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ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL – ESABCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SISTEMAS DE
TELECOMUNICAÇÕES
MATIAS SAUL ZAGONEL
ARQUITETURA E SISTEMAS OPERACIONAIS:O USO DO SOFTWARE LIVRE NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
VILA VELHA (ES)2012
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MATIAS SAUL ZAGONEL
ARQUITETURA E SISTEMAS OPERACIONAISO USO DO SOFTWARE LIVRE NOS ORGÃOS PUBLICOS
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Sistemas de
Telecomunicações apresentado a ESAB –Escola Superior Aberta do Brasil.
VILA VELHA (ES)2012
Excluído: , sob orientação daProf.ª J anaina Costa Binda
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MATIAS SAUL ZAGONEL
ARQUITETURA E SISTEMAS OPERACIONAISO USO DO SOFTWARE LIVRE NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
Monografia aprovada em.. de .. de 2012.
Banca Examinadora
________________________ (Não preencher)
________________________ (Não preencher)
________________________ (Não preencher)
VILA VELHA (ES)2012
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos amigos que com sua trajetória, me inspiram, aos
profissionais que consultei para base de meu trabalho, e muito á Richard Stallman,
que há quase 30 anos deu início à luta pela liberdade de todos nós hoje estudar,
copiar, distribuir e aperfeiçoar o código fonte de todo software produzido sob o
conhecimento humano que por isso mesmo deve ser livre e acessível a todos.
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“O galardão da humildade e do temor doSenhor é riquezas, e honra e vida.”
Provérbios 22:4
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RESUMO
O objetivo do trabalho é investigar a percepção dos gestores públicos sobre adependência do software proprietário nos órgãos públicos tomando por base os
gestores da área de informática que, no momento de planejar as aquisições denovos computadores, devem integrar seus computadores em relação ao sistemaoperacional embutido, além de instaurar as dificuldades encontradas na migraçãoentre os diversos sistemas operacionais da Microsoft e seu concorrente diretoGnu/Linux. Em seguida, trás uma explanação no quesito software livre, como asestratégias de escolha dos programas que são fornecidos junto com oscomputadores aos funcionários dos órgãos públicos interferem no resultado dastarefas desempenhadas no dia-a-dia e qual a percepção dos gestores sobre adependência criada pelo software proprietário. Para que esses diferenciais fossemtrabalhados, foi utilizado como fontes de informação livros, artigos e normas técnicascom o método indutivo, com perguntas fechadas para os funcionários que já utilizamLinux no seu dia-a-dia ou para funcionários de órgãos com setores onde o sistemaoperacional baseado no Unix já é utilizado em algumas máquinas. Em seguida,através de reuniões com o gerente geral, de posse dos dados já tabulados nosoftware Excel e apresentados em forma de gráfico são possíveis de evidenciarcenários de ganho de produtividade utilizando software livre, desde que maistreinamentos sejam ministrados. Este trabalho será concluído com algumassugestões na sessão de considerações finais como, por exemplo, o melhoramentodos treinamentos nos órgãos, podendo assim acarretar uma diminuição no numerode chamados técnicos, tempo de maquina parado e consequentemente, umaumento na qualidade do serviço prestado á população.
Palavras-chave: Sistemas Operacionais. Software Livre. Redes Públicas.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................10 1.1. CONTEXTO E J USTIFICATIVA DO TEMA ................................................10 1.2.
O PROBLEMA ............................................................................................10
1.3. OBJ ETIVO GERAL .....................................................................................10 1.4. OBJ ETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................11 1.5. METODOLOGIA .........................................................................................11 1.6. APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTULOS.........................................................11
2. CONCEITOS BÁSICOS DE SOFTWARE LIVRE..............................................14 2.1. BREVE HISTÓRICO...................................................................................14 2.2. SOFTWARE LIVRE: A ORIGEM.................................................................16
3. PAPEL ESTRATÉGICO DO SOFTWARE LIVRE .............................................20 3.1. SEGURANÇA .............................................................................................20 3.2. SISTEMA DE ARQUIVOS ..........................................................................21 3.3. CUSTOS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARES.............................22 3.4. ACESSO A INFORMAÇÕES ATRAVÉS DA INTERNET............................22 3.5. OUTROS FATORES DE DECISÃO............................................................23 3.6. FORMATO DE ARMAZENAMENTO ..........................................................24 3.6.1. Padrão aberto ........................................................................................25
4. IMPEDIMENTOS E SUGESTÕES DE IMPLANTAÇÃO....................................28 4.1.
CUSTOS DA MUDANÇA ............................................................................28
4.2. INVESTIMENTO NO TREINAMENTO DE NOVOS SOFTWARES ............29 4.3. CUSTOS PSICOLOGICOS DA QUEBRA DE UM PARADIGMA................30 4.4. SUGESTÕES DE IMPLANTAÇÃO .............................................................31
5. SOFTWARE LIVRE PARA OUTROS SISTEMAS OPERACIONAIS................33 5.1. PRODUTIVIDADE COM BROFFICE/LIBREOFFICE..................................33 5.2. GRÁFICOS: ................................................................................................34 5.3. INTERNET:.................................................................................................34 5.4. MULTIMÍDIA: ..............................................................................................35 5.5. UTILITÁRIOS:.............................................................................................35
6. METODOLOGIA ................................................................................................36 6.1. TIPO DE MÉTODO.....................................................................................36 6.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA........................................................................36
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6.3. COLETA DE DADOS ..................................................................................36 7. ANÁLISE DOS DADOS.....................................................................................38
7.1. ESCOLARIDADE........................................................................................38 7.2. TEMPO DE USO.........................................................................................39 7.3. FINALIDADE DE USO ................................................................................40 7.4. HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO....................................................................41 7.5. CONCLUSÃO DOS TRABALHOS UTILIZANDO SOFTWARE LIVRE .......42 7.6. TREINAMENTO..........................................................................................43 7.7. FACILIDADE DE USO ................................................................................44 7.8. QUANTO AOS PROGRAMAS ....................................................................45 7.9. PROBLEMAS COM VÍRUS ........................................................................46 7.10. O MOTIVO FINANCEIRO .......................................................................47 7.11. LEGALIZADE E PUNIÇÕES ...................................................................48
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................49 9. REFERÊNCIAS .................................................................................................55 10. ANEXOS............................................................................................................55
10.1. Questionário............................................................................................57
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1. INTRODUÇÃO
1.1. CONTEXTO E J USTIFICATIVA DO TEMA
A informática surge da necessidade do ser humano de armazenar grande
quantidade de dados e informações e justifica o uso do computador como
ferramenta de apoio nos órgãos públicos e também pela necessidade que os
diversos órgãos públicos têm de compartilhar dados (SCHNEIDER, 2011).
De maneira geral, o uso dos computadores em órgãos públicos é igual ao uso em
uma empresa privada, porém de modo particular, é possível notar diferenças emvários aspectos, principalmente no quesito de quantidade de máquinas e
equipamentos, pois o estado é dotado de competências que demandam a
necessidade de se fazer presente em todos os lugares de seu território, tornando
claro que mesmo lugares onde não é viável financeiramente manter uma equipe de
trabalho, mesmo assim o estado será obrigado a fazer frente.
1.2. O PROBLEMA
O presente trabalho deseja responder à questão: Qual a percepção dos gestores
públicos sobre a dependência do software proprietário nos órgãos públicos?
1.3. OBJ ETIVO GERAL
O objetivo principal deste trabalho é inferir qual a percepção dos gestores públicos
sobre a dependência do software proprietário nos órgãos públicos, além de
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relacionar softwares sem custo de aquisição com funções similares com as
atividades que devem ser desenvolvidas em um órgão público.
1.4. OBJ ETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar os pró e contras dos funcionários públicos quanto à utilização de
software livre;
• Comparar os procedimentos de uso de cada sistema operativo; e
• Explicar as soluções que o mercado apresenta para os problemas de
incompatibilidade do dia a dia.
1.5. METODOLOGIA
A execução prática do presente será iniciada por um estudo relacionado aos
conceitos que envolvem os softwares e o modo de comercialização, o modo como é
transferida ao usuário a licença de uso sobre tal bem. A partir deste conceito, foi
realizada uma contextualização descrevendo a situação atual, tomando como base a
Superintendência Regional Norte do Departamento de Estradas e Rodagens (DER)
de Londrina/PR.
Por meio de questionários, foi possível verificar o interesse dos funcionários em
conhecerem novas tecnologias e se o órgão utiliza os recursos disponíveis nos
softwares livres, e seus aplicativos tais como editor de textos, planilhas, e etc.
1.6. APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTULOS
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O inicio do trabalho apresentará um breve histórico, detalhando o surgimento
software livre, de seu movimento de colaboração compartilhada entre pessoas de
todas as partes do mundo, sua legislação e alterações necessárias para poder, além
de apresentar as principais características do Linux quanto à estratégia de utilizá-loem órgãos públicos e suas diferenças em relação ao Windows.
No capitulo dois foi-se conceituado as definições de como cada software é
catalogado em um determinado tipo, livre ou não, pois mesmo os softwares livres
são organizados e seguem conceitos de utilização e distribuição.
