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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOENGENHARIA Natália Pereira Marinelli Riscos físicos: sua visibilidade na unidade básica de saúde SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOENGENHARIA

Natália Pereira Marinelli

Riscos físicos: sua visibilidade na unidade básica de saúde

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2013

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NATÁLIA PEREIRA MARINELLI

RISCOS FÍSICOS: SUA VISIBILIDADE NA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE

Dissertação apresentada no Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Bioengenharia. Orientadora: Maria Belén Salazar Posso

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2013

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Ficha

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NATÁLIA PEREIRA MARINELLI

RISCOS FÍSICOS: SUA VISIBILIDADE NA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE Dissertação aprovada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em

Bioengenharia, do Programa de Pós- Graduação em Bioengenharia, do Instituto de

Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba, São José dos

Campos, SP, pela seguinte banca examinadora:

Prof. Dr. ALDERICO RODRIGUES DE PAULA JUNIOR (UNIVAP) ______________ Profa. Drª. ESTELA REGINA FERRAZ BIANCHI (EEUSP) ____________________ Profa. Drª. MARIA BELÉN SALAZAR POSSO (UNIVAP) _____________________

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DEDICATÓRIA

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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho às minhas avós Neusa (In Memorian) e Angélica (In

Memorian), a primeira porque me acompanhou durante a Academia, mas se foi

antes da tão sonhada formatura, sempre fazendo planos, e se preparando para tal

dia; a segunda, pois sempre me aconselhou a nunca me dar por satisfeita, fazer

mestrado e depois doutorado, continuando sempre a estudar... Sigo seus conselhos,

e queria muito que elas estivessem aqui compartilhando de mais uma vitória.

A vocês, sempre dedicarei minhas conquistas.

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AGRADECIMENTOS

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, nosso Pai, que me deu o dom da vida por três

vezes: a primeira quando nasci; as outras duas quando pude me curar do câncer; a

quem sempre recorro em todos os momentos da minha vida;

Ao Magnífico Reitor da Universidade do Vale do Paraíba prof. Dr. Jair Cândido de

Melo

À Diretora do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Prof.ª Dr.ª Sandra Maria

Fonseca da Costa.

À Coordenadora do Programa de Mestrado em Bioengenharia Prof.ª Dr.ª Fernanda

Pupio Silva Lima.

À minha querida orientadora Prof.ª Dr.ª Maria Belén Salazar Posso, exemplo de

profissional e de ser humano, que na sua imensidão de conhecimentos e na sua

simplicidade de ensinar, foi muito importante para que eu conseguisse atingir muito

mais que meu objetivo, mais um passo para o meu projeto de vida.

Agradeço ao meu filho Ítalo, minha vida, meu maior presente, desculpe-me pelos

momentos em que estive ausente;

Ao meu pai, Tarciso Marinelli, que no seu jeito peculiar de ser, me ensina a cada dia

o valor de um ser humano digno, além de me ajudar na realização deste sonho, amo

você.

À minha mãe Ideni e ao meu irmão Tarciso Marinelli Filho, pela imensa ajuda

durante esta jornada, principalmente pelo apoio em relação ao meu filho, amo vocês.

Ao meu noivo Flávio, que tanto me ajudou, apoiou e incentivou durante esses dois

anos, independentemente do futuro, você foi parte essencial na concretização disto

tudo, amo muito você.

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À minha tia Ivani e às primas-irmãs Juliana, Alana e Isa, por tudo, e principalmente,

pela ajuda com meu filho.

Às minhas amigas e comadres Kelvya e Cinthia, meu refúgio nas horas do

desânimo, sempre acreditando em mim, amo vocês comadres.

Aos meus colegas de Turma: Eliel, Lívia, Layana, Pricila, Andréa, Mônica, Chichico,

Marcos, Maria Helena, Miriane, Adeslane, Joelma e Indira, foram dois anos de muito

aprendizado com vocês. Além disso, agradeço em especial ao meu amigo Eliel, que

também é meu compadre, amigo que tem o dom de mostrar a realidade a nossa

volta, com seu jeito único de ser.

Às Unidades Básicas de Saúde que me acolheram para a realização deste trabalho.

Aos funcionários do IP & D, em especial a D.ª Ivone que foi sempre tão gentil

conosco.

Aos professores deste Programa de Mestrado, que sempre nos acolheram e

acreditaram em nosso potencial apesar de todas as nossas dificuldades.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente e me ajudaram na realização desta

conquista.

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EPÍGRAFE

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“Tudo posso Naquele que me fortalece.” (Felipenses 4: 13)

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RESUMO

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RESUMO

Os profissionais que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão expostos às diversas fontes potenciais de riscos durante o desenvolvimento de suas atividades laborais. Podem-se destacar nesse cenário, os profissionais de enfermagem, pois, eles estão mais expostos aos riscos, uma vez que os mesmos passam a maior parte do tempo em contato com o ambiente de trabalho, e com os próprios pacientes. Considera-se risco físico todas as formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, podendo ser representados pelos ruídos, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom e infrassom. Esta pesquisa teve por objetivo Identificar nas UBS de um município do interior do Maranhão as potencialidades dos riscos físicos aos quais estão expostos os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), além de comparar a estrutura física existente dessas UBS com a determinada pelo Ministério da Saúde (MS). Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, de campo, transversal de caráter quantitativo, pois busca descrever significados que são considerados como inerentes aos objetivos deste estudo. A relevância deste estudo está na importância de se reconhecer os riscos físicos aos quais estão expostos esses trabalhadores nas UBS, que são consideradas ambientes seguros e onde muitas vezes os próprios profissionais desconhecem essas fontes de risco. Os resultados mostraram que os profissionais estão expostos a diversas fontes de riscos físicos, com inadequados ambientes laborais. Infere-se que existem diversos riscos físicos nas UBS estudadas, dentre eles: manutenção corretiva; piso escorregadio; temperatura ambiente desconfortável; as paredes com cor laranja; maçanetas das portas dos consultórios e dos banheiros são do tipo bola; os índices de apresentaram-se insuficiente. É imperativo a reflexão e análise sobre as condições das atividades laborais dos profissionais das UBS, uma vez que os conhecimentos nessa área são escassos e pouco discutidos na literatura. Além do mais, os gestores e os profissionais precisam repensar as condições de trabalho na ESF, no que concerne a saúde ocupacional durante as atividades laborais, visando a obtenção de uma assistência de qualidade. Palavras-chave: Saúde Ocupacional. Riscos Físicos. Estratégia Saúde da Família. Unidade Básica de Saúde.

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ABSTRACT

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ABSTRACT

The professionals who work in Basic Healthcare Units (BHU) are exposed to different potential sources of risk during the development of their work activities. It can be highlighted in this scenario the nursing professionals, because they are greater exposure to the risks, since they spend most of their time in contact with the work environment, and the patients themselves. It is considered physical risk all forms of energy that workers can be exposed and it may be represented by noise, vibration, abnormal pressures, ionizing and non-ionizing, ultrasound and infrasound. This research aims to identify in the BHU in a city in the state of Maranhão the potentialities of physical risks that the professionals of the Family Health Strategy (FHS) are exposed to, and compare the physical structure of these existing BHU with the required by the Ministry of Health (MH). This is a descriptive and exploratory, a field and a transversal quantitative character study, for it seeks to describe meanings that are regarded as inherent in the objectives of this study. The relevance of this study is the importance of recognizing the physical risks that these employees are exposed to in the BHU, which are considered safe environments and where the professionals themselves often unaware of these sources of risk. The results showed that the professionals are exposed to various sources of physical risks with inadequate working environments./ It is stated that there are many physical risks in the studied BHU, including: corrective maintenance; slippery, uncomfortable room temperature, with orange walls, door handles of the offices and the bathrooms are kind of ball; indices showed insufficient. It required the reflection and analysis on the conditions of the work activities of the BHU professionals, since the knowledge in this area is scarce and little discussed in the literature. Moreover, managers and professionals need to rethink the working conditions in the FHS, with regard to occupational health during the work activities aiming to obtain a quality assistance.

Key Words: Occupational Health. Physical risks. Family Health Strategy. Basic Healthcare Units

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Foto UBS 1.......................................................................................... 50

Figura 2: Foto UBS 2.......................................................................................... 50

Figura 3: Foto UBS 3.......................................................................................... 51

Figura 4: Foto UBS 4.......................................................................................... 51

Figura 5: Projeto arquitetônico - Planta Baixa das UBS 1, 2, 3 e 4................... 53

Figura 6: Consultório de Enfermagem UBS 1.................................................... 54

Figura 7: Sala de Curativos UBS 2.................................................................... 54

Figura 8: Sala de Vacinas UBS 3....................................................................... 54

Figura 9: Recepção UBS 4................................................................................. 54

Figura 10: Demonstrativo do Decibelímetro marca minipa................................ 55

Figura 11: Dimensionamento físico da unidade funcional: atendimento

ambulatorial de acordo com as atividades desenvolvidas................................. 66

Figura 12: Piso recepção UBS 1........................................................................ 67

Figura 13: Piso sala de procedimentos UBS 3.................................................. 67

Figura 14: Piso sala de vacina UBS 4................................................................ 67

Figura 15: Piso sala de vacina UBS 2................................................................ 67

Figura 16: Sanitário Feminino UBS 2................................................................. 68

Figura 17: Sanitário Masculino UBS 3............................................................... 68

Figura 18: Teto UBS 1........................................................................................ 69

Figura 19: Teto UBS 2........................................................................................ 69

Figura 20: Teto UBS 3........................................................................................ 69

Figura 21: Teto UBS 4........................................................................................ 69

Figura 22: Parede UBS 2................................................................................... 70

Figura 23: Parede UBS 3................................................................................... 70

Figura 24: Colunas de Sustentação Central UBS 2........................................... 71

Figura 25: Colunas de Sustentação Central UBS 4........................................... 71

Figura 26: Colunas de Sustentação Central com vidro quebrado UBS............. 72

Figura 27: Porta de Metal e Vidro UBS 3........................................................... 73

Figura 28: Porta de Madeira UBS 1................................................................... 73

Figura 29: Janela UBS 2.................................................................................... 74

Figura 30: Objetos suspensos UBS 1................................................................ 78

Figura 31: Objetos suspensos UBS 2................................................................ 78

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Figura 32: Objetos suspensos UBS 3................................................................ 79

Figura 33: Objetos suspensos UBS 4................................................................ 79

Figura 34: Objetos móveis UBS 1...................................................................... 79

Figura 35: Objetos móveis UBS 2...................................................................... 79

Figura 36: Objetos móveis UBS 3...................................................................... 79

Figura 37: Objetos móveis UBS 4...................................................................... 79

Figura 38: Mobília UBS 1................................................................................... 79

Figura 39: Mobília UBS 2................................................................................... 79

Figura 40: Mobília UBS 3................................................................................... 80

Figura 41: Mobília UBS 4................................................................................... 80

Figura 42: Cabos elétricos expostos e enovelados........................................... 80

Figura 43: Fios elétricos expostos e tomadas soltas UBS 2.............................. 80

Figura 44: Instalações elétricas inadequadas UBS 3........................................ 81

Figura 45: Fios expostos e enovelados UBS 4.................................................. 81

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Identificação das UBS....................................................................... 61

Quadro 2: Tamanho da área Física das UBS.................................................... 62

Quadro 3: Manutenção Técnica das UBS.......................................................... 63

Quadro 4: Dimensionamento espacial das UBS................................................ 64

Quadro 5: Portas e Janelas nas UBS 1, 2, 3 e 4............................................... 73

Quadro 6: Local e Características da Climatização das UBS 1, 2, 3 e

4............................................................................................................................. 75

Quadro 7: Índice de Iluminação conforme localização, área e número de

lâmpadas nas UBS 1, 2, 3 e 4.............................................................................. 77

Quadro 8: Risco de Ruído UBS 4......................................................................... 82

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AB - Atenção Básica.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AP – Atenção Primária

APS – Atenção Primária à Saúde

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

CPS – Ciclos por segundo

dB – Decibel

EAS – Estabelecimentos de Assistência à Saúde

EPI – Equipamentos de Proteção Individual

ESF – Estratégia Saúde da Família ou Equipe Saúde da Família

Hz – Hertz

Ix – Lux

MS – Ministério da Saúde

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NPS – Nível de Pressão Sonora

NR – Norma Regulamentadora

PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PS – Pressão Sonora

PSF – Programa Saúde da Família

PVC – Policloreto de Vinila

RO – Riscos Ocupacionais

RDC – Resolução de Diretoria Colegiada

SUS – Sistema Único de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

UBSF – Unidade Básica de Saúde da Família

WHO – World Health Organization

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 26

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 33

3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 35

3.1 Estratégia Saúde da Família ............................................................................ 35

3.2 Unidade Básica de Saúde ................................................................................ 37

3.3 Riscos .............................................................................................................. 38

3.3.1 Riscos Ambientais ..................................................................................... 38

3.3.2 Riscos Ocupacionais ................................................................................. 39

3.3.3 Riscos Físicos na Unidade Básica de Saúde ............................................ 41

3.4 Saúde Ocupacional: um desafio para os trabalhadores de enfermagem ......... 46

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 50

4.1 Tipo de estudo ................................................................................................. 50

4.2 Campo de estudo ............................................................................................. 50

4.3 Aspectos éticos ................................................................................................ 51

4.4 Procedimento de coleta ................................................................................... 51

4.4.1 Momento1: Observação e mapeamento do campo a ser estudado .......... 52

4.4.2 Momento 2: Desenho técnico da planta das UBS ..................................... 53

4.4.3 Momento 3: Identificação dos riscos físicos nas UBS ................................ 54

4.4.4 Momento 4: Procedimento da coleta propriamente dita ............................. 55

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 58

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 87

6.1 Sugestão para trabalhos futuros: ..................................................................... 88

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 90

APÊNDICES A: INSTRUMENTO PARA IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS FÍSICOS POTENCIAIS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE .................................................. 100

ANEXO A: PROJETO ARQUITETÔNICO. PLANTA BAIXA DAS UBS 1, 2, 3 E 4 . 106

ANEXO B: CÁLCULO DE INTENSIDADE DE ILUMINAÇÃO ................................. 107

ANEXO C: LIMITES DE TOLERANCIA PARA RUIDO CONTINUO OU INTERMITENTE ...................................................................................................... 108

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

Todas as atividades do ser humano, inclusive aquelas destinadas ao

lazer, envolvem riscos, cuja incidência pode vir a ser de maior ou menor gravidade,

dependendo das características específicas dos mesmos. Risco é a possibilidade de

ocorrência de perigo, é o medo ou receio de qualquer coisa, eventos ou fato que

possa nos causar algum dano ou mal (POSSO, 1988).

