Nervos Em Geral Pronto
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Universidade Federal de Sergipe
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Departamento de Morfologia
Sistema nervoso periférico: nervos espinhais e plexos
Cervical e Braquial
Airton Lima
Pedro Guimarães
Rebeca Zelice
Victor Hugo
São Cristóvão
2010
1
SumárioNervos................................................................................................................................3
Terminações nervosas.......................................................................................................4
Nervos espinhais................................................................................................................6
Plexo cervical....................................................................................................................7
Lesões do plexo cervical...................................................................................................8
Bloqueio anestésico do plexo cervical..............................................................................8
Plexo Braquial...................................................................................................................9
Lesões do plexo braquial.................................................................................................11
Bloqueio anestésico do Plexo Braquial...........................................................................13
Perguntas.........................................................................................................................15
Referências Bibliográficas...............................................................................................18
2
Sistema nervoso periférico: nervos espinhais e plexos Cervical e Braquial.
Nervos
Conceito: nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas
reforçadas por tecido conjuntivo que unem o SNC aos órgãos periféricos.
Generalidades:
Estrutura do neurônio: O neurônio é composto por um pericário ou corpo celular, desse
corpo celular saem prolongamentos, alguns chamados de dendritos outros de axônios.
Função dos nervos: Os nervos tem a função de conduzir impulsos nervosos do SNC
para a periferia (nervos eferentes) e da periferia para o SNC (nervos aferentes)
Classificação: segundo a sua origem aparente os nervos podem ser cranianos ou
espinhais:
Cranianos: 12 pares conectados com o encéfalo
Espinhais: 31 pares conectados com a medula espinhal
Estrutura: As fibras nervosas são expostas constantemente a vários estresses mecânicos.
Para protegê-las contra isso os nervos contêm duas camadas de tecido conjuntivo denso
(epineuro e perineuro) com numerosas fibras colágenas dispostas longitudinalmente e
uma camada de tecido conjuntivo frouxo (endoneuro) que protegem o axônio
efetivamente. Essas bainhas conjuntivas são mais espessas nos nervos superficiais, pois
estes estão mais expostos aos traumatismos.
Vascularização: são intensamente vascularizados, sendo percorridos longitudinalmente
por vasos que se anastomosam. Os nervos são desprovidos de sensibilidade. Se um
nervo é estimulado ao longo do seu trajeto, a sensação geralmente dolorosa é sentida
não no ponto estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva. O que da origem à
chamada dor fantasma.
Origem dos nervos:
Origem real: onde estão localizados os corpos neuronais que constituem os nervos.
Como, por exemplo, nos gânglios sensitivos.
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Origem aparente: correspondem ao ponto de emergência ou entrada do nervo na
superfície do SNC. Como, por exemplo, o nervo hipoglosso no sulco lateral anterior do
bulbo.
Origem aparente no esqueleto: forames intervertebrais (nervos
espinhais) e orifícios existentes na base do crânio (nervos cranianos).
Lesões de nervos periféricos e regeneração nervosa: Após o esmagamento ou secções
ocorrem degenerações da parte distal do axônio e sua bainha de mielina, estendendo-se
o fenômeno em direção proximal até o estrangulamento de Ranvier mais próximo da
lesão (Degeneração Walleriana). Extremidades proximais crescem e emitem numerosos
prolongamentos que alcançam o nível da lesão. Recuperação as custas de
particularidades das células de Schwann. Apesar de o SNC não possuir essas células
alguns estudos recentes provam que é possível a regeneração de fibras nervosas nessa
parte do sistema nervoso.
Terminações nervosas
Conceito: Corresponde a porção distal das firas nervosas que às conecta com os órgãos
efetores.
Divisão:
Sensitivas: também chamadas de receptores, quando estimuladas por um tipo adequado
de energia dão origem a um impulso nervoso nas fibras aferentes do SNC e depois
atingem áreas específicas do cérebro onde são “interpretados” resultando diferentes
formas de sensibilidade.
