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48 www.backstage.com.br INSTRUMENTOS Luciano Freitas é profissional de áudio, fez curso de piano erudito, Full Masterering no Füller Studios (Miami). É técnico em áudio na Pro Studio Americana e foi professor de teclado no Conservatório Musical Joelson Vieira. 2008 NAMM É chegado o novo ano e sempre em janeiro os aficionados por música ficam atentos às novidades apresentadas na maior feira de instrumentos musicais e equipamentos de áudio das Américas, a NAMM (National Association of Music Merchants ou Associação Nacional dos Comerciantes de Música) este ano, realizada entre os dias 17 e 20 de janeiro em Anaheim, na Califórnia, a 106 a edição de inverno da feira trouxe, como nos anos anteriores, os principais lançamentos da maioria dos fabricantes para 2008. Para atualizar o leitor, vamos conhecer os cinco equipamentos que mais sur- preenderam os visitantes dentro de nossas categorias (áudio e teclados). Boa Atualização! ROLAND Por mais um ano, a Roland se firma como o fabricante que mais lança- mentos levou para a NAMM. Nesta edição foram 40 ao total, além do anúncio de ter se tornado a acionista majoritária da Cakewalk (ou Twelve Tone Systems Inc., fabricante do software Sonar), o que certamente fará com que a empresa intensifique sua atuação na área de computer music (gravação digital). Mesmo com todos esses lançamentos, nenhum era tão esperado quanto a nova safra da workstation Fantom (agora Fan- tom G). Mantendo versões de 61, 76 e 88 teclas (essa última com o novo mecanismo PHA II, que possui as te- clas brancas montadas com duas pe- ças proporcionando redução de ruí- do), grandes implementos as deixa- ram muito mais poderosas. A come- çar pelo motor sonoro, com a nova tecnologia “Super Natural”, que traz o dobro das amostras de timbres de seu predecessor (possuindo as amos- tras do Fantom X, uma seleção de amostras coletadas das placas SRX, e uma nova seção de amostras inédi- tas), adicionadas ao novo seqüen- ciador de 128 pistas (das quais 24 de áudio) e do novo bloco de efeitos (permitindo até 22 efeitos simultâ- neos), ainda conta com um visor LCD colorido de 8,5 polegadas, cone- xão para mouse, entradas combo para áudio (XLR com phantom power para microfones condensadores e TRS/Hi Z para instrumentos elétri- cos), e conexões USB para comunica- N 2008

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INSTRUMENTOS

Luciano Freitas é profissional de áudio, fez

curso de piano erudito, Full Masterering no

Füller Studios (Miami). É técnico em áudio na

Pro Studio Americana e foi professor de teclado

no Conservatório Musical Joelson Vieira.

2008NAMMÉ chegado o novo anoe sempre em janeiroos aficionados pormúsica ficam atentosàs novidadesapresentadas namaior feira deinstrumentosmusicais eequipamentos deáudio das Américas, aNAMM (NationalAssociation of MusicMerchants ouAssociação Nacionaldos Comerciantes deMúsica)

este ano, realizada entre os dias

17 e 20 de janeiro em Anaheim,

na Califórnia, a 106a edição de

inverno da feira trouxe, como nos anos

anteriores, os principais lançamentos

da maioria dos fabricantes para 2008.

Para atualizar o leitor, vamos conhecer

os cinco equipamentos que mais sur-

preenderam os visitantes dentro de

nossas categorias (áudio e teclados).

Boa Atualização!

