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A escola brasileira no século XIX e início do século XX Nalim Barbosa, Geovane Naysinger e Priscila Farias Csizmar

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 A escola brasileira no século XIX e início

do século XX 

Nalim Barbosa, Geovane Naysinger e Priscila Farias

Csizmar

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Desde a antiguidade a educação era dada apenas àqueles que pertenciam a elite, para os gregos e os romanos, somente quem falasse a língua dos autores renomados e considerados cultos é que era digno de respeito e de atenção. Mas para ter acesso a esses autores tinha que ter condições financeiras, ou seja, ser da elite.

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“ ... para a elite brasileira, a escola para os pobres, mesmo em se tratando de brancos e livres, não deveria ultrapassar o aprendizado das primeiras letras.” “Nessa perspectiva, a instrução elementar articula-se não apenas com a necessidade de se generalizar o acesso às primeiras letras, mas também com um conjunto de outros conhecimentos e valores necessários à inserção, mesmo que de forma muito desigual, dos pobres à vida social.”

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Os dois primeiros séculos da colonização brasileira foram marcados pela ação pedagógica dos jesuítas.

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A educação no principio não apresentava se como uma meta prioritária, já que não precisava formar agricultores para desempenharem suas tarefas. As metrópoles europeias enviavam religiosos a fim de converter os índios e impedir que os colonos se desviassem da fé católica. Era por meio da educação que os dominantes (poder real) garantiam a unidade política.

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Sob sua influência, os índios se reuniam em aldeia, perdiam os hábitos primitivos e ferozes, aprendiam as técnicas da agricultura, construíam casas, constituíam famílias, viviam dentro dos princípios da moral cristã.Durante 210 anos, os jesuítas promoveram a educação cristã no Brasil, apoiados oficialmente pela Coroa Portuguesa.

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As atividades pedagógicas e religiosas desenvolvidas por esses missionários foram interrompidas em 1759, durante a Reforma Pombalina. O Período Pombalino vai de 1760 a 1808 e leva esse nome devido as reformas realizadas na metrópole e nas colônias portuguesa, pelo primeiro-ministro de Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal.

O Período Pombalino

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Escolhido pelo rei de Portugal D. José I para ocupar o cargo de primeiro-ministro, Pombal tinha o objetivo de realizar reformas que recuperassem a economia portuguesa tendo como plano de fundo a crise do Antigo Regime e a subida das ideias iluministas. Para colocar Portugal numa posição privilegiada em relação aos demais países europeus, era preciso focar na colônia que tinha mais peso econômico, Brasil.

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O Marquês de Pombal, caminha no sentido de recuperar a economia através de uma concentração do poder real e de modernizar a cultura portuguesa, reforçando o Pacto Colonial, iniciando assim, uma tentativa de transformação no século XVII com as Reformas Pombalinas.Tais reformas visavam transformar Portugal numa metrópole capitalista, seguindo o exemplo da Inglaterra, além de adaptar sua maior colônia o Brasil a fim de acomodá-la a nova ordem pretendida em Portugal. A ideia de pôr o reinado português em condições econômicas tais que lhe permitissem competir com as nações estrangeiras era talvez a mais forte razão das reformas pombalinas.

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A origem e o desenvolvimento histórico da educação pública no Brasil são estritamente ligados as ações reformistas empreendida pelo Marquês de Pombal durante o seu governo de Portugal e possessões  no período colonial, notadamente por meio do banimento do trabalho missionário e catequético empreendidos pela Companhia de Jesus.

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A reforma desencadeou uma reorganização geral no ensino publico oficial. Tornou se obrigação do Império Luso garantir educação gratuita à população, não de forma igualitária e homogênea, em todo território metropolitano e colonial. A reforma criou as aulas regias. As aulas régias compreendiam o estudo das humanidades, sendo pertencentes ao Estado e não mais restritas à Igreja.

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 A política educacional como outra qualquer de Pombal era lógica, prática e centrada nas relações econômicas anglo-portuguesa.A reforma educacional pombalina culminou com a expulsão dos jesuítas precisamente das colônias portuguesas, tirando o comando da educação das mãos destes e passando para as mãos do Estado. Extintos os colégios jesuítas, o governo não poderia deixar de suprir a enorme lacuna que se abria na vida educacional tanto portuguesa como de suas colônias.

