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Claudia Skilhan Faganello Neoplasias Palpebrais em Pequenos Animais: Revisão de literatura Porto Alegre - RS 2013

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Claudia Skilhan Faganello

Neoplasias Palpebrais em Pequenos Animais:

Revisão de literatura

Porto Alegre - RS

2013

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Claudia Skilhan Faganello

Neoplasias Palpebrais em Pequenos Animais:

Revisão de literatura

Monografia apresentada como requisito para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação,

Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de

Pequenos Animais, do Centro de Estudos

Superiores de Maceió, da Fundação Educacional

Jaime de Altavila, orientada pelo professor Dr.

João Antonio Tadeu Pigatto.

Porto Alegre - RS

2013

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Dedicatória

Aos meus filhos, Thiago e Henrique

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Agradecimentos:

Agradeço ao Professor Dr. João Antônio Tadeu Pigatto.

Por sua dedicação e entusiasmo como clínico e pesquisador.

Pela orientação tanto profissional, acadêmico e pessoal.

Por todas as oportunidades que me destes.

Minha gratidão e admiração eterna.

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Resumo

As neoplasias palpebrais em pequenos animais são desordens relativamente frequentes

em oftalmologia veterinária, aparecendo como massas de formas e coloração variadas

conforme sua classificação histológica. Para um bom planejamento do tratamento e

determinação do prognóstico, a histologia junto a outros métodos de diagnóstico, são

fundamentais. Biologia molecular e imunohistoquímica são valiosas ferramentas,

demonstrando marcadores celulares e antígenos virais específicos quando o exame

histopatológico convencional não é claro. O tratamento recomendado é a ressecção completa

do tecido afetado e a técnica varia conforme o tamanho, localização e classificação

histológica. Vários tratamentos podem ser associados a ressecção cirúrgica incluindo

crioterapia, radioterapia, braquiterapia, radiação beta, terapia laser; quimioterapia

intralesional, quimioterapia e imunoterapia, terapia fotodinâmica, e hipertermia. Visa-se com

o presente estudo realizar uma breve revisão dos aspectos clínicos e fisiopatológicos mais

significativos das neoplasias que acometem as pálpebras de cães e gatos, bem como

marcadores moleculares e tratamentos.

Palavras-chave: pálpebras, neoplasias palpebrais, pequenos animais.

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Lista de abreviaturas

BAAF- biópsia aspirativa por agulha fina

BrdU- bromodesoxiuridina

CCE- carcinoma de células escamosas

CfPV- papiloma vírus canino

COPLOW- Comparative Ocular Pathology Laboratory

MCC- número de mastócitos nos neoplasmas

MVD- densidade microvascular

PAS- ácido periódico de Schiff

PV- papiloma vírus

Pi- índice de fase do ciclo celular

TCG- tumores de células granulares

VEGT- fator de crescimento endotelial vascular

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Lista de ilustrações

Pag.

Figura 1– Anatomia normal da pálpebra de um cão. 11

Figura 2– Aspecto posterior da comissura medial palpebral onde visualiza-se a

carúncula lacrimal.

12

Figura 3 – Desenho esquemático da terceira pálpebra. 13

Figura 4 – Desenho esquemático da terceira pálpebra. 13

Figura 5 – Técnica de H-Plastia. 28

Figura 6 – Técnica de Ressecção em Cunha. 29

Figura 7 – Técnica de Ressecção Retangular. 29

Figura 8 – Técnica de Flap Rotacional de Pele. 30

Figura 9 – Flap semicircular, com deslizamento de tecido após ressecção

cirúrgica completa.

31

Figura 10– Flap semicircular, com deslizamento de tecido após ressecção

cirúrgica completa.

31

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Sumário

Pag.

INTRODUÇÃO 9

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10

1.1 Características Gerais Das Pálpebras 10

2. NEOPLASIAS PALPEBRAIS 14

2.1. Considerações Gerais 14

2.2. Histopatologia e Características Gerais das Neoplasias Palpebrais 15

2.2.1. Epitelioma, Adenoma e Adenocarcinoma Glandular 15

2.2.2. Papiloma 17

2.2.3. Histiocitoma 18

2.2.4. Melanoma, melanocitoma e nevo pigmentado 19

2.2.5. Carcinoma de Células Escamosas 22

2.2.6. Outras neoplasias palpebrais 24

3. TRATAMENTOS 26

CONCLUSÕES 32

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INTRODUÇÃO

As neoplasias palpebrais são responsáveis por uma porção importante da prática

clínica veterinária e podem causar alterações na posição das pálpebras e de suas funções

normais, muitas vezes levando a consequências devastadoras à visão ou ao bulbo ocular. Ao

exame clínico estas aparecem como massas de forma e coloração variadas conforme sua

classificação histológica, e o exame histopatológico deve ser utilizado para o diagnóstico

definitivo. Biologia molecular e imunohistoquímica são valiosas ferramentas, demonstrando

marcadores celulares e antígenos virais específicos quando o exame histopatológico

convencional não é claro.

A terapia deve ser adaptada ao tipo de neoplasia e ao paciente, após avaliação

sistemática e também de acordo com os interesses do proprietário. Em particular, é avaliada a

taxa de malignidade, a posição, o crescimento, a presença de metástases, invasão local, grau

de irritação corneoconjuntival, e resposta a tratamento anterior e atual.

A ressecção cirúrgica completa de tumores palpebrais é o tratamento de escolha, e

dependendo do resultado do exame histopatológico tem-se a opção de uso de terapia

adjuvante como crioterapia, terapia com radiação, quimioterapia ou imunoterapia. A

crioterapia é particularmente útil para pequenos tumores ou precoce, especialmente em idosos

ou debilitados.

Devido aos avanços na biologia molecular, uma vasta gama de marcadores foram

identificadas e podem ser usados para a estratificação de muitos tipos de tumores. Estes

genes, bem como suas proteínas foram codificados, apresentando finalidades e participação

em funções celulares associadas ao crescimento e proliferação celular (LOPES et al., 2010).

As observações pertinentes aos processos neoplásicos das pálpebras dos cães e gatos

consistem no objetivo deste estudo.