Motoras (efetuadoras): Localizadas na porção terminal das fibras aferentes vão
estabelecer contato com as fibras nervosas e os órgãos efetuadores (músculos e
glândulas). Poderão ser chamadas de junção neuromuscular ou neuroglandular.
Classificação das terminações nervosas sensitivas ou receptores:
Morfológica:
Especiais: São os receptores mais complexos e fazem contato com um neuroepitelion
fazendo parte dos órgãos especiais do sentido. Ex.: retina
Gerais – ocorrem em várias partes do corpo, geralmente e contato com a pele, sendo
mais simples que as especiais. São classificadas em:
a) Receptores livres:
b) Receptores encapsulados:
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Corpúsculo de Meissener
Corpúsculo de Water-paccini
Corpúsculo de Krause
Corpúsculo de Ruffini
Discos ou meniscos de Merckel
c) Fusos neuromusculares (contração)
d) Órgãos neurotendíneos (tensão)
e) Órgãos da base dos folículos pilosos
Quanto à localização:
Exteroceptores: são aquelas que conduzem sensações que tiveram origem no mundo
externo, como tato, dor, pressão, etc.
Proprioceptores: são assim chamadas porque conduzem informações (sensações)
originadas na parte própria do corpo. Elas têm origem em receptores nas articulações,
músculos e tendões e levam ao SNC informações sobre a disposição do corpo no
espaço; podem ser conscientes ou inconscientes.
Interoceptores (visceroceptores) levam informações que têm origem nas vísceras, como
por exemplo a plenitude gástrica, dor de barriga.
Fisiologica:
Mecanoceptores: Respondem a estímulos mecânicos, como ondas sonoras na audição.
Termoceptores: Respondem à temperatura, como alguns receptores na pele.
Fotoceptores: Respondem à intensidade luminosa. Ex.: cones e bastonetes na retina.
Quimioceptores: Respondem a estímulos químicos. Ex.: Receptores gustativos e
olfativos.
Nociceptores: São os receptores da dor.
Classificação das terminações nervosas motoras:
Placas motoras (músculo estriado esquelético): terminações eferentes somáticas; No
caso das placas motoras o mediador químico é a acetilcolina.
Terminações nervosas eferentes viscerais (músculo liso ou cardíaco e glândulas) –
pertencem ao SNA; No caso das terminações nervosas eferentes viscerais os mediadores
químicos são a acetilcolina ou a noradrenalina.
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Nervos espinhais
Os nervos espinhais são os nervos que tem conexão na medula espinhal. Existem 31
pares divididos em:
8 pares cervicais
12 pares torácicos
5 pares sacrais
1 par coccígeo
Caracteristicas:
Cada nervo espinhal é formado por uma raiz dorsal que se junta distalmente a uma raiz
ventral.
Raiz dorsal: é onde localiza-se o gânglio sensitivo que é composto pelos corpos
celulares dos neurônios sensitivos. A raiz dorsal se liga ao sulco lateral posterior da
medula.
A raiz ventral: é formada por axônios que se originam nos neurônios situados nas
colunas anteriores (motor somático) e laterais da medula (motor visceral).
O tronco espinhal: Formado pela união da raiz dorsal com a raiz ventral, o tronco
espinhal deixa a coluna através do respectivo forame intervertebral. O tronco espinhal
se divide em dois ramos: o ventral (inervação dos membros e porção antero-lateral do
tronco) de maior calibre e o dorsal (inervação de pele e músculos do dorso) de menor
calibre. Outra diferença entre os dois ramos está no fato de os ramos dorsais
permanecerem relativamente isolados ao longo de seu trajeto, enquanto os ramos
ventrais se juntam para formar os plexos. Por isso dizemos que os nervos dorsais são
plurisegmentares e os ventrais são unisegmentares
Trajeto dos nervos espinais:
Superficial: os nervos que inervam superficialmente são normalmente sensitivos
Profundo: os nervos que inervam superficialmente são normalmente motores
Função: Todos os nervos espinhais possuem tanto fibras aferente como fibras eferentes
Dermátomo: Território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal. Os
dermátomos são nomeados de acordo com o segmento medular que o inerva.Assim
temos os dermátomos C2,T12, L5, S2. As fibras podem chegar aos dermátomos através
de nervo unisegmentares ou plurisegmentares como mediano, ulnar, etc. No primeiro
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caso, a cada nervo corresponde a um dermátomo, se localiza em seu território de
distribuição cutânea. No segundo caso, o nervo recebe fibras sensitivas de várias raízes.
