N e s t a Edição -...

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REENCARNAÇÃO O Extraordinário Caso de Shanti Devi 08 CURIOSIDADES BÍBLICAS Você Sabia ... - Julieta Closer 15 ENTREVISTA Therezinha Oliveira - Ademar Jr. 16 HARMONIA NAS REUNIÕES Eventuais Exclusões e o número de participantes nas Reuniões Mediúnicas 24 ACONTECEU COMIGO Provas da Reencarnação - Ricardo Miguel Fasanelli PENSAMENTO E VONTADE Ambiente Pesado - Orson Peter Carrara CIÊNCIA E ESPIRITISMO A Ciência em Kardec - Prof. Dr. Nubor Orlando Facure ATUALIDADE Egito pede a devolução da pedra de Roseta France Presse VINHA DE LUZ Edificação do Reino - Emmanuel / Chico Xavier 26 31 32 34 35 23 CONTO Seara de Ódio - Humberto de Campos / Chico Xavier REVUE SPIRITE O Espiritismo obriga - Luís de França - médium Sra. B. 28 CAPA Estamos Progredindo Mesmo? - Armando dos Santos 18 Edição FidelidadESPÍRITA - AGOSTO DE 2003 Nesta Nesta RECORDANDO CHICO Então, desejo ser o burrinho... 22 MEDIUNIDADE O Fenômeno Mediúnico na História Hermínio C. Miranda 05 EDITORIAL Estou tentando ser Espírita - O Editor 04 DOUTRINA O Estudo Sistemático e as Obras Básicas Caroline Brandão 06 J. P. Andrade Reprodução Reprodução Reprodução

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REENCARNAÇÃOO Extraordinário Caso de Shanti Devi08

CURIOSIDADES BÍBLICASVocê Sabia ... - Julieta Closer15

ENTREVISTATherezinha Oliveira - Ademar Jr.16

HARMONIA NAS REUNIÕESEventuais Exclusões e o número de participantesnas Reuniões Mediúnicas

24

ACONTECEU COMIGOProvas da Reencarnação - Ricardo Miguel Fasanelli

PENSAMENTO E VONTADEAmbiente Pesado - Orson Peter Carrara

CIÊNCIA E ESPIRITISMOA Ciência em Kardec - Prof. Dr. Nubor Orlando Facure

ATUALIDADEEgito pede a devolução da pedra de RosetaFrance Presse

VINHA DE LUZEdificação do Reino - Emmanuel / Chico Xavier

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23 CONTOSeara de Ódio - Humberto de Campos / Chico Xavier

REVUE SPIRITEO Espiritismo obriga - Luís de França - médium Sra. B.28

CAPAEstamos Progredindo Mesmo? - Armando dos Santos18

Ed i çãoFidelidadESPÍRITA - AGOSTO DE 2003

Nes ta Nes ta

RECORDANDO CHICOEntão, desejo ser o burrinho... 22

MEDIUNIDADE O Fenômeno Mediúnico na HistóriaHermínio C. Miranda

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EDITORIALEstou tentando ser Espírita - O Editor04

DOUTRINAO Estudo Sistemático e as Obras BásicasCaroline Brandão

06

J. P. A

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FidelidadESPÍRITA é uma publicação

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Equipe Editorial

Adriana PersianiJulieta CloserLeandro CamargoLino BittencourtRicardo R. EscodelárioSandro Cosso

Revisão Ortográfica

Rosemary C. Cabral

Jornalista Responsável

Renata LevantesiMtb 28.765

Diagramação e Ilustrações

Adriana PersianiAlessandra Persiani

Administração

Viviam B. S. Gonçalves

Expedição

Mara Cristina

Capa

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Fotolito

Rip Editores Gráficos Associados

Apoio Cultural

Braga Produtos AdesivosAlvorada Gráfica & Editora

Impressão

Alvorada Gráfica & Editora

Edição

Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Departamento Editorial

EDITORIALEDITORIAL

Estou tentando ser Espírita

Departamento Comercial

Adriana LevantesiRogério Gonçalves

O Editor

(O Evangelho Segundo o Espiri-tismo. Cap. XVII item IV).

Logo, dois verbos, transfor-mar e esforçar, concorrem para a identificação do verdadeiro espí-rita, vejamos as definições:

Transformar significa: Dar nova forma, feição ou caráter a; tornar diferente do que era; mu-dar, alterar, modificar, transfigu-rar, metamorfosear.

No campo das definições, as palavras tentar e esforçar pode-rão estar próximas quanto à for-ma, mas não quanto ao fundo:

Tentar significa: empregar meios para obter;

Esforçar significa: empregar todas as forças, toda a energia e diligência, para conseguir algu-ma coisa.

Sempre que nos escondemos sob a máscara do comodismo e da falta de compromisso com a religião, ficamos nas tentativas, na maioria das vezes frustradas, sem empreendermos os necessá-rios esforços, sob os quais sere-mos verdadeiramente Espíritas.

Assim, assumamos com cora-gem e otimismo a Doutrina que tanto nos beneficia, dando a nos-sa parcela prática de cooperação em benefício da divulgação do Espiritismo e de nós mesmos, tes-temunhando, ao menos, nossa convicção ESPÍRITA!

tentar esforçar

rase mais curiosa essa! Imagine o leitor a seguinte Fcena:

A mãe leva a criança ao médi-co e sendo pouco versada nas ciências biológicas, pergunta:

-Doutor, qual a sua especiali-dade?

Ele responde:- Eu? Estou tentando ser pe-

diatra!Quem, a partir dessa resposta,

com o mínimo de bom senso ou-viria, com tranqüilidade, as ori-entações do referido profissional de medicina?

Da mesma maneira, os Espíri-tas!

Muitos afirmam que a Doutri-na é rigorosa e não é possível vi-vê-la adequadamente e que difi-cilmente conseguirão nesta exis-tência. Assim, por “modéstia" costumam dizer para aqueles que lhes perguntam a religião:

-Estou tentando ser espírita!Longe de ser um símbolo de

humildade é uma maneira de ge-rar desconfiança naqueles que nos ouvem. Como poderão acre-ditar em uma Doutrina que não consegue convencer o próprio adepto?

Somos Espíritas!Toda a Humanidade encarna-

da está num mundo de provas e expiações lutando contra as im-perfeições morais que caracteri-zam muitos seres humanos. Lo-go, na classificação de Allan Kar-dec o verdadeiro espírita é reco-nhecido, pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações

Transcrito do livro:O Que é Fenômeno Mediúnido?. Série Come-çar, pág. 58/60. 1ª edição. Ed. Correio Fra-terno.

te com a antecedência necessária, por um adivinho, diz Will Durant no seu livro Caesar and Christ.

“Agnóstico, mas não livre de superstições” - como diz Durant - César acreditou desacreditando na previsão do médium. Ao encon-trar-se com ele na rua, quando se dirigia ao Senado, momentos an-tes do assassinato, ele ainda zom-bou do homem: “Você disse que tivesse cuidado com os idos de março e já estamos nos idos de março...”. “Espere - disse o médi-um - que ainda estamos nos idos de março...”

E assim foi. As conseqüências foram dramáticas para Roma e, conseguintemente, para o mundo.

O assassinato de César - escre-ve Durant - foi uma das grandes tragédias da história.

ão são apenas os textos religiosos que nos ofere-Ncem fenômenos mediúni-

cos à meditação. Também os de natureza histórica o fazem. Desde remotas eras, dirigentes políticos ou militares governaram envolvi-dos com médiuns de várias facul-dades, conhecidos por nomes dife-rentes em diferentes épocas e lo-cais: adivinhos, pitonisas, áugu-res, profetas, videntes, feiticeiros, magos e tantos outros.

Na Babilônia, governantes e sacerdotes entendiam-se para in-terpretar e traduzir em ação polí-tica a vontade dos guias espiritu-ais da nacionalidade. Coisa seme-lhante ocorreu no Egito. Quando os próprios faraós não eram inici-ados nos mistérios sagrados da mediunidade - o que ocorria com freqüência - tinham à sua dispo-sição seus médiuns para consul-tar os Espíritos nos problemas de maior gravidade.

Na Grécia, governantes, pen-sadores e o povo em geral consul-tavam os oráculos, onde as pitoni-sas respondiam, em transe, às per-guntas formuladas pelos consu-lentes e interpretadas pelos sacer-dotes. Certa vez, quando alguém perguntou ao oráculo quem era o maior homem da Grécia, os Espí-ritos surpreenderam muita gente, dizendo que era um certo Sócra-

tes, ao qual somente os jovens pareciam dar valor. (Ao saber da opinião dos Espíritos a seu respei-to, Sócrates comentou que disse-ram isso apenas porque ele era dos poucos que admitiam sua pró-pria ignorância). Aliás, Sócrates também era médium, como se sa-be. E convicto reencarnacionista.

Alexandre da Macedônia leva-va consigo, nas suas campanhas, os seus próprios médiuns e os con-sultava com freqüência. Depois de haver conquistado quase todo o mundo conhecido na época, os Espíritos parece que acharam que era demais e lhe mandaram um re-cado dramático. O médium saltou para cima de um couro cru, cheio de altos e baixos e explicou que Alexandre não ia poder controlar todo o seu imenso império, pois quando pisasse numa dobra para fazê-la assentar, outra subia, ali à frente. Se corria para um lado, o couro levanta-se de outro. Foi e-xatamente o que começou a acon-tecer. Pouco depois de ele ter mor-rido, aos 33 anos de idade, seu im-pério fragmentou-se em tantos pe-daços quantos eram seus ambicio-sos generais e prepostos.

Os Césares consultavam tam-bém seus médiuns nos momentos de crise. O leitor deve estar lem-brado que o assassinato de Júlio César foi previsto mediunicamen-

Hermínio C. Miranda

MEDIUNIDADE

O Fenômeno Mediúnico

na História

Na Antigüidade, mulher que previa o futuro. Pítia.

Sacerdote romano que tirava pressá-gios do canto e do vôo das aves; agou-reiro.

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Agosto 2003 05FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

nossa intenção não é transferir a dureza de nossos corações para as palavras, o desejo é apenas de ori-entar aos que, de alguma forma, tomam os primeiros contatos com o Espiritismo.

Sabemos da existência de ou-tras obras, também com valores incomparáveis. São livros que compõem a “literatura espírita”, denominadas “obras subsidiá-rias”, que devem e merecem ser li-das mas, para que sejam melhor compreendidas, deveremos come-çar pelo começo, pela base e a ba-se do Espiritismo é Kardec.

Exemplificando. Uma pessoa que passa a ler o laureado livro Nosso Lar, ao se deparar com as informações da sobrevivência de André Luiz após a derrocada do

estudo sistemático do Es-piritismo deve ser iniciado Opela análise da codifica-

ção Kardequiana. Não obstante coadunarmos com a afirmação re-tro, algumas ressalvas devem ser feitas. Qual a razão de concordar-mos com ela? O que traz de tão es-pecial para ser o primeiro passo do adepto? São essas indagações que pretendemos esclarecer, mes-mo que de forma resumida.

Aprendemos com Kardec que, para entendermos determinado ra-mo do conhecimento, devemos ler tudo o que diz respeito ao mesmo.

O Espiritismo é uma doutrina filosófica, de bases científicas e conseqüências morais. Veio ao mundo no dia 18 de abril de 1857 com a publicação de O Livro dos Espíritos, seguido de outros qua-tro livros: O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868), que juntos formam o que chama-mos de “pentateuco espírita” ou “obras básicas”.

Agosto 200306 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Allan Kardec não foi autor dessas obras, foi sim, co-autor, o encarregado de selecionar, classi-ficar, analisar e comentar os tex-tos ditados pelos Espíritos, tudo o que fazia submetia ao aval dos Benfeitores, verdadeiros respon-sáveis pelos textos.

Ninguém poderá conhecer Doutrina Espírita, sem conhecer as obras citadas, seria o mesmo que a pessoa se dizer budista sem conhecer os ensinamentos de Bu-da. Observem, não estamos falan-do que o Espiritismo é a “melhor doutrina” ou o “melhor caminho”, apenas informamos que a Doutri-na Espírita iniciou-se com Allan Kardec, e o seu trabalho de pes-quisa e divulgação.

Dessa forma, seja para o inici-ante na Doutrina ou para seu adepto, para o melhor entendi-mento do Espiritismo, é impres-cindível a análise das obras bási-cas, pois sem essas, poderemos co-nhecer tudo, menos Doutrina Es-pírita.

De bom alvitre destacar que

Caroline Brandão - São Paulo/SP

DOUTRINA

O Estudo Sistemáticoe as Obras Básicas

O Estudo Sistemáticoe as Obras Básicas

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Estudo que segue um sistema: orde-nado, metódico.

Livro do Espírito de André Luiz, psico-grafado pelo médium Francisco Cândi-do Xavier, Editora FEB.

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Ninguém poderá conhecer Doutrina Espírita, sem a imprescindível análise das Obras Básicas

Para saber mais, consulte:1) O Livros dos Espíritos - Allan Kardec. Ed. FEB;2) O Livros dos Médiuns - Allan Kardec. Ed. FEB;3) O Céu e o Inferno - Allan Kardec. Ed. FEB;4) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec. Ed. FEB;5) A Gênese - Allan Kardec. Ed. FEB.

Agosto 2003 07FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

de forma eficaz na ampliação de nosso conhecimento espírita. São excelentes autores, alguns já de-sencarnados, outros ainda produ-zindo, mas todos merecem ser li-dos, e afirmamos mais, devem ser estudados de forma sistemática.

