneumáticos e quais impactos

trazem a aquisição de determinado produto de medida menor ou maior, preço

inferior ou superior.

Sabemos que hoje o mercado é altamente competitivo e devido a grande

globalização existente os lucros das empresas encontram-se na minimização

dos custos e a partir da necessidade de se saber se a aquisição de

determinada medida de pneu traz o benefício mais eficaz em sua aquisição e

utilização, efetuamos o estudo acima referido.

A medotologia aqui aplicada será a quantitativa, ou seja, partiremos de

parâmetros e características mensuráveis, buscando estabelecer a relação

entre causa e efeito entre as variáveis. Os dados foram levantados durante o

período de estágio, onde fora realizado, acompanhamentos e testes técnicos,

equipando-se com as duas medidas de pneumáticos em estudo os veículos da

frota analisada.

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1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

1.1 Origem do Conhecimento Contábil

Para que melhor possamos entender a Contabilidade em si é importante

que relatemos como se deu sua origem.

Não existem dados concretos do surgimento da Contabilidade e nem de

quem propriamente a inventou, sendo assim não podemos dizer uma data

específica de seu surgimento.

Podemos afirmar que a contabilidade surgiu empiricamente, ou seja,

antes de ser estabelecida como ciência já era utilizada pelo homem de uma

maneira não sistematizada.

Segundo Hilário Franco:

Contabilidade é a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. Hilário Franco (2006, p. 23).

Entendemos então que Contabilidade é uma ciência social que estuda o

Patrimônio, ou seja, analisa o comportamento do homem frente aos seus bens

e recursos financeiros. Seu surgimento se deu da necessidade de melhor

controlar tais recursos.

Alguns historiadores relatam que a Contabilidade surgiu por volta do ano

4.000 a.C. da necessidade que o homem tinha de contar e avaliar o

crescimento do seu rebanho.

Para Iudícibus e Marion, em certo dia em época do inverno devido sua

ociosidade surge ao homem uma idéia, vendo algumas pedras decide separar

uma pedrinha para cada cabeça de ovelha realizando o que a Contabilidade

futuramente se chamaria de inventário. Depois de terminado este processo

homem separa este conjunto de pedrinhas guardando-as com muito cuidado,

haja vista que as mesmas representavam sua riqueza.

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É interessante ressaltar que os registros contábeis são deveras antigos,

sendo impossível datar seu surgimento. Algumas passagens bíblicas nos

relatam a utilização de preceitos contábeis, como podemos ver no livro de Jó.

Bíblia Sagrada:

“E assim abençoou o Senhor o último estado de Jô, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois e mil jumentas”. (Jó, capitulo 42, versículo 12).

Com o passar dos séculos com a evolução do homem, a Contabilidade

assim como as demais ciências também evoluiu, saindo do empirismo para

uma sistematização de seus métodos.

Podemos então verificar que a Contabilidade possui fatores em comum

com a arte, matemática e historia, haja vista, que ambas utilizaram uma da

outra como base de seus registros.

No período medieval podemos observar o grande controle religioso

sobre o Estado, e é válido destacar que a igreja contribuiu de forma substancial

para a evolução da Contabilidade, já que esta precisava de melhor controlar o

seu patrimônio e o Estado.

Por volta de 1494 vemos o marco dos primeiros registros contábeis

relevantes por meio do Frei Luca Pacioli, onde se firmou o método das partidas

Dobradas. É importante ressaltar que Frei Luca Pacioli apenas sistematizou

este método e não o inventou como demonstram algumas literaturas, tal

método já era utilizado pelo homem de forma subjetiva e não organizada.

Na antiguidade por volta de 6.000 anos atrás houve uma grande

crescente no comércio e na referida época imperava o controle religioso, ou

seja, a Igreja controlava o Estado, sendo assim havia grande necessidade de

registros eficientes e do desenvolvimento da escrita contábil. O controle

religioso e mercantilismo contribuíram de maneira substancial para o

desenvolvimento da Contabilidade e outras ciências.

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É fato que com a evolução humana em todas as áreas houve a

necessidade de melhor controlar e administrar a riqueza humana, sendo assim

a contabilidade teve que ser sistematizada e organizada.

Há diversos fatores que contribuíram para o crescimento e evolução da

Contabilidade e da humanidade como um todo, dentre os quais é interessante

destacar, a expansão dos povos através das navegações e da guerra, pois os

povos cresciam economicamente e por meio destes fatores houve grande

necessidade de sua evolução social, filosófica e científica.

1.2 A Contabilidade na Atualidade

No contexto atual a Contabilidade tem estabelecido um importante papel

não só para as empresas, mas para a sociedade como um todo, onde

podemos observar que num mundo globalizado e altamente competitivo a

Contabilidade serve de instrumento para melhor gerir o grande fluxo de

informações geradas pelas instituições, tanto privadas como públicas.

Nossa economia ao mesmo tempo em que se mostra forte, verificamos

grande fragilidade diante das inúmeras informações contábeis e financeiras do

mercado, fato esse que abre um grande leque de oportunidades para os

profissionais da referida área, pois os mesmo são dotados em seu perfil

acadêmico de uma capacidade peculiar para melhor dirimir tais informações.

As grandes recessões que outrora passamos poderiam ser evitadas ou pelo

menos minimizadas se houvesse uma observância rigorosa aos princípios

contábeis e econômicos, desta forma tem os profissionais da citada área um

papel substancialmente relevante na economia global.

As freqüentes mudanças no mercado e alta competitividade têm feito

com que as empresas reflitam que a contabilidade não tem apenas um papel

meramente fiscal, ou seja, a contabilidade não mais apenas se limita a cálculos

tributários, surgindo daí várias ramificações, dando a mesma uma atuação

integrada e global dentro e fora das instituições.