Então, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) já em 1989

definia risco como

a possibilidade real ou potencial compreendendo situações, episódios, eventos, fatos imprevistos, incertos, capazes de causar dano, lesão e/ou morte, ou perdas patrimoniais, suspensão temporária do processo de trabalho ou, ainda, de afetar a comunidade e/ou o meio ambiente.É uma combinação da probabilidade de que ocorra um acontecimento perigoso com a gravidade de lesões ou danos à saúde da pessoa, causado por este acontecimento, temido ou receado (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1989.

Assim, Mauro et al. (2004) e Nunes (2009) afirmam que em saúde risco

é definido como uma ameaça possível de causar uma reação adversa à saúde das

pessoas a ele expostas ou como a possibilidade de agravos na saúde física,

psíquica e em diversos campos, como: moral, intelectual cultural, e espiritual do ser

humano e qualquer que seja a origem, a potencialidade do risco deve ser prevenida

adotando medidas de proteção.

Nas décadas de 80 e 90, pesquisadores já estudavam as repercussões

do processo de trabalho na saúde dos profissionais da área hospitalar com o

objetivo de identificar os riscos ocupacionais a que esses trabalhadores se

encontravam expostos. Atualmente,essas discussões têm como foco a organização

do trabalho, sendo este capaz de influenciar de modo específico os trabalhadores de

saúde (CAMPOS, 2008).

O ambiente de trabalho hospitalar é caracterizado por uma organização

complexa exigindo múltiplas atividades, assim como por situações conflitantes,

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estressantes que permeiam o processo de trabalho realizado pela equipe de

enfermagem, resultando em desgaste físico e mental nos membros dessa equipe,

acarretando-lhes, muitas vezes, alterações emocionais, físicas, imunológicas e até

mesmo, psicossomáticas, além de favorecer a ocorrência de acidentes (ELIAS;

NAVARRO, 2006).

As atividades laborais nos Estabelecimentos de Assistência à Saúde

(EAS) são atividades complexas que englobam fatores internos e ambientais, cujas

fontes potenciais de riscos mais comuns são os agentes biológicos, físicos,

químicos, psicológicos, ergonômicos determinantes de acidentes e doenças do

trabalho (POSSO, 1988; MAURO, et al., 2004; POSSO; BRASIL, 2006; LEITE, 2006

SANT′ANNA, 2007).

Os riscos nos ambientes de trabalho foram classificados pela Portaria

3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (BRASIL, 1978), em suas

Normas Regulamentadoras – NR de Medicina e Segurança do Trabalho em cinco

principais riscos:

Riscos Físicos: formas de energia a que possam estar expostos os

trabalhadores, caracterizados mediante avaliações ambientais quantitativas, cujos

agentes, podem ser: ruído, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes e

não ionizantes, ultrassom e infrassom pelas Normas Regulamentadoras 9 e 15 (NR-

09 e NR-15 (BRASIL,1978; 2004; 2005; CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004).

Riscos Químicos: substâncias, compostos, ou produtos que possam

penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,

neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,

possam ter contato com a pele ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou

por ingestão caracterizados por avaliações ambientais qualitativas e quantitativas

(NR-09 e NR-15) (BRASIL,1977; 1978; 2004; 2005; CAMPANHOLE;

CAMPANHOLE, 2004; COSTA; FELLI, 2005).

Riscos Biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários,

vírus, entre outros (NR-09) (BRASIL, 1977; 2004; 2005) e Riscos Ergonômicos:

são os elementos físicos e organizacionais que interferem no conforto da atividade

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laboral e, consequentemente, nas características psicofisiológicas do trabalhador

(NR-17) (BRASIL, 1978; CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004).

As condições com potencial de causar danos aos trabalhadores nas

mais diversas formas, levando-se em consideração o não-cumprimento das normas

técnicas previstas são riscos potenciais de acidentes sendo os principais (além dos

já citados) são os seguintes: problemas de manutenção elétrica, de máquinas e

equipamentos, risco de incêndio/explosão, armazenamento, ferramentas, espaço

restrito para a movimentação de equipamentos e pessoal, entre outros. Assim, na

área de saúde, o controle dos riscos ambientais e ocupacionais apresentam

congruência com as Bioengenharia, Biossegurança, Saúde do ocupacional e com a

garantia de qualidade em EAS (COSTA, 2005).

Esses riscos foram, ainda, qualificados por Lacy (2000), como:

[...] Riscos primários: é a própria fonte. Ex: um frasco de solvente; Riscos secundários: é a fonte de risco aliada à condição insegura. Ex: um frasco de solvente colocado próximo a uma fonte de calor; Riscos terciários: é a fonte de risco aliada ao ato inseguro e à condição insegura. Ex: um frasco de solvente colocado próximo a uma fonte de calor em local com ventilação inadequada [...].

Essas afirmações encontram ressonância em Silva e Felli (2002), ao

enfatizarem que os riscos ocupacionais que acometem os trabalhadores de saúde

são gerados pelas diversas formas de energia a que possam estar expostos os

trabalhadores de saúde, como por exemplo, em relação aos físicos, o ruído e a

temperatura. Também, Marinho (2004) sugere que os riscos físicos apresentam a

vantagem de serem medidos por equipamentos, e, consequentemente, podendo ser

evitados ou corrigidos com certa facilidade. Ainda, de acordo com Silva e Felli

(2002), os riscos físicos são gerados pelas diversas formas de energia a que

possam estar expostos os trabalhadores de saúde.

A ESF desenvolvida pelo MS em 1994 é um modelo de atenção à

saúde eficaz, eficiente e adequado ao fortalecimento da Atenção Básica (AB) no

país, sendo a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e eixo central da

organização do sistema. Engloba um conjunto de ações de promoção da saúde,

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prevenção de agravos e tratamento, reabilitação e manutenção da saúde da

população adscrita, buscando concretizar os princípios do SUS, que são:

Integralidade, Universalidade e Participação Social (BRASIL, 2002).

Os ambientes de trabalho em que atuam os profissionais de saúde,

como as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) por sua natureza,

concentram uma série de riscos que podem trazer diversos problemas de saúde

para quem nele atua, especialmente aos trabalhadores de enfermagem (SILVA;

FELLI, 2002). As UBSF caracterizam-se por serem estudados por “picos de

movimento”, consideradas ambientes estressantes pelos trabalhadores de saúde

(CHIODI; MARZIALE, 2006), sendo importante avaliar continuamente suas fontes

geradoras, para que o gerenciamento e medidas de prevenção sejam

implementados (BENEDETT, 2008).

Pode-se perceber dentro deste contexto, a multiplicidade de riscos a

que os trabalhadores de saúde da ESF estão expostos, riscos estes muitas vezes,

desconhecidos pelos mesmos, havendo necessidade de mais pesquisas, na

tentativa de se reconhecer a relevância desta temática. Ainda, como afirma Nunes

(2009), os riscos, se vistos e analisados sob o prisma de potencialidade “[...] permite

a identificação de fontes potenciais de agravos à saúde e adoção de medidas

preventivas de segurança e de prevenção [...]”.

Os EAS por serem instituições de saúde, tradicionalmente, têm sido

significados como ambientes saudáveis para trabalhar (VIEIRA, 1996). Ainda,

VIEIRA (1996), afirmava que absorvidos com a assistência à saúde dos pacientes,

os profissionais relegam a segundo plano sua própria saúde. Porém, Gelbecke

(2002) vai mais longe e assevera que “no Brasil, as condições de trabalho e os

riscos a que estão expostos os trabalhadores dos diversos ramos produtivos ainda

são tratados pelos patrões e pelo próprio Estado como segredo empresarial”.

Por outro lado, atualmente há que se considerar a competitividade do

mercado hospitalar e a baixa remuneração da mão de obra profissional nesse

ambiente, portanto, não é raro encontrar profissionais da área da saúde com duplo,

ou até triplo vínculos empregatícios (FARIAS; ZEITOUNE, 2007). Esta situação

resulta em sobrecarga de trabalho potencializando os riscos de acidentes de

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trabalho, doenças profissionais e queda da sua qualidade assistencial e da sua vida

(FARIAS; ZEITOUNE, 2007).

Nesse mesmo raciocínio, Marziale e Rodrigues (2002), destacam os

inúmeros riscos ocupacionais advindos dos fatores químicos, físicos, mecânicos,

biológicos, ergonômicos e psicossociais que podem gerar acidentes de trabalho e

doenças profissionais na equipe de enfermagem ao desempenhar suas atividades

laborais.

Essa situação sempre foi o principal motivo de preocupação desta

autora quando de sua atividade profissional na UBS que faz parte da ESF, ao

vivenciar experiências que a fizeram refletir sobre a segurança ocupacional da

equipe de saúde que ali desempenha suas atividades. Para tanto, baseou-se na

literatura nacional e internacional para fundamentar o estudo de toda essa

problemática, além de adquirir maior conhecimento para tentar desvendar seus,

questionamentos. Baseou-se ainda, nas observações advindas de suas reflexões

enfocando seu interesse na potencialidade dos fatores de riscos presentes nas UBS

que podem provocar agravos à saúde dos profissionais que ali trabalham.

Os riscos ocupacionais constituem um problema de saúde pública,

complementando-se com as especificidades e exigências de cada ambiente

(POSSO, 1988; BRASIL, 2005; POSSO; SANT’ANNA, 2007; OLIVEIRA, 2009).

Contudo, este fato, não significa necessariamente que os profissionais

de saúde venham a sofrer acidentes ou se acidentar, ou adquirir doença profissional

se observarem "os limites de tolerância preconizados pela legislação, à

exposição desses agentes. Constituem-se esses limites em valioso

instrumento de avaliação de salubridade dos ambientes de trabalho” [...] (SOTO; SAAD; FANTAZZINI, 1995). Os limites de tolerância e as normas de

segurança negligenciadas podem levar ao ato inseguro, definido como um ato

praticado conscientemente pelo indivíduo ao executar uma atividade sem considerar

as normas de segurança (OIT, 1989).

Assim, parece justificável e oportuno que se estude os riscos físicos a

que estão expostos os trabalhadores de UBSF de uma cidade do interior do

Maranhão, pois, considerando a importância da preservação da saúde do

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trabalhador de enfermagem, é imperativo que se reconheça as condições de suas

atividades laborais, elevando a gama de conhecimentos específicos dessa área, que

ainda é escassa e pouco discutida.

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OBJETIVOS

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2 OBJETIVOS

Identificar nas Unidades Básicas de Saúde de um Município do interior do

Maranhão a visibilidade dos riscos físicos em potencial aos quais estão expostos os

profissionais da Estratégia Saúde da Família.

Comparar a estrutura física existente das Unidades Básicas de Saúde de um

Município no interior do Maranhão com a determinada pelo Ministério da Saúde.

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REVISÃO DA LITERATURA

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Estratégia Saúde da Família

No início dos anos 80, o SUS, criado pela Constituição Federativa do

Brasil de 1988, foi resultante da organização, da luta de movimentos sociais, que

contaram com a participação de profissionais da saúde e tinham como objetivo

principal a mudança do modelo de saúde vigente.

O processo de construção do SUS, regulamentado pela Constituição de 1988, ao ser desenvolvido sobre os pilares da universalização, da descentralização e da integralidade da assistência, visa reduzir o hiato ainda existente entre os direitos sociais garantidos em lei e a capacidade efetiva de oferta dos serviços públicos de saúde à população brasileira (SOUSA, 2000, p. 25).

Neste contexto, o MS assumiu, desde 1991, a implantação do

Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), como transitório à

formatação em 1994, do Programa de Saúde da Família - PSF, hoje denominado

ESF, visando, enquanto estratégia setorial, a reorientação do modelo assistencial de

saúde brasileiro.

A ESF desenvolvida pelo MS é um modelo de atenção à saúde

dinâmico, eficiente e adequado do fortalecimento da AB no país, com equipes

criativas, que tenham iniciativa e vocação para trabalhos em grupo, sendo a porta de

entrada do SUS e eixo central da organização do sistema.

Destarte, engloba um conjunto de ações de promoção da saúde,

prevenção de agravos e tratamento, reabilitação e manutenção da saúde da

população adstrita, buscando concretizar os princípios do SUS, que são:

Integralidade, Universalidade e Participação Social (BRASIL, 2004).

Então, o território vai definir a adstrição dos usuários, ensejando

relações de vínculos e confiança interpessoais, familiares e grupais, entre

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profissionais/equipes/clientes, passando a ser referência para a assistência e

garantindo a continuidade, a resolutividade para a maioria dos problemas de saúde

e a longitudinalidade do cuidado, minimizando danos, responsabilizando-se pela

efetividade da assistência e garantindo sua integralidade (BRASIL, 2011).

A ESF propõe um modelo para a estruturação dos serviços de saúde e

para a relação com a comunidade nos vários níveis de complexidade assistencial. A

ESF compromete-se, também, em oferecer assistência universal “integral,

equânime, contínua e, acima de tudo, resolutiva à população, tanto na unidade de

saúde quanto no domicílio”, sempre de acordo com as suas necessidades,

identificando os fatores de risco e intervindo de maneira apropriada (BRASIL, 2006).

Prevê ainda, a humanização das práticas de saúde, satisfazendo o cliente mediante

um relacionamento mais estreito com a comunidade, conscientizando-a de que a

saúde é um direito comum a todos.

Visando tanto prestar a assistência na Unidade de Saúde quanto

desenvolver tradicionalmente as atividades de ações no domicílio, a ESF tem uma

abrangência de ação em que são acompanhados todos os membros de uma família,

intervindo de forma integral nos fatores de risco aos quais eles estão expostos, e

ainda estimula a organização da comunidade para o efetivo exercício do controle

social (FIGUEIREDO, 2005).