Finalizamos com as palavras de Bezerra de Menezes:

“Allan Kardec nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não se faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabe-lece sobre as mentes mais fra-cas, acorrentando-as a séculos de ilusões e sofrimento. Seja Allan Kardec não apenas crido ou sentido, apregoado ou mani-festado à nossa bandeira de fé; mas suficientemente: vivido, so-frido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base, é difícil forjar o caráter es-pírita-cristão que o mundo espe-ra de nós, através de nossa pró-pria unidade”.

corpo físico, as ofensas que lhe eram impingidas de suicida, sua ação no plano espiritual, não compreenderá absolutamente na-da, no mínimo vislumbrará em tão relevante obra, informações fictícias, pois, se não conhecer a realidade da sobrevivência do ser, seu corpo espiritual (perispírito), o valor da vida terrena, as proprie-dades dos fluidos, como os Espíri-tos agem sobre os mesmos, o vo-lume lido será ininteligível, infun-dado. Todavia se, primeiramente, apreciar as ponderadas lições es-posadas no “pentateuco espírita”, aí sim, compreendendo um pouco mais a realidade espiritual, conse-guirá detectar as preciosas infor-mações relatadas por André Luiz.

Os livros a que nos referimos como componentes da “literatura espírita” são inúmeros e visam, na maioria das vezes, trazer para o particular o que Kardec tratou no geral. Alguns têm o fito de colocar em linguagem mais acessível e exemplificativa os dizeres Karde-quianos.

É nosso dever informar que nem tudo o que se intitula como espírita o é. Muitos livros trazem a

pretensão de serem espíritas, mas o conteúdo não condiz, são idéias mui-tas vezes absurdas, in-fantis e totalmente contrárias aos pilares da Doutrina, porém, são colocadas à venda como se o fossem, em uma total afronta ao leitor.

Entretanto, podemos confiar em uma vasta literatura espírita, que vai desde outras obras abali-zadas pelo próprio Kardec, com os 12 volumes da Revista Espírita, Obras Póstumas, O que é o Espiri-tismo, Obsessão e Viagem Espírita de 1862, até obras que estão sen-do recentemente editadas. Sendo passível procedermos à seguinte classificação:

Obras Mediúnicas: São obras que vieram ao nosso esclareci-mento através de médiuns segu-ros, como Chico Xavier, Divaldo P. Franco, Yvonne A. Pereira, Raul Teixeira, dentre outros;

Obras Não Mediúnicas: São li-vros que decorrem do esforço dos pesquisadores espíritas. Escritores com imensa qualidade intelectual, sendo que dentre tantos podemos elencar, Herculano Pires, Hermí-nio C. Miranda, Therezinha Oli-veira, Lamartine Palhano Júnior, Ernesto Bozzano, William Croo-kes, Camille Flamarion, Léon Dé-nis, Gabriel Dellane, Francisco Ca-jazeiras, Cairbar Schutel etc.

Todos esses autores guardam as diretrizes espíritas e colaboram

Poema extraído do livro Doutrina e Vi-da, Ed. Cultural Espírita União, 1ª ed., p. 45, psicografia de Chico Xavier.

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A)

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Lönnerstrand - foi o advogado Ta-ra Chand Mathur, pessoa culta e altamente considerada naquela ci-dade e que havia sido um dos três membros da comissão de investi-gação.

Ao procurá-lo, sentiu-se ainda invadido pelo ceticismo, ou pelo menos pela perplexidade: não era a Índia a pátria dos santos, dos professores da “psicologia do pro-fundo"? Não era fácil pensar em fenômenos telepáticos, ou hipnó-ticos, ou de sugestão, sobretudo numa cidade como Delhi?

Depois de alguns minutos de conversação, notou que se achava à frente de uma pessoa de viva in-teligência e de grande cultura. O Dr. Tara Chand Mathur confirmou que a investigação havia sido efe-

uma introdução, diz a re-vista que o caso se refere a Numa senhora indiana,

chamada Ludgi Devi, que morreu a 4 de outubro de 1925, às 10 ho-ras da manhã, no hospital onde havia dado à luz um menino. Con-tava 23 anos e era casada com um abastado brâmine de Mathura, ci-dade que dista uns 140 quilôme-tros de Delhi.

Pouco mais de um ano depois, a 11 de dezembro de 1926, nasce em Delhi, no seio de uma família abastada e de ótima educação, uma menina à qual foi dado o no-me de Shanti Devi (Devi significa deusa, e é nome muito comum na Índia).

Aos 4 anos de idade, Shanti Devi começou a recordar-se de sua vida anterior, vivida na pes-soa de Ludgi Devi. A pouco e pou-co essa lembrança foi-se tornando vivíssima e uma comissão de in-

vestigação, examinando uma sé-rie impressionante de provas e de-poimentos, afirmou a evidência da sua reencarnação. As notícias do fato, publicadas resumidamen-te em 1935, não obtiveram grande repercussão na Europa.

Foi há pouco tempo que o co-laborador da mencionada revista resolveu, depois de recolher as no-tícias aparecidas à imprensa euro-péia, ir à Índia, onde ouviu a pró-pria protagonista da história e al-gumas dezenas de testemunhas. Com o que apurou pessoalmente, escreveu um livro, de cujas passa-gens mais importantes se extraiu a reportagem que ora reproduzi-mos, resumindo:

A primeira pessoa que interro-gou ao chegar a Delhi, cidade on-de ocorreu o fato - informou Sture

O ExtraordinárioCaso de Shanti Devi

Com esse título, a famosa revista italiana L'Europeo, em seus números 640, 641 e 642, de 19 e 26 de janeiro e 2 de fevereiro de 1958, publicou, ilustrada com

inúmeras fotografias coloridas, uma longa reportagem de seu colaborador sueco Sture Lönnerstrand. A revista Reformador, em junho de 1958, publicou um

resumo da reportagem, ofertando ao público Espírita um caso raro de comprovação da reencarnação, que reproduzimos a seguir:

Em português, leia-se Xânti Devi. Nota de Reformador.

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Agosto 200308 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

REENCARNAÇÃO

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primeiras explicações, o jornalista iniciou seu inquérito, perguntan-do ao pai da jovem, que se expres-sava em excelente inglês:

- Como o senhor começou a perceber que a menina não era normal?

O interrogado mostrou-se sur-preso:

- Não era normal? Sempre foi normalíssima. Começou a falar coisas estranhas aos quatro anos de idade, inteiramente fora daqui-lo que podia conhecer. Pensamos, a princípio, que se tratasse de uma curiosa forma de imaginação in-fantil. Mas tais fantasias, à medi-da que a menina crescia, aumen-tavam de número e ganhavam em detalhes. E um dia disse, em claro e bom tom, que havia vivido em uma cidade chamada Muttra. Ten-do-a sob constante observação, eu e sua mãe demo-nos conta de que se tratava de uma expressão ma-nifesta de reencarnação e esperá-vamos que, com o correr do tem-po, se esbatessem tais recorda-ções. Para não perturbar a meni-na, não lhe dissemos nada. A me-mória de sua vida anterior, porém, se reforçou cada vez mais, até que, um dia, ela pediu para ser le-vada a Muttra.

Passa o pai da jovem a expli-car que Muttra é o nome dialetal dado à cidade de Mathura pelos seus habitantes, fato esse que a princípio lhe era desconhecido. Shanti, ao fazer aquele pedido, havia completado 5 anos de idade. O jornalista indaga se a menina era hipersensível, se se referia a outras coisas com a mesma insis-tência, se se deixava sugestionar.

tuada por ele; pelo Sr. Lala Desh-bandu Cupta, Presidente da Asso-ciação Nacional dos Editores, edi-tor do Daily Teje, membro do Con-gresso; e pelo Sr. Pandit Neki Ram Sharma, parlamentar insigne e lí-der do Partido Nacionalista. A in-vestigação, esclareceu, não havia sido ordenada por nenhuma auto-ridade; eles a haviam realizado por sua própria conta e comunica-do o relatório a toda imprensa do País.

- O Senhor - indagou o jorna-lista - certamente habituado pela profissão à objetividade, conduziu a investigação com o habitual cri-tério jurídico. Está convicto de que não houve artifícios hipnóti-cos ou telepáticos?

- A investigação excluiu essa hipótese. De resto, não haveria ra-zão para tais artifícios, nem al-guém que os pudesse fazer. Um influxo telepático ou hipnótico não dura toda a vida. Shanti Devi começou a recordar de modo ne-buloso a sua vida precedente aos quatro anos de idade, a memória

desenvolveu-se com o seu cresci-mento e é hoje conservada perfei-tamente lúcida. Não se trata de uma memória fragmentária. Tudo o que Shanti Devi recorda pode ser conferido: muitas pessoas e coisas de que se lembra ainda existem e comprovam suas afir-mativas.

Ante o espanto do jornalista europeu, que lhe perguntou se co-nhecia outros casos de reencarna-ção, respondeu-lhe o advogado indiano que sim, mas que nenhum havia podido ser comprovado co-mo esse. E acrescentou um pouco ironicamente:

- De um modo geral, a trans-migração da alma não é um privi-légio nosso, os indianos; não se fala dela também no Evangelho? Vós a chamais reencarnação, mas o conceito é o mesmo.

O entrevistado, porém, consi-derou que seria melhor conhecer pessoalmente a heroína da histó-ria. Chamou dois de seus filhos e recomendou-lhes acompanhas-sem o jornalista à residência de Shanti Devi. As relações entre as duas famílias datavam de longo tempo, tendo-se iniciado justa-mente quando, na infância da me-nina, eram vizinhas.

A jovem achava-se ausente, e o jornalista foi, então, apresenta-do aos seus genitores: o pai, Rang Bahadur, e a mãe, Prem Pyari. Re-cebido cortesmente, e depois das

Agosto 2003 09FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Capa do livroI Have Lived Beforede Sture Lönnerstrandsobre a reencarnação deShanti Devi

Reprodução

bém a descrevê-lo? indagou o re-pórter.

- Apenas um dia deixou esca-par que ele tinha uma verruga na face.

- Era verdade?- Sim. Era verdade. Ele ainda a

tem.O jornalista sentiu-se animado

a fazer uma pergunta indiscreta: se o Sr. Rang Bahadur julgava im-possível que alguém da família, ou mesmo algum conhecido ou vizinho, pudesse ter sugestionado, hipnotizado Shanti, de modo a le-vá-la a dizer todas aquelas coisas.

A resposta foi incisiva:- É inteiramente sem sentido

admitir tal coisa. A nossa pequena jamais saiu da casa sozinha, e os nosso vizinhos eram e são pessoas muito distintas, estimadas e nor-mais. Ninguém, muito menos qualquer membro de nossa famí-lia, teria tido meio ou interesse de influenciar uma menina de quatro anos, a ponto de fazê-la crer nu-ma existência passada.

Sabendo que o marido ainda era vivo, mas ante a negativa de Shanti de revelar-lhe o nome, quis saber o jornalista como havia agi-do a família dela para entrar em contato com ele. O pai da jovem respondeu-lhe que eles não cogi-taram disso, com receio de pertur-bar a menina, mas o fizeram por instância do advogado Tara Chand Mathur. Este levou à casa de Shanti um amigo comum, o Dr. Kichen Chand que, acercando-se da menina, lhe disse muito natu-ralmente que tinha negócios a tra-tar com o marido, pelo que preci-sava saber o seu nome a fim de lhe

Recebeu esta resposta:- Não digo que fosse hipersen-

sível; era certamente mais inteli-gente que os irmãos. Demonstrou desde cedo inteligência acima da idade. Tendia a manter-se calada, e dava a impressão de viver asso-berbada com um pensamento do-minante. Quanto à sugestão, não sei o que dizer, pois ninguém a su-gestionava.

Tendo-lhe o jornalista pergun-tado se, além desse indício, Shanti havia dado outros relativos à sua vida precedente, o pai da jovem reportou-se à questão dos alimen-tos. Disse que Shanti bem cedo manifestara, com insistência, pre-dileção pela dieta bramânica, e que só mais tarde os pais vieram a saber que em sua vida anterior ela havia pertencido à casta dos brâ-manes. Em seguida, referiu-se ao vestuário, explicando que os hábi-tos diferem entre Mathura e Delhi. Pois bem: um dia a menina, ao ser vestida pela mãe, declarou que não era aquele o seu único modo de vestir-se e, evidenciando as re-

miniscências de sua outra vida, mencionou, pelos nomes típicos, os adornos e jóias somente usados pelas mulheres bramânicas. Notá-vel é que para indicar uma dessas jóias, a menina empregava o ter-mo churey pelo qual ela é conhe-cida exclusivamente no dialeto de Mathura, dialeto inteiramente desconhecido dos familiares.

Indagando se a jovem, quando menina, havia falado de um mari-do (da existência anterior) obteve resposta afirmativa, mas, surpre-endeu-se o jornalista com o fato de a menina recusar-se a dizer-lhe o nome, querendo descobrir nisso uma trapaça infantil. Mas o Sr. Rang Bahadur esclareceu logo:

- Não. A própria Shanti expli-cou a razão: a esposa hindu bem educada evita sempre mencionar o nome do marido a outras pes-soas. É uma demonstração de re-serva e modéstia. Ninguém havia ensinado tal coisa à menina; no entanto, para ela, tratava-se de coisa natural e sabida.

- A menina recusava-se tam-

Agosto 200310 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Cidade de Delhi, Índia

Reprodução

bituada na minha antiga casa. Isto é, eu queria comida bramânica.

Após Shanti lhe haver dito que até hoje se recorda claramente de sua vida precedente, melhor que a infância de sua vida atual, o jor-nalista prossegue:

- Essa memória se lhe revelou de um só jato, ou graduamente?

