Nem sempre se ganha

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capa[por Patrícia Alves e Tabata Pitolfotos Chico Max e Andrea Marques

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NEM SEMPRE

SE GANHA

CoMo dAr A volTA Por CiMA quAndo o AssunTo é invesTiMenTo?

Sérgio Belleza FilhoLirio parisotto Márcio Noronha

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quAl seriA A suA reAção Ao Perder r$ 1 bilhão nA bolsA de vAlores?

( ) tiraria o resto do dinheiro alocado (se tivesse sobrado algo) para não perder mais( ) nunca mais investiria em ações( ) colocaria mais r$ 300 milhões

É bem provável que você tenha optado pelas respostas 1 e 2, e essa pode ser a grande dife-rença entre você e os investidores bem-sucedi-dos. obviamente, os números citados são exor-bitantes e são poucos os que podem alocar tal quantia em renda variável. mas foi exatamente isso que aconteceu com lírio parisotto, que vir-tualmente (já que não realizou a perda) viu seu r$ 1,6 bilhão em ações ser reduzido a “apenas” r$ 600 milhões durante a crise de 2008 e tomou a decisão número 3: utilizou os dividendos pa-gos pelas empresas de sua carteira e investiu mais r$ 300 milhões nos papéis.

resultado? ao final de 2009, com a bolsa se recuperando, seu patrimônio investido na bm&Fbovespa superou r$ 2 bilhões.

“aSNeiraS e idioticeS”mas essa não foi a primeira vez que deu a volta por cima nos investimentos. agricultor de nas-cimento, médico por formação e empresário por vocação, parisotto gosta de dizer, em suas

"A HoRA cERtA dE ENtRAR é quANdo

SE tEM diNHEiRo. E A HoRA cERtA dE SAiR é quANdo você AtiNGE

SuA MEtA"

palestras, que se tornou um ex-pobre aos 26 anos. a afirmação leva os expectadores às risa-das, que continuam quando ele diz ter sido um “asno” e um “idiota” nas suas duas primeiras incursões nos investimentos em ações.

a “idiotice”, segundo ele, aconteceu em 1971, quando, aos 18 anos, ganhou em um concur-so dinheiro equivalente ao valor de um Fusca e decidiu colocar tudo na bolsa. “era uma épo-ca de altas, que na verdade era uma bolha, e o que sobrou não dava nem para pagar um jantar. meu erro foi ser ganancioso, quis ter dois Fus-cas em seis meses e fiquei sem nenhum”. hoje, em suas palestras, ensina que ganância na alta e medo na queda são dois fatores que levam os investidores a amargar perdas.

Já a “asneira” aconteceu 15 anos depois. com us$ 500 mil em mãos, investiu no pico do ibo-vespa, teve um prejuízo de us$ 200 mil e saiu da bolsa. “aqui meu erro foi ainda maior. esse era o dinheiro que eu precisava para abrir um negócio e eu o perdi”.

pLacar até o MoMeNto: 2 x 2mas parisotto não desistiu. no início dos anos 1990, não conformado com o placar de 2 x 0 para o mercado, o investidor decidiu voltar à bolsa. desta vez, ciente de que seu erro tinha sido o momento de entrada e saída, investiu mais us$ 2 milhões com o ibovespa em baixa e fixou uma meta de ganho, sem prazo para alcançá-la. um ano depois, tinha us$ 8 milhões e se tornou só-cio majoritário da videolar, empresa de dvds, fitas e blu-ray. hoje afirma que não há momen-to certo de entrar na bolsa: “o momento certo é quando se tem dinheiro. e a hora certa de sair é quando você atinge sua meta, sem adiar a saída pela ganância de ganhar mais”.

por fim, ainda descontente com o placar de 2 x 1 no jogo imaginário que estabeleceu com o mercado de ações, parisotto decidiu montar uma carteira (hoje o fundo lpar da geração Futuro), que em 12 anos registrou rentabilida-de superior a 5.000%. Foi com essa carteira que viu seu patrimônio ser reduzido à casa dos nove dígitos no momento mais agudo da crise. na época, declarou: “não penso que perdi porque não vendi nada. só fico triste por não ter mais dinheiro para investir”. não era verdade. mais r$ 300 milhões foram colocados em ações. em outubro de 2009, seu patrimônio era de r$ 2,1 bilhões, ou seja, o placar empatou em 2 X 2, com um detalhe importante: parisotto ainda não saiu de campo.