Nesta perspectiva, a ESF foge da concepção usual dos programas

tradicionais concebidos no MS, por não se tratar de intervenção pontual no tempo e

no espaço e tampouco de forma vertical ou paralela às atividades rotineiras dos

serviços de saúde. Ao contrário, objetiva a integração e a organização das

atividades em um território definido, com o propósito de enfrentar e resolver os

problemas identificados, com vistas à mudanças radicais no sistema, de forma

articulada e perene (BRASIL, 2011).

Essa estratégia (ESF) surge em resposta ao conceito de saúde atual e

não apenas ausência de doença associado à desconstrução das práticas de saúde

centrado na cura. Propõe uma transformação do modelo médico-assistencialista

pela mudança na forma de se pensar a saúde, contemplando, assim os princípios do

SUS. Por ser uma estratégia inerente à atenção primária, deve guardar como

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propósito, além de centrar a atenção na saúde e dar ênfase à integralidade das

ações, focalizar o indivíduo como um sujeito integrado à família e à comunidade e as

ações devem ser desempenhadas por equipe multiprofissional e disciplinar,

considerada um dos pilares do modelo atual da ESF (RONZANI; SILVA, 2008,

BRASIL, 2011).

3.2 Unidade Básica de Saúde

Chiodi e Marziale (2006) complementam que os municípios devem

oferecer atendimento a seus cidadãos por meio de suas UBS, compreendendo:

consultas ginecológicas, obstetrícia, clínica médica e pediatria, vacinação, curativos,

atendimento odontológico, terapia com aerossol, administração de medicamentos, e

coleta de colpocitologia oncótica.

“O trabalho da UBS inclui demandas sanitárias como o saneamento do meio, o acompanhamento do desenvolvimento e crescimento da criança e adolescente, a imunização, o planejamento familiar, a informação e orientação em saúde, que geram ações em saúde individual e coletiva, porém também geram demandas relacionadas às ações clínicas, entre elas a consulta de enfermagem que envolve a prevenção, a profilaxia e o tratamento de doenças de caráter clínico e epidêmico (ABRANCHES, 2005, p. 35)”.

A UBS deve ser compatível tanto com as atividades da equipe Saúde

da Família em seu trabalho na comunidade, quanto em relação às demandas

espontâneas, dando respostas às necessidades de saúde dos indivíduos de sua

área de abrangência e garantindo a continuidade dos cuidados na comunidade e

nos domicílios sempre que necessários. Os espaços sugeridos para as UBS devem

ser adequados à realidade local, ao quantitativo da população adscrita e sua

especificidade, ao número de usuários e suas necessidades, proporcionando um

ambiente adequado à assistência à saúde (BRASIL, 2006; 2008; 2011).

Dessa forma, as UBS representam espaços de atendimentos

individuais e coletivos em que ocorrem ações básicas de prevenção, promoção e

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recuperação da saúde, devendo dispor de um ambiente livre de riscos, melhor,

seguro para o desenvolvimento das atividades dos profissionais da Equipe de Saúde

da Família (ESF).

3.3 Riscos

3.3.1 Riscos Ambientais

Para Nunes (2009), a noção de risco é popular, pois fala-se e escreve-

se sobre risco, muito além do contexto da saúde ocupacional; a temática também é

discutida nas áreas das Engenharias, das Ciências Sociais, do Direito e das

Ciências Econômicas. Portanto, o conceito de risco, apesar de suas diferenciações

no que tange a abordagem, sempre se observa a relação com o perigo e o receio de

qualquer situação, evento ou fato, que nos possa causar um dano ou mal com a

possibilidade de ocorrência de um evento prejudicial como consequência.

Qualquer tipo de componente seja ele de natureza física, química,

biológica, psicológica, ergonômica que possa vir a comprometer o meio ambiente, a

saúde do homem ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos no ambiente é

caracterizado como agente de risco (BRASIL, 2006).

Como visto na Introdução os riscos ambientais podem ser

classificados, de acordo com o seu agente etiológico, em físicos, químicos,

biológicos e psicológicos (SALIBA, 2001; BRASIL, 2005). Ainda, pode-se

acrescentar a esses os mecânicos e os ambientais (BRASIL, 1994; BENEDETT,

2008) podendo-se incluir ainda, os legais, tão presentes hoje no cotidiano desses

profissionais (POSSO; COSTA, 1998).

Cada um desses riscos apresenta morbidade característica e variável,

porém, embora a maioria desses riscos possa parecer pouco graves e baixa

incidência, até com discreta consequência orgânica e psíquica, são responsáveis

por acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais, que, além podem interferir no

desempenho profissional dos trabalhadores da UBS (SILVA; FELLI, 2002; POSSO;

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SANT’ANNA, 2007). O tema potencial de risco em UBS é um problema de saúde

ocupacional e o enfermeiro tem ação destacada em sua prevenção (SILVA; FELLI,

2002).

Como já dito anteriormente no item 1 (Introdução) desta pesquisa, vale

ratificar que se os trabalhadores observarem as normas legislativas para a

exposição a agentes agressivos à saúde e os limites de tolerância, muito

provavelmente, não venham a contrair uma doença de trabalho, pois “constituem-se

esses limites em valioso instrumento de avaliação de salubridade dos ambientes de

trabalho" (SALIBA, 2001).

Os riscos podem estar ocultos ou camuflados, caracterizando a

dificuldade de sua identificação e consequentemente sua prevenção, tendo em vista

que o risco expõe o indivíduo a algo perigoso e inesperado cuja abrangência é cada

vez mais ampla, podendo resultar em acidentes e doenças ocupacionais.

3.3.2 Riscos Ocupacionais

De acordo com Silva e Felli (2002), os Riscos Ocupacionais (RO) que

acometem os trabalhadores de saúde são múltiplos advindos por outras tantas e

variadas fontes. Dentro deste panorama, grande parte dos profissionais de saúde

demonstram ausência de conhecimento sobre os riscos e às condições ambientais

de trabalho a que estão expostos (SILVA; FELLI, 2002), sendo necessário que os

reconheçam para que possam adotar uma postura diferenciada frente às situações

de risco.

Mauro e Veiga (2008) advertem:

“Em condições ocupacionais inadequadas, o trabalho passa a ser patológico. O trabalhador, quando não consciente do que se passa em seu ambiente de trabalho, nada ou pouco faz a fim de evitar as consequências da prática laboral alienada e alienante”.

A inadequação das condições de trabalho nas unidades, quando estas

funcionam de forma improvisada ou indesejável é caracterizada pela maior

exposição dos trabalhadores aos agentes de RO, durante sua atividade laboral

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(DALRI; ROBAZZI; SILVA, 2010). Para a caracterização jurídica de um acidente de

trabalho, é necessária a presença do nexo causal, ou seja, atos involuntários,

imprevisíveis e violentos que resultem em lesão de ordem corporal ou psíquica

(POSSO; COSTA, 1998).

Para Cordeiro et al., (2005), os acidentes de trabalho são o maior

agravo dos profissionais no Brasil, constituindo importante problema de saúde

pública. Ribeiro e Shimizu (2007) complementam que a preocupação com acidentes

de trabalho é antiga, existindo relatos de que antes da era cristã as doenças e

mortes ocorriam entre os escravos, tornando-se mais frequentes na idade média e

mercantilismo, agravando-se com a revolução industrial.

A Lei n° 6.367/76 de Acidentes de Trabalho em seu art.2º e a Lei

8213/91 em seu art.19, definem como “acidente de trabalho, aquele que pode

ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal

ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade de

trabalho” (CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004).

Hoje, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de forma genérica,

engloba como acidentes de trabalho: acidentes típicos, acidentes de trajeto, doenças

profissionais e doenças do trabalho (BRASIL, 2005). Sêcco e Robazzi (2007)

afirmam que os estudos dos acidentes de trabalho que acometem os trabalhadores

de enfermagem, são um instrumento importante de vigilância epidemiológica,

devendo respaldar o gerenciamento e planejamento dos serviços de saúde no que

diz respeito às condições dignas de trabalho.

Portanto, os RO se originam de atividades laborais insalubres, que

podem trazer sérios danos à saúde dos trabalhadores, e ainda, às doenças

profissionais, destacando-se que os profissionais de enfermagem estão em maior

contato com os pacientes. Entende-se que a doença profissional é um processo de

ordem patológica adquirida no exercício de alguma especialidade ou profissão

(LEITE, 2006).

Também, deve-se distinguir que a doença profissional é aquela

inerente às características da profissão exercida, contudo, não aquela contraída

simplesmente no momento em que se exerce a profissão, mas que se mostra

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como resultado consequente à atividade profissional desempenhada. Para não

suscitar dúvidas e diferentes interpretações, a CLT (BRASIL, 2005) preconiza,

que: "as doenças profissionais são aquelas inerentes ou peculiares a

determinado ramo de atividades constantes da relação organizada pelo Ministério

da Previdência e Assistência Social" e "as doenças do trabalho são aquelas

adquiridas ou desencadeadas em função de condições em que o trabalho é

realizado e com ele se relacione diretamente", portanto esse tipo de doença se

relaciona com uma multiplicidade de atividades ou situações e não apenas

advindas de um agente específico (LEITE, 2006). Então, o trabalho

desempenhado na UBS por sua peculiar característica, pode apresentar uma

variedade de fontes potenciais de risco e em especial, as físicas, para o paciente

e para o pessoal que ali exerce suas atividades de trabalho.

3.3.3 Riscos Físicos na Unidade Básica de Saúde

São considerados agentes físicos: calor, frio, umidade, ruídos,

vibrações, pressões anormais, iluminação, eletricidade, radiações ionizantes e

radiações não ionizantes (BRASIL, 2005; POSSO; SANT’ANNA, 2007).

A temperatura ambiental interfere sobremaneira no desempenho das

atividades laborais, tanto que um ambiente em que haja calor excessivo pode causar

alterações fisiológicas no ser humano, tais com: mal estar, sudorese, desidratação,

hipotensão, cãimbras de calor, sonolência e astenia, prejudicando o desempenho e

as tarefas que exigem atenção (COUTO, 1980; ACGIH, 1999; POSSO; SANT’ANNA,

2007; POTTER; PERRY, 2009).

Ainda, essa sintomatologia pode levar o profissional de saúde a erros e

eventuais acidentes (POSSO; SANT’ANNA, 2007). Em condições normais de saúde

e ambiente, temperatura do corpo humano é mantida relativamente constante

variando de 36ºC a +/- 2ºC, graças ao mecanismo homotérmico orgânico que

equilibra a produção metabólica de calor e sua perda para o meio ambiente

(POTTER; PERRY, 2009; GUYTON; HALL, 2011), condição ideal se há um

ambiente confortável.

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O ambiente excessivamente frio, por outro lado, produz choque

térmico, estresse, inquietação, mal estar, tosse, espirros e coriza, que parecem

interferir na execução das tarefas, prejudicando o desempenho dos profissionais

(POSSO; SANT’ANNA, 2007; POTTER; PERRY, 2009, GUYTON; HALL, 2011).

As condições térmicas do local de trabalho devem proporcionar

conforto aos trabalhadores, com temperatura mantida entre 19 a 24ºC, estável e

igual em todos os compartimentos, evitando deslocamento de ar excessivo (BRASIL,

1978; 2002; 2005; CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004; POSSO; SANT’ANNA,

2007).

Também, a umidade afeta diretamente as trocas térmicas entre o meio

ambiente e o organismo humano, devido ao mecanismo da evaporação (COUTO,

1980; ACGIH, 1999; POSSO; SANT’ANNA, 2007). Assim, ambiente muito seco pode

causar alterações fisiológicas decorrentes do ressecamento de mucosa, tais como:

epistaxe, irritação dos olhos, complicações respiratórias, eletricidade estática nas

pessoas e nos equipamentos eletrônicos, aumento do potencial de incêndios

(COSTA, 2003; GIODA; AQUINO NETO, 2003).

Ao contrário, se a umidade relativa do ar é alta, vai ocorrer diminuição

da transpiração aumentando a sensação de calor. Ocorre um aumento da

proliferação microbiana e não é raro o aparecimento de conjuntivites, problemas

respiratórios e doenças pulmonares (COSTA, 2003; GIODA; AQUINO NETO, 2003).

As condições do local de trabalho devem conservar a umidade relativa em níveis a

de 40 a 60% (BRASIL,2002; GIODA; AQUINO NETO, 2003) .

Outra fonte potencial de risco presente nas UBS é o ruído entendido

como um fenômeno físico e como qualquer som desarmônico e desagradável,

carente de características musicais agradáveis (GARCIA, 2002). A percepção de

um som ocorre dentro da faixa de frequência de 20 a 20.000 Hz (Hertz) em média e

variação de pressão mínima captáveis pelo ouvido humano.

As ondas sonoras propagam-se em consequência de um movimento

vibratório e ondulatório de certa frequência que ocorre em um meio elástico, como o

ar, de forma sucessiva e uniforme de compressão e rarefação desse meio, atingindo

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a orelha produzindo a sensação sonora (POSSO, 1982; GARCIA, 2002; PEREIRA,

et al., 2003; GUYTON; HALL, 2011).

A frequência alta do som é que permite distinguir os sons agudos e a

baixa frequência sons graves. A frequência das vibrações mede-se em ciclos por

segundos (CPS) ou Hz e a intensidade (Pressão Sonora (PS)) é a taxa de

transferência de energia (potência) por unidade de área, podendo seu nível(N) ser

mensurado em Watts por cm2 de superfície e pode ser expresso em decibéis (dB)

(POSSO, 1982; GARCIA, 2002; PEREIRA, et al., 2003).

