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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS

    REDE TEMTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS ESPECIALIZAO EM SISTEMAS MNERO-METALRGICOS

    MANUTENO

    JONAS CANDIDO DA SILVA

    ANLISE DE CONFIABILIDADE DE BRITADORES E PENEIRAS SECUNDRIOS

    BELO HORIZONTE - MG 2012

    UFOP - CETEC - UEMG

  • 1

    JONAS CANDIDO DA SILVA [email protected]

    ANLISE DE CONFIABILIDADE DE BRITADORES E PENEIRAS SECUNDRIOS

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao em Engenharia de Manuteno da Universidade Federal de Ouro Preto / REDEMAT como requisito para a obteno do ttulo de especialista em Engenharia de Manuteno

    Professor orientador: Ph.D. Paulo Victor Fleming

    Professor Co-orientador: Dr. Emerson Rigoni

    BELO HORIZONTE MG

    2012

  • 2

    MODELO DA FICHA CATALOGRFICA (aps preenchimento e entrega na biblioteca do requerimento para obteno da ficha

    catalogrfica, o aluno a receber por email )

    (No verso da folha de rosto, na metade inferior da folha, centralizada).

    (M357r) Jonas Candido da Silva

    Anlise de Confiabilidade de Britadores e Peneiras Secundaria Jonas Silva: Belo Horizonte UFOP, 2012.

    53f.: il. (nmero de folhas)

    Orientador: Ph.D. Paulo Victor Fleming

    Especializao em Sistemas Minero-Metalrgicos Manuteno - Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Minas.

    1. Educao ambiental 2. Impactos na legislao 3. Decretos-leis

    I.Ttulo.

    CDU 378: 91(043)

  • 3

    JONAS CANDIDO DA SILVA

    ANLISE DE CONFIABILIDADE DE BRITADORES E PENEIRAS SECUNDRIA

    Monografia aprovada em dia de ms de ano como requisito parcial para obteno de grau

    em Especializao em Sistemas Minero-Metalrgicos Manuteno pela Universidade

    Federal de Ouro Preto.

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Emerson Rigoni, (ttulo DSc.) Universidade Federal de Ouro Preto

    Orientador

    Prof. Paulo Victor Fleming, (ttulo PhD.) Universidade Federal de Ouro Preto

    Co-Orientador

    Prof. (nome), (ttulo MSc./DSc./PhD.) (instituio de origem)

    Examinador

    Prof. (nome), (ttulo MSc./DSc./PhD.) (instituio de origem)

    Examinador

    Prof. (nome), (ttulo MSc./DSc./PhD.) (instituio de origem)

    Examinador

    Prof. (nome), (ttulo MSc./DSc./PhD.) (instituio de origem)

    Examinador

  • 4

    A Deus dedico mais esta etapa vencida Agostinho Silva e Atonia Graas, meus pais, pelo apoio, Letcia Silva, minha esposa, pelo carinho e

    compreenso.

  • 5

    AGRADECIMENTO

    Aos meus pais, pelo incentivo e apoio condicionais

    A minha esposa pela compreenso da minha dedicao aos estudos, cedendo parte do tempo

    de ficarmos junto em prol ao conhecimento.

    Aos amigos e colegas de trabalho, pela amizade conquistada, pela facilidade de adaptao e

    credibilidade para o desenvolvimento deste trabalho.

    Aos colegas de ps-graduao pela excelente convivncia, pelos momentos de distrao e

    pela experincia compartilhada.

    Aos professores da Escola de Minas Universidade Federal de Ouro Preto que participaram

    da formao contribuindo e incentivando para a realizao deste trabalho.

    A Vale, por conceder um estudo de qualidade e crescimento profissional com o curso de ps-

    graduao em Sistema Mnero - Metalrgico Manuteno.

    Fundao Gorceix/NUPEC e a Universidade Federal de Ouro Preto, pela dedicao e

    disseminao do conhecimento cientfico.

  • 6

    Pea a Deus que abenoe os seus Planos, e eles daro certos

    Provrbios 16:3

  • 7

    R E S U M O

    SILVA, Jonas. Anlise de Confiabilidade de Britadores e Peneiras secundrias 2012.

    Especializao em Sistemas Minero - Metalrgicos Manuteno - Universidade Federal de

    Ouro Preto.

    Na usina de tratamento de minrio B1 de Capito do Mato os equipamentos com

    representatividade pela perda de Disponibilidade fsica da usina, se destacam as peneiras

    vibratrias e britadores secundrios. Tais circunstncias afetam a confiabilidade dos

    equipamentos e previsibilidade da manuteno.

    Devido a esse fato, uma anlise dos dados de falha dos equipamentos citados foi realizada.

    Por meio dessa anlise foi possvel identificar os dois principais componentes desses

    equipamentos com maiores nmeros de falhas e tambm calcular a confiabilidade deles.

    Esses dados foram obtidos atravs dos apontamentos de parada do Relatrio de Operao da

    Usina e tambm do sistema Gesto de Produo da Vale, permitindo o clculo da

    confiabilidade desses componentes utilizando o software Weibull ++ 8.

    O estudo mostrou que os componentes dos britadores, sistema de lubrificao, hidrulico,

    correia de transmisso e revestimento, apresentam maiores taxas de falha e conseqentemente

    menor confiabilidade. J os componentes das peneiras vibratrias, os componentes com

    maiores taxas de falhas e conseqentemente menores confiabilidade so: mdulos ou telas,

    correia de transmisso e mancal interno.

    Por meio do estudo foi possvel propor um intervalo de preventiva e melhorias para os

    equipamentos.

    Palavras - chave: Confiabilidade. Peneira. Britadores. Taxa de Falha. Weibull, Melhorias.

    I I I

  • 8

    ABSTRACT

    In ore treatment plant B1 Captain Mato equipment with representation by the loss of

    availability of the physical plant, we highlight the secondary crushers and vibrating

    screens. Such circumstances affect equipment reliability and predictability of maintenance.

    Due to this fact, an analysis of data from equipment failure cited was performed. Through

    this analysis it was possible to identify the two main components of such equipment with

    the highest number of failures and also calculate their reliability.

    These data were obtained from the notes stop the Report of the Plant Operation and

    Management System also Vale Production and reliability of these components was

    calculate dusingtheWeibull++8. The study showed that components of crushers, lubrication

    system, hydraulic transmission belt and coating, have higher rates of failure and

    consequently lower reliability. Already components of vibrating screens, components with

    higher failure rates and hence lower reliability are modules or screens, belt and inner

    bearing.

    Through the study it was possible to identify the deficiency of these maintenance and

    performance of these components and actions to correct the deviations found.

    Key - words: Reliability. Sieve. Crushers. Failure Rate. Weibull.

    I V

  • 9

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 2.1: Evoluo Histrica da Manuteno 1, 2 e 3 Gerao 25

    Figura 2.2: Modelagem matemtica 29

    Figura 2.3: Comportamento das Falhas 30

    Figura 2.4:

    Figura 2.5:

    Figura 2.6:

    Figura 2.7:

    Figura 2.8:

    Figura 2.9:

    Figura 2.10:

    Figura 4.1:

    Figura 4.2:

    Figura 4.3:

    Figura 4.4:

    Figura 4.5:

    Figura 4.6:

    Figura 4.7:

    Figura 4.8:

    Figura 4.9:

    Figura 4.10:

    Figura 4.11:

    Funo de Densidade de Probabilidade de Weibull

    Relao de Beta e as fases da curva da banheira

    Representao de dados Completos

    Representao de dados censurados Direita

    Representao de dados censurados Esquerda

    Representao de dados censurados Intervalar

    Papel probabilstico de Weibull

    Fluxo Grama da ITM

    Componentes do Britador Cnico HP400

    Peneira de inclinao Simples

    Componentes que mais Falharam no 210BR03

    Componentes que mais falharam no 210BR04

    Componentes que mais falharam na 210PE01

    Componentes que mais falharam na 210PE02

    Curva da Funo de Densidade de Falha da Unidade de Lubrificao

    210BR03

    Curva da Funo de Densidade de Falha da Unidade Hidrulica do

    210BR03

    Curva da Funo de Densidade de Falha da Manta 210BR04

    Curva da Funo de Densidade da Correia de Transmisso 210BR04

    33

    33

    35

    35

    36

    36

    38

    45

    47

    50

    51

    52

    52

    53

    61

    63

    66

    67

    V

  • 10

    Figura 4.12:

    Figura 4.13:

    Figura 4.14:

    Figura 4.15:

    Curva da Funo de Densidade de Falha da Correia de Transmisso

    210PE01

    Curva da Funo de Densidade de Falha dos Mdulos 210PE01

    Curva da Funo de Densidade de Falha dos Mdulos 210PE02

    Curva da Funo de Densidade de Falha do Mancal do Mancal Interno

    da 210PE02

    69

    71

    73

    74

    .

  • 11

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1:

    Tabela 4.1:

    Tabela 4.2:

    Tabela 4.3:

    Tabela 4.4:

    Tabela 4.5:

    Tabela 4.6:

    Tabela 4.7:

    Tabela 4.8:

    Tabela 4:9:

    Tabela 4.10:

    Tabela 4.11:

    Tabela 4.12:

    Tabela 4.13:

    Tabela 4.14:

    Tabela 4.15:

    Tabela 4.16:

    Tabela 4.17

    Comportamento da Funo de Taxa de Falha

    Tabela Ilustrativa de Dados de Falha dos Componentes dos

    Equipamentos

    Dados para Calculo de Confiabilidade da Unidade de Lubrificao do

    210BR03

    Valores de Confiabilidade da Unidade de Lubrificao do 210BR03

    Falhas Predominantes na Unidade de Lubrificao do 210BR03

    Valores de Confiabilidade da Unidade Hidrulica do 210BR03

    Falhas Predominantes na Unidade Hidrulica do 210BR03

    Valores de Confiabilidade da Manta do 210BR04

    Valores de Confiabilidade da Correia de Transmisso da 210BR04

    Falhas Predominantes na Correia de Transmisso do 210BR04

    Valores de Confiabilidade da Correia de Transmisso da 210PE01

    Falhas Predominantes na Correia de Transmisso da 210PE01

    Valores de Confiabilidade dos Mdulos ou Telas da 210PE01

    Falhas Predominantes dos Mdulos ou Telas da 210PE01

    Valores de Confiabilidade dos Mdulos ou Telas da 210PE02

    Falhas Predominantes nos Mdulos ou Telas da 210PE02

    Valores de Confiabilidade do Mancal Interno da 210PE02

    Resumos dos Valores Encontrados

    34

    58

    59

    62

    62

    63

    64

    66

    67

    68

    69

    70

    71

    72

    73

    74

    75

    77

    VII

  • 12

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    AL Alimentador

    BR Britador

    FDP - Funo densidade de probabilidade

    GPROD - Gesto de Produo

    ITMB - Instalao de tratamento de Minrio

    MCC - Manuteno Centrada em Confiabilidade

    MTBF Tempo Mdio entre Falhas

    MTTF - Tempo Mdio para Falha

    TC Transportador de Correia

    TPM - Total Productive Maintenance

    SL - Silo

    VIII

  • 13

    SUMRIO

    RESUMO III

    ABSTRACT IV

    LISTRA DE ILUSTRAES V

    LISTA DE TABELAS VII

    LISTA DE SIGLAS VIII

    CAPTULO 1 INTRODUO 17

    1.1 Formulao do Problema 17

    1.2 Justificava 18

    1.3 Objetivos 19

    1.3.1 Objetivo Geral 19

    1.3.2 Objetivos Especficos 19

    1.4 Estrutura do Trabalho 19

    CAPTULO 2 REVISO BIBLIOGRFICA 21

    2.1

    2.1.1

    2.1.2

    Conceito e Evoluo da Manuteno

    Conceito

    Evoluo da Manuteno

    21

    21

    22

    2.2

    2.2.1

    2.2.2

    2.2.3

    2.2.4

    Confiabilidade

    Conceito

    Falha

    Calculo de Confiabilidade

    Outras Definies Ligadas Confiabilidade

    25

    26

    26

    27

    29

  • 14

    2.2.5

    2.2.5.1

    2.2.6

    Distribuio ligada Confiabilidade

    Distribuio Continua de Weibull

    Anlise Estatstica de Falha

    31

    32

    34

    CAPTULO 3 METODOLOGIA 40

    3.1 Tipos de Pesquisa 40

    3.2

    3.3

    3.4

    3.5

    Materiais e Mtodos

    Instrumentos de Coletas de Dados

    Tabulaes de Dados

    Consideraes Finais

    41

    42

    42

    42

    CAPTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSO 44

    4.1 Complexa Vargem Grande 44

    4.2

    4.3

    4.4

    4.5

    4.5.1

    4.5.1.1

    4.5.1.2

    4.5.1.3

    4.5.2

    Processo de Beneficiamento de Capito do Mato

    Britadores Cnicos

    Peneiras Vibratrias

    Calculo de Confiabilidade

    Calculo de Confiabilidade dos Componentes Eleitos do Britador

    210BR01

    Calculo da Confiabilidade da Unidade de Lubrificao do Britador

    210BR03

    Calculo da Confiabilidade da Unidade Hidrulica do 210BR03

    Anlise Geral dos Componentes do Britador 210BR03

    Calculo de Confiabilidade dos Componentes Eleitos do Britador

    210BR04

    44

    46

    49

    51

    59

    60

    63

    65

    65

  • 15

    4.5.2.1

    4.5.2.2

    4.5.2.3

    4.5.3

    4.5.3.1

    4.5.3.2

    4.5.3.3

    4.5.4

    4.5.4.1

    4.5.4.2

    4.5.4.3

    4.5.5

    Calculo da Confiabilidade da Manta do Britador 210BR04

    Calculo da Confiabilidade da Correia de Transmisso do Britador

    210BR04

    Anlise Geral dos Componentes do Britador 210BR04

    Calculo de Confiabilidade dos Componentes Eleitos da Peneira

    210PE01

    Calculo da Confiabilidade da Correia de Transmisso da Peneira

    210PE01

    Calculo da Confiabilidade dos Mdulos ou Telas da Peneira 210PE01

    Anlise Geral dos Componentes da Peneira 210PE01

    Calculo de Confiabilidade dos Componentes Eleitos da Peneira

    210PE02

    Calculo da Confiabilidade dos Mdulos ou Telas da Peneira 210PE02

    Calculo da Confiabilidade do Mancal de Rolamento da Peneira

    210PE02

    Anlise Geral dos Componentes da Peneira 210PE02

    Resumo dos Valores Encontrados

    65

    67

    68

    68

    69

    70

    72

    72

    72

    74

    75

    CAPTULO 5 CONCLUSES E RECOMENDAES 78

    5.1 Concluses 78

    5.2 Recomendaes 79

  • 16

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 81

    ANEXOS 83

    ANEXO I DADOS DE FALHA DO BRITADOR 210BR03 84

    ANEXO II DADOS DE FALHAS DO BRITADOR 210BR04

    ANEXO III DADOS DE FALHAS DA PENEIRA 210PE01

    ANEXO IV DADOS DE FALHAS DA PENEIRA 210PE02

    87

    91

    95

  • 17

    CAPTULO 1: INTRODUO

    O primeiro captulo para uma melhor compreenso sobre o assunto em estudo

    demonstra a importncia da confiabilidade dos equipamentos industriais britadores cnicos e

    peneiras vibratrias dentro do sistema produtivo de uma empresa de minerao.

    Sendo assim, a finalidade deste captulo apresentar o problema que deu origem ao

    seu estudo, a razo de sua origem, a justificativa para realizao, seus objetivos e a estrutura

    do trabalho.

    1.1 Formulao do Problema

    Nos idos do ano de 1914 a manuteno tinha importncia secundria dentro do

    processo produtivo das empresas, sendo executada pelo pessoal da linha de produo. As

    indstrias extraiam o mximo de produo de seus equipamentos at a falha dos mesmos.

    A partir da dcada de 30 at os dias atuais devido aos constantes crescimentos de

    demanda por produto manufaturado as empresas passaram a investir no setor de manuteno a

    fim de garantir a qualidade de seus produtos e o cumprimento dos prazos acordados. Para

    atender essas exigncias as empresas buscam cada vez mais a disponibilidade e confiabilidade

    dos seus equipamentos.

    Lafraia (2011, p.2) define o termo confiabilidade como a probabilidade de que um

    componente ou sistema funcional dentro dos limites especificados de projetos, no falhe

    durante o perodo de tempo previsto para sua vida, dentro das condies agressividades ao

    meio.

    Confiabilidade , portanto, uma anlise de probabilidade, que responde o qual certo

    perodo de tempo um equipamento ou item no ir falhar.

    A anlise de confiabilidade pode ser aplicada em diversas reas tais como: controle de

    qualidade, sistemas de telecomunicao, sistema eletromagntico, centrais nucleares, sistema

    aerovirios, sistema computacional, de defesa, comportamento humano, sistema industriais

    (Refinaria, instalao de tratamento de minrio) etc.

    As instalaes de tratamento de minrio, com os avanos de suas tcnicas de

    manutenes logradas ao decorrer dos tempos e alinhada com as exigncias do mercado e

    clientes, para garantir a sustentabilidade do negocio e cumprimento de prazos e reduo de

  • 18

    desperdcios intrnsecos ao processo devidos as falhas ocorridas nos ativos das instalaes

    indstrias est utilizando cada vez mais a anlise de confiabilidade para reduo de falhas de

    seus equipamentos.

    Um dos equipamentos de destaque dentro de uma usina de beneficiamento de minrio

    de ferro so os britadores cnicos e peneiras vibratrias, por meio desses equipamentos que

    o minrio bruto extrado da lavra transformado em produto que alimentam autos fornos das

    siderrgicas.

    Dependendo do modo de falha ocorrida nesses equipamentos e de sua criticidade

    dentro da usina de beneficiamento acarreta diretamente no plano de produo da usina, logo

    surge questo:

    Como a anlise de confiabilidade aos britadores e peneiras vibratrias instalados

    auxilia na proposio de melhorias no processo de beneficiamento secundrio da usina

    de Capito do Mato?

    1.2 Justificativa

    Para as organizaes sobreviver na economia globalizada, essa deve desenvolver

    habilidade e rapidez de inovar melhorias continua em seus processos internos.

    Kardec (2004) comenta que as organizaes esto desenvolvendo constantemente

    novas ferramentas de gerenciamentos, que lhes proporcionam maior competitividade por meio

    da qualidade e produtividade de seus produtos, processos e servios. Na viso do autor, esses

    fatores contribuem para que a manuteno obtenha lugar de destaque dentro da organizao,

    tornando-se fundamental para assegurar a disponibilidade, confiabilidade e lucratividade das

    organizaes, garantindo aumento da produtividade e competitividade no mercado.

    Porm, para garantir o bom funcionamento dessas ferramentas de gerenciamento para

    a manuteno, Branco (2008) comenta que os mtodos de manutenes precisam ser

    monitorados freqentemente, a fim de evitar desvios, pois o custo da falha de equipamento

    alto. Tang (1999) tambm observa que os custos de manuteno so responsveis

    significativamente dos oramentos operacionais das empresas exigindo altos investimentos

    em equipamentos e equipamentos. Por essa razo autor enfatiza que o monitoramento da

    manuteno nos ativos representa uma preocupao central na gesto da organizao. No caso

    da Vale, os custos com manutenes preventiva e corretiva com os equipamentos das usinas

    representam tambm grande parte dos investimentos dos custos de suas operaes.

  • 19

    Dentre os equipamentos responsveis pela maior quantidade de falhas das usinas os

    britadores cnicos e peneiras vibratrias so representativos. Na usina de Capito do Mato

    esses equipamentos representam 30% das falhas, o que justifica o desenvolvimento de uma

    anlise de confiabilidade com intuito de trazer benefcios instalao, por exemplo, a

    eliminar as causas bsicas de parada no programada.

    1.3 Objetivos

    1.3.1 Geral

    Aplicar a tcnica de Weibull para analisar a confiabilidade nos britadores e peneiras do

    sistema secundrio de tratamento de minrio da usina de Capito do Mato visando propor

    melhorias no processo de beneficiamento secundrio da usina de Capito do Mato.

    1.3.2 Objetivos Especficos

    Realizar reviso bibliogrfica sobre manuteno e anlise de confiabilidade

    focando na tcnica de Weibull.

    Descrever sucintamente os equipamentos objetos do estudo.

    Fazer um levantamento dos dados de falhas dos equipamentos, atravs de pesquisa

    nos registros de manuteno.

    Aplicar a tcnica de Weibull para analisar a confiabilidade ao estudo de caso em

    questo.

    Analisar os resultados e propor melhorias.

    1.4 Estrutura do Trabalho

    O seguinte trabalho est dividido em cinco captulos, no primeiro captulo

    demonstrada a formulao do problema, a justificativa para a realizao do trabalho seus

    objetivos gerais e especficos.

    No segundo captulo trata sobre o conceito de manuteno e fundamentao terica

    dos conceitos e teorias a respeito da confiabilidade.

  • 20

    O terceiro captulo apresenta a metodologia aplicada para resoluo do problema

    O quarto captulo apresenta aplicao da metodologia, resultados e as discusses sobre

    o trabalho. J no quinto captulo encerra o trabalho com as concluses sobre o trabalho e as

    recomendaes para implantar das solues proposta a fim de melhorar a confiabilidade

    desses equipamentos.

  • 21

    CAPTULO 2: REVISO BIBLIOGRFICA

    Este captulo tem o propsito de apresentar a fundamentao terica sobre o tema

    abordado. Portanto sero abordado o conceito e evoluo histrica da manuteno, conceito e

    metodologia de calculo de confiabilidade, apresentao da rea da Vale onde situam os

    equipamentos (britadores e peneiras) que sero estudados, bem como as funes de cada um

    dentro do processo produtivo.