PArA AjudAr os invesTidores eM suAs esColhAs, PARiSotto divulgA seus dEz MANdAMENtoS nA horA de invesTir. são eles:

1. não perca tempo com ipo: “a empresa gasta muito para abrir capital e são os investidores que pagam”

2. opte por pouca diversificação: “quanto mais empresas você colocar na sua carteira, maior é a prova de que não acredita no que está comprando”

3. nunca compre coisa que voa, nem comércio varejista: “diversas varejistas quebraram, três grandes aéreas quebraram. mencione uma siderúrgica que quebrou?”

4. Fique longe das empresas com sede em países exóticos: “as leis brasileiras já são difíceis, imagine as de outro país”

5. não compre empresa que dê prejuízo: “empresa com lucro não quebra”

6. liquidez é fundamental: “você precisa conseguir vender seus papéis”

7. procure coisa boa e barata: “algumas empresas tem p/l absurdo. uma empresa que precisa de 50 anos de lucro para chegar ao preço dela no mercado não é uma boa opção”

8. nunca dê ouvido a espíritos santos de orelha: “faça o dever de casa, analise e avalie as empresas e não acredite em adivinhações”

9. tenha coragem e personalidade de enfrentar a maré contrária: “controle o medo na queda e a ganância na alta”

10. aposte num azarão, só para ter motivo de se desafiar e se divertir: “investir é divertimento. aproveite a vida. não fique estressado a ponto de perder o sono, deixar de estar com a família, porque a bolsa subiu ou caiu. o fato de sobrar dinheiro para você aplicar em ações já faz de você uma pessoa diferenciada!”

liRio PARiSotto

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Quem também experimentou a montanha-rus-sa do mercado de ações foi o analista técnico márcio noronha. considerado por muitos um guru dessa modalidade de análise, noronha conta que suas perdas no mercado de ações o obrigaram, inclusive, a sair do mercado. “che-gou um momento em que eu não tinha mais nada e me afastei. por um tempo sobrevivi com uma plantação de alfaces”.

noronha começou a trabalhar com investi-mentos cedo. antes mesmo de finalizar a facul-dade de economia, disputou com mais de 300 concorrentes uma das oito vagas de trabalho oferecidas pela maior corretora do brasil na época e foi contratado para atuar na área de open market. seu primeiro emprego foi também seu primeiro canal para investir. “cresci bastan-te nesse emprego e tinha um salário bastante alto que dava para comprar um carro novo por mês. então, orientado pelo dono da empresa, comecei a comprar ações. nessa época a bolsa entrou em uma tendência de alta violenta e ga-nhar dinheiro nunca tinha sido tão fácil”.

porém, foi a criação das operações a termo que realmente atraíram o economista. “essas operações foram a primeira forma de alavanca-gem no mercado brasileiro e eu passei quatro anos operando só a termo. Quanto mais eu ga-nhava, maiores eram minhas operações. assim eu saí do zero, em 1966, para us$ 8 milhões, em junho de 1971 (o que, considerando a infla-ção do dólar, corresponderia hoje a us$ 100 milhões). em dezembro desse mesmo ano, eu havia voltado ao zero. Quebrei rápido porque eu dobrava as operações que davam errado, e elas continuaram dando errado nas duas rolagens seguintes”, conta.

noronha diz que a perda foi sofrida, mas não desesperadora. “vendi tudo que eu tinha: fa-zenda, casa, carros, obras de portinari, chagal, matisse, Kandinsky, que hoje valem mais de us$ 10 milhões cada. não que eu precisasse vender, mas eu não queria ficar com o meu nome sujo”.

SeM ruMosem emprego (já que, na época em que tinha muito dinheiro, resolveu sair do mercado, pois “com 28 anos não estava mais com vontade de trabalhar das 7h às 19h”), o analista ficou sem rumo. “Fui para o único sítio que me restou, e só restou porque não tinha liquidez, e lá fiquei até que, um ano depois, fui andar pelo rio na esperança de que algum milagre acontecesse e eis que encontrei o filho de um amigo do meu

pai, que me chamou para montar uma distribui-dora, sem que eu precisasse colocar um tostão. Foi quando comecei a me reerguer. sem operar em bolsa, apenas operando na mesa de open, consegui quitar minhas dividas, comprei a parte desse meu sócio e me tornei dono da empresa”.

porém, a empolgação por um novo negócio falou mais alto. “um conhecido sugeriu um ne-gócio no paraguai, porque lá não tinha nenhu-ma forma de aposentadoria, nem privada, nem pública. o país tinha três milhões de habitantes e, se conseguíssemos abrir 60 mil pensionis-tas, ficaríamos trilhardários. mas o projeto era complicado, e um ano depois apenas gastando dinheiro, resolvi voltar”.

a pLaNtação de aLFaceSFoi então que o economista montou uma plan-tação de alface para sobreviver. “o negócio até que deu certo bastante tempo, mas era porque eu não precisava de dinheiro naquela época. um dia minha esposa teve uma dor de dente e, quando o dentista me deu o orçamento, eu vi o quanto estava pobre. concluí então que, finan-ceiramente falando, aquilo não era vida”.