Nas UBS são utilizados equipamentos eletromédicos ou não, como:

ventiladores, inaladores, autoclaves, estufas, condicionadores de ar, entre outros,

que durante seu funcionamento emitem ruídos e vibrações cujo Nível de Pressão

Sonora (NPS) pode provocar alterações orgânicas no homem. Alguns possuem

alarmes sonoros, que contribuem com a segurança, porém, por outro lado,

aumentam o NPS, cujos efeitos podem causar desordens físicas, fisiológicas e

psicológicas nos pacientes e no pessoal que com eles trabalham (POSSO, 1982;

ABNT,1987; GARCIA, 2002; PEREIRA, et al., 2003; OTENIO; CREMER; CLARO,

2007; POSSO; SANT’ANNA, 2007).

A alteração física se dá em nível do sistema auditivo, podendo lesar a

membrana timpânica com diminuição da acuidade auditiva devido às exposições

repetidas e prolongadas acima de 70 dBA (POSSO, 1982; NEPOMUCENO, 1995;

PEREIRA, et al., 2003; POSSO; SANT’ANNA, 2007; OTENIO; CREMER; CLARO,

2007). Muitas alterações fisiológicas são motivos de queixas do pessoal que

desenvolve suas atividades no âmbito dos EAS, interferindo, nas atividades

profissionais da equipe de saúde.

As mais comuns são as alterações que podem ocorrer pela exposição

de NPS e frequências altas e, até mesmo, moderadas, tais como: fadiga e

diminuição da acuidade auditiva, tonturas, cefaleia, náuseas, alucinações,

hipertensão arterial, insônia, inapetência, encurvamento do tronco, piscar de olhos,

palidez cutânea, taquipneia, taquicardia, nistágmo, entre outros (POSSO, 1982;

ABNT,1987; CORRÊA, et al., 2004; PEREIRA, et al., 2003; POSSO;SANT’ANNA,

2007; OTENIO; CREMER; CLARO, 2007).

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Também, são relatados efeitos psicológicos com sintomas temporários,

permanentes, reversíveis e irreversíveis que podem ocorrer pela exposição a ruídos

intensos, acarretando estresse físico e mental, irritabilidade, dificuldade de

concentração, insônia, instabilidade emocional, distúrbios da fala, impotência sexual

e na comunicação verbal (POSSO, 1982; ABNT,1987; BRASIL, 2005;

POSSO;SANT’ANNA, 2007; OTENIO; CREMER; CLARO, 2007).

Portanto, a World Health Organization (WHO,1980) preconiza um NPS

de até 40 dBA para o período diurno e de 35 dBA para o período noturno no

ambiente hospitalar da mesma forma que a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT, 1987), pela NR 10152/87, esses mesmos níveis como aceitáveis

para diferentes ambientes hospitalares. No entanto, Pereira et al (2003), considera

que um ambiente hospitalar calmo e tranquilo deve apresentar um NPS em torno de

40 e 50 dBA; um ambiente intermediário entre 50 a 60 dBA, e um ambiente ruidoso,

um NPS entre 60 a 70 dBA.

Da mesma forma, o movimento ondulatório do feixe de luz branca

apresenta-se de forma variada sendo composto por múltiplos comprimentos de

ondas ou de partículas denominadas fótons, que atravessando um prisma de vidro

se decompõe originando um espectro colorido. É uma forma de potência radiante

capaz de produzir a sensação da visão pela estimulação do olho (BRAZ, 2002;

VIANNA; GONÇALVES, 2007; FIGUEIRÓ, 2010).

Além disso, o efeito da luz na vida dos seres vivos é de vital

importância e a iluminação inadequada pode gerar efeitos no organismo humano,

como: fadiga visual e geral, alterações da visão, cefaleia, alteração no ciclo

circadiano e estresse, dificuldade de observar detalhes e aumento de erros no

desempenho das atividades diárias (FONSECA, 2000; BURINI JUNIOR, 2001;

BRAZ, 2002; TEMPORINI; KARA, 2004; FIGUEIRÓ, 2010).

O feixe luminoso é composto de múltiplos comprimentos de ondas ou

de partículas denominadas fótons, cujo movimento ondulatório manifesta-se de

forma variada. Este feixe de luz branca atravessando um prisma de vidro é

decomposto gerando um espectro colorido (FONSECA, 2000; FIGUEIRÓ, 2010). A

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luz é uma forma de energia radiante que pela estimulação óptica do olho produz a

sensação da visão (BRAZ, 2002).

Esse fluxo luminoso de qualquer fonte incidindo sobre uma

determinada superfície, gera uma reflectância que resulta no iluminamento ou

iluminância, grandeza expressa em lux (lx) que é a quantidade de luz dentro de um

ambiente, podendo ser mensurada pelo luxímetro (BURINI JÚNIOR, 2001).

O ambiente do trabalho necessita de boa iluminação para minimizar os

riscos de acidentes, evitar fadiga visual dos profissionais, propiciar uma assistência

de qualidade, evitar o desperdício de materiais, evitar contusões e maior

aproveitamento do espaço, assim como manter a ordem e limpeza das áreas de

trabalho, existindo então normas que determinam níveis de iluminação específicos a

cada tipo de atividade e local (ABNT,1992; BURINI JUNIOR, 2001; NISHIDE;

BENATTI, 2004; VIANNA; GONÇALVES, 2007; FIGUEIRÓ, 2010).

Em relação ao risco pelo uso de equipamentos eletromédicos

essenciais para a assistência hospitalar, estes, podem provocar ocorrências de

riscos elétricos dependendo da conservação e idade das instalações elétricas assim

como seu aterramento (NIESKIER; MACYNTIRE, 2008). Este, se inadequado pode

causar agravos pelo choque elétrico, incêndios, queimaduras cuja gravidade pode

variar de leve até provocar a morte do indivíduo (ABNT, 1990; NIESKIER;

MACYNTIRE, 2008).

As características da estrutura física de unidades de saúde como sua

área e o volume, tipo de portas e janelas, são bem definidas pelas normas e padrões

ministeriais, podendo, se inadequadas, resultar em traumas advindos de choque

com equipamentos, de queda de materiais, devido dificuldade de espaço de

circulação e formas de inserção (BRASIL, 2002; BENEDETT; FERAZ; POSSO,

2009).

Igualmente, o tipo de piso construído para facilitar a limpeza e contato

com substâncias químicas, então, devem ser lisos, o que os torna deslizantes

propiciando quedas (BRASIL, 2002; BENEDETT; FERAZ; POSSO, 2009). Também

as paredes devem ser lisas e de cor neutra e geralmente pastéis, pois, são melhores

refletoras das ondas luminosas e tornam o ambiente mais agradável, como tons

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claros de azul e verde, que sugerem tranquilidade, serenidade, relaxamento,

quietude, enquanto que a branca alude paz, embora possa ser ofuscante

(GUIMARÃES, 2000; LACY,2000) .

Ainda se deve atentar para os objetos suspensos no teto quando

situados à altura inferior a 220 cm e outros salientes na parede, como as prateleiras,

armários e o material dentro deles armazenado que podem ser motivo de contusões

no crânio e dorso das pessoas que trabalham unidades hospitalares, neste caso, em

UBS (BRASIL, 2002; BENEDETT; FERAZ; POSSO, 2009).

Têm-se observado no desempenho das atividades profissionais desta

autora que os processos de trabalho vêm passando por mudanças significativas, no

entanto, os ambientes de trabalho continuam os mesmos e com as mesmas

condições, muitas vezes, inadequadas. Esta assertiva é corroborada por David et al,

(2009) quando dizem que os riscos ocupacionais já conhecidos somam-se aos

novos modos de organizar as formas de trabalho para atender as demandas dos

indivíduos e, às propostas que orientam as políticas de reorganização da AB,

incluindo os ambientes de trabalho.

Em estudo realizado por Nunes (2009) na Rede Básica de Atenção à

Saúde, foi constatado que os enfermeiros pouco referem-se aos riscos físicos,

identificando apenas a temperatura (calor), focalizando mais na manipulação de

objetos, material perfurocortante, contato com secreções, associação do uso do EPI

(Equipamento de Proteção Individual). Entende-se, então, por essa assertiva a

necessidade de aumentar o quantitativo de estudos sobre os riscos físicos nas UBS.

3.4 Saúde Ocupacional: um desafio para os trabalhadores de enfermagem

As maneiras pelas quais os trabalhadores respondem aos estímulos

desfavoráveis implicam sua exposição a diversas experiências. Quando o estresse

interfere com a capacidade de uma pessoa agir de forma confortável e inibe o

gerenciamento efetivo das necessidades no ambiente laboral, essa pessoa se

encontra em risco de apresentar problemas. À medida que comportamentos

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incômodos e improdutivos são repetidos, evidenciam um padrão cíclico: raciocínio

prejudicado, sentimentos negativos e mais ações disfuncionais que impedem a

satisfação da pessoa nas demandas diárias no seu processo de trabalho (FERRAZ

et al., 2009).

Cavalcante et al (2006) afirmam que o trabalho tem um papel

fundamental na inserção das pessoas no mundo, mas este moderno ambiente

laboral pode representar um risco para a saúde, ou seja, as condições deste

ambiente passam a ser fundamentais na relação entre saúde e trabalho.

Santos e Valois (2011) enfatizam que a iminência dos riscos

ocupacionais no cotidiano do trabalho dos profissionais de enfermagem se dá por

causa de algumas características que lhes são próprias, como por exemplo, ser o

maior grupo entre os profissionais de saúde, por ser responsável pela execução de

cerca de 60% das ações de saúde, por prestar assistência ininterrupta durante as 24

horas do dia e por ser a categoria que mais entra em contato físico com os

pacientes.

As dificuldades de compreensão sobre os riscos ocupacionais e da não aceitação em cumprir as medidas de higiene e segurança ainda permanecem como fatores marcantes nos trabalhadores de enfermagem, possivelmente devido à falta de formação e conhecimentos teóricos sobre tais riscos, bem como sobre a questão ideológica explicitada anteriormente, que os impedem de perceber e consequentemente, de prevenir-se contra os agentes propiciadores dos mesmos. (REZENDE, 2003, p. 19).

A preocupação com as condições de trabalho dos profissionais de

enfermagem cresceu nos últimos tempos, tanto pelos motivos supracitados, quanto

pela vulnerabilidade em que esses profissionais se deparam em atuar sob condições

desfavoráveis de estrutura e organização do trabalho. Portanto, faz-se necessário

estudos mais aprofundados acerca da temática, em especial, aos profissionais de

enfermagem que trabalham em UBS, que são consideradas unidades de acesso

facilitado aos usuários, tendo em vista que se localizam o mais próximo da

comunidade.

Diante desses achados, segundo Santos e Guirardello (2007), reitera-

se a importância de identificação das principais fontes de risco no ambiente de

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trabalho dos profissionais de enfermagem, visando minimizar as consequências

negativas dessa excessiva exposição que pode refletir e prejudicar o planejamento e

execução das atividades voltadas para o cuidar.

Além disso, também é necessário investimento no processo educativo,

afim de que se repensem os modelos de organização do trabalho, que envolvam os

trabalhadores e priorizando as discussões relacionadas à saúde ocupacional, de

forma que todos se sintam co-responsáveis por sua segurança no ambiente em que

desenvolvem as atividades laborais.

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MATERIAL E MÉTODOS

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Tipo de estudo

O presente estudo é exploratório-descritivo, transversal, de campo, de

caráter quantitativo, por ser o mais adequado para a obtenção dos objetivos

propostos. Para Andrade (2010) nesse tipo de pesquisa os fenômenos do campo

físico e humano são observados, registrados, analisados, classificados e

interpretados, mas não são manipulados pelo pesquisador. Além disso, busca

descrever significados que são considerados como inerentes aos objetos e atos,

tendo como característica permitir uma abordagem focalizada, pontual e estruturada.

4.2 Campo de estudo

A pesquisa foi realizada em um município do estado do Maranhão, em

quatro UBS (Figura 1, 2,3 e 4) localizadas na zona urbana. Essas UBS foram

construídas a partir do ano de 2006, ano este em que o MS (BRASIL, 2006) lança o

manual de orientações para projetos físicos específicos para a UBS que atendem na

ESF. Além dessas UBS, mais quatro foram construídas a partir do ano supracitado,

mas as eleitas para a pesquisa são as que apresentam o maior fluxo de atendimento

semanal de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde.

Figura 1: Foto UBS 1

Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013. Figura 2: Foto UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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A título de sigilo e facilitação visual, este estudo foi desenvolvido em 4

UBS, sendo denominadas UBS 1, UBS 2, UBS 3 e UBS 4, todas acompanhadas por

um funcionário previamente designado pela administração da Secretaria Municipal

de Saúde, porém, sem participação do mesmo na coleta. Também foi assegurado às

UBS o direito de retirarem-se da pesquisa, caso assim o desejassem, bem como,

atender à exigência de proteção da identidade, respeito à individualidade e à

privacidade de todos os envolvidos, motivo pelo qual não serão anexadas neste

trabalho tais autorizações, pois as UBS poderão ser identificadas.

4.3 Aspectos éticos

Pelo fato da pesquisa não envolver humanos e suas emissões de

valores por parte de nenhuma variável, não foi necessário a aprovação de Comitê de

Ética, apenas a aprovação do responsável pelas UBS inerente ao campo de estudo.

4.4 Procedimento de coleta

Os trabalhadores das UBS cadastradas na ESF tem uma rotina

bastante diversificada, realizando procedimentos de assistência direta e indireta aos

pacientes: troca de curativo, aferição de pressão arterial, movimentação de

mobiliários, manuseio de equipamentos móveis (por ex: suporte de soro, escada de

Figura 3: Foto UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 4: Foto UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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dois degraus). É necessário que o ambiente onde ocorre esse processo de trabalho

ofereça as condições de segurança para que os profissionais desenvolvam suas

atividades com exposição mínima aos riscos físicos.

O procedimento de coleta de dados foi realizado em 4 momentos:

- Momento 1: Observação e mapeamento do campo a ser estudado;

- Momento 2: Desenho técnico da planta das UBS;

- Momento 3: Identificação dos riscos físicos nas UBS;

- Momento 4: Procedimento da coleta propriamente dita.

4.4.1 Momento1: Observação e mapeamento do campo a ser estudado

A observação dos procedimentos e rotina executadas pelos

trabalhadores das 4 UBS, possibilitou o conhecimento detalhado das atividades ali

desenvolvidas, facilitando o reconhecimento de fontes potenciais de risco físico.

