MUNDIário UFRGSMUNDI 2014
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Transcript of MUNDIário UFRGSMUNDI 2014
120 e 21 de setembro
Imperialismo norte-americano - pg. 4
União Africana discute sua autonomia na resolução de conflitos internos - pg. 8
A CELAC e a Censura da Mídia na América Latina - pg. 14
E muito mais!
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UFRGSMUNDI
2014
EXPEDIENTE
Editores-chefe
Cássia de OliveiraGiovani de OliveiraJade KnorrePaula MoizesPriscila Daniel
Repórteres
Caio Cezimbra da SilvaFelipe GuedesFlora ChiarelliGabriel GriepGabriela VeigaHenrique Sperotto LimaLuiza RodriguesMarco Martins NetoMárcia SantosNathalia MonteiroTatiana Teixeira
Fotógrafos
Caio Cezimbra da SilvaCarina Rodrigues da SilveiraFlora ChiarelliGabriel GriepLuiza RodriguesMárcia SantosNathalia Monteiro
Arte da capa e ilustrações
Carina Rodrigues da Silveira
A redação desta edição teve a missão de fazer a cobertura da edição de 2014 do evento de simulação da ONU para Ensino Médio UFRGSMUNDI. As matérias aqui publicadas são baseadas em
fatos fictícios realizados na Faculdade de Economia da UFRGS nos dias 20 e 21 de setembro.
Em nosso blog (www.mundiarioufrgsmundi.wordpress.com) você tem acesso ao conteúdo exclusivo multimídia do MUNDIário, com entrevistas inéditas em áudio e vídeo.
320 e 21 de setembro
Arte da capa e ilustrações
Carina Rodrigues da Silveira
Índice
Editorial - Imperialismo norte-americano..................................4
O impacto das sanções econômicassobre os Direitos Humanos 4..........................................................6
Conselho de Direitos Humanos: propostas de resolução polêmicas e pouco avanço nas negociações............................7
União Africana discute sua autonomiana resolução de conflitos internos................................................8
Reunião debate regulamentaçãodas empresas de segurança na África..........................................9
Galeria de fotos: votação da resoluçãoda União Africana...............................................................................10
Discussão acalorada marcareconstituição da Assembleia Geral de 1947.........................11
A CELAC e a Censura da Mídiana América Latina...............................................................................14
Entrevista coletiva: CELAC...............................................................16
Assembleia Geral Histórica de 1974 tem disputade forças, mas não apresenta resultados.................................18
Aprovada a resolução 2 na AGH74............................................20
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2014
Durante a quarta sessão dos comitês, foi enviado aos de-legados dos Estados Unidos um documento, assinado por Barack Obama, que condenava o uso da palavra “Imperia-lismo” em qualquer resolução ou documento redigido por qualquer comissão da ONU. Nele, o presidente diz que não irá admitir que o termo imperialismo seja mencionado em qualquer resolução. Além disto, ainda afirma que, se algu-
Editorial
ma resolução citar os Estados Unidos como um país imperialista, os países europeus aliados sofreriam represá-lia.
Quanto a este documento, a reda-ção do Mundiário repudia o seu con-teúdo e a sua finalidade. Entendemos que afirmar que os Estados Unidos da América não praticam ações im-perialistas é uma hipocrisia, pois ao relembrarmos da invasão estaduni-
por Gabriela Veiga e Henrique Sperotto
IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO
520 e 21 de setembro
dense no Afeganistão em 2001, considerada operação de Liberdade Duradoura, e dos relatos do presidente ao ser questionado sobre tal assunto, claramente vemos a posição do próprio chefe de estado deste país que se auto-proclama superior a todas as outras nações do mundo.
“Os fins justificam os meios”, frase de Nicolau Maquia-vel utilizada para justificar quaisquer ações de um gover-nante para alcançar seus planos, estando acima da moral e ética, e que pode expressar a posição dos Estados Unidos da América no quadro internacional de hoje.