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Hoje a contabilidade está presente em todos os seguimentos das

empresas, ou seja, está ligada desde os processos produtivos até o momento

da apuração dos custos, efetuação das vendas e recolhimento de tributos,

desta maneira os profissionais contábeis possuem hoje um perfil não somente

técnico, mas um papel social e econômico, haja vista que a contabilidade é

uma ciência ligada ao homem e as possíveis influências que estão a sua volta.

1.3 Origem da Contabilidade de Custos

A Contabilidade propriamente dita após séculos de existência fora

estabelecida na Era Mercantilista como Contabilidade financeira ou geral, até

então não se conhecia outro tipo de Contabilidade, sendo assim Contabilidade

de Custos é uma ramificação da contabilidade, sendo hoje uma promissora

área de atuação. Como citamos antes o mundo atual é muito competitivo e

possuímos uma economia globalizada, deste modo os preços são

estabelecidos pelo mercado, portanto se uma empresa deseja ampliar seus

lucros deve reduzir ao máximo os seus custos sem perder sua qualidade e

para tal é importante se estabelecer uma Contabilidade de Custos organizada,

eficiente e eficaz.

No período mercantilista devido a simplicidade da atividade a

Contabilidade era realizada de maneira simplificada, ou seja, os custos eram

registrados apenas pelo preço de aquisição, pegando-se o estoque inicial mais

as compras do período menos os estoques finais restando o custo das

mercadorias vendidas.

Estoques Iniciais R$ XX.XXX,XX

( + ) Compras R$ XX.XXX,XX

( - ) Estoques Finais R$ XX.XXX,XX

( = ) Custo das Mercadorias Vendidas R$ XX.XXX,XX

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Com advento da Revolução Industrial do século XVIII nasceu

necessidade de se apurar melhor os custos relacionados a produção. No

período Mercantil como imperava o comércio, ou seja, era apenas compra e

vendas de produtos e de especiarias não havia porque a Contabilizar de

maneira sistêmica os custos.

Para Martins (2003, p. 14), com fato do surgimento das Indústrias a

função do contador ficou um tanto mais complexa e na tentativa de solucionar

tal situação nada mais natural que se tentar adaptar a empresa industrial aos

mesmos métodos contábeis das empresas comerciais até pelo fato de se estar

habituado com a mesma, desta forma, todos os gastos apurados na fabricação

eram apropriados como despesas do período, sem se importar se houve ou

não vendas no período.

A Revolução Industrial não trouxe apenas uma evolução tecnológica e

econômica, mas também tornou o mercado cada vez mais exigente. Com a

Revolução Industrial surgiu também o Mercado de Capitais e com o crescente

interesse das pessoas em se tornarem acionistas das grandes empresas e o

fato de cada vez mais os bancos estarem distantes das pessoas de seus

clientes, houve a necessidade da instituição de análise dos balanços de tais

empresas, sendo assim o sistema bancário tornou-se mais exigente para a

liberação de créditos, surgindo com estes fatos uma sistematização das

análises das contas das empresas, aparecendo daí a figura dos analistas de

balanços e os auditores independentes. Depois destas séries de fatos e com a

normatização dos sistemas econômicos, acionários, bancários e o nascimento

de alguns princípios contábeis, embora de forma ainda simplificada, surge o

imposto de renda, possivelmente o este tenha surgido dos tais princípios

contábeis, aparecendo a idéia do lucro tributável. Com a instituição do imposto

de renda houve uma necessidade de apurar uma maneira melhor e mais

organizada o que de fato era receita, custo, despesa e lucro do período.

1.4 Conceito Contabilidade de Custos

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Segundo Leone, a Contabilidade de Custos é uma atividade que se

assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém)

dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo

informações para os diversos níveis gerenciais.

Destacamos aqui que cabe ao administrador da empresa tomar as

decisões sendo assim o contador de custos apenas torna-se apenas um

instrumento para o levantamento, análise e interpretação dos dados,

transformando estes dados em informações para uma melhor tomada das

decisões.

A Contabilidade de Custo não cria dados, mas se utiliza-se dos mesmos

para fornecer informações que contribuirão na melhor gestão dos recursos.

Em resumo Contabilidade de Custos é a atividade que consiste em

levantar, separar e apontar o que são gastos, custos e despesas, para que

assim a empresa possa dirimir de maneira inteligente, quais decisões tomar

frente tais fatores.

1.5 MÉTODOS DE CUSTEIO

Métodos de Custeio consiste na forma em que será efetuado o

levantamento dos custos de determinado bem ou produto.

Vários são os métodos existentes e por isso é importante que se

observe bem fatores como, ramo de atividade da empresas, porte, grau de

detalhamento desejado pela instituição, objetivos gerenciais entre outros.

Para Eller (2000, p. 79), “os métodos de custeio tem como função

determinar o modo de como será atribuído custo aos produtos”.

Desta forma para que a empresa alcance sucesso na implantação de um

sistema de custeio, ela deve buscar desenvolver um conjunto de preceitos que

atenda suas necessidades de controle e visão gerencial dos custos, para que

daí ela possa observar o custo/benefício na aquisição e utilização de seus

bens, produtos ou serviços, sendo este uma ferramenta importante na tomada

de decisões, o que a torna muito mais competitiva no mercado.

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1.5.1 MÉTODOS DE CUSTEIO TRADICIONAIS

Abordaremos neste estudo de maneira sucinta três métodos de custeio,

o método por absorção, custeio variável e o sistema ABC (Custeio Baseado na

Atividade).

É importante destacar que o objetivo deste trabalho é relatar qual o

pneumático possui melhor custo/benefício em sua aquisição e utilização e para

tal faz-se necessário que conheçamos a Contabilidade de Custos e todos os

seus sistemas e métodos, para que então depois de efetuada esta abordagem,

utilizemo-la de maneira diligente na efetivação da referida pesquisa.

1.5.2 Custeio por Absorção

O Custeio por Absorção como o próprio nome sugere é aquele no qual

atribui-se aos produtos ou serviços todos os custos, independentemente de

serem os mesmos variáveis ou fixos indiretos ou diretos.

Megliorini explica que custeio por absorção:

“É o método de custeio que consiste em atribuir aos produtos fabricados todos os custos de produção, quer de forma direta ou indireta (rateios). Assim, todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis, são absorvidos pelos produtos”.

Uma das vantagens do Sistema de Custeio por Absorção é que o

mesmo encontra-se de acordo com os Princípios Fundamentais de

Contabilidade, conforme reza a Resolução 750/93 do Conselho Federal de

Contabilidade, além do fato deste está em observância ao Princípio da

Competência.

Desta forma os custos de produção só são reconhecidos como

despesas no momento em que é efetuada a venda, sendo assim torna mais

apropriada a Demonstração do Resultado do Exercício, pois confronta de

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maneira mais congruente as receitas e despesas e por isso é mais bem aceito

pelo fisco de nosso país.

Por outro lado, este método traz poucas informações gerenciais e pelo

fato de todos os custos indiretos serem alocados por meio de rateios os valores

levantados acabam sendo frágeis, sendo o mesmo útil apenas para valorar

estoques e confrontar receitas e despesas como fora citado acima.

1.5.3 Custeio Variável

O Método de Custeio variável visa reduzir as distorções trazidas pelo

sistema aceito pela legislação, ou seja, o Método de Custeio por Absorção. No

Sistema de Custeio por absorção os custos fixos são rateados aos produtos ou

serviços, enquanto no Método de Custeio Variável estes mesmos custos vão

direto para o resultado sendo estes lançados como despesas.

Para Megliorini (2001, p.137), uma das vantagens do Custeio Variável

está no fato do mesmo alocar somente os custos variáveis e pelo fatos dos

custos variáveis em sua maioria serem custo diretos, reduz-se o rateio dos

custos indiretos, isso permite uma melhor visualização individual de cada

produto ou serviço efetuado, podendo desta forma observar a margem de

contribuição unitária de cada um deles.

Margem de contribuição unitária nada mais é que o valor no qual cada

produto ou serviço agrega para a manutenção da atividade da empresa, ou

seja, é o PV (preço de venda), menos o CV (custo variável), o excedente desta

subtração é a mc/u (margem de contribuição unitária).

mc/u = PV – CV

Outra vantagem do Método de Custeio Variável é que através do mesmo

pode-se estabelecer um Ponto de Equilíbrio.

Ponto de Equilíbrio é O Sistema no qual a empresa verifica qual a

quantidade necessária a ser vendida para cobrir seus CDF’s (custos e

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despesas fixas), ou seja, quantos produtos ou serviços terão que ser vendidos

para manter a empresa em funcionamento. Existem três tipos de Pontos de

Equilíbrio.

Ponto de Equilíbrio Contábil, neste tipo verifica-se quantos produtos a

Empresa terá que vender para cobrir todos os custos e despesas fixas do mês.

PEC = CDF total Mc/u

O Ponto de Equilíbrio Financeiro é meio pelo qual a Instituição verifica

quantos produtos ou serviços terão que vender para cobrir seus custos e

despesas fixas, ou seja, quantos produtos ou serviços terão vendidos para

cobrir as despesas desembolsáveis.

PEF = CDF total -VND Mc/u

No Ponto de Econômico a Empresa visualiza quantos produtos ou

serviços terão que vender para cobrir os Custos e despesas fixas e alcançar o

lucro estipulado pela mesma, desta forma além de cobrir os CDF’s deve atingir

um lucro meta.

PEE = CDF total + Margem de Lucro Mc/u

Podemos ver então que o sistema de Custeio Variável possibilita ao seu

usuário algumas ferramentas gerenciais, onde o mesmo consegue visualizar o

quanto cada produto ou serviço contribui para manutenção da sua atividade

empresarial e também lhe dá a visão que quantos produtos ou serviços serão

necessários efetuar para manter-se no mercado.

1.5.4 Método de Custeio ABC

O Método de Custeio ABC (Activy Based Costing) ou Método Baseado

na Atividade visa diminuir as distorções causadas pelos rateios utilizados pelos

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Page 19: Monografia Do Renato

métodos anteriormente citados, principalmente o sistema de Custeio por

Absorção.

Este método é um sistema muito mais sofisticado que os demais e por

este fato exige uma sistematização dados e controle mais rigoroso.

Segundo Martins (2003, p. 87), “o Sistema ABC é um meio que busca

minimizar as distorções causadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos”.

Como o próprio nome diz este método se baseia na causação, ou seja,

no que absorve os recursos, buscando identificar de forma clara, por meio de

rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o valor.

Em resumo este sistema busca primeiramente os custos às atividades e

posteriormente atribuir custos das atividades aos produtos. Sendo assim,

primeiramente faz-se o rastreamento dos custos que cada atividade causou,

atribuindo-lhes estes custos, e posteriormente verificam-se como os portadores

finais de custos consumiram serviços das atividades, atribuindo-lhes os custos

definidos.

Conforme Eller (2000, p.82), “o Custeio Baseado em Atividades parte da

premissa de que as diversas atividades desenvolvidas geram custos e que os

produtos consomem essas atividades”.

Uma das muitas vantagens que possui o sistema ABC é o que o mesmo

propicia ao administrador inúmeras informações gerenciais, com relatórios

detalhados de cada atividade e produto, pois o mesmo se utiliza de

direcionadores para ratear os custos nos processos de produção.

Segundo Martins (2003, p. 96), direcionadores são os fatores que

identificam a maneira que os produtos consomem as atividades que visem sua

geração, existindo dois tipos de direcionadores o de custos de recursos e o de

custos de atividades.

Por outro lado a implantação do ABC gera um custo elevado, além de

que este método exige um número maior de pessoas envolvidas, agregando

muitas vezes uma despesa elevada, também existe o fato do mesmo em

muitos dos casos gerar inúmeros relatórios desnecessários o que torna os

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Page 20: Monografia Do Renato

processos de análises relevantemente mais burocráticos, consequentemente

mais lento.

Verificamos que os métodos de custeios possuem suas vantagens e

desvantagens, cabendo aos gestores desta área verificar qual sistema melhor

se aplica a sua realidade, para que o mesmo seja funcional dentro de sua

organização.

1.6 Alguns Princípios Contábeis aplicados à Contabilidade de Custos

Para Hoog (2007, p. 179), os princípios Contábeis representam a

essência dos fatores originários da ciência social Contabilidade, ou seja,

descreva a contabilidade como ela é baseando-se em verdades reais estribado

no conhecimento contábil e não na política contábil e por isso os princípios

contábeis possuem ampla validade e supremacia no âmbito da atuação desta

ciência.

Como já observamos na introdução a Contabilidade de Custos é uma

ramificação da Contabilidade e sendo assim algumas normas e técnicas

também se torna aplicável à mesma. Aqui elencaremos alguns dos princípios

contábeis mais relevantes para a área pesquisada.

Princípio da Realização da Receita

Este princípio determina que os resultados, ou seja, se houve lucro ou

prejuízo no exercício só pode ser apurado no momento da realização da

receita. Geralmente só há receita após a transferência do produto a terceiros

no ato da venda, desta forma a Contabilidade de Custos distingue-se da visão

econômica.

Segundo Martins (2003, p. 20), diferencial maior da Contabilidade de

Custos no âmbito da Contabilidade Financeira é o fato de ambas não poderem

apurar resultado antes da efetivação da receita, sendo que num prisma

econômico verificamos que no momento da confecção do produto surge o

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Page 21: Monografia Do Renato

lucro, por esse ângulo a Contabilidade de Custos funciona apenas como um

instrumento para provisão de crédito.

Devido o fato de a receita só ser reconhecida futuramente os valores

sacrificados para confecção de determinado produto é acumulado na conta

estoques só sendo considerado como despesas futuramente.

Para empresas prestadoras de Serviços que é o enfoque deste trabalho,

os custos e despesas relativas ao serviço prestado ou é reconhecido de uma

só vez no término da execução do serviço ou parcialmente.

Princípio da Competência

Este princípio tem por prerrogativa que todas as despesas e receitas do

período devem ser reconhecidas na apuração do resultado do período no

momento de sua ocorrência, independentemente de seu desembolso no

período de sua ocorrência. Desta forma as notas são de recebimento ou

pagamento são lançadas na data de acontecimento não se importando se

houve saída ou entradas de valores, mas mantém sua observância aos fatos

geradores, ou seja, a negociação.

O reconhecimento das receitas e despesas, quando correlatas, é

conseqüência natural do respeito ao período em que ocorre sua geração.

Princípio do Registro pelo Valor Original

Princípio segundo o qual se efetuam as comparações dos investimentos,

custos e despesas com as previsões tidas como idéias, ou seja, são

registrados pelo seu valor histórico, desconsiderando valorização ou

desvalorização do produto no período.

Para Iudicibus, Martins e Gelbeck (2008, p. 39), o fato de se pressupor

que o custo de aquisição pode ser considerado uma razoável aproximação do

valor econômico de um ativo para a entidade que o adquire, significa prevê que

o ativo adquirido gerará um fluxo de caixa superior ao valor de sua aquisição.

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Nem sempre é possível prevê que ativo trará uma receita maior que sua

aquisição, fato este que torna a função da Contabilidade mais relevante e

complexa dentro da organização.

Verificamos então que este principio tem por premissa o simples fato

que se registrar cada produto pelo seu valor original, independendo de haver

inflação ou deflação no período.

Existem diversos outros princípios, porém na abordaremos aqui no

intuito de não perdemos o foco da pesquisa.

1.7 Formas de Levantamentos de Dados em Custos

Umas das características principais da Contabilidade em si é que esta

trabalha com fatos ocorridos no passando, buscando levanta-los, separa-los,

analisá-los e interpreta-los a fim de gerar informações relevantes na tomada de

decisões e para tal existem meios e técnicas que trazem melhores resultados

na obtenção dos dados supracitados.

De acordo com Leone (200, p. 452), o Contador de Custos deve se

esforçar para produzir um sistema integrado a outros sistemas de informações.

Com o avanço da tecnologia dos sistemas de informatização é publico e

notório o avanço da Contabilidade e consequentemente o da Contabilidade de

Custos, porém os métodos tradicionais de levantamento de dados não devem

ser esquecidos, pelo contrário, estes métodos devem ser utilizados de forma

sistêmica e melhor organizados.

Os métodos mais comuns de levantamento de dados são as pesquisas

documentais, estabelecimento e revisão de planilhas, relatórios, orçamentos,

implantação de custos-padrão, visando integrar e mapear todos os custos e

despesas existentes na empresa, para daí efetuar relatórios gerenciais, sendo

que o sistema de informação surge como uma ferramenta que agiliza o

processo de observação destes dados levantados. Devem seguir principais

bascos e ter observância nas questões de objetivos do sistema, abrangência,

principais problemas, critérios de rateio, critérios de acumulação, métodos de

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Page 23: Monografia Do Renato

contabilização, integração com outras funções , classificação dos custos,

sistemas de custeamento, relatórios, principais usos dos relatórios , sistemas

de retro-informações, arquivos de dados entre outros.

1.8 Definição de Gastos, Custos de Despesas

No início da pesquisa sobre Contabilidade de Custos observamos que

esta é o ramo da Contabilidade de estuda os custos, despesas que a empresa

possui na manutenção de sua atividade, portanto para uma melhor reflexão

desta ciência se faz necessário um conhecimento mais rebuscado do conceito

de custo e despesas e qual sua influência para a organização de um modo

geral.

É válido ressaltar que não podemos confundir gasto, custo e despesas,

sendo interessante a diferenciação destes tópicos para se estabelecer uma

Contabilidade de Custos mais congruente.

Para Hoog (2007, p. 118), Gasto é o desembolso ou promessa de

desembolso, geralmente em dinheiro, em que o administrador, no objetivo de

manter o papel social da empresa, empregando-o para efetivação de sua

atividade, ou seja, são os valores utilizados para obtenção de receitas

compreendendo, custos e despesas, sendo que só caracteriza o gasto quando

há transferência de valores a outrem, ou seja, fato redutor o ativo mediante a

um pagamento.

Custos são os gastos realizados em prol a produção de um bem ou

serviço, portanto refere-se ao gasto efetuado para confecção de um bem ou

serviço.

Despesas são valores empregados nas atividades de apoio, ou seja, é o

gasto efetuado, sendo assim é o bem ou serviço consumido direta ou

indiretamente na obtenção de receita.

Para melhor entendermos custos, despesas e gastos segue abaixo um

desenho ilustrativo:

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Page 24: Monografia Do Renato

1.9 Tipos de Custos

Com vimos acima Custos são os gastos efetivados na produção de

determinado bem ou serviço, sendo assim existe algumas classificações para

mesmo no intuito de realizar distinção entre os tipos de Custos, já que existem

gastos que são realizados de maneiras indiretas e outros custos que são

sazonais e na tentativa de melhor compreende-los buscou-se classifica-los de

acordo com suas características.

A tipicidade de cada custo, assim como da despesa, está relacionada ao

seu comportamento no que tange a confecção de bens ou serviços.

Os tipos mais comuns existentes são os custos diretos, indiretos, de

transformação, fixos, variáveis, semifixos e semivariáveis.

Para Bruni (2004, p. 32), os custos diretos são aqueles diretamente

incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na

fabricação do produto e mão-de-obra direta. Apresentam a propriedade de

serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Exemplos: aço para

fabricar chapas, salários dos operários, etc.

Os custos indiretos são os que necessitam de averiguações, isto é,

algum critério de rateio, para serem atribuídos aos produtos. Exemplos:

seguros e aluguéis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção.

Os custos de transformação também chamados de custos de conversão

ou custos de agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na

obtenção do produto. Como por exemplo mão-de-obra direta e custos indiretos

de fabricação.

Custos fixos são custos que, em determinado período de tempo e em

certa capacidade instalada, não sofrem variação em qualquer que seja o

volume de atividade da empresa, existindo mesmo que não haja produção. São

agrupados em custo fixo de capacidade, custos relativos às instalações da

empresa, refletindo a capacidade instalada da empresa, como depreciação,

amortização e outros. Custo fixo operacional está relacionado à operação das

instalações da empresa, como seguro, imposto predial e outros. É ressaltar que

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Page 25: Monografia Do Renato

a natureza de custos fixos ou variáveis está ligada aos volumes produzidos e

não ao tempo. Assim, se uma conta de telefone mostra valores diferentes todos

os meses, entretanto não correlacionados com a produção, esses gastos são

classificados como fixos, independentemente de suas variações mensais. Os

custos fixos possuem uma característica interessante, são variáveis quando

calculados unitariamente.

Os custos variáveis são aqueles cujo valor total muda diretamente em

função das atividades da empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os

custos variáveis. Exemplos válidos de custos variáveis podem ser expressos

por meio dos gastos com matérias-primas e embalagens. Quanto maior a

produção, maior o consumo de ambos. Assim como os custos fixos, os custos

variáveis possuem uma interessante característica, pois são geralmente

tratados como fixos em sua forma unitária;

Os custos semifixos correspondem a custos que são fixos em

determinado patamar, passando a ser variáveis quando esse patamar for

excedido, ou seja, até certo nível ele é fixo e em outro é variável.

Os custos semivariáveis correspondem a custos variáveis que não

acompanham linearmente a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-

se fixos dentro de certos limites. Exemplo de custos semivariáveis pode ser

apresentados por meio dos gastos com contratação e pagamento de

supervisores ou referentes ao aluguel de máquinas copiadoras. Dentro de

certos limites, como o número de funcionários sob supervisão ou quantidade de

cópias realizadas, os gastos são fixos. Quando o nível é excedido, porém, os

gastos variam, assumindo um novo nível.

Custos na Atividade de Transportes de Cargas

Os custos na Atividade de Transportes de Cargas seguem os mesmos

padrões e normas da Contabilidade de Custos e sendo esta uma atividade de

Prestação de Serviços possui as características peculiares da atividade

supracitada.

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Page 26: Monografia Do Renato

Abordaremos nesta pesquisa não a tipicidade dos custos e despesas na

área de transportes, mas procuraremos relatar quais são os principais custos e

despesas existentes, no intuito de observar qual a importância do

conhecimento de Contabilidade de Custos para esta atividade.

Como citamos uma empresa de transportes possui custos e despesas,

fixas, variáveis, diretas e indiretas e buscaremos identificar o grau de

participação de cada um deles dentro da organização.

Os custos diretos são maioria dividindo-se em fixos e variáveis.

Segundo a ATC (Associação dos Transportadores de Cargas), os custos

fixos diretos em uma empresa de transportes são os de depreciação dos

veículos, remuneração do capital (veículo), taxas e impostos sobre veículo,

seguros dos veículos, salários motoristas / ajudantes e encargos, salários do

pessoal de oficina e encargos.

Os custos diretos variáveis, ou seja, aqueles de variam de acordo com a

quantidade de serviços prestados são, gastos com combustíveis, rodagem,

peças e material de oficina, óleo de cárter, óleo de cambio e diferencial,

lavagens e graxas.

Hoje o que determina o preço na atividade de transportes, assim como

nas demais atividades é o mercado, ou seja, o confronto entre oferta e

demanda e também pode intervir o governo e se uma empresa desta área

almeja ser mais competitiva de buscar a diminuição de custos e para tal é

interessante identificar quais os custos existentes e qual melhor maneira eles

podem ser geridos.

Existem também as despesas administrativas e para um melhor prisma

contábil não poderíamos deixar de ressaltá-las, sendo elas as despesas com

salários, ordenados e pró-labore, aluguéis, tarifas públicas (água, luz, telefone),

serviços profissionais (contábil, advocacia, informática), taxas e impostos

indiretos (iptu), depreciações (máquinas e equipamentos), propaganda e

muitos outros custos.

Tributos Diretos no Transportes

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Page 27: Monografia Do Renato

Assim como todas as atividades empresariais incidem tributos e

contribuições sociais, entretanto citaremos os principais tributos existentes

nesta área.

Incidem diretamente sobre o frete:

ISS: (urbano)

ICMS: 7%, 12%, 17% (MT);

Sobre os dois:

COFINS: 7,6% sobre a base de cálculo (lucro real);

3,0% sobre receitas (lucro presumido);

PIS: 1,65% sobre base de cálculo (lucro real);

0,65% sobre receitas (lucro presumido);

IR: 15%.

É válido ressaltar que para empresa estudada, no caso transportadora

de cargas (grãos), incide diretamente no frete o ICMS de 17% que é alíquota

em nosso Estado, haja vista que se trata de uma atividade de circulação de

mercadorias e serviços, diferentemente de transportes urbanos que trazem em

sua essência a prestação de serviços, incidindo sobre este o ISS cuja alíquota

é estipulada pelo município onde está agregada a empresa, não podendo

exceder o limite máximo estabelecido de 5%.

Para melhor visualizarmos os custos e despesas em uma Empresa de

Transportes segue abaixo a tabela:

Custos Fixos (mensal) Percentual (%)

Remuneração do Capital 27%

Depreciação do veículo 24%

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Page 28: Monografia Do Renato

Salário do motorista + encargos sociais 18%

Salários de oficina + encargos sociais 5%

Licenciamento, IPVA, Seguro Obrigatório 3%

Seguro do veiculo + Responsável Civil 23%

Total 100 %

Custos Variáveis por km Rodado Percentual (%)

Combustíveis 59%

Peças, acessório e mat. de manutenção 26%

Pneus 11%

Lavagem e lubrificação 4%

Total 100%

Um ponto importante e válido de se destacar é que na atividade de

transporte, os custos, despesas e o lucro propriamente dito são mensurados

pelo quilômetro rodado, ou seja, a cada quilômetro podemos visualizar e

prospectar os resultados.

A atividade de transportes no país tem passado por um forte processo

de evolução e os administradores têm se atentado para o fato de melhor

estruturar a empresa e a Contabilidade de Custos nesse novo âmbito tem

importância altamente relevante para o processo de crescimento, sendo

imprescindível que o profissional desta área busque cada vez mais se atualizar

e desenvolver. É fato que apesar de grande evolução e de muito se falar na

importância da gestão de custos na atividade de transportes, ainda há um

grande número de empresas que não possuem sistemas de contabilidade de

custos e por isso perdem mercado, pois na atualidade o lucro encontra-se cada

vez mais na gestão dos recursos, visando dirimir as informações no intuito de

reduzir os custos.

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Page 29: Monografia Do Renato

2 PNEUMÁTICOS

2.1 História dos Pneus

Para que possamos efetuar estudos e comparativos de custo/benefício

na aquisição e utilização dos pneus é interessante que conheçamos seus

conceitos históricos para que desta base compreendamos todos os processos

relativos ao assunto citado.

Assim como as outras invenções o pneu tem uma particularidade em

sua história. Por volta do ano de 1834, uma alfaiataria de Massachusetts deu

de presente ao então presidente dos EUA na época Andew Jackson um terno

impermeável. A goma utilizada neste terno ficou conhecida como borracha.

Nesta mesma alfaiataria um filho de um inventor ficou designado a resolver um

dos maiores que é endurecer no frio e derreter no calor, este inventor

chamava-se Charles Goodyear.

Em 1839 após ser preso por não conseguir liquidar suas dividas,

Goodyear encontrou a tal fórmula, que era cozinhar a borracha e altas

temperaturas, esse processo foi conhecido e dois anos depois foi patenteado

como vulcanização, até hoje se utiliza este processo. Em 1845 um engenheiro

escocês, revestiu as rodas de sua carruagem com borracha vulcanizada inflada

a ar, para diminuir o barulho e torna-la mais macia. Em 1888 outro escocês

John Boyd Dunlop, descobriu uma forma de evitar as quedas de seus filhos na

bicicleta, costurando uma válvula a um tubo de borracha enchendo-o com ar,

surgindo daí o primeiro pneu para bicicletas.

Os primeiros a patentear os pneus de automóveis por volta de 1894

foram os irmão Édouard e André Michelin, na época havia naquele país em

torno de 200 carros, todos a vapor. Então numa corrida entre Paris e Bordeaux

os irmão Michelin inscreveram um carro equipado com pneu inflável que

ganhou a corrido com certa facilidade, o único problema foi os constantes furos

nos pneus. Em 1903, devido o grande sucesso os irmão Michelin foram

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Page 30: Monografia Do Renato

negociar seu produto numa fábrica de carros instalada em Detroit, a Ford, que

até hoje é mundialmente conhecida.

Um dos fatos interessantes na história dos pneus é que quem fundou a

Goodyear, grande fábrica de pneumáticos conhecida em todo mundo foi Frank

A. Sciberling, que deu o nome a sua fábrica em homenagem ao inventor do

processo de vulcanização da borracha.

No Brasil a história inicia com escritórios de importação das empresas

européias e norte-americanas. Só por volta de 1939 fora inaugurada a primeira

fábrica de pneus no país, a Goodyear. No ano seguinte veio a Fisretone e em

1941 veio a Pirelli, que já fabricava fios elétricos, todas as três fábrias

continuam operando no país, junto com as nacionais Rinaldi, Maggion e

Pneubrás.

2.2 Conceito de Pneus

O conceito de pneus é um assunto simples e objetivo haja vista que é

um objeto de fácil descrição, o que o torna mais complexo é a sua utilização e

a contabilização, controle de gestão de custos.

Pneu é um corpo / objeto que está entre o veículo e a superfície do piso,

cuja finalidade básica é suportar a carga, oferecer respostas eficientes nas

frenagens e aceleradas, assegurar a transmissão da potencia motriz, contribuir

com a suspensão do veículo no conforto, garantir a dirigibilidade do veículo

entre outros.

O pneu possui várias divisões, mas para um melhor entendimento o

dividiremos em quatro partes principais, carcaça, talões, banda de rodagem e

flancos.

A carcaça é a parte resistente do pneu, formada de lonas de poliéster,

nylon ou aço. Ela retém o ar sob pressão que suporta o peso total do veículo.

Nos pneus radiais as cinturas completam sua resistência.

Os talões são formados no seu interior por arames de aço de grande

resistência e tem por finalidade manter o pneu acoplado ao aro.

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Page 31: Monografia Do Renato

Banda de Rodagem é a parte do pneu que fica em contato com o solo

de foram direta. Constituída por um composto especial de borracha que

proporciona resistência ao desgaste. Seus desenhos são formados pó partes

cheias (biscoitos) e vazias (sulcos) que oferecem segurança e desempenho ao

veículo.

Flancos é a parte que protege a carcaça de lonas, sendo compostos de

uma mistura especial de borracha com alto teor de flexibilidade.

2.3 Formas de Utilização dos Pneus

Os pneus assim como os demais insumos na atividade de transportes

possuem métodos em sua utilização desde sua armazenagem até o momento

de seu descarte.

Os pneus requerem cuidados em sua utilização, tais como regulagem da

pressão de acordo com o especificado pelo fabricante, sendo efetuado no

intervalo de 15 dias no máximo, deve-se efetuar rodízios nos pneus, ou seja,

trocá-los de posição quando constatado desgaste, cuidados com virar na roda,

alinhamento e cambagem. Obviamente todos estes gastos agregam valores,

porém se confrontar esses mesmos gastos com o custo/benefício alcançado

observamos o quanto vale a pena investir em sistema de manutenção

preventiva. Estudos revelam que só com o controle adequado de pressão

aumenta a vida útil dos pneus de 20 a 30 %, o que em valores representa um

montante considerável.

Outro fator relevante na utilização dos pneus é estabelecer uma análise

sistematizada dos mesmos, acompanhando desde sua aquisição até o

momento de seu descarte. Implantar um sistemas de análise das sucatas hoje

é tão importante quanto apenas efetuar o levantamento da quilometragem

rodado, os relatórios de sucatas consistem no processo pelo qual pode-se

verificar o motivo do sucateamento do pneu, ou seja, o que o tirou de

circulação e tal informação traz ao administrador tomar decisões gerenciais no

intuito de reduzir uma provável incidência.

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Page 32: Monografia Do Renato

Também é importante para um controle mais eficaz a utilização de

sistemas de informações, pois, por exemplo, uma empresa transportadora que

possua cerca de 600 bi-trens terá em torno de 16.800 pneus rodando e

controlá-los sem um software adequado é uma tarefa praticamente impossível.

2.5 Diferença entre pneus 275/80 e pneu 295/80

Como já observamos que pneu é o corpo/objeto cuja finalidade é colocar

o veículo em movimento, a nomenclatura 275/80 e 295/80 refere-se a medida

dos pneus, ou seja seu diâmetro.

Os pneus 275/80 possuem um diâmetro e peso menor, sendo que 275 e

295 representam o comprimento em milímetros do pneu na vertical, ou seja, do

seu contato com o solo até sua parte superior e 80 representa a largura da

banda.

Os pneus independentemente da marca possuem a mesma capacidade

de carga.

MARCA MODELO MEDIDA CAPACIDADE DECARGA

Bridgestone R 297 275/80 3.000 KG

Bridgestone R 297 275/80 3.150 KG

Goodyear G 667 275/80 3.000 KG

Goodyear G 324 275/80 3.150 KG

Michelin XZE – 2 275/80 3.000 KG

Michelin XZE – 2 295/80 3.150 KG

Pirelli FR 85 275/80 3.000 KG

Pirelli FR 85 295/80 3.150 KG

* Os pneus 295/80 possui 5% a mais de capacidade de carga.

Um veículo Bi-trem possui um peso total bruto de 57.000 quilos, dos

quais 19.580 são referentes a tara, ou seja peso do cavalo e o restante de

37.420 referentes a carga.

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Page 33: Monografia Do Renato

É válido ressaltar que este peso varia de acordo com cada veículo

devido marca, material usado entre outros fatores, porém existe uma legislação

onde reza que o peso total de um veículo carregado não pode exceder a

57.000 quilos, sendo assim mesmo que o veículo possua uma tara superior a

19.580 a soma desta com a carga não deve ultrapassar aos 57.000 quilos

acima referidos.

Distribuindo o peso da carga total por cada pneu de um veículo bi-trem,

verificamos que cada pneu trabalha com uma média de 2.035 quilos, ou seja,

tanto com pneus 275/80 ou com pneus 295/80 observamos uma folga em sua

capacidade de carga de 965 quilos para o 275/80 e 1.115 para os 295/80 isto

por pneu.

Para validar esta teoria efetuamos a pesagem dos veículos eixo por eixo

e verificamos que o peso máximo por eixo fora de 2.260 quilos, haja vista que

até fatores de como é efetuada a carga afeta a distribuição do peso por eixo. É

importante destacar que os veículos possuem sistemas de balança e

alinhamento que visa corrigir a distribuição do peso no veículo, os veículos são

produzidos obedecendo a um padrão de tecnologia, qualidade e engenharia.

Pelo fato deste trabalho não ser a respeito da engenharia e construção

de um pneumático e sim voltado para ao custo/benefício, sendo assim o fator

mais relevante é a contabilização dos custos referentes ao objeto citado,

procuramos apenas repassar um breve conceito sobre o tema pneus,

buscando um maior enfoque na Contabilidade de Custos e sua relevância.

2.6 Gestão Estratégica de Custos em Pneumáticos (GECP)

A gestão estratégica no mundo atual vem como uma peça fundamental

para atender as necessidades de controle e redução de custos, com o enfoque

de manter a qualidade trazendo inovações e uma visão mais sistêmica e global

dos custos.

A Gestão Estratégica de Custos em Pneumáticos consiste em

sistematizar todo o processo dos custos ligados aos pneumáticos, visando

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Page 34: Monografia Do Renato

integrá-los, porém de maneira separado e de fácil coordenação a atividade de

transportes. é um processo que agrega os conhecimentos de contabilidade de

custos dirimindo-os de uma maneira organizado para o processo de gestão dos

recursos ligados ao setor, no caso controle de pneus.

Segundo Shank e Govindarajan (1997, p.4),

A gestão estratégica de custos é “uma análise de custos vista sob um contexto mais amplo, em que os elementos estratégicos tornam-se mais conscientes, explícitos e formais. Aqui, os dados de custos são usados para desenvolver estratégias superiores a fim de se obter uma vantagem competitiva.

Observamos então que a GECP visa através dos sistemas de custeio,

informação, técnica, análise e principalmente observação comportamental dos

custos no intuito de estabelecer meios para tomadas de decisões congruentes,

estabelecendo metas tangíveis, estratégicas e eficientes, verificando qual o

método mais inteligente para a redução de custos com relação a pneus.

2.6 Análise do custo/benefício na utilização dos pneus

Com vimos nos conceitos acima a Contabilidade de Custos visa trazer

informações que possam ser utilizadas para a tomada de decisões e por isso

se faz necessário um conhecimento técnico e científico, conhecendo desde os

preceitos básicos até os conceitos mais específicos para estabelecer um

estudo mais conciso.

Os dados levantados foram transformados em informações e para tal

estabelecemos dirimimos os conceitos estudados, adequando-os a realidade

da empresa utilizada para a base da pesquisa.

Em entrevista com um dos diretores e acompanhando os dados dos

anos anteriores, estipulando um custo-padrão.

Para Calderelli (2001, p. 204), custo representa as múltiplas aplicações

de bens ou serviços, para obtenção de um bem de uso ou de troca.

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Page 35: Monografia Do Renato

O custo de reposição é valor pago por um bem que irá substituir um

outro que saiu, por venda, consumo ou absolescência e no caso dos pneus é a

utilização até o momento de sua retirada de circulação.

Os dados obtidos durante o estágio nos mostram um melhor

aproveitamento na medida de peso e diâmetro menor, ou seja, nos pneus

275/80 e alguns testes técnicos realizados com veículos e motoristas

padronizados relataram que não há oscilação no consumo de combustível,

sendo assim nenhuma das medidas traz redução considerável de consumo nos

veículos utilizados na atividade. As tabelas abaixo mostram os resultados

alcançados com a pesquisa.

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Page 36: Monografia Do Renato

As tabelas mostram como foram levantados os dados transformados em

informações, onde podemos observar a utilização da Contabilidade de Custos

como ferramenta, pois os dados tiveram que ser rateados uma a um, por meio

de planilhas. Os produtos foram separados por marca para visualizássemos

também qual marca possui um melhor rendimento. Por fim fizemos uma média

geral sem separação das marcas, haja vista que o objetivo do trabalho é

observar o custo/benefício das medidas 275/80 e 295/80, visando verificar qual

possui melhor aproveitamento, como podemos observar na tabela abaixo.

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Page 37: Monografia Do Renato

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Page 38: Monografia Do Renato

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos observar que a Contabilidade na atualidade é uma atividade

de grande amplidão, cabendo aos profissionais que atuam nela estarem

sempre buscando novos conhecimentos, haja vista que o papel do contador

hoje não mais se resume apenas a dirigir-se ao fisco, mas atua em todos os

níveis da empresa do operacional até o institucional.

Observamos também que a Contabilidade de Custos é peça

fundamental para um aumento da lucratividade e competitividade, pois visa a

redução de maneira inteligente dos custos, ou seja, buscando uma gestão

sistêmica dos recursos e insumos consumidos em determinada atividade.

O estabelecimento de estudos comparativos entre determinados

produtos, possibilita ao administrador visualizar qual possui melhor rendimento

e cabe aos gestores na atividade buscarem meios, eficientes e eficazes para

um melhor gerenciamento dos recursos utilizados na manutenção da atividade.

O objetivo deste trabalho é demonstrar através da Contabilidade de

Custos uma visão geral no consumo do insumo pneumáticos, para que

empresa possa tomar decisões concisas embasadas em informações precisas

que seguiram padrões e preceitos técnicos, tornando-se assim uma ferramenta

para uma gestão de maior qualidade. è válido ressaltar que esta trabalho

possui aspecto de introdução, ou seja, abrange apenas uma parte da

Contabilidade de Custos, havendo assim certas limitações, porém uma mesmo

serve de base para um maior aprofundamento no assunto abordado.

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Page 39: Monografia Do Renato

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9a ed. São Paulo: Atlas, 2003.

CALDERELLI, Antônio. Enciclopédia contábil e comercial brasileira. 26a ed.

São Paulo: Cetec, 1997.

BRUNI, Adriano Leal, FAMA, Rubens. Gestão de custos e formação de

preço. 2a ed. São Paulo: Atlas, 1998.

CREPALDI, Silvio Aparecido.Contabilidade Gerencial: teoria e prática. São

Paulo: Atlas, 1998.

LEONE, George Sebastião Guerra. Custos – Planejamento, Implantação e

Controle. 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2000.

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