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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1. Características gerais das pálpebras

As pálpebras consistem de uma placa fibrosa tarsal e músculos, delimitada por pele

sobre a superfície externa e conjuntiva em sua superfície interna, que tem por função a

proteção ocular a corpos estranhos e à luz, além de distribuir o filme lacrimal sobre a

superfície da córnea. (MAGGS, 2008). Clinicamente é dividida em pálpebra superior (dorsal)

e inferior (ventral), e estas em canto nasal (medial) e canto temporal (lateral) (GELATT;

GELATT, 2003). A pálpebra superior é ligeiramente maior em extensão e um pouco mais

móvel do que a inferior (MURPHY et al., 2012).

A fenda palpebral (também chamada de rima palpebral) é a abertura entre as pálpebras

e apresenta tamanho variável nos pequenos animais. Esta fenda também varia

consideravelmente de orientação e está localizada mais frontal em raças menores e mais

lateralmente em raças maiores. A conformação da fenda palpebral em algumas raças de cães

depende das características anatômicas do crânio, sendo que cães braquicefálicos apresentam

a fissura palpebral arredondada enquanto os cães dolicocefálicos apresentam a abertura em

formato elíptico (OFFRI, 2008). Elas se encontram para formar o canto lateral e medial, com

a ajuda dos ligamentos palpebrais lateral e medial (PIPPI; GONÇALVES, 2009).

As pálpebras superior e inferior apresentam na face externa (pele) inúmeros folículos

pilosos, cílios e as suas respectivas glândulas sebáceas (CRISPIN, 2005). Cílios estão

presentes na margem palpebral superior em cães, e em gatos não há presença de cílios, mas

apresentam uma linha de pelos modificados que são essencialmente idênticos (HENDRIX,

2008). A camada intermediária da pálpebra é constituída por músculos, glândulas tarsais e

placa tarsal. Pele e conjuntiva encontram-se numa junção mucocutânea conhecida como a

margem da pálpebra. As pálpebras são ricamente suprida com nervos, vasos sanguíneos e

tecido linfático (CRISPIN, 2005).

As glândulas presentes na pálpebra de caninos e felinos apresentam funções

específicas relacionadas a produção do filme lacrimal corneano. As glândulas de Moll são

glândulas sudoríparas modificadas e se se abrem na margem palpebral, próximo à base dos

cílios. As glândulas de Zeiss são glândulas sebáceas rudimentares que se abrem no interior

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dos folículos que produzem os cílios. As glândulas tarsais ou de Meibomius são glândulas

sebáceas modificadas que estão implantadas na placa tarsal, um tecido fibroso que dá alguma

rigidez estrutural à pálpebra (Figura 1), e abrem-se na margem palpebral posterior aos cílios.

Seus orifícios são grosseiramente visíveis, e uma secreção branca acinzentada rica em

fosfolipídios pode ser observada mediante pressão digital (MAGGS, 2008; PETERSEN-

JONES, 2002).

Fonte: Martin

(2010) (modificado)

Figura 1: Anatomia normal da pálpebra de um cão.

Componentes do filme lacrimal drenam a partir da superfície ocular através dos pontos

lacrimais, que se encontram sobre as superfícies internas das pálpebras superior e inferior 3-4

mm lateral ao canto medial, aproximadamente oposto as últimas aberturas das glândulas

meibomianas. Esses canalículos lacrimais drenam para o saco lacrimal, que se localiza em

uma fossa do osso lacrimal (fossa lacrimal). Piscar cria uma pressão negativa no interior do

saco, extraindo assim as lágrimas (STADES; GELATT, 2008; MAGGS, 2008).

Uma proeminência triangular, a carúncula lacrimal, situa-se no ângulo medial da fenda

palpebral. Visualmente é pequena, com projeções de pelos finos e há a presença de glândulas

sebáceas semelhantes às glândulas tarsais, porém menores. A carúncula pode ou não ser

pigmentada (Figura 2) (MURPHY et al., 2012).

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Fonte: Murphy et al. (2012) (modificado).

Figura 2- Aspecto posterior da comissura medial palpebral.

O músculo orbicular é o músculo responsável principal pelo fechamento das

pálpebras, e está localizado imediatamente sob a pele (PIPPI; GONÇALVES, 2009). A

abertura das pálpebras requer o relaxamento do músculo orbicular, a elevação da pálpebra

superior e depressão da pálpebra inferior. Os músculos elevadores principais da pálpebra

superior são o levantador da pálpebra superior e músculo de Müller. A elevação do bulbo pelo

músculo reto superior é coordenada com a elevação da pálpebra superior (MAGGS, 2008).

Existem também três músculos superficiais faciais que contribuem para a abertura da fissura

palpebral, a parte palpebral do músculo esfíncter do colo profundo e o músculo retrator do

ângulo ocular (PIPPI; GONÇALVES, 2009).

A terceira pálpebra (também chamada de membrana nictitante) surge como uma dobra

do aspecto ventromedial de conjuntiva, e suas faces interior (bulbar) e exterior (palpebral)

são cobertas por epitélio escamoso estratificado não queratinizado. O estroma é tecido

conjuntivo fibroso e uma placa de cartilagem hialina em forma de T, reforça a estrutura da

terceira pálpebra. Existe tecido glandular e linfóide substancial. A glândula nictitante está

localizada na base da cartilagem em forma de T, e contribui significativamente para o filme

lacrimal (Figura 3) (CRISPIN, 2005). Esta membrana auxilia na proteção da córnea e das

conjuntivas de forma ativa ou passiva, recobrindo a córnea quando o bulbo sofre retração

(Figura 4) (MAGGS, 2008).

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Fonte: Murphy et al. (2012) (modificado).

Figura 3: Desenho esquemático da terceira pálpebra.

.

Figura 4: Desenho esquemático da terceira pálpebra.

Fonte: Murphy et al. (2012) (modificado).

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2. NEOPLASIAS PALPEBRAIS

2.1. Considerações Gerais

As neoplasias no bulbo ocular, órbita, ou anexos podem ter consequências

devastadoras para a visão, aparência e conforto de um animal, bem como ser um sinalizador

de doença potencialmente fatal em outras partes do corpo. Em virtude de sua localização, até

mesmo neoplasias oculares benignas podem causar cegueira e perda do olho (MILLER;

DUBIELZIG, 2007).

As neoplasias palpebrais são relativamente comuns em todas as espécies (MAGGS,

2008). Complicações advindas deste tipo neoplásico além de alterações cosméticas,

invariavelmente há a indução de processos irritativos da córnea, lagoftalmia, hemorragia e

possibilidade de evolução maligna comprometendo outras estruturas (BEDFORD, 1999).

Independentemente de seu grau histológico de malignidade elas podem causar o mau-

fechamento das pálpebras com consequente exposição ocular e úlcera de córnea

(MONTIANI-FERREIRA et al., 2008).