ROLAND

Por mais um ano, a Roland se firma

como o fabricante que mais lança-

mentos levou para a NAMM. Nesta

edição foram 40 ao total, além do

anúncio de ter se tornado a acionista

majoritária da Cakewalk (ou Twelve

Tone Systems Inc., fabricante do

software Sonar), o que certamente

fará com que a empresa intensifique

sua atuação na área de computer

music (gravação digital). Mesmo com

todos esses lançamentos, nenhum

era tão esperado quanto a nova safra

da workstation Fantom (agora Fan-

tom G). Mantendo versões de 61, 76 e

88 teclas (essa última com o novo

mecanismo PHA II, que possui as te-

clas brancas montadas com duas pe-

ças proporcionando redução de ruí-

do), grandes implementos as deixa-

ram muito mais poderosas. A come-

çar pelo motor sonoro, com a nova

tecnologia “Super Natural”, que traz

o dobro das amostras de timbres de

seu predecessor (possuindo as amos-

tras do Fantom X, uma seleção de

amostras coletadas das placas SRX, e

uma nova seção de amostras inédi-

tas), adicionadas ao novo seqüen-

ciador de 128 pistas (das quais 24 de

áudio) e do novo bloco de efeitos

(permitindo até 22 efeitos simultâ-

neos), ainda conta com um visor

LCD colorido de 8,5 polegadas, cone-

xão para mouse, entradas combo para

áudio (XLR com phantom power

para microfones condensadores e

TRS/Hi Z para instrumentos elétri-

cos), e conexões USB para comunica-

N

2008

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ção com computadores e dispositivos

de armazenamento (Pen Drives). Es-

tes instrumentos também são os pri-

meiros a aceitarem as novas placas de

expansão ARX, que por meio da

tecnologia Super Natural, possibili-

tam um nível de edição não encon-

trado em nenhum teclado da marca

(na ARX 01 Drums, placa com tim-

bres de bateria, o usuário encontrará

possibilidades de edição que apenas

eram encontradas nos módulos de

baterias eletrônicas V Drums, com o

controle de elementos como profun-

didade, tipo de material, abafadores,

equalizadores e compressores indivi-

duais para cada peça).

YAMAHA

Realmente a “carta na manga” da

Yamaha neste início de ano não esta-

va em nenhum produto lançado na

NAMM (até porque, lançamentos

mesmo, foram apenas dois). A empre-

sa simplesmente adquiriu a Austríaca

Bösendorfer, fabricante dos mais exóti-

cos pianos acústicos encontrados atu-

almente, tendo acesso aos métodos se-

culares da supremacia na construção

desses instrumentos. No campo tecno-

lógico, a Yamaha apresentou ao povo

americano (pois já estava disponível ao

povo japonês desde agosto de 2007) o

Tenori-On, seu mais novo instrumen-

to musical constituído de um painel

com células luminosas, capaz de pro-

porcionar experiências musicais inédi-

tas. O que poucos esperavam, e acabou

sendo uma surpresa positiva, foi a res-

surreição da linha KX, famosa nos anos

80, agora adaptada como teclado con-

trolador de estúdio. Com versões de 25,

49, 61 e 88 teclas, e botões dedicados

ao controle do software Cubase AI4

(versão desenvolvida pela Steinberg

dedicada aos produtos Yamaha), o

usuário terá acesso a mais de 350 tim-

bres presentes no banco de sons do

Motif (em formato do sampler virtual

Halion One), além de 480 loops de ba-

teria e um arpegiador com mais de 500

frases musicais (Motif ARP Phrases)

pré-programadas (divididas por ins-

trumentos e estilos, facilmente dis-

paradas apertando a tecla apropria-

da). O equipamento já vem de fábrica

com 30 templates dos mais populares

programas geradores de timbres vir-

tuais, assimilando automaticamente

aos seus quatro botões giratórios os

parâmetros mais utilizados. A cone-

xão e alimentação do teclado são rea-

lizadas por meio de um único cabo

USB, oferecendo simplicidade extre-

ma em sua montagem, aliada a uma

faixa de preços bem convidativa.

No campo tecnológico, a Yamaha apresentou ao povoamericano (pois já estava disponível ao povo japonêsdesde agosto de 2007) o Tenori-On, seu mais novoinstrumento musical constituído de um painel com

células luminosas

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PRESONUS

Com o lançamento da interface Fire

Pod em 2004, a Presonus passaria a ocu-

par um lugar importante no hall dos fa-

bricantes desse produto. Preço justo em

um projeto que superava limitações

deixadas por muitos outros fabricantes

aliado a pré-amplificadores de boa qua-

lidade o tornou inevitavelmente um

dos maiores sucessos de vendas de sua

categoria. O projeto foi atualizado

com a chegada da família Fire Studio

em 2006, trazendo agora em seu mem-

bro recém chegado, o modelo Fire

Studio Tube, os mesmos 8 canais de pré-

amplificação XMAX (transistores) so-

mados a 2 canais de pré-amplificação

valvulada (derivada do modelo Blue

Tube) e 6 entradas de linha que operam

com amostragens de 96 Khz em 24 Bits

(conversores A/D com 114 de faixa di-

nâmica). Esses dois canais de pré-am-

plificação extra, se comparados aos

modelos de 8 canais, certamente serão

os que você procurava quando chegava

ao seu estúdio aquele baterista com um

tambor a mais, ou quando baterista e

baixista queriam gravar simultanea-

mente e você precisava retirar microfo-

ne de outra peça.

