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Faculdade IetecPós-graduação
Engenharia de Processos - Turma 2616 de outubro de 2016
NEM TODA SOLUÇÃO DE UM PROBLEMA DE MÁQUINA ÉMELHORIA
Fernando Henrique de [email protected]
RESUMO
Este artigo apresenta a avaliação de um problema em uma máquina de pré – montagem em
um setor de usinagem, são apresentados os dois primeiros passos do MASP (Metodologia
para análise e solução de problemas), assim abordando que nem todo o problema é
resolvido com um Kaizen e pode sim ser resolvido com condições de base.
Palavras-chave: MASP. Análise de Problemas. Kaizen.
1 INTRODUÇÃO
O mercado apresenta constantes mudanças e com isso as empresas tem que se adequar a
esse novo mercado que é cada vez mais competitivo. E as práticas antigas de produção não
são mais adequadas as novas condições do mercado, por isso as empresas estão cada vez
mais investindo em capacitação das pessoas para o uso de ferramentas da qualidade,
metodologias para solução de problemas e ferramentas para a melhoria contínua, os
Kaizens, apesar de Kaizen não ser uma metodologia e sim uma cultura muitas empresas
ainda o usam como metodologia. Porém nem todos os problemas são resolvidos com
Kaizens, os problemas podem ser resolvidos com o retorno das condições de base aos
equipamentos. Para mostrar como o MASP pode ser usado para analisar se o problema é
ou não pela falta de “cuidado” com o equipamento, serão abordados e explicados os dois
primeiros passos do MASP mostrando assim que nem todos os problemas são resolvidos
utilizando Kaizen, ou seja, deve ser implementada alguma melhoria na máquina em
questão. Este artigo tem por objetivo esclarecer a diferença entre melhoria e retorno as
condições básicas de um equipamento.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Metodologia para análise e solução de problemas
Segundo Rodrigues (2014), “problema é o resultado indesejável de um trabalho”. Solucionar
um problema é melhorar o resultado. As causas dos problemas são estudadas considerando
os fatos, e a relação de causa e efeito é analisada com bastante precisão.
A Metodologia de Análise e Solução de Problemas – MASP, é uma metodologia que deve
ser utilizada para facilitar o estudo completo do problema, desde a identificação até a
implantação da solução mais adequada.
Isto representa uma mudança de comportamento, pois o mais usual é resolver os problemas
para depois verificarmos e adequar o que foi feito dentro das metodologias, sendo assim,
surge uma dificuldade adicional, pois a solução já foi realizada e os dados não foram
registrados de forma adequada, tendo como consequência a desmotivação para a utilização
do método. (Rodrigues, 2014).
O MASP (Metodologia para análise e solução de problemas) é uma via ordenada, composta
por características e sub-características pré-definidas para a escolha de um problema,
estudo de suas causas, determinação do plano de ação que consiste na solução do
problema e padronização das ações que foram verificadas e confirmadas como eficazes.
(Rodrigues, 2016)
2.2 PDCA
Segundo Rodrigues (2014) “o PDCA é uma das ferramentas que fazem parte do Sistema da
Qualidade e deverá ser utilizada para assegurar qualidade em toda atividade”. As
ferramentas da Qualidade auxiliam a gestão das atividades diárias (rotina) para que
possamos utilizar melhor o tempo para desenvolver as melhorias contínuas.
Segundo Rodrigues (2014), o ciclo PDCA são os passos utilizados para Planejar (P) as
atividades, Realizar (D) as atividades planejadas, Checar (C) as atividades já realizadas e
Padronizar (A) as atividades que atingiram os objetivos planejados, caso algum objetivo não
seja atingido o ciclo deve ser rodado quantas vezes for necessário como mostrado na
FIGURA 1.
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FIGURA 1 – Ciclo PDCA.Fonte: RODRIGUES, 2014. p. 6.
2.3 Kaizen
Segundo Honda e Viveiro (1999), a metodologia Kaizen é um método sistêmico e
estruturado que assegura o desenvolvimento e a manutenção dos processos da empresa
para a satisfação dos clientes e sobrevivência da empresa, não apenas no momento atual,
mas sim de forma contínua e melhorada ao longo do tempo. Isso significa desenvolver
processos inteligentes que sejam capazes de desenvolver, inovar e adaptar soluções
eficazes, já que o eficaz hoje não será o eficaz de amanhã.
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2.4 Condições básicas dos equipamentos
Segundo Rodrigues (2015), a metodologia TPM (Manutenção Produtiva Total) é de vital
importância à sobrevivência da empresa no mercado atual, porém será abordado somente
um as condições de base nos equipamentos neste estudo.
A definição de quebra segundo Rodrigues (2015), “as quebras são resultados do manuseio
imposto pelo homem. Desse modo, se não houver uma mudança na nossa conduta, jamais
teremos a eliminação das quebras. É importante acreditar que é possível obter a quebra
zero pois esse é o ponto de partida para alcançar este objetivo.