    2.1 Conceito e Evoluo da Manuteno

    2.1.1 Conceito

    A Norma TB 116 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), em 1975,

    definiu a Manuteno como sendo todas as atividades de reparo necessrias para que um item,

    componente ou equipamento seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de

    acordo com uma condio especificada.

    A reviso de 1994, da mesma Norma, NBR 5462 (Confiabilidade e Mantenabilidade),

    manuteno passou a ser definido como a combinao de todas as aes tcnicas e

    administrativas, incluindo as de superviso, destinadas a manter ou estabelecer um item em

    um estado que possa desempenhar uma funo requerida. ABNT (1994, p. 6).

    Segundo Shirose (1994, p.13), a manuteno um conjunto de atividades com o

    objetivo de suprimir defeitos de qualidade produzidos pelas avarias e eliminar a necessidade

    de ajustes dos equipamentos.

    De forma mais abrangente, o termo manuteno engloba os conceitos de preveno

    (manter) e correo (restabelecer).

    Xenos (1998, p.18) expe que manuteno fazer tudo que for preciso para assegurar

    que um equipamento continue a desempenhar as funes para as quais foi projetado, em um

    nvel de desempenho exigido

    Levitt (1997, p. 1) apud Dias (2010, p. 21) definio manuteno est na realidade

    relacionada "ao de manter num preservado estado" e, assim, no h relaes exclusivas

    com reparos. A partir dessa idia presume-se que, ao se mencionar Manuteno, faa-se

  • 22

    referncia a aes que evitem a ocorrncia de falhas, por meio da preservao da funo do

    ativo, e no apenas efetuando consertos ou reparos.

    De forma mais holstica, Kardec e Nascif (1998) classifica a manuteno como a

    garantia da disponibilidade da funo dos equipamentos e instalaes a fim de atender a um

    processo produtivo e a preservao do meio ambiente, com confiabilidade, segurana e custos

    adequados.

    Aps o entendimento sobre o que vem a ser manuteno, faz-se necessrio conhecer

    sobre a sua evoluo ao longo do tempo, conforme se segue.

    2.1.2 Evoluo da Manuteno

    A evoluo histrica do conceito de manuteno industrial foi marcada por trs

    geraes distintas, a primeira baseada no tempo, a segunda baseada na condio e terceira

    baseada na confiabilidade. Destacam-se na Fig. 2.1 as trs geraes da manuteno industrial,

    os marcos histricos e as caractersticas relevantes de cada uma delas.

    a) Primeira Gerao

    Com a revoluo industrial no final do sculo XVIII, as mquinas tornaram

    fundamental para elevar a capacidade produtiva de bens de consumo das indstrias,

    conseqentemente, surge necessidade de reparo nessas mquinas.

    At o ano de 1914 a manuteno tinha importncia secundria dentro do processo

    produtivo, sendo executada pelo pessoal da linha de produo. As indstrias extraiam o

    mximo de produo de seus equipamentos at a falha dos mesmos. A partir da 1 guerra

    mundial e a introduo da linha de montagem idealizada por Henry Ford, as fabricas, visando

    manter uma produo mnima, passaram a criar um rgo subordinada a produo, com

    objetivo bsico de fazer manuteno corretiva nos seus equipamentos (DIAS, 2010, p. 22).

    b) Segunda Gerao

    Esta situao se manteve at o final da dcada de 30 quando, devido necessidade do

    aumento do volume de produo e a rapidez de produo em funo da II Guerra Mundial e,

    as industriais passaram a se preocupar no s em corrigir falhas, mas tambm em evitar que

    elas ocorressem, com o pessoal de Manuteno passando a desenvolver a preveno de danos

  • 23

    e avarias Manuteno Preventiva - que, juntamente com a Corretiva, completava o quadro

    geral da Funo (Filho, 2008).

    Para MOUBRAY (2000), a II Guerra Mundial ocasionou uma demanda muito grande

    por bens de diversos tipos e houve uma reduo na disponibilidade de mo de obra. Na

    dcada de 50, a indstria comeou a depender dos servios de manuteno, o que

    desencadeou o surgimento da manuteno preventiva, que, at meados da dcada de 60,

    consistia em revises gerais em intervalos fixos de paradas. De acordo com o autor, com

    aumento substancial dos custos gerou uma demanda maior pelas atividades de planejamento e

    controle das atividades de manuteno. Por fim, o alto custo de aquisio de ativos forou a

    indstria a buscar meios de aumentar a vida til dos equipamentos.

    ALSYOUF (2007) afirma que aps a II Guerra Mundial, a escassez de produtos

    industriais, de mo de obra e do aumento na demanda de vrios produtos, levou a um aumento

    da mecanizao. As fbricas tornaram-se mais complexas. Disponibilidade, longevidade e

    custo passaram a ser considerados como fatores importantes para a realizao de negcios e

    objetivos estratgicos. A manuteno tornou-se uma tarefa do departamento de manuteno,

    j desmembrando do departamento de produo.

    No perodo Ps Guerra, a corrida armamentista, acelera o desenvolvimento da

    indstria aeronutica, contribui para o surgimento de critrios mais slidos para gerir as

    tarefas de manuteno. neste contexto que o conceito de manuteno preventiva de

    desenvolve associado a estudos para diminuio do tempo de reparo e melhorias nos mtodos

    de manuteno. No fim da dcada de 1960, origem a um grupo mais seleto dentro da funo

    manuteno conhecido como engenharia de manuteno, responsvel pelo dimensionamento

    de sobressalentes e o estudo das caractersticas das falhas das maquinas (ROSA, 2002).

    J no artigo publicado por (Tavares, 2005) na revista da ABRAMAN, nos anos 60

    surge proposta de investigao Russa. [...] ciclo de manuteno como o intervalo

    compreendido entre duas Revises Gerais que envolvem todo trabalho de ajuste e substituio

    executada durante a parada do equipamento.

    A proposta Russa fundamentada em inspeo peridica sistemticas, determinando

    as condies de operao e defeito da mquina, em funo da evoluo da condio do

    equipamento marcada a reviso geral do mesmo.

  • 24

    c) Terceira Gerao

    A dcada de 70 caracteriza como o perodo pelo desenvolvimento tecnolgico e de

    novas tcnicas de gesto elevando a manuteno a um novo patamar. Os sistemas just-in-time

    reduziram os nveis de estoques no processo produtivo aumentando a ocorrncia de falhas nos

    equipamentos possibilitando a parada de toda a produo. Segundo o autor, os processos de

    mecanizao e automao tornaram as fabricas mais dependentes da confiabilidade e

    disponibilidade, uma vez que um maior nvel de automao aumenta a freqncia de falhas e

    conseqentemente maior interferncia nos padres de qualidade dos produtos MOUBRAY

    (2000).

    No inicio dos anos 70 surge o conceito de terotecnologia, conforme artigo publicado

    por (Tavares, 2005)

    [...] a alternativa tcnica capaz de combinar os meios financeiros, estudo de

    confiabilidade, avaliao tcnica e econmica e mtodo de gesto de modo a obter ciclo de

    vida dos equipamentos cada vez menos dispendioso (a manuteno o corao de qualquer

    Sistema Terotecnolgico).

    Prosseguindo na dcada de 70, surge o conceito de TPM, desenvolvido pelos

    japoneses. Segundo (Filho, 2006), apud Marques (2010, p.23) Uma das premissas do TPM

    ocupar o tempo ocioso do pessoal da linha de produo com atividades simples de

    manuteno.

    Na dcada de 80, surge a Manuteno Centrada em Confiabilidade (MCC), conforme

    (SMITH, 1933), apud Marques (2010, p.24). [...] uma metodologia utilizada para

    desenvolver e selecionar estratgias para a manuteno, baseada em critrios de melhoria

    contnua, sendo representada pelo aumento da qualidade e da confiabilidade, reduo de

    custos e dos prazos, garantia de segurana no trabalho e preservao do meio-ambiente.

    Nessa dcada o setor de manuteno beneficiado, devido o declnio dos custos no

    desenvolvimento de programas especficos para atender suas necessidades, conseqentemente

    as tarefas da manuteno tornam-se mais geis e assertivas.

    Terceira Gerao pautada na disponibilidade, confiabilidade, segurana e vida til,

    preservao do meio ambiente e com manutenes eficazes intimamente ligadas com os

    custos envolvidos (NUNES, 2001; apud REZENDE, 2006, p. 9).

  • 25

    A figura seguinte demonstra os momentos histricos desde a poca da Segunda Guerra

    Mundial, ou seja, entre os anos de 1939 e 1945, at o incio do Sculo XXI.

    Fonte: Alkaim, 2003, p.41

    Figura 2.1: Evoluo histrica da Manuteno 1, 2 e 3 gerao

    Neste captulo, os conceitos de manuteno, evoluo foram explanados.

    No prximo captulo, enfoque maior ser dado para a confiabilidade, onde a

    conceituao e suas tcnicas sero abordadas, pois sero as ferramentas utilizadas para

    analisar o tempo de vida das variveis envolvidas no processo. Com o emprego dessas

    tcnicas possvel determinar a confiabilidade do equipamento.

    2.2 Confiabilidade

    Se algum pergunta, quais so as caractersticas desejveis em um produto, certamente

    a resposta seria que ele deveria ter uma vida til ilimitada, e que, durante esta, funcionasse

    isento de falhas. claro que isso dificilmente ser um dia alcanado, porque, as limitaes de

    ordem fsica, econmica e social devem ser consideradas, pois elas impem restries vida

    til, o que indica a possibilidade de falhas em cada equipamento. Ou seja, durante uma vida

    til de determinado equipamento ou sistema, tem-se situaes indesejveis sob o ponto de

  • 26

    vista do usurio, que devero ser avaliadas dentro de parmetros estatsticos de custos e

    possibilidades de ocorrncias.

    2.2.1 Conceito

    Diante do pensamento exposto acima pode se definir confiabilidade como:

    Segundo Scapin (1999) confiabilidade a probabilidade de um sistema ou de um

    produto executar sua funo de maneira satisfatria, dentro de um intervalo de tempo e

    operando conforme certas condies.

    Para Lafraia (2001, p.11) a probabilidade de que um componente, equipamento ou

    sistema exercer sua funo sem falhas, por um perodo de tempo previsto, sob condies de

    operao especificada.

    Segundo a NASA (2000) apud Silva (2010) a probabilidade de que um item ir

    sobreviver a um determinado perodo de funcionamento, sob condies especificadas de

    funcionamento, sem falhas. A probabilidade condicional de falha mede a probabilidade de

    que um determinado item ao entrar numa determinada idade ou intervalo ir falhar durante

    esse perodo. Se a probabilidade condicional de falha aumenta com a idade, o item apresenta

    caractersticas de desgaste. A probabilidade condicional de falha reflete o efeito negativo

    global da idade sobre a confiabilidade.

    Matematicamente a Confiabilidade a probabilidade de o componente executar sua

    funo com sucesso, por um perodo de tempo determinado, sob condies de operaes

    especificadas at a falha.