Neste momento, as informações obtidas pela pesquisadora permitiram a

identificação, classificação e mapeamento das potenciais fontes de riscos físicos,

visando estabelecer um pré-diagnóstico das condições de trabalho.

Este primeiro momento, aliado à experiência da pesquisadora como

enfermeira da ESF e como docente tanto em sala de aula quanto em aulas práticas

de campo na UBS, fundamentou a elaboração do instrumento de coleta (APÊNDICE

A), que foi adaptado e baseado em instrumentos utilizados por Posso (1988). Cabe

ressaltar aqui que, o perfil de trabalhadores das UBS é diversificado, que varia

desde trabalhadores com larga experiência na área a iniciantes. O que não modifica

o grau de exposição aos riscos, haja vista que pelas observações feitas, todos eles

têm atitudes similares, colocando-os em situações de risco para exposição a

acidentes durante as atividades laborais.

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4.4.2 Momento 2: Desenho técnico da planta das UBS

Este momento teve como objetivo colher dados estruturais e de mobiliário que

ofereceram subsídios concretos na identificação das fontes potenciais de riscos

presentes nas UBS para a adequação do instrumento de coleta. Os dados obtidos

neste momento serviram de base para avaliar as mensurações na coleta

propriamente dita.

Considerou-se também a planta física padrão (ANEXO A), de acordo

com a Secretaria Municipal de Saúde, representa todas as UBS, pois são idênticas,

construídas a partir de um mesmo projeto arquitetônico. A área das UBS abrange de

199, 22 m2, possuindo paredes de alvenaria, piso de cerâmica. Há 5 aparelhos de ar

condicionado instalados no consultório de enfermagem, sala de vacina, sala de

curativo, consultório médico e consultório odontológico.Cada sala dispõe de janelas

localizadas nas paredes laterais e na parede frontral da UBS. A área abrange uma

recepção, sala de curativo, banheiros: sendo masculino e feminino, consultório de

enfermagem, sala de vacina, consultório médico, consultório odontológico e copa

(Figuras 6, 7, 8, 9).

Figura 5: Projeto arquitetônico. Planta Baixa das UBS 1, 2, 3, 4. Fonte:Secretaria Municipal de Saúde. Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Como exemplo, optou-se por colocar a figura de espaço de cada UBS,

pois todas são iguais.

4.4.3 Momento 3: Identificação dos riscos físicos nas UBS

Este momento teve como objetivo colher dados para a identificação

das fontes potenciais de riscos físicos presentes nas UBS selecionadas. Os

materiais utilizados para o processo de coleta foram: máquina fotográfica tipo digital

(marca SONY, 16.1 mega pixels), metro, decibelímentro e o próprio instrumento de

identificação de riscos físicos (Apêndice A).

A máquina fotográfica além de auxiliar no Momento 1 ajudou a

armazenar informações da área física e disposição do mobiliário e equipamentos. O

Figura 6: Consultório de Enfermagem UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 7: Sala de Curativos UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 8: Sala de Vacinas UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 9: Recepção UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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metro foi utilizado para fazer as medidas lineares necessárias tanto da planta baixa,

como de equipamentos e mobiliário. A temperatura foi registrada a partir dos

termômetros existentes nas próprias UBS. O decibelímetro (Figura 10) marca

minipa foi usado para medir a pressão sonora na área coletiva de assistência, cujas

escalas de limites vão de 40-80dB e 80-120dB, com precisão de ±3.0 dB. Seu

manuseio é simples, possui um mostrador de seleção com modo de bateria teste e

apresentação fácil dos resultados. É estável, confiável, tem uma bateria de 9 Volt e

dimensão de: 61/3" x 22/3” x 11/2" e peso de: 9.05oz. Seu microfone é fixo e

protegido e deve ser mantido em lugar seco e temperatura amena. Permite escalas

de mensuração ponderadas em A.

As medidas foram realizadas em escala LA nos pontos: consultório de

enfermagem, sala de curativos, sala de vacinas e recepção.

4.4.4 Momento 4: Procedimento da coleta propriamente dita

A coleta de dados foi realizada nos meses de outubro e novembro de

2012, pela própria pesquisadora por meio de um instrumento tipo check-list

(Apêndice A) que apresentava 39 questões elaboradas a partir do roteiro de Posso

Figura 10: Demonstrativo do Decibelímetro marca minipa Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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(1988), distribuídas em 6 partes: Identificação da Instituição /UBS; Características

estruturais da UBS; Risco de Trauma; Risco Elétrico; Risco de Ruído e

Mobiliários/Equipamentos.

A coleta de dados aconteceu no período matutino e vespertino nas

UBS, sendo efetuada, primeiramente, na UBS1 com uma duração de 4 horas,

seguida da UBS 2 com 3 horas de duração, e posteriormente UBS 3 e UBS 4

respectivamente, com o mesmo tempo . Vale ressaltar que a realização do processo

de coleta de dados seguiu os mesmos passos em todas as UBS. Além disso, as 4

UBS são idênticas, divergindo em alguns pontos como: conservação da fiação

elétrica, material do forro, algumas mobílias, divergências estas que serão

apontadas ao longo do estudo.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O ambiente de trabalho nos EAS, em particular as UBS, apresenta

diversos fatores que evidenciam a necessidade de se discutir as condições

estruturais do ambiente de trabalho como a potencialidade das fontes de riscos

físicos a que estão expostos os profissionais de saúde que ali desempenham suas

atividades laborais e as estratégias preventivas de sua segurança. No entanto, vale

ressaltar que não se deve descartar o grau de cognição do trabalhador exposto a

situações de risco e as condições comportamentais, sócio-econômicas que

envolvem o processo de trabalho, especificamente, de saúde.

Ainda é necessário um comportamento prévio da equipe de saúde em

UBS sobre o processo de trabalho para se investigar, determinar e analisar as fontes

de risco físico que podem afetar a sua saúde. Como enfermeira que desempenha

suas atividades profissionais em UBSF, pode-se observar as condições ambientais

que influenciam o trabalhador nas suas práticas laborais e a dificuldade do

trabalhador desse ambiente identificar os riscos e seus possíveis agravos, o que

motivou a consulta à literatura pertinente permitindo reunir dados que

fundamentaram a construção do instrumento de coleta.

Assim, o tema da visibilidade dos riscos físicos em UBS deveu-se ao

fato de tratar-se de um problema de saúde ocupacional pouco estudado e que

merece ser aventado e debatido tendo em vista que o enfermeiro pode agir na

prevenção das referidas fontes. Essas ponderações encontram respaldo em Posso e

Sant′anna (2007) e Benedett (2008) ao afirmar que a avaliação contínua das fontes

geradoras de riscos no ambiente de trabalho e, em especial no da saúde é uma

prática recomendada para que sejam implementados o mapeamento, o

gerenciamento e as medidas de prevenção desses riscos ocupacionais.

Dessa forma, é necessário que se desenvolvam novas práticas para a

redução de risco no ambiente de trabalho, com o intuito de diminuir os agravos

ocasionados aos trabalhadores, promovendo condições dignas durante o

desempenho profissional.

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Nesse momento parece lícito reconhecer como a NR 32 (NR – 32)

(BRASIL, 2005) define EAS “[...] qualquer edificação destinada à prestação de

assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação,

assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade [...]”,

incluindo-se aqui as UBS.

No entanto, a preocupação com os riscos dos EAS se concentram nos

setores hospitalares, quando na verdade hoje a ESF constitui-se um dos grandes

empregadores da força de trabalho, sobretudo dos enfermeiros, podendo significar

uma sobreposição do espaço laboral ao espaço da vida social desse trabalhador, e,

não sendo adequado, pode representar um risco tanto para ele quanto para a

comunidade (DAVID et al., 2009).

Para Chiodi e Marziale (2006) as UBS representam a porta de entrada

no sistema, executando o atendimento e encaminhamentos necessários para outros

serviços e especialistas. As evidências da literatura indicam que os profissionais que

ali trabalham especialmente os de enfermagem, não identificam os riscos a que

estão expostos, principalmente os físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e

psicossociais.

Partindo da realidade prática, observa-se que no cotidiano desses

profissionais há um despreparo e desconhecimento em relação ao processo de

saúde/doença e processo laboral (CAVALCANTE et al. 2006). Durante as

observações nas UBS em estudo, constatou-se que os trabalhadores da UBS estão

constantemente expostos a riscos físicos que, segundo Bessa et al. (2010) são:

• Ruído;

• Calor e frio;

• Radiações ionizantes e não ionizantes;

• Vibrações;

• Umidades;

• Pressões ambientais;

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Ainda como fonte geradora de risco físico Farias e Zeitoune (2005)

complementam:

• Iluminação;

• Piso escorregadio;

• Cargas físicas e mecânicas, incluindo qualquer material que por ventura

pudesse entrar em contato com o corpo provocando a ruptura de sua

continuidade ou processos intracorporais complexos, como a mobília

inadequada para o ambiente, ou ainda, descarte inadequado de

materiais perfurocortantes.

O local estudado corresponde a quatro UBS da zona urbana de uma

cidade do interior do Maranhão, construídas em 2006, conforme dados da Secretaria

Municipal de Saúde, de acordo com um novo modelo considerado adequado e

padrão para as demais Unidades construídas a partir de então. Portanto, as UBS de

2006 até a data presente têm a mesma estrutura física e características de

construção.

Os espaços estudados correspondem a áreas físicas coletivas, onde

profissionais exercem ações de Atenção Primária à Saúde (APS) como se observa

no Quadro1.

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Quadro 1: Identificação das UBS, Maranhão, 2013.

UBS UBS 1 UBS 2 UBS 3 UBS 4

Ano de construção

2006 2006 2007 2009

Nº de equipes/ UBS

02 equipes 02 equipes 02 equipes 02 equipes

População coberta pela

UBS

8000 a 12000

pessoas

2400 a 4000

pessoas

8000 a 12000

pessoas

2400 a 4000

pessoas

Nº de enfermeiros/

turno

01 enfermeiro

01 enfermeiro

01 enfermeiro

01

enfermeiro

Nº de técnicos/

auxiliares de enfermagem/

turno

02 auxiliares

de

enfermagem

01 auxiliar e

02 técnicos de

enfermagem

02 auxiliares

de

enfermagem

01 auxiliar e

02 técnicos

de

enfermagem

Outros Profissionais/

turno

01 médico

01 dentista 02 médicos

01 dentista 02 médicos

02 dentistas 02 médicos

02 dentistas

De acordo com a Portaria MS n. 2488 a ESF é composta, no mínimo:

[...] - existência de equipe multiprofissional (Equipe Saúde da Família - ESF) composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal [...].

Em uma UBS, dependendo de sua estrutura física, podem trabalhar até

três (3) EFS, devido às dificuldades dos fluxos operacionais e organização de

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agenda que garantam as mudanças de práticas de saúde, necessárias ao modelo

de atenção então proposto por esta estratégia.

Levando em consideração a estrutura física das UBS, o MS (BRASIL,

2006) recomenda o total de pessoas que devam ser atendidas, de acordo com as

equipes implantadas e a cobertura populacional, assim sendo: uma (1) ESF para

2.400 a 4.000 pessoas; duas ESF para 4.000 a 8.000 pessoas e três ESF para

8.000 a 12.000 pessoas.

Nas UBS estudadas, atuam duas ESF atendem de 2400 a 4000

pessoas (UBS 2 e 4, Quadro 1) e duas ESF atendem de 8.000 a 12.000 pessoas

(UBS 1 e 3, Quadro 1) e para essas há apenas duas equipes, quantitativo abaixo do

preconizado pelo MS que recomenda três ESF para uma população de 8.000 a

12.000 pessoas.

Nas UBS 1, 2, 3 e 4 estudadas o tamanho de sua área total é de

199,22 m2 (Quadro 2) observou o recomendado pelo Manual de estrutura física das

Unidades Básicas de Saúde-Saúde da Família (BRASIL, 2006) para dar uma

cobertura populacional de até 8000 pessoas, porém, atendem de 8.000 a 12.000

pessoas, segundo os dados colhidos nos arquivos de estatística de atendimento

das UBS.

Quadro 2: Tamanho da área física das UBS, Maranhão, 2013. LOCAL ÁREA TOTAL

UBS 1, 2, 3 e 4 199, 22 m2

Desde a sua criação, a ESF é uma estratégia que vem se estendendo

por todo território nacional. Entretanto, o crescimento do número de equipes, não

necessariamente, implica em adequações nas condições de trabalho (RONZANI e

SILVA, 2008). Observou-se que as equipes, muitas vezes, se deparam com uma

proposta de trabalho que exige por parte dos profissionais, criatividade e

adaptações, o que podem resultar em riscos. É necessário que as UBS sejam

capazes de atender às demandas, incluindo recursos humanos, físicos e

organizacionais.

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Em se tratando de construção de UBS, ampliações ou reformas, os

projetos deverão estar em conformidade com as Portarias Gm/MS 1884/94 e a

Resolução MS/ANVISA RDC 50/2002 (BRASIL, 1994; 2002). Além disso, devem

respeitar códigos, leis, decretos, portarias e normas executivas nos níveis federal,

estadual e municipal.

Uma pesquisa em âmbito nacional realizada por Barbosa, Rodrigues e

Sampaio (2009) junto a aproximadamente 2000 ESF em 2008/2009, mostrou, que

de maneira geral, houve melhora na estrutura das UBS, incluindo consultórios,

equipamentos, instalações, sendo que alguns estados se destacaram em alguns

quesitos específicos relacionados à estrutura física.

Porém, há que se considerar, também nos estudos a realização da

manutenção técnica e da estrutura física dos ambientes de EAS, especificamente.

No Quadro 3 apresenta-se como é realizada a manutenção nas UBS foco deste

estudo, assim como, a presença de responsável técnico e seu grau de escolaridade.

Quadro 3 : Manutenção técnica das UBS, Maranhão, 2013.