Para isso as condições de base da máquina têm que ser mantidas conforme orientação dos
fornecedores, caso as condições básicas não sejam respeitadas a produtividade da
máquina será afetada de forma negativa com perda de produção (Rodrigues, 2015).
3 ESTUDO DE CASO
A empresa ABC percebeu que a uma das suas linhas de usinagem não estava atingindo o
número previsto de peças produzidas por dia, com isso o levantamento de perdas desta
linha foi verificado e visto que existiam diversas falhas que estavam resultando em perda de
tempo de produção da operação 9 uma operação de pré-montagem, porém as falhas não
estavam bem descritas, então o uso do método para análise e solução de problemas foi
aplicado para a resolução deste problema. Foi observado que durante o desenvolvimento do
estudo do problema surgiu um questionamento se a solução poderia ser com uma melhoria
ou somente com o retorno da máquina as condições de base.
3.1 Aplicação da metodologia para análise e solução de problemas
3.1.1 Definir claramente o problema
Neste momento do estudo o problema ainda não está claro para o time, com isso o 5G foi
usado para conhecer melhor o equipamento e o processo, foi percebido que os dados para
o estudo precisariam ser mais exatos, então um levantamento de dados foi proposto. A
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Figura 2 mostra o formulário desenvolvido para que o levantamento de dados fosse
realizado em todos os turnos de trabalho na operação 9.
FIGURA 2 – Formulário para levantamento das falhas.Fonte: Do autor, 2016.
Como mostrado na Figura 3 cada turno teve uma cor diferente para realizar a coleta dos
dados, pois quanto mais informações sobre as falhas melhor seria a análise do problema. O
formulário foi colocado em um local da máquina que facilitasse que o colaborador fizesse a
coleta, e a importância daquele trabalho foi esclarecida ao colaborador e o mesmo foi
treinado a utilizar de forma correta o formulário.
FIGURA 3 – Posicionamento do formulário na máquina e cores de preenchimento.Fonte: Do autor, 2016.
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Figura 2 mostra o formulário desenvolvido para que o levantamento de dados fosse
realizado em todos os turnos de trabalho na operação 9.
FIGURA 2 – Formulário para levantamento das falhas.Fonte: Do autor, 2016.
Como mostrado na Figura 3 cada turno teve uma cor diferente para realizar a coleta dos
dados, pois quanto mais informações sobre as falhas melhor seria a análise do problema. O
formulário foi colocado em um local da máquina que facilitasse que o colaborador fizesse a
coleta, e a importância daquele trabalho foi esclarecida ao colaborador e o mesmo foi
treinado a utilizar de forma correta o formulário.
FIGURA 3 – Posicionamento do formulário na máquina e cores de preenchimento.Fonte: Do autor, 2016.
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Figura 2 mostra o formulário desenvolvido para que o levantamento de dados fosse
realizado em todos os turnos de trabalho na operação 9.
FIGURA 2 – Formulário para levantamento das falhas.Fonte: Do autor, 2016.
Como mostrado na Figura 3 cada turno teve uma cor diferente para realizar a coleta dos
dados, pois quanto mais informações sobre as falhas melhor seria a análise do problema. O
formulário foi colocado em um local da máquina que facilitasse que o colaborador fizesse a
coleta, e a importância daquele trabalho foi esclarecida ao colaborador e o mesmo foi
treinado a utilizar de forma correta o formulário.
FIGURA 3 – Posicionamento do formulário na máquina e cores de preenchimento.Fonte: Do autor, 2016.
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A máquina foi dividida em três partes para que os dados fossem estratificados e analisados
de forma assertiva, então as coletas foram realizadas no portal montagem sotto, na câmera
de identificação do mancal e na apertadeira sotto basamento. O levantamento das falhas
durou três dias em um total de 72 horas de coleta, esse tempo sempre com a máquina em
funcionamento.
Após o recolhimento dos formulários com os dados assinalados foi utilizada a técnica de
estratificação através do gráfico de Pareto como mostrado na Figura 4, com isso a análise
do problema será guiada para as maiores ocorrências diminuindo a chance da alocação de
recursos de forma incorreta. Podemos observar na Figura 4 que o maior número de falhas é
na câmera de identificação do mancal que teve 328 falhas, seguida pela falha na
apertadeira do sotto basamento com 153 falhas, com isso temos 70,84% das falhas que
causam paradas na produção e consequentemente perdas dos recursos da Empresa ABC.
FIGURA 4 – Estratificação das falhas.Fonte: Do autor, 2016.
Após a realização do 5G e da estratificação dos dados, o problema foi reescrito de maneira
mais clara e objetiva com o auxílio da ferramenta 5W1H como mostrado nas Figuras 5 e 6.
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FIGURA 5 – Fenômeno revisado para falha no sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
FIGURA 6 – Fenômeno revisado para falha na fixação dos parafusos do sotto basamento.Fonte: Do autor, 2016.
Já nas Figuras 7 e 8, temos os dois fenômenos revisados e melhor descritos para que a
análise da causa raiz fique assertiva.
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FIGURA 7 – Redefinição do problema para falha no sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
FIGURA 8 – Redefinição do problema para falha na fixação dos parafusos do sotto
basamento.Fonte: Do autor, 2016.
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Foi identificada que em média cada falha demora cerca de 35 segundos para ser
reestabelecida.
3.1.2 Estudar detalhadamente o sistema
Com o objetivo de analisar completamente os dados e descobrir o problema real, é
necessário ter um bom entendimento de como o sistema funciona. Desta maneira é possível
identificar se o sistema está fora das condições básicas para o seu funcionamento, ou seja,
estar nas condições em que o fornecedor do equipamento orienta para o bom
funcionamento do equipamento. Foram feitas as listas de componentes para cada problema
com o intuito de evidenciar os principais componentes do equipamento que podem ter
influência sobre as falhas, a lista de componentes é composta do nome do componente, as
funções principais daquele componente, o tipo do defeito e a consequência da anomalia no
funcionamento do componente. Foram verificados os componentes do sistema de
identificação de mancais e visto que o Dispositivo de reconhecimento de objetos 2D
apresentou várias falhas durante o acompanhamento e que a câmera que faz a leitura dos
mancais também apresentou várias falhas durante o acompanhamento como mostrado nas
Figuras 9 e 10.
FIGURA 9 – Lista de Componentes do sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
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FIGURA 10 – Lista de verificação Componentes do sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
Com a utilização dos 4M’s foi possível verificar que a câmera estava com uma trinca na
lente como mostrado na Figura 10, com isso foi realizada a troca da lente trincada por uma
nova. Após a troca da lente a máquina não apresentou mais falhas de leitura.
FIGURA 10 – Lista de verificação Componentes do sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
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FIGURA 10 – Lista de verificação Componentes do sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
Com a utilização dos 4M’s foi possível verificar que a câmera estava com uma trinca na
lente como mostrado na Figura 10, com isso foi realizada a troca da lente trincada por uma
nova. Após a troca da lente a máquina não apresentou mais falhas de leitura.
FIGURA 10 – Lista de verificação Componentes do sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
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FIGURA 10 – Lista de verificação Componentes do sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
Com a utilização dos 4M’s foi possível verificar que a câmera estava com uma trinca na
lente como mostrado na Figura 10, com isso foi realizada a troca da lente trincada por uma
nova. Após a troca da lente a máquina não apresentou mais falhas de leitura.
FIGURA 10 – Lista de verificação Componentes do sistema de identificação dos mancais.Fonte: Do autor, 2016.
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Após a análise da lista de componentes e do uso dos 4M’s para a falha na fixação dos
parafusos do sotto basamento, o estudo mostrou que o problema é com a falta de
capacitação dos colaboradores e também a falta de procedimento para a fixação dos
parafusos. O problema foi resolvido após os colaboradores serem capacitados e o
procedimento ser colocado na área.
4 CONCLUSÃO
Considerando que este artigo não foi focado na viabilidade financeira do estudo e sim na
comparação entre a aplicação de Kaizen ou retorno das condições básicas do equipamento
para a resolução dos problemas encontrados, os valores investidos, de retorno e ganho para
a empresa não serão colocados nos resultados.
Foi visto que o problema com a falha no sistema de identificação dos mancais foi resolvido
no segundo passo da metodologia MASP, demonstrando desta forma que o problema não
foi resolvido com a aplicação de uma melhoria, mas sim com o retorno da câmera as
condições de base, ou seja, sem a trinca na tela o que estava causando as falhas.
Desta forma o estudo mostrou que nem todos os problemas são resolvidos com a aplicação
de Kaizens, e mostra também que nem todos os projetos denominados como Kaizens são
realmente projetos de melhoria e sim projetos para retornar as máquinas para as condições
de base. Levando em consideração que esse estudo foi realizado em uma máquina,
podendo haver também outras áreas que possam reavaliar os projetos denominados como
projetos de melhoria contínua.
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REFERÊNCIAS
RODRIGUES, Arildo (Org.). Ferramentas da qualidade [apostila]. Belo Horizonte:Ietec, 2016.
RODRIGUES, Arildo (Org.). Manual para ferramentas da qualidade [apostila].Belo Horizonte: Ietec, 2014.
RODRIGUES, Arildo (Org.). Metodologia para análise e solução de problemas[apostila]. Belo Horizonte: Ietec, 2014.
RODRIGUES, Arildo (Org.). Manutenção Produtiva Total - TMP [apostila]. BeloHorizonte: Ietec, 2015.
HONDA, Auro K; VIVEIRO, Carlos T. Qualidade e excelência através dametodologia Kaizen. São Paulo: Érica, 1999.
<<2016>>
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