    2.2.2 Falha

    Entende-se por falhas a diminuio parcial ou total da eficcia, ou capacidade de

    desempenho, de um componente ou sistema

    A definio de falha no contexto da confiabilidade segundo Lafraia a

    Impossibilidade de um sistema ou componente cumprir com sua funo no nvel especificado

    ou requerido. Xenos (1998) apud Dias (2010, p.31), a falha de um equipamento a uma

    condio do equipamento que tornar-o incapaz, total ou parcialmente, de desempenhar uma

    ou mais funes para qual foi projetado e construdo.

  • 27

    Nakajima (1989) apud Dias (2010, p.31) diz que as interrupes da funo do

    equipamento tambm podem ser definidas como mau funcionamento ou avarias e as

    classificam em: Avarias abruptas que subdivide em fatais (mais de trs horas de durao),

    longa durao (mais de uma hora), gerais (de cinco a dez minutos), menores (menos de cinco

    minutos) e avarias por deteriorao que tambm subdividem em funcional e por qualidade.

    A classificao de avarias por deteriorao equivale ao conceito de falha potencial, no

    qual se considera que muitas das falhas no acontecem repentinamente. Ou seja, elas se

    desenvolvem com o passar do tempo e apresentam dois perodos distintos: o perodo entre a

    condio normal at o primeiro sinal da falha e um segundo perodo que vai do surgimento do

    primeiro sinal at a perda total ou parcial da funo do equipamento. Um exemplo desse

    conceito o surgimento de uma trinca em um equipamento que ao iniciar no afete seu

    funcionamento, mas que ir se propagar com o tempo durante operao, levando a perda total

    ou parcial da funo do referido equipamento (Xenos, 1998 e Nakasato, 1994, apud Dias,

    2010, p. 32).

    Existem vrias causas das falhas que podem se apresentar simultneas ou isoladamente

    e podem ser agrupadas em trs grandes categorias (Xenos, 1998; Mirshawka, 1991 e

    Nakasato, 1994; apud Dias, 2010, p. 34):

    Falta de resistncia: Originada de uma deficincia de projeto, especificao

    inadequada do material, deficincia na fabricao ou montagem;

    Uso inadequado: exposio do equipamento a esforos e condies de uso acima

    da capacidade especificada em projeto;

    Manuteno inadequada: ausncia ou inadequadas aes de manuteno para

    evitar a deteriorao.

    2.2.3 Calculo da Confiabilidade

    O estudo matemtico da determinao da probabilidade de um evento ocorrer inicia-se

    pela modelagem da variao temporal da probabilidade, por unidade de tempo e representada

    por uma funo de distribuio de probabilidade dada por:

    dt

    tdFtf (1)

  • 28

    Onde f (t) a funo densidade de probabilidade de falha, e F(t) a funo

    Acumulada de falhas, a partir de um determinado instante, ou entre dois instantes de tempo t1

    e t2 a equao 1 pode ser expressa pela frmula:

    dttftFtF tt 2112 (2)

    A manuteno est preocupada com a Confiabilidade de um item, equipamento ou

    sistema, que a probabilidade de sobrevivncia a um dado intervalo (de tempo, ciclos), Isto

    no haver falha no intervalo de 0 a x e dada pela funo de confiabilidade R(x)

    representada pela formula:

    tFdttfdttftRt

    tt

    11 (3)

    A confiabilidade R(t), a funo densidade de probabilidade de falha f(t) e a

    distribuio de probabilidade acumulada de falhas F(t) podem ser expressas simultaneamente

    pela funo de taxa de falha do item.

    Em quase todas as situaes, os estudos da confiabilidade envolvem o tempo, que est

    intimamente relacionado falha.

    Basovsky, (1961) apud Dias (2010, p. 42) faz meno. A confiabilidade no pode ser

    especificada sem associ-la ao tempo. Em outras palavras, no se pode dizer que um item

    possui uma confiabilidade de 90% sem dizer para qual intervalo de tempo isso vlido. Para

    ser mais preciso, sempre dever ser especificado a Confiabilidade, o Tempo e os Limites de

    Confiana.

    A velocidade de ocorrncia de falhas pode ser expressa atravs do parmetro taxa de

    falhas sendo a anlise de falhas um processo interativo cujo sucesso depende de se determinar

    relaes implcitas entre causa e efeito. A taxa de falhas instantnea (t) pode ser definida em

    termos da confiabilidade.

    A taxa de falha definida pela probabilidade condicional da ocorrncia de falha no

    intervalo de t a t+dt, dado que no houve falha at o instante t, dividido pelo intervalo dt. A

    funo de taxa de falha, chamada de Funo de Risco representada matematicamente pela

    expresso:

  • 29

    tF

    tftRtft

    1 (4)

    A funo taxa de falha permite determinar o nmero de falhas que est ocorrendo em

    um determinado intervalo de tempo.

    A Figura 2.2 ilustra as formas tpicas destas quatro funes, para um item com taxa de

    falha crescente, onde: (t) a taxa de falhas, R(t) a confiabilidade, F(t) a distribuio de

    probabilidade acumulada de falhas, f(t) a densidade de falha tambm chamada de funo

    densidade de probabilidade (FDP). Qualquer destas funes suficiente para descrever um

    mecanismo de falha.

    Fonte: Borges, 1979

    Figura 2.2: Modelagem matemtica

    2.2.4 Outras Definies Ligadas Confiabilidade

    a) Tempo Mdio para Falha (MTTF ou MTBF)

    O MTTF ou MTBF um parmetro mais usado para caracterizar a confiabilidade de

    um equipamento. O MTTF parmetro utilizado para produtos no reparveis, j o MTBF

    utilizado para produtos reparveis, ambos medem o tempo mdio at a falha de um produto

    at a primeira. Simplesmente definido como esperana ou mdia da varivel aleatria T,

    E(t), no instante de falha t. Elsayed (1992).

    t

    F(t), R(t), f(t), (t)

  • 30

    dtttfMTTF

    0

    (5)

    O MTTF ou MTBF pode ser expresso em termos da confiabilidade:

    dttRMTTF

    0

    (6)

    O desvio padro MTTF definido pela equao:

    20

    2 MTTFdttftMTTF

    (7)

    b) Consideraes sobre Taxa de Falha

    As falhas podem ser classificadas em relao ao tempo de acordo com o mecanismo

    que as originaram. O comportamento da taxa de falhas pode ser representado graficamente

    atravs da curva conhecida como curva da banheira (Figura 2.3) e que apresenta trs fases

    distintas:

    Fonte: Filho, 1997; Freitas; Colosimo, 1997

    Figura 2.3 Comportamento das Falhas.

  • 31

    Regio 1 representa as falhas prematura, conhecido como perodo de mortalidade

    infantil, sendo caracterizadas por uma taxa de falha relativamente alta, que decresce

    com o tempo tendo a taxa constante, Essas falhas pode ter as seguintes origens:

    processo de fabricao deficiente, deficincia no controle de qualidade, mo de obra

    desqualificada, amaciamento insuficiente, pr teste insuficiente, matrias fora de

    especificao, componentes no especificados, transportes inadequado entre outros.

    Regio 2, conhecido como perodo de vida til, caracterizado por taxa de falhas

    constantes que so de natureza aleatrias e difcil de evit-las e podem ter as seguintes

    origem: Interferncia indevida, fator de segurana insuficiente, cargas aleatrias acima

    das de projeto, erro humano durante uso, causa inexplicveis entre outras.

    Regio 3, designada por perodo de desgaste, onde se inicia o termino da vida til

    do equipamento e taxa de falha sobe rapidamente e originada pelas seguintes causas:

    envelhecimento do equipamento, desgaste, abraso, fadiga, corroso, deteriorao

    mecnica, eltrica, qumica, manuteno insuficiente entre outras (LAFRAIA 2001).

    2.2.5 Distribuio ligada Confiabilidade

    Nos itens anteriores foram apresentados os conceitos de funo densidade de

    probabilidade com a finalidade de demonstrar como todas as outras funes de engenharia de

    confiabilidade, tais como: Funo Confiabilidade, a funo Taxa de falha, tempo mdio at a

    falha podem ser determinadas diretamente a partir da funo densidade, f(t), portanto, esse

    tipo de anlise pode ser utilizado tcnicas no paramtricas (nas quais no necessrio

    especificar nenhuma distribuio de probabilidade) ou tcnicas paramtricas onde realizada

    a modelagem dos dados segundo uma distribuio de probabilidade.

    Montgomery e Runger (1999) definem a distribuio de uma varivel aleatria

    com:

    Uma descrio da probabilidade associadas com valores possveis de . Para uma varivel aleatria discreta, a distribuio , freqentemente, especificada por apenas uma lista de valores possveis, juntamente com a probabilidade de cada um. Em alguns casos, conveniente expressar a probabilidade em termos de formulas.

    Uma varivel aleatria uma funo que confere um numero real a cada resultado no

    espao amostral de um experimento aleatrio, dependendo da natureza do experimento a

  • 32

    varivel aleatria pode ser: varivel aleatria discreta aquela que admite uma quantidade

    enumervel de valores (processos de contagem), j a varivel aleatria continua aquela que

    admite qualquer valor em um determinado intervalo (processos de medio).

    A modelagem de confiabilidade e mantenabilidade atravs de tcnicas paramtricas

    podem ser realizadas utilizando-se modelos de distribuio de varivel discreta ou contnua.

    Dentre as distribuies discretas, podemos encontrar a distribuio geomtrica binomial e

    Poisson, j as continuas tem-se a Normal, Exponencial, Lognormal e Weibull.

    2.2.5.1 Distribuio Continua de Weibull

    A distribuio de Weibull foi proposta por WEIBULL (1954) em estudos relacionados

    ao tempo de falha devido fadiga de metais (Freitas; Colosimo, 1997). amplamente

    utilizada para descrever o tempo de falha para produtos industrializados, pois um tipo de

    distribuio com uma grande variabilidade de formas e pode assumir diferentes formatos e

    aproximar-se de outras distribuies, cuja funo de densidade de probabilidade representada

    pela funo:

    0,0

    0

    xetttftt

    (8)

    Onde:

    Vida Caracterstica ou Parmetro de Escala

    Parmetro de Forma

    0t Vida Mnima ou Parmetro de Locao

    t Perodo de Vida Transcorrido

    A funo confiabilidade Weibull e taxa de falha so dadas por:

    0tt

    etR (9)

  • 33

    1

    0

    ttt (10)

    Sua representao grfica apresentada pela figura 2.4.

    Fonte: MOUBRAY, 1999

    Figura 2.4 Funo de Densidade de Probabilidade de Weibull

    Para Lafraia (2001, p. 38) o parmetro de forma tem relao com as fases da curva

    da banheira, de acordo com a figura abaixo.

    Fonte: LAFRAIA, 2001

    Figura 2.5 relao de Beta e as fases da curva da banheira

    A tabela 2.1 descreve o comportamento da funo de taxa de falhas com o valor de

  • 34

    Tabela 2.1 Comportamento da Funo de Taxa de Falha

    2.2.6 Anlise Estatstica de Falha

    A anlise esttica de falha tem como objetivo de determinar a taxa de falhas e o tempo

    mdio entre falhas de equipamento e produto, a aplicao desse procedimento depende

    fortemente da fonte de dados, obtidos por coletas de dados em campo ou atravs de ensaios

    (LAFRAIA 2001).