O campo radicular motor: É o territorio inervado por uma raiz ventral, como a inervação
parte de ma raiz ventral tratam-se de fibras motoras que se relacionam com os músculos
esqueléticos através das placas motoras.
Unidade motora e unidade sensitiva:
Unidade motora: conjunto de um neurônio motor com seu axônio e todas as fibras
musculares por ele inervada. O termo unidade motora se aplica apenas aos neurônios
motores somáticos.
Unidade sensitiva: conjunto de um neurônio sensitivo com todas as suas ramificações e
seus receptores.
Plexo cervical
O plexo cervical é formado pela anastomose das raízes ventrais dos quatro primeiros
nervos cervicais e um ramo do nervo C-5 que faz parte do plexo braquial. Ele é
constituído por alças menores formadas entre C-1 e C-2, C-2 e C-3, C-3 e C-4, e uma
alça principal, a alça cervical, formada pela anastomose da raiz superior com a raiz
inferior da alça cervical. Podemos dividir o plexo cervical em parte superficial-cutânea
(mais sensitiva) e parte profunda (mais motora).
A parte superficial é essencialmente sensitiva inervando pele do pescoço e da cabeça.
Seus nervos emergem na parte média posterior do esternocleidomastóideo (ECM) no
trígono cervical lateral. É formada pelos nervos:
Occipital menor – Ramo direto de C-2 (geralmente) – Esse nervo ascende a partir do
ponto nervoso do pescoço em direção ao processo mastóide distribuindo-se na pele e
couro cabeludo posterior ao pavilhão do ouvido externo.
Auricular Magno – Anastomose de C-2 e C-3 – Inerva a pele sobre a parótida, sobre o
p. mastóideo e sobre o dorso do pavilhão externo. Seu trajeto é ascendente
acompanhando a v. jugular externa.
Cervical transverso – Anastomose de C-2 e C-3 – Circunda o músculo ECM se
ramificando anteriormente no pescoço e inervando sua face ântero-lateral do.
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Supraclaviculares – Anastomose de C-3 e C-4 – O tronco formado por C-3 e C-4 se
divide em n. supraclavicular medial, lateral e intermédio. Têm trajeto descendente
inervando o ombro até o plano mediano.
A parte profunda é essencialmente motora destinada à musculatura ântero-lateral e
profunda do pescoço, e ao diafragma. Seus dois principais ramos são:
Nervo Frênico: É formado por ramos de C-3, C-4 e C-5 e no seu trajeto desce
anteriormente sobre o músculo escaleno passando entre a a. subclávia e a v. subclávia
para penetrar no tórax, onde desce até o diafragma passando encostado no pericárdio.
Alça cervical: Possui ramos para inervação de todos os músculos infra-hióideos. As
ramificações para os músculos gênio-hióideo e tireo-hióideo saem da raiz superior junto
ao nervo hipoglosso. Para o m. omo-hióideo ventre superior sai da parte média da raiz
superior. Da anastomose das duas raízes saem na ordem ântero-posterior os nervos os
músculos esternotireóideo, esterno-hióideo e omo-hióideo ventre inferior.
Além deles também há ramificações que iram se anastomosar com o n. acessório para
inervar o ECM e o trapézio. Também saem de ramificações menores de C-2, C-3 e C-4
ramos que irão inervar os músculos pré-vertebrais e os músculos escalenos.
Lesões do plexo cervical
As lesões periféricas são raras na região cervical devido a proteção oferecida pelos
músculos do pescoço que circundam as raízes dos nervos. Elas ocorrem mais em
ferimentos profundos, traumas clínicos ou traumas e doenças das vértebras cervicais.
