Mudanças dos valores morais

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8 23 /08/2015 O comentarista das lições deste trimestre é o pastor César Moisés Carvalho Pedagogo, chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD e professor universitário.

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823/08/2015 O comentarista das lições deste trimestre é o pastor César

Moisés CarvalhoPedagogo, chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD e professor universitário.

Texto do dia

Síntese

A justiça ensinada por Jesus retribui o pecado, restaura o homem caído e cuida do necessitadosíntese

As leis que visam regulamentar a prostituição como atividade profissional e tornar a “união civil entre pessoas do mesmo sexo” reconhecida pelo Estado não pretendem outra coisa senão uma mudança na concepção dos valores morais.

O proselitismo homossexual, inclusive com o patrocínio do Estado, já é uma realidade. O que será das novas gerações? Quais valores morais orientarão a vida das futuras famílias? A lição de hoje tem como objetivo discutir o papel da igreja em relação a esse contexto.

A mentalidade moderna acostumou-se à ideia de que um mundo melhor só será possível quando não mais houver nenhum valor moral, nenhuma regra e quando cada um puder andar conforme os seus caprichos. Já houve um tempo assim na história de Israel e, podemos seguramente dizer, não deu certo (Jz 21.25). Nessa época houve a necessidade de o Senhor levantar os juízes para orientar o povo (Jz 2.10-23).

Ainda no Éden, em meio a um mundo perfeito, o Criador orientou o casal progenitor, oferecendo-lhe uma constituição que é básica para qualquer sociedade até os dias atuais:a) Deveres: “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”.b) Direitos: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,”c) Restrições/Proibições: “mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás;”d) Punições: “porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.Adão e Eva não foram deixados à mercê da sorte ou de suas vontades próprias, mas receberam, da parte do Senhor, as necessárias normas para o seu viver e agir (Gn 2.15-17).

Ao primeiro assassino da história humana, disse o Senhor: “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta, o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7b — ARA). Séculos depois, o apóstolo Paulo falou de uma luta interior constante que existia em seu ser, de forma que mesmo querendo fazer o bem, não conseguia fazê-lo. Trata-se do poder do pecado, inerente à natureza humana (Rm 7.7-24).Inclinados naturalmente ao mal, todas as nossas tentativas de livrarmo-nos, por nós mesmos e com mecanismos e exercícios puramente humanos, da maldição do pecado, é como tentar fugir da própria sombra. Precisamos do auxílio do Espírito Santo de Deus que nos ajuda e acompanha-nos em nossas fraquezas (Rm 8.26; 2Co 12.9). Na realidade, as práticas religiosas que têm como objetivo “proteger” as pessoas do pecado, redundam em fracasso e, invariavelmente, transformam muitos em orgulhosos que vivem a contar vantagem, pois acreditam ser eles mesmos a causa de seu próprio processo de santificação.

Sendo o homem perfeito, como se explica o fato de Deus ter concedido um breve código legislativo a ele, mesmo antes da Queda?

Ponto Importante

Inclinados ao mal, precisamos da graça de Deus que, através do sacrifício de Jesus Cristo e da companhia do Espírito Santo, nos capacita a viver em santidade.

Totalmente à revelia da própria Carta Magna, a constituição federal (que fala acerca docasamento ser entre um homem e uma mulher), ativistas políticos e judiciais propõemuma flexibilização no texto constitucional, conferindo status de família à união civilentre pessoas do mesmo sexo.Para a aceitação popular da ideia, os programas, seriados e folhetins televisivos, sob opatrocínio do próprio Estado, fazem uma ampla divulgação, transformando-se em umverdadeiro proselitismo homossexual. Tal perversão é condenada na Bíblia do Antigo aoNovo Testamento (Gn 18.17-19.29; Lv 18.22; 1Co 6.10).A aprovação do casamento homossexual visa institucionalizar o pecado, como se alegalidade pudesse fazer dessa atitude algo admirável. Nesse caso, a Palavra de Deus nãoapenas reprova quem pratica tais atos, mas inclui nessa mesma reprovação, os que osaprovam (Rm 1.32).

O que eles denominam crime de homofobia é a aversão à homossexualidade. O cristão evangélico não tem aversão às pessoas, e sim aos seus pecados. Biblicamente, o homossexualismo é algo imoral e pecaminoso (Rm 1.26-32). Não podemos chamar o mal de bem (Is 5.20; 1Co 6.10,11). Não obstante, nossa condenação da prática do homossexualismo, é prudente lembrar que a incitação ao ódio e outras posturas de reconhecido teor de violência, não devem ser vistas entre aqueles que foram chamados por Deus e aceitaram a Palavra do Evangelho.