- Gradualmente, direi, ano a ano, até à maturidade.

- Precisou fazer algum esforço pra revivê-la em sua mente?

- Não. Por que o faria? A mi-nha recordação é perfeitamente natural, tal como para as coisas da vida presente. São os aconteci-mentos que vêm espontaneamen-te à minha memória, não sou eu quem vai procurá-los.

- A senhorita teve certeza, des-de o princípio, que essas estranhas recordações não pertenciam à vi-da presente, mas à passada?

- Não posso dizer que tivesse certeza, à idade de 4 ou 5 anos, quando não podia raciocinar. Mas assim que essas recordações se ob-jetivaram, compreendi imediata-mente que se referiam a uma ou-tra existência.

- Como assim?- É simples. Eu era ainda uma

menina e me recordava adulta e casada. Tenho dois progenitores, e me lembrava de outros dois.

- Isso a perturbava?- O que eu sentia não era nem

angústia nem espanto, era antes uma ânsia de ter uma confirma-ção, comprovar se era verdadeiro. Por isso, quando meus pais se opuseram a levar-me a Mathura, para ver minha velha casa, eu me desesperei.

escrever. A menina, então, lho disse, acrescentando logo o ende-reço!

Assim, através de correspon-dência, combinaram uma visita do marido, Sr. Kedar Nath, à famí-lia de Shanti, o que se deu a 13 de novembro de 1935, quando a me-nina tinha quase 10 anos. O refe-rido senhor compareceu acompa-nhado da segunda mulher e do fi-lho do primeiro casamento, isto é, do filho de Shanti.

- Como se deu o encontro en-tre os dois? - indagou o jornalista.

- A menina - respondeu o pai - reconheceu-o imediatamente, sem confundi-lo com o irmão dele, mais velho, que também o acom-panhava. Sorriu-lhe com alegria e respeito, como se fosse sua mu-lher.

- Que perguntas lhe fez o Sr. Kedar?

- Um pouco de tudo. Como era a casa deles, que pessoas conhe-ciam, quem eram seus pais, e coi-sas assim. Mas aquelas que o con-venceram definitivamente foram as de caráter íntimo. O Sr. Kedar Nath se conduziu com muita deli-cadeza e tato, sobretudo por tra-tar-se de uma menina de 10 anos, mas Shanti lhe respondeu como somente sua mulher poderia res-ponder-lhe.

O Sr. Rang Bahadur discorreu, ainda, sobre as circunstâncias que levaram, afinal, sua família a em-preender viagem a Mathura, aten-dendo não só aos pedidos do ami-go Dr. Tara Chand Mathur, mas também aos rogos insistentes de Shanti, que os amiudou especial-mente depois do encontro com o

antigo marido. Todavia, conside-rando que o maior interesse do in-terlocutor seria o de conversar com a personagem central da his-tória, convidou-o a voltar no dia seguinte, a fim de avistar-se com a própria Shanti, cujo nome signi-ficava “paz".

O jornalista confessa que foi com emoção que, no dia seguinte, deparou com aquela que estava vivendo uma nova vida: “Nada vi em Shanti - escreveu o Sr. Lön-nerstrand - que revelasse algo de anormal. É ela de estatura mais baixa que alta, de compleição de-licada e harmoniosa, rosto redon-do, um pouco infantil, com o tra-dicional sinal vermelho entre as sobrancelhas.

Usa óculos, mas não sempre. Quando me recebeu, tinha uma expressão séria e pensativa, que era, aliás, o seu modo normal de ser; mas, quando sorria, seus olhos negros brilhavam intensa-mente e todo o semblante adqui-ria encanto singular. Shanti tem hoje trinta e dois anos, mas, se eu não o soubesse antes e tivesse que adivinhar, dar-lhe-ia vinte".

Depois das apresentações, ini-ciou ele seu interrogatório:

- A senhorita tem memória ge-nérica dos fatos?

- Não apenas genérica. Recor-do também as particularidades.

- Então - disse o jornalista - creio que a senhorita se lembrará quando teve a primeira recorda-ção física de sua vida precedente.

- Certamente. Eu era muito pe-quena. Um dia recusei a alimenta-ção que minha mãe me dava, por-que não era aquela que estava ha-

Agosto 2003 11FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

de Mathura, esta estava pintada de branco, e não de amarelo, co-mo desde criança ela afirmava. Mas o marido Kedar Nath expli-cou que, de fato, a casa fora pin-tada de amarelo, e que havia man-dado mudar a pintura para bran-co.

Naquele dia, em Mathura, in-daga ainda o repórter:

- Que outras coisas fez a se-nhorita?

- Pedi para ir ao banho, no rio sagrado Jumna. Acompanharam-me. Mas o caminho, durante todo o percurso, fui eu que o indiquei. Assim que chegamos, dirigi-me ao guardador e lhe pedi a minha roupa de banho costumeira e o meu posto privativo. O guardador ficou estupefato, mas depois se re-cordou de que, 10 anos atrás, ha-via uma jovem senhora bramâni-ca que era freqüentadora assídua do banho, e que o seu posto na praia era sempre o mesmo.

O jornalista nota, então, que sua conversa com Shanti Devi se prolongava havia algumas horas, e que ela continuava a responder-lhe com naturalidade, como quem nada tivesse a esconder, e a contar a própria vida com simplicidade. Indagou o jornalista se ela estaria disposta a ir, novamente em sua companhia, a Mathura. Ela aqui-esceu satisfeita, e ficou de solici-tar a permissão e a companhia do pai.

Antes de efetuar a viagem, o jornalista procurou de novo o ad-vogado Tara Chand Mathur, com quem conversou longamente so-bre o assunto, e o qual lhe deu a folhear a documentação recolhida

A conversa, diz o jornalista, enveredou para a reencarnação e para uma multidão de detalhes da vida anterior que a jovem reme-morava: a sua antiga residência, a sua condição social, os lugares, os vizinhos, os parentes e amigos, os pais, mencionando os apelidos pe-los quais eles a chamavam. A pró-pria jovem lhe confirmou que quando, afinal, os seus pais resol-veram levá-la a Mathura, junta-mente, com a comissão de investi-gação, isto é, aos 10 anos de ida-de, deixaram a ela o encargo de descobrir as antigas residências (de solteira e de casada), o que ela fez sem se enganar, tendo, ao de-mais, reconhecido imediata e es-pontaneamente seus antigos pa-rentes da outra vida, um dos quais se comoveu até às lágrimas, quan-do ela o chamou por uma expres-são familiar só usada por Ludgi Devi. Pelo caminho, apontou to-das as construções realizadas de-pois de sua morte. A menina se exprimia, por vezes, no difícil dia-leto de Mathura, dialeto que os próprios genitores atuais não compreendiam.

O jornalista indagou da jovem se lembrava sua morte. Obteve resposta exata do dia, hora e lu-gar. Falecera em 1925, como já o dissemos no começo deste traba-lho, dez dias depois de dar à luz o seu filho Nabanita Lal.

Em sua reportagem, ele salien-tou a situação absurda em que se encontrava, de perguntar a uma pessoa se esta se recordava de sua morte e receber resposta. O incon-cebível do fato levou-o a fazer to-do o gênero de perguntas à pró-

pria jovem, das quais destacamos as seguintes:

- Quando a senhorita morreu, recorda-se de algum último pen-samento?

- Recordo-o muito bem: pen-sei, com grande força, em Crisna.

- Seu pai me referiu o fato de que seu antigo marido, ao vir visi-tá-la, veio acompanhado da atual esposa e do filho, este nascido do primeiro casamento, quer dizer, fi-lho de Ludgi Devi. Que impressão teve ao vê-lo?

- Eu o reconheci. Não sei ex-plicar-lhe como, mas soube ime-diatamente que era meu filho. De-ve ter sido um instinto materno.

Kedar Nath fez a ela inúmeras perguntas de natureza íntima, às quais respondeu com desembara-ço e precisão. Com a partida do antigo marido, a menina foi presa de estranho desespero.

- Eu insisti por ir a Mathura. Entre outras coisas, disse que de-veria finalmente levar o meu di-nheiro ao templo.

- Que dinheiro?A entrevistada contou, então,

que havia economizado 150 rúpi-as do dinheiro que o marido lhe dava para suas despesas pessoais. Essa importância ela a havia guar-dado num esconderijo, situado no pavimento de um cômodo de sua casa, e se destinava a um óbolo a certo templo religioso, caso o es-perado filho fosse do sexo mascu-lino. Mas Ludgi Devi, como vi-mos, faleceu sem poder cumprir o seu desejo.

A outras perguntas do jorna-lista, Shanti Devi conta que, ao chegarem à sua antiga residência

Agosto 200312 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

acercamos dos genitores de Shan-ti, isto é, os da sua vida preceden-te. Foi para nós uma verdadeira questão de consciência: os pobres velhos não sabiam de nada. En-contravam-se no meio de uma ro-da numerosa de pessoas quando, inopinadamente, viram correr-lhes ao encontro uma menina, que os abraçou dizendo ser Ludgi De-vi, a filha morta. De início, não entenderam. Mas, pouco a pouco, dirigindo perguntas à menina, renderam-se à evidência. Ficaram emocionadíssimos, tremiam, ti-nham os olhos cheios de lágrimas. E nós obtínhamos, assim, também o seu testemunho e a sua confir-mação.

Dois dias depois empreendiam viagem a Mathura o jornalista, Shanti Devi, o seu pai e um seu ir-mão. Como mulher e indiana de família respeitável, Shanti não po-dia viajar sozinha. Na confabula-ção que entretiveram, enquanto

pela comissão que havia investi-gado o caso com todas as precau-ções. Na leitura, assim como nessa segunda entrevista com o Dr. Chand Mathur, encontrou o jor-nalista confirmação de todos os fatos narrados por Shanti Devi, assim como passou a saber de ou-tros de extraordinária evidência e que ela havia deixado de mencio-nar. Por exemplo, dizia o minuci-oso relatório:

“Chegados à sua primeira resi-dência de casada, os quatro (isto é, Shanti e os três membros da co-missão) saltaram da carroça e en-traram. Veio ao seu encontro um velho brâmane de seus setenta e cinco anos. Shanti o reconheceu instantaneamente, chamou-lhe sogro e ajoelhou-se perante ele, tocando-lhe os pés com profundo respeito. A ação foi tão repentina e espontânea que comoveu mes-mo a estranhos, como nós."

O relatório, em outra passa-gem, fala das provas do reconhe-cimento a que ela se submeteu na-quela grande casa, e comenta o desapontamento de Shanti, que chegou a chorar, por não ter en-contrado, no seu esconderijo, as 150 rúpias que havia guardado.

- Com certeza tu te enganas - disse-lhe um dos membros da co-missão.

- Não me engano, não - res-pondeu a menina - eu havia posto o dinheiro aqui. Quem o tirou?

Diante de sua insistência, o marido Kedar Nath, um pouco em-baraçado, confessou que, depois da morte da mulher, Ludgi Devi, havia encontrado aquele dinheiro por acaso e, desconhecendo a sua

finalidade, o havia gasto. A meni-na, com a explicação, deu-se por satisfeita e tranqüilizou-se.

Como o jornalista não encon-trasse no final do relatório as con-clusões sobre o caso, perguntou a razão desta falta, ao que o advo-gado respondeu:

- Quando as coisas são assim tão manifestas, parece-me que is-so seria ofender o leitor. As provas da autenticidade da reencarnação de Shanti Devi são de tal forma positivas, numerosas, permanen-tes e a todo o momento multipli-cadas, que desnecessário se tor-nou expormos as conclusões.

Deixando a leitura daquele do-cumento, que trazia numerosas outras provas concludentes, co-mentou o jornalista com o Dr. Ta-ra Chand Mathur:

- Deve ter sido emocionante, imagino, também para os senhores.

- Sim - respondeu-lhe o advo-gado - sobretudo quando nos

Agosto 2003 13FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Cidade de Mathura, Índia

Reprodução

cuidar do menino.O jornalista notou que Kedar

Nath disse isso quase em tom de justificação, com os olhos baixos. A conversação estendeu-se por horas a fio, sempre em torno do mesmo assunto aqui focalizado, tendo o hóspede interrogado a to-das as pessoas da casa, inclusive alguns servos que haviam conhe-cido Ludgi. Afinal, chegaram às despedidas e Kedar Nath acompa-nhou-os até à estação. Lá, nos úl-timos colóquios, voltaram à ques-tão dos laços afetivos entre Shanti Devi e Kedar Nath. Este, então, confessou, em voz baixa:

- Sobre o leito de morte de Ludgi Devi, prometi-lhe que não me tornaria a casar. Jurei solene-mente e o fiz espontaneamente. Não foi ela que me pediu.

Seguiu-se um longo silêncio, durante o qual o jornalista pôde julgar que aquela era, certamente, a primeira vez que Kedar Nath afirmava tal coisa a Shanti.

Na viagem de volta pararam em Agra, onde se hospedaram na casa da irmã de Shanti. O jornalis-ta tocou de novo no assunto aci-ma com Shanti Devi, estranhando, aliás, o fato de ela, tão prendada, não se ter ainda casado. A jovem respondeu-lhe que já havia esco-lhido: “que não se casaria de no-vo."

- Por que diz que não se casará de novo?

- Estou certa de que o senhor compreendeu o que eu quero di-zer.

corria o trem, o jornalista pergun-tou, a certa altura:

- Acredito que a senhorita tal-vez se sentisse mais feliz se não houvesse recordado coisa alguma de sua vida precedente. Ao que a moça retrucou:

- Não sei. No fundo estou or-gulhosa de representar a prova vi-va de doutrina filosófica e religio-sa.