Meningite ou tumores em posição alta no pescoço também podem causar neuralgia
cervico-occipital. As lesões mais importantes do plexo acontecem mesmo no nervo
frênico. A secção de nervo frênico resulta na paralisia da metade correspondente do
diafragma, ou seja, na paralisia unilateral do diafragma. O bloqueio do nervo frênico
produz um curto período de paralisia unilateral do diafragma, já o seu esmagamento
produz um longo período de paralisia podendo durar semanas.
Bloqueio anestésico do plexo cervical
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É utilizado antes de cirurgias de pescoço. Esse tipo de procedimento não é feito em
pessoas com problemas cardiorrespiratórios, pois leva a paralisia do nervo frênico, o
qual inerva o diafragma principal músculo da respiração.
Técnica das três agulhas: Essa técnica é utilizada para operações do tecido mole do
pescoço (músculos, tecido conjuntivo), como por exemplo, a endarterectomia de
carótida, pois ela paralisa os nervos profundos e superficiais do pescoço. A técnica
consiste em :
Deitar o paciente em posição supina com a cabeça virada para o lado contrário ao que
será anestesiado.
Palpar o ECM e localizar o ponto médio entre a inserção deste no p. mastóide e a
inserção na clavícula, que é anterior aos processos transversos das vértebras, podendo
ser palpados através da pele. A agulha é inserida 2,5 cm abaixo do processo mastóide, e
penetra o tecido mole do pescoço até encontrar o extremo do processo transverso de C-
2. Mais duas agulhas são inseridas da mesma maneira nos processos transversos de C-3
e C-4
Essa técnica não produz parestesias
Se o procedimento não precisar paralisar os músculos do pescoço, pode ser feito
apenas um bloqueio do plexo cervical superficial. Esse bloqueio fornece a mesma
anestesia superficial da técnica das três agulhas, mas sem relaxamento muscular. Pode
ser usado, por exemplo, para biópsia da gordura cervical. Nesse processo:
A cabeça do paciente é virada para o lado contrário da entrada da agulha
No terço médio da parte posterior do esternocleidomastóideo é inserida uma agulha de 5
cm que se move para cima e para baixo ao longo da borda do músculo sendo injetados
10 ml (em média) de solução anestésica.
Também não são produzidas parestesias
Plexo Braquial
O plexo braquial é formado pela união dos ramos ventrais do nervos espinhais de C5,
C6, C7, C8 e T1.
As raízes ventrais de C5 e C6 se unem para formar o TRONCO SUPERIOR. A raiz de
C7 permanece isolada e forma o TRONCO MÉDIO. As raízes de C8 e T1 se unem e
formam o TRONCO INFERIOR. Tais troncos, por sua vez, dividem-se em partes
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anteriores e posteriores. As fibras das divisões anteriores irão inervar estruturas
anteriores (portanto, flexoras) do membro superior. As fibras das divisões posteriores
irão inervar estruturas posteriores (portanto, extensoras) do membro superior.
As divisões anteriores dos troncos superior e médio se unem para formar o
FASCÍCULO LATERAL. A divisão anterior do tronco inferior permanece isolada e
forma o FASCÍCULO MEDIAL. As divisões posteriores de todos os troncos, por sua
vez, se unem e formam o FASCÍCULO POSTERIOR. As denominações lateral, medial
e posterior dos fascículos referem-se à posição destes em relação à artéria axilar. Dos
fascículos sairão os nervos terminais, que seguirão em direção distal, emitindo ramos
que inervarão as estruturas do membro superior.
Nervos terminais originados das raízes
Raiz de C5: da raiz de C5 parte o nervo escapular-dorsal, que inerva os músculos
rombóides maior e menor e o levantador da escápula.).
Raízes de C5, C6 E C7: as três raízes fornecem fibras para a formação do nervo
torácico longo. Este inerva os músculos serráteis anteriores e é acompanhado pela
artéria torácica lateral, a qual se origina da segunda porção da artéria axilar.