Lamentavelmente, todos os dias, milhares de pessoas destroem suas vidaspor causa das drogas. Portanto, a legalização de entorpecentes, como amaconha, por exemplo, é uma perversão total dos bons valores. Éinstitucionalizar a destruição do próprio corpo (1Co 3.16,17). A práticacriminosa do aborto é claramente condenada na Palavra de Deus (Êx20.13), pois a vida pertence ao bondoso Criador (Dt 32.39; Ne 9.6; Jó 33.4),A ilusória promessa de que o uso de drogas e a prática do aborto darãoliberdade às pessoas, não leva em conta a questão do pecado e muito menosos efeitos físicos e psicológicos que tais abominações produzem. São muitosos prejuízos decorrentes desses crimes.

É possível ser combativo em relação ao pecado sem incorrer na chamada homofobia?

Ponto Importante

As novas leis que tramitam no Congresso soam, a muitos desavisados, como um avanço social, mas na verdade subjugam o ser humano ao levá-lo a cometer crimes que, mesmo dentro da legalidade humana, continuarão sendo pecados graves.

Paulo fala sobre a submissão às autoridades, e afirma que elas foram constituídas por Deus (Rm 13.1-7). Evidentemente que o Criador não poderia deixar uma humanidade, divorciada dEle, fazer o que achasse correto (Gn 6.5; Rm 3.10). Assim, as autoridades foram instituídas por Deus — Paulo utiliza a expressão “ministro”, querendo dizer que elas são instrumentos do Senhor — para o bem da sociedade e, ao mesmo tempo, para punir o mal(Rm 13.4).É nessa perspectiva que o apóstolo dos gentios instrui-nos a sermos obedientes às autoridades, até mesmo na questão tributária (Rm 13.6,7). Em outras palavras, Paulo fala de representantes do poder público que têm compromisso com o bem-estar social, com a manutenção da ordem, e servem para correção divina na terra (Rm 13.1,2).Não obstante, fica a dúvida: E quando a “lei” humana contraria a vontade de Deus? Nesse caso específico, a nossa atitude deve ser a mesma dos apóstolos diante das autoridades religiosas, pois não se acovardaram quando lhes proibiram de pregar, antes responderam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29b). Assim agiram também em relação às autoridades políticas (At 24.1—26.32). Aliás, o fato de padecerem perseguições era motivo de alegria para os primeiros crentes (At 5.40,41).

Pelos poucos exemplos das leis absurdas que citamos concluímos que, infelizmente, os que deveriam servir como “ministros de Deus” preferiram desobedecer tal chamado e passaram a defender o indefensável. Nesse particular, a igreja não pode curvar-se à imoralidade, ainda que essa tenha sido institucionalizada (Dn 3.1-30; 6.1-27).Infelizmente esse é o cenário que temos diante de nós ainda nesse início de século. O que será das gerações futuras? Qual referência de família elas terão? Como podemos ajudá-las?

Diante do exposto, perguntamos: “Será que, em vez de ficarmos unicamente tentando evitar que determinadas leis sejam aprovadas — uma vez que mais cedo ou mais tarde elas acabarão sendo uma realidade —, não deveríamos ensinar a igreja a lidar com tais situações?”.Tal raciocínio está não apenas correto, mas também é bíblico, pois o próprio Cristo disse: “bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12). Tal constatação leva-nos a refletir acerca da verdade de que, mesmo lutando contra o pecado, não poderemos deter a marcha insana do mal no mundo (Sl 11.3). O que podemos fazer?Para enfrentarmos os tempos trabalhosos prenunciados pelo apóstolo dos gentios (2Tm 3.1-5; 4.1-5), uma das medidas mais eficazes consiste em solidificar nossos valores cristãos, através de um vigoroso e qualitativo programa de educação cristã na igreja local (At 2.42; 5.42; 15.35; 16.4,5: Ef 4.11-16; 6.4; 2Tm 2.2; 3.14-17).

Enquanto cristãos, como proceder caso tais leis sejam aprovadas?

Ponto Importante

A conclusão de que, cedo ou tarde, tais leis serão aprovadas, leva-nos a pensar em formas de, ainda que não aceitando, conviver com tais práticas pecaminosas.