A posição do presidente norte americano em ter subme-tido o documento a todos os delgados representantes dos Estados Unidos durante uma das sessões, revela certo receio pela parte dele em se preocupar com a imagem do país a tal ponto de ter sido necessário o envio deste documento aos delegados em assembleia.
A solicitação presente no ofício surge em contraponto com o que já estava sendo notado em alguns comitês: a pos-tura estadunidense sendo questionada por alguns países e o termo em questão sendo usado repetidas vezes. A preo-cupação com a imagem do país perante os documentos de resolução produzidos pela ONU não é a mesma preocupa-ção em não agir de maneira imperialista com outros paí-ses, já que, na maioria das vezes, suas ações são invasivas e ignoram a soberania e a preservação dos modos de vida de outras nações.
O Mundiário reitera sua posição contra a exclusão do termo imperialismo ligado aos Estados Unidos. Sabemos que, mesmo que tenha sucesso em apagar de documentos oficiais a história mundial, as ações imperialistas norte-a-mericanas por todo o mundo nunca serão esquecidas. A tentativa do presidente Barack Obama de amenizar a situa-ção é apenas mais uma prova de que a influência venenosa de seu país em outros Estados existe, e deve ser combatida.
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O IMPACTO DASSANÇÕES ECONÔMICASSOBRE OS DIREITOS HUMANOS
O Conselho de Direitos Humanos da ONU discutiu o efeito que as sanções econômicas in-ternacionais causam nas medidas de defesa e o cumprimento dos direitos humanos da popula-ção dos países sancionados.
Rússia, China, Angola, Iraque, Sudão, entre outros, defendem que as sanções econômicas prejudicam a população. Eles afirmam que es-sas políticas dificultam muito o trabalho efe-tuado pelos governos dos países sancionados de garantir à sua população os direitos huma-nos. Além disto, são ineficazes no combate às práticas que desrespeitam as leis do Direito In-ternacional. Segundo o delegado do Sudão, as sanções econômicas internacionais são uma ferramenta para os países imperialistas ociden-tais atingirem países que começam a crescer
economicamente no cenário internacional. Na mesma linha, o delegado da Rússia afirmou que a grande maioria dos países sancionados sem-pre são países que vão de encontro a cultura norte americana, como países muçulmanos e antigos regimes socialistas.
Por outro lado, países como a Austrália, Rei-no Unido, Turquia e Canadá, defendem que as sanções econômicas são eficazes em grande parte dos casos. Para eles, o não cumprimento dos direitos humanos é culpa do governo e das políticas de cada país. Um dos questionamentos mais levantados durante a primeira seção foi quais alternativas as sanções econômicas pode-riam ser aplicadas e que também não teriam o mesmo efeito negativo na qualidade de vida da população de cada país.
20/09 - Por Henrique Sperotto e Márcia SantosFotos de Márcia Santos
Conselho de Direitos Humanos
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PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO POLÊMICAS E POUCO AVANÇO NAS NEGOCIAÇÕES
A 3ª sessão do Conselho de Direitos Huma-nos permaneceu em um grande impasse, visto que não houve consenso na questão das san-ções e seu impacto nas populações dos países que são atingidos por elas.
Reino Unido, Japão e Austrália defenderam as sanções inteligentes como opções viáveis para a reestruturação de países onde há crises humanitárias e políticas, mas que devem ser melhoradas. Porém, as sanções sofrem forte oposição de alguns dos países afetados, como a República Central Africana, e ainda pelos russos. A grande questão é ‘em que situações as sanções são benéficas e em quais são pre-judiciais?’, como levantou o delegado do Uz-bequistão. O delegado do Reino Unido sugere que uma crise existente no país anterior a uma sanção é o principal responsável pelos proble-
21/09 - Por Gabriel Griep e Gabriela Veiga
mas da nação e que este fato justifica a medi-da, quando não há resultados após diálogos. Já a Rússia rejeita afirmando que sanções geram cri-ses humanitárias, como fome, além de fomentar o ódio da população.