Nervos terminais originados dos troncos
Tronco superior: dele sai o nervo supra-escapular, que inerva os músculos
infra e supra espinhal, além do nervo para o músculo subclávio, o qual é
acompanhado pelo ramo clavicular da artéria toracoacromial (esta é um ramo da
segunda porção da a. axilar.
Nervos terminais originados dos fascículos
FASCÍCULO LATERAL: dele partem: nervo musculocutâneo, o qual inerva
os mm. Bíceps, braquial e coracobraquial e se transforma em nervo cutâneo lateral do
antebraço, quando passa pelo tendão do bíceps distalmente (tal nervo faz a inervação
sensitiva da pele que recobre a parte ântero-lateral do antebraço); raiz lateral do nervo
mediano; nervo peitoral lateral, o qual inerva os mm. Peitoral maior e peitoral menor
(em maior parte o p. maior).
FASCÍCULO MEDIAL: dele partem: nervo ulnar (este atravessa o braço
distalmente e passa posteriormente ao epicôndilo medial do úmero); raiz medial do
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nervo mediano; nervo cutâneo medial do braço e antebraço ; nervo peitoral medial
(inerva o m. peitoral menor em sua maior parte).
FASCÍCULO POSTERIOR: dele partem: nervo radial (este emite 3 ramos
que fazem inervação sensitiva da pele do braço e antebraço: nervo cutâneo lateral
inferior do braço, nervo cutâneo posterior do braço e nervo cutâneo posterior do
antebraço, e atravessa a região do braço passando posteriormente ao úmero no sulco
para o nervo radial, acompanhado da artéria profunda do braço); nervo axilar (inerva os
mm. deltóide e redondo menor e emite o nervo cutâneo lateral superior do braço, que
faz a inervação sensitiva da pele que recobre o deltóide) ; nervo toracodorsal (inerva o
grande dorsal, acompanhado da a. toracodorsal, a qual vem da a. subescapular que vem
da terceira porção da a.axilar); nervos subescapulares superior e inferior (inervam o
m. subescapular e o m. redondo maior).
Lesões do plexo braquial
As lesões no plexo braquial, muito comuns e geralmente decorrentes de traumas
(queda de cavalo, acidentes com motos), danificam a sensibilidade cutânea e o
movimento no membro superior. Elas podem ser causadas por estiramentos, feridas e
doenças na região axilar ou no chamado trígono posterior, que corresponde à região
lateral do pescoço. Seus sinais e sintomas estão relacionados com a área do plexo
envolvida.
As lesões no plexo braquial ocasionam anestesia e paralisia. Esta pode ser:
a) Paralisia completa: sem movimento detectável
b) Paralisia incompleta: há movimentos, mais fracos que o normal, uma vez que nem
todos os músculos estão paralisados
O teste da capacidade de realizar movimentos avalia o grau de paralisia. Já para a
anestesia, é utilizado o teste da capacidade de sentir dor, que pode ser simplesmente
uma espetada na pele.
1) Lesões das partes superiores do plexo braquial (C5 e C6)
As lesões das partes superiores do plexo podem acontecer quando uma pessoa é
arremessada de uma motocicleta ou de um cavalo e cai sobre o ombro de uma forma
que causa grande separação do pescoço e do ombro. Ou seja, de forma geral, esse tipo
de lesão decorre de um aumento excessivo no ângulo entre pescoço e ombro. Nesse
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caso, a queda causa ruptura ou distensão das partes superiores do plexo ou avulsiona as
raízes do plexo da medula espinal. Em casos de lesão do tronco superior do plexo o
paciente mantém o membro afetado com um aspecto característico, facilitando assim o
diagnóstico. Nesse caso a pessoa fica com o membro afetado ao lado do corpo em
rotação medial, na chamada “posição mão de garçom”.
Como decorrência de lesões das partes superiores do plexo, há a Paralisia de
Duchenne, que consiste na paralisia dos músculos deltóide, braquiorradial, bíceps e
braquial, músculos do ombro e do braço supridos pelos nervos espinais C5 e C6. A
aparência clínica habitual é de um membro superior com o braço em rotação medial,
ombro abduzido e cotovelo estendido.
