Natalino

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Natalino Natal é universal e abrangente. A mais colorida das celebrações da humanidade. Recanto do Natal Por Luciano Costa e Luísa Aranha “Então é Natal. Pro rico e pro pobre num só coração”. Assim canta Simone na mú- sica Natal Branco. Assim age Rosangêla Rigo. Pertencente a família Rigo, umas das mais conhecidas e mais prósperas de São Borja, eles mantêm duas creches, Recanto da Alegria I e II em duas zonas carentes da cidade. O espiríto de Natal acompanha Rosangêla e suas ações durante todo ano, mas é nessa época em que ela volta a ser criança. ”As crianças esperam com a maior expec- tativa o Papail Noel. O Natal para mim é a maior emoção do mundo. E posso ser sincera? Volto a ser criança com elas. Natal é família, é proximidade. Natal é amor. Fa- mília é amor”. Declara com um sorriso e lágrimas nos olhos. A ideia de fundar as creches e fazer algo pelo próxi- mo, surgiu ainda quando seus filhos, hoje adultos, eram pequenos. “Cheguei no Passo com dez anos de idade e fui muito bem acolhida, as creches foram criadas por vonta- de minha e de meu marido, para retribuir a comunidade que nos acolheu”. Recanto da Alegria I, localizada em uma área carente do bairro do Passo este ano completou 13 anos. Rosangêla nos confessa que tentou, há oito anos, orga- nizar almoços de finais de ano para que senhoras da sociedade apadrinhassem crianças carentes de suas creches. A ideia era que todas participassem anualmente, mas não deu certo. Depois disso, em 2008, quando se formou na Faculdade de Letras, sua filha organizou uma festa de formatura. De presente, dos convidados, Rosângela pe- diu a doação de um brinquedo. Atualmente, sempre que ela organiza algum evento, pede de entrada um brinque- do ou material escolar. Durante o Natal ela e sua família compram brinque- dos para as crianças da creche e um funcionário se veste de Papai Noel para fazer a entrega. “O que eu vejo aqui são crianças deslumbradas pela magia do Natal. Todas as nossas crianças são de famílias muito pobres, eles não tem o costume de celebrar o Natal. Quando tem, é um almocinho e, mesmo assim, elas não ganham presentes”. Vestida com uma calça jeans e uma camiseta, nossa conversa foi assim, regada de simplicidade e emoção. Simplicidade que vem da infância de Rosangêla: “Minha família era muito pequena, minha mãe se fantasiava de Papai Noel para entregar os presentes para mim e meus irmãos, nem que fosse um saquinho de bolacha”. E emoção que transcende a época, pois o Papai Noel só vem em Dezembro. Mas Rosangêla é a Mamãe Noel dessas crianças o ano inteiro. Dezembro de 2010 - Ano I - Edição I Fotos: Gabriella Oliveira

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Jornal Produzido pra disciplina Agência de Notícias.

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Nat

alin

oNatal é universal e

abrangente. A maiscolorida das celebrações

da humanidade.

Recanto do Natal Por Luciano Costa e Luísa Aranha

“Então é Natal. Pro rico e pro pobre num só coração”. Assim canta Simone na mú-sica Natal Branco. Assim age Rosangêla Rigo. Pertencente a família Rigo, umas das mais conhecidas e mais prósperas de São Borja, eles mantêm duas creches, Recanto da Alegria I e II em duas zonas carentes da cidade.

O espiríto de Natal acompanha Rosangêla e suas ações durante todo ano, mas é nessa época em que ela volta a ser criança. ”As crianças esperam com a maior expec-tativa o Papail Noel. O Natal para mim é a maior emoção do mundo. E posso ser sincera? Volto a ser criança com elas. Natal é família, é proximidade. Natal é amor. Fa - mília é amor”. Declara com um sorriso e lágrimas

nos olhos.

A ideia de fundar as creches e fazer algo pelo próxi-mo, surgiu ainda quando seus filhos, hoje adultos, eram pequenos. “Cheguei no Passo com dez anos de idade e fui muito bem acolhida, as creches foram criadas por vonta-de minha e de meu marido, para retribuir a comunidade que nos acolheu”. Recanto da Alegria I, localizada em uma área carente do bairro do Passo este ano completou 13 anos.

Rosangêla nos confessa que tentou, há oito anos, orga-nizar almoços de finais de ano para que senhoras da sociedade apadrinhassem crianças carentes de suas creches. A ideia era que todas participassem anualmente, mas não deu certo. Depois disso, em 2008, quando se formou na Faculdade de Letras, sua filha organizou uma festa de formatura. De presente, dos convidados, Rosângela pe-diu a doação de um brinquedo. Atualmente, sempre que ela organiza algum evento, pede de entrada um brinque-do ou material escolar.

Durante o Natal ela e sua família compram brinque-dos para as crianças da creche e um funcionário se veste de Papai Noel para fazer a entrega. “O que eu vejo aqui são crianças deslumbradas pela magia do Natal. Todas as nossas crianças são de famílias muito pobres, eles não tem o costume de celebrar o Natal. Quando tem, é um almocinho e, mesmo assim, elas não ganham presentes”.