Adiante, no capitulo três, foi defendido o papel estratégico do software livre nas
sociedades, pelos quesitos segurança, custos e outros fatores importantes na hora
dos gestores estabelecerem os rumos a seguir quanto à escolha dos softwares do
setor. Também foram constatados vários impedimentos para a implantação do
software livre, o que ocasionou no capítulo quatro em um levantamento mais
detalhados destes impeditivos e explicados os métodos de pesquisas que foram
utilizados no trabalho de campo.
No capitulo cinco, foi traçado um paralelo entre a produtividade e a disponibilidade
de aplicativos entre as plataformas, sugerindo uma comparação entre os aplicativos
que podem ser instalados em diversos sistemas operacionais.
No capitulo seis foi apresentado a metodologia do trabalho para responder ao
problema de pesquisa e alcançar os objetivos do estudo, sua população e coleta de
dados, estes apresentados já na forma tabulada em gráficos no capitulo sete,
apresentado os diferenciais entre os sistemas operacionais que foram objeto de
pesquisa entre os usuários atuais existentes nos órgãos públicos do estado. Foi
perguntado a vários funcionários sobre o uso do software livre, para tanto foi feito
uma sequência de perguntas para os usuários e suas interações no contexto da
informática com cada sistema operativo ou aplicativo.
Tais perguntas nos levaram a indagar se o método usado para treinar os
funcionários públicos é o correto, visto que uma grande parcela demonstrou saber
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utilizar poucos recursos do sistema operacional Linux, ou os poucos que se
apresentaram satisfeitos com o sistema usado, não forneceram maiores informações
sobre seus trabalhos no dia-a-dia do órgão.
As considerações finais sobre tais resultados e sugestões nos levam a acreditar quepodem melhorar o ambiente de trabalho com o Linux e aumentar sua popularidade
apesar de alguns funcionários permanecerem com críticas ao software livre, pois é
unânime o pensamento que vírus e outras pragas virtuais atrapalham o dia-a-dia.
Também são feitas explicações quanto aos resultados alcançados, recomendações
quanto ao uso do software livre em alguns tipos de estações de trabalho quanto ao
tipo de serviço realizado nestas estações.
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2. CONCEITOS BÁSICOS DE SOFTWARE LIVRE
2.1. BREVE HISTÓRICO
O avanço da tecnologia nas ultimas décadas tornaram as leis autorais ao redor do
mundo mais flexíveis e abarcaram as restrições e liberdades quanto ao software. A
máquina em si torna-se dispensável sem a sequência de instruções bem como
também o software é dispensável sem a parte física responsável pela execução de
tarefas. Deduz-se deste primado que as duas partes – software e hardware- são
necessárias ao funcionamento e alcance do resultado final da tarefa.
A partir da criação de projetos de licenças publicas e criações colaborativas, o
domínio publico tem aumentado, espontâneo diga-se e conseguintemente maior
flexibilidade quanto ao risco de processos judiciais.
Para exemplificar, cita-se o fato das licenças “creative Commons”. A Creative
Commons é uma organização dedicada a oferecer licenças menos restritivas e
requer apenas que o autor seja citado do modo que escolher. Dessa forma, qualquer
pessoa pode copiar, distribuir, modificar e (etc.) a obra, inclusive comercialmente,
desde que mantenha os créditos originais. “Permite a máxima disseminação do
material licenciado. Vale salientar que várias atribuições podem ser escolhidas em
conjunto”. (FARIA, 2011, p 25).
É sabido que o advento do software livre trouxe ao Brasil uma profunda mudança de
paradigmas, inclusive com mudanças na legislação já que os fundamentos da
propriedade intelectual são diferentes sob os aspectos do licenciamento de uso no
software livre. Segundo Faria (2011, p.01) no inicio dos estudos para a criação da
legislação brasileira quanto ao software:
Os Direitos Autorais Brasileiros sofreram grande influência de acordos etratados internacionais baseados no estatuto estrangeiro do "copyrigth" quefornece às obras (criações humanas dotadas de relativa originalidade) umasérie de restrições e proteções á sua difusão - mas que se mostram
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insuficientes para proteger os novos fenômenos criativos impulsionadospela difusão da internet.
Embora ainda engatinhe quanto à utilização por setores mais conservadores, o
software livre tem em muitos órgãos públicos o seu espaço garantido, hora por força
de imposição por parte dos governantes, hora por iniciativa dos gerentes decompras, já que o componente proprietário é incluso no preço dos computadores no
momento da licitação, onerando o preço.
Quando se utiliza o software livre não é necessário, por exemplo, o antivírus,
programa responsável pela detecção, desinfecção e remoção de pragas digitais
como vírus, worms e qualquer outro tipo de código malicioso. Segundo Moraes
(2011, p. 36) a definição de antivírus pode ser:
Um software utilizado para inspecionar o conteúdo de arquivos e tentarlocalizar códigos que também são chamados de assinaturas e compararcom o seu banco de dados de vacinas para interromper uma possívelinfecção do sistema, comprometendo o uso do computador.
Em outras palavras, o antivírus é mais um programa instalado e carregado junto com
os programas que se iniciam no computador quando da sua inicialização, portanto
ocupando espaço em disco e na memória, coisa que no software Linux, sistema
operacional concorrente e que segue as leis de licenciamento de software livre, tais
programas não são necessários, deixando a inicialização mais rápida e a memória
menos ocupada.
O software livre abriu novas perspectivas quanto ao desenvolvimento econômico, já
que a criação intelectual de um pode ser estudada por outros e se assim desejarem,
modificar para novamente distribuir tendo apenas que seguir os padrões adotados
como regras para a distribuição de software livre.
Quando um software desenvolvido em software livre é disponibilizado para a
comunidade, um programador, ou até mesmo um curioso para aprender como osoftware funciona, poderá estudar seu código fonte, seu conjunto de palavras ou
símbolos escritos de forma ordenada, que contem instruções em uma das
linguagens de programação existentes, de maneira lógica, fazendo deste modo que
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os comandos do programa executem tarefas (OLIVER, 2010).
Com este processo a produção de software se torna descentralizada, deixando se
tornar apenas uma região produtora e tornam todas as regiões possíveis criadores
de novos softwares.
Quando o software é distribuído com seu código-fonte, tal código poderá serutilizado em diversos projetos, havendo melhorias e retomando acomunidade. J á o software proprietário impede que tais melhorias sejamefetuadas, permanecendo estático até o surgimento de uma nova versãoproduzida pelo próprio fabricante. (DORNELAS, 2009, p. 17)
Por exemplo, o navegador web chamado Netscape antigamente era de código
fechado, porém se tornou aberto esegundo Friedman (2007, p. 134):
quando a empresa proprietária do Netscape disponibilizou o código fontede seu navegador, tornando possível que muitos programadoresanalisassem seu código e testassem novos procedimentos usando omotor de navegação do Netscape. Com isso, resolveram "limpar" o códigofonte e fazer um navegador somente com os pontos fortes do Netscape”:
Ainda conforme Friedman (2007) da intenção destes programadores nasceu o
Mozilla Firefox, cuja participação no mercado de navegadores em nível mundial é
estimada em 26% pela empresa Statcounter .
2.2. SOFTWARE LIVRE: A ORIGEM
Quando se quer dizer que algo está protegido por leis autorais, costumeiramente
atribui-se a isso, leis copyright que da o direito de autorização ou não de
determinada obra. Para contrapor a esta palavra, unificou-se a nomenclatura
copyleft que nada mais é que um trocadilho com as palavras da língua inglesa right
e left (esquerda e direita)
O termo copyleft originou-se em meados da década de 1980, e nas palavras de
Faria (2011, p. 24):
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uma forma de usar a legislação de proteção dos direitos autorais com oobjetivo de retirar barreiras à utilização, difusão e modificação de uma obracriativa devido à aplicação clássica das normas de propriedade intelectual,exigindo que as mesmas liberdades sejam preservadas em versõesmodificadas. O termo copyleft difere assim do domínio público, que nãoapresenta tais exigências. Copyleft é um trocadilho com o termo copyright,que, traduzindo literalmente, significa “direito de cópia”.
Também é desta época o surgimento do termo software livre como a maior
expressão da imaginação dissidente de uma sociedade que busca mais do que a
sua mercantilização. Este movimento ficou mais evidenciado na característica de
como compartilhar a informação e na solidariedade praticada pela inteligência
coletiva conectada na rede mundial de computadores. (PARANAGUÁ, 2009)
De um modo genérico, se no caso do copyright, o sistema de direitos anglo-
americano protege da cópia, o sistema copyleft protege a liberdade de uso de obras
de terceiros. A brincadeira aludida apenas na sua inversão tem ganhado forma de
cunho jurídico quando institui que o copyleft é o próprio instituto do copyright em que
o autor libera os direitos de uso, distribuições, alterações e até mesmo alterações a
qualquer individuo. Com o software livre, o bem comum utiliza-se deste modo para
promover a igualdade de conhecimentos, partindo do pressuposto que o direito
exclusivo da invenção deve ser considerado, porém sem impedir o desenvolvimento
comum (FARIA, 2011).