Essas lesões também podem causar espasmos musculares e uma incapacidade grave
em andarilhos que carregam mochilas pesadas por longos períodos. Além disso, deve-se
destacar que esse tipo de lesão do plexo pode ocorrer, durante o parto, em um recém-
nascido, quando o médico, ao retirar a criança do útero da mãe, acaba estirando
excessivamente o seu pescoço.
2) Neurite aguda do plexo braquial (neuropatia do plexo braquial)
A neuropatia do plexo braquial é um distúrbio neurológico de causa desconhecida e
que é caracterizado pelo início súbito de dor intensa, normalmente ao redor do ombro. A
dor geralmente começa à noite e é acompanhada por fraqueza muscular e às vezes até
mesmo atrofia muscular (amiotrofia neurológica). A inflamação do plexo braquial
(neurite braquial) é normalmente precedida por algum evento (infecção respiratória alta,
vacinação). As fibras nervosas envolvidas geralmente são originadas do tronco superior
do plexo braquial.
3) Compressão dos fascículos do plexo braquial
Os fascículos são comprimidos entre o processo coracóide da escápula e o tendão do
músculo peitoral menor como resultado, geralmente, da hiperabdução prolongada do
braço durante a realização de certas tarefas, como ao pintar um teto. Os sintomas
neurológicos mais comuns são a dormência, parestesia (formigamento), eritema,
fraqueza das mãos e dor que se irradia pelo corpo. Já a compressão da artéria e veia
axilares resulta na distensão das veias superficiais e na isquemia do membro superior.
Esses sinais e sintomas de síndrome de hiperabdução resultam da compressão dos vasos
e nervos axilares.
4) Lesões das partes inferiores do plexo braquial (paralisia de Klumpke)
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Essas lesões são muito mais raras, acontecendo, por exemplo, quando um membro é
subitamente puxado para cima, como no caso em que um indivíduo, ao cair de uma
árvore, segura no galho a fim de frear a queda. Pode acontecer também em um recém
nascido que, durante o parto, teve seus membros superiores tracionados de maneira
muito intensa. Em ambos os casos o tronco inferior do plexo é lesionado e ainda pode
ocorrer o avulsionamento das raízes dos nervos espinais da medula espinal. O quadro
clínico característico é a chamada “mão em garra”, conseqüência da danificação dos
músculos curtos da mão.
5) Tratamento
O tratamento das lesões do plexo braquial inclui a terapia ocupacional e a
fisioterapia, sendo que algumas lesões podem ser curadas sem tratamento. Algumas
vezes é necessário fazer uma cirurgia de religamento dos nervos. Além disso, a
utilização de órteses e tipóias torna-se uma boa opção no auxílio ao tratamento.
Muitas crianças melhoram ou recuperam dentro de seis meses, mas aqueles que não
têm uma boa recuperação precisam de cirurgia para tentar compensar os déficits dos
nervos. A capacidade de dobrar o cotovelo (função do bíceps) no terceiro mês de vida é
considerado um indicador da provável recuperação, com movimento ascendente
adicional do pulso, bem como a correcção de dedos polegar e indicador fortes de indica
uma melhora espontânea excelente. Grande amplitude de movimento e exercícios
realizados pelos pais, acompanhados de exames repetidos por um médico, pode ser tudo
o que é necessário para pacientes com fortes indicadores de recuperação.
Bloqueio anestésico do Plexo Braquial
A injeção de anestésico na bainha axilar ou imediatamente adjacente interrompe os
impulsos nervosos e produz anestesia das estruturas supridas pelos ramos dos fascículos
do plexo. Assim, a sensibilidade é bloqueada na pele distal ao meio do braço e em todas
as estruturas profundas do membro superior. Desse modo, o bloqueio do plexo braquial
pode permitir aos cirurgiões operarem no membro superior sem o uso de um anestésico
geral. Esse bloqueio anestésico (do plexo braquial) pode ser realizado com várias
técnicas diferentes, como por exemplo os bloqueios interescaleno, supraclavicular,
infraclavicular e axilar.