Vestida com uma calça jeans e uma camiseta, nossa conversa foi assim, regada de simplicidade e emoção. Simplicidade que vem da infância de Rosangêla: “Minha família era muito pequena, minha mãe se fantasiava de Papai Noel para entregar os presentes para mim e meus irmãos, nem que fosse um saquinho de bolacha”. E emoção que transcende a época, pois o Papai Noel só vem em Dezembro. Mas Rosangêla é a Mamãe Noel dessas crianças o ano inteiro.

Dezembro de 2010 - Ano I - Edição I

Fotos: Gabriella Oliveira

Celebrações

Jesus Cristo é o Senhor

24 – Véspera

9:00- 15:00 – 19:30

25 – Natal

9:00 – 19:00

Igreja Mundial do Poder de Deus

24 - Véspera-

9:00- 15:00 – 19:30

Igreja Matriz São Francisco de Borja

24 – Véspera

21horas

25- Natal

9 horas e 19 horas

Vamos comemorar o Natal em São Borja

No Natal se comemora o nascimento de Jesus Cristo. As celebrações da data são realizadas de diferentes formas, entretanto a crença na solidariedade e na esperança que o Natal trás são transmitidos de maneira ecumênica.

Na Igreja Jesus Cristo é o Senhor, a comunidade celebra o nascimento de Cristo com o compartilhamento do que representa o corpo e o sangue de Jesus: pão e vinho. Segundo o pastor, Eduardo Soares, o Natal é um momento especial para celebrar a vida. “Acabamos o culto no mesmo horário rotineiro para que todos possam se reunir em família para comemorar o nascimento do Deus vivo”, afirma o Pastor.

Em São Borja, diferentes festas serão realizadas. De acordo com a assessora da As-sistente Social do município, Patrícia Miranda, o Centro de Referência de Assistência Social de cada bairro é responsabilidade pela organização das comemorações. As datas serão divulgadas a partir do dia 01 de dezembro.

Na doutrina espírita, o Natal é comemorado o ano inteiro através de palestras e grupos de estudo que buscam reconhecer a presença de Jesus Cristo através da com-preensão do significado de sua vida e obra. Para o diretor do Departamento de Co-municação da Associação Espírita José Ferreira de Moraes, não há ritual e símbolos no cristianismo do espiritismo específicos no período natalino. “Jesus Cristo é o modelo e guia, exemplo de figura perfeita que Deus nos enviou. Assim, buscamos compreen-dê-lo além de uma data ou imagem”, relata o diretor.

Qual o significado do Natal?

Em uma enquete realizada nas ruas de São Borja, foi feita a seguinte pergunta: O que você pensa sobre o exercício da religião no Natal ? Ainda é significativo ?

“ Hoje em dia o Natal já deixou de ser para cultivar a religião, as pessoas querem mesmo é festa e presentes”. Aldo Andrade, 60 anos, Professor.

“Eu cultivo a religiosidade, no Natal vou na missa, mas sei que isso poucas pessoa sfa-zem”. Raquel Zounar, 27 anos, vendedora.

“Nada mais é respeitado, as pessoas não respeitam mais o Natal, não como uma data de nascimento de Cristo”. Carlos Alberto, 58 anos.

“Sabemos que o Natal é o nascimento de Cristo, mas usam o Natal como uma data de ganhar e dar presentes”. Rosangela Barroso, 35 anos, Vendedora.

Entrevistamos 10 pessoas. Sete acreditam que o Natal é época de festa, uma pessoa crê na religiosidade e duas pensam que essa época do ano é para dar e receber presen-tes.

Por Luana Raddatz

Por Larissa Lucero e Lenise Morgental

A chegada do Menino Jesus

Esse é o nome da história encenada, todo natal, pelos educandos do Centro de Formação Tereza Verzeri. A his-tória central, na apresentação deste ano, será “O Natal de Natanael”.

A programação faz parte das atividades de encerramen-to de fim de ano da instituição. Além dos educadores e educandos, participam da festa os padrinhos e madrinhas das crianças, pessoas da comunidade que adotam os alu-nos e, principalmente, nesta época natalina os presen-teiam.

Segundo a psicóloga Juliane Guerreiro do Amaral, que há 11 anos trabalha no Verzeri, nunca faltou apadrinha-mento para as crianças:

- “ É uma prova que o nosso trabalho está sendo reco-nhecido pela comunidade,” enfatiza.

As crianças escrevem as cartinhas, que este ano já fo-ram enviadas, e uma semana antes da festa os padrinhos entregam os presentes na instituição, na ocasião são con-vidados a irem assistir a apresentação, que acontecerá dia 16 de dezembro, às 20h:30.

“Apesar das dificuldades estruturais, as famílias são or-ganizadas, mas receber presentes de outras pessoas, não tão próximas delas, gera uma expectativa. As crianças es-peram ansiosas por essa época do ano”, diz Juliane.