Nem sempre foi assim, o inicio deve-se muito à pessoas que, desafiadas a mudar o
modo de compartilhar conhecimento, criaram novas formas de controle dos
softwares.
foi a partir da indignação ativa de um então integrante do MIT, RichardStallman, contra a proibição de se acessar o código fonte de um software,certamente desenvolvido a partir do conhecimento acumulado de tantosoutros programadores, que em 1985 foi criada a Free Software Foundation.O movimento de software livre começou pequeno. Reunia e distribuíaprogramas e ferramentas livres, com o código-fonte aberto. Assim, todas aspessoas poderiam ter acesso não só aos programas mais também aos
códigos em que foram escritos. A idéia era produzir um sistema operacionallivre que tivesse a lógica do sistema Unix que era proprietário, ou seja,pertencia a uma empresa. Por isso, os vários esforços de programaçãoeram reunidos em torno do nome GNU (Gnu Is Not Unix) (SOFTWARELIVRE, 2007, np).
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Para evitar que os esforços do movimento fossem apropriados indevidamente e
patenteados por algum empreendedor oportunista, novamente bloqueando o
desenvolvimento compartilhado, a Free Software Foundation inventou a Licença
Pública Geral, GPL em inglês, conhecida como copyleft em contraposição ao
copyright. Ela é a garantia que os esforços coletivos não serão indevidamenteconsiderados propriedade de alguém. O GPL pode ser aplicado nas mais diversas
frentes em que os direitos autorais são utilizados: como por exemplo: livros,
imagens, músicas e softwares (SOFTWARE LIVRE, 2007).
Ao se deparar com tais dados, nota-se que a principal preocupação das questões
envolvendo o software livre não é realmente técnica e sim jurídica, até mesmo
porque tudo o mais se assemelha aos softwares proprietários quanto a mecanismos
técnicos e procedimentos de uso.
A grande verdade é que a grande diferença está justamente em manter o código dos
softwares em sistemas aberto, disponível a quem quiser dele conhecê-lo. Através
deste conhecimento, muitos outros softwares podem ser desenvolvidos, já que o
procedimento de rotinas muda apenas para a função especifica que cada software
cumpre, porém o tratamento das informações geralmente se utiliza sempre das
mesmas regras. (SOFTWARE LIVRE, 2007).
Ainda sob o aspecto do software livre, quatro fundamentos são muito usados parase adequar um software ao copyleft, também chamados de quatro liberdades
fundamentais do software livre:
a) A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito;b) A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para assuas necessidades;c) A liberdade de redistribuir, cópias de modo que você possa ajudar ao seupróximo, e;d) A liberdade de modificar o programa, e liberar estas modificações, demodo que toda a comunidade se beneficie. (PARANAGUÁ, 2009, p.111)
O medo de perder os direitos sobre tal obra não é na verdade o esboço da
regulamentação, mas sim o fato de que o autor não está alçando seu trabalho sem
uma base jurídica. Através dos seus direitos, o autor está se valendo através da
licença para proteger-se, restringindo que apenas quem respeitar os quatro
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fundamentos citados poderá se beneficiar de tal obra.
Para lançar mão juridicamente deste processo, o instrumento é um contrato formal,
aqui chamado de “GPL –Licença publica geral – e trás como diretivas que quem o
utilizar precisará também permitir o mesmo em sua obra”. (PARANAGUÁ, 2009,p.112).
Segundo Paranaguá (2009), se o software livre é um projeto a varias mãos, o GPL
também é, pois foi sendo aprimorado e hoje conta com a adesão de milhões de
pessoas ao redor do mundo. Foi numa dessas modificações que se lançaram as
bases do Creative Commons também chamado de CC-GPL e que prega o uso por
comuns ou por todos sem a formalidade de se dar uma autorização expressa.
Exemplo maciço de algo regido pela Creative Commons é a Radiobrás, “empresa
governamental que tem por objetivo implantar e gerir canais públicos de radiodifusão
no Brasil, que, desde 2006 vem registrando todos os seus acervos sob as licenças
da Creative Commons dependendo apenas de citar seus créditos” (MAGNUS, 2009.
p. 62).
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3. PAPEL ESTRATÉGICO DO SOFTWARE LIVRE
3.1. SEGURANÇA
Os computadores com o sistema operacional Linux instalados, são menos
suscetíveis a ataques de vírus, até mesmo porque a quantidade de vírus presentes
no mundo para sistemas Unix/Linux é considerada ínfima quando comparadas com
seu concorrente direto o Windows. Nas palavras de Holzschlag (2004, p34):
As plataformas do Windows são as mais vulneráveis a vírus e spyware. OMacintosh nem tanto, especialmente o OS X, mas ainda há algumaspreocupações com a plataforma Macintosh. As Plataformas Linux têm muitopoucos problemas (ou quase nenhum) com vírus, spyware e adware.
Também o sistema de permissões para arquivos e pastas no Linux é tratado pelo
sistema operacional diferentemente da plataforma Microsoft. Enquanto esta aplica
aos seus arquivos e pastas a diretiva de que todos os arquivos são configurados
conforme suas características, o Linux apresenta a ideia de três grupos de
permissões: “um grupo para o usuário ao qual o arquivo pertence, um grupo para os
usuários do grupo ao qual o arquivo está associado e um grupo para todos os
demais usuários” (ALMEIDA, 2000, p. 227). Tornando mais difícil o acesso ao
conjunto de arquivos total da maquina, incluindo arquivos de configuração.
Até versões mais focadas na facilidade de uso para não desestimular novos
usuários conseguem manter o padrão de segurança quanto a acesso a arquivos do
sistema mais protegidos que o sistema operacional Windows. Segundo Tanenbaun
(2005), o conjunto de permissões associados a estes arquivos denomina-se
domínio.
O Administrador, ou como se chama no Linux, o root pode fornecer prerrogativas de
acesso diferentes até mesmo para arquivos da mesma função ou pastas correlatas.
No começo pode parecer meio confuso fornecer tantos privilégios a uma conta
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apenas – administrador- porém é mais fácil para se adaptar ao sistema e até mesmo
mais confortável aos usuários quando utilizam um computador com o uma conta que
não tem poderes para alterar arquivos que não são necessários naquele momento.
Em casos de usuários domésticos ou de maquinas isoladas, sem um controle de
uma equipe, quando este usuário necessitar instalar algum programa, basta usar aconta de administrador e assim ter total controle sobre a máquina (ANTONIO, 2009).
3.2. SISTEMA DE ARQUIVOS
Quando se armazena no disco do computador uma informação ou cria-se uma
pasta, anterior a isso é necessário que a estrutura lógica esteja criada, o
armazenamento ocorre de modo igual tanto para a criação de novos arquivos ou
para arquivos que se deseja salvar da internet ou de outro local, como por exemplo,
uma rede local ou pen-drive, assim o sistema operacional controla de modo
transparente todos os arquivos e pastas do computador. Nas palavras de Antônio
(2009, p. 150) “um sistema de arquivos é um conjunto de rotinas (regras) que um
determinado sistema operacional deve seguir para acessar unidades de disco, tanto
na hora de gravar informações, quanto quando as lê”.
Quando se recebe um arquivo de outro sistema ou se conecta algum dispositivo de
armazenamento externo, é necessário que o sistema operacional tenha a
capacidade de detectar qual o sistema oriundo daquele novo dispositivo. O Linux é
considerado o sistema mais democrático quanto a reconhecimento de sistema de
arquivos de outros sistemas operacionais, são mais de 20 tipos, incluindo aí os do
sistema Windows, dando a facilidade do órgão não se preocupar com a
compatibilidade de arquivos ou dispositivos de armazenamento recebidos de outros
órgãos ou empresas (ALMEIDA, 2000).
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3.3. CUSTOS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARES
Os altos custos para manter softwares proprietários ou para produzi-los são aliados
à função que eles representam. Com o software livre, muitas comunidades trocaminformação de maneira transparente e gratuita. “Assim um grande número de
programadores forma comunidades nas quais cada participante contribui
gratuitamente, na medida de suas possibilidades de tempo livre, para a construção e
testes dos diversos módulos de um programa”. (OLIVEIRA, 2010, P21).
Além da redução drástica de custos quanto ao desenvolvimento, Segundo Oliveira
(2010) o modelo proprietário é essencialmente monopolista, pois ao se adquirir um
software, o fabricante do software é protegido por licenças e leis de direitos autorais
que garantem a exclusividade de eventuais manutenções e atualizações.
3.4. ACESSO A INFORMAÇÕES ATRAVÉS DA INTERNET
Os governos têm razões de sobra tanto financeiras quanto em relação ao tempo
para querer que mais e mais pessoas acessem a grande rede mundial em busca de
informações governamentais, pois é muito mais barato publicar ou oferecer serviços
de alterações via internet do que manter postos de atendimento em locais de pouca
procura. É também dever do estado suprir a população de serviços de modo
igualitário, nas palavras de Carvalho (2007, p.57):
Numa visão mais genérica, é a aplicação do "principio da igualdade", nosentido de que os serviços públicos devem atender a todos que delesnecessitem. Nessa linha se construiu a doutrina francesa, ao proclamar queo serviço público deve estar igualitariamente disponível a todos, de modo
que a obtenção das prestações do serviço constitui direito dosadministrados.
Aos usuários da internet, é disponibilizado um montante muito grande e
informações, e é importante que o modo como estas informações sejam
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disponibilizadas seja o mais democrático possível. Quando se escolhe disponibilizar
uma informação usando como meio um arquivo produzido em um programa
proprietário, é possível que este arquivo requisite como modo de visualização, outro
software proprietário, cerceando deste modo a possibilidade de quem não tem
condições de comprar ou alugar um equipamento com tal programa visualizar talinformação.