Chegados a Mathura, dirigi-ram-se à casa de negócios de Ke-dar Nath. Coube a Shanti apresen-tar este ao jornalista, que igual-mente conheceu e conversou com o filho de Ludgi Devi. Depois dos primeiros entendimentos, Kedar Nath convidou-os para irem a sua casa, “minha e de Ludgi Devi", disse ele. Admitidos ao interior, o dono da casa apresentou ao jor-nalista a sua atual esposa e sua nora. Esta última, assim que soube que o jornalista pretendia foto-grafá-la juntamente com Shanti, tratou de refugiar-se em um dos compartimentos do interior. Ke-dar Nath explicou, então:

- Ela considera Shanti sua so-gra e disse que não está direito deixar-se fotografar a seu lado.

O jornalista, sentindo-se à vontade, faz a Kedar Nath uma porção de perguntas, às quais ele respondeu com muita franqueza. Registramos aqui os diálogos mais expressivos. O entrevistado come-çou confessando que ao receber as primeiras notícias sobre as revela-ções da menina Shanti Devi, não lhe deu grande crédito, não obs-tante fossem elas curiosamente exatas e que só Ludgi Devi podia saber, ele estava casado de novo,

era um negociante abastado, e por isso chegou a temer qualquer chantagem de uma família desco-nhecida.

- Mas o senhor se convenceu, falando com Shanti?

- Naturalmente. Não teria sido possível duvidar.

- Shanti me disse que o senhor lhe fez perguntas íntimas. De que gênero?

A esta pergunta, Kedar Nath solicitou e obteve o assentimento de Shanti, para responder:

- Foram perguntas referentes, primeiramente, aos nossos atos domésticos, por exemplo: os pra-tos de minha predileção, o dinhei-ro que gastávamos, a criadagem e coisas assim. Depois fiz perguntas de caráter sexual, Shanti Devi não havia completado, ainda, 10 anos de idade, e pertencia a uma famí-lia de rigorosa educação, mas ti-nha conhecimentos precisos sobre nossas relações conjugais, quer dizer, entre mim e Ludgi Devi. O senhor pode crer, dispensando-me de entrar em particularidades.

- Ludgi Devi era uma boa es-posa?

- Sim. Era corajosa, sincera e inteligente. Poucas pessoas co-nheci tão cheias de qualidades quanto ela. Era profundamente re-ligiosa, muito devotada à família e ao lar. Havia começado a ler os livros sagrados e a praticar a ioga. Morreu quase de repente, com 23 anos. Fiquei inconsolável por muito tempo. Após uma pausa, continuou:

- Depois eu me casei de novo. A casa não podia continuar assim, minha sogra era muito idosa para

Agosto 200314 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Julieta Closer - Campinas/SP

V o c ê S a b i a . . .V o c ê S a b i a . . .

Vejamos as curiosidades que a Bíblia nos reserva para este mês:Vejamos as curiosidades que a Bíblia nos reserva para este mês:

iloé - (Enviado). Nome do tanque em Jerusalém onde o cego de nascença se lavou a mando de Jesus, e recuperou a visão. (João 9:11). Ao tanque de Siloé se faz referência Stambém em Isaías 8:6 e 22:9,11. Esse tanque é um reservatório de 18m de compri-

mento por 6m de largura e 6m de profundidade. O lado ocidental se acha quase destruído.

iloé

apiro - planta aquática, de dois a quatro metros de altura. Abundante, antigamente, nas margens do rio Nilo e na Palestina. Da casca dessa planta se faziam as folhas para os manuscritos. (Jó P8:11). O papiro deu o nome ao papel. Os egípcios fabricavam, de papiros, canoas para a caça e pes-

ca, nos pântanos. Êxodo 2:3 e Isaías 18:2.

apiro

aracleto - do grego parakletos: chamado para junto de. Traduzido para o latim advocatus: chamado para junto de, a fim de assistir, Passessorar, instruir como falar e agir, acompanhar e defender. É o

Consolador prometido por Jesus... E eu rogarei ao Pai e ele vos enviará ou-tro Consolador; a fim de que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber... João 14:16,26; 15:26, 16:7.

aracleto

acéldama - quer dizer Campo de Sangue (Atos 1:19) e é uma porção de terreno, em Jerusalém, com-prado com as trinta moedas de prata que Judas recebeu por ter entregado Jesus (Mateus 27:6,8). O Htradicional sítio chama-se hoje Hakk-ed-Dumon, não ficando longe do tanque de Siloé.

acéldama

IDADE de UR - Taré tomou seu filho Abrão, seu neto Ló, filho de Arã e sua nora Sarai, mulher de Abrão. Ele os fez sair de Ur dos caldeus... Gênesis 11:31. Ur, um nome tão misterioso e lendário Ccomo os reis e chefes guerreiros, de reinos, de templos e palácios recobertos de ouro de que nos fa-

la a Bíblia. Ur é hoje uma estação de estrada de ferro, 180 km ao norte de Baçora, perto do golfo Pérsico, uma das muitas estações da célebre estrada de ferro de Bagdá.

IDADE de UR

Fonte:1) Bíblia de Jerusalém - Sociedade Bíblica Católica Internacional e Paulus, 1985;2) Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer, 7ª edição, 1978;3) Dicionário Bíblico Universal - Buckland, Ed. Vida, 3ª edição, 1982;4) A Bíblia Sagrada - Sociedade Bíblica do Brasil - 1969;5) ...e a Bíblia tinha razão. Werner Keller. Círculo do Livro. 1978;6) Estudos Espíritas do Evangelho. Therezi-nha Oliveira. 3ª ed. 1997. EME Editora.

CURIOSIDADES BÍBLICAS

Agosto 2003 15FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

demar Jr. -A A senhora é de família espírita? Como te-ve contato com o Espiritis-

mo?Therezinha Oliveira - Mamãe

contava que meu pai era espírita mas ela nos criou na religião cató-lica. Quando meu pai desencarnou e nos mudamos de Santos para Ri-beirão Preto, a mediunidade aflo-rou em minha mãe e ela passou a freqüentar reuniões espíritas e me levava como acompanhante. Tam-bém trazia para casa livros como os de Léon Dénis. Nessas reuniões e através desses livros, embora ainda menina, fui tomando co-nhecimento com a Doutrina Espí-rita. Também freqüentei o “cate-cismo espírita", como então se de-nominavam as aulas de evangeli-zação da infância.

Depois, nos mudamos para a capital paulista, mamãe casou-se de novo e, em fevereiro de 1956, viemos morar em Campinas. Aqui chegando, comecei a freqüentar o Centro Espírita Allan Kardec, ini-cialmente em sua Mocidade e, posteriormente, criando cursos doutrinários e participando da sua

Agosto 200316 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Diretoria, sendo nela, atualmente, Diretora de Estudos e Divulgação Doutrinária.

O que levou a se-nhora a dedicar toda a sua vida ao Espiritismo?

Therezinha Oliveira - O fato de haver encontrado, nessa Doutrina, o ideal cristão revivido com sim-plicidade, baseado em fatos e ao alcance da razão; e porque o Mo-vimento Espírita oferece vasto campo de atividades, tanto para o estudo e a divulgação doutrinária, como para o exercício de uma vi-vência fraterna e altruísta.

O que a levou a escrever livros espíritas?

Therezinha Oliveira - A vonta-de e dever cristão de partilhar com os outros o conhecimento dessa Doutrina consoladora e libertado-ra que nos felicita a vida.

No meu caso, a atividade co-mo escritora surgiu ainda na Mo-cidade, ao assumir participação no jornal Alavanca, o que me en-sejou os primeiros exercícios no colocar em letras impressas as

Ademar Jr. -

Ademar Jr. -

ENTREVISTA

idéias espíritas. Mais tarde, fui ela-borando, ao longo de anos, apos-tilas para os cursos doutrinários que ministrava; posteriormente, surgiu a oportunidade de fazer de-las os livros, que atualmente são sete, além dos folhetos Ante os que partiram, Reencarnação é as-sim... e Suicídio? Um doloroso en-gano. Em breve, novo livro sairá: Parábolas que Jesus contou e va-lem para sempre.

O que a senhora destacaria como qualidade respei-tável (elogiável) num escritor espí-rita?

Therezinha Oliveira - São qua-lidades indispensáveis para todo escritor o escrever com clareza, correção gramatical e linguagem atraente mas, para o escritor espí-rita, a qualidade primordial será o bom embasamento doutrinário, pois, de outra forma não atingirá o objetivo da divulgação doutri-nária.

Quais os seus projetos (espíritas) para o futuro?

Therezinha Oliveira - Conti-

Ademar Jr. -

Ademar Jr. -

Por ocasião do lançamento do livro Parábolas que Jesus contou e valem para sempre, trouxemos aos nossos leitores a palavra

da ilustre estudiosa e querida escritora espírita, Therezinha Oliveira, para maior conhecimento de sua vida e obra

Therezinha Oliveira

J. P. A

ndra

de

Ademar Jr - Campinas/SP

Agosto 2003 17FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

tendimento como nas práticas doutrinárias.

Em sua opinião, que seria mais valioso para o mo-vimento espírita: um grupo (cen-tro) dedicado a estudos de Allan Kardec e a obras espíritas gerais e menos dedicado à caridade mate-rial, ou um centro espírita mais orientado para a caridade mate-rial e menos para os estudos dou-trinários?

Therezinha Oliveira - Deve o Centro Espírita cuidar do estudo doutrinário, sem esquecer a assis-tência material aos necessitados. Primordial, porém, é o estudo, pois, até mesmo para se praticar a caridade material, importa saber que os assistidos são espíritos em evolução como nós, o porquê e para que das experiências que es-tão atravessando, e que precisam não apenas do pão e do agasalho mas, também, do esclarecimento e da ajuda espiritual.

Como a senhora vê a unificação do movimento es-pírita no país?

Therezinha Oliveira - Como um belo ideal, pelo qual todos os espíritas devem pugnar, em que valores e sentimentos devem so-mar para o bem comum. E que só não tem progredido tanto quanto seria de desejar, porque a maioria de nós ainda não entendeu sua fi-nalidade nem se dispôs a cooperar em tudo que estiver ao seu alcan-ce.

Ademar Jr. -

Ademar Jr. -

nuar as atividades no “Allan Kar-dec", que incluem os cursos dou-trinários, prosseguir atendendo a convites para palestras nas insti-tuições espíritas e me dedicar a co-locar em livros o material que te-nho guardado, como resultado de seminários, pesquisas e palestras já realizados.

Como a senhora vê a crescente invasão de livros e periódicos mediúnicos no mercado editorial brasileiro?

Therezinha Oliveira - Por uma questão de sua formação cultural, o povo brasileiro tem uma prefe-rência equivocada pela produção mediúnica, nem sempre de quali-dade doutrinária e literária, em detrimento dos escritores encar-nados. Não há fundamento em se

Ademar Jr. -

preferir a produção de Espíritos desencarnados através de médi-uns, pois os escritores encarnados também são espíritos, também são capazes de produzir satisfatoria-mente e não lhes faltam a inspira-ção e assistência dos bons Espíri-tos. Mas, mediúnico ou não, o bom livro espírita é sempre bem-vindo.

O que a senhora entende por pureza doutrinária? A senhora acha que ela é funda-mental ou apenas importante no movimento espírita?

Therezinha Oliveira - É funda-mental que conheçamos e divul-guemos os verdadeiros princípios do Espiritismo, por eles norteando as nossas práticas, a fim de que ele possa iluminar consciências pela verdade e levar a Humanida-de ao aperfeiçoamento moral. Se adotarmos e veicularmos em no-me do Espiritismo uma mescla de princípios e práticas que não con-dizem com os seus postulados e até os contradizem, desfigurare-mos sua doutrina e o impediremos de alcançar o seu sublime objeti-vo.

Qual o valor, para a senhora, do estudo sistematiza-do nas casas espíritas?

Therezinha Oliveira - O de en-sejar ao adepto do Espiritismo o e-xame metódico, criterioso e perse-verante dos princípios básicos da Doutrina Espírita. De outro modo, o adepto terá, apenas, um conhe-cimento imperfeito e incompleto de seus postulados, gerando dúvi-das e confusões, tanto no seu en-

Ademar Jr. -

Ademar Jr. -

Reprodução

` sombras e nem só luzes". A his-tória da Humanidade foi e é as-sim, composta de altos e baixos, de períodos de adaptação, de reajustes que, às vezes, causam desarranjos, como nos ensina O Livro dos Espíritos, (ipsis lite-ris):

“786. A História nos mostra uma multidão de povos que após terem sido convulsionados reca-íram na barbárie. Onde está, nes-se caso, o progresso?

R.: Quando a tua casa amea-ça cair, a derrubas para recons-truir de maneira mais sólida e mais cômoda; mas até que ela esteja reconstruída haverá de-sarranjos e confusões na tua mo-rada".

“786. A História nos mostra uma multidão de povos que após terem sido convulsionados reca-íram na barbárie. Onde está, nes-se caso, o progresso?

R.:

".

Quando a tua casa amea-ça cair, a derrubas para recons-truir de maneira mais sólida e mais cômoda; mas até que ela esteja reconstruída haverá de-sarranjos e confusões na tua mo-rada

natural defrontarmos a Lei de Progresso, constan-Ete no capítulo VIII, Livro

Terceiro de O Livro dos Espíri-tos, com os momentos atuais em que vivemos. As pessoas aparen-tam repugnar um pouco a idéia de que estamos progredindo. Pessoas portadoras de maior ex-periência afirmam a altas vozes: O Mundo está pior! Nunca hou-ve tanta violência! Tanta misé-ria! Tantas enfermidades! A GUERRA!