Quem se interessar em apadrinhar um dos educandos do Tereza Verzeri pode comparecer na sede da instituição na Rua João Palmeiro, 1746 ou obter mais informações pelo telefone: 3431. 2805.

Crianças são apadrinhas pela comunidade

Por Márcia Solares

Foto: Luana Raddatz

Papai Noel azul e amarelo As crianças da Escola Municipal de Ensino Fundamen-

tal República Argentina, no Bairro do Passo, teriam um Natal como todas as outras, não fosse o Papai Noel vestir roupas com as cores amarelo e azul, ao invés de vermelho e branco. O Papai Noel dos Correios.

Todo ano os Correios escolhem uma escola pública, instalada em áreas de vulnerabilidade social e recolhem cartas, de crianças entre 4 a 10 anos, que ficam dispo-níveis na sede da agência para que quem quiser acolher o pedido dos pequenos. Este ano o Papai Noel dos Correios chegará dia 17 de dezembro na Escola Repúbli-ca Argentina, junto com o presente receberão uma carta do bom velhinho com recomendações sobre o comporta-mento que devem ter com a família, amigos e na escola.

“- Se não podemos fazer algo permanente, que pos-samos então satisfazer essas crianças nessa época,” diz o gerente, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Sérgio Silva.

O projeto existe há 15 anos e no início era aberto a toda comunidade, agora é restrito as escolas para que os organizadores tenham a certeza de que essas crianças es-tão estudando.

Interessados em tornar-se padrinho devem procurar a Agência dos Correios na rua Cândido Falcão, nº 1021 ou mais informações pelo telefone 3430.1616

Foto: Márcia Solares

Cartas para o Papai Noel dos Correios

A cara do Natal

No final do ano, caminhando pelas ruas vemos a cara de dezembro. Guirlan-das, luzes coloridas, estrelas brilhantes, árvores enfeitadas, é essa a visão que nos enchem os olhos e nos fazem lembrar que o Natal está chegando.

Há quem enfeite apenas por achar bonito, mas também há quem acredita no verdadeiro espírito natalino. A deco-ração pode ser sofisticada, com objetos comprados ou, simplesmente fruto da criatividade.

Ao chegarmos na casa de Fabia-ne Weber,33 anos, um Papai Noel já nos espera na porta, indicando o caminho que é repleto de objetos que todos os anos, nessa época, fazem parte da deco-ração da casa. “Para mim, Natal significa renascimento. Faço questão de decorar toda a casa”.

Ana Paula Lima, 18 anos, é uma das inúmeras pessoas que usam a criativi-dade para não deixar o Natal passar em branco. Mesmo sem símbolos religiosos e artigos sofisticados, Ana Paula trans-forma garrafas pets em lindos enfeites que decoram as árvores do seu jardim.

Natal à venda

A decoração para o natal no comércio são borjense é intensa, a maioria das lojas está no clima natalino, seja com uma de-coração simples ou repleta de detalhes.

No entanto há lojas que investem em enfeites sofisticados e atrativos para con-quistar o público, e outras usam seus próprios produtos natalinos e fazer pro-paganda dos mesmos.

Carla Michele, vendedora de uma das lojas que oferecem produtos natalinos comenta que eles saem rápido, e que a criatividade das vendedoras ajuda na conquista do cliente.

Em uma visita as lojas do comércio percebemos diferentes opiniões sobre o resultado das decorações. Vanderléia Si-queira , coordenadora de vendas de uma das maiores lojas de calçados da cidade afirma que, “ Em 2009 nós gastamos muito com decoração para o natal, esse ano fizemos diferente, ocupamos o que sobrou do ano passado, e dividimos en-tre as nossas lojas. Nós achamos que os enfeites não trazem diferenças nas com-pras, pois indiferente deles as pessoas compram.”

Já em outra a loja, a gerente Patrícia Heck diz, “ a decoração ajuda na venda e também da um visual diferenciado, pois os clientes esperam essa data para dar e ganhar presentes e claro, ver a cidade decorada.”

Não são somente lojas que vendem produtos natalinos que entram no clima das festas de final de ano, muitas outras lojas mesmo com simplicidade buscam entrar nesse clima para transmitir aos seus clientes a magia do Natal.

Fotos: Gabriella Oliveira

Por Larissa Lucero e Lenise MorgentalPor Gabriella Oliveira e Luciano Costa

Fotos: Larissa Lucero

Expediente: O Natalino é um jornal experimental da disciplina de Agência de Notícias I do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jorna-lismo da Universidade Federal do Pampa Campus São Borja. Período letivo: 2010/2. Discentes – Re-portagem e Fotografia: Gabriella Oliveira, Larissa Zinelli, Lenise Morgental, Luana Raddatz, Luciano Costa, Luísa Aranha e Márcia Solares. Diagrama-ção: Luísa Aranha. Doscentes – Professora: Adriana Duval. Coordenador de curso: Miro Bacin. Diretor acadêmico: Flavi Lisboa Filho. Diretora do campus: Denise Silva. Reitora: Maria Beatriz Luce.