Certas propostas de resolução polêmicas fo-ram sugeridas, como a punição a países que apli-cam sanções e a reforma do sistema do poder de veto no Conselho de Segurança, pelo Irã, esta úl-tima chamada de absurdo pelo delegado do Rei-no Unido e rejeitada pela maioria do Conselho.
Ainda foi discutida a atuação do FMI e do Banco Mundial nos países mais pobres, se estes são prejudiciais, pois tornam ainda mais endi-vidados os países sem capacidade de quitar sua dívida, ou benéficos, ao financiarem projetos de infraestrutura.
Assista à declaração dodelegado do Reino Unido sobre a
proposta do Irã na CDH em nosso blog:
WWW.MUNDIARIOUFRGSMUNDI.WORDPRESS.COM
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UNIÃO AFRICANA DISCUTE SUA AUTONOMIANA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS INTERNOS
Na abertura da Assembleia da União Africana, o tema central foi a necessidade da intervenção mili-tar estrangeira nos países africanos e a autonomia destes para resolver os conflitos internos.
Entre os países que mais se pro-nunciaram, estavam o Senegal e o Quênia, que defendiam a interven-ção internacional, enquanto Ango-la e África do Sul posicionaram-se contra estas medidas apoiando um projeto de integração militar den-tro do continente.
A Tanzânia, um dos países a fa-vor do auxílio, afirmou que as na-ções africanas pós-independência foram focos de corrupção, frag-mentação e de governantes desin-teressados na resolução dos pro-blemas.
Por outro lado, a Angola sugere que a principal origem dos proble-mas atuais é a colonização da Áfri-ca pelos países europeus ocorrida do século XVI ao XX, e por isso uma intervenção, novamente, seria preju-dicial, trazendo riscos de maior de-sestabilização da região, como, por exemplo, ocorre no oriente médio, caso citado pelo delegado da Nigéria.
Assembleia Geral da União Africana
20/09 - Por Gabriel Griep e Gabriela Veiga
A África do Sul, como um dos países que defende a autonomia do continente, ressalta que as nações afri-canas devem se esforçar ao máximo para resolver os conflitos por si só. Em con-trapartida, Chade, um dos países pertencentes à União, afirma que os países não têm condições suficientes para sanar os problemas e que a autossuficiência deve ser um plano para o futuro.
O delgado do Senegal, defensor das intervenções, se posicionou dizendo que os conflitos não tinham relação com o auxílio do ocidente, mas sim, com a diversidade étnica. As ne-gociações no comitê estão longe do consenso pois este permanece muito dividido e ainda não foi estabelecida uma agenda para organi-zação dos assuntos a serem discutidos.
920 e 21 de setembro
UNIÃO AFRICANA DISCUTE SUA AUTONOMIANA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS INTERNOS
R E U N I Ã O D E B A T E R E G U L A M E N T A Ç Ã O
Durante as discussões sobre a eficácia da regu-lamentação das empresas privadas de segurança na África, na reunião da União Africana, os ânimos começaram a se exaltar. Um dos posicionamentos de destaque foi feito pelo delegado da Eritreia, que contestou o poder efetivo da regulamentação, alegando altas taxas de corrupção.
Em entrevista ao MUNDIário, o representante da África do Sul contestou a posição conformista da Eritreia. Para o delegado, não se pode não instituir regras por haver risco de não serem se-guidas, ou não existiriam leis no mundo. “Infelizmente, existem pessoas que não cumprem essas leis, porém se tais pessoas forem punidas, será possível um melhor controle desta situação”.