a dor de dente fez com que noronha voltasse à capital fluminense em 1984 para trabalhar em uma corretora que lhe pagava apenas o suficien-te para sobreviver. “mas eu precisava e aceitei. e, embora muita coisa tivesse mudado no mer-cado, quatro meses depois eu já era gerente e recebi uma proposta de emprego de uma cor-retora maior. porém, tempos depois, o sócio da companhia decidiu não continuar com o negócio e fiquei desempregado novamente. desta vez fi-quei em casa até 2000, operando por conta pró-pria e estudando análise técnica. Foi nesse perí-odo que desenvolvi minha metodologia, voltei a trabalhar em corretoras e hoje sou sócio da link trade, onde pretendo ficar até o fim da vida”.

engana-se quem imagina que o economista nunca mais fez uma operação a termo. “con-fesso que fiz uma, de vale do rio doce, com di-nheiro emprestado, porque eu estava sem um tostão. em um mês ganhei us$ 29 mil, que era um ano do salário que eu tinha naquela época. investi tudo no mercado de opções, que eu não conhecia, mas me parecia uma forma fácil de ganhar dinheiro. em um mês perdi tudo nova-mente”, conta.

“Foi então que eu descobri: o segredo de um investidor de sucesso não é a insistência, é a disciplina e o controle emocional diante do uso de um bom método operacional”.

o SEGREdo dE uM iNvEStidoR dE SucESSo Não é A iNSiStêNciA, é A

diSciPliNA E o coNtRolE EMocioNAl diANtE do

uSo dE uM boM Método oPERAcioNAl

MáRcio NoRoNHA

aLéM da reNda variáveLapesar de a renda variável estar mais propensa a instabilidades que podem levar a perdas, não é apenas no mercado de ações que os prejuí-zos podem aparecer. aplicações consideradas relativamente seguras também estão sujeitas a adversidades.

“Quando isso acontece, o importante é manter a calma, ter cautela e discernimento para tomar a decisão correta”, afirmou sérgio belleza Filho, especialista no mercado imobiliário.

segundo belleza, no mercado imobiliário é difícil achar um exemplo de alguma coisa que não deu certo - por ser uma modalidade mais segura. mas, procurando bem, é possível en-contrar histórias que mexeram com o bolso dos investidores.

projeto água BraNcao Fundo de investimento imobiliário projeto Água branca, que durante o período de cons-trução cumpriu fielmente a garantia de renta-bilidade dada pelo empreendedor, não trouxe lucro aos investidores quando acabou o pe-ríodo de garantia. “estávamos atravessando uma crise muito grande e esses prédios es-tavam com apenas 20% de ocupação, o que era suficiente apenas para pagar as despesas e não sobrava nada para distribuir ao cotista”. segundo belleza, seria até normal que, dian-te do cenário, surgisse o ímpeto de venda por parte dos investidores. o que não aconteceu. “a transparência da administradora, que fa-zia relatórios explicativos e realizava assem-bleias com mais frequência, fez com que os cotistas mantivessem a tranquilidade, apesar da adversidade”, disse belleza. segundo ele, quando o mercado retomou a normalidade, os imóveis foram aos poucos alugados e de lá pra cá esse fundo está bem negociado na bol-sa e tem distribuído rentabilidade de 1,15%, livre de imposto de renda, para quem mante-ve sua posição desde o início. “uma maravilha de rentabilidade”, comemora o especialista.

viraNdo o jogoainda segundo belleza, a experiência dei-xou uma importante lição para o investidor de mercado imobiliário: o tempo corrige quase tudo!

porém, o especialista alerta que, antes de entrar no investimento, é importante ler bas-tante, perguntar muito e comparar. com a decisão tomada e o investimento adquirido, a

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dica é acompanhá-lo. “vá às assembleias. É lá que você terá a oportunidade de falar, de ou-vir, de questionar e de, muitas vezes, sugerir melhorias”, indica belleza. “se um cotista vai a um evento desses, ele vai se informar e vai poder manter a calma e decidir, com tranqui-lidade, se ele deve continuar no investimento ou, se for o caso, realizar seu prejuízo”.

PARA AlGuNS, A PERdA EM iNvEStiMENtoS viRA uM EvENto tRAuMático,

uMA ESPéciE dE tAbu quE AfAStA A PESSoA

do ASSuNto PoR Muito tEMPo, quANdo Não

PARA SEMPRE

“o tEMPo coRRiGE quASE tudo”

vERA RitA dE MEllo fERREiRASéRGio bEllEzA filHo

Nada é 100% SeguroQual seria a sua resposta à pergunta: qual a aplicação financeira mais segura e menos arriscada?