De chofre nos salta aos olhos tudo aquilo que a imprensa sen-sacionalista, televisada ou escri-ta, aborda. E nos indagamos: Se-rá? Será mesmo que o Mundo es-tá pior?

Imbuídos por essa dúvida

nos debruçamos para estudar o tema e desde já considera-mos: NÃO, o Mundo não está pior, pelo contrário, caminha a passos largos pela senda do PROGRESSO, malgrado a exis-tência de fatos lamentáveis. Ve-jamos:

Para que tenhamos sucesso em nossa empreitada de eviden-ciar o progresso humano, deve-mos nos abstrair das atuais con-jecturas e analisar a Humanida-de desde épocas remotas. No fe-liz dizer do Professor Dr. Régis de Morais: “Todos os séculos da trajetória humana foram e são feitos de sombras e luzes. Nem só

O Mundo está pior! O Mundo está pior! Nunca houve tanta violência!Nunca houve tanta violência!

Tanta miséria!Tanta miséria!Tantas enfermidades! Tantas enfermidades!

A GUERRA!A GUERRA!

Armando dos Santos - Valinhos/SP

CAPA

Estamos Progre

A Problemática

Agosto 200318 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Sicília e propagada para o mun-do. Há estatísticas demonstran-do que existem em nosso plane-ta, 113 paraísos fiscais que mo-vimentam e promovem a lava-gem do dinheiro. A droga em conluio indivisível com as “Or-ganizações Criminosas" são as maiores complicações de nossa sociedade. Poderíamos oferecer outros aspectos lamentáveis do século XX, como os conceitos difundidos pelos meios de comu-nicação de massa, que espa-lham a permissividade moral, es-timulam o consumismo e o ego-ísmo.

Devemos estudar e identifi-car os atos lamentáveis de nossa recente história, para que, com-preendendo um pouco mais da trajetória humana, possamos em tempos hodiernos agir correta-mente, não incentivar posturas de intolerância e intransigência e sim lutarmos pela melhora de nosso mundo.

Felizmente, nem só de som-bras é feita a história do ho-mem, muitas luzes também re-fletiram em nossas vidas e são a essas que dedicamos as próxi-mas linhas.

Analisemos, então, de forma sucinta, as etapas obscuras (som-bras) e as etapas brilhantes (lu-zes) da Humanidade.

Iremos nos deter principal-mente nas ocorrências desa-gradáveis do século XX, sem perder de vista que o século ci-tado é derivado, é fruto do sécu-lo XIX. Esse período foi intitu-lado, por alguns, como o “século dos materialismos", por exem-plo, o materialismo positivista de Augusto Comte; o materia-lismo evolucionista de Darwin, Lamarck e Spencer; o materialis-mo irracionalista de Nietszche; e, o materialismo utilitarista de Bentham etc. Laplace, no século XIX, dizia que Deus tratava-se de uma “hipótese desnecessá-ria" e Comte afirmava estar na hora de levar Deus às regiões limítrofes do mundo humano e dizer-lhe: “Obrigado se você nos ajudou até aqui. De agora em diante não precisamos mais de você".

A guerra foi uma triste ver-dade do século XX, produzindo

o percentual de que 73% de todas as mortes por guerra se deram na aludida época. A Pri-meira Guerra Mundial (1914-1918) foi extremamente impie-dosa, ainda com batalhas cor-porais, mas já contando, pela primeira vez, com aviões de guerra, até culminar na assina-tura do Tratado de Versalhes (1918) que trazia medidas prote-toras para os alemães, contudo, pudemos constatar seu pleno descumprimento, o que explica parcialmente a ira dos alemães na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Essa foi ainda mais violenta. O mundo presenciou o Grande Holocausto, que dizimou milhares de judeus, ciganos, ho-mossexuais e prostitutas, che-gando a preparar o genocídio africano, porém, para esse últi-mo não houve tempo. Foi, quiçá, o momento mais sombrio do sé-culo XX.

O século XX, além disso, re-servava-nos outras sombras, a partir de 1970, surge, o que hoje conhecemos como “Crime Orga-nizado". Trata-se da máfia, mo-vida por roubos e principalmen-te tráfico de drogas, nascida na

dindo MESMO?

Sombras

Agosto 2003 19FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

pe de pesquisadores, dando iní-cio à “era da informática". Algo de fabuloso era confiado ao ho-mem, uma ferramenta que pode-ria ser utilizada para o bem ou não, dependeria de nós, mais uma vez.

A ecologia é considerada ciência, também nos idos de 1930, era o ponto de partida de uma conscientização mundial, visando à desaceleração da des-truição de nosso planeta. Hoje, ativistas pelejam de forma inci-siva para a conservação de nos-so meio-ambiente e a população de uma forma geral, aparente-mente, vai se conscientizando.

No ano de 1948, vem à tona a Declaração Universal dos Dire-itos do Homem, logo após o tér-mino da II Grande Guerra, dando origem a inúmeros outros docu-mentos, por exemplo nossa Car-ta Magna de 1988 (Constituição Federal), que colocam o respeito à dignidade humana como direi-to intransferível e inalienável.

A medicina e a farmacologia têm se desenvolvido a passos largos. Anestesias, transplantes, cirurgias, diagnósticos, marcam uma nova Era no tratamento da saúde, sem paradigmas no pas-sado.

Após o exame sucinto de fa-tos sombrios de nossa história, podemos dizer que não aborda-mos fatos como as bombas atô-micas lançadas sobre Nagasaki e Hiroshima, em 1945, pelos E.U.A. Também não abordamos a lamentável ocorrência que es-tamos vivendo junto ao Iraque, entretanto, é forçoso abordamos as luzes e exultarmos com a ESPERANÇA!

Em 1900, último ano do sé-culo XIX, o físico alemão Max Planck apresentou ao mundo as proezas da Mecânica Quân-tica, proporcionando aos mais brilhantes físicos penetrarem a descoberta das partículas suba-

tômicas, tudo em prol de des-vendarem a essência da maté-ria.

Fato inusitado é que, quanto mais avançavam as pesquisas, mais distantes ficavam da ma-téria, constatando que, na ver-dade, a matéria imaginada (pe-los cientistas de até então), na-da mais era do que uma ener- gia presa em movimento circu-lar, conduzindo o físico Albert Einstein a afirmar: “no século XX o materialismo morreu de inanição por falta de matéria".

No correr do ano de 1934 surge a informática com o cien-tista Norbert Wiener e sua equi-

Mecânica Quântica

Agonia do Materialismo

Surgimento da Informática

Consciência Ecológica

Os Direitos Humanos

Medicina

Luzes

Agosto 200320 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

para o combate da luz contra as trevas. Não são mais os homens, os sábios e os filósofos que tra-zem uma doutrina nova. São os Gênios do Espaço que vêm e so-pram em nossos pensamentos os ensinos chamados a regenerar o mundo. São os Espíritos de Deus! Todos quantos possuem o dom da clarividência os perce-bem pairando acima dos seres da Terra, tomando parte em nossos trabalhos, lutando ao nosso lado para o resgate e a as-censão da Alma Humana. Gran-des feitos se preparam. Que se ergam os trabalhadores do pen-samento, se querem participar da missão oferecida por Deus a todos os que amam a verdade e a ela servem".

para o combate da luz contra as trevas. Não são mais os homens, os sábios e os filósofos que tra-zem uma doutrina nova. São os Gênios do Espaço que vêm e so-pram em nossos pensamentos os ensinos chamados a regenerar o mundo. São os Espíritos de Deus! Todos quantos possuem o dom da clarividência os perce-bem pairando acima dos seres da Terra, tomando parte em nossos trabalhos, lutando ao nosso lado para o resgate e a as-censão da Alma Humana. Gran-des feitos se preparam. Que se ergam os trabalhadores do pen-samento, se querem participar da missão oferecida por Deus a todos os que amam a verdade e a ela servem".

O surgimento da psiconeuro-imunologia vem conscientizan-do o ser humano da importância de cultivar bons hábitos men-tais, para que tenha uma saúde física aceitável.

Falta-nos espaço para um a-profundamento maior do pro-gresso da Humanidade, haja vis-ta não citarmos a genética, os aparelhos de microondas, apare-lhos celulares, que nos permitem falar em outro continente em tempo real, a internet, enfim, o PROGRESSO NÃO PÁRA!

Mediante o exposto, pode-mos afirmar: O mundo caminha. E caminhando descobre coisas

novas, passa por momentos de tormenta, de dor, todavia, a tudo supera. Um mundo que aparen-temente a 15 bilhões de anos nem existia, neste momento, é capaz de tanta coisa, de tanta beleza e para aprimorarmos nos-sa senda, apressarmos nosso passo em 18 de abril de 1857, foi confiado à Humanidade, um ins-trumento eficaz, que extermina de uma vez por todas o materia-lismo, resgata o exemplo do Cristo e nos aclara o porvir. Nas palavras do insigne filósofo-poeta, Léon Dénis:

“Os tempos são vindos, os tempos são chegados! Das pro-fundezas estreladas descem à Terra os Espíritos em legião,

“Os tempos são vindos, os tempos são chegados! Das pro-fundezas estreladas descem à Terra os Espíritos em legião,

Para saber mais, consulte:1) Evolução Humana e Fatos Históricos - MORAIS, Regis, p. 23 - Ed. EME 1ª edição Pedidos: Ed. EME (19) 3491-7000 / 3491-5603;2) O Grande Enigma - DENIS, Leon, p. 234 Ed. FEB - Pedidos: Feb (21) 2589-6020.

O Espiritismo

Agosto 2003 21FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Transcrito do livro:Lindos Casos de Chico Xavier.Pág. 105. 17ª edição. Ed. LAKE.

rinho, tendo ao lombo dois jacás, um de cada lado, foi recebendo as dádivas: um colocava alimento, outro remédio, mais outro, roupas. Colocavam-no à trilha, e ele, auto-maticamente, lá ia para o distrito lazarento e faminto.

Em pouco, era esvaziada toda a carga e voltava, como fora, alegre, satisfeito por haver cumprido um serviço salvacionista, abençoado,

para repetir, noutras vezes, quando necessário, a mesma tarefa cristã...

E, antes que Néio Lúcio concluísse, o Chico excla-mou:

- Está bem, Néio Lúcio, en-tão, como burrinho, aceito o serviço.

E nunca mais se importou com louvores, certo de que agora

sabe qual a missão que realiza, en-tre a terra e o céu, junto à Grande Causa.

Lição de humildade, desconhe-cimento de si mesmo.

Lição para todos...

chico acabava de ver sair à publicidade mais um dos belos e úteis livros psico-O

grafados pelas suas mãos abenço-adas. E, além de cartas elogiosas ao seu trabalho, recebia pessoal-mente em Pedro Leopoldo e em Be-lo Horizonte, quando lá compare-cia, louvores e mais louvores de confrades e irmãos outros simpáti-cos ao espiritismo. E cada qual lhe citava um fato que mais lhe agradou, realçando o valor do livro neste e naquele aspecto.

O Chico andava atrapa-lhado com tantos confetes... sobre sua pessoa e, em casa, sossegado dos aplausos, di-zia de si para consigo:

- Vou deixar de psicogra-far, pois sou um verdadeiro la-drão roubando referências hon-rosas que não me pertencem. Os braços, os parabéns, os elogios que recebo cabem aos Espíritos de Emmanuel, André Luiz, Néio Lúcio e de outros, que são legitimamente os autores dos livros magníficos. Preciso dar um jeito nisto...

Néio Lúcio, que lhe traduzia o pensamento, que lhe verificara os propósitos, sorrindo, lhe aparece e diz:

- Não há razão, Chico, para sentir-se você magoado com os e-

Agosto 200322 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

logios. Também os merece.- Não, Néio Lúcio, sinto-me co-

mo um ingrato, ladrão, indigno...- Bem, Chico, vou contar-lhe

uma pequena história: - em certo município, dois distritos se defron-tavam, separados apenas por pe-quena distância. Um, com a popu-lação quase toda enfermada, sem recurso de espécie alguma. O ou-

tro, cheio de vida, víveres, remédi-os. Apenas faltava um agente in-termediário entre os dois. Nin-guém queria servir de ligação, rea-lizar o trabalho socorrista. Foi quando, como mandado do céu, apareceu um burrinho humilde, manso, que, com pouco trabalho, tornou-se “apiado”, obediente, capaz de levar, sem ninguém, do distrito rico ao distrito pobre, os recursos de que careciam os ir-mãos enfermos e sofredores. O bur-

RECORDANDO CHICO

Então, desejoser o burrinho...

Vinha de Luz

rastando-se por muito tempo, de-testando-se e recriminado-se mu-tuamente...

A sementeira de crueldade atraíra a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto de-sequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher recordou-se de-les em preces de carinho e pieda-de, como a ofertar-lhes o próprio seio. Ambos responderam, famin-tos de consolo e renovação, acei-tando o generoso abrigo...

Envolvidos pela carícia mater-nal, repousaram, enfim.

Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.

Todavia, quando despertaram de novo na Terra, traziam o estig-ma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputan-do o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sus-tentando duas cabeças.

prazer, és perturbação e obstáculo.- Ajuda-me!- Auxiliar-te seria cortar em

minha própria carne. Disputa a minha felicidade e a minha leveza feminil...

- Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minha restauração...