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Para o Brasil, a expulsão dos jesuítas significou, entre outras coisas, a destruição do único sistema de ensino existente no país. Para Fernando de Azevedo, foi “a primeira grande e desastrosa reforma de ensino no Brasil”. Como bem colocou Niskier, “A organicidade da educação jesuítica foi consagrada quando Pombal os expulsou levando o ensino brasileiro ao caos, através de suas famosas ‘aulas régias’, a despeito da existência de escolas fundadas por outras ordens religiosas, como os Beneditinos, os franciscanos e os Carmelitas”. (Niskier, 2001, p. 34) 

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Através do Alvará Régio de 28 de junho de 1759, o Marquês de Pombal, suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias ao expulsar os jesuítas da colônia e, ao mesmo tempo, criava as aulas régias ou avulsas.

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A criação das aulas régias marcou o surgimento do ensino público oficial e laico visto que, até então, a educação formal em todos os seus níveis estava sob o controle da Igreja. Não havia currículo, no sentido de um conjunto de estudos ordenados e hierarquizados, nem uma duração prefixada se condicionava ao desenvolvimento de qualquer matéria. Cada aula régia constituía uma unidade de ensino, com um único professor, para uma determinada disciplina. Era autônoma e isolada, pois não se articulava com outras e nem pertencia a uma escola.

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Os conteúdos oferecidos abrangiam os seguintes campos de estudos: as primeiras letras, gramática, latim, filosofia, grego e, posteriormente, francês, geometria, aritmética, botânica, (no Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Maranhão, São Paulo, Vila Rica e Mariana). Mais tarde, com o desenvolvimento econômico, foram introduzidas matérias como Retórica, Hebraico, Matemática, Filosofia e Teologia.

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Neste momento, a coroa portuguesa designa impostos conhecidos como subsídios literários para o pagamento dos professores com o intuito de gerarem recursos e custear o ensino. Mas, nem sempre esses impostos eram aplicados na manutenção das aulas; ora era cobrado inadequadamente, ora era desviado para Portugal. Destinado a outras finalidades, gerava dificuldades econômicas para a remuneração de salários de mestres e professores.

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Desta forma, os melhores professores não ficavam nesses postos por razão dos baixos salários oferecidos, os que aqui permaneciam além de serem incompetentes e leigos, ganhavam mal, e não recebiam nenhum entusiasmo do governo para aprimorarem ou aperfeiçoarem seus conhecimentos.

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A criação da figura do “Diretor Geral dos Estudos” deixa bem clara, a intenção da Coroa de uniformizar a educação na Colônia e fiscalizar a ação dos professores — desde já por ela nomeados — do material didático por eles utilizado — de modo a que não houvesse choque de interesses — isto é, que não houvesse nenhum outro poder, como era o dos jesuítas, a afrontar as determinações da Coroa.

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Para o Brasil, tais reformas significaram um retrocesso na educação escolar com o desmantelamento completo da educação brasileira oferecida pelo antigo sistema de educação jesuítica, melhor estruturado do que as aulas régias puderam oferecer..

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Mesmo exigindo novos métodos e novos livros, no latim a orientação era apenas de servir como instrumento de auxílio à língua portuguesa, o grego era indispensável a teólogos, advogados, artistas e médicos, a retórica não deveria ter seu uso restrito a cátedra. A filosofia ficou para bem mais tarde, mas efetivamente nada de novo aconteceu devido principalmente, às dificuldades quanto à falta de recursos e pessoal preparado.

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As transformações no nível secundário não afetaram o fundamental, que permaneceu desvinculado da realidade, e buscando o modelo de exterior "civilizado". Quem tinha condições de cursar o ensino superior enfrentava os perigos das viagens, para frequentar a Universidade de Coimbra ou outros centros europeus. Como as "Reformas Pombalinas" visavam transformar Portugal numa metrópole como a Inglaterra, a elite masculina deveria buscar respaldo fora, para poder servir melhor na sua função de articuladora dos interesses da camada dominante.

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No ano de 1808 a família real se muda para a colônia e com isso o Brasil passa por algumas transformações sociais, econômicas e educacionais para atender as novas exigências administrativas. A chegada da família real no Rio de Janeiro transformou a cidade e seus costumes, pois impulsionou o nascimento da imprensa, o crescimento das indústrias e o início das atividades das faculdades

A Chegada da Família Real

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Em 1808 emergia o Estado Nacional e houve a necessidade de imprimir mudanças no ensino superior que vinha do período colonial.

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Criaram se “cursos e academias, destinados a formar burocratas para o estado e especialistas na produção de bens simbólicos, como subproduto, formar profissionais liberais.” Tratava se de cursos que formavam funcionários públicos com a Academia Militar e de Marinha e cursos de Medicina, Cirurgia, Matemática, Agricultura, entre outros.