O quadro 03 mostra que nas 4 UBS a manutenção é sempre corretiva,

ou seja, depois do aparecimento do problema ou defeito, realizada por uma equipe

terceirizada de nível médio/técnico. Ribeiro e Shimizu (2007) constataram em sua

pesquisa que a exposição a muitos acidentes se deve ao manuseio de

equipamentos sem manutenção constante e desgaste intensos, confirmando a

precariedade dos meios e instrumentos e da própria organização das Unidades,

contribuindo expressivamente para acidentes de trabalho decorrentes desses riscos

físicos.

Local UBS 1, 2, 3,4 Presença de Responsável pela manutenção com qualificação

técnica

Sim

Grau de instrução Nível médio/Técnico Tipo de Manutenção Corretiva e Terceirizada

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Para que se alcancem adequadas condições de trabalho é necessário

que manutenções preventivas periódicas sejam realizadas a fim de se evitar

qualquer tipo de falha. Silva e Zeitoune (2009) enfatizam a importância do Serviço

de Saúde do Trabalhador, para acompanhar as condições de saúde e as do

ambiente de trabalho, incluindo seus equipamentos, para a implementação de

medidas de promoção e prevenção da saúde dos trabalhadores.

Segundo o Manual de estrutura física das Unidades Básicas de Saúde

- Saúde da Família (BRASIL, 2006), devem ser consideradas duas dimensões para

a elaboração de projetos arquitetônicos de unidades de saúde: uma endógena e

outra exógena. A endógena está contemplada por instrumentos legais que visam à

redução de danos ambientais e de saneamento, observando os impactos causados

pela construção no ambiente externo. Já a exógena considera o edifício em suas

condições desejáveis de salubridade por meio do distanciamento de pessoas das

variáveis ambientais externas, contempladas e amparadas em normas técnicas e de

higiene (BRASIL, 2006).

Dos quadros 4 a 7 serão abordadas e discutidas as dimensões

espaciais e as respectivas dependências (Recepção, salas de curativo e vacinas,

consultórios de Enfermagem, presença de expurgo), além das características

estruturais das UBS estudadas.

Quadro 4 :Dimensionamento espacial das UBS. Maranhão, 2013.

UBS/ Área

Recepção

Sala de

Curativo

Sala de Vacina

Consultório

de enfermagem

Presença de área de expurgo

1, 2, 3, 4 5,5 x 7,5

L2=41,25m²

2,7 x 3,35

L2= 9, 45 m²

2,5 x 3,35

L2=8,37 m²

3,0 x 3,5

L2= 10,5 m² Não

L2= área

De acordo com a Resolução MS/ANVISA RDC 50/2002 (BRASIL,

2002), que “Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação,

elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de

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saúde”, as dimensões mínimas para as unidades funcionais: atendimento

ambulatorial (Figura1) são: recepção: 9m2; sala de vacina: 6,0 m², sala de curativos e

consultório de enfermagem: 9,0 m². Como se pode observar no quadro acima a

recepção, sala de curativo, sala de vacina e consultório de enfermagem possuem,

respectivamente, 41,25 m², 9,45 m², 8,375 m² e 10,5 m², demonstrado a adequação

referente ao estabelecido pela referida Resolução. Segue abaixo na Figura 11, o

demonstrativo estabelecido pela norma, referente aos aspectos físico funcionais

relacionados aos ambientes das unidades funcionais: atendimento ambulatorial dos

EAS:

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Figura 11: Dimensionamento físico da unidade funcional: atendimento ambulatorial de acordo com as atividades desenvolvidas. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, DF, 2002.

Assim, observa-se que as condições de trabalho merecem destaque,

no sentido de oferecer maior e melhor espaço físico para o desempenho das tarefas,

aliado à organização e divisão do trabalho, buscando reduzir a exposição dos

profissionais de saúde aos riscos ocupacionais (SOUZA; ARAÚJO, 2009).

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Os pisos utilizados em toda a área das UBS 1, 2, 3 e 4 é de cerâmica

na cor branca, lisos, em bom estado de conservação. Em relação ao piso as quatro

UBS foram consideradas como fontes de risco para quedas, como se pode observar

nas Figuras 12, 13, 14, 15, 16 e 17, pois apesar de se encontrarem em bom estado

de conservação, sem remendos e reparações, com material resistente e lisos

favorecendo a limpeza, por outro lado, sendo de estrutura lisa torna-se escorregadio,

propensos a deslizamentos, contusões, entorses ou torções (POSSO; SANT′ANNA,

2007), configurando sua potencialidade para agravos à saúde dos trabalhadores

dessas UBS (As Figuras 12, 13, 14, 15, 16 e 17 a seguir, retratam a assertiva

anterior).

Figura 12: Piso recepção UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 13: Piso sala de procedimentos UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 14: Piso sala de vacina UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 15: Piso sala de vacina UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Sêcco e Robazzi (2007) e Benedett, (2008) afirmam que muitos

agravos são decorrentes de problemas osteomusculares em consequência de

quedas sofridas em pisos escorregadios e, ao contrário das perfurações, as dores

sofridas com as quedas, com movimentos bruscos e com os impactos sofridos,

apresentam-se de maneira mais intensa no corpo do trabalhador e muitas vezes o

acidente o impossibilita de trabalhar, aumentando a taxa de absenteísmo.

Pode-se perceber que os trabalhadores de saúde, em especial os de

enfermagem, estão expostos a riscos que podem causar danos à saúde, acidentes

de trabalho e/ou doenças profissionais, principalmente durante a assistência ao

cliente, dessa forma, colocando em risco a sua saúde também (CASTRO; FARIAS

2008). Depreende-se então, que os riscos provocados por pisos escorregadios

acrescido do espaço limitado, estão presentes frequentemente no ambiente laboral,

expondo a todos que ali trabalham e necessitam movimentar-se para desempenhar

suas atividades.

Também, o material utilizado comumente na construção de teto,

paredes, piso de EAS costumam favorecer a limpeza, porém, sendo seu material

constituído geralmente de cerâmica, massa corrida e fina, cimento, granilite são

isolantes de som, dificultando a passagem das ondas sonoras através deles,

tornando se fonte secundária de ruído, resultantes do efeito das vibrações advindas

da fonte emissora primária de ruído, produzindo a reverberação (POSSO, 1988;

POSSO; SANT′ANNA, 2007; BENEDETT, 2008).

Figura 16: Sanitário feminino UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 17: Sanitário masculino UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Na UBS 1, o teto exibe gesso e nas UBS 2, 3 e 4 PVC, em bom estado,

com exceção da UBS 2, de cor branca em sua construção (Figuras 18 a 21) o que

permite maior refletância tornando o ambiente mais agradável. Contudo, as

paredes(Figuras 22 e 23), também íntegras são de tijolos aparentes de cores bege e

laranja que apesar de estimular a dinâmica do trabalho (POSSO, 1988; CUNHA,

2004; POSSO; SANT′ANNA, 2007), limitam a reflexão das ondas luminosas.

No ambiente dos EAS atualmente a cor recebe maior atenção sendo

mais um elemento a ser considerado na construção visando o bem estar dos

trabalhadores e dos pacientes (POSSO, 1988; CUNHA,2004). Assim, deve-se

ajustar as dimensões de cada ambiente com a cor que revestirão o teto e as

paredes para criar um conforto visual e ao mesmo tempo, reflexão da densidade

luminosa que favoreça a visão apropriada às tarefas a serem ali desenvolvidas

(CUNHA, 2004).

Figura 20: Teto UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 21: Teto UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 19: Teto UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 18: Teto UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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A Portaria MS/ANVISA RDC 50/2002 (BRASIL, 2002), sugere que se

pode utilizar forro removível, inclusive por razões ligadas à manutenção. Pode-se

constatar que os tetos das UBS estão concordantes com a essa norma, pois tanto o

forro de gesso quanto o de PVC (Policloreto de Vinila) são removíveis, facilitando a

manutenção, porém, o teto da UBS 2 (Figura 19) encontra-se solto, correndo o risco

de desabamento, podendo gerar sérias consequências se porventura venha a cair.

É necessário que as manutenções sejam preventivas e

constantemente realizadas nas dependências físico funcionais das UBS, a fim de

que se previnam acidentes e neste caso com o teto da UBS 2, tendo em vista que o

material do forro por ser de gesso e removível, é também mais frágil.

Para Cunha (2004), tanto o equilíbrio quanto a harmonia visual vão

depender da relação entre o tamanho, forma e cor da área revestida, podendo,

algumas cores provocar atração ou rejeição, ensejando várias sensações como

calor e frio, agitação, estímulo ou inibição. Ainda, ressalta que a cor pode criar

ilusões, influenciar ações e criar vários efeitos no espaço em que incidem, e com

isso diminuir ou aumentar a capacidade de percepção, concentração e de atenção.

Também vale ressaltar que o grau de reflexão das cores, pode

provocar grandes desconfortos a depender da distribuição luminosa e dos contrastes

intensos (CUNHA, 2004). Além disso, Brasil (2006) enfatiza que não se devem

utilizar materiais rugosos, porosos ou texturizados no acabamento, exceto para os

ambientes administrativos ou gerenciais, para favorecer a limpeza e desinfecção.

Figura 22: Parede UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 23: Parede UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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As Figuras 22 e 23 ilustram as paredes de 2 UBS, que apesar de

estarem bem conservadas, não possuírem materiais rugosos, porosos ou

texturizados, em uma delas a cor laranja está em desacordo com o que foi dito

anteriormente, podendo causar excesso de estímulo e um certo desconforto aos

trabalhadores. Em contrapartida, o mesmo autor (CUNHA, 2004) afirma que

ambientes humanizados e coloridos, porém, dentro de um equilíbrio cromático, são

essenciais nos EAS.

Então, o uso da cor deve contemplar objetivos específicos para

diferentes ambientes, sendo necessário um planejamento e conhecimento do efeito

psicológico das cores, buscando interação entre a luz natural e a artificial, atentando

sempre para o conforto visual e tranquilidade tanto dos trabalhadores quanto dos

pacientes.

Como se pode observar na Figura 24, existem colunas de sustentação

central de formato quadrado na UBS 2, e nas demais UBS são de acabamento

arredondado (Figura 25). Na verdade, essas colunas em número de quatro em cada

UBS, estão localizadas na parte central da recepção, servindo de entrada para a luz

natural, com os espaços entre as colunas preenchidos por vidro com a esquadria de

ferro, e abertura para fora.

E nesse caso a Figura 26, mostra que a UBS 1 apresenta um dos seus

vidros quebrados, fato que pode acarretar risco perfurocortante resultando em

agravo de gravidade variável, contudo é de passível correção. Por outro lado, a

presença de vidros além de propiciar iluminamento natural favorece a ventilação

ambiental.

Figura 24: Colunas de Sustentação Central UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 25: Colunas de Sustentação Central UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Em sua pesquisa Benedett (2008) mostrou que colunas de sustentação

com disposição inadequada costumam a dificultar a mobilidade dos profissionais,

constatando nesse estudo constantes colisões e contusões nessas colunas;

observou ainda que as colunas eram de formato quadrado, sem acabamento

arredondado, aumentando ainda mais o risco.

As colunas das referidas UBS 1, 2, 3 e 4 não apresentam risco

ocupacional para colisão, tendo em vista que sua disposição está adequada para o

propósito anteriormente dito, além de que não há como transitar entre essas

colunas, pois estão isoladas pelas janelas de vidro. Entretanto, por se tratar de vidro

um material frágil e perigoso, uma vez quebrado pode representar riscos de agravos,

como foi dito anteriormente. Outra falha encontra-se no acabamento das colunas da

UBS 4, que preferencialmente deve ser arredondado.

No quadro a seguir verificam-se as características das portas das UBS

1, 2, 3 e 4, reitera-se que em todas as UBS as portas seguem o mesmo padrão.

Figura 26: Colunas de Sustentação Central com vidro quebrado UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Quadro 5: Portas e Janelas nas UBS 1, 2, 3 e 4, Maranhão, 2013.

Portas UBS 1, 2, 3 e 4 Número Local Material Cor Abertura Maçaneta Visor 01 Recepção Metal e

Vidro Branca Para

dentro Alavanca Sim

05 Banheiros Madeira Branca Para fora Tipo Bola Não 09 Consultórios Madeira Branca Para

dentro Tipo Bola Não

Janelas UBS 1, 2, 3 e 4 Número Local Material Dimensão Abertura Material

da esquadria

Altura do solo

05 Frente da UBS

Vitraux 1,10x2,0 m Para fora Ferro 1,70

03 Lateral da UBS

Vitraux 1,10x1,5 m Para fora Ferro 1,10

03 Fundos da UBS

Vitraux 0,96x0,76m Para fora Ferro 1,50

Ainda, a Portaria MS/ANVISA RDC 50/2002 (BRASIL, 2002), enfatiza

que os acessos de pessoas (pacientes, doadores, funcionários, alunos e público),

devem possibilitar que os portadores de deficiência possam adentrar a Unidade sem

a ajuda de terceiros. A referida norma orienta que as portas de banheiros e

sanitários de pacientes devem abrir para fora do ambiente, ou permitir a retirada da

folha pelo lado de fora, a fim de que sejam abertas sem necessidade de empurrar o

paciente eventualmente caído atrás da porta. As portas devem ser dotadas de

fechaduras e dobradiças que permitam facilidade de abertura em caso de

emergência.

Figura 27: Porta de Metal e Vidro UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013

Figura 28: Porta de Madeira UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013

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Em relação às janelas, Brasil (2006) recomenda a utilização de

materiais de maior durabilidade e que ofereçam facilidade de manutenção (alumínio

ou PVC), e a utilização de materiais que propiciem segurança e privacidade dos

ambientes. Já as maçanetas das portas devem se adequar às necessidades das

pessoas portadoras de deficiência, dar preferência às maçanetas de alavancas ou

similares. Porém, as maçanetas das portas dos consultórios e dos banheiros são do

tipo bola. As portas devem ser de fácil abertura, pois, muitas vezes, pode-se

prescindir do uso das mãos ocupadas com objetos e no caso das portas das UBS

em estudo, com maçanetas em forma de bola mesmo sendo em consultórios podem

dificultar a diligência de ação (POSSO; SANT′ANNA, 2007). O Quadro 5 mostra que

as portas dos banheiros das UBS tem a abertura para fora, sendo de madeira, sem

visor – o que preserva a privacidade - exceto as da recepção, que são de metal e

vidro (Figuras 27 e 28).