    Os dados podem ser dados completos e dados censurados:

    b) Dados Censurados

    Os dados so ditos censurados quando seus valores (Tempo ou numero de falha)

    superam certos valores pr-estabelecidos ou por algum motivo so arbitrariamente excludos

    da anlise. Os tipos de anlises so:

    Censurado do Tipo I: a anlise processada em perodo de tempo pr-

    estabelecido. O tempo que cada item fica sob observao em fixo, enquanto que o

    numero de unidades que falham (observaes no censurados) aleatrio. O ensaio

    pode ser com reposio dos componentes que falham ou sem reposio.

    Censurado do Tipo II: a anlise termina aps ter ocorrido um determinado numero

    de falha pr-estabelecido, o tempo da anlise de falha aleatrio, o ensaio pode ser

    com o sem reposio.

    Censurado do Tipo Aleatrio: o item em anlise retirar no decorrer da anlise

    sem ter atingido o modulo de falha estudado.

  • 35

    Os tipos de dados so classificados em:

    Completos: para anlise de confiabilidade dados completos quando os tempos de

    falha forem conhecidos de cada componente ou equipamento.

    Fonte: Reliasof (2001, p.156)

    Figura 2.6 Representao de dados completos

    Censura Direita Suspenso: esse tipo de dados caracterizado por quando um

    determinado teste chega ao fim e alguns itens ainda no falharam. Um erro comum em

    censura de dados direita o descarte de alguns itens que no falharam, porque, eles

    influenciam nos parmetros estatsticos resultante da amostra.

    Fonte: Reliasof (2001, p.161)

    Figura 2.7 Representao de dados censurados Direita

  • 36

    Censura Esquerda: o caso em que a falha antes de u determinado momento

    antes da anlise

    Fonte: Reliasof (2001, p.163)

    Figura 2.8 Representao de dados censurados Esquerda

    Censurado no Intervalo: So dados que contem incerteza em relao exata em

    que o item falho, ou seja, a falha ocorreu em intervalo de tempo conhecido entre

    uma anlise e outra.

    Fonte: Reliasof (2001, p.163)

    Figura 2.9 Representao de dados censurados Intervalar

  • 37

    b) Anlise de Weibull

    A anlise de Weibull uma tcnica muito simples, freqentemente usada para analisar

    dados de campos ou de ensaio. Com a finalidade de avaliar o modo de falha exibido por um

    componente ou equipamento.

    c) Uso do Papel Probabilstico de Weibull

    O grfico de probabilidade um mtodo para determinar se os dados da amostra

    obedecem a uma distribuio hipottica, embasada na observao subjetivo dos dados.

    Grfico de probabilidade usa tipicamente um papel grfico especial, conhecido como papel

    de probabilidade largamente aplicada para distribuio normal, Lognormal, Weibull e

    outras distribuies (MONTGOMERY & RUNGER, 1999).

    Para a distribuio de Weibull o papel probabilstico utilizado para estimar beta ,

    a inclinao da curva, , a vida caracterstica, e 0t .

    d) Mtodo Geral

    O procedimento a seguir se aplica a forma biparamtrica da equao de Weibull, ou seja, para

    00 t .

    Ordenar os tempos de falha em ordem crescente da falha;

    Estimar )(tF , o percentual acumulado de falha, atravs da equao de

    Aproximao de Bernard:

    4,0

    )3,0(100)(

    n

    itF (11)

    Lafraia (2011, pag.51) define a equao acima como:

    A expresso para )(tF conhecida como numero de ordem mdio, est uma expresso, entre muitas, que pode ser usada para dar melhor aproximao, quando se usa numero limitado de dados. Neste caso, a apresentao da probabilidade de falha proporcional insatisfatria.

  • 38

    Inserir os valores estimados de )(tF eixo Y e o tempo at a falha eixo X no

    papel probabilstico de Weibull;

    Plotados os pontos traar a melhor reta equidistante aos pontos plotados;

    Traar uma perpendicular reta ajustada atravs do ponto de estimao, para ler o

    valor de , onde esta perpendicular corta a escala de ;

    Obter o valor de lendo-se atravs da abscissa no qual a reta ajustada encontra

    com o valor no tempo requerido no eixo das ordenadas;

    A figura a seguir representa o papel probabilstico de Weibull;

    Fonte: www.weibull.com

    Figura 2.10 Papel probabilstico de Weibull

  • 39

    e) Tratamento para Sobrevivente

    Sobrevivente, por definio, so itens que no falharam antes do trmino do teste,

    entretanto, o numero de itens testados n deve conter os sobreviventes (dados censurados),

    porm, os sobreviventes no sero inclusos no calculo.

    f) Tratamento para Dados Censurados

    O procedimento a seguir, subsidia o tratamento de dados censurados.

    Ordenar os n tempos at a falha ou censura em ordem ascendente de vida

    Calcular o incremento da ordem, atravs da expresso:

    precedenteensnn

    anteriorIncnInc_int_1

    _1

    (12)

    Calcular a ordem revista somando-se o incremento de ordem a cada falha

    Calcular o numero de ordem para in

    Calcular tF revisto atravs de interpolao dos valores

  • 40

    CAPTULO 3 METODOLOGIA

    3.1 Tipos de Pesquisa

    Com relao natureza da pesquisa Silva E. L. e Menezes (2000) apud Silva (2004, p.

    34) destacam duas classificaes: pesquisa bsica e pesquisa aplicada. A pesquisa bsica

    objetiva gerar conhecimentos novos teis para o avano da cincia sem aplicao prtica

    prevista. Envolve verdade e interesses universais, entretanto a pesquisa aplicada objetiva gerar

    conhecimento para aplicao prtico dirigido soluo de problema especfico. Envolve

    verdade e interesses locais.

    A pesquisa tambm pode ser classificada conforme seus objetivos de acordo com

    (GIL, 2002, p.42-57 apud SILVA, 2004, p.36) em exploratria, descritiva e explicativa, segue

    definio:

    Pesquisas descritivas: Objetiva identificar as caractersticas de uma dada

    populao ou fenmeno a ser estudada; tambm estabelecendo relaes entre as

    variveis que o compem requerendo o uso de tcnicas padronizadas para coletar os

    dados tais como: questionrio e observao direta (BOAVENTURA, 2004, p. 57;

    SILVA, E. L. e MENEZES, 2000, p. 21; apud SILVA, 2004, p. 36).

    Pesquisa explicativa: objetiva tornar algo facilmente compreendido e justificar os

    motivos, portanto, desvendo quais fatores que contribuem para a ocorrncia de

    determinado fenmeno (MORESI, 2003).

    Pesquisa Exploratria: realizada em rea na qual h pouco conhecimento

    acumulado e sistematizado, proporcionando maior familiaridade com o problema, com

    o objetivo a torn-lo mais explicito ou construir (MORESI, 2003).

    Com relao ao modo de abordagem de um problema de pesquisa existem duas formas

    consideradas bsicas, a saber: a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa (SILVA, E. L. e

    MENEZES, 2000, p. 20; apud SILVA, 2004, p. 34).

    Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificado, ou seja, traduzir

    em nmeros opinies e informaes para classific-las e analis-las. Sendo necessrio

  • 41

    o uso de tcnicas estatsticas (percentagem, mdia, moda, mediana, desvio-padro,

    coeficiente de correlao, anlise de regresso, etc.) (MORESI, 2003).

    Pesquisa Qualitativa: A interpretao das coisas e dos fenmenos no pode ser

    captada ou expressada plenamente por mtodos estatsticos ou matemticos (SILVA E.

    L. e MENEZES, 2000, p. 20; apud SILVA, 2004, p.35).

    Quanto aos meios de investigao destacam dois procedimentos tcnicos de pesquisa,

    a saber:

    Pesquisa Bibliogrfica: forma de pesquisa sistematizada baseado em materiais

    publicados em livros, artigos, revista, ou seja, materiais acessveis ao publico em geral

    (MORESI, 2003), sendo a aplicao no levantamento e anlise do estado da arte de

    determinada rea de conhecimento (MARTINS, 1994, p. 5-6; SILVA E.L e

    MENEZES, 2000, p. 21-22; apud SILVA, 2004, p. 38).

    Estudo e caso: Estudo detalhado para avaliar de maneira exaustiva apenas um ou

    poucos objetos (MARTINS, 1994, p. 5-6; SILVA E.L e MENEZES, 2000, p. 21-22;

    apud SILVA, 2004, p. 38).

    Analisando os pargrafos anteriores, pode-se dizer que o presente trabalho enquadra-se

    na pesquisa aplicada, descritiva, explicativa e quantitativa visto que, o objetivo do trabalho a

    aplicao das tcnicas de confiabilidade, levantamentos de dados, a fim de estabelecer as

    relaes entre as variveis do sistema e aplicaes de tcnicas de esttica que est

    intrinsecamente ligado confiabilidade, com procedimentos tcnicos estruturado em revises

    bibliogrfico e estudo de caso, tendo como objeto de estudo britadores e peneiras no

    processo de beneficiamento secundrio da usina de Capito do Mato.

    3.2 Materiais e Mtodos

    As informaes sobre as falhas dos equipamentos da usinas de Capito do Mato sero

    obtidas por meio do GPROD (Gesto de Produo) e Relatrio de Operao da Usina, sendo

    o primeiro o sistema oficial de apontamento de falhas da Vale. A utilizao do Relatrio de

    Operao da Usina tem como finalidade a verificao da confiabilidade do apontamento de

    falhas no sistema oficial.

    O mtodo utilizado para anlise de confiabilidade ser a distribuio de Weibull e a

    aplicao do papel probabilstico de Weibull, porque, a tcnica mais adequada para

  • 42

    determinar as fases de falha de um componente ou sistema, a seguir Montgomery e Runger

    (1999, p. 95) afirma:

    [...] a distribuio de Weibull , freqentemente, usada para modelar o tempo at uma falha de muitos sistemas fsicos diferentes. Os parmetros na distribuio fornecem uma grande flexibilidade para modelar sistemas em que o numero de falhas aumenta com o tempo (desgaste do mancal), diminui com tempo (alguns semicondutores) ou permanece constante com o tempo (falhas causadas pelo choque externo ao sistema).

    A aplicao da anlise de Weibull proporciona a determinao das fases de falhas

    prematura, casuais ou aleatrias e desgaste dos equipamentos ou sistema, sendo de grande

    importncia para definir qual a melhor poltica de manuteno e para anlise de confiabilidade

    e vida (LAFRIA, 2001).

    3.3 Instrumentos de Coletas de Dados

    A coleta de dados a fase destinada busca de informaes a respeito do tema

    estudado. No presente trabalho foi utilizado como instrumentos de coleta de dados o Registro

    Institucional, ou seja, anlise documental dos apontamentos de falha no sistema de

    Gerenciamento de Produo (GPROD, sistema oficial da Vale) e Relatrio de Operao da

    Usina em um intervalo de tempo de 01-01-2012 a 31-12-2012.