Dia a dia, renova-se o diálogo sem palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:

- Torna à sombra de onde vens! Morre! Morre!

- Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me! Deixa-me viver...

- Nunca!- Socorre-me!Duramente repelido, caiu o po-

bre filho nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preser-var o corpo tenro agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio descon-sertado...

Ambos, então, ao invés de con-tinuarem na graça da vida, preci-pitaram-se no despenhadeiro da morte.

Desprovidos do invólucro car-nal, projetaram-se no Espaço, gri-tando acusações recíprocas.

Achavam-se, porém, imanados um ao outro, pelas cadeias magné-ticas de pesados compromissos,

Transcrito do livro:Contos e Apólogos. Cap. 11, pág. 51/53. 6ª edição. Ed. FEB.

ão! Não te quero em meus braços! - dizia a jovem Nmãe, a quem a Lei do Se-

nhor conferia a doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava no seio - não me furtarás a beleza! Significas traba-lho, renunciação, sofrimento...

- Mãe, deixa-me viver!... - su-plicava-lhe a criancinha no san-tuário da consciência - estamos juntos! Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorve-rei contigo a taça de suor e lágri-mas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arri-mo, dar-te-ei alegria. Serei o re-bento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...

- Não, não...- Não me abandones!- Expulsar-te-ei.- Piedade, mãe! Não vês que

procedemos de longe, alma com alma, coração a coração?

- Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.

- Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não me cerres a porta!...

- Sou mulher e sou livre. Sufo-car-te-ei antes do berço...

- Compadece-te de mim!...- Não posso. Sou mocidade e

Seara de ÓdioCONTO

Humberto de Campos - psic. Chico Xavier

Agosto 2003 23FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

como objetivo apenas convencer os outros, impondo seus conheci-mentos e sua vontade a qualquer custo, tornando-se inconvenien-tes e perturbadores.

Nenhuma reunião espírita sé-ria se faz sem homogeneidade de princípios e propósitos, pois onde existem divergências excessivas de opinião, teremos a tendência dos discordantes em fazer preva-lecer suas idéias, é natural, ainda, no ser humano.

Da mesma forma que a homo-geneidade é necessária nas reu-niões espíritas, a calma, o recolhi-mento, a assiduidade, a pontuali-dade também o são, trata-se do es-forço mínimo dos participantes, para que possam contar com a presença e participação dos bons Amigos espirituais, fechando as portas para os Espíritos levianos.

Por isso, Kardec aconselha a preferência pelas assembléias pe-quenas, nessas será sempre mais fácil encontrarmos a homogenei-dade de princípios, de pensamen-

como objetivo apenas convencer os outros, impondo seus conheci-mentos e sua vontade a qualquer custo, tornando-se inconvenien-tes e perturbadores.

uscando subsídio quanto à exclusão e ao número ideal Bde participantes em uma

reunião mediúnica, encontramos valiosas informações de Allan Kardec, na Revista Espírita, de 1862.

Trata-se de um interessante es-crito sob o título: Princípio Vital das Sociedades Espíritas. É o re-lato de uma Sra., que através de uma carta, contesta a orientação de um Espírito que, em síntese, abordava a questão da obrigação dos membros de uma reunião, ex-cluírem participantes que por ven-tura estivessem causando discus-sões inglórias. Concluindo a res-peitável Sra. que o referido comu-nicante não era um Espírito de grande evolução, uma vez que ex-cluir membros problemáticos das reuniões espíritas era faltar com a caridade.

Allan Kardec, muito embora concorde que o Espírito comuni-cante nada tenha apresentado que caracterize uma maior elevação

Agosto 200324 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

espiritual, discorda da conclusão, pois a questão não é saber se o Espírito é mais ou menos evoluí-do, e sim, se o conselho que dá é bom ou mau, e no caso em co-mento foi correto, pois a retirada de um membro que perturbe a reu-nião é, na verdade, um ato de cari-dade para com os demais, que po-derão, com a harmonia necessá-ria, mais se aprimorarem, para melhor produzirem.

Talvez, os discutidores ferre-nhos não tenham compreendido os pontos basilares da Doutrina Espírita, pois estes nos ensinam que o Espiritismo não deve ser im-posto; deve ser aceito livremente e de boa vontade; não quer nenhu-ma conversão pelo constrangi-mento.

Valendo frisar que os discuti-dores referidos, não são aqueles que se põem a buscar esclareci-mentos sobre certos pontos cientí-ficos, ou que se põem a buscar um entendimento acerca de um deter-minado item, são aqueles que têm são aqueles que têm

Danielly Venâncio - Sumaré/SP

HARMONIA NAS REUNIÕES

Eventuais Exclusões e oNúmero de Participantes nas

Reuniões MediúnicasNenhuma reunião espírita séria se faz

sem homogeneidade de princípios e propósitos

Para saber mais, consulte:1) KARDEC, Allan. Revista Espírita. Ano 1862, pág. 186. 1ª edição. Ed. IDE;2) MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras. Pág. 29, 14ª edição. Ed. FEB;3) FRANCO, Divaldo e TEIXEIRA, J. Raul. Diretrizes de Segurança. Pág. 35, questão 30. 3ª edição. Ed. Fráter;4) Autores Diversos. Reuniões Mediúnicas. Pág. 73, item 13. 6ª edição. Ed. LEAL.

Agosto 2003 25FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

tos, de gostos, de caracteres, de hábitos, condições essenciais para uma boa harmonia.

Mas qual seria o número exato para uma assembléia? Esse é um fator muito particular de cada grupo espírita, dependendo das condições de cada um, devendo-se levar em consideração o núme-ro de interessados, local e horário disponíveis, número de médiuns, de dirigentes, de dialogadores etc.

Allan Kardec recomenda de 15 a 20 membros. Outros pesquisa-dores trazem contribuições pesso-ais a respeito da referida cifra, são indicações colhidas com a expe-riência de anos de trabalho e estu-do, que apenas corroboram com a idéia de que grupos menores po-dem melhor produzir, mas que não devem ser levadas à risca e sim, como sugestão, vejamos: Léon Denis propõe equipes de 4 a 8 pessoas; André Luiz propõe a ci-fra de 14 pessoas; e Hermínio C. Miranda, diz que as reuniões se tornariam possíveis a partir de 2 indivíduos.

Tais observações, fundadas nas diretrizes Kardequianas, têm, como objetivo maior, vislumbrar a união e harmonia reinando en-tre os grupos mediúnicos de uma mesma Casa Espírita, pois como nos ensina o Codificador: “sem homogeneidade não há união simpática entre os membros, não há relações afetuosas; sem união não há estabilidade; sem estabilidade não há calma; sem calma não há trabalho sério; de onde concluímos que a homoge-neidade é o princípio vital de to-da reunião espírita”.

Portanto, os grupos devem

analisar o número ideal de mem-bros mediante sua realidade, e também se precaver quanto à con-duta inadequada que eventual-mente algum membro possa ter. As discussões não contribuem com nada, apenas carreiam ao grupo sentimento de discórdia e insatisfação.

Ficamos com as palavras de Francisco Cândido Xavier: “O es-pírito de competição - eis o que precisa terminar entre os com-panheiros de Doutrina Espíri-ta”; “No Centro Espírita onde existe muita briga, muita dis-cussão, está faltando trabalho; quem verdadeiramente trabalha na Doutrina não tem tempo pa-ra dedicar-se ao conflito com quem quer que seja...”; e, “Os es-píritas que discutem excessiva-mente entre si não estão defen-dendo os interesses da Doutrina e, sim, os seus próprios pontos de vista”.

Dados extraídos do livro: Reuniões Mediúnicas (citado na bibliografia).

Revista Espírita citada na bibliogra-fia.

Trechos extraídos do livro O Evange-lho de Chico Xavier. Ed. Didier. Carlos A. Baccelli.

1

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Confraternização Espírita do Centro Oeste

Em Busca do Equilíbrio

Mestre de Cerimônia

Orson Peter Carrara

Dia 18/10/03 - 20h00 com

Richardo Simonetti“O Sonho Cristão"

e Ana Person“Musical”

Dia 19/10/03 das 9h00 às 18h00 com

Alkindar de Oliveira“Felicidade, uma Conquista Diá-ria”

e Izaías Claro“Amor, Base da Saúde Integral”

Vagas Limitadas

R$ 10,00 até 30/09/03, após R$ 15,00

Inscrições

Livraria Espírita da USE Bauru

Rua Virgílio Malta, 7-60

Fones: 14.227.0770 ou 224.1355

E-mail: [email protected] ou

[email protected]

Local do Evento

Auditório da USP-Bauru (Faculdade

de Odontologia) Al. Otávio Pinheiro

Brisola, 11-71 - Vila Cidade Universi-

tária - Bauru

Realização

Use Intermunicipal Bauru

Orson Peter Carrara

18/10/03 - 20h00

19/10/03 9h00 às 18h00

Richardo Simonetti

Ana Person

Alkindar de Oliveira

Izaías Claro

Vagas Limitadas

Inscrições

Local do Evento

Realização

a

da, colocando como beneficiários seus pais; ele não havia pago a primeira parcela do seguro, mas já tinha o recibo do vendedor, para quem ficaria o valor da entrada, assim, naturalmente o seguro já estava feito. Os pais receberam a importância suficiente para aqui-sição de uma casa! Vejam, os lei-tores, um jovem de 18 anos que faz um seguro beneficiando seus pais e uma semana depois desen-carna!

O tempo passou, e eu sempre pedia a Deus, em orações, que per-mitisse ao Paulo renascer na mi-nha família. Cerca de 14 ou 15 anos depois eu já tinha três filhos e durante um almoço familiar mi-nha esposa, Sônia Maria Pereira da Silva Fasanelli, disse que havia atrasado a menstruação. Então, convicto, afirmei: “Vai se chamar Paulo Fasanelli”. De acordo com os médicos a data para o nasci-mento seria em março. Entretan-to, minha mãe, médium de rara sensibilidade, dona Rosa Fasanel-li, de São José do Rio Preto, nossa cidade, disse que ele, o meu filho, iria nascer no dia 25 de Janeiro

o ano de 1967, eu era diri-gente do Grupo Fraterno N“Irmã Eunice” quando

surgiu um moço de nome Paulo, ladeado pelo seu pai e seu irmão. Eles já haviam gastado tudo o que a família possuía para curar esse Paulo. Internaram-no em hospi-tais psiquiátricos, nos mais diver-sos, sem conseguir a cura de um grave problema psicológico.

Então, como última alternati-va, o levaram até o Centro Espíri-ta que eu dirigia. Iniciamos, as-sim, uma assistência espiritual. O jovem contava aproximadamente 18 anos de idade. Durante todo o processo de assistência espiritual, às vezes, ele entrava no salão, du-rante as palestras e dizia bem alto: “Boa noite”.

Com o passar do tempo ele foi criando laços com nossa Casa, fre-qüentava todas as reuniões crian-do um grande elo comigo e minha mãe Rosa Fasanelli. A afinidade foi tão grande que o rapaz tornou-se quase que um guardião dela. Fi-cava a porta de nossa residência não querendo que ninguém a a-borrecesse. Nesse ínterim, desejou

Agosto 200326 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

cooperar com a campanha Auta de Souza. Das equipes constituí-das normalmente por um casal, ninguém queria fazer par com ele. Todavia, o rapaz se matriculou num curso, iniciou seus estudos no 2º ano da escola primária (a é-poca chamada assim). Nos mos-trava habitualmente o seu cader-no, mudou a maneira de se com-portar, de se vestir e começou, in-clusive, a trabalhar conosco na entrega e recebimento de livros na distribuidora de minha proprieda-de. Logo, Paulo tornou-se um fun-cionário muito querido nosso e, agora, a situação se inverteu e as meninas queriam fazer par com ele na campanha acima citada.

Contudo, numa tarde, por vol-ta de 1968 ou 69, bateram à nossa porta com uma triste notícia: Pau-lo havia desencarnado afogado na piscina do clube Palestra de São Paulo de São José do Rio Preto!

Eu é que informei sua família e quando realizaram a autópsia, fiquei presente e informei ao mé-dico que fora um acidente, pois, eu sabia que ele havia feito, na se-mana anterior, um seguro de vi-

ComigoACONTECEU

Ricardo Miguel Fasanelli - São José do Rio Preto/SP

Provas da Reencarnação

blemática infecciosa e nem a dor. Acreditamos que isso tudo tenha sido o reflexo de sua encarnação anterior, quando morreu afogado.

Mais tarde, quando tudo já ha-via passado, estávamos, em famí-lia, indo para Monte Aprazível, quando de repente Paulo, com um ano e seis meses de idade, come-çou a dizer:

“Eu estou me afogando, por fa-vor, me tirem daqui, eu me afo-go”.

Numa outra ocasião, quando ele contava a mesma idade, ao la-do de sua avó, rosa Fasanelli e do Dr. Visclef Aubício, médico em São José do Rio Preto, o menino considerou:

“A senhora eu já conhecia, mas ele eu não conhecia não”.

Curioso notar que o Dr. Aubí-cio acompanhou aquela criança desde o seu nascimento, mas ele deixou bem claro que não o co-nhecia em outra encarnação, ao passo que, agora, a avó fazia parte de suas lembranças anteriores da outra encarnação; e ele continu-ou, disse que tinha muitos irmãos. E de fato ele era de uma família muito numerosa.

Esse menino que hoje é meu fi-lho biológico, graças à lei da reen-carnação, está com 20 anos e não mais se lembra dos fatos narrados, mas uma coisa ele conservou até os 10, 12 anos, ele tinha uma me-do pavoroso de piscinas e não en-trava na água de forma alguma, perdendo mais tarde esse medo também.