As janelas dos locais estudados são de vidro e esquadria de ferro, do

tipo vitraux, com a abertura para fora e com dimensões variando entre 0,96x0,76 m

e 1,10x2,0 m, a uma distância entre 1,10 a 1,70 m do solo (Figura 29).

Quanto à climatização, as UBS, dependendo do local, possuem

sistema de refrigeração ou climatização natural aliada ao aparelho ventilador. A

temperatura das salas variam entre 17º a 25º C, e da recepção varia entre 25º a

35ºC, e a depender do clima diário da Região Nordeste onde se inserem as UBS,

pode causar desconforto para quem ali trabalha. Vale ressaltar que na UBS 1 o

aparelho de ar condicionado da sala de vacina encontrava-se quebrado, contando

Figura 29: Janela UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013

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apenas com a ventilação natural, constituindo também um risco para a conservação

das substâncias imunobiológicas. Em seguida, vê-se o Quadro 6 expondo o tipo de

climatização das UBS estudadas:

Quadro 6: Local e Características da Climatização das UBS 1,2,3 e 4, Maranhão, 2013.

Local Tipo Potência Temperatura Máxima

Temperatura Mínima

Recepção Natural/ Ventilador

-------------- 35º C 25º

Consultório de Enfermagem

Ar condicionado

9.000 btu 25ºC 17º C

Sala de Curativos

Natural 9.000 btu 35º C 25º

Sala de Vacina Ar condicionado

9.000 btu 25ºC 17º C

As condições térmicas nos ambientes de trabalho devem apresentar

uma temperatura entre 19oC a 24oC , ser estável e semelhante em todas as

dependências promover conforto e evitar deslocamentos excessivos de ar (POSSO;

SANT′ANNA, 2007). Segundo Sousa e Araújo (2009), o calor promove processos

fisiológicos internos de termorregulação, como a sudorese, além de outras

alterações que podem provocar desconforto, mal-estar e lipotímia. Em seus estudos,

Sousa e Araújo (2009) destacam as seguintes alterações: hipertensão arterial,

alteração da atenção e da memória, manifestações de ansiedade, inquietude,

insegurança, pessimismo, depressão e cefaléia.

O calor pode causar desconforto, influenciando inclusive no nível de

atenção para a execução das tarefas, sendo o ambiente térmico de extrema

importância. Nas UBS em questão, observa-se que na recepção e na sala de

curativo das quatro UBS, além da sala vacina da UBS 1, os profissionais estão

expostos a temperaturas mais elevadas, o que pode interferir negativamente em

seus trabalhos (POSSO; SANT′ANNA, 2007; SOUSA; ARAÚJO, 2009). Os riscos

físicos decorrentes de altas temperaturas (autoclaves, estufas, ventilação

inadequada e das radiações não ionizantes), são os mais relatados em estudo

realizado por Rios e Varela (2010).

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Complementando as ideias anteriores, Almeida, Pagliuca e Leite (2005;

p.71) dizem:

A temperatura e a umidade influenciam diretamente no desempenho do trabalho humano. A sensação térmica depende não só da temperatura externa, mas também do grau de umidade do ar e da velocidade do vento. Geralmente não se percebe um clima confortável no ambiente, mas sente-se imediatamente um clima não confortável. Quando o trabalhador é obrigado a suportar altas temperaturas, seu rendimento cai, a velocidade do trabalho diminui, as pausas se tornam maiores e mais frequentes [...].

Ainda sobre a questão da temperatura, ao se avaliar riscos

ocupacionais para trabalhadores de UBS, Chiodi e Marziale (2006) encontraram que

a temperatura desconfortável além de ser ilegal, pode ocasionar irritabilidade e falta

de concentração, contribuindo para o risco de acidentes, sendo necessário um

diagnóstico desses riscos para o planejamento das medidas preventivas, visando à

promoção da saúde dos trabalhadores dessa área.

Em relação à iluminação, utilizou-se o cálculo de acordo com Posso

(1988); Niskier e Macyntire (2008), onde o enfermeiro de maneira fácil e rápida pode

avaliar o índice de iluminação e sugerir a presença do Serviço de Engenharia Clínica

para adequar luminosidade que por ventura esteja insuficiente. Assim, a suficiência

da luminosidade é calculada de acordo com o número de lâmpadas existentes

(lâmpadas grandes multiplica-se o total por 40; as pequenas por 20), dividido pela

área total do ambiente em que se deseja investigar (ANEXO B). Se o valor do índice

de iluminação for menor que 20, significa que a iluminação está insuficiente:

Índice de iluminação= luminosidade/ área= ≤ 20 ≥

A NBR 5413/92 (ABNT), determina para cada ambiente valores médios

e mínimos de iluminação artificial em interiores de vários setores de trabalho e

Niskier e Macyntire (2008) apresentam várias formas de se avaliar o nível de

iluminamento adequado para os diversos tipos de atividades e mostra tabelas com

os valores desse iluminamento, este tão importante para evitar o desconforto e a

fadiga visual, acidentes.

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As UBS possuem 2 lâmpadas grandes em cada sala e 22 lâmpadas na

extensão total da recepção. O Quadro 7, mostra o índice de iluminação da UBS:

Quadro 7: Índice de Iluminação conforme localização, área e número de lâmpadas nas UBS 1,2,3 e 4, Maranhão, 2013.

Localização Área (m2) Número de lâmpadas grandes

Índice de Iluminação

Sala de Curativo

9, 45 m² 2 8,845

Sala de Vacina 8,37 m² 2 9,55 Consultório de Enfermagem

10,5 m ² 2 7,6

Recepção 41,25m² 22 21,3

Como se pode observar no Quadro 7, os índices de iluminação da sala

de curativo, da sala de vacina e do consultório de enfermagem apresentaram-se

bem abaixo do valor constante de 20, caracterizando uma iluminação aquém do

necessário, podendo prejudicar as atividades laborais, ocasionar desperdício de

material, sem contar a fadiga visual precoce dos trabalhadores, especialmente nas

salas de curativo e vacinação que exigem precisão de ações (ALMEIDA;

PAGLIUCA; LEITE, 2005; POSSO; SANT′ANNA, 2007), além disso, depreciar a

qualidade de assistência aos pacientes.

Almeida, Pagliuca e Leite (2005) destacam que sempre que é possível

é aconselhável que se permita uma penetração da luz natural nos ambientes de

trabalho. Nos casos onde isso não é permitido, a luz artificial fornecida deverá

manter o mais próximo possível as características da luz solar. Esse estudo

ressaltou que a qualidade de iluminação e distribuição inadequada das lâmpadas ao

dificultar a visualização, implica em estresse pelo desgaste visual, possibilitando

ainda o aumento de acidentes.

Em relação a equipamentos fixos no teto as Figuras 30, 31,32 e 33

mostram que nas quatro UBS existem ventiladores suspensos no teto, todos em

bom estado de conservação e bem fixos, não apresentando risco aparente para o

desempenho das atividades dos trabalhadores. Em relação aos objetos móveis

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(Figuras 34, 35, 36 e 37), existem algumas inadequações que devem ser

observadas.

O suporte de soro (Figura 34) encontra-se em cima de duas caixas de

papelão, o que expõe os trabalhadores a riscos de acidentes, como contusão.

Almeida, Pagliuca e Leite (2005) em sua pesquisa ainda encontraram relatos de

acidentes envolvendo suporte de soro, com movimentação de braço pelo paciente,

contusão na face de funcionário onde foi relatado consequências como: dor no olho,

conjuntivas hiperemiadas e irritação.

Outro equipamento móvel e de apoio encontrado foi o foco auxiliar de

base instável e regulável, isto pode apresentar riscos de contusão, lesão e quedas,

pelo fato de poder ser deslocado de um local para outro com certa facilidade. Já os

mobiliários como mostram as figuras 38, 39, 40 e 41, apresentam riscos de contusão

e queda devido à sua disposição, localização e organização inadequadas para o

espaço existente.

Inadequação do mobiliário, onde as mesas e cadeiras são inadequadas

podem ocorrer vários problemas físicos e ergonômicos que causam algias e outros

agravos prejudicando a atuação dos trabalhadores e, por conseguinte, afetando a

qualidade da assistência ao paciente (BENEDETT, 2008; BESSA et al. 2010).

Figura 30: Objetos suspensos UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 31: Objetos suspensos UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Figura 32: Objetos suspensos UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 33: Objetos suspensos UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 36: Objetos móveis UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 37: Objetos móveis UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 35: Objetos móveis UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 34: Objetos móveis UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Figura 38: Mobília UBS 1 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 39: Mobília UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 40: Mobília UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 41: Mobília UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 42: Cabos elétricos expostos e enovelados Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 43: Fios elétricos expostos e tomadas soltas UBS 2 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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Ainda em estudo realizado por Sêcco e Robazzi (2007) em relação aos

acidentes de trabalho, os impactos se deram em 13,2% dos eventos, sendo eles

ocorridos em manuseio de equipamentos, pelo impacto do corpo com o mobiliário

em ambientes com espaço exíguo, entre outros.

Mauro e Veiga (2008, p.65) advertem:

Ter melhores condições de trabalho implica: ter equipamento adequado e suficiente; ter pessoal em número e categoria adequados; melhorar as condições de uma maneira geral; ter mobiliário e equipamento adequados para atender ao cliente; contar com a planta física adequada no que diz respeito à construção de instalações [...].

Desta forma, há que se atentar para a disposição e organização da

mobília nesses espaços, tendo em vista que podem apresentar riscos se não forem

adequados ao espaço disponível para cada tipo de atividade. Para tanto, além do

conhecimento da legislação em relação ao espaço físico, deve existir um estudo

prévio feito por profissionais especializados em construção hospitalar, que

estabeleçam o tipo de mobília e sua localização, condizente ao espaço disponível e

às necessidades da equipe.

Outro cuidado importante que se deve ter refere-se às instalações

elétricas. Como podemos observar nas Figuras 42, 43, 44 e 45, as instalações

elétricas estão inadequadas, existem tomadas soltas, fios elétricos expostos,

danificados e enovelados, apresentando risco de explosão e incêndio, além do risco

Figura 44: Instalações elétricas inadequadas UBS 3 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

Figura 45: Fios expostos e enovelados UBS 4 Fonte: Acervo pessoal, Maranhão, 2013.

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de quedas ao tropeçar nos fios soltos. Dalri, Robazzi e Silva (2010) encontraram em

seus estudos que os agentes de riscos físicos foram citados pelos trabalhadores de

enfermagem, sendo que 50% citaram o risco de incêndio pela presença de

instalações elétricas danificadas expostas.

Quanto ao ruído, observou-se uma variação entre 58,6 a 84,9 dB

(Quadro 8) nos quatro ambientes mensurados. A recepção foi o local de ruídos mais

intensos e o consultório de enfermagem o local onde se captou a menor intensidade

de ruídos, estando dentro dos limites de tolerância para ruídos contínuos e

intermitentes de acordo com a NR 15-115.000-6/77 (BRASIL,1977) , onde fica

estabelecido um limite de tolerância de 85 dB por até oito horas, 86dB até 7 horas e

87 dB até 6 horas (ANEXO B).

O nível de ruído tem sido evidenciado por interferir da atenção das

pessoas; sua presença no ambiente do trabalho dos profissionais de enfermagem é

constante e faz parte do seu cotidiano laboral (SANTOS; GUIRARDELLO, 2007).

Quadro 8: Risco de Ruído UBS 4, Maranhão, 2013. Localização da medição Fontes

emissoras/observação Ruído (dB)

Recepção Pessoas conversando, rádio de pilha ligado, ventiladores.

84,9

Sala de curativos Pessoas conversando, ventiladores.

64

Sala de vacina Pessoas conversando, ventiladores.

68,2

Consultório de Enfermagem Pessoas conversando, ar condicionado.

58,6

Pelo fato do ruído fazer parte deste cotidiano, muitas vezes o

profissional não o considera como um risco, acarretando danos que muitas vezes,

só vêm a ser percebidos quando os mesmos já são irreversíveis.

Quanto às paredes, ao teto, ao piso e aos móveis do ambiente são

rígidos, como nas UBS estudadas a reflexão do som torna-se mais acentuada,

causando maior ou menor reverberação (POSSO, 1982; POSSO; SANT’ANNA,

2007), sendo também estes responsáveis pelo aumento da PS.

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Cordeiro et al. (2005) destacaram a magnitude das estimativas em

razão de taxa de incidência dos acidentes de trabalho obtidas no estudo relacionado

ao ruído, apresentando valores acima das referências obtidas na literatura

internacional, o que justifica o investimento em programas de conservação auditiva,

objetivando também a diminuição da probabilidade de acidentes. O ruído

ocupacional está envolvido na origem de acidente de trabalhos como: dificuldades

de comunicação, de manutenção da atenção da memória e da concentração

(SANTOS; GUIRARDELLO, 2007).

Em outro estudo realizado por Conegero e Rodrigues (2008), foi

encontrado em determinado estabelecimento de saúde, ruídos de fundo acima do

permitido, e, agravando essa situação de elevação de ruído, constataram que os

equipamentos do local estavam desligados, portanto, o ruído encontrado era

proveniente de emissões externas constantes e que muito provavelmente, nos dias

em que as atividades laborais rotineiras são realizadas, os níveis de ruído devem

estar muito acima do aferido.

Ogata, Machado e Catoia (2009) em seu estudo relatam que os

usuários dessa ESF verbalizaram ser um grande problema as grandes demandas de

atendimento, o que gera, em condições desfavoráveis de trabalho, exposição a

fatores de risco, contribuindo, inclusive, para o aumento do nível de ruído local.

As condições de trabalho devem ser revisadas e merecem destaque no

contexto atual. Faz-se necessário que os trabalhadores de saúde sejam orientados

quanto à legislação vigente, para que os mesmos possam prevenir as situações de

risco, evitando acidentes de trabalho e proporcionando um ambiente laboral seguro.