Também devemos colocar na ba-

lança o fato de ter pré-amplificação

híbrida (transistores e válvulas), au-

mentando a paleta de sonoridades al-

cançáveis por meio de um único equi-

pamento. Suas 10 saídas de áudio pos-

sibilitam a montagem de um sistema

de monitoração 5.1 (padrão atual) e o

deixam preparado para uma possível

atualização de protocolo nesses tem-

pos de Blu-Ray e HD-DVD. A comu-

nicação com o computador é realizada

por um cabo Firewire que transmite

além do áudio os dados midi (16 canais

de entrada e saída) da interface. Se há

alguns anos a Digidesign (grupo Avid)

tivesse adquirido a Pre-

sonus, acredito que seus pacotes da ver-

são light do Pro Tools seriam imbatíveis

no mercado dentro de sua categoria.

FOCUSRITE

Falar em novidades da Focusrite já

não é mais novidade. A empresa apro-

veitou esta edição da NAMM para di-

vulgar seus pacotes de pré-amplificado-

res lançados no segundo semestre de

2007 (ISA 828 com 8 canais de pré-

amplificação ISA e Liquid 4 Pre com 4

canais de pré-amplificação Liquid).

Lançamento mesmo para a NAMM foi

o ISA One. Pelo nome desse equipa-

mento, eu até diria que a Focusrite co-

meteu um equívoco, pois desta forma,

qualquer um julgaria ser um pré-ampli-

ficador de um canal do projeto assina-

do por Rupert Neve (famoso pela

transparência, porém com sonoridade

robusta) com os famosos transforma-

dores Lundahl L1538 presentes no

ISA 110. A diferença está em seus ex-

tras: além do canal de pré-amplificação

de microfones com impedância variá-

vel e filtro de passagem de altas fre-

qüências (HPF com 18dbs por oitava),

o projeto possui um canal de DI (para

instrumentos musicais elétricos como

baixo e guitarra) com controle de ganho

e também impedância variável total-

mente independente do primeiro ca-

nal, possibilitando que por meio de

uma única unidade seja possível gravar

um contrabaixo elétrico microfonan-

do seu amplificador e gravando seu si-

nal de linha simultaneamente. Outra

saída muito importante é a de fone de

ouvidos com volume

individual, que além de

receber o sinal interno

pode operar com um si-

nal externo (através das

conexões Cue Mix) para

monitorar de um simples

Aos adoradores dosestúdios portáteis, a SSL

resolveu apresentar oDuende Mini, uma versãocompacta do processador

de plug-ins externoDuende, agora por menosda metade de seu preço

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e-mail para esta coluna:

[email protected]

canal de metrônomo à mixagem com-

pleta de uma banda. Possui um compar-

timento para instalação de uma placa de

conversão A/D (a mesma utilizada no

modelo ISA 430 MK II) para fácil ade-

quação a sistemas digitais com resolu-

ções de até 192Khz em 24 Bits. Graças a

sua embalagem reforçada e preço acessí-

vel nunca antes atingido nessa linha de

pré-amplificadores, certamente músi-

cos mais exigentes o levarão para estrada

como solução para voz (entrada Mic) e

violão (entrada DI).

SOLID STATE LOGIC (SSL)

Aos adoradores dos estúdios portá-

teis, a SSL resolveu apresentar o Duende

Mini, uma versão compacta do proces-

sador de plug-ins externo Duende, ago-

ra por menos da metade de seu preço.

Construído com chips baseados no

console C200 da empresa, o usuário

terá em mãos a lendária sonoridade es-

cutada em vários hits anualmente. Em

uma embalagem de 1/3 de rack, oferece

processamento de 16 canais simultâ-

neos (expansível até 32 canais com o

pacote de expansão e até 64 canais com

duas unidades expandidas), totalmente

independentes do processamento do

computador, cada um com equalizador

de 4 bandas (2 shelvings e 2 paramétri-

cas), compressor e gate, constituindo

um channel strip virtual do console XL

9000K, por uma pequena fração de seu

custo. É compatível com todos os plug-

ins criados para a família duende, inclu-

indo os recém lançados X Comp e X Eq,

operando em formatos VST, AU e

RTAS (via adaptador).