Adenoma sebáceo e adenocarcinoma, melanoma, papiloma são encontrados em

aproximadamente 80% das neoplasias palpebrais em cães. Outros tumores reportados incluem

carcinoma de células escamosas, carcinoma de células basais, epitelioma de glândula sebácea,

histiocitoma e mastocitomas (CRISPIN, 2005). Mesmo os tumores palpebrais

histologicamente malignos raramente metastatizam, embora sejam mais susceptíveis de ser

localmente invasivos e recorrência após a cirurgia. Em contraste, a maioria das neoplasias de

pálpebras em felinos são malignas (MILLER; DUBIELZIG, 2007; NEWKIRK;

ROHRBACH, 2009).

As neoplasias palpebrais encontradas em terceira pálpebra de cães incluem papiloma,

melanoma, adenocarcinoma, adenoma, carcinoma de células escamosas, hemangioma e

mastocitoma. Envolvimento secundário é mais comumente encontrado como uma

consequência de linfoma multicêntrico ou histiocitose sistêmica. É importante diferenciar

tumores primários de terceira pálpebra, que apesar de raros, infiltrações de áreas adjacentes

podem ocorrer (exemplo, tumores nasais) de tumores secundários (CRISPIN, 2005).

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Embora cada um desses tumores tenha alguns traços clínicos característicos ou

sugestivos, apenas o exame histológico realizado através de biopsia incisional ou excisional,

ou exame citológico de um aspirado, ou esfregaço de impressão, ou raspagem é definitivo no

diagnóstico. A terapia deve ser adaptada para o tipo neoplásico e após avaliação sistêmica e de

acordo com os interesses do proprietário (MAGGS, 2008).

Papilomas oculares tendem a ocorrer em animais jovens e acredita-se que o agente

etiológico seja um papilomavírus (PV). Vários estudos recentes correlacionam PV com o

desenvolvimento de carcinomas palpebrais. Histiocitoma juvenil canina afeta a pele das

pálpebras de animais jovens e de meia-idade, quando benignos adenomas e melanomas

ocorrem em animais idosos e adenocarcinomas sebáceos e melanomas malignos ocorrem em

animais muito idosos (MILLER; DUBIELZIG, 2007; WILLIS; WILKIE, 2001;

CONCEIÇÃO et al., 2010).

Carcinoma de células escamosas constitui mais de dois terços dos tumores de

pálpebras e terceira pálpebra de gatos e existe predileção pela pálpebra inferior canto medial

de gatos brancos. Carcinoma de células escamosas é menos frequente em cães, porém em

ambas as espécies o aumento da exposição à radiação solar e a ausência de pigmentação

destes anexos são considerados fatores predisponentes. Melanomas da conjuntiva podem

ocorrer em cães de idade avançada (média de 11anos), afetam mais frequentemente a terceira

pálpebra e a conjuntiva palpebral superior (MILLER; DUBIELZIG, 2007), enquanto em gatos

a frequência maior é em conjuntiva bulbar (PAYEN et al., 2008).

2.2. Histopatologia e Características Gerais das Neoplasias Palpebrais

2.2.1. Epitelioma, Adenoma e Adenocarcinoma Glandular.

Neoplasias das glândulas sebáceas são classificadas como epitelioma, adenoma

glandular, e adenocarcinoma de acordo com suas características histológicas e de crescimento

(TAVASOLI et al., 2012; TERIM KAPAKIN et al., 2008). Embora muitos cresçam

rapidamente e às vezes apareçam no exame histopatológico com características de

malignidade, eles geralmente são clinicamente benignos em cães (MAGGS, 2008).

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Neoplasias tarsais (ou Meibonianas) aparecem como massas proliferativas que surgem

a partir do orifício destas glândulas. Aumento da glândula em si é muitas vezes visível,

especialmente quando vista a partir da superfície da conjuntiva. Estes tumores também podem

estar associados com o aumento de secreções retidas e formação lipogranuloma associado

(calázio) (MAGGS, 2008).

A incidência destas neoplasias em cães é entre oito e 13 anos de idade. Raças com

maior risco são Cocker Spaniel Inglês, Cocker Spaniel, Samoyeda, Husky Siberiano, Cock-a-

Poo, Malamute do Alasca, West Highland White Terrier, Cairn Terrier, Dachshund, Poodle

Miniatura, Poodle Toy, e Shih Tzu. Não há predileção por sexo. Em gatos o pico de incidência

é entre sete e 13 anos, e Persas têm maior predisposição (DUBIELZIG, 2002).

O epitelioma da glândula tarsal (Meiboniana) é o segundo tipo de tumor benigno

encontrado na margem palpebral em cães. Estes tumores tendem a ser grandes e

arredondados, formando protrusões. Histologicamente são compostos primariamente de

células basais pobremente diferenciadas do epitélio escamoso queratinizado e das glândulas

sebáceas, não constituem estruturas lobulares, e suas células contêm pigmentos (DUBIELZIG,

2002). Acantoma (epitelioma intradérmico) é uma neoplasia benigna que permanece

conectado à epiderme por um pedúnculo ou poro e forma um núcleo central de queratina

sólido com pérolas de queratina proeminentes (DUBIELZIG, 2010).

O adenoma sebáceo é a neoplasia mais comum na pálpebra de cães (PETERSEN-

JONES, 2002), ocorrendo com mais frequência em animais de meia idade. É incomum em

outras espécies (MAGGS, 2008). Os orifícios excretores das glândulas afetadas por adenomas

apresentam ocasionalmente hiperqueratose papilar, e em uma amostra superficial, a distinção

histopatológica de um adenoma tarsal e um papiloma queratinizado pode ser difícil (PEIFFER

et al., 1999). O diagnóstico diferencial inclui blefarite crônica, calázio, piogranulomas

palpebrais e trauma (OGILVE; MOORE, 1996).

Relatos de neoplasias caninas orbitais envolvendo tecido glandular são raros, e deve-se

diferenciar adenocarcinoma da glândula lacrimal de adenoma pleomórfico da glândula

lacrimal. Adenoma lobular caracteriza-se por tecido razoavelmente bem diferenciado, sendo

este glandular lobulado semelhante à glândula lacrimal ou salivar zigomática e ausência total

de diferenciação dos ductos no interior dos nódulos neoplásicos. Avaliação histológica

mostrou a presença de grandes células epiteliais com núcleos pequenos e redondos e grânulos

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citoplasmáticos PAS-positivos. Diferentemente da maioria dos adenomas, este tumor tem uma

alta taxa de recorrência (HEADRICK, 2004). Shields e Shields (1993) relatam em um estudo,

que tumores epiteliais das glândulas lacrimais podem ser 50% benignos e 50% malignos.

O adenocarcinoma sebáceo é um tumor raro fatal, sendo responsável por menos de 1%

de todas as neoplasias da pálpebra (GOKHAN et al., 2010; TAVASOLI et al., 2012). No

exame histopatológico, estas neoplasias apresentam células epiteliais e células basais com o

mesmo alinhamento, características locais invasivas e nos seus citoplasmas têm vacúolos

contendo gotículas lipídicas (JOHNSON et al., 1999). Adenocarcinoma é um tipo de

neoplasia que tem origem nas glândulas meibomianas, mas também podem ocorrem nas

glândulas de Zeis em alguns animais (BEDFORD, 1999). Goldschmidt e Hendrick (2002)

citam as raças com maior predisposição o Cocker Spaniel, West Highland White Terrier,

Scottish Terrier, e Husky Siberian.

As complicações usualmente observadas, além do prejuízo cosmético, incluem

irritação, conjuntivite e ceratite ulcerativa secundária ao contato da massa com a conjuntiva e

córnea (SLATTER, 2005).

O tratamento consiste de ressecção local e pode ser associado a crioterapia para

reduzir a sua recorrência. Ressecção e crioterapia podem ser feito com sedação e anestesia

regional, preferível em cães idosos (MAGGS, 2008). A taxa de recorrência de é de 15% e a

média de tempo de recorrência é de 7,4 meses em estudos onde somente criocirurgia foi

utilizada, em comparação com uma taxa de recorrência de 11% e tempo de recorrência média

de 28,3 meses após a excisão cirúrgica (MAGGS, 2008).

2.2.2. Papiloma

Os papilomas são tumores que tendem a ser bem demarcados, superficiais e que

induzem mínimas alterações na derme e tecidos profundos (KROHNE, 1998; OGILVIE;

MOORE, 1996). A presença de corpos de inclusão intranucleares gera forte suspeita de lesão

induzida por vírus (WIGGANS et al., 2012). Em animais imunocompetentes, papilomas

perioculares normalmente regridem espontaneamente e não requerem tratamento, a menos

que causem irritação na córnea. Em cães idosos, papilomas e histiocitomas muitas vezes

podem persistir (MILLERS; DUBIELZIG, 2007).

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O papilomavírus está também implicado no desenvolvimento de outras neoplasias da

pele, tais como fibropapilomas cutâneo em felinos (também chamado sarcóide felino),

papilomas orais, papilomas cutâneo e carcinoma de células escamosas invasivo

(RODRIGUES et al., 2010). Wiggans et al. (2012) citam que existem seis papilomavírus

canino (CfPVs) cujos genomas foram sequenciados, dos quais quatro destes, (COPV, CfPV-2,

CfPV-3, e CfPV-4) tem sido associados com transformação maligna de papilomas em

carcinomas de células escamosa em cães. As lesões são frequentemente multifocais com a

presença de placas crostosas e histologicamente caracterizadas por hiperplasia epidérmica

irregular e displasia.

Os fatores predisponentes que podem promover essa transformação neoplásica

incluem luz ultravioleta, comprometimento da resposta imune do hospedeiro, interrupção da

via de interferon e desregulação da sobrevivência celular, bem como diferenciação celular, e

capacidade de resposta do fator de crescimento por atividade serina / treonina quinase

alteradas (MUNDAY; KIUPEL, 2010). Em gatos, papilomas cutâneos raramente ocorrem,

quando são diagnosticadas, elas geralmente têm uma aparência semelhante a haste, e a pele ao

redor da lesão é a alopécica (BERNAYS et al, 1999).

2.2.3. Histiocitoma

Histiocitomas palpebrais são neoplasias benignas derivadas de células da linhagem

monócitos-macrófagos (SCOTT et al., 1995), podendo apresentar-se como massa única ou

como massas múltiplas no cão como parte de complexo histiocítico cutâneo ou parte da

síndrome histiocitose sistêmica (GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002). O diagnóstico ocorre

em animais de qualquer faixa etária, mas geralmente em cães com menos de quatro anos de

idade (ANGUS; DE LORIMIER, 2004; PAMELA et al., 2007; PATEL et al., 2008; MARTIN,

2010).

As raças particularmente suscetíveis ao histiocitoma são Boxers, Dachshunds,

Retrievers de pelo curto, Cocker Spaniels, Grandes Dinamarqueses, Pastores de Shetland e

Bullterriers (SCOTT et al., 2001; GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002; VAIL; WITHROW,

2007). Maggs (2008) cita as raças Pastor de Bernese, Galgo Irlandês, Rottweillers, Retrievers,

e Basset Hounds parecem ser predispostas a essa neoplasia.

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Os histiocitomas geralmente apresentam-se como uma massa rosada, causando

alopecia, podendo crescer de forma rápida e ulcerar. O parênquima do histiocitoma é

constituído por células uniformes semelhantes histiócitos, que se infiltram na derme e

subcutâneo, entre as fibras de colágeno da pele e anexos (LEW et al., 2010). No exame

histológico verifica-se células ovais ou multiangulares, com citoplasma basofílico pálido,

núcleos ovais ou em forma de rim e nucléolos indistintos, e manifestam alta atividade mitótica

(GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002; PAMELA et al., 2007).

O histiocitoma fibroso maligno, assim como ocorre em humanos pode acometer os

animais. Surge na pele ou no baço como um tumor único, expansivo, ou como parte de uma

doença de múltiplos órgãos, envolvendo pulmões, nódulos linfáticos, fígado, baço, ossos e

rins. Golden Retrievers e Rottweilers são raças mais acometidas. Geralmente tem um aspecto

cinzento/branco, mas também pode ter manchas vermelhas, dependendo da quantidade de

hemorragia e necrose. As margens são frequentemente distintas, mas sem encapsulamento.

Alguns tumores apresentam zonas irregulares com esclerose do colágeno estromal. No exame

histológico, as células apresentam-se com cariomegalia, multinucleadas e atipia nuclear

(GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002).

2.2.4. Melanoma, melanocitoma e melanose ocular

Os neoplasmas melanocíticos são formados a partir de melanoblastos e melanócitos,

células capazes de produzir melanina, os quais tem origem no neurectoderma. Em medicina

veterinária, a forma benigna dos tumores melanocíticos é denominada melanocitoma e a

maligna de melanoma (ROLIM et al., 2012).

As neoplasias melanocíticas palpebrais, em cães, são em maioria consideradas de

comportamento benigno, contudo, metástase tem sido relatada (DEES et al., 2012) e a

estrutura histológica é idêntica ao do melanocitoma cutâneo (BABA; CÂTOI, 2007). O

melanoma conjuntival é extremamente raro em comparação com outros melanomas oculares,

sendo que aqueles que envolvem a terceira pálpebra apresentam características de maior

malignidade, e as recidivas e as metástases são comuns (DEES et al., 2012).

A coloração característica nestes tumores são de intensa pigmentação mas há estudo

relatando melanomas amelanóticos. No exame histológico, há a presença de melanócitos

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redondos com anisocariose leve e atividade mitótica pobre, mas quando ocorre melanose

reduzida, com células epiteliais angulares é associado com acentuada anisocitose e mitoses

numerosas (BABA; CÂTOI, 2007). Os melanócitos atípicos aparecem quer como células

individuais ou pequenos ninhos de células tumorais na porção inferior da epiderme ou a

bainha externa da raiz do folículo piloso. Também pequenas células fusiformes com grânulos

de melanina intracitoplasmáticas podem ser observadas (GOLDSCHMIDT; HENDRICK,

2002).

A melanose ocular pode ser diferenciada de melanocitomas com base na ausência de

formação de uma grande massa e à ausência de uma população de células fusiformes

secundária de células neoplásicas altamente pigmentadas e células grandes globosas (DEES et

al., 2012).

Os melanocitomas variam consideravelmente na sua aparência, o que pode estar

relacionado com a duração de tempo em que estão presentes na pele. Lesões menores são

surgem como máculas pigmentadas, ao passo que as lesões maiores podem ter cinco

centímetros ou mais de diâmetro. A coloração do tumor depende da quantidade de melanina

no interior das células, e varia desde o preto através de vários tons de castanho a cinzento e

vermelho. A hiperpigmentação da epiderme pode estar presente, como grande parte da derme,

muitas vezes substituída pelo tumor, e em massas maiores também há infiltração para dentro

do tecido subcutâneo (GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002).

As células tumorais são geralmente positivas para marcadores moleculares vimentina,

S100, enolase neurônio-específica, e Melan-A e negativo para citoqueratina. O índice mitótico

é o critério mais adequado para a diferenciação histológica entre melanocitomas e melanomas,

e também correlaciona-se com potencial metastático (DEES et al., 2012; WILCOCK;

PEIFFER, 1986).

As raças com maior risco são Vizsla, Schnauzer miniatura, Schnauzer standard,

Chesapeake Bay Retriever, Schnauzer gigante, Doberman Pinscher, Airedale Terrier, Setter

Irlandês, Brittany Spaniel, Golden Retriever, Shar-pei, Rottweiler, e Cairn Terrier. Predileção

sexual não foi observado. Os gatos têm uma baixa incidência de melanocitomas. O pico de

incidência ocorre entre quatro e 13 anos de idade e Domestic Shorthair apresentam maior

risco. Cães com menos de um ano de idade desenvolvem ocasionalmente melanocitomas, mas

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é difícil de estabelecer se estas são lesões congênitas. O pico de incidência é encontrado entre

cinco e 11 anos de idade. (GOLDSCHMIDT; HENDRICK, 2002).

Melanoma maligno em cães tende a ser menos pigmentado e é localmente agressivo.

Essa característica amelanótica com critérios específicos histológicos e marcadores

imunohistoquímicos positivos como Melan-A, PNL-2 e proteínas tirosina reativas são usados

na identificação (SMEDLEY et al., 2011).

Vários parâmetros moleculares têm sido avaliados na literatura veterinária recente pela

sua capacidade prognóstica em neoplasias melanocíticas em cães, como fração de crescimento

do tumor, avaliada por imunohistoquímica para Ki67 onde foi demonstrado ser

significativamente diferente entre neoplasias melanocíticas benignas e malignas, com valores

crescentes negativamente correlacionada com a sobrevivência. A avaliação do índice de fase

do ciclo celular (Pi) mensurado por bromodesoxiuridina (BrdU) ou antígeno de proliferação

nuclear celular (PCNA) diferiram significativamente entre as neoplasias malignas e benignas

de vários sites de cães e gatos (IDIKIO, 2010; SMEDLEY et al., 2011).

A correlação entre Ki67 e PCNA foi de significativa, mas não foi estatisticamente

relacionada com a duração de sobrevivência. Expressão de Melan A/ MART-1, S-100,

vimentina e enolase neuronal específica (NSE) apresentam valor como marcadores de

prognóstico bastante limitado (ROELS et al., 1999; SMEDLEY et al., 2011). Em um estudo

recente, a utilização combinada de anticorpos de Melan A, PNL2, e tirosinase proporcionaram

uma sensibilidade elevada (98%) dos tumores melanocíticas. O uso combinado de Melan A e

PNL2 aumentou ligeiramente a sensibilidade (VARA; MILLER, 2011).

Alterações na expressão de p53, PTEN, Rb, p21 (WAF-1), e p16 (ink-4a) foram

encontradas nestas neoplasias, mas não houve diferenças significativas entre os tumores

benignos e malignos e não houve correlação com a sobrevivência. Diferenças em ploidia de

DNA e outras variáveis morfométricas foram mostradas entre neoplasias benignas e malignas

melanocíticas, mas nenhuma correlação com o tempo de sobrevivência foi demonstrada

(SMEDLEY et al., 2011).

Apenas um estudo examinou a densidade microvascular (MVD) e o número de

mastócitos nos neoplasmas (MCC) como parâmetros de pior prognóstico para a neoplasia

melanocítica canina (MUKARATIRWA et al., 2006). Alterações na expressão do fator de

crescimento endotelial vascular (VEGF), outro parâmetro avaliado, até o presente momento,

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não trouxe conclusões sobre o significado prognóstico diferindo dos estudos em humanos

(SMEDLEY et al., 2011).

A maioria dos melanocitomas é de crescimento lento e passível de excisão cirúrgica,

que é o tratamento de escolha (GOLDSCHMIDT e HENDRICK, 2002). A localização mais

frequente para melanoma palpebrais em cães é conjuntival, e a ressecção cirúrgica deve

remover 3-5 mm margens livres e crioterapia suplementar. Invasão de melanoma de

conjuntiva para a órbita é um sinal prognóstico muito pobre em seres humanos, e exenteração

orbital é muitas vezes incapaz de evitar disseminação metastática e alterar o curso clínico da

doença. Portanto, a exenteração orbital deve ser reservada como um tratamento paliativo para

estágios avançados de melanomas conjuntivais que tenham entrado numa fase agressiva

(PAYEN et al., 2008).

2.2.5. Carcinoma de Células Escamosas

O carcinoma de células escamosas (CCE) pode acometer as pálpebras, terceira

pálpebra e o bulbo ocular de todas as espécies domésticas, mas é especialmente mais

frequente nas áreas palpebrais despigmentadas de equinos, bovinos e felinos (MAGGS,

2008). O tumor está associado à exposição à luz ultravioleta e é mais comum em regiões de

grande insolação ou de grandes altitudes (SLATTER, 2005).

CCE é classificado em três categorias com base em seu tamanho e invasividade em

carcinoma “in situ”, carcinoma de células escamosas não invasivo e carcinoma de células

escamosas invasivo (TAVASOLI et al., 2012). Embora os carcinomas de células escamosas

possam metastizar para os linfonodos regionais e, eventualmente, para os pulmões, os

tumores são tipicamente caracterizados por invasão local (SLATTER, 2005).

A manifestação clínica varia de acordo com o grau de evolução do tumor. Em um

estágio inicial pode-se assemelhar-se a uma reação inflamatória moderada. Porém com a

progressão do desenvolvimento o tumor pode se tornar ulcerado (MILLER, 1992). Neoplasias

invasivas resultam em inflamação local com blefarite e conjuntivite. Os sinais clínicos

incluem descarga ocular purulenta crônica, a qual pode ser temporariamente ou parcialmente

sensível aos antibióticos. Escoriação periocular, conjuntivite crônica, e lesões crostosas ou

hemorrágicas das pálpebras são comuns. Carcinoma de células escamosas deve ser

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diferenciado de outras causas como blefarite crônica (MAGGS, 2008). Carcinomas da

glândula da terceira pálpebra são raros, com característica sólida, invasiva, como uma massa

na base da conjuntiva ventromedial (DUBIELZIG, 2002).

Em gatos, carcinoma de células escamosas é frequentemente multifocal, e há risco no

olho contralateral, tal como a ponta da orelha (DUBIELZIG, 2002). CCE compreende dois

terços de tumores da pálpebra e terceira pálpebra em felinos, com predileção para a pálpebra

inferior, canto medial em gatos brancos. Queratose actínica e carcinoma Bowenóide in situ,

relacionado com Papilomavírus, são duas formas distintas de carcinoma in situ de células

escamosas em felinos. Em um estudo recente, a imunohistoquímica para p53 e antígeno para

papilomavírus foram positivos e relacionados com um papel importante na patogênese de

CCE junto a exposição ao sol (FAVROT et al., 2009). Estudos demonstram a correlação do

gene p53, exposição ao tabaco, imunodeficiência como fatores predisponentes (FERREIRA,

2006; SCOTT, 2001; SNYDDER, 2004).

Em cães CCE é menos frequente, mas a exposição à radiação solar, falta de

pigmentação dos anexos oculares, e irritação da superfície ocular crônica, são considerados

ser fatores predisponentes. O diagnóstico é confirmado através de citologia e biopsia

excisional. Em casos de tumores maiores, a biopsia aspirativa com agulha fina (BAAF) ou a

biopsia incisional são úteis no planejamento da terapia adjuvante (MILLER; DUBIELZIG,

2007).

As várias modalidades de tratamento incluem excisão cirúrgica isolada ou combinada

com outros procedimentos como crioterapia, radioterapia, fototerapia, quimioterapia

intralesional (SPUGNINI, 2009), imunoterapia e combinação entre estes tratamentos (SMITH

et al., 2008). Para tumores metastáticos devem ser considerado outras formas de tratamento,

como retinóides sintéticos (OGILVE; MOORE, 1996), piroxican (JONES et al., 1993) e

quimioterápicos sistêmicos ou administrados por via intralesional como cisplatina, 5-fluoracil

e mitoxantrone (MILLER; DUBIELZIG, 2007). Irritação e invasão local profunda é possível

optar por enucleação como tratamento de escolha (DUBIELZIG, 2002).

2.2.6. Outras neoplasias palpebrais

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Lu e Dubielzig (2012) relatam em um estudo recente o diagnóstico de tumores de

células granulares em oito cães avaliados no Comparative Ocular Pathology Laboratory of

Wisconsin (COPLOW). Os tumores de células granulares (TCG) são raros, de crescimento

lento, não dolorosos, únicos, de caráter benigno que ocorrem em cães mais velhos, sem

predisposição racial. TCG geralmente ocorrem na língua, mas casos foram relatados na

orelha, lábio, palato, meninges, córtex cerebral, coração, linfonodos e pele. A faixa etária

variou de cinco a 12 anos. A apresentação clínica inclui edema palpebral e hiperemia, a pele

que recobre a massa neoplásica ulcerada, e conjuntiva hiperêmica. Os tumores eram bem

delineados, firmes nódulos, composto de matriz altamente colagenosa e células com

quantidades abundantes de citoplasma granular e limites celulares distintos. Vimentina foi

positivo e citoqueratina foi negativo em 100% de células de tumor em todos os oito casos.

Neoplasias do endotélio vascular na conjuntiva e terceira pálpebra são raras, e poucos

são os relatos, mais comumente em cães e cavalos. As características clínica destes tumores

geralmente apresentam-se como pequenas massas, hiperêmicas, elevadas lesões da

conjuntiva, geralmente na terceira pálpebra. A ressecção cirúrgica destes tumores com

margens livres é curativa. A distinção entre hemangioma e hemangiossarcoma depende do

grau de diferenciação celular e invasão local. Tumores agressivos invadem tecidos oculares e

o tratamento requer excisão agressiva ou extensa, incluindo enucleação. Em cavalos, tem

havido especulação de que esses tumores são dos vasos linfáticos, mas essa interpretação não

é clara. Estes tumores dos anexos oculares não sofrem metástase. A exposição à luz

ultravioleta pode ser um fator de risco na patogênese destas neoplasias e o fator VIII é

detectável em células endoteliais de cães e cavalos afetados (DUBIELZIG, 2002).

Diagnóstico diferencial de neoplasias do endotélio vascular em felinos inclui são

xantogranuloma, complexo granulomatoso eosinofílico, cisto epitelial e granuloma

(MULTARI et al., 2002). O pico de incidência variou entre 3,7 a 10 anos de idade (PIRIE;

DUBIELZIG, 2006). Raças de cães com maior predisposição incluem Pastor Alemão, Golden

Retrievers, e Labrador Retrievers e o pico de incidência variou entre oito e 13 anos (LIAPIS;

GENOVESE, 2004).

Linfossarcoma é observado ocasionalmente nas pálpebras como tumor primário ou

como manifestação de doença sistêmica. Em um estudo, Hong et al. (2011) relatam um

linfoma de terceira pálpebra em um cão, com proliferações de folículos linfóides rodeadas por

células linfóides que formam uma zona marginal. Algumas células apoptóticas com cariotipia

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nuclear foram observadas no centro germinativo dos folículos linfóides. Figuras de mitose,

neste estudo, eram raras. À imunohistoquímica, as células tumorais expressaram como

marcadores moleculares o CD79a, mas não CD3.

Mastocitomas são proliferações neoplásicas dos mastócitos com potencial de

malignidade variável que podem ocorrer nas pálpebras e na conjuntiva (DUBIELZIG, 2002).

Constituem 16–21% dos tumores cutâneos em cães. Cães sem raça definida são os mais

afetados, e cães das raças Labrador Retrievers, Golden Retrievers, e Boxers estão sobre

representados em alguns estudos. O tratamento cirúrgico de mastocitomas perioculares é

complicado pela dificuldade de obter margens suficientemente amplas, nesta localização,

preservando ao mesmo tempo a função ocular. Há um sistema de classificação morfológica

consiste de três graus, de grau 1 (mais benigna) para grau 3 (mais maligno). Não existe um

sistema de classificação para felinos. Mastocitoma subtipo 'histiocitário' raramente ocorrem

em gatos jovens, são compostas de células neoplásicas com citoplasma abundante

(DUBIELZIG et al., 2010).

Tumores da bainha dos nervos periféricos (PNST) ocorre em gatos. Há 25 casos no

arquivo COPLOW, o que representa 1% de tumores oculares em felinos. A designação de

PNST se baseia no reconhecimento de uma característica morfológica e imunohistoquímica. A

organização caracteriza-se pela presença de células fusiformes com padrão celular de Antoni

A ou B, normalmente em baixo grau (grau 1), com células dispostas em linhas ou paliçadas

(DUBIELZIG et al., 2010).

Os tumores de origem mesenquimal são observados ocasionalmente são nas pálpebras

(VASCELLARI et al, 2005). São tumores firmes de crescimento lento, caracterizados por

comportamento agressivo local e metástase tardia (PETERSON, 2008).

Os indicadores de prognóstico são fatores como o tamanho tumoral, localização,

estadiamento e avaliação histológica. O estadiamento do tumor deve incluir a avaliação

citológica do linfonodo local, radiografia de tórax e ultrassonografia abdominal com aspiração

de órgãos anormais. Índices de proliferação celular, como AgNOR’s, PCNA, Ki-67 são

usados como parâmetros moleculares associados ao grau de agressividade (FIFE et al., 2011).

O tratamento indicado é ressecção cirúrgica e Montiani-Ferreira et al. (2009) citam a

carboplatina que é um citostático indicado para o controle do fibrossarcoma.

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Os tumores epiteliais originados dos anexos oculares ocorrem como aqueles

observados na pele e incluem tumor de células basais (tricoblastoma), tricoepitelioma,

epitelioma intradérmico cornificado e pilomatrixoma (MAIA, 2005). Tricoblastoma é um

tumor benigno com ocorrência em cabeça e pescoço de cães. Há substituição tecidual, com

perda de estroma celular, e baixa diferenciação do epitélio remanescente do bulbo do pelo

(derme). Tricoepitelioma é de origem folicular, muitas vezes é contínuo com a superfície da

epiderme e estende-se profundamente dentro da derme mostrando características variáveis de

diferenciação do folículo piloso (DUBIELZIG et al., 2010).

Os cistoadenomas em gatos persas (hidrocistomas) em pálpebras são multifocais,

pigmentados e nodulares. Visto frequentemente em gatos persas. Cada lesão é composta de

um ou mais cistos epiteliais, com células epiteliais cubóides, suspeita-se origem a partir de

glândulas sudoríparas. Os cistos são preenchidos com material marrom espesso e muitas vezes

com infiltrado histiocitário. Existe um potencial para a ocorrência de lesões recorrentes em

outros locais nas pálpebras após ressecção cirúrgica (DUBIELZIG et al., 2010).

3. TRATAMENTOS

Os princípios básicos da cirurgia oncológica devem ser considerados, incluindo

ressecção completa do tecido afetado, com uma manipulação mínima de tecido saudável

adjacente (AQUINO, 2007). Em ressecção cirúrgica prima-se pela preservação da função

mecânica, glandular e estética das pálpebras. Todos os procedimentos visam manter a margem

palpebral como uma junção muco-cutânea, mas o tamanho da lesão é um fator importante a

ser considerado, e o envolvimento dos pontos e canais lacrimais acarreta maiores prejuízos,

pois a oclusão dos mesmos pode gerar epífora crônica (MAIA, 2005).

O linfonodo regional se houver comprometimento deve ser removido, assim como

delimitar as margens do tecido a serem excisadas, bem como avaliação histológica após a

ressecção cirúrgica. Para os tumores menores que envolvem um terço ou menos da margem

da pálpebra, a técnica de ressecção em cunha da espessura total é indicada. Quando mais do

que um terço do comprimento total da pálpebra precisa ser removido, a excisão total

associada a algum procedimento de blefaroplastia, pode ser indicada (MAGGS, 2008).

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Muitas técnicas para a reconstrução da pálpebra têm sido descritas na literatura

veterinária. E todas as técnicas de blefaroplastia para a correção dos defeitos oriundos da

exérese de massas neoplásicas visam priorizar a preservação da função mecânica, glandular e

estética das pálpebras (MAIA, 2005). Um dos procedimentos mais simples de blefaroplastia é

a H-plastia ou de avanço de retalho de pele (figura 5). Para lesões mais extensas, uma

variedade de avanço, rotação, retalhos de pele axiais e enxertos miocutâneos livres podem ser

usados, dependendo do tamanho e localização do tecido a ser substituído. Esses

procedimentos devem ser realizados por um cirurgião experiente em cirurgia reconstrutiva e

anastomoses vasculares microcirúrgicas (MAGGS, 2008).

Fonte: Slatter (2008)

Figura 5: Técnica de H-plastia.

Técnica de Ressecção em Cunha consiste na simples ressecção em espessura total em

forma de “V” do segmento afetado seguido da síntese. A utilização de uma pinça de calázio

ou uma placa palpebral de Jaeger auxilia na contenção da estrutura palpebral. A incisão pode

ser realizada com uma tesoura de tenotomia ou com uma lâmina de bisturi número 15. A

sutura deve ser realizada em dois planos: o primeiro plano aproxima a subconjuntiva e a placa

tarsal com pontos interrompidos simples (fio de poliglactina 6-0) com nós sepultados e o

segundo plano aproxima a pele com pontos simples interrompidos ou em “8” (fio de náilon

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monofilamentoso 5-0 ou 6-0). É importante que as margens palpebrais estejam perfeitamente

alinhadas e que os nós não entrem em contato com a superfície ocular (MAIA, 2005) (figura

6).

Fonte: Slatter, (2008)

Figura 6: Técnica de ressecção em cunha.

Para excisões simples, excisão retangular ou em forma de casa pode ser realizada,

permitindo a ressecção com margens adequadas sobre uma maior massa, com preservação

máxima da margem da pálpebra. Incisões paralelas são feitas perpendiculares à margem da

pálpebra 2 a 3 mm de distância da massa e estende-se um pouco além da neoplasia. Incisões

convergentes são então feitas a partir da extremidade da incisão dorsal paralela a um ponto a 2

a 3 mm além da massa (figura 7) (AQUINO, 2007).

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Fonte: Aquino (2007) (modificado)

Figura 7: Técnica de ressecção retangular.

Blefaroplastia de neoplasias maiores utiliza-se técnica de flap de enxerto rotacional e

em um estudo Schmidt e colaboradores descrevem flaps de transposição sobre a superfície

externa escarificada da terceira pálpebra (Figura 8) (SCHMIDT et al., 2005).

Fonte: Schmidt et al. (2005)

Figura 8: Técnica de flap rotacional de pele.

A técnica de flap semicircular é um enxerto de rotação e de deslizamento, a partir da

região periocular lateral (Figuras 9 e 10). Ela pode ser usada defeitos da pálpebra tanto medial

e lateral que envolve até 60% da margem da pálpebra. É um processo de uma só fase, que tem

a vantagem de substituição da região central, com pálpebra marginal tecido normal. É

realizada por incisão de um semicírculo (AQUINO, 2007).

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Fonte: Aquino (2007) (modificado)

Figuras 9-10: Flap semicircular, com deslizamento de

tecido após ressecção cirúrgica completa.

Cirurgia micrográfica de Mohs (MMS) é padrão ouro para a excisão de neoplasias

invasivas, de alto risco em dermatologia humana, onde utiliza uma técnica de corte horizontal.

(BERNSTEIN et al., 2012). A excisão ocorre em um ângulo de 45 ° com a identificação

subsequente do tumor residual usando microscopia de luz. Este método proporciona controle

histológico total das margens cirúrgicas, e alcança a menor taxa de recorrência com a

preservação máxima de tecido não envolvido. Neste estudo, o autor e colaboradores

descrevem o planejamento da cirurgia e reconstrução palpebral. A excisão foi delineada com 5

mm de margens laterais e um mapa bidimensional foi elaborado para referência. As secções

foram numeradas e arestas tingidas com cores diferentes auxiliando no exame

histopatológico.

Van Der Woerdt (2004) cita em seu estudo, as vantagens e desvantagens de cada

técnica. O prognóstico para adenomas palpebral, adenocarcinomas, papilomas, e tumores de

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células basais após excisão completa é excelente. Prognóstico é reservado para o melanoma,

mastocitoma, e carcinoma de células escamosas se há recorrência após excisão (AQUINO,

2007).

Uma variedade de tratamentos associados a ressecção cirúrgica está disponível para

uso incluindo crioterapia, radioterapia, radioterapia gama intersticial (braquiterapia), radiação

beta, terapia laser; carboplatina intralesional, quimioterapia e imunoterapia, terapia

fotodinâmica, e hipertermia. A crioterapia pode ser usada junta à ressecção cirúrgica e

tumores menores de 1-3 mm podem ser tratados com crioterapia isoladamente, embora

biopsias para fins de diagnóstico devam ser realizadas antes do tratamento. O uso extensivo

de crioterapia em torno do olho pode resultar em deformações das margens das pálpebras com

entrópio cicatricial (AQUINO, 2007).

Recomendações de segurança ao usar braquiterapia incluem que durante a recuperação

da anestesia geral, o pessoal deve permanecer a 2 m do paciente, o proprietário deve ter o

mínimo de contato com o animal durante os 10 dias após o procedimento de implante. Outras

desvantagens são de custo substancial, disponibilidade limitada, restrições de licenciamento

para o seu manuseio. Além disso, a configuração das sementes durante a implantação nunca é

precisa, e podem resultar na distribuição desigual do isótopo e dosimetria, levando a efeitos

colaterais como necrose dos tecidos moles adjacentes, opacidade da córnea temporária,

alopecia, e despigmentação local. Alterações na retina ou na lente não foram relatadas após

irradiação intersticial, mas a possibilidade de danos de fotorreceptores e formação de catarata

deve ser considerada. As cataratas são relatadas em 10 a 25% dos casos expostos irradiação

por cobalto-60 (HARDMAN; STANLEY, 2001).

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CONCLUSÕES

As neoplasias palpebrais em pequenos animais podem ser de origem primária ou

secundária. Em cães estes tumores têm um baixo potencial metastático para locais distantes e

em gatos desenvolvem-se com menos frequência, mas geralmente com características

malignas. O diagnóstico baseia-se por meio de exame histopatológico podendo ser associado

a outras técnicas. Independentemente da sua localização na pálpebra, a excisão de todo o

tecido neoplásico é frequentemente curativa. A blefaroplastia mais elaborada é geralmente

necessária em grandes massas neoplásicas com tamanho maior que 1∕4 da extensão palpebral.

A biologia molecular e imunohistoquímica são valiosas ferramentas de diagnóstico para

demonstrar marcadores celulares específicos e antígenos virais quando o exame

histopatológico convencional não é claro.

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REFERÊNCIAS

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