Naus de verde_pinho (com atividades)

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO CONCELHO DE ALVITO Biblioteca Escolar AS NAUS DE VERDE PINHO de Manuel Alegre (resumo) 1º - De um lado o chão e a raiz do outro o mar e o seu cântico. Era uma vez um país entre a Espanha e o Atlântico. Tinha por rei D. Dinis que gostava de cantar. Mas o reino era tão pouco que se pôs a perguntar: - E se o mar fosse um caminho deste lado para o outro? E da flor de verde pinho das trovas do seu trovar mandou plantar um pinhal. Depois a flor foi navio. E lá se foi Portugal caravela a navegar. (p.3) (...) Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um Povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo! (Em MENSAGEM - Fernando Pessoa) 2º Viu-se então um grande monte que entrava pelo mar dentro. Já não havia horizonte nem céu nem terra nem nada. Só se ouvia uivar o vento que vinha com sua espada espadeirar as brancas velas. Só o vento e o nevoeiro e uma grande nuvem preta sobre as naus e as caravelas. (p.5) 3º De repente um marinheiro perna de pau e maneta ergueu a voz e gritou: - Eu sou da Nau Catrineta e nem ela aqui passou. Eram ventos ventanias naus como cascas de noz a baloiçar sobre o medo. Sete noites sete dias.

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AS NAUS DE VERDE PINHO de Manuel Alegre (resumo)

1º - De um lado o chão e a raiz

do outro o mar e o seu cântico.

Era uma vez um país

entre a Espanha e o Atlântico.

Tinha por rei D. Dinis

que gostava de cantar.

Mas o reino era tão pouco

que se pôs a perguntar:

- E se o mar fosse um caminho

deste lado para o outro?

E da flor de verde pinho

das trovas do seu trovar

mandou plantar um pinhal.

Depois a flor foi navio.

E lá se foi Portugal

caravela a navegar. (p.3)

(...) Aqui ao leme sou mais do que eu:

Sou um Povo que quer o mar que é teu;

E mais que o mostrengo, que me a alma teme

E roda nas trevas do fim do mundo,

Manda a vontade, que me ata ao leme,

De El-Rei D. João Segundo!

(Em MENSAGEM - Fernando Pessoa)

2º Viu-se então um grande monte

que entrava pelo mar dentro.

Já não havia horizonte

nem céu nem terra nem nada.

Só se ouvia uivar o vento

que vinha com sua espada

espadeirar as brancas velas.

Só o vento e o nevoeiro

e uma grande nuvem preta

sobre as naus e as caravelas. (p.5)

3º De repente um marinheiro

perna de pau e maneta

ergueu a voz e gritou:

- Eu sou da Nau Catrineta

e nem ela aqui passou.

Eram ventos ventanias

naus como cascas de noz

a baloiçar sobre o medo.

Sete noites sete dias.

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E só se via o penedo

só se ouvia aquela voz

do velho sempre a gritar:

- Vereis a água a ferver.

Quem quiser aqui passar

no inferno vai arder. (pp.6-7)

4º - Seja a bem ou seja a mal

eu juro que hei-de passar

porque as naus de Portugal

não são naus de recuar.

Eu sou Bartolomeu Dias http://pt.wikipedia.org/wiki/Bartolomeu_Dias

nada me pode parar. [...]

- Vais perder-te e naufragar

ninguém dobra o Cabo Mau. [...]

- Ouve lá Perna de Pau [...]

já se foi o Cabo Mau

já se foi a nuvem preta

e não vi nenhum papão

nem me deitei a afogar.

A tua Nau Catrineta

é uma história de inventar. [...]

- Sete noites sete dias

que não paras de falar.

Venci ventos ventanias

também tu te vais calar.

Ou será que és o Diabo

que me vem aqui tentar? [...]

eu trago no coração

um país a navegar

e não há nenhum gigante

que me faça recuar.

O meu destino é chegar

cada vez mais adiante. [...]

Tu és só uma visão

um cabo de fantasia.

Não metes medo nenhum.

Então o monstro sumiu

inchou inchou e fez PUM

como se fosse um balão. [...]

- Venham monstros bruxarias

não me deixo enfeitiçar.

Eu sou Bartolomeu Dias

e juro que hei-de passar.