    3.4 Tabulaes de Dados

    As informaes obtidas com o uso do Registro Institucional foram tabuladas no

    programa Microsoft Excel, permitindo assim uma melhor visualizao dos dados coletados.

    Para a anlise dos dados foi utilizada a tcnica de Weibull, presente na fundamentao

    terica. E para o armazenamento dessa anlise utilizou-se o Microsoft Excel.

    3.5 Consideraes Finais

    Neste captulo foram apresentadas as ferramentas utilizadas para a concretizao desta

    pesquisa, cujos instrumentos escolhidos, esto de acordo com o objeto proposto na mesma.

  • 43

    No prximo captulo ser abordado o estudo de caso fazendo a apresentao da usina,

    dos equipamentos (objeto de estudo), a aplicao prtica proposto na metodologia e os

    resultados obtidos.

  • 44

    CAPTULO 4: RESULTADOS E DISCUSSO

    A pesquisa foi realizada na empresa VALE uma abordagem da usina dos

    equipamentos objeto de estudo e em seguida o estudo de caso realizado na mesma assim

    como os resultados obtidos na investigao realizada ser descritos a seguir.

    A Diretoria de minrio de ferro dividida geograficamente, em trs sistemas de

    produo distintos: Sistema Norte, Sistema Sul e Sistema Sudeste.

    A seguir ser apresentado o sistema leste onde ocorreu o estudo de caso.

    4.1 Complexo Vargem Grande

    O Complexo Vargem Grande possui trs minas de onde extrado o minrio de ferro.

    So elas Abboras, Capito do Mato e Tamandu.

    O minrio proveniente das minas de Capito do Mato e Tamandu beneficiado na

    usina de Vargem Grande, esse minrio britado e classificado nas instalaes de britagem

    primria ITMB1 (instalao de tratamento de Minrio) e ITMB2, logo depois de transportado

    por meio transportador de longa distancia at Vargem Grande.

    A seguir ser detalhado o processo de beneficiamento de Capito do Mato, j que os

    equipamentos, objeto principal deste estudo de caso onde esto instalados.

    4.2 Processo de Beneficiamento de Capito do Mato

    A Usina de Beneficiamento de Capito do Mato composta pelas instalaes de

    tratamento de minrio ITM-B1, ITM-B2 e ITM-B3. A ITM-B1 recebe material da mina

    Capito do Mato. Os caminhes Off-roads descarregam na moega SL-01. Um alimentador de

    sapatas 210-AL-01 extrai o material desta moega e o envia grelha vibratria C201GR01, o

    minrio retido e pr-classifica e descarregado em um britador de mandbula C210BR01. O

    material classificado na grelha vibratria e britado no britador transportado pelos

    transportadores de correia C210-TC-01 e C210-TC-02 para as peneiras vibratrias inclinadas

    C210-PE-01 e C210-PE-02. O minrio passante segue para o transportador C210-TC-10 e em

    seqncia para a empilhadeira C210-EM-02 que por sua vez far a pilha de pr-produto. O

    produto no passante ser enviado ao transportador C210-TC-03 que o repassa ao C210-TC-

  • 45

    04 e este descarrega nos silos C210-SL-02 e C210-SL-03. O alimentador de correia C210-

    AL-02 extrai material do silo 210-SL-02 e alimenta o britador cnico C210-BR-03, j o

    alimentador de correia C210-AL-03 extrai material do silo C210-SL-03 e alimenta o britador

    cnico 210-BR-04. Ambos os britadores realimentam o transportador de correia 210-TC-02

    fechando assim um circuito de rebritagem.

    Abaixo demonstrado o fluxograma esquemtico da ITM-B1.

    Figura 4.1 Fluxograma da ITM

    A ITM-B2 uma instalao semelhante ITM-B1, porm o material que a alimenta

    proveniente da mina Tamandu. J a ITM-B3 difere da ITMB1 por possuir apenas uma linha

    de peneiramento e britagem.

    Como a ITM-B2 e ITM-B3 no sero objetos de estudo, no entraremos em maiores

    detalhes a respeito de seus fluxogramas.

    SL01

    SL-02 SL-03

    AL02 AL-03

    210-EM02

    210-BR-01

    210-TC-01

    210-AL-01

    210-BR-03 210-BR-04

    210-PE-01 e 210-PE-02

    210-TC-02210-TC-03

    210-TC-04

    Pr-produtoITM-B1

    ROM CMT

    210-TC-10

    210-GR-01

  • 46

    Prosseguindo com trabalho ser abordado de forma detalhado os equipamentos

    britadores cnico e peneiras vibratria.

    4.3 Britadores Cnicos

    Em um circuito de britagem de rocha, a segunda etapa normalmente comea a ter

    importncia no controle do tamanho e formato do produto. Por isso, o britador de mandbula

    na maioria dos casos, no se classifica como um britador secundrio. Em vez disso, o britador

    cnico usado com mais freqncia.

    Alm disso, nos circuitos de pulverizao (britagem e moagem) de minrio e minerais,

    o britador cnico freqentemente usado como a etapa secundria.

    O objetivo da britagem intermediria produzir vrias granulomtricas grossas-

    agregadas para base, por exemplo ou preparar o material para a rebritagem final. Na maioria

    dos casos, no h exigncia de qualidade, embora, naturalmente o produto tem de ser

    adequado para rebritagem fina, por tanto, obter a maior reduo possvel com o mais baixo

    custo possvel.

    O processo de funcionamento de britagem nos britadores cnicos se d pela

    compresso do material entre o revestimento da cabea e o revestimento interno da carcaa

    principal. Esse processo de compresso proporcionado pelo movimento giratrio e

    excntrico do eixo principal.

    Para a melhora compreenso do equipamento, a figura a seguir ilustra os componentes

    principais e suas funes:

  • 47

    Fonte: Manual de Britagem - Metso (2001, p.90)

    Figura 4.2 Componentes do Britador Cnico HP400

    Tremonha de alimentao direcionar o material para a cmara de britagem do

    britador.

    Esfrico da cabea - suportar a cabea ao eixo principal e permitir o movimento

    elptico da cabea mvel.

    Parafuso de trava fixar a placa de alimentao

    Placa de alimentao distribuir de forma homognea o minrio na cmara de

    britagem.

    Anel de corte unir parafuso de trava com manta da cabea mvel

  • 48

    Cilindro de trava manter o bojo na posio ajustada para granulomtrica

    especificada do processo

    Motor de ajuste hidrulico Ajustar o britador para a granulomtrica especificada

    do processo.

    Revestimento do bojo - pea de desgaste, proteger o bojo durante processo de

    britagem.

    Manta pea de desgaste, proteger a cabea durante processo de britagem.

    Cabea britar o minrio

    Conjunto de alivio prender firmemente o anel de ajuste carcaa principal contra

    foras anormais de britagem, foras essas em excesso criadas por operao

    inadequadas ou passagem de material no britavel (metal pesado).

    Proteo do contrapeso proteger contrapeso ao desgaste por material

    Mancal de apoio do excntrico suportar o conjunto do excntrico e reduzir o

    desgaste por frico do conjunto do excntrico.

    Eixo principal Suportar o conjunto da cabea mvel e o movimento giratrio do

    eixo excntrico

    Contra- eixo transmitir torque para o sistema do excntrico

    Coroa e pinho produzir o movimento anular do excntrico

    Excntrico promover o movimento excntrico da cabea, ocasionando a

    triturao do minrio.

    Soquete suportar o conjunto da cabea e transmitir a fora de britagem carcaa

    principal.

    Revestimento do soquete pea de desgaste, evitar a frico entre o soquete e o

    esfrico, alm de permitir o movimento do esfrico.

    Anel de ajuste justar o bojo para a granulomtrica especificada

    Bojo regio de britagem do material.

    Motor de ajuste Girar anel de ajuste

  • 49

    4.4 Peneiras Vibratrias

    Tanto os britadores como os moinhos de triturao no so muito preciso na

    granulomtrica especificada do produto. Essa impreciso encontra-se em parte na variao da

    composio de cristais dos materiais (duro, mole, abrasivo e no abrasivos) e em parte na

    configurao e no desempenho do equipamento. Para partes mais grossas acima de 1 a 2 mm

    do sistema utiliza-se peneiras, que tem como finalidade o controle do tamanho das partculas.

    O conceito geral do peneiramento que o material se fluidifica pela ao da vibrao.

    Na superfcie de peneiramento, o material est sujeito a dois fenmenos:

    Estratificao o movimento vibratrio do deck proporcionado a passagem do

    fino pela superfcie do peneiramento e influenciada pela a umidade do material,

    amplitude versos freqncia, tipo de movimento do equipamento, direo do

    movimento, inclinao do equipamento, altura da camada do material, formato da

    partcula e grau de aderncia do material.

    Probabilidade processo de passagem do material atravs da tela

    O desempenho da peneira consiste de trs parmetros principais:

    Movimento circular, elptico, lanamento reto e em linha reta

    Posio da peneira Inclinada e Horizontal

    Meio de peneiramento tela de borracha ou metlica (material seco), tela de

    poliuretano (material mido).

    Baseado no movimento e posio das peneiras existe uma variedade de peneiras, as

    mais aplicadas na minerao so: inclinada simples de movimento circular, horizontal de

    movimento linear, inclina de movimento elptico e inclinao mltipla de movimento linear

    (banana).

    A seguir sero apresentados os componentes das peneiras de inclinao simples de

    movimento elptico, porque so os modelos do objeto de estudo.

  • 50

    Fonte: Manual Peneira - Haver (2012, p.1)

    Figura 4.3 Peneira de inclinao Simples

    Caixa de recebimento Receber o minrio.

    Revestimento da caixa de recebimento pea de desgaste, proteger a caixa de

    recebimento.

    Mdulos ou telas de aos - classificar o minrio de acordo com a granulomtrica

    desejada.

    Longarinas - suportar os mdulos o telas de aos.

    Vigas - estruturar a peneira

    Chapa lateral Estrutura peneira

    Bica de descarga direcionar material na sada da peneira

    Rolamentos - permitir o movimento angular da peneira.

  • 51

    Os pargrafos anteriores apresentaram os principais componentes das peneiras e

    britadores, dando continuidade no trabalho sero apresentados os clculos de confiabilidade

    dos componentes desses equipamentos.

    4.5 Clculos de Confiabilidade

    O estudo de confiabilidade nos britadores cnicos C210BR03, C210BR04 e das

    peneiras vibratrias C210PE01 e C210PE02 priorizou-se os dois primeiros componentes

    desses equipamentos com maiores numero de falhas durante o perodo de observao.

    A coleta de dados para o trabalho foi realizada atravs de pesquisas no banco de dados

    do Sistema Informatizado da Manuteno (Maximo), informaes obtidas no Sistema

    Gerenciamento de Produo (GPROD, sistema oficial da Vale) e Relatrio de Operao da

    Usina e posteriormente tabulado em uma planilha do Excel (anexo I, II, III e IV).