Para nós essa foi a prova viva da reencarnação. Hoje agradeço a Deus, todos os dias, por ter atendi-do minhas preces e por nos permi-tir a bênção da Doutrina Espírita guiando nossas vidas.

(quatro meses antes do nascimen-to marcado pelo obstetra). Na noi-te de 25 de janeiro, há vinte anos atrás, Sônia, minha esposa, come-çou a sentir contrações e na ma-drugada de 25 de Janeiro, confor-me previsão feita por minha mãe, o Paulo nasceu. Curiosamente no dia consagrado a São Paulo e, conforme combinado, o nome posto na criança foi o de Paulo Fasanelli.

Quando o menino tinha dois meses de idade, teve sérios proble-mas pneumológicos e nas vias aé-reas, complicações auditivas a-companhadas de uma grave febre que durou cerca de quatro dias, nada e nenhum medicamento re-solvia esse estado levando-o, fi-nalmente, a uma convulsão febril quando ele tinha apenas dois me-ses de idade, num caso raríssimo; e o mais raro ainda, foi uma cri-ança, dessa idade, sobreviver a uma convulsão febril. Foi preciso que os médicos perfurassem o tím-pano, porque não cessava a pro-

Agosto 2003 27FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Encaminhe para a redação fatos espí-ritas como esse, absolutamente verídi-cos. Envie nome, telefone e endereço completos, estando disponível para eventual encontro com a redação. Após análise, publicaremos seu caso na colu-na “Aconteceu Comigo”. Ressaltamos, ainda, que as histórias serão, após doa-ção autoral, de propriedade exclusiva dessa revista.

Nosso endereço: Rua Luiz Silvério, 120, Vila Marieta, Campinas/SP, CEP 13043-330.

Nota da redação:

O Editor esteve, pessoalmente, com os personagens envolvidos nessa narrativa e garante a veracidade dessa história.

Agradecemos imensamente o carinho de Ricardo Fasanelli, diretor do hospital Espírita IELAR, pela acolhida e convivência fraternas.

Hoje, Paulo Fasanelli é estudante de medicina, a quem agradecemos imensamen-te as aulas de anatomia a nós dispensadas quando por ele fomos hospedados. A Sônia Fasanelli estendemos nossa gratidão bem co-mo D. Rosa Fasanelli.

Agradecimentos especiais a Divaldinho Mattos e Luiz Antonio de Votuporanga, bem como a todos de São José do Rio Preto que nos acolheram com tanta fraternidade e apre-ço.

Para saber mais, consulte:1) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Cap. IV e V do segundo livro.

O ESPIRITISOBRIGA

encarnação compreenderão que os planetas inferiores, como a Terra, não passam de uma espé-cie de escola mútua, onde a alma começa a desenvolver suas fa-culdades, suas aptidões, para em seguida as aplicar ao estudo dos grandes princípios da ordem, da justiça, do amor e da harmonia, que regem as relações das almas entre si, e as funções que desem-penham na direção do universo. Eles sentirão que, chamada a uma tão alta dignidade, qual a de se tornar mensageira do Altíssimo, a alma humana não deve aviltar-se, degradar-se ao contato dos prazeres imundos da volúpia; das ignóbeis tentações da avareza, que subtrai a alguns filhos de Deus o gozo dos bens que deu a todos; compreenderão que o egoísmo, nascido do orgu-lho, cega a alma e a faz violar os

Espiritismo é uma ciência essencialmente moral. OEntão os que se dizem

seus adeptos não podem, sem cometer uma grave inconse-qüência, subtrair-se às obriga-ções que impõe.

Essas obrigações são de duas sortes.

A primeira concerne o indi-víduo que, ajudado pelas clari-dades intelectuais que a Doutri-na espalha, pode melhor com-preender o valor de cada um de seus atos, melhor sondar todos os retalhos de sua consciência, melhor apreciar a infinita bon-dade de Deus, que não quer a morte do pecador mas que se converta e viva e, para lhe deixar a possibilidade de erguer-se de suas quedas, lhe deu a longa sé-rie de existências sucessivas, a cada uma das quais, levando o

Agosto 200328 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

peso de suas faltas passadas, po-de adquirir novos conhecimen-tos e novas forças, fazendo-o evitar o mal e praticar o que é conforme à justiça, à caridade. Que dizer daquele que, assim es-clarecido quanto aos seus deve-res para com Deus, para com os irmãos, fica orgulhoso, cúpido, egoísta? Não parece que a luz o tenha esquecido, porque não es-tava preparado para a receber? Desde então marcha nas trevas, posto esteja em meio à luz. Só é Espírita de nome. A caridade fra-terna dos que vêem realmente deve esforçar-se por curá-lo des-sa cegueira intelectual. Mas para muitos dos que lhe parecem, será preciso a luz que o túmulo traz, porque seu coração está muito ligado aos prazeres materiais e seu espírito não está maduro pa-ra receber a verdade. Numa nova

REVUE SPIRITE

As obrigações impostas pelo Espiritismo são de uma naturezaessencialmente moral; são uma conseqüência da crença;

cada um é juiz e parte em sua própria causa

Luís de França - Médium Sra. B.Paris, abril de 1866

MO

Agosto 2003 29FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

zer por seu Cristo: Sede perfei-tos, como vosso Pai celestial é perfeito.

Ora, o Espiritismo não é se-não a aplicação verdadeira dos princípios de moral ensinada por Jesus, porque não é senão com o objetivo de a fazer por todos compreendida, a fim que por ela todos progridam mais rapida-mente, que Deus permite esta universal manifestação do Espí-rito, vindo vos explicar o que vos parecia obscuro e vos ensi-nar toda a verdade. Vem, como o Cristianismo bem compreendi-do, mostrar ao homem a absolu-ta necessidade de sua renovação interior pelas conseqüências mesmas que resultam de cada um de seus atos, de cada um de seus pensamentos. Porque ne-nhuma emanação fluídica, boa ou má, escapa do coração ou do cérebro do homem sem deixar um sinal em qualquer parte. O mundo invisível que vos cerca é para vós esse Livro de vida, onde tudo se inscreve com uma incrí-vel fidelidade, e a Balança da Justiça divina não é senão uma figura, exprimindo que cada um dos vossos atos, cada um dos vossos sentimentos é, de certo modo, o peso que carrega a vos-sa alma e a impede de se elevar, ou o que traz o equilíbrio entre o bem e o mal.

direitos da justiça, da humanida-de, desde que gera todos os ma-les que fazem da Terra um lugar de dores e de expiações. Instruí-dos pelas duras lições da adver-sidade, seu Espírito será amadu-recido pela reflexão, e seu cora-ção, depois de ter sido ralado pe-la dor, tornar-se-á bom e carido-so. É assim que o que vos parece um mal, por vezes é necessário para reconduzir os endurecidos. Esses pobres retardatários, rege-nerados pelo sofrimento, escla-recidos por esta luz interior, que se pode chamar o batismo do Es-pírito, velarão com cuidado so-bre si mesmo, isto é, sobre os movimentos do coração e o em-prego de suas faculdades, para os dirigir conforme as leis da justiça e da fraternidade. Com-preenderão que não são apenas obrigados a eles próprios se me-lhorarem, cálculo egoísta que impede atingir o objetivo visado por Deus, mas que a Segunda or-dem de obrigação do Espírita, decorrendo necessariamente da primeira e a completando, é a do exemplo, que é o melhor dos meios de propagação e de reno-vação.

Com efeito, aquele que está convencido da excelência dos princípios que lhe são ensinados, e que devem, conforme a sua conduta, lhe proporcionar uma

felicidade duradoura, não pode, se estiver verdadeiramente ani-mado desta caridade fraterna que está na essência mesma do Espiritismo, desejar senão que sejam compreendidos por todos os homens. Daí, a obrigação mo-ral de conformar sua conduta com a sua crença e ser um exem-plo vivo, um modelo, como o Cristo o foi para a Humanidade.

Vós, fracas centelhas parti-das do eterno foco do amor divi-no, certamente não podeis pre-tender uma tão vasta radiação quanto a do Verbo de Deus en-carnado na Terra, mas cada um, na vossa esfera de ação, podeis espalhar os benefícios do bom exemplo. Podeis fazer amar a virtude, cercando-a do encanto dessa benevolência constante, que atrai, cativa e mostra, enfim, que a prática do bem é coisa fá-cil, faz a felicidade íntima da consciência que se colocou sob sua lei, pois ela é a realização da vontade divina, que nos fez di-

O Espírita tem a obrigação moral de conformar sua conduta com a sua crença e ser um exemplo vivo, um

modelo, como o Cristo o foi para a Humanidade

Nenhuma emanação fluídica, boa ou má,

escapa do coração ou do cérebro do homem sem deixar um sinal em qualquer parte

Feliz aquele cujos sentimen-tos partem de um coração puro: espalha em seu redor como uma suave atmosfera, que faz amar a virtude e atrai os bons Espíri-tos; seu poder de radiação é tan-to maior quanto mais humilde for, isto é, mais desprendido das influências materiais que atraem a alma e a impedem de progre-dir.

As obrigações impostas pelo Espiritismo são, pois, de uma na-tureza essencialmente moral; são uma conseqüência da cren-ça; cada um é juiz e parte em sua própria causa; mas as claridades intelectuais que traz a quem re-almente quer conhecer-se a si mesmo e trabalhar em seu me-lhoramento são tais que ame-drontam os pusilânimes e, por is-to, ele é rejeitado por tão grande número.

Outros tratam de conciliar a reforma que sua razão lhes de-monstra ser uma necessidade, com as exigências da sociedade atual. Daí uma mistura hetero-gênea, uma falta de unidade, que faz da época atual um estado

transitório. É tão difícil à vossa pobre natureza corporal se des-pojar de suas imperfeições para revestir o homem novo, isto é, o homem que vive segundo os princípios de justiça e de harmo-nia queridos por Deus. Com es-forços perseverantes, nada obs-tante, lá chegareis, porque as obrigações impostas à consciên-cia, quando suficientemente es-clarecida, tem mais força que ja-mais terão as leis humanas, ba-seadas no constrangimento de um obscurantismo religioso que não suporta o exame. Mas se, graças às luzes do alto, fordes mais instruídos e compreen-derdes mais, também deveis ser mais tolerantes e não empregar, como meio de propagação, se-não o raciocínio, porque toda crença sincera é respeitável. Se vossa vida for um belo modelo em que cada um possa achar bons exemplos e sólidas virtu-des, onde a dignidade se alia a uma graciosa amenidade, rejubi-lai-vos, porque tereis, em parte, compreendido a que obriga o Espiritismo.

Transcrito do Artigo:1) O Espiritismo Obriga. Kardec, Allan. Re-vista Espírita. Maio de 1866. Páginas 156 à 159. Tradução de Júlio Abreu Filho. Ed. Edi-cel.

a Balança da Justiça

divina é uma figura,

exprimindo que cada um dos vossos atos e sentimentos é o peso que carrega a vossa

alma a impedindo de se elevar, ou o que traz

o equilíbrio entre o

bem e o mal.

I EncADIEE1º Encontro de Aperfeiçoamento

Doutrinário do Instituto de Estudos Espíritas “Wilson Ferreira de Mello”

"Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que

deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os

vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai.

Convosco estão os Espíritos elevados. (...) Ide e agradecei a

Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção!

entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram;

reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade."

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX

Dia 28/09/03 - Domingo das 08:30 às 17:30h

Com

Éder Fávaro (ADE/SP)“Espíritas, espalhai-vos”

Antonio Miranda (USEIC)“A Mobilização de Forças”

Emanuel Cristiano (CEE Nosso Lar)“Organizando a Casa”

Inscrições limitadas, garanta a sua!Valor Almoço R$ 5,00

Informaçõeswww.causaespirita.hpg.com.br

E-mail: [email protected] (19) 3273.3504 c/ Luciano

(das 15h00 às 18h00)

Local do EventoEducandário Eurípedes

Av. Theodureto de Almeida Camargo, 750 - Vila Nova - Campinas/SP

RealizaçãoInstituto de Estudos Espíritas“Wilson Ferreira de Mello”

IDE E PREGAI

Dia 28/09/03 - Domingo das 08:30 às 17:30h

Com

Informações

Local do Evento

Realização

Agosto 200330 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Deixo ao leitor a reflexão dos efeitos de tal posição em ambien-tes religiosos, hospitalares ou edu-cativos. Os benefícios se estende-rão para todos. Efeito contrário ocorre, no entanto, quando as pes-soas são pessimistas, derrotistas ou simplesmente indiferentes.

Todo esse mecanismo prende-se aos fluidos. Eles, os fluidos, são de origem divina e associados aos pensamentos humanos. Elemen-tos neutros obedecem à vontade que os dirige. Não são bons nem maus. Apenas obedecem à força do pensamento que os impulsio-na. Do Criador eles partem puros e agem construindo. Nas mentes vi-ciosas “carregam" o ambiente tor-nando-o “pesado" como costuma-mos chamar. Quando direciona-dos pela mente humana para o bem e a harmonia, proporcionam a sensação agradável do bem es-tar.

Que estamos esperando para viver melhor? Basta pensar bem!

abe aquela sensação de che-gar a um lugar e sentir que So clima “pesou"? Sim, aque-

le ambiente que costumamos rotu-lar de “pesado", onde a sensação é desagradável, o mal-estar fica em nossa companhia e, ao mesmo tempo, ao lado do desconforto fí-sico, o relacionamento é tenso...