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E as naus seguiram em frente

sempre sempre a navegar

para além da linha azul

que há no muito imaginar. (pp. 6-9)

5º Caravelas caravelas

feitas de trova e de sonho

cascas de noz pequeninas

levavam nas brancas velas

o pendão das cinco quinas.

Umas foram para o Oriente

outras foram para o Sul

umas ao Brasil chegaram

outras à Índia e ao Japão.

Todas ao mundo mostraram

que o mar não é um papão. [...]

Contra o medo e as tempestades

guiadas pelas estrelas

navegavam e aprendiam

um saber de experiência. [...] (pp.10-11)

6º - Sempre que em teu pensamento

o verde pinho florir

abre os teus sonhos ao vento

porque é tempo de partir.

E sempre que mais adiante

não houver porto de abrigo

tens o astrolábio e o quadrante

passarás além do perigo.

Lá onde a noite apresenta

forma e corpo de diabo

vencerás mar e tormenta

passarás além do Cabo.

Verás então o caminho

do outro lado de aqui

e uma nau de verde pinho

que te leva além de ti. (pp. 11-12)

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Actividades sugeridas:

I Num primeiro momento sugerir aos alunos que vão escrevendo em todas as sessões os excertos da obra e que façam a ilustração - Registo da cópia manuscrita do texto em cada sessão - Introdução ao estudo do texto poético. - Leitura em voz alta e análise do texto poético. - Interpretação do texto. - Ilustração do texto.

Como trabalho final surgirão pequenos livros construídos pelos alunos que srão digitalizados e publicados online Os professores farão a exploração da obra seguindo o guião elaborado e distribuído pela BE.

1.º- Leitura da cópia manuscrita do primeiro texto.

- Estudo do texto poético – entoação e declamação. - Registo do segundo texto. - Leitura em voz alta e análise do texto poético. - Interpretação do texto e pequena abordagem intertextual com textos dos descobrimentos (manual do 5º ano – A viagem de Bartolomeu Dias, Os Lusíadas, Mensagem). - Ilustração do texto. 2.º Leitura da cópia manuscrita do segundo texto. - Estudo do texto poético – entoação e declamação, verso, estofe, rima e ritmo. - Registo do terceiro texto. - Leitura e análise do texto poético. - Interpretação do texto e pequena dramatização (marinheiro da perna de pau). - Ilustração do texto (o gigante adamastor).

3.º - Leitura da cópia manuscrita do terceiro texto.

- Estudo do texto poético – entoação e declamação, verso, estofe, rima e ritmo. - Registo do quarto texto. - Leitura e análise do texto poético. - Interpretação do texto. - Ilustração do texto.

4.º - Leitura da cópia manuscrita do quarto texto. - Estudo do texto poético – entoação e declamação, verso, estofe, rima e ritmo. - Registo do quinto texto. - Leitura e análise do texto poético. - Interpretação do texto – figuras de estilo (repetição expressiva, personificação, metáfora). - Ilustração do texto. 5.º Leitura da cópia manuscrita do quinto texto. - Estudo do texto poético – entoação e declamação, verso, estofe, rima e ritmo. - Registo do sexto e último texto. - Leitura e análise do texto poético. - Interpretação do texto – figuras de estilo (repetição expressiva, personificação, metáfora). - Ilustração do texto.

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- Exposição dos trabalhos finais na biblioteca da escola

II

Música e karaoke

http://sotaodaines.chrome.pt/sotao/karaoke_la_vem_a_nau_catrineta.html

Questionário III

1- Quem é o autor da obra que andamos a estudar?

2 - Quem é o ilustrador desta obra?

3 - A quem é que o poeta dedicou este livro?

4 - De que trata esta obra?

5 - Esta obra é.

- Um texto narrativo.

- Um texto dramático.

- Um texto poético

6 - O primeiro poema fala de um país “entre a Espanha e o Atlântico” Que país é este?

7- De que rei nos fala este poema?

8 - O que é um pinhal? Classifica esta palavra.

9 - Descobre no segundo poema três repetições expressivas.

10- Desenha os seres fantásticos que se acreditava viverem nos mares e nas terras desconhecidas.

Fontes:

http://www.eseb.ipbeja.pt/sameiro/malegre.htm

o livro

http://www.youblisher.com/p/487814-As-naus-de-Verde-Pinho/