Com o software livre, a informação além de ser disponibilizada de forma organizada,
é possibilitada ao internauta a possibilidade de na mesma internet encontrar o
programa originário do arquivo e baixá-lo de forma gratuita.
a relação entre governo e cidadãos é muito mais dinâmica, e quanto mais acessível
a todas as camadas sociais melhor quanto à aquisição de equipamentos e
programas, e por último um contato direto entre software livre e a legalidade (FARIA,
2011). Com o software livre, a população estará contribuindo para que a
porcentagem de equipamentos com software pirata seja menor, além é claro de
poderem contar com um apoio maior do governo quanto a linhas de crédito que
poderão ser utilizadas em outras áreas senão pagar software proprietário e como
consequência, o envio de lucros para empresas no exterior.
3.5. OUTROS FATORES DE DECISÃO
O fortalecimento do comércio, a necessidade de investir em serviços para a
população, a disseminação de informação de modo mais amplo possível ainda são
fatores básicos quanto à estratégia de utilização de software livre nos órgãos
públicos (CARVALHO,. 2007)..
Mas existem outros fatores mais estratégicos quanto da utilização de softwares de
código aberto nos órgãos públicos. Segundo Oliveira (2010, p. 117):
O software livre é reputado como mais seguro e confiável que o softwareproprietário, em virtude da obrigatoriedade do fornecimento do código-fonte
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do programa. A partir do código-fonte as funções do programa podem serlivremente auditadas de modo a detectar possíveis falhas de programaçãoou mesmo trechos de códigos maliciosos.
Para tanto, é necessário que o código fonte dos programas utilizados nos setores
permita uma auditoria quanto a suas rotinas e seus procedimentos de contato com
outros softwares e bases de dados para garantir a segurança da informação quanto
a projetos, já foi tema de discussão quando do ataque virtual que mirou as
instalações nucleares iranianas no dia 26 de setembro de 2010, segundo a noticia
abaixo (FOLHA, 2010):
De acordo com o governo, nada do sistema nuclear foi afetado. No entanto,o Ministério da Indústria confirmou que 30 mil computadores foraminfectados por um vírus denominado Stuxnet, e que o número continuaaumentando. "[Isso] é parte da ciberguerra do Ocidente contra o Irã", disseMahmud Liayí, funcionário do Ministério. O vice-presidente da Organização
de Energia Atômica, que é encarregado de assuntos de segurança, afirmouque o vírus não havia alcançado nenhuma das plantas nucleares, tampoucoseus softwares.
Além do caso do Linux ser mais seguro quanto a ataques, a troca de informações
entre programas deve ser controlada, já que nada de sigiloso pode ser levado a
público ou passado para terceiros sem a devida autorização para isto.
3.6. FORMATO DE ARMAZENAMENTO
O avanço na disponibilização de dados através do meio digital tem proporcionado o
acesso simultâneo para muitos e só é possível através do armazenamento dos
dados em formatos digitais, quase a totalidade dos registros da humanidade foi
transferida para meios eletrônicos nas últimas três décadas e tem forçado o
replanejamento das estratégias de reprodução documental estabelecidas pelas
instituições arquivísticas. (SILVA 2009).
Arquivos históricos, documentos e quaisquer outras bases de dados foram copiados,
recriados ou foto filmado para estar acessível no computador e já renderam milhares
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de horas gastas com um item considerado simples: como ler estes dados de forma o
mais simples possível? Qual o formato de apresentação destes dados pode fornecer
de modo mais rápido e mais acessível à informação para quem dela buscar? É
lúcida a tentativa de não utilizar formatos de documentação que são propriedade de
empresas privadas, sujeitos a licença de uso restrito ou oneroso. (OLIVER, 2010)
Quando uma planilha, ou um texto é criado, o formato de armazenamento deste
arquivo irá influenciar a abertura dele no futuro quando de sua leitura. Quando o
arquivo é armazenado utilizando um padrão proprietário, a forma de armazenamento
poderá vincular este arquivo a um fornecedor do software de leitura para sempre,
obrigando a aceitar os termos e condições deste proprietário para poder usar seu
programa para efetuar a leitura de seu arquivo. Além de muito desconfortável em
relação á dependência, é de se supor não prever quantos anos esta empresa irá
ficar no mercado de softwares.
Outro fator predominante nesta discussão se refere ao momento de transferir este
arquivo para uma ou milhares de pessoas, todas elas, para abrir tal arquivo sofrerão
com os mesmos problemas quanto à tecnologia empregada para criar o arquivo.
Este processo se realimenta tornando um peso para as pessoas que necessitam
daquele arquivo, isso sem contar que quanto mais pessoas necessitarem daquele
arquivo, mais poder seu fornecedor terá frente a este grupo, já que é proprietário da
“chave” que abre as informações deste grupo. A estratégia de fechar os arquivos,impedindo que os outros conheçam as especificações sobre o armazenamento dos
dados, é bastante comum entre os softwares proprietários, como forma de amarrar o
usuário. (SOFTWARE LIVRE, 2007)
3.6.1. PADRÃO ABERTO
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Ao encontro do software livre, condicionou-se que os dados gerados em um
programa de software livre deveriam obedecer aos padrões abertos de
armazenamento, ou formato Open Document Format (. odf), que é um padrão 100%
aberto, ou seja, qualquer empresa ou pessoa com os conhecimentos de
padronização pode criar um programa para gerar ou ler arquivos neste formato, nãodependendo do pagamento de direitos autorais nem depender de um único
fornecedor(SOFTWARE LIVRE, 2007).
O padrão ODF é usado seguindo as leis de software livre e conforme Oliver (2010,
p. 225):
OpenDocument format ODF, forma abreviada de OASIS OpenDocumentFormat for Office Applications, é um formato de arquivo usado paraarmazenamento e troca de documentos de escritório, como textos,
planilhas, bases de dados, desenhos e apresentações. Este formato foidesenvolvido pelo consórcio OASIS e se sabeia na linguagem XML.
Este padrão de armazenamento de documentos surgiu com as grandes empresas
norte-americanas de TI, como IBM, Oracle e Sun Microsystems na década passada,
e contou com a criação da ODF Alliance, entidade responsável na divulgação do
padrão em redor do mundo.
Nos anos seguintes, o ODF conquistou simpatizantes em varias nações, governos
implantaram o ODF como padrão oficial na disponibilização de documentos,incluindo países na Europa e na Ásia, e estado como Massachusetts, nos EUA,
iniciou a recomendação de que o padrão em suas especificações de
interoperabilidade seja sempre o ODF. (SOFTWARE LIVRE, 2007).
O Diretor-geral da ODF Alliance no Brasil, e membro do comitê responsável pelo
desenvolvimento do ODF, Silva salienta como premissas fundamentais do padrão o
fato de que “Partimos de princípios como interoperabilidade, longevidade dos
documentos e liberdade de escolha do fornecedor. Não aceitamos no ODF nenhuma
característica que prenda o documento a uma determinada plataforma ou tecnologia
de software”. (SOFTWARE LIVRE, 2007)
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27
O comitê tem como um dos pilares de atuação “não reinventar a roda”, deste modo,
prioriza a busca por padrões já existentes, aprovados e discutidos
internacionalmente para compor o ODF. “A garantia da longevidade do ODF se
prende ao fato de ele ser totalmente baseado em padrões abertos e amplamente
implementados no mercado. Ninguém precisa obter nenhum tipo de licenciamentopara implementá-lo, e também não há necessidade de pagamento de royalties.
Basta acessar o site do Oasis (www.oasis-open.org) e baixar a especificação do
ODF”.(SOFTWARE LIVRE, 2007).
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4. IMPEDIMENTOS E SUGESTÕES DE IMPLANTAÇÃO
4.1. CUSTOS DA MUDANÇA
Na administração moderna, é comum o termo compra em escala, quanto maior a
compra, maior o desconto. Na área tecnológica, nada foge desta regra, portanto
quanto mais software uma empresa consegue colocar no mercado, menor o custo
unitário para ela. O efeito da escala é o fenômeno mais conhecido da simplificação
da produção com base na economia decorrente dos grandes volumes produzidos. O
Efeito da escala está associado ao tamanho. (COBRA, 2009)
Oliver (2010, p. 64) considera importante "ter muito bem definidas as necessidades
da organização e analisar as opções disponíveis sob o prisma da solução dos
problemas e atendimento aos requisitos atuais e futuros". Nem sempre uma única
alternativa por ser mais barata ou fácil de utilização é a mais indicada para todos.
As comunidades de software livre estão atentas a esta atitude das empresas
produtoras de software proprietário, e consequentemente a isso, padronizam seus
layouts de tela e ações muito próximos dos adotados por empresas proprietário,
tornando a mudança mais fácil. Ainda segundo Oliver (2010, p. 64) “a independência
de plataforma é um fator que merece atenção maior pela vantagem de permitir
mudança de ambiente computacional com baixíssimo esforço e custo.”
Mesmo assim, quando da troca de um produto por outro, os custos de mudança
podem ser altíssimos, pois cada segmento é diferente e quanto maior os tamanhos
da estrutura a ser alterada os custos tendem a acompanhá-lo.