Pois, saiba o leitor que o fator determinante para tal estado de coisas são os pensamentos. Um ambiente habitado por pessoas in-vejosas, ciumentas, orgulhosas, cheias de melindres ou mesmo contrariadas modificam os “ares" e causam esses constrangimentos. Podem ocorrer em família, por força, muitas vezes, de palavras pronunciadas sem pensar e mes-mo de pensamentos alimentados sem articulação de palavras, de mágoas ou ressentimentos. Mas também ocorrem em locais pú-blicos, onde um atendente, por exemplo, fica contrariado de pres-tar atendimento a determinado cliente; resultam também da má vontade ou da preguiça, da anti-patia, da mentira, da traição, da “fofoca" e mesmo de presenças es-

pirituais menos recomendáveis. Nesta última causa citada, há

que se considerar o permanente intercâmbio entre os Espíritos (se-res humanos antes ou depois da vida no planeta) e as criaturas hu-manas, pois que aqueles também influenciam o ambiente onde es-tão, mas sempre em função da sin-tonia que lhes proporcionemos nesse sentido.

Alterar, pois, um ambiente on-de chegamos ou estamos depende, em grande parte, de nossos pró-prios pensamentos. Se chegamos a um local onde as pessoas estão antipáticas ou contrariadas entre si, podemos sugerir no próprio comportamento amigo uma modi-ficação mental, sem nos deixar-mos intoxicar pelos pensamentos viciosos ali reinantes. Imagine-se, então, quando vários ou todos os componentes de um grupo resol-vem por alterar a própria conduta mental, modificando a atmosfera em que se situam? O resultado é imediato. E isto vale para o ambi-ente familiar, no trabalho, em lo-cais públicos e até numa nação in-teira.

Orson Peter Carrara - Matão/SP

PENSAMENTO E VONTADE

AMBIENTE PESADOAMBIENTE PESADOAlterar um ambiente onde chegamos ou estamos depende,

em grande parte, de nossos próprios pensamentos

Alterar um ambiente onde chegamos ou estamos depende,

em grande parte, de nossos próprios pensamentos

Agosto 2003 31FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Do Princípio Vital. Em seus co-mentários, o Codificador anota que: “A grande quantidade de flui-do vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivídu-os de uma espécie. Alguns há, que se acham, por assim dizer, satura-dos desse fluido, enquanto outros o possuem em quantidade apenas su-ficiente. Daí, para alguns, vida mais ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante".

O Livro dos Médiuns, item 113: O médico alemão Franz Gall foi o responsável pela criação da freno-logia. Em 1804, ele lançou a idéia de que poderia descobrir nas sa-liências e reentrâncias do crânio si-nais indicativos de certas aptidões humanas como a benevolência, a veneração, a cautela, o amor e a in-ventividade entre muitas outras. Na verdade, ele estava fazendo

Agosto 200332 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

de Kardec e que freqüentemente es-capam do leitor que a lê apressada-mente.

O Livro dos Espíritos, item 70: É uma doutrina que pressupõe a existência de um elemento imate-rial sustentando a vida. Pode-se considerar sua origem no chamado “pneuma vital" descrito por Gale-no. Esse “pneuma" seria um “flui-do" que se originaria no coração, circularia pelas veias e se transfor-maria no cérebro em “pneuma ani-mal". Para Galeno as doenças ocor-reriam por distúrbios na circulação dos fluidos comprometendo o “ca-lor vital". George Stahl, no século XVIII, foi um dos seus grandes de-fensores. Ele acreditava que os se-res vivos teriam uma “anima sensi-tiva" completamente separada da matéria.

Allan Kardec aborda o Vitalis-mo no quarto capítulo de O Livro dos Espíritos que ele intitula como

CIÊNCIA E ESPIRITISMO

A Ciência em Prof. Dr.º Nubor Orlando Facure - Campinas/SPExclusivo para FidelidadESPÍRITA.

O objeto da Ciência Espírita é o elemento espiritual e o método empregado foi o experimental

Vitalismo

Frenologia

postura de Kardec, diante da Revelação Espírita, se-Aguiu os rigores da Ciência

da época. Ele mesmo dá destaque a que a “teoria espírita" não nasceu pronta, mas, foi resultado do pro-cesso de experimentação e obser-vação dos fatos. Kardec aponta que o objeto da Ciência Espírita é o ele-mento espiritual e que o método empregado foi o experimental.

Uma leitura na síntese dos prin-cípios espíritas feita pelo próprio Kardec na introdução de O Livro dos Espíritos, nos permite identifi-car um novo paradigma científico. Em nenhum outro texto existe uma abordagem que analise com tanta racionalidade a existência de Deus, da Alma, dos Espíritos, da comuni-cação deles conosco, da existência do perispírito, do principio vital e do Fluido Cósmico Universal, entre tantos outros temas. Seria exausti-vo falarmos de toda essa contribui-ção em um só artigo. Queremos fa-zer uma leitura de tópicos de inte-resse científico constantes na obra

Agosto 2003 33FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

mos o quanto cada sonho tem de conteúdo simbólico escondendo desejos que reprimimos no incons-ciente.

No campo da neurologia, já sa-bemos muito sobre os circuitos en-volvidos no mecanismo dos sonhos e qual é o mapa da sua periodicida-de durante uma noite bem dormi-da. Está amplamente confirmada a ligação dos sonhos com a criação e consolidação de nossas memórias, o que fazemos durante o dia tem muito a ver com o que sonhamos de noite. Poeticamente poderíamos dizer que “sonhamos para lembrar o que somos e acordamos tentando construir o que nós devemos ser". O sono e os sonhos ainda serão as-suntos para muita discussão tanto nos seus aspectos físicos ou cere-brais propriamente ditos como é, principalmente, no domínio da psi-copatologia.

É curioso perceber em Allan Kardec uma leitura moderna e com um volume de contribuição cientí-fica extraordinário nas diversas ve-zes que os Espíritos abordaram o

uma grande revolução na neurofi-siologia ao tentar subdividir as ati-vidades cerebrais em múltiplas áre-as. Até então, o cérebro era tido co-mo órgão uniforme como o fígado e os pulmões. Nossos movimentos e nossa atividade mental seriam desenvolvidos em toda a extensão do cérebro. É uma pena que o tra-balho de Gall não teve nenhuma base experimental, ele estava exa-minando os ossos do crânio e não o cérebro propriamente dito e as fun-ções que pretendeu encontrar não têm nada a ver com as áreas que ele apontava. Nos dias de hoje, esse trabalho é reconhecido não só pelo seu valor histórico, mas, sobretudo, porque ele marcou uma mudança importante na interpretação da fi-siologia cerebral.

Nos comentários que Allan Kardec faz na Teoria da Alucina-ção ele inclui uma comunicação es-piritual que ensina que entrando em torpor os nossos sentidos, o Espírito se desprende e pode ver longe, ou perto, aquilo que não se-ria possível ver com os olhos. Al-gumas dessas visões podem ser e-feito das impressões que a vista de certos objetos deixou no cérebro, que lhes conserva os vestígios, co-mo conserva os sons. E, mais adi-

ante, ainda no mesmo texto, foi questionado como “tantas memóri-as" poderiam ser arquivadas no cé-rebro sem se confundirem?

Ensina, então, a comunicação espiritual que nada há de extraor-dinário nesse fato se admitirmos, como se admite em frenologia, uma destinação especial a cada parte e, até, a cada fibra do cére-bro.

O Livro dos Médiuns, item 112: O ser humano sempre se preocupou em dar um significado aos seus so-nhos. É provável que nossas pri-meiras noções de espiritualidade tenham surgido em sonhos e, de certa maneira, o homem primitivo era informado sobre a imortalidade quando em sonho revia a alma do ente querido falecido. Por outro la-do, qualquer um de nós já viveu a experiência de constatar nos pró-prios sonhos uma certa dose de premonição ou despertou com no-vas idéias sugerindo soluções ou rumos diferentes para seus propó-sitos. Há pouco mais de 100 anos Sigmund Freud publicou seu trata-do sobre a Interpretação dos So-nhos e desde então compreende-

como se admite em frenologia

KARDECReprodução

A Causa dos Sonhos

físico não comportaria todas essas informações e temos de traduzi-las para a linguagem humana a que estamos habituados.

cês Jean-François Champollion de-

cifrar a escrita usada pelos antigos

egípcios.

A pedra foi confiscada pelos in-

gleses após a derrota de Napoleão

na batalha naval de Abukir e levada

para o Reino Unido em 1801, quan-

do não existia uma proibição legal

para a saída de antigüidades do Egi-

to. No Museu Britânico, a peça atrai

milhares de visitantes todos os

anos.

tema dos sonhos. Uma pesquisa sistemática poderá, no futuro, con-firmar o acerto das lições que Kar-dec retransmitiu.

Em O Livro dos Médiuns, suas anotações são extremamente atu-ais: “A causa dos sonhos nunca a ciência a revelou. Atribui-os a um efeito da imaginação; mas, não nos diz o que é a imaginação, nem co-mo esta produz as imagens tão cla-ras e tão nítidas que às vezes nos aparecem. Consiste isso em expli-car uma coisa, que não é conheci-da, por outra que ainda o é menos".

Em O Livro dos Espíritos, no capítulo Da Emancipação da Alma, Kardec aborda extensivamente (em

19 perguntas) os fenômenos relaci-onados com o sono e os sonhos. Aprendemos que a alma liberta parcialmente do veículo físico po-de transitar pelos planos espirituais e aí, rever situações do passado, ter notícias do futuro, manter contatos com Espíritos amigos que lhe acon-selham, reencontrar parentes de-sencarnados, freqüentar lugares que lhe atraem por já terem conhe-cido ou que conhecerão no futuro.

Nem sempre teremos a comple-ta lembrança dessas experiências. Os sonhos, na maioria das vezes são apenas fragmentos muito tê-nues do que a espiritualidade nos revela a cada noite. Nosso cérebro

mana passada, durante um jantar

em Londres, a “devolução pura e

simples" da pedra ao diretor do Mu-

seu, Neil MacGregor. Agora, apesar

de apenas pedi-la emprestada, as

autoridades britânicas temem que

ela jamais volte a Londres.

A pedra de Roseta (nome do

porto mediterrâneo onde foi desco-

berta) foi desenterrada acidental-

mente por um soldado do Exército

de Napoleão Bonaparte, em 1799.

Feita em basalto, ela contém o mes-

mo texto em três línguas: hierógli-

fo, demótico e grego. Uma cópia em

gesso permitiu ao egiptólogo fran-

O articulista é médico, formado pela Fa-culdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em Uberaba. Fez especialização em Neurolo-gia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Lecionou na Faculdade de Medicina de Campinas UNICAMP - durante 30 anos, onde fez douto-rado, livre-docência e tornou-se professor ti-tular. Fundador do Instituto do Cérebro em Campinas, em 1987, tendo ultrapassado a marca de 100.000 pacientes neurológicos re-gistrados em sua clínica particular. Além dis-so, é espírita sobejamente conhecido, respei-tado e querido dentro e fora do nosso movi-mento. Seus artigos guardam, sempre, absolu-ta FidelidadESPÍRITA.

Fonte:Site da Folha on Line Ciência, 28/07/2003.

Agosto 200334 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

ATUALIDADE

Egito pede a devoluçãoda pedra de Roseta

Egito pede a devoluçãoda pedra de Roseta

Da France Presse - Cairo

governo egípcio pediu a

Reino Unido a devolução Otemporária da pedra de Ro-

seta, uma das peças mais importan-

tes da história da egiptologia, de

acordo com o chefe do Conselho

Supremo de Antigüidades do Egito,

Zahi Hawass.

“Solicitamos ao Museu Britâni-

co de Londres a permissão para ex-

por a pedra de Roseta no Museu

Egípcio do Cairo durante três me-

ses", disse Hawass. Segundo ele, a

peça ficaria em seu país “por um

período limitado, não para sempre".

Hawass já havia pedido na se-

Emmanuelpsic. Chico Xavier

Edificação do ReinoEdificação do Reino"O Reino de Deus está no meio de vós." - Jesus. (Lucas, 17:21.)

Nem na alegria excessiva que ensurdece.

Nem na tristeza demasiada que deprime.

Nem na ternura incondicional que prejudica.

Nem na severidade indiscriminada que destrói.

Nem na cegueira afetiva que jamais corrige.

Nem no rigor que resseca.

Nem no absurdo afirmativo que é dogma.

Nem no absurdo negativo que é vaidade.

Nem nas obras sem fé que se reduzem a pedra e pó.

Nem na fé sem obras que é estagnação da alma.

Nem no movimento sem ideal de elevação que é cansaço vazio.

Nem no ideal de elevação sem movimento que é ociosidade brilhante.

Nem cabeça excessivamente voltada para o firmamento com inteira despreocupação do

valioso trabalho na Terra.

Nem pés definitivamente chumbados ao chão do Planeta com integral esquecimento dos apelos do Céu.

Nem exigência a todo instante.

Nem desculpa sem-fim.

O Reino Divino não será concretizado na Terra, através de atitudes extremistas.

O próprio Mestre asseverou-nos que a sublime realização está no meio de nós.

A edificação do Reino Divino é obra de aprimoramento, de ordem, esforço e aplicação aos desígnios do Mestre, com bases no trabalho metódico e na harmonia necessária.

Não te prendas excessivamente às dificuldades do dia de ontem, nem te inquietes demasiado pelos prováveis obstáculos de amanhã.

Vive e age bem no dia de hoje, equilibra-te e vencerás.

Vinha de Luz III. Cap. 177. Ed. FEB.

VINHA DE LUZ

Agosto 2003 35FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP