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UNIVERSIDADE SÉNIOR CONTEMPORÂNEA 1

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UNIVERSIDADE SÉNIOR

CONTEMPORÂNEA

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UNIVERSIDADE SÉNIOR

CONTEMPORÂNEA

• PATRIMÓNIO CULTURAL E PAISAGÍSTICO PORTUGUÊS

Professor Doutor Artur Filipe dos Santos

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UNIVERSIDADE SÉNIOR

CONTEMPORÂNEA

• Museu Nacional do Teatro

Professor Doutor Artur Filipe dos Santos

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"A cultura é aquilo que permanece no homem quando ele já esqueceu tudo o

resto.“

Emile Henriot, químico

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"A cultura é a busca da nossaperfeição total mediante atentativa de conhecer omelhor possível o que foi ditoou pensado no mundo, emtodas as questões que nosdizem respeito.”

Arnold Mathew, filósofo

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"o conceito de culturacontemporânea, tãoapregoado, tem muito poucoque ver com a mera produçãode objectos e eventosculturais convencionais, comoexposições, peças deteatro, filmes ou literatura.

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A culturacontemporânea, entendidacomo criatividade, é hoje umdos principais motores dassociedades desenvolvidas eestá presente empraticamente todas asactividades humanas, daseconómicas àpolítica, passando pelospróprios modos de vida ecomportamentos sociais.

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Ela emerge da capacidade deinovação das comunidades edos indivíduos, assente noacesso e partilha dos novossaberes e da ousadia de umaconstante experimentaçãosem limites.

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E também, claro está, doconhecimento da história e dopatrimónio que éessencialmente matéria doensino e da museologia.“

Leonel Moura, artista conceitualportuguês cuja obra em fins da década de1990 passou da fotografia para ainteligência artificial e arte robótica

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"A arte é um patrimóniocultural da humanidade, etodo ser humano tem direitoao acesso a esse saber"

Lei de Directrizes e Bases da EducaçãoNacional, Brasil

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Arte (do latim ars, significandotécnica e/ou habilidade) geralmenteé entendida como a atividadehumana ligada a manifestações deordem estética oucomunicativa, realizada a partir dapercepção, das emoções e dasideias, com o objetivo de estimularessas instâncias da consciência edando um significado único ediferente para cada obra.

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A arte vale-se para isso de umagrande variedade de meios emateriais, como a arquitetura, aescultura, a pintura, a escrita, amúsica, a dança, a fotografia, oteatro e o cinema.

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Numeração das artes

A numeração das artes refere-se ao hábito de estabelecernúmeros para designardeterminadas manifestaçõesartísticas.

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Por exemplo o termo "sétimaarte", usado para designar ocinema, foi estabelecido pelocineasta e crítico de cinema, oitaliano Ricciotto Canudo no"Manifesto das Sete Artes" , em1912 (publicado apenas em 1923).

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Posteriormente, foram propostas outras formasde arte, umas mais ao menos consensuais, outrasque foram prontamente aceitas como o caso da9ª Arte, que hoje em dia é uma expressão tãoutilizada para designar a "bandadesenhada”, como o é 7ª arte para o cinema.

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Presentemente, esta é anumeração das artes maisconsensual, sendo no entantoapenas indicativa, onde cadauma das artes é caracterizadapelos elementos básicos queformatam a sua linguagem eforam classificadas daseguinte forma:

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1ª Arte - Música (som);2ª Arte - Dança/Coreografia (movimento);3ª Arte - Pintura (cor);4ª Arte - Escultura (volume);5ª Arte - Teatro (representação);6ª Arte - Literatura (palavra);7ª Arte - Cinema (integra os elementos das artes anteriores mais a 8ª e no cinema de animação a 9ª).

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João Villaret

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Outras formas expressivas também consideradas artes foramposteriores adicionadas à numeração proposta pelo manifestode Ricciotto Canudo :

8ª Arte - Fotografia (imagem) ;9ª Arte - Banda desenhada (cor, palavra, imagem);10ª Arte - Jogos eletrônicos (alguns jogos integram elementosde todas as artes anteriores somado a 11ª, porém nomínimo, ele integra as 1ª, 3ª, 4ª, 6ª, 9ª arte somadas a 11ªdesde a Terceira Geração);11ª Arte - Arte digital (integra artes gráficas computorizadas2D, 3D e programação).

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Teatro, do grego θέατρον (théatron), éuma forma de arte em que um ator ouconjunto de atores, interpreta umahistória ou atividades para o público emum determinado lugar, tendo comoobjetivo apresentar uma situação edespertar sentimentos no público.Também denomina-se teatro o localapropriado para esta forma de arte.No entanto, para além do espaço ondeuma peça é interpretada, teatro designatambém a própria representação do textodramático.

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Segundo a Enciclopédia Britannica, a palavra teatro deriva do gregotheaomai (θεάομαι) - olhar com atenção, perceber, contemplar(1990, vol. 28:515). Theaomai não significa ver no sentidocomum, mas sim ter uma experiênciaintensa, envolvente, meditativa, inquiridora, a fim de descobrir osignificado mais profundo; uma cuidadosa e deliberada visão queinterpreta seu objeto (Theological Dictionary of the NewTestament vol.5)

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Existem várias teorias sobre a origem doteatro. Segundo Oscar G.Brockett, nenhuma delas pode sercomprovada, pois existem poucasevidencias e mais especulações.Antropólogos ao final do século XIX e noinício do XX, elaboraram a hipótese deque este teria surgido a partir dos rituaisprimitivos (History of Theatre. Allyn eBacon 1995 pg. 1).

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O primeiro evento com diálogos registrado foi uma apresentaçãoanual de peças sagradas no Antigo Egito do mito de Osíris eÍsis, por volta de 2500 AC (Staton e Banham 1996 pg. 241), queconta a história da morte e ressurreição de Osíris e a coroação deHorus ( Brockett, pg. 9). A palavra 'teatro' e o conceito deteatro, como algo independente da religião, só surgiram na Gréciade Pisístrato (560-510a.C.), tirano ateniense que estabeleceu umadinâmica de produção para a tragédia e que possibilitou odesenvolvimento das especificidades dessa modalidade

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Gil Vicente (c. 1465 — c. 1536?) é geralmente considerado oprimeiro grande dramaturgo português, além de poeta derenome. Enquanto homem de teatro, parece ter tambémdesempenhado as tarefas de músico, actor e encenador. Éfrequentemente considerado, de uma forma geral, o pai doteatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que tambémescreveu em castelhano - partilhando a paternidade dadramaturgia espanhola com Juan del Encina.

Frontispício do Auto de Inês Pereira, de Gil Vicente.

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O Museu Nacional do Teatro é o museu nacional e o grande arquivodas memórias e da História das artes do espectáculo em Portugal.Através das suas colecções, procura desenvolver o conhecimentotanto da história e da situação actual das artes do espectáculo, bemcomo tratar, conservar preservar, organizar, investigar, documentar edivulgar todas as suas colecções.

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O Museu está instalado noPalácio Monteiro-Mor, umedifício do século XVIII quefoi restaurado e adaptadoespecificamente para esteefeito. Actualmente, acolecção do museu, quecomeçou a ser constituídaem 1979, já apresenta pertode 250.000 peças.

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Estas incluem trajes e adereços decena, cenários, figurinos, cartazes, programas, discos e partituras e cerca de120.000 fotografias. Existe também umabiblioteca especializada com 35.000volumes.

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O Museu Nacional do Teatro apresentaperiodicamente exposições temporáriasdedicadas a companhias de teatro, afiguras ligadas ao mundo do espectáculoe a aspectos menos conhecidos do teatroe de todas as actividades das Artes doEspectáculo em geral.

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O Museu Nacional do Teatro foioficialmente criado em 1982, atravésdo Decreto-Lei nº 241/82, de 22 deJunho, no qual são definidas todas assuas atribuições ecompetências, nomeadamente, “proceder àrecolha, conservação, identificação, estudo, integração no seu contextohistórico, exposição e divulgação deespécies relativas ao teatro e a outrasformas de espectáculo com elerelacionadas”

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Sendo o museu nacional e o grande arquivo dasartes do espectáculo em Portugal, o seu objectivoé recolher, preservar, registar, estudar e difundiras suas colecções, promovendo o conhecimentoda história e da actividade contemporâneadaquelas artes.

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A sua missão estratégica éinformar, formar, educar e divertir opúblico que a eleacorre, afirmando-se, de formaclara, como uma instituição dereferência na museologia e nahistória das artes em Portugal.

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Inicialmente concebido e dedicado, emexclusivo, à apresentação de exposiçõestemporárias (desde a sua fundação até2002, puderam ser vistas mais de 20exposições, dedicadas a Companhias, actorese actrizes, cenógrafos e desenhadoresteatrais), em 2003 é inaugurada no edifícioprincipal do Museu (Palácio do MonteiroMor) a primeira exposição de carácterpermanente – “Peças de teatro: as colecçõesdo Museu” -, dando corpo a umanecessidade que, cada vez mais, se iasentindo e manifestando das mais diversasformas e das quais a voz do público era amais significativa.

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Vasco Santana

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Esta exposição, baseada numaestrutura e num percursopermanentes nos quais as peçasvão periodicamenterodando, permite uma maiordinâmica museográfica e, emsimultâneo, um maiorconhecimento eentendimento, por parte dosvisitantes, do vasto acervo queconstitui este Museu e da formacomo as suas colecções estãoorganizadas nas respectivasreservas.

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Na galeria situada no edifíciofronteiro à recepção/lojacontinuam a ser apresentadasexposições temporáriasdedicadas a todos os aspectosque intervêm nas artes doespectáculo, quer através decolecções pertencentes aoacervo do Museu, querprivilegiando os criadores e acriação contemporânea.

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Desde o início do século XX que se assinalam tentativasdispersas, tendentes à criação de um Museu do Teatro, assimprocurando preservar a tão efémera memória das Artes doEspectáculo. No entanto, só em 1979, com a organização de umagrande exposição teatral dedicada à célebre "Companhia Rosas &Brasão (1880-1898)" foi possível concretizar essa aspiração.Começaram a partir de então a ser reunidas as colecções dofuturo Museu, quase todas provenientes de doações, sendo oMuseu oficialmente criado em 1982.

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Em 4 de Fevereiro de 1985, o Museu foiinaugurado, ficando instalado numedifício do século XVIII, o antigo Paláciodo Monteiro Mor, que, para esse fim, forarigorosamente recuperado e adaptado.

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As colecções do Museu, cujaconstituição começou, a partir dozero, em 1979, têm actualmentecerca de 300 000espécies, englobando a totalidadedas artes do espectáculo, eincluem trajos e adereços decena, maquetes decenário, figurinos, desenhos, caricaturas, pinturas, esculturas, programas, cartazes, recortes dejornal, manuscritos, discos, partituras, até um conjunto de cerca de120 000 fotografias.

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O Museu tem apresentado sempreexposições temporárias dedicadasa companhiasteatrais, personalidades ligadas aomundo do espectáculo, e ainda aaspectos menos conhecidos dotrabalho teatral em toda a suadiversidade, estando actualmenteem preparação a montagem de umnúcleo permanente dedicado àhistória e evolução do Teatro e dasArtes do Espectáculo em Portugal.

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Palácio do Monteiro-Mor – História

O nome de Monteiro-Mor, consagrado datoponímia local desde meados do séculoXVIII, foi atribuído a este Parque, por confinarcom o pequeno Palácio onde habitaram doisMonteiros-Mores na segunda metade desteséculo; referimo-nos a D. Henrique de Noronha(Monteiro-Mor - 1717, filho de D. António deNoronha, 2o marquês de Angeja), que pelo seucasamento com D. Maria Josefa de Melo (filhado Monteiro-Mor Francisco de Melo) herdoueste cargo, e D. Fernão Teles da Silva (M.M.1728) segundo marido de D. Josefa (terceirofilho do conde de Tarouca e Monteiro-Mor doReino), que adquiriu o Palácio a D. António deBeja Noronha e Almeida, fidalgo da Casa de SuaMajestade, que o adaptou.

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Confinante com a casa doNobre, constituiu-se por comprassucessivas a vários proprietários, umagrande quinta, de que viria a serherdeiro e senhor, D. Pedro José deNoronha de Albuquerque Moniz eSousa (1716-1788), 3o marquês deAngeja, 4o conde de Vila Verde, gentilhomem da Câmara de D. Maria I, ePrimeiro Ministro, que sucedeu aMarquês de Pombal. Por interessantecoincidência, os dois irmãos "Angeja"– D. Henrique e D. Pedro – dedicaram-se à Ciência Botânica.

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A este último mereceu-lhe o jardimbotânico particulares cuidados, tendo-se iniciado na década de 1750 soborientação do botânico italianoDomenico Vandelli (1735-1816), quefoi professor de ciências naturais equímica, e ainda director do JardimBotânico da Universidade de Coimbrae do Jardim Botânico da Ajuda.

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Palácio do Monteiro-Mor – História

Consta que em 1793 o jardim botânico era jácitado como sendo um dos três mais belosjardins de Lisboa.

O Palácio e o Jardim foram transmitidos naCasa Angeja até à descendente D. Mariana deCastelo Branco, que os vendeu em 1840 ao1o marquês do Faial e 2o duque de Palmela, D.Domingos de Sousa Holstein Beck (1818-1864).A requintada cultura Palmela contribuiu paraque o Palácio se transformasse num verdadeiromuseu de obras de arte, e o jardimornamentado com espécies exóticasraras, vindas especialmente de Inglaterra, fosseainda mais enriquecido no seu já valiosoinventário .

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Em 1970, um enorme incêndio destrói quase todo oPalácio, deixando de pé apenas as suas paredes exteriores. Arepresentação diplomática abandona em definitivo o poucoque resta do edifício, totalmente reduzido a escombros.Nesta situação foi adquirido pelo Estado em 1975, e assimficou até 1979.

Foi o Decreto-Lei no 558 de 27 de Setembro de 1975, queautorizou a Direcção-Geral da Fazenda Pública a adquirir achamada "Quinta do Monteiro-Mor", situada no Lumiar emLisboa, e, por sua vez, também permitiu a instalaçãocondigna do então recente Museu Nacional do Trajo, nogrande Palácio aí existente. A "Quinta" encontra-se reservadacomo zona verde no Plano Director da Cidade, o que a libertade qualquer outra utilização. Após a aquisição peloEstado, impunha-se, desde logo, tratar da recuperação doque restava do Palácio do Monteiro-Mor.

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Palácio do Monteiro-Mor – História

Em 1978, Vítor Pavão dos Santos propõe acriação de um Museu do Teatro naquelePalácio, o que acaba por ser aceite. Com esseobjectivo, é decidido proceder-se ao restaurodo edifício, embora ainda tivesse sidoconsiderada a hipótese da sua completademolição e construção de um totalmentenovo. Justificava-se esta radical sugestão com oabsurdo fundamento de o Palácio não serespecialmente bonito.

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Felizmente, e também, uma vez mais, depois de insistênciade Vítor Pavão dos Santos, optou-se pela reconstrução dasfachadas e por um espaço interior aberto, que possibilitasseutilizações diversas, de acordo com as necessidadesespecíficas de cada exposição.

Tal recuperação foi projectada pelo arquitecto JoaquimCabeça Padrão, que, compreendendo perfeitamente osproblemas que se levantavam para conjugar o edifícioexistente, do qual apenas restavam as paredesexteriores, com o programa do Museu, conseguiu, com raroequilíbrio, conciliar um exterior do século XVIII, que respeitouescrupulosamente, com um interior de museu moderno, comduas muito amplas salas de exposição e, numaproveitamento criterioso de espaço, encontrou lugar paragabinetes, reservas e um excelente auditório, além de todosos demais serviços.