É bem possível que você, como a maioria dos investidores, respondesse “a caderneta de poupança”, que tem rentabilidade garan-tida, ainda que pequena. no entanto, você provavelmente se surpreenderá ao saber que a poupança acumulou, na última década, um retorno real negativo. isso acontece porque uma coisa é analisar apenas o número sim-ples de rentabilidade de uma aplicação; ou-tra, é compará-lo à evolução da inflação no mesmo período.

assim, antes de escolher a melhor apli-cação, de acordo com o seu perfil e objetivo, avalie o risco do investimento e lembre-se: baixo não significa nulo!

tipo de iNveStiMeNtoações de grandes empresas

ações small caps cdb/rdb

debênturesdólar ou outras moedas

Fundos de açõesFundos de renda fixa

Fundos multimercado imóveis

obras de arte e antiguidades ouro

poupançatítulos públicos

riScoMédio

Alto

Muito baixo

baixo

Alto

Médio

baixo

Médio

baixo

Médio

Médio

Muito baixo

baixo

oNde Foi que eu errei?a psicanálise define o ser humano como precário, frágil e limitado, que evita situações que levem à

frustração e que age, na maioria das vezes, de acordo com suas emo-

ções, mesmo que acredite estar sendo racional.diante destas definições, como avaliar o com-

portamento dos investidores em situações de per-das? o que passa na cabeça deles nestas horas?

de acordo com a psicanalista vera rita de Mello Ferreira, professora e representante no brasil da iarep (international association for research in economic psychology), todo mundo odeia perder e, nessas horas, é comum que a sensação de fracasso e descrença venha acom-panhada de medo e desconfiança. “para alguns, a perda em investimentos vira um evento trau-

mático que afasta a pessoa do assunto por mui-to tempo, quando não para sempre”, explica.

por outro lado, algumas pessoas conseguem aprender com a experiência. “para isso, no en-tanto, é preciso reconhecer que houve uma falha e que as coisas não são garantidas. são percep-ções de que as pessoas têm muita dificuldade em digerir, mas que servem para conhecer o próprio limite, avaliar o otimismo excessivo”, pondera.

razão x eMoçãodiversos estudos comprovam que, quando o assunto é investimento, a emoção fala mais alto do que a razão. de acordo com a psicólo-

ga clínica Ana Carmen F. oliveira, doutora em ciências do comportamen-

to, o que diferencia um investidor comum de um grande investidor é a capacidade de análise das contingências, previsão e controle. “além de to-

mar suas decisões com base em uma análise quantitativa, objetiva e disciplinada, investidores de sucesso, com maior experiência de mercado, parecem ter aprendido a identificar e controlar o sentimento de medo e a ansiedade quando o mercado está agitado”, afirma. “o grande in-vestidor vai em direção oposta à manada, por isso ele é grande. o comum vai junto com a ma-nada, ou seja, segue o comportamento do gru-po, e não consegue fazer diferença”, completa vera rita.

conheça algumas definições que a psicaná-lise e a psicologia econômica dão para algumas atitudes que podem levar o investidor a amargar perdas:

aversão à perda: antes de escolher onde inves-tir, é importante identificar seu perfil de risco. nessas horas, muitos dizem ter aversão ao ris-co, quando, na verdade, têm aversão à perda, ou seja, o medo maior é de encarar a perda, e não o risco do investimento.

confiança excessiva: ninguém gosta de admitir que errou. assim, mesmo em situações de per-da, muitos preferem encarar o prejuízo a admi-tir que fizeram bobagem ou que escolheram a aplicação errada.

informações em excesso: É importante infor-mar-se sobre tudo, mas também é necessário avaliar a qualidade das informações, que po-dem atrapalhar suas ponderações e reduzir seu poder de decisão. cuidado para não cair no erro de prestar atenção apenas ao que considera in-teressante e confortante.

quero Ser graNdeuma frase atribuída ao megainvestidor Warren buffet afirma que, “para ter sucesso nos investi-mentos, basta ter um Qi acima de 25”. segundo vera rita, isso significa que o que importa real-mente, quando o assunto é investimento, é a ma-neira como você vai administrar os seus impulsos. “isso é que vai fazer a diferença”, ensina.

de acordo com ana carmen, citando richard peterson, autor do livro desvendando a mente do investidor, “aqueles que, ao longo de suas carreiras, aprenderem a agir racionalmente em momentos de crise tomarão decisões mais efi-cazes e serão os grandes investidores”.

ser um investidor de sucesso não significa so-mente ganhar, mas avaliar experiências e esco-lhas, certas ou erradas, e aprender com elas!