    As figuras abaixo demonstram os componentes dos britadores e peneiras com maiores

    nmeros de falhas durante perodo de observao.

    Figura 4.4: Componentes que mais Falharam no 210BR03

  • 52

    Figura 4.5: Componentes que mais Falharam no 210BR04

    Figura 4.6: Componentes que mais Falharam na 210PE01

  • 53

    Figura 4.7: Componentes que mais Falharam na 210PE02

    Conclui-se, conforme visto nas figuras anteriores, os componente dos britadores e

    peneiras com maiores nmeros de falha so respectivamente:

    - Britador C210BR03 sistema hidrulico e sistema de lubrificao;

    - Britador C210BR04 correia de transmisso, manta e revestimento do bojo (a

    quantidade de falhas dos dois igual, porque a freqncia de troca dos revestimentos a

    mesma);

    - C210PE01 - Transmisso de correia e mdulos ou telas;

    - C210PE02 Mancal interno e mdulo ou telas.

    Para o calculo da confiabilidade desses componentes, foi utilizado o software Weibull

    ++ 8 e tabelas dos dados de falhas (anexo I, II, III e VI) dos componentes dos equipamentos

    em estudo.

    A seguir um trecho da tabela (Tempo de Falhas do Britador 210BR03) ilustrado para

    uma melhor compreenso de cada coluna e de como esses dados foram ordenados.

  • 58

    Tabela 4.1 Tabela ilustrativa de Dados de Falhas dos Componentes dos Equipamentos

    Equipamento 210BR03

    Componente Nome do Componente Componente que Falharam e Componentes com tempo

    suspenso

    Data da Partida Hora da Partida Data da Parada Hora da Parada Tempo P-P (Horas) Causa

    1 Chute Alimentao 2 01/02/2013 00:00 07/02/2012 02:08 170,13 Falha 2 Sistema Hidrulico 2 07/02/2012 02:21 08/02/2012 19:00 40,87 Falha 3 Sistema Lubrificao 24 09/02/2012 08:19 09/02/2012 23:45 15,43 Falha 4 Motor acionamento 24 10/02/2012 19:00 22/03/2012 06:00 971 Falha 5 Polia- acionamento 22/03/2102 18:38 29/03/2012 07:00 156,37 Preventiva 6 Correia de Transmisso- acionamento 29/03/2012 13:00 04/04/2012 09:27 140,45 Preventiva 7 Base Motor- acionamento 04/04/2012 13:00 19/04/2012 02:00 349 Preventiva 8 Impulsor de oleo-contra eixo 1 20/04/2012 23:15 23/04/2012 18:03 66,75 Falha 9 Proteo da carcaa-contra eixo 23/04/2012 18:25 03/05/2012 06:10 227,75 Preventiva

    10 Pinho - contra eixo 2 03/05/2012 20:12 20/05/2012 07:46 395,57 Falha 11 Bucha da carcaa -contra eixo 20/05/2012 10:28 21/05/2012 12:00 25,53 Preventiva 12 Carcaa- contra-eixo 24 21/05/2012 16:32 23/05/2012 07:00 38,47 Falha 13 Revestimento do contrapeso excntrico 2 23/05/2012 19:00 28/05/2012 17:58 70,97 Falha 14 Contrapeso excntrico 28/05/2012 18:29 30/05/2012 07:37 37,14 Preventiva 15 Coroa-excentrico 2 30/05/2012 19:48 30/05/2012 21:30 1,7 Falha 16 Bucha do excentrico-excentrico 31/05/2012 01:00 08/06/2012 07:14 222,23 Preventiva 17 Mancal apoio superior-excentrico 08/06/2012 16:00 15/06/2012 07:00 159 Preventiva 18 Revestimento- Soquete 24 15/06/2012 22:05 19/06/2012 09:23 83 Falha 19 Soquete 20/06/2012 04:00 20/06/2012 07:00 3 Preventiva 20 Bucha inferiro-cabea mvel 3 20/06/2012 18:45 21/06/2012 01:00 6,25 Falha 21 Bucha superior - cabea mvel 21/06/2012 04:00 27/06/2012 06:34 146,57 Preventiva 22 Esfrico - cabea mvel 3 27/06/2012 18:45 03/07/2012 19:00 144,25 Falha 23 Anel de corte-cabea mvel 03/07/2012 20:00 04/07/2012 06:32 10,6 Preventiva 24 Manta 3 04/07/2012 18:11 09/07/2012 21:26 122,75 Falha 25 Parafuso de trava - cabea mvel 09/07/2012 22:08 13/07/2012 06:38 80,5 Preventiva 26 Placa de alimentao -cabea mvel 3 13/07/2012 13:14 15/07/2012 01:00 37,77 Falha 27 Proteo do brao -carcaa principal 15/07/2012 01:50 18/07/2012 06:41 76,85 Preventiva

  • 59

    A coluna 1 so os componentes que fazem parte do equipamento e para todos os

    componentes foi atribudo um numero para facilitar a identificao do componente que falhou

    em um determinado instante, a coluna 2 o nome do componente conforme figuras 4.2 e 4.3,

    a coluna 3 identifica o componente responsvel pela falha do equipamento durante operao

    normal, a coluna 4 trata-se da data de inicio de observao e tambm da data de partida do

    equipamento aps a falha de algum componente, a coluna 5 refere-se a hora de inicio da

    anlise e tambm a hora que o equipamento voltou a operar aps a falha de algum

    componente, a coluna 6 e 7 representam a data e a hora que o equipamento falhou, ou seja,

    parou, a coluna 8 demonstra o tempo que o equipamento operou at falhar, j a coluna 9

    identifica qual a causa da parada (falha em algum componente ou parada do equipamento para

    preventiva).

    Os clculos de confiabilidades dos componentes eleitos foram realizados para um

    tempo de misso de 360 horas, porque, as manutenes preventivas nessa usina so realizadas

    de 15 em 15 dias de acordo com o plano de produo, ou seja, os equipamentos tm de operar

    360 horas (24 horas de operao).

    4.5.1 Calculo de Confiabilidade dos Componentes Eleitos do Britador 210BR03

    Para o calculo de confiabilidade dos componentes eleitos do britador 210BR03 a

    tabela abaixo demonstra a disposio dos dados para serem imputados no software.

    Tabela 4.2 Dados para Calculo de Confiabilidade da Unidade de Lubrificao 210BR03

    Dados de Entrada para Calculo Falha Suspenso Componente

    Dados de Entrada para Calculo Falha Suspenso Componente

    170,13 S 2 12 S 2 40,87 S 2 26,65 S 2 15,43 S 24 30,58 S 2 971 S 24 11 F 3

    156,37 S Preventiva 30,75 S 140,45 S Preventiva 23,88 F 3

    349 S Preventiva 72,21 F 3 66,75 S 1 36,75 F 3 227,75 S Preventiva 10,7 S Preventiva 395,57 S 2 15,72 F 3 25,53 S Preventiva 28 F 3 38,47 S 24 24 S Preventiva 70,97 S 2 388 S Preventiva 37,14 S Preventiva 4357,3 S 5

    1,7 S 2 4357,3 S 6 222,23 S Preventiva 4357,3 S 7

    159 S Preventiva 4357,3 S 8

  • 60

    83 S 24 4357,3 S 9 3 S Preventiva 4357,3 S 10

    6,25 F 3 4357,3 S 11 146,57 S Preventiva 4357,3 S 12 144,25 F 3 4357,3 S 13

    10,6 S Preventiva 4357,3 S 14 122,75 F 3 4357,3 S 15

    80,5 S Preventiva 4357,3 S 16 37,77 F 3 4357,3 S 17 76,85 S Preventiva 4357,3 S 18

    18 F 3 4357,3 S 19 132 S Preventiva 4357,3 S 20

    232,3 S 4 4357,3 S 21 36,83 S Preventiva 4357,3 S 22 36,25 S 24 4357,3 S 23 135 S Preventiva 4357,3 S 25 201 S Preventiva 4357,3 S 26 325 S Preventiva 4357,3 S 27 192 S 2 4357,3 S 28 6,53 S 2 4357,3 S 29

    20,35 S 2 4357,3 S 30 59 F 3 4357,3 S 31

    132 S 24 4357,3 S 32 68 S 2 4357,3 S 33 23 F 3 4357,3 S 34

    Como os dados para o calculo de confiabilidade envolve censura direita, necessria

    a suspenso de alguns dados, ou seja, tempo de operao at a falha de alguns componentes,

    tempo de operao dos componentes que no falharam durante perodo de observao e os

    tempos de preventivas do equipamento.

    4.5.1.1 Calculo de Confiabilidade da Unidade de Lubrificao do Britador 210BR03

    De acordo com a tabela acima, a coluna 1 demonstra os tempos sucessivos de

    operao dos componentes do britador at a falha, o tempo de operao de certos

    componentes que no falharam durante perodo de observao e tempo de preventiva do

    equipamento, a coluna 2 (Falha) representa a letra a ser imputada na coluna Condio do

    software, como de interesse o calculo da confiabilidade apenas do componente unidade de

    lubrificao (3) essa coluna recebe a letra F (de falha), a coluna 3 representa tambm a letra a

    ser imputada na coluna condio do software, como j foi dito, que de interesse somente a

    confiabilidade apenas da unidade de lubrificao os demais componentes tero seus tempos

    de operao at falhar e o tempo de operao dos componentes que no falharam durante

    observao suspenso, por isso essa coluna recebe a letra S (Suspenso), j a coluna 4

  • 61

    identifica o componente associado ao respectivo tempo de operao at falhar e tambm as

    preventivas durante perodo de observao.

    A figura a seguir ilustra a funo de densidade de probabilidade de falha, ela foi obtida

    por meio da insero de dados de tempo entre falhas (dados da tabela 4.2) no software

    Weibull++8, falhas ocorridas no perodo de 01 de Fevereiro de 2012 a 29 de Outubro de 2012

    (maquina foi retirada nesse dia).

    Fonte: Software Weibull ++ 8

    Figura 4.8: Curva da Funo de Densidade de Falha da Unidade de lubrificao 210BR03

    O grfico acima representa a funo de densidade de falha da unidade de lubrificao,

    ele permite avaliar a probabilidade de falha de um item ou componente em qualquer tempo

    futuro.

    Atravs do programa Weibull++8, foi calculado a confiabilidade e a probabilidade de

    falhar dessa unidade para o tempo de misso. A tabela abaixo demonstra os valores de

    confiabilidade encontrados.

  • 62

    Tabela 4.3 Valores de Confiabilidade Unidade de Lubrificao do 210BR03

    Variveis Valores Encontrados Probabilidade de Falha (360 h) 63%

    Confiabilidade (360 h) 37%

    Beta 1,07

    MTBF 355,77 h

    Observar-se que a probabilidade de uma falha ocorrer nessa unidade de lubrificao

    durante operao normal do equipamento para o tempo de misso desejado de 63% e ela

    possui uma confiabilidade de 37%, ou seja, essa unidade apresenta uma baixa confiabilidade

    para o tempo determinado.

    Percebe-se que o valor de maior que um, quando maior que um indica a

    existncia de modos falhas predominantes. Analisando o grfico (fig. 4.8) nota-se que grande

    parte da densidade de falhas concentra-se ao redor de um determinado tempo de vida. Nesse

    caso t=30 horas e justamente esse comportamento que caracteriza as falhas predominantes e

    nesse tempo que ocorre a maior freqncia desse modo de falha.

    A fim de verificar o modo de falha predominante nesse componente que contribui para

    a baixa confiabilidade desse componente, foi elaborada a tabela 4.4 baseando-se nos dados do

    Anexo I.

    Tabela 4.4 Falhas Predominantes na Unidade de Lubrificao do 210BR03

    Modo de Falha Numero de Falha associado ao Modo de Falha

    Baixa presso de leo 11

    Vazamento de leo 2

    Observar-se que o modo de falha predominante na unidade de lubrificao a baixa

    presso de leo. De acordo com observaes feitas em campo, entrevista com operadores e

    mecnicos da rea, indicam que as possveis causas para esse modo de falha seriam:

    - Desgaste da bomba de lubrificao;

    - Contaminao do leo de lubrificao;

    - Tubagens ou filtro de recalque obstrudo;

  • 63

    - Tubos de aspirao ou de recalque obstrudos;

    - Vazamentos nas conexes e tubulaes de recalque do sistema;

    4.5.1.2 Calculo de Confiabilidade da Unidade de Hidrulica do Britador 210BR03

    A seguir demonstrado o grfico da densidade de falha e valores de confiabilidade

    dessa unidade.

    Fonte: Software Weibull ++ 8

    Figura 4.9 Curva da Funo de Densidade de Falha da Unidade Hidrulica 210BR03 Tabela 4.5 Valores de Confiabilidade Unidade Hidrulica do 210BR03

    Variveis Valores Encontrados Probabilidade de Falha (360 h) 26% Confiabilidade (360 h) 74% Beta 0,64 MTBF 3248,11h

  • 64

    Observar-se que a probabilidade de falhar desse componente durante operao para o

    tempo de misso desejado de 26% e uma confiabilidade de 74%, ou seja, essa unidade

    apresenta uma confiabilidade satisfatria.

    Analisando a figura 4.9, observa-se que a freqncia de falhas elevada na vida inicial

    do componente, diminuindo drasticamente com o tempo de vida e a partir de um dado

    momento, aproxima-se de um valor constante. Em outras palavras, como o valor de menor

    que uma parte dos componentes avaliados apresenta falhas prematuras ou defeitos que podem

    estar associados a defeitos originados no projeto, na fabricao do componente ou modos

    operacionais do equipamento.

    A fim de verificar os modos de falhas que ocorre nesse componente, foi elaborada a

    seguinte tabela.

    Tabela 4.6 Falhas Predominantes na Unidade Hidrulica do 210BR03

    Modo de Falha Numero de Falha associado ao Tipo de Falha Baixa presso de leo 4 Defeito eltrico 1 Defeito na Bomba 3 Defeito no Motor Eltrico 2 leo Contaminado 2

    Observa-se que existem vrios modos contribuindo para a falha nesse componente. De

    acordo com observaes feitas em campo, entrevista com operadores e mecnicos da rea,

    indicam que as possveis causas para os modos de falha seriam:

    - Defeitos da bomba Hidrulica;

    - Contaminao do leo hidrulico;

    - Vazamentos nas conexes e tubulaes de recalque do sistema;

    - Rompimento de cabo de eltrico (alimentao do motor da bomba);

    - Defeito nas vlvulas de comando;

  • 65

    4.5.1.3 Anlise Geral dos Componentes do Britador 210BR03

    O parmetro de forma , conforme citado na seco 2.2.5, para valores de > 1

    recomendvel uma poltica de manuteno preventiva ou preditiva, j para valores de < 1

    recomendvel uma poltica de manuteno corretiva.

    Quando se analisa o parmetro de forma dos componentes desse britador, a fim de

    definir a poltica de manuteno, a unidade de Lubrificao possui maior valor de

    probabilidade de falhar do que a unidade Hidrulica, portanto, sugere-se que o intervalo de

    preventiva desse britador (contemplar verificao desse componente e nos demais) deve ser

    baseado nesse componente. Analisando o MTBF e Tempo de Misso da unidade, observa-se

    que a probabilidade de falhar no Tempo de Misso maior que seu MTBF, portanto o

    intervalo de preventiva ser baseado no seu MTBF e assumindo um risco de falha nesse

    componente de 63%.

    4.5.2 Calculo de Confiabilidade dos Componentes Eleitos do Britador 210BR04

    As figuras e as tabelas a seguir foram obtidas atravs dos dados do tempo entre falhas

    ocorridas no perodo de 01 de Fevereiro de 2012 a 31 de Dezembro 2012.

    4.5.2.1 Calculo de Confiabilidade da Manta do Britador 210BR04

    Os valores a serem considerados como falha, sero em relao ao componente 24

    (Manta) do Anexo II e os demais tempos dos outros componentes e preventivas sero

    considerados suspenso. A figura e a tabela a seguir demonstram o comportamento da funo

    da densidade de falha e a confiabilidade desse componente.

  • 66

    Fonte: Software Weibull ++ 8

    Figura 4.10 Curva da Funo de Densidade de Falha da Manta 210BR04

    Tabela 4.7 Valores de Confiabilidade da Manta do 210BR04

    Variveis Valores Encontrados Probabilidade de Falha (360 h) 54% Confiabilidade (360 h) 46% Beta 1,13 MTBF 429,83 h

    Por se tratar de um componente cuja funo proteger a cabea mvel, ou seja, um

    item de desgaste, analisando os valores de confiabilidade e grfico de densidade de falha,

    nota-se que para o tempo de misso determinado existe um risco de 54% de esse componente

    desgastar, antes de atingir o tempo de misso, ou seja, o britador parar devido ao desgaste

    (fim de vida til) desse componente.

  • 67

    4.5.2.1 Calculo de Confiabilidade da Correia de Transmisso do Britador 210BR04

    A seguir demonstrado o grfico da densidade de falha e valores de confiabilidade da

    correia de transmisso.

    Fonte: Software Weibull ++ 8

    Figura 4.11 Curva da Funo de Densidade da Correia de Transmisso 210BR04

    Tabela 4.8 Valores de Confiabilidade Correia de Transmisso do 210BR04

    Variveis Valores Encontrados Probabilidade de Falha (360 h) 45% Confiabilidade (360 h) 55% Beta 0,87 MTBF 699,88h

    Analisando a tabela 4.7, observa-se que a confiabilidade para o tempo de misso

    determinado razovel com 48% de ocorrer uma falha no componente durante operao

    normal do equipamento.

  • 68

    A fim de verificar os modos de falhas que ocorre nesse componente, foi elaborada a

    seguinte tabela.

    Tabela 4.9 Falhas Predominantes na Correia de Transmisso do 210BR04

    Tipo de Falha Numero de Falha associado ao Tipo de Falha Frouxa 9 Rompida 9

    Observa-se que existem dois modos de falha que contribui para a falha do

    componente. De acordo com observaes feitas em campo, entrevista com operadores e

    mecnicos da rea, indicam que as possveis causas para os modos de falha seriam:

    - Deficincia no sistema de tensionamento das correias de transmisso (sistema de

    avano, recuo e alinhamento do motor de acionamento);

    - Falta de procedimento de tensionamento das correias de transmisso;

    - Proteo das correias danificadas permitindo a projeo de material (minrio) nas

    correias de transmisso.

    - Qualidade das correias de transmisso.

    4.5.2.3 Anlise Geral dos Componentes do Britador 210BR04

    Quando se analisa o parmetro de forma , a fim de definir a poltica de manuteno, a

    manta possui maior valor de probabilidade de falhar do que a correias de transmisso,

    portanto, sugere-se que o intervalo de preventiva desse britador (contemplar verificao desse

    componente e nos demais) deve ser baseado nesse componente. Analisando o MTBF e Tempo

    de Misso da manta, observa-se que a probabilidade de falhar no Tempo de Misso menor

    que seu MTBF, portanto o intervalo de preventiva ser baseado no tempo de Misso e

    assumindo um risco de falha nesse componente de 54%.

    4.5.3 Calculo de Confiabilidade dos Componentes Eleitos da Peneira 210PE01

    As figuras a seguir foram obtidas atravs dos dados do tempo entre falhas ocorridas no

    perodo de 04 de Fevereiro de 2012 a 31 de Dezembro 2012.

  • 69

    4.5.3.1 Calculo de Confiabilidade Correia de Transmisso da Peneira 210PE01

    Os valores a serem considerados como falha, sero em relao ao componente 4

    (Correia de Transmisso) do Anexo III e os demais tempos dos outros componentes e

    preventivas sero considerados suspenso.

    Fonte: Software Weibull ++ 8

    Figura 4.12 Curva da Funo de Densidade de Falha da Correia de Transmisso

    210PE01

    Tabela 4.10 Valores de Confiabilidade Correia de Transmisso 210PE01

    Variveis Valores Encontrados Probabilidade de Falha (360 h) 59% Confiabilidade (360 h) 41% Beta 1,13 MTBF 383,51 h

  • 70

    Observar-se que a probabilidade de uma falha ocorrer nessa componente durante

    operao para o tempo de misso desejado de 59% e com uma confiabilidade de 41%, ou

    seja, esse componente no apresenta uma boa confiabilidade para o tempo determinado.

    Analisando o grfico percebe que grande parte da densidade de falhas concentra-se ao

    redor de um determinado tempo de vida. Nesse caso t=60 horas, isso significa que nesse

    tempo haver uma maior freqncia do aparecimento dos modos de falha. A fim de verificar o

    modo de falha predominante nesse componente que afetam sua confiabilidade para o tempo

    de misso, foi elaborada a tabela abaixo.

    Tabela 4.11 Falhas Predominantes na Correia de Transmisso da 210PE01

    Correia de Transmisso Modo de Falha Numero de Falha associado ao Tipo de Falha

    Frouxa 9 Rompida 10

    Observa-se que h dois modos de falhas predominantes nesse componente, de acordo

    com observaes feitas em campo, entrevista com operadores e mecnicos da rea, indicam

    que as possveis causas para os modos de falha seriam:

    - Deficincia no sistema de tensionamento das correias de transmisso (sistema de

    avano, recuo e alinhamento do motor de acionamento);

    - Falta de procedimento de tensionamento das correias de transmisso;

    - Qualidade das correias de transmisso.

    4.5.3.2 Calculo de Confiabilidade dos Mdulos ou Telas da Peneira 210PE01

    Os valores a serem considerados como falha, sero em relao ao componente 14

    (Mdulo) do Anexo III e os demais tempos dos outros componentes e preventivas sero

    considerados suspenso.

  • 71

    Fonte: Software Weibull ++ 8

    Figura 4.13 Curva da Funo de Densidade de Falha dos Mdulos ou Telas da 210PE01

    Tabela 4.12 Valores de Confiabilidade Mdulos ou Te