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SILVA, Liza Bilhalva Martins da¹; RIETH, Flávia Maria Silva 2 ¹UFPel, Bacharelado em Antropologia. [email protected]; ²UFPel, Departamento de Antropologia e Arqueologia, [email protected] Equipe do Inventário Nacional de Referências Culturais Bagé (1ª Fase): Flávia Rieth (Coordenadora), Marília Floôr Kosby, Liza Bilhalva Martins da Silva, Marta Bonow Rodrigues, Pablo Rodrigues Dobke, Camile Vergara, Vanessa Ercolani Duarte, André Coser, Fabíola Mattos Pereira e Cristiano Lemes da Silva, Cláudia Turra Magni (Consultora em Antropologia da Imagem e do Som). na região pampeana do Rio Grande do Sul Este trabalho é um desdobramento do Inventário Nacional de Referências Culturais Pecuária - Bagé, que visa documentar, produzir conhecimento e reconhecer a pecuária enquanto referência na estruturação da “cultura gaúcha” na região do pampa. Adotando o método etnográfico, propõe o estudo do caráter temporal da experiência humana e suas repercussões nas práticas e saberes que homens campeiros pampeanos tecem em suas relações com o campo e a cidade quando aposentados. Tem-se que a lida campeira exercida nas fazendas da região constitui o lugar de construção da masculinidade (Leal, 1992) e, o rompimento com essa “lida” parece trazer à tona o laço mais forte entre gaúcho e a vida campeira, numa operação do pensamento que constrói, abandona e perpetua esse modo de vida (Kosby,2011). Os resultados preliminares apontam algumas estratégias cotidianas empregadas por esses homens, tais como produção de artesanato em couro, coleção de artefatos campeiros, composição musical e dança a fim de durarem no tempo, restabelecendo-se na continuidade da dinâmica social, apontando para isso a centralidade da memória coletiva. ECKERT, Cornelia, ROCHA, Ana Luiza Carvalho da. O tempo e a cidade. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2005. HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006. KOSBY, Marília. “O Açude”: A paisagem e os sujeitos pampeanos. Texto inédito, 2011. LEAL, Ondina. Honra, morte e masculinidades na cultura gaúcha. In:Antropologia do Corpo e da Saúde I. Cadernos de Antropologia. N5. 1992. pp.7-22. RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. Vol.I. São Paulo, Papiros, 1994. RIETH, Flávia; KOSBY, Marília Floôr et al. INRC Bagé/RS: Inventário do sistema da pecuária no sul do Rio Grande do Sul. Anais da IX Reunião de Antropologia do Mercosul, GT "Famílias, Afetos e Patrimônio”. Curitiba, 2011. STRATHERN, Marilyn. O Gênero da Dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006. WAGNER, Roy. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

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SILVA, Liza Bilhalva Martins da¹; RIETH, Flávia Maria Silva2

¹UFPel, Bacharelado em Antropologia. [email protected]; ²UFPel, Departamento de Antropologia e Arqueologia, [email protected]

Equipe do Inventário Nacional de Referências Culturais – Bagé (1ª Fase): Flávia Rieth (Coordenadora), Marília Floôr Kosby, Liza Bilhalva Martins da Silva, Marta Bonow Rodrigues, Pablo Rodrigues Dobke, Camile Vergara, Vanessa Ercolani Duarte, André Coser, Fabíola Mattos

Pereira e Cristiano Lemes da Silva, Cláudia Turra Magni (Consultora em Antropologia da Imagem e do Som).

na região pampeana do Rio Grande do Sul

Este trabalho é um desdobramento do

Inventário Nacional de Referências Culturais –

Pecuária - Bagé, que visa documentar, produzir

conhecimento e reconhecer a pecuária

enquanto referência na estruturação da “cultura

gaúcha” na região do pampa.

Adotando o método etnográfico, propõe o

estudo do caráter temporal da experiência

humana e suas repercussões nas práticas e

saberes que homens campeiros pampeanos

tecem em suas relações com o campo e a

cidade quando aposentados.

Tem-se que a lida campeira exercida nas

fazendas da região constitui o lugar de

construção da masculinidade (Leal, 1992) e, o

rompimento com essa “lida” parece trazer à

tona o laço mais forte entre gaúcho e a vida

campeira, numa operação do pensamento que

constrói, abandona e perpetua esse modo de

vida (Kosby,2011).

Os resultados preliminares apontam

algumas estratégias cotidianas empregadas por

esses homens, tais como produção de

artesanato em couro, coleção de artefatos

campeiros, composição musical e dança a fim

de durarem no tempo, restabelecendo-se na

continuidade da dinâmica social, apontando

para isso a centralidade da memória coletiva. ECKERT, Cornelia, ROCHA, Ana Luiza Carvalho da. O tempo e a cidade. Porto Alegre: Editora UFRGS,

2005. HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006. KOSBY, Marília. “O

Açude”: A paisagem e os sujeitos pampeanos. Texto inédito, 2011. LEAL, Ondina. Honra, morte e

masculinidades na cultura gaúcha. In:Antropologia do Corpo e da Saúde I. Cadernos de Antropologia.

N5. 1992. pp.7-22. RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. Vol.I. São Paulo, Papiros, 1994. RIETH, Flávia;

KOSBY, Marília Floôr et al. INRC – Bagé/RS: Inventário do sistema da pecuária no sul do Rio Grande

do Sul. Anais da IX Reunião de Antropologia do Mercosul, GT "Famílias, Afetos e Patrimônio”. Curitiba,

2011. STRATHERN, Marilyn. O Gênero da Dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a

sociedade na Melanésia. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006. WAGNER, Roy. A invenção da

cultura. São Paulo: Cosac Naify, 2010.