Segundo Porter (2005, p. 119) “entre as principais fontes de custos de mudanças
estão os testes do novo produto a ser usado”, que no caso do software livre estão
fortemente ligados a instalação e manutenção, já que o custo de aquisição
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geralmente é zero. Existem distribuições que não são disponibilizadas
gratuitamente, porém oferecem junto com os CDs ou DVDs de instalação, farta
documentação, nestes casos os custos de aquisição são compensados pelo baixo
preço da instalação, já que os manuais servirão diretamente para esta fase de
implantação.
Após a instalação, o software livre tem uma queda acentuada no preço de
manutenção, já que o domínio é livre e varias empresas podem assimilar o
conhecimento dos detalhes do software, coisa que não acontece com o software
proprietário, visto que será monopolizado por empresas que detenham a autorização
do fornecedor.
4.2. INVESTIMENTO NO TREINAMENTO DE NOVOS SOFTWARES
Quando os funcionários de um órgão recebem um software novo e esse não tem as
mesmas telas do software anteriormente usado, é comum reclamarem da dificuldade
de utilização. Para resolver esse problema, é necessário o investimento em
capacitação e em motivação para o uso da nova ferramenta (FARIA. 2011).
O treinamento visa encaminhar o funcionário a um processo de reciclagem e tem
como objetivo a mudança de comportamento e a aquisição de melhores condições
de ação no setor onde o profissional desempenha suas funções.
Este comportamento é percebido como sendo provocado e guiado por metas da
pessoa, ou do grupo que realiza um esforço para atingir determinado objetivo, até
mesmo porque a motivação humana é um processo psicológico estreitamente
relacionado com o impulso ou com a tendência a realizar com persistênciadeterminados comportamentos e apresentar resultados consideráveis.
A capacitação em novo software pode também levar o funcionário do órgão a
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repensar a utilização de software proprietário em sua residência, onde muitas vezes
o software só é instalado por influencia do local de trabalho. Quando da mudança de
software nos locais de trabalho, é comum a transferência de conhecimento para as
pessoas da família do trabalhador.
4.3. CUSTOS PSICOLOGICOS DA QUEBRA DE UM PARADIGMA
Existem correntes de pensamentos que aprisionam o movimento do software livre
sem ao menos tentar. Sem experimentar, vários funcionários já qualificam o software
livre como de péssima qualidade, já que é livre, deve ser sem valor. Esta concepção
de valorização enfatiza única e exclusivamente a figura do fornecedor único, que
pode cobrar o valor que bem entender, já que é monopólio deste a apresentação e
disponibilidade de ferramentas para o mercado adquirir.
É de comum acordo que fornecedores de software e fabricantes de computadores
muitas vezes criam parcerias para juntos desenvolver aplicativos e peças que só
trabalham em consonância destas com aquelas, porém essa escassez de suporte
entre hardware e software contabiliza perdas para o usuário, já que se cria a falsa
impressão que ambos são necessários e que colocar outro software para controlartal equipamento é perda de desempenho (ROHM. 2001).
Este paradigma é perfeitamente entendido, já que as décadas de 80 e 90 foram
submetidas à cultura do software proprietário, onde o sucesso devia-se ao fato da
melhor escolha entre várias alternativas, porém todas elas proprietárias. IBM com o
OS/2, Apple com o MAC OS, Be Incorporated com o BeOS, NeXT com o
NEXTSTEP, etc.
Hoje existem três opções quanto ao sistema de licenças, trabalhar com software
livre, trabalhar com software pirata ou então trabalhar com software proprietário. O
caso dos softwares piratas segundo um estudo feito pela Business Software Alliance
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(2011), representam 54% dos softwares no mercado Brasileiro, e deve-se muito ao
fato da obrigatoriedade dos softwares proprietários em empresas e órgãos públicos,
já que obriga o funcionário saber utilizar o aplicativo nos setores.
Deste modo resta apenas ao micro desktop de casa a função de auxiliar noaprendizado ou de servir de treinamento para os conhecimentos adquiridos nos
cursos ministrados na empresa. Em qualquer uma das alternativas anteriores, é
claro que será quase que obrigatório o micro de casa ter o mesmo software do
escritório, fazendo um círculo vicioso.
Outro paradigma muito comum quando se trata de software livre, a menção da
gratuidade como fonte principal da motivação de escolha. Este olhar sob o software
livre está equivocado, pelo menos em parte, já que não é uma questão de valores e
sim de liberdade. O software proprietário é fechado em sua essência trazendo a
obscuridade e a finalidade principal do serviço público -nosso caso- é o bem comum,
e bem coletivo não condiz com obscuridade.
4.4. SUGESTÕES DE IMPLANTAÇÃO
A consequência direta da utilização do software proprietário é a acelerada
obsolescência do hardware. Faz parte do entendimento do consumo que quando um
fornecedor de software lançar uma nova versão de seus aplicativos, todo o mais terá
que ser atualizado ou totalmente substituído. Novas funções, mais complexas ou
aplicativos com armazenamento necessário maior tornam o hardware incompatível
com o novo software. Segundo Oliveira (2010, p28) o obsoletismo programado é o
proprietário do software:
Incentivar que o consumidor adquira versões mais atualizadas desseproduto, que por vezes demandam também a aquisição de novo hardware,com maior capacidade de processamento. Assim, há uma tendência deperpetuar-se a dependência do consumidor à empresa, de modo que elesempre tenha que adquirir as novas versões se precisar continuar contandocom o suporte da empresa.
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Como esta é uma realidade, inoportuna, mas atual, sugere-se que ao deparar-se
com esta decisão, o administrador perceba que poderá dispor de software livre para
substituir o software descontinuado, sem ter que gastar com aquisição para isto.
Confere-se neste caso como um cronograma para a troca programada, que será
efetuada todas as vezes que apenas o software se mostrar obsoleto, mas não ohardware.
Um fato onde este expediente foi utilizado foi no DETRAN-PR, órgão vinculado à
Secretaria de Estado da Segurança Pública, com personalidade jurídica de direito
público, autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio com o principal
objetivo de prestar serviços à sociedade civil, no que se refere aos direitos e
transações de veículos, emissões e renovações de Carteiras Nacionais de
Habilitação, controle de multas de trânsito, entre outros, no ano de 2010, quando na
época os computadores do setor de atendimento ao público tinham um hardware
satisfatório para o desempenho das atividades que eram em sua totalidade
executadas através de serviços via web.
Porém, o software de navegação Internet Explorer ou Firefox para o Windows 98,
software original que estava nas máquinas não aceitava mais atualizações, forçando
a aquisição para a troca do software Windows 98 pelo Windows XP, o que
ocasionaria a troca consequentemente do hardware.
Com a implantação de uma distribuição Linux, o firefox pode ser atualizado e o
serviço prestado a população. Para se ter uma ideia do tamanho da economia em
todo o Paraná são 101 Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRANS) e 211
Postos de Serviços de Trânsito, mantidos em parcerias com as prefeituras onde
existe uma média de quatro computadores no atendimento ao público nos postos
menores e uma média de dez computadores no atendimento ao público nos postos
maiores e circunscrições.
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5.SOFTWARE LIVRE PARA OUTROS SISTEMAS OPERACIONAIS
Geralmente, ao nos referirmos ao software livre, é comum pensarmos no Linux como
distribuição do sistema operativo e que dentro do sistema operacional haveráapenas programas gratuitos. Este pensamento está errado, tanto pelo fato de
mesmo no sistema operacional Linux haver softwares pagos quanto pelo caso que
existem softwares gratuitos para produção em sistemas operacionais proprietários.
Existem casos de programas que originariamente existiam apenas para uma
plataforma e pelo seu sucesso, foi construída outra versão para rodar em outra
plataforma, como por exemplo, a suíte de produtividade Broffice. A seguir listamos
os principais programas em uma breve explicação de suas funcionalidades.
5.1. PRODUTIVIDADE COM BROFFICE/LIBREOFFICE
Versão brasileira da suíte de aplicativos para escritório do OpenOffice.org. Utilizada
em sistemas Windows e Linux, o que significa dizer que um usuário que
habitualmente utiliza o sistema operacional da Microsoft poderá criar um texto
usando formatação de textos, tabelas, gráficos, e outros recursos no Editor de textos
e após salva-lo, enviar á um amigo ou cliente que tenha o sistema operacional Linux
com o Libreoffice instalado sem problemas. Ambos estarão utilizando sistemas
operacionais diferentes, porém a suíte de escritório obedecerá aos mesmos
padrões. Conforme Oliveira (2010) sua suíte de aplicativos possui:
1. Writer – Editor de textos, com opção de exportar documentos para o formato
PDF;
2. Calc – Planilha eletrônica;3. Impress – Apresentação de slides. Pode-se exportar para PDF e Flash (.
swf);
4. Draw – Desenhos vetoriais;
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5. Math – Criação de equações matemáticas;
6. Base – Manipulação de banco de dados. Permite a criação de tabelas,
formulários, consultas, relatórios, entre outros .
5.2. GRÁFICOS
1. GIMP (GNU Image Manipulation Program) – Editor de imagens com recursos
profissionais, trabalha com diversos formatos de imagens. Uma alternativa ao
Photoshop;
2. Inkscape – Desenho vetorial;
3. Blender – Modelagem e animação em 3D (HOLZSCHLAG, 2004).
5.3. INTERNET
1. MOZILLA FIREFOX – Navegador de internet (browser) rápido, seguro e com
diversas funções, cujo uso vem crescendo significativamente nos últimos anos.