20/09 - Por Flora ChiarelliFotos de Luiza Rodrigues
Discussão entre os delegados da União Africana
Representante da África do
Sul em entrevista ao
blog
DAS EMPRESASDE SEGURANÇANA ÁFRICA
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VOTAÇÃO DA RESOLUÇÃO DA UNIÃO AFRICANA
GALERIA DE FOTOS
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20/09 - Por Tatiana Teixeira e Felipe Guedes
É na Palestina que está localizada Jerusalém, con-siderada a Terra Santa para os judeus, cristãos e mu-çulmanos. Por centenas de anos, o local foi moradia do povo judeu. Porém, dispu-tas e invasões desde o sécu-lo V antes de Cristo resulta-ram nas diásporas judaicas
DISCUSSÃO ACALORADA MARCARECONSTITUIÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL DE 1947
e a terra acabou sendo habitada por árabes. Mais de um milênio depois, sentindo-se injustiça-dos, os judeus desejam retornar à Palestina, onde está o territó-rio de Jerusalém, que pelo ju-daísmo é a Terra Prometida.
Em 1947, a Assembleia Ge-ral das Nações Unidas reuniu-
se para debater a partilha da Palestina. É uma agremiação de países que se renem com o intuito de discutir problemas, expondo opiniões e analisando-as de forma parcial. Apesar de não deterem poder para execu-tar uma ação efetiva, a Assem-bleia possui grande influência na opinião popular. Na tercei-ra edição do UFRGSMUNDI, os delegados reconstituíram a reu-nião de 1947 da Assembleia.
A reunião discutiu a partilha da Palestina entre árabes e judeus
Assembleia Geral Histórica de 1947
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Enquanto isso, na Corte Internacional de Justiça...
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2014 Comunidade dos EstadosLatino Americanos e Caribenhos
20/09 - Por Gabriela Veiga e Henrique SperottoFotos de Flora Chiarelli e Márcia Santos
Os protestos gerados pela discussão da re-gulação e democratização da mídia na Améri-ca Latina pela Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos, que clamavam pelo respeito à liberdade de expressão e o fim da cen-sura – principalmente na Venezuela e em Cuba – , originaram algumas reações fora do padrão dos representantes dos países atacados.
O representante de Cuba decidiu atacar os protestantes num acesso de fúria e se dirigiu a eles de forma energética, chamando os protes-tantes de “Baderneiros” e quase agredindo al-guns dos manifestantes. Quando questionado ao delegado porque Cuba, que se diz o país mais li-vre atualmente, é acusado de não dar total liber-dade de expressão à mídia, este respondeu que
A CELAC E A CENSURA DA MÍDIANA AMÉRICA LATINA
1520 e 21 de setembro
“só existe liberdade entre os iguais”, ou seja, que todas as formas de expressão que forem contra o estado, serão censuradas.
Já o delegado da Venezuela negou todas as afirmações feitas pelos manifestantes e disse “Os protestos são fomentados por ignorância (…). Nós [Venezuelanos] não censuramos a mídia! Isso é intriga da oposição!”
Os protestantes levantavam cartazes e grita-vam afirmando considerar um tipo de censura o que estava sendo discutido no comitê.
Delegado da Venezuela
Alguns manifestantes cederam relatos à
Agência deComunicação sobre seus reais objetivos
com o protesto. Ouça em nosso blog:
WWW.MUNDIARIOUFRGS MUNDI.WORDPRESS.COM
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Delegado do Panamá, como você descreveria a atuação da mídia em seu país?
A mídia do nosso país é uma mídia com plena liberdade. É um país onde todas as pessoas tem voz. É um país onde as pessoas têm muita liberdade. Ao fazer uma transformação para as mídias comunitárias, os Estados acabariam por controlar e ma-nipular a mídia.
De que forma a mídia comunitária é manipulada pelo Estado e pelas grandes empresas que também recebem ajuda estatal?
Ao começar a quebrar os oligopólios, o Estado iria formar grupos midiáticos me-nores que ficaria muito mais fácil controlar a mídia. Com núcleos menores fica muito mais fácil controlar a mídia.
Delegado de Cuba, como você pode falar de democracia e liberdade quando todas as imprensas estão ligadas diretamente ao Estado?
Mais uma vez, essa dúvida já é comum, eu entendo, pra quem é de fora de Cuba, onde as pessoas não tem noção da liberdade que existe nessa ilha maravilhosa. Li-berdade de expressão defendida nos primeiros parágrafos da Constituição. Primei-ramente, é importante a gente entender que a mídia estatal de Cuba não é um fim de si mesma. Cuba não acredita que a mídia estatal sirva apenas para promulgar as ideias do governo. Isso não é verdade. Nas mídias privadas ao redor do mundo, não são todas as opiniões que são levadas em conta. As opiniões das mídias ao redor do mundo são as opiniões dos grandes capitalistas, dos banqueiros, dos latifundiários, das pessoas que bancam a mídia...
Em Cuba…
Com licença, liberdade de expressão, por favor? Obrigado. Em Cuba, na verda-de, o que ocorre é que todos tem o direito de se promover nas mídias estatais. Nos próprios jornais, que são estatais, há sim notícias sobre o governo.
Delegado, há informações seguras de que existe uma censura nos meios de comunicação em Cuba.
A gente tem um programa que é o Cuba Diz. Em um dos principais jornais de uma das principais TV há sim minutos diários em que as pessoas vão lá para falarem sobre
COLETIVAENTREVISTA
1720 e 21 de setembro
o governo. Claro que tem pessoas que, por, talvez, interesses econômicos, gostariam de ter mais espaço do que outras, mas em Cuba todos são democráticos e iguais.
Delegado do Chile, em um do seus discursos você disse que a verba do Estado poderia ser investida em fins mais necessários do que os meios de comunicação. Dizendo isso, você sugere que o investimento na mídia seria um investimento desnecessário?
De forma alguma. Eu quis dizer que é um investimento menos necessário, pois em nosso continente, temos alguns países com setores muito precários com o da saúde, da segurança e acredito, sim, que tenhamos que resolver primeiro esses problemas.
E delegado do Chile, como garantir que uma empresa estatal também não vai trazer opiniões tendeciosas como o que fazem empresas privadas?
A questão é que toda vez que um fato passa por um filtro humano, ele tende a ser uma opinião e não mais um fato. Então trazendo uma opinião estatal e uma opinião privada, pode-se chegar a uma verdade mais imparcial, tirando os excessos da opi-nião estatal e da privada, criando uma imprensa cada vez mais livre e plural.
Delegada da Argentina, sabemos que vocês tentaram regulamentar o grupo Clarín. Isso é uma tentativa de tirar um pouco do poder dele e deixar só para as mídias que são amigas do governo?
Não queremos tirar o poder do grupo Clarín em nenhum momento, já que a opinião dele é válida, mas queremos diminuir um pouco o número de licenças, que antes chegava a quase 300, para que outros grupos possam surgir, como mídias comunitárias, que também podem ter uma opinião contrária ao governo.
COLETIVA
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ASSEMBLEIA GERAL HISTÓRICA DE 1974 TEM DISPUTA DE FORÇAS, MAS NÃO APRESENTARESULTADOS
A Assembleia Geral das Nações Unidas, rea-lizada em 1974, teve o objetivo de discutir o aumento do preço do petróleo pela Organiza-ção dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPAEP). A medida aconteceu em apoio à Síria e ao Egito, em retaliação aos EUA, que apoiaram Israel na Guerra de Yom Kippur (1973), quando Síria e Egito atacaram o país no dia de um feria-do religioso.
Na primeira sessão houve a troca de ideias dos principais países envolvidos no tema. Paquistão, Líbano, Síria, Nigéria, Arábia Saudita mostra-ram-se contra Israel, devido ao seu domínio na Palestina, e defenderam o aumento do preço do petróleo para exportação. Países como Brasil, Canadá e Reino Unido permaneceram neutros e propuseram aos demais que fizessem acordos
Assembleia Geral Histórica de 1947
20/09 - Por Nathalia Monteiro e Caio Cezimbra da Silva
para a resolução do problema. Israel permane-ceu omisso, apenas rebateu algumas críticas.
Delegado da Argentina afrontou praticamen-te todos as delegações membros da OPAEP, cha-mando-os de “hipócritas” pelo fato de serem a favor da paz mundial, porém não tomarem ati-tudes em relação ao aumento do preço petróleo o que remete em uma crise mundial e, consequen-temente, com os conflitos no Oriente Médio.
“Usem a lógica e parem com essa hipocrisia”, disse exaltado o delegado da Argentina. Esse fato gerou mais discussão e indignação, que levou as delegações da Líbia, China e Nigéria a questiona-rem a posição da Argentina sobre a questão da paz. “Essa atitude da Argentina só vai gerar mais conflitos”, apontou o delegado da China.
1920 e 21 de setembro
Gana, que não possui um envolvimento di-reto no conflito, alegou estar em crise devido ao aumento do preço petróleo e fez um apelo para que os países envolvidos entrem em acor-do para a resolução do problema. A Repúbli-ca Federativa da Alemanha concordou com a posição de Gana. “Essa crise afeta totalmente a nossa economia”, afirmou a delegada de Gana.
Na segunda sessão, o debate foi dividido em dois grupos de trabalho: um sobre a crise eco-nômica, relativo ao petróleo e outro sobre polí-tica, relacionado à Guerra de Yom Kippur.
A segunda sessão encerrou sem resoluções. Já na terceira sessão as delegações de Argenti-na, Portugal e Austrália propuseram um acordo para os países da OPEP, o qual não foi aprovado. Mais tarde, os países da OPEP propuseram um acordo semelhante ao anterior, porém também não foi aceito. Sem flexibilidade dos países, o primeiro dia de debate acabou sem resoluções.
No decorrer da primeira sessão alguns países sobressaíram-se com argumentos polêmicos.
Grupo referente à crise econômica
Grupo relativo à política
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21/09 - Por Nathália MonteiroFoto de Carina Rodrigues
A AGH74 (Assembleia Geral Histó-rica de 1974) chegou, depois de mui-tas discussões nos dois dias de debate, em um resultado final. O documen-to de resolução 2 foi aprovado pela maioria, a minoria contra foi: Cana-dá, Israel, México e República Fede-rativa da Alemanha.
APROVADA A RESOLUÇÃO 2 NA AGH74
Rascunho de Resolução #2
Assembleia Geral das Nações Unidas
Crise do Petróleo de 1973 e seus Impactos Internacionais
Ciente do atual estado econômico mundial; visando sanar a crise decorrente da crise do petróleo; tendo em mente uma solução para o atual impasse regional; visando a paz e o equilíbrio regional.
A 29º Assembleia Geral das Nações Unidas,
1) Sugere que as fronteiras do Israel e do Estado Palestino voltariam as anteriores à Guerra dos Seis Dias.
2) Clama que haja a devolução das terras da Síria e do Egito (Colinas do Golã e Península do Sinai, respectivamente), por parte de Israel;
3) Urge pelo reconhecimento dos Estados de Israel e da Palestina por todos os países membros da ONU;
4) Recomenda que haja um tratado de paz entre todos os países envolvidos no conflito e que haja a presença de tropas internacionais da ONU na região;
5) Pede que os Exércitos dos Estados israelense e palestino não atuem fora de seus países, apenas servindo para defesa interna;
6) Recomenda que os países membros da OPEP deixem o preço do petróleo em US$ 8,75 por barril pelos próximos dois anos;
7) Decide que os Estados têm a liberdade de fazer acordos com as empresas multinacionais, quanto à partilha dos lucros, bem como explorar o petróleo por meio de empresas estatais;
8) Clama para que os Estados produtores de petróleo restaurem gradativamente a sua produção para o ritmo estabelecido pela OPEP anteriormente;
9)Encoraja que haja o compartilhamento da tecnologia entre as empresas exploradoras e o país em que as reservas se encontram
Signatários: Líbano, Equador, Índia, República Democrática da Alemanha, Gana, Arábia Saudita, Iraque, Ucrâ-nia, Argélia, Síria, Nigéria, Líbia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Bahrein, China, Iugoslávia.
2120 e 21 de setembro
Para mais conteúdo, acesse:
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