Oliveira (2009) corrobora que é possível prevenir, de forma efetiva, a ocorrência de

efeitos danosos à saúde dos profissionais, também pela educação permanente.

Sêcco et al. (2008) também complementam que a prevenção e as

ações educativas, objetivando evitar novas ocorrências de acidentes de trabalho,

devem ser preocupação de todos os envolvidos e requerem esforços intensos de

formação e informação dos profissionais da área da saúde, especialmente os

profissionais da área de enfermagem.

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No ambiente em que desenvolvem suas atividades, os trabalhadores

de saúde necessitam ter uma postura diferente, um outro olhar sobre o ambiente de

trabalho e na prevenção e controle de acidentes, na busca de soluções para os

problemas ocupacionais e de uma melhor qualidade de vida (ALAM; VAZ; ALMEIDA,

2005).

Confirmando o exposto acima, Silva e Felli (2002) evidenciaram que

trabalhadores de duas UBS pesquisadas possuíam dificuldades de reconhecer a

gênese dos riscos ocupacionais, ou seja, de estabelecer as relações de causa-efeito

entre as situações vivenciadas no ambiente laboral, a exposição aos riscos

ocupacionais que essas situações propiciam e os problemas gerados por conta da

exposição. Silva et al (2008) relatam que apesar da relevância da temática para a

enfermagem, os riscos físicos são poucos discutidos na literatura.

A ESF é considerada a porta de entrada do sistema de saúde brasileiro

e, embora tenha crescido no país, seu maior desafio é viabilizar-se como uma

ferramenta estruturante desse sistema. Para Gil (2006) ao mesmo tempo em que

cresce, essa estratégia desvenda importantes fragilidades no sistema.

Ao se identificar os aspectos mais significativos aos quais os

trabalhadores de enfermagem estão expostos, favorecem-se o preenchimento das

lacunas existentes e possibilitam-se o desenvolvimento de mecanismos de controle

e prevenção, objetivando diminuir os riscos, a promoção da saúde dos trabalhadores

e consequentemente reduzir os acidentes laborais.

Ronzani e Silva (2008) advertem ser necessário promover melhoria,

sendo a ESF uma estratégia que requer uma atenção especial, pois todos os atores

envolvidos nesse processo enfrentam dificuldades reais, tanto de infra-estrutura,

quanto de organização, cuja solução independe de ações isoladas, necessitando de

atenção, comprometimento e sensibilidade.

A realidade do nosso país mostra a vulnerabilidade de alguns

profissionais que atuam na Atenção Primária (AP). Considerando que a ESF

constitui uma das respostas frente à crise do setor saúde no Brasil, ainda existe uma

necessidade de se desenvolver uma política específica para a abordagem desses

riscos nas UBS (ALCÂNTARA et al., 2005).

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Diante deste contexto, observa-se a necessidade de um estudo mais

detalhado sobre a temática, sendo intenção da pesquisadora aprofundar-se ainda

mais nesse tema: RO em ESF, para propor estratégias viáveis de melhoria das

condições de trabalho nesse ambiente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em seu cotidiano, os profissionais que trabalham nas UBS estão

expostos a riscos. É necessário que medidas de segurança no ambiente de trabalho

sejam implementadas para que esses riscos sejam minimizados, ou até mesmo

evitados.

Os resultados desta pesquisa mostraram que os trabalhadores das

UBS estudadas estão expostos a diversos riscos físicos na AB, podendo resultar em

acidentes e doenças ocupacionais, tornando esse ambiente laboral inseguro e

insalubre para o desenvolvimento das atividades profissionais.

Os riscos físicos considerados frente à Legislação pertinente foram:

quantitativo de equipes para a ESF abaixo do preconizado pelo MS: manutenção

corretiva; piso escorregadio; temperatura ambiente desconfortável; as paredes com

cor laranja que apesar de estimularem a dinâmica do trabalho, limitam a reflexão das

ondas luminosas, além de estar em desacordo com o preconizado, podendo, ainda,

causar excesso de estímulo e um certo desconforto aos trabalhadores (CUNHA,

2004; POSSO; SANT′ANNA, 2007); o teto da UBS 2 encontra -se solto, correndo o

risco de desabamento.

Quanto às janelas a UBS 1 apresenta uma com seu vidro quebrado; as

maçanetas das portas dos consultórios e dos banheiros são do tipo bola, tipo não

indicado; os índices de iluminação da sala de curativo, da sala de vacina e do

consultório de enfermagem apresentaram-se com iluminação insuficiente; o suporte

de soro encontra-se em cima de duas caixas de papelão, o que expõe os

trabalhadores a riscos de acidentes; o foco auxiliar tem base instável e regulável;

Inadequação do mobiliário devido à sua disposição, localização e organização

impróprias para o espaço existente; as instalações elétricas estão inadequadas; e

ambiente com um nível de pressão sonora entre 58,6 a 84,9 dBA, sendo este último

valor no limite do preconizado.

Estes resultados mostram a necessidade de que as UBS devem ser

analisadas por todos os atores envolvidos no ambiente de atuação da AB, desde

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sua projeção, até a sua construção, de forma que os profissionais das mais diversas

áreas envolvidos neste processo adotem uma postura de reconhecimento frente às

fontes de risco. Estas condições do ambiente de trabalho necessitam ser revisadas,

no intuito de oferecer um ambiente físico mais adequado para o desempenho das

tarefas laborais, e diminuindo a exposição dos profissionais à potenciais fontes de

RO.

Constatou-se que a literatura pouco aborda os riscos físico em UBS,

sendo algo preocupante e que necessita ser melhor investigado, para que medidas

de prevenção e controle sejam elaboradas para garantir um ambiente salubre aos

trabalhadores de saúde. Acredita-se, também, que a Unidade de Saúde deve

investir na sensibilização dos profissionais mediante processo educativo, cursos,

capacitações, atualizações, objetivando a prevenção de acidentes e/ou de doenças

ocupacionais.

Desta forma, pode-se concluir a existência de fontes potenciais de

riscos físicos nas UBS estudadas, porém, muitas delas podem, a partir de seu

mapeamento, serem passíveis de correção e prevenidas, pois influenciam na

segurança dos profissionais durante suas atividades laborais, e consequentemente,

na qualidade da assistência.

6.1 Sugestão para trabalhos futuros:

Como finalização deste trabalho sugere-se a elaboração de mais

estudos sobre gerenciamento de riscos nas UBS, incluindo os químicos e

psicológicos, assim como, a percepção dos profissionais de saúde sobre os tipos de

riscos a que estão expostos. É pretensão desta autora desenvolver essa linha de

pesquisa no doutorado, pois sentiu-se que este trabalho apresenta importante

impacto na área estudada.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICES A: INSTRUMENTO PARA IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS FÍSICOS POTENCIAIS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Início______Minutos Término______Minutos DATA: / / 1-- IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO /UBS:

1.1 – Ano de construção: ________

1.2 – Número de salas de atendimento:_____________

1.3- Número de equipes de saúde da família trabalhando na UBS:

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3

1.4 – Equipe composta por:

1.4.1 – ( ) sim ( ) não – Enfermeiros por turno___________

1.4.2 –( ) sim ( ) não – Técnicos/Auxiliares de Enfermagem por

turno___________

1.4.3 – ( ) sim ( ) não – Médico por turno______________

1.4.4- Outros________________________________________

1.5- POPULAÇÃO COBERTA:

1.5.1- ( ) 2400 A 4000 PESSOAS

1.5.2- ( ) 4000 A 8000 PESSOAS

1.5.3- ( )8000 A 12000 PESSOAS

1.6 – Responsável pela manutenção com qualificação técnica?

( ) sim ( ) não

1.6.1– Grau de instrução

( ) primário ( ) técnico ( ) superior

1.7 – Manutenção dos equipamentos apenas corretiva?

( ) sim ( ) não

1.8– Manutenção dos equipamentos:

( ) própria ( ) terceirizada ( ) mista

2 – CARACTERÍSTICAS ESTRTURAIS DA UBS

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Tamanho da recepção

2.1 -_____________m X ______________m,área_______________m2

2.2 -_____________m, volume_____________3

Tamanho da sala de triagem

2.3 -_____________m X ______________m,área_______________m2

2.4 -_____________m, volume_____________3

Tamanho da sala de curativo

2.7 -_____________m X ______________m,área_______________m2

2.8 -_____________m, volume____________m3

Tamanho da sala de Vacina

2.9 -_____________m X ______________m,área_______________m2

2.10 -_____________m, volume____________m3

Tamanho do consultório de enfermagem

2.5 -_____________m X ______________m,área_______________m2

2.6 -_____________m, volume_____________3

2.11 – Área total da UBS________________m2

2.12 –– Presença de área de expurgo ( ) sim ( ) não

Outras anotações:_________________________________________________

2.13 – Tipo de teto: material _________________cor:___________integridade

___________________________________________________________

2.14 –Parede: Material:___________________ Cor:____________________

Integridade:________________

Outros/observações:___________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________

2.15 – Presença de colunas de sustentação (alvenaria) central: nº________

2.16 – Risco de colisão ( ) sim ( ) não

2.17 – Diminuição da visibilidade ( ) sim ( ) não

Outros:______________________________________________________________

_________

2.18 – Piso

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Local Cor Material Tipo Obervações Recepção

Sala de Triagem

Sala de Curativo

Sala de vacina

Cons. de Enfermagem

Sanitário feminino

Sanitário masculino

Tipo- (L)Liso 2.19 – Portas

Número Cor Material Local Abertura Visor Maçaneta de

alavancas

Observações

(p dentro = PD), (para fora = PF) 2.20 – Janelas

Número:_____________Local:_____________/__________________/_______

Tamanho: ____________X______________m

____________X______________m

____________X______________m

____________X______________m

____________X______________m

Tipo: ( ) fixa ( ) corrediça ( ) vitraux

( ) com dobradiça: abertura: ( ) para dentro ( ) para fora ( ) nenhuma

Material da esquadria : ( ) madeira ( ) alumínio ( ) ferro ( )

outros__________________________

Tela: ( ) sim ( ) não

Altura do solo ____ m

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Obervação:__________________________________________________________

___________________________________________________________________

____________________

2.21 – Ventilação

( ) natural ( ) artificial ( ) mista

2.22– Climatização Tipo Potência Temp. max. Temp. mín. Local

Tipo: Central = C ou Janela = J 2.23 – Iluminação

( ) natural ( ) artificial ( ) mista

Número de luminárias no teto:

( ) sem plafom_________ ( ) plafom-transp_________ ( ) opaco____________

Tipos de luminárias: ( ) fluorescente_________( ) incandescente____________

Intensidade de iluminação: nº lâmpadas peq.__________nº lâmpadas grande______

Índice de iluminação = luminosidade = _________= índice de iluminação

Área

IL menor que 20 = insuficiente

3 – RISCO DE TRAUMA 3.1 – Objetos suspensos no teto: Tipo___________________ número___________________

local_______alt_________m

Tipo___________________ número___________________ local_______

Altura do solo ____________m___________m_________

Tipo___________________ número___________________ local_______

Altura do solo ____________m___________m_________

Tipo___________________ número___________________ local______

Altura do solo ____________m___________m_________

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3.2 – Objetos fixados na parede: Tipo___________________ número___________________ local_______ Altura do

solo ____________m

Tipo___________________ número___________________ local_______ Altura do

solo ______________m

Tipo___________________ número___________________ local________ Altura

do solo ____________m

Tipo___________________ número___________________ local_______ Altura do

solo ____________m

3.3 – Objetos móveis: Foco auxiliar: ( ) com base instável altura regulável

( ) com base instável altura fixa

Observação:_____________________________________________________

Suporte de soro: Material Nº Material Rodízio Altura (m) Tipo de

Gancho Material = (I) inox(M) madeira(A) alumínio (O) outros Rodízio = (S) sim - com 3 rodízios ( ) com 4 rodízios ( ) (N) não Gancho = (U) ou (E) espiralado (O) outros Observação:___________________________________________________________________ Móvel de guarda de material

Tipo Material Altura Largura Profundidade Material Armazenado

Obervação: se armário observar a abertura das portas. Presença de escada de dois de graus( ) sim ( ) não

Material____________________Integridade_____________________Nº_________

4 – RISCO ELÉTRICO 4.1 – Idade da instalação elétrica___________________anos

Tomada Tomadas com ou sem aterramento

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110 V e 220 V (sem aterramento) 110 V e 220 V (com aterramento)

____________________ _________________

NÚMERO DE TOMADAS:

Número de tomadas de: 110 V_____________

220 V_____________

Conservação ( ) boa ( ) má

Observação:_________________________________________________________

___________________________________________________________

Interruptor Tipo/

Interruptor Número Altura do

chão (m) Localização Conservação

Obervação:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 – RISCO DE RUÍDO

Fontes Emissoras Observação

Localização da medição

Ruído (dB)

Obervação:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 – MOBILIÁRIOS/EQUIPAMENTOS

Mobiliário/Equipamentos Riscos existentes *Queda de objetos, cantos, materiais soltos (pontiagudos), altura (colisão), local impróprio (fluxo/obstrução)

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ANEXO A: PROJETO ARQUITETÔNICO. PLANTA BAIXA DAS UBS 1, 2, 3 E 4

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2013

RECEPÇÃO

CONS. DE ENFERM.

CONS. MÉDICO

COPA

CONS. ODONTOL.

FARMÁCIA RECEPÇÃO

WC

WC

WC

WC WC

SALA DE CURATIVO

SALA DE VACINA

RECEPÇÃO

ESTERILIZAÇÃO

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ANEXO B: CÁLCULO DE INTENSIDADE DE ILUMINAÇÃO Iluminação: Área ______ m²

Número de lâmpadas pequenas ______ x 20 W = (luminosidade) ______

Número de lâmpadas grandes _______ x 40 W = (luminosidade) ______

Índice de iluminação = luminosidade = ___________ = área

Índice de iluminação menos que 20 = insuficiente

Fonte: Posso, 1988.

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ANEXO C: LIMITES DE TOLERANCIA PARA RUIDO CONTINUO OU INTERMITENTE

Fonte: BRASIL, 2011.