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As medidas do governo Joanino se notabilizaram pela criação de instituições cientificas, culturais, e cursos superiores, privilegiando a formação das elites politicas e intelectuais. No que se refere as instituições púbicas e ao ensino de primeiras letras o período joanino não teve grandes rupturas desdás reformas pombalinas, permanecendo o sistema de aulas regias, agora chamados de aulas publicas.

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A primeira constituição da nação independente, outorgada em 1824, dispôs como garantia para todos os cidadãos brasileiros a instrução primária e gratuita, mas o estabelecimento efetivo de escolas públicas foi realizado muito lentamente.

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A decisão n. 49, de 1825, determinou que os presidentes das províncias enviassem informações sobre as aulas e escolas existentes, demonstrando o interesse do imperador, d. Pedro I, no melhoramento da situação. Nesse mesmo ano, a decisão n.182 ordenou a instituição de escolas públicas de primeiras letras pelo método lancasteriano, ou do ensino mútuo, em todas as províncias.

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Este método orientava que um mestre deveria dirigir os alunos, que ensinariam uns aos outros, tornando o aprendizado mais rápido e mais barato, fato que era oportuno devido à escassez de professores no Brasil nessa época 

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Em 1827, a lei de 15 de outubro ordenou a criação de escolas de primeiras letras de ensino mútuo em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império, tarefa que ficaria a cargo dos presidentes de províncias e do ministro do Império na província do Rio de Janeiro. De acordo com este ato, nas escolas os professores ensinariam a ler e escrever, as quatro operações de aritmética, a prática de quebrados, decimais e proporções, as noções gerais de geometria prática, a gramática da língua nacional, além de princípios de moral cristã e da doutrina da religião católica e apostólica romana. 

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A lei também previa a criação de escolas para meninas nas cidades e vilas mais populosas. Posteriormente, o decreto de 19 de novembro de 1829 mandou criar uma comissão para organizar um projeto de regulamento para as escolas de primeiras letras, além de ordenar compêndios e materiais para o ensino.

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Após a abdicação de d. Pedro I e o início do período do governo regencial, a lei n. 16, de 12 de agosto de 1834, usualmente chamada de Ato Adicional, reformou diversos aspectos da Constituição e conferiu às assembleias legislativas provinciais a atribuição de legislar sobre a educação primária e secundária, promovendo o início da descentralização no sistema educacional brasileiro.

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A Lei promulgada em 6 de agosto de 1834 descentralizou o poder e garantiu uma relativa autonomia às províncias, estas, (futuros estados) ficariam designadas a cuidar da escola elementar, (hoje chamada Educação Básica, atende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e o Médio) e da escola secundária, já a coroa, por sua vez, ficou encarregada de promover o Ensino Superior.

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Desta forma, o Ato Adicional de 1834, contribuiu para o oferecimento de dois níveis de ensino, um destinado a classe da elite e a outra a do povo

Danificou mais uma vez a instrução brasileira. As províncias não possuíam nenhum tipo de estrutura financeira e técnica, logo, seria impossível investir e cuidar da educação elementar e da secundária nessas condições, além de o sistema educacional não apresentar nenhum preceito de ensino, ou seja, o desenvolvimento de uma pedagogia, faltava subsídios para custear a educação.

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Seguia-se uma educação precária, desorganizada, fragmentada e sem recursos, os professores eram mal habilitados e o governo não se interessava pelo preparo dos mestres, como pudemos compreender, valorizava-se mais o ensino superior e o ensino para a mulher era desprezado, conclui-se então que a educação brasileira, nesse período, não atendia as reais necessidades do povo brasileiro, a educação era privilégio só de alguns, aqueles que realmente precisavam receber a instrução pública de qualidade não a possuíam.

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1) “ ... para a elite brasileira, a escola para os

pobres, mesmo em se tratando de brancos e livres, não deveria ultrapassar o aprendizado das ********* ******.

Você sabe?

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2) Os dois primeiros séculos da colonização brasileira foram marcados pela ação pedagógica dos *******.

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3) As atividades pedagógicas e religiosas

desenvolvidas por esses missionários foram interrompidas em 1759, durante a ******* *********.

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4) A reforma educacional pombalina culminou com a expulsão dos jesuítas precisamente das colônias portuguesas, tirando o comando da educação das mãos destes e passando para as mãos do ******.

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5) Em 1827, a lei de 15 de outubro ordenou a criação de ******* ** ********* ****** de ensino mútuo em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império, tarefa que ficaria a cargo dos presidentes de províncias e do ministro do Império na província do Rio de Janeiro.

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6) A lei também previa a criação de escolas

para ******* nas cidades e vilas mais populosas

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1) Primeiras letras 2) jesuítas 3) Reforma pombalina 4) Estado 5) Escolas de primeiras letras. 6) Meninas

Gabarito