2. FILEZILLA – Cliente ftp (file transfer protocol – protocolo de transferência de
arquivos).
3. THUNDERBIRD – Cliente de e-mail, com leitor de RSS, proteção anti-fraude,
entre outros;
4. MENSAGEIROS INSTANTÂNEOS: Pidgin (ou gaim), amsn, miranda im.
Existem vários mensageiros para Linux (kopete, mercury messenger ), a maioria
com versão para Windows e multi protocolo (capaz de se conectar com mais de
uma conta e em diferentes redes ao mesmo tempo, como icq, yahoo!, aim, msn,skype, jabber, etc) (HOLZSCHLAG, 2004)..
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5.4. MULTIMÍDIA
1. Audacity – Editor de áudio distribuído sob Licença GPL, trabalha comimportação e exportação de vários tipos de arquivos de áudio, possui diversos
efeitos profissionais (eco, reverberação, redução de ruído, etc.), Corta, copia,
cola e mistura faixas de áudio, muda o tom, frequência e velocidade com
extrema facilidade. Possui desfazer/refazer ilimitado e funciona também no Mac
OS X.
2. Cdex – Conversor de Cds de áudio para o formato mp3, e vice-versa.
(SANTINI, 2005).
5.5. UTILITÁRIOS
1. 7-Zip – Compactador de arquivos com alta taxa de compressão;
2. Partition Logic – Particionador de HD sem complicações, cria partições
através de CD ou de disquete bootavel
3. Clonezilla – Realiza backup completo do HD ou das partições e restaura
conforme cópia ou personalizado
4. Wii Backup Fusion – Realiza cópia de DVDs e CDs mesmo sendo para outros
dispositivos como, por exemplo, para Nintendo Wii.
5. Synkron – O Synkron lhe propicia a sincronização, de seus arquivos entre
pastas ou mídias removíveis de maneira rápida e fácil
6. Areca Backup – Aplicativo avançado para criação de backup e cópias de
segurança, com opções de cópia em servidores FTP e encriptação
7. DirSync Pro 1.44 – Efetua a sincronização entre pastas e arquivos paraqualquer dispositivo portátil de maneira prática e segura (CARVALHO, 2007)
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6.METODOLOGIA
6.1. TIPO DE MÉTODO
O método utilizado foi pesquisa de campo exploratória de maneira quantitativa.
6.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA
População - Conjunto de funcionários públicos que já usavam o Windows e estão
começando a usar o software Livre Gnu/Linux
População Alvo - Usuários com conhecimento médio de informática, que tenham
acesso ao computador no seu ambiente de trabalho e que trabalhem nos órgãos
públicos a mais de seis meses.
População de estudo – Trinta (30) Técnicos administrativos de órgãos estaduais na
função de agente de apoio. Nesta função, o funcionário desempenha funções
administrativas e de assessoramento, executando diversas tarefas para o público
interno como relatórios, normas, autorizações de deslocamentos e etc., e também
para o público externo, tais como licenças, permissões, ofícios e etc.
6.3. COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada da seguinte forma: Inicialmente foram montados 30
questionários (anexo um) com questões alternativas, após a impressão dos
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formulários, foram distribuídos para os técnicos administrativos do DER unidade
Londrina para responderem no período de 04 a 16 de Novembro de 2011.
O momento de aplicar os formulários foi dividido em duas etapas, sendo que a
primeira consistia em uma breve explanação sobre quais os programas seencaixavam como software livre, já que vários programas de escritório como o
Broffice já era usado há vários anos no Windows.
A segunda parte consistia em responder as perguntas com espontaneidade. Todos
foram orientados a responder todas as perguntas, com exceção do caso do
questionário pedir outra coisa.
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7. ANÁLISE DOS DADOS
7.1. ESCOLARIDADE
O Gráfico 01 apresenta o resultado de escolaridade dos entrevistados, e a questão
referente foi colocada para comparar as respostas conforme o grau de escolaridade,
e com isto verificar se um maior grau de estudo influenciará na assimilação de novos
recursos na informática.
Gráfico 01: Escolaridade dos UsuáriosFonte: Dados da pesquisa (2011)
Atualmente as escolas estão inserindo em sua grade curricular aulas de informática,
muitas delas inclusive ministradas em laboratórios equipados com software livre. O
que deve proporcionar aos alunos um conhecimento mais aprofundado sobre o
software livre e, deste modo, influenciar nas escolhas que serão feitas no futuro.
No funcionalismo público, é comum encontrar-se funções onde apenas é necessário
o ensino médio para a função, ocupadas por profissionais com nível superior ou atémesmo pós-graduados.
Neste órgão, não é diferente, já que a quantidade de pessoas trabalhando como
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agente de apoio com curso superior é considerável. Também se atenta para o fato
do questionário contar com a opção de curso superior apenas, ou seja, quem estiver
fazendo o curso ou parou no meio deste, acaba por responder que contém curso
superior.
7.2. TEMPO DE USO
O gráfico 02 apresenta o resultado da indagação de tempo decorrido utilizando nas
tarefas do dia-a-dia, software livre. Geralmente uma vez ou outra, os usuários de
informática se depararam com software livres mesmo sem saber. É o caso do
Broffice, que por trazer tantas funcionalidades, muitos usuários o utilizam pensando
tratar-se de software pago como o Office da Microsoft.
33%
45%
11%
11%
Até 6 meses
Entre 6 meses e 2 anos
Mais de 2 anos
Não usa
Gráfico 02: Quantidade de tempo que já uso software livreFonte: Dados da pesquisa (2011)
Outra grande confusão refere-se ao software freeware, que é gratuito, porém não
disponibiliza o código-fonte e muitas vezes possuem restrições ao seu uso, tais
como a proibição de modificação –que é uma das quatro liberdades do software
livre- tornando-o um software diferente, mesmo sendo gratuito.
Observa-se que mais da metade dos usuários do órgão já estão usando software
livre a mais de seis meses, o que nos leva a concluir que o período de negação ao
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novo já passou. Também se observa que mesmo sendo um órgão onde a software
livre é recomendado, tem-se funcionários (11%) que nunca utilizaram software livre.
É o caso de funcionários novos ou funcionários que tenham em suas mesas
computadores com software proprietário original adquirido antes de iniciar as
mudanças para software livre ou cuja tarefa desempenhada pelo equipamentorequer software proprietário.
Apenas para constar, o software pode ser disponibilizado como shareware, que são
em sua maioria programas proprietários com limitação de uso quanto ao tempo ou
quanto a alguma funcionalidade. Dir-se-ia que são amostras do produto original.
Alguns softwares livres são lançados como software shareware pra testes, também
limitados no numero de funções, pois a principal necessidade é testar determinada
função e não o software inteiro. O software demo é mais usado para programas de
entretenimento como jogos, e contém as funções para análise e aceitação de
determinadas habilidades que devem ser respondidas ao fabricante. Estas questões
podem não ser respondidas diretamente pelo usuário, porém muitos programas
demos avisam aos usuários no momento da instalação que colherão relatórios de
uso através do próprio software.
7.3. FINALIDADE DE USO
O gráfico 03 apresenta o resultado da inquirição quanto ao tipo de utilização dada a
cada computador realizando tarefas do setor.
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42
100%
0%
Sim
Não
Gráfico 04: Levantamento do histórico de utilização por parte de novos usuáriosFonte: Dados da pesquisa (2011)
Importante perceber que mesmo usuários que responderam não utilizar software
livre já tiveram contato. É claro que usuários novos, que estão começando suas
atividades já tiveram o software livre em seus editais para concurso, que é a forma
de acesso ao serviço público de carreira.
7.5. CONCLUSÃO DOS TRABALHOS UTILIZANDO SOFTWARELIVRE
O gráfico 05 apresenta o resultado da indagação de conclusão satisfatória dos
serviços realizados, quanto à utilização de ferramentas de software livre.
0%
100%
0%
Sem problemas
Tive alguns problemas
Não. Não consegui
Gráfico 05: Obtenção do resultado final usando software livreFonte: Dados da pesquisa (2011)
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43
Importante destacar que a totalidade respondeu encontrar dificuldades, mas que não
interferiram no resultado final, ou seja, os usuários, mesmo sem o conhecimento
necessário através de treinamento, conseguiram usar os computadores com
software livre. Conforme alguns relataram verbalmente, estes problemas
encontrados estão geralmente relacionados a diferenças de layout de telas, ou dodicionário utilizado, já que muitos softwares livres utilizam o idioma português de
Portugal para todos os países de língua portuguesa.
7.6. TREINAMENTO
O gráfico 06 apresenta o resultado obtido com a pergunta sobre a realização de
treinamentos aos usuários no início da utilização dos softwares livres.
38%
62%
Sim
Não
Gráfico 06: Realização de treinamento para os funcionáriosFonte: Dados da pesquisa (2011)
Uma parcela muito grande não teve treinamento especifico para a plataforma de
software livre, isto se deve ao fato do órgão já utilizar a suíte de escritórios Broffice
no Windows, sendo que apenas foi mudado o sistema operacional de Windows para
Linux, tornando o treinamento oneroso para apenas o sistema operacional.
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7.7. FACILIDADE DE USO
O gráfico 07 apresenta o resultado quanto à usabilidade, ou seja, a facilidade
encontrada pelo usuário no desempenho das tarefas no dia-a-dia.
25%
37%
13%
0%
25% Muito Fácil
Fácil
Média
Difícil
Ainda não me
adaptei
Gráfico 07: Quanto à facilidade de uso da interface gráficaFonte: Dados da pesquisa (2011)
Muitos itens são iguais em qualquer software, ou seja, o comando imprimir será a
tarefa de impressão em qualquer um dos softwares abordados, portanto é claro que
difícil ninguém achou, já que os requisitos para a utilização são poucos e de baixa
complexidade. O estranho é que existem usuários que mesmo depois de utilizar o
Linux a mais de dois anos, ainda continuam a responder que não se adaptaram,
deixando margem para a dúvida se é adaptação ou acomodação quanto à
exploração de novos recursos.
É claro que as empresas fabricantes de software trabalham com pesquisas para
distanciar seus produtos e suas telas de layout dos programas dos concorrentes,
porém muitas vezes é o contrário, caso, por exemplo, da suíte Office da Microsoft,
até a versão 2002, a ferramenta de zoom era um botão com uma tela de opções de
percentagens, já a partir da versão 2007, esta incorporou o zoom como uma linha
deslizante do lado direito inferior, função que já estava sendo usada na suíte deescritório Open Office.
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7.8. QUANTO AOS PROGRAMAS
O gráfico 08 apresenta o resultado obtido pelo usuário no momento de suprir as
necessidades de funcionalidades da infra-instrutura computacional, ou seja,referente ao impacto que o usuário tem quando da utilização dos aplicativos no
Linux, sendo os mais lembrados é claro, as suíte de escritório e o gravador de
CD/DVD.
25%
0%
62%
0%13% Horrível,
detestei
Muito difícil
Um poucodifícil
Melhor que ado Windows
igual que a doWindows
Gráfico 08: Opinião quanto ás funcionalidades dos programas utilitáriosFonte: Dados da pesquisa (2011)
A quantidade de usuários que consideram o Linux igual ou um pouco difícil (75%)
deve-se principalmente ao fato destes usuários contarem com suporte local para
lhes auxiliar nas tarefas do dia-a-dia tornando o aprendizado das novas funções
constante.
Em contrapartida, a interface foi totalmente reprovada por uma parcela (25%) de
usuários que informalmente já informaram ter escolhido como definitivo o sistema
operacional Windows, por mais que qualquer interface gráfica do Linux possa vir a
ser lançada, seja ela melhor ou pior que o concorrente pago da Microsoft.
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7.9. PROBLEMAS COM VÍRUS
O gráfico 09 apresenta o resultado quanto a pergunta realizada aos usuários sobre a
perda de trabalhos ou de tempo pelo fato ter sido caudado por um vírus ou outrosoftware malicioso instalado ou armazenado no computador.
38%
62%
0%
Sim
Não
Várias vezes
Gráfico 09: Perda de trabalhos ou de tempo por causa de vírus.Fonte: Dados da pesquisa (2011)
Um vírus de computador pode ser considerado um produto do estudo de
programadores que fornecem á um software o poder de fazer cópias de si mesmo e
se auto espalhar.
Para que seja possível esta cópia e esta atitude automática, é necessário que o
usuário permita ou pelo menos que o sistema operacional que este usuário esteja
usando tenha como premissa bloquear apenas o necessário. Nos sistemas
operacionais com base no GNU/Linux, é comum a premissa de que é proibido tudo,
liberando apenas o que se conhece. Qualquer que seja o meio por qual se
contamina um sistema, seja ele pen drive, CDs, DVDs, acesso a rede etc. Todos
eles só terão sucesso se o sistema operacional não estiver preparado para isto.
Quanto ao sistema, ele ainda poderá estar desatualizado em relação a alguma
brecha de segurança descoberta após o lançamento do software. Como no Linux,
dificilmente temos problemas relatados quanto a vírus, é fácil entender o porquê de
uma parcela (62%) significativa de usuário não ter problemas com vírus
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Os vírus podem estar armazenados em um sistema Linux, porém pelo motivo das
permissões de acesso a disco e arquivos, nada poderão fazer.
7.10. O MOTIVO FINANCEIRO
O gráfico 10 apresenta o resultado da pergunta realizada em função do investimento
financeiro que cada usuário estaria disposto a fazer para utilizar um software
proprietário.
25%
37%
25%
13%Pagaria, não importandoo preço
Pagaria, dependendo dopreço
Usaria sistema gratuitos
Usaria programas piratas
Gráfico 10: Sobre o investimento financeiro para a utilização de um software
Fonte: Dados da pesquisa (2011)
Embora esta questão seja de cunho pessoal, ela considera até que ponto o usuário
está disposto á usar software pirata. Apesar da parcela alta (13%) de respostas
quanto ao caso de usar o software pirata, ela é baixa se comparada com os índices
de pirataria no país - hoje em torno de 54%, segundo um estudo feito pela Business
Software Alliance (2011). Também considerada as respostas de preferência de
software gratuito em função da valoração de um produto que se obtém gratuito.
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7.11. LEGALIDADE E PUNIÇÕES
O gráfico 10 apresenta o resultado da pergunta realizada quanto ao conhecimento
que os funcionários têm sobre as penalidades aplicadas quanto ao crime de piratariade Brasil.
87%
13%
Sim
Não
Gráfico 11: Conhecimento sobre as leis do software e multasFonte: Dados da pesquisa (2011)
Questão de cunho pessoal, porém respondida de forma periférica, já que os
mesmos usuários que responderam piratear em vez de comprar na pergunta
anterior, responderam não conhecer das multas impostas pela infração. Muitos
usuários correlacionam a pirataria á infração apenas quando o software é utilizado
para fins comerciais, o que não é verdade, já que em nenhum momento a Lei nº9.609, de 19 de fevereiro de 1998 conhecida como lei do software distancia usuário
doméstico do usuário da empresas
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Importante relembrar, que o objetivo desta monografia foi descobrir a percepção dos
gestores públicos sobre a dependência do software proprietário nos órgãos públicos.A importância da visão dos administradores públicos deve-se ao fato que as normas
e práticas adotadas pelos governos são percebidas pelo mercado, influenciando o
dia-a-dia dos cidadãos.
Por isto, as ferramentas usadas nos governos podem ser tratadas como um dos
instrumentos de transformação da sociedade, a função de promotor dos
fundamentos de cidadania abriga o dever do estado de orientar-se para construir
uma sociedade livre, justa e solidária
As conclusões têm como referência a delimitação do tema, a questão de pesquisa e
os objetivos propostos, e especificamente quanto ao uso do software livre, foi
balizada com o problema, a necessidade de identificar os prós e contras
argumentados pelos funcionários públicos quanto à utilização do Linux e sua
plataforma, o que gerou uma percepção que os usuários são profissionais que se
sentem abandonados quanto a difusão de novas tecnologias e a falta de treinamento
para uma melhor utilização destes, comparando-os com softwares proprietários.
Na busca deste entendimento, ao apresentar diversos softwares comparando-os
entre as plataformas de sistemas operacionais, além é claro de apresentar as
soluções que o mercado fornece para resolver os problemas de incompatibilidade de
versões, desnudou-se a verdade que na maioria dos serviços administrativos dos
órgãos, os editores de textos disponibilizados de forma gratuita no seu uso
conseguem realizar todas as tarefas de seus similares adquiridos mediante
pagamento de licenças de uso.
Em relação ao objetivo geral, constatou-se que o método foi adequado e permitiu
explorar o assunto e investigar os fatores intervenientes no processo que leva os
órgãos públicos na dependência dos softwares proprietários ante adotarem sistemas
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de software livre, e concluíu-se que a defesa realizada na fundamentação teórica,
das decisões dos gestores públicos pela racionalização dos recursos públicos é um
dos princípios da eficiência na administração pública, já que os governos funcionam
como instrumentos de mudanças para a comunidade toda é, na verdade, a defesa
das minorias, das classes sociais de baixa renda e etc., já que com decisões emfavor do software livre consegue-se atingir dois objetivos distintos com o mesmo ato,
a saber, a economia de recursos com a aquisição e a publicidade de produtos
acessíveis a todos sem burlar nenhuma lei nacional ou estrangeira quanto aos
direitos autorais.
Não se trata apenas de informar, mas fomentar que está informação esteja acessível
de maneira prática e não onerosa para a sociedade, agora e no futuro. Segundo
Valentim (2010. p. 62) “mesmo tendo hardware, software e suporte adequado, não
será possível a recuperação da informação digital se não tivermos dados referentes
ao formato de armazenamento”. Quanto menos travas ou dificuldades ter a
informação melhor será para as gerações futuras, pois nenhuma empresa está livre
de desaparecer e junto com ela, desaparecer seus códigos, deixando a deriva seus
usuários.
Conforme a pesquisa realizada, considera-se que a migração dos softwares
proprietários para software livre é um passo acertado, principalmente em órgãos
com a identidade publica, mas necessita de maior treinamento e um canal decomunicação entre usuários e os setores de informática. O bem comum -finalidade
máxima dos atos administrativos produzidos pelos funcionários públicos- é também
uma das vertentes do software livre. Basta ver que no caso dos softwares, um maior
campo de aproveitamento do conhecimento da sociedade é igual ao fundamento da
administração, já que se pede ao administrador que faça mais com menos, o custo
do software proprietário quando se pode usar algo sem custo e na legalidade –outro
principio da administração- é primazia de eficácia e eficiência.
Dos funcionários que responderam o questionário, notadamente percebe-se a
inovação tecnológica difundida através do software livre e permite justificar o
impacto da mudança, além é claro, primar pela economia. Isso sem contar a grande
parcela de respostas quanto a perda de dados em consequência de vírus e outras
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pragas que afligem o mundo moderno e que estão a uma distância maior do usuário
sob a égide do Gnu/Linux, pois seu modo de fornecer direitos de executar
aplicativos, instalação de programas ou leitura de pastas é diferente, tornando quase
impossível que um aplicativo se auto execute por meio de rotinas trazidas de mídias
ou da internet. Por esses motivos já seria suficiente a mudança.
Bancos investem em grupos de segurança para que seus usuários possam acessar
remotamente dados financeiros, segundo Turban (2002, p. 195),
Os clientes precisam de garantias de que á seguro fornecer um numero decartão de crédito pela internet. Querem ainda proteção contra fraudespraticadas por vendedores ou por delinqüentes posando comovendedores... mas muitas vezes seria muito vantajoso se incentivassem terem nas residências ou trabalho de seus clientes, uma maquina equipadacom Linux.
Conclui-se também que a pirataria, que desorganiza a área de informática, torna
sem finalidade a documentação dos inventários do parque de máquinas e softwares
e na maioria das vezes serve de porta de acesso para invasões, deverá ser mais
combatida ainda com a nova regra de acesso a dados públicos na Lei 12.527 que
entra em vigor em maio de 2012. Segundo Silva (2012. p. 24):
A lei estabelece o prazo de 180 dias para entrar em vigor, o que vai exigir adisponibilização de registros e o gerenciamento de documentos para todosos âmbitos de governo, poder executivo, legislativo e judiciário, incluso as
empresas estatais, autarquias e fundações públicas que recebam algumrecurso do erário.
Neste item sugestionam-se ser necessário fiscalizar a utilização dos recursos
alocados para a disponibilização destas informações, além de adotar o principio da
economicidade tanto para o órgão público quanto para o usuário consumidor desta
informação.
Considerando-se o trabalho na função pública, um serviço profissional, itens como
layout e interfaces não podem interferir o usuário na escolha deste ou daquele
programa sem levar em conta o fator econômico. Não é porque no Linux, o
navegador B não oferece o melhor layout para um programa de mensagens
instantâneas que ele é ruim, este pensamento quanto à finalidade do software livre
pode influenciar pessoas desavisadas e mal informadas que junto com o coro dos
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inconformados acabam por reduzir as chances de sucesso do software livre nos
órgãos públicos no país.
Embora o tema elucidado seja de uma complexidade profunda, o software livre em
órgãos públicos já atingiu varias áreas com sucesso, como por exemplo aferramenta colaborativa, com e-mail (assíncrono), agenda corporativa, bate-papo
(chat), etc sendo como carro chefe o serviço de e-mail do estado do Paraná.
O Expresso Livre foi montado sob a égide do software livre, pois a partir da
ferramenta alemã E-GroupWare, proveu ao Estado do Paraná uma solução
corporativa e integrada de Correio, Agenda, Catálogo de Endereços, Mensagens
Instantâneas e Workflow onde somente na rede corporativa do Estado do Paraná
são mais de 158.000 usuários (Nov/2011) utilizando de modo gratuito,
demonstrando assim, suas principais características como alta escalabilidade,
estabilidade e disponibilidade dos seus serviços. Razão pela qual, a escolha da
CELEPAR –Companhia de informática do Paraná, responsável pela área de
informática no estado - pelo software livre leva a escolhas mais proveitosas ao bem
comum, princípio básico da administração pública.
Para se estudar o assunto de forma prática, faz-se necessário ganhar a liberdade do
aprisionamento tecnológico, avistar mais alto através dos muros do conforto
construídos por décadas de protecionismo por parte das empresas fornecedoras desoftware proprietários, para então, somente após isto, poder entender o espírito de
corporativismo que cerca o tema.
Sugestões de melhorias para a área de gestão foram encontradas em várias etapas
do processo de criação deste trabalho, porém algumas são enfatizadas como de
necessidades mediatas e mereceram uma abordagem mais especifica.
Como sugestão de melhorias mediatas, e forma de mudança de paradigmas dentro
dos próprios órgãos, o treinamento de capacitores em cada órgão necessita ser
intensificado, aprimorado e auditado.
Para estes treinamentos, é necessário a importância de capacitores nos órgãos ser
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reconhecida dentro do órgão responsável pela informática nos órgãos públicos do
estado como um modo de transmitir conhecimento com pouco investimento.
O treinamento de capacitores deve ser realizado com treinamento mais denso para
pessoas de todos os órgãos do governo para após este treinamento, cada capacitorrealizar cursos de transmissão de conhecimento dentro de seu próprio órgão. Nesta
forma de treinamento, a resistência aos softwares novos adotados pelos gestores é
transformada em curiosidade pela aprendizagem, já que todos poderão ser
treinados, pois o custo de deslocamento e outras despesas se tornam, nesta
segunda fase, quase nulos.
Também a intensidade dos cursos e o numero de horas/aulas para cada turma,
podem ser alterados conforme se cria turmas de alunos com o mesmo nível de
conhecimento.
Na auditoria dos treinamentos, deverão ser verificados se os objetivos estabelecidos
em conjunto com a política organizacional de cada órgão foram atingidos. Deve-se
avaliar a correspondência entre as tarefas desempenhadas no dia-a-dia do órgão e
o treinamento em si. É bom lembrar que ao final de cada curso, processos
específicos poderão ser usados para testar o nível de aprendizado individualmente.
Faz-se necessário que os gestores dos órgãos públicos tenham a clareza de suasresponsabilidades, pois a orientação na escolha dos softwares que comporão
determinada compra é apenas o primeiro passo. Após a aquisição das maquinas, é
necessário verificar se os usuários demandam além de treinamento, suporte e
também se os equipamentos mais antigos ou acessórios como impressoras se
comportarão de maneira satisfatória fornecendo ao usuário condições de
operabilidade.
Existem órgãos com funções especificas que demandam equipamentos com
ferramentas que geram maior produtividade quando os aplicativos são executados
sob determinado software operacional, por exemplo, o software Topograph que
executa processamento de dados topográficos, cálculos de volumes de
terraplenagem e projetos viários, funciona de maneira mais satisfatória quando sob o
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Microsoft Windows XP. Nestes casos, o gestor deverá considerar a aquisição de
máquinas com o pagamento de licenças.
J á o contrário verifica-se quando apenas por conforto ou até mesmo preguiça de
realizar um texto sob condições diferentes um operador de equipamento numaseção administrativa justifica que necessita no Microsoft Word para digitar um oficio,
sendo neste caso, incoerente com o principio da razoabilidade, já que poderá ser
realizado o mesmo texto em um aplicativo gratuito.
Neste sentido, os órgãos públicos precisam se voltar para a finalidade máxima do
serviço público: o bem comum, e propiciar os estímulos necessários para não serem
considerados ineficientes no trato dos recursos dos impostos, sem descuidar do
material humano que dá forma aos milhares de setores existentes.
Assim recomenda-se que os gestores públicos na busca pela qualidade dos serviços
públicos considerem a opção do software livre como mais uma alternativa frente ao
enorme desafio de fazer cada vez mais obras e serviços com menos recursos e
tempo.
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10. ANEXOS
10.1. QUESTIONÁRIO
1 – Escolaridade:
( ) Ensino Fundamental completo
( ) Ensino Médio completo
( ) Ensino Superior
2 – Há quanto tempo usa Linux?( ) Até seis meses
( ) Entre seis meses e dois anos
( ) Mais de dois anos
( ) Não usa
3 – Qual seu uso em informática?
( ) Edição de Texto, Planilhas, internet e programas desenvolvidos pelo estado
( ) Internet e programas desenvolvidos pelo estado
( ) Edição de Texto, planilhas e programas desenvolvidos pelo estado
( ) Edição de Texto, planilhas e internet
4 – Responda somente se respondeu que não usa Linux na pergunta dois:
4.1 – J á usou alguma vez?
( ) Sim
( ) Não
4.2 – Conseguiu completar a tarefa usando o Linux?( ) Sem problemas
( ) Tive alguns problemas
( ) Não. Não consegui
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5 – Responda somente se respondeu que usa Linux na pergunta dois:
– Recebeu algum treinamento antes de utilizar?
( ) Sim
( ) Não
6 – O que você acha da interface gráfica
( ) Muito Fácil
( ) Fácil
( ) Média
( ) Difícil
( ) Ainda não me adaptei
7 – O que achou dos programas?
( ) Horrível, detestei
( ) Muito difícil
( ) Um pouco difícil
( ) Melhor que a do Windows
( ) igual que a do Windows
8 – J á teve problemas com vírus no seu dia-a-dia?
( ) Sim( ) Não
( ) Várias vezes
9 – Se você fosse tivesse que escolher entre pagar para usar o MS Word e usar
livremente o Writer, o que você faria?
( ) Pagaria, não importando o preço
( ) Pagaria, dependendo do preço
( ) Usaria sistemas gratuitos
( ) Usaria programas piratas
10 – Conhece as leis que regem os softwares e/ou as multas que se aplicam ao
usuário que utiliza softwares piratas?
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( )Sim
( ) Não