1) Bloqueio axilar
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1.1) Introdução
O bloqueio axilar é a variedade de bloqueio do plexo braquial mais comumente
realizada. Nessa técnica os pontos de referência são facilmente identificáveis e há
menos complicações associadas a ela do que às outras técnicas de abordagem do plexo
braquial. Esse método é muito aplicado em cirurgias de mão, punho, cotovelo e na parte
distal do úmero, porém não deve ser realizada em casos de infecção local, coagulopatia
ou adenopatia axilar.
1.2) Técnica anestésica (injeções múltiplas)
O paciente deve ser colocado em posição supina, com o braço fazendo ângulo de
90º com o tórax e com o antebraço (cotovelo com ângulo de 90º). Os músculos
devem estar os mais relaxados possíveis.
Deve-se palpar a artéria axilar e demarcar seu ponto mais cranial. Fazer um
botão anestésico com lidocaína a 0,5% sem vaso constritor.
Identificar o músculo coracobraquial (importante para o bloqueio eficaz do
nervo musculocutâneo).
Com o objetivo de encontrar o nervo musculocutâneo deve-se inserir a agulha no
ponto anestesiado e a dirigir cranialmente rumo ao músculo coracobraquial
Uso do neuroestimulador para a verificação da distância correta para a aplicação
do bloqueio do nervo com a solução anestésica
Recuo da agulha para a pele redirecionando-a para a artéria axilar, afim de
tangenciá-la, sem entretanto transfixá-la.
Uso do neuroestimulador com o mesmo intuito de antes
Desse modo conseguimos bloquear também os nervos radial, ulnar e mediano.
Para completar o bloqueio deve-se fazer a infiltração do tecido subcutâneo em
torno do ponto de bloqueio, com o intuito de bloquear as áreas de inervação dos
nervos intercostobraquial e cutâneo medial do braço
2) Bloqueio infraclavicular
2.1) Introdução
O bloqueio anestésico do plexo braquial apresenta várias complicações e bloqueios
incompletos quando são usadas as vias axilar, supraclavicular e interescalênica. Como
alternativa, alguns anestesiologistas voltaram a utilizar a via infraclavicular, tendo
relativo sucesso, além de um menor número de complicações.
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Percebendo que o plexo se encontra, na maioria das vezes, no interior da fossa
infraclavicular, provou-se que a fossa é uma região encontrada na maioria das pessoas,
bem como verificou-se a relação topográfica dos fascículos com os vasos axilares a este
nível. Finalmente, baseados nestes dados, foi determinada uma nova via infraclavicular
para bloqueio anestésico, baseada em preceitos anatômicos bens definidos e pontos de
reparos facilmente identificáveis, possibilitando que esta via possa novamente ser
utilizada com segurança e com um mínimo de falhas e de complicações.
2.2) Método
Foram estudados 100 cadáveres (regiões infraclaviculares), de ambos os sexos,
pertencentes à UFAL e ao Departamento de Morfologia da Escola Paulista. Em 96 deles
foi identificada a fossa infraclavicular.Após sua identificação, foi realizada a dissecação
e a identificação dos fascículos do plexo braquial em seu interior. Depois foi medida a
distância da face anterior da clavícula até o encontro dos fascículos do plexo braquial e
do ângulo formado pelo músculo deltóide com a clavícula (ângulo deltoclavicular) até
atingir a projeção dos fascículos sobre a pele. Também foi verificada a posição dos
vasos axilares em relação ao assoalho da fossa.
Com base nos achados anatômicos foi sintetizada uma técnica de abordagem do
plexo braquial por via infraclavicular, que serve como uma alternativa de técnica ao
anestesiologista.
2.3) Resultados
Dos 100 cadáveres analisados, a fossa infraclavicular estava presente em 96 deles.
Os outros 4 casos, em que não havia fossa, pertenciam a pessoas que tinham a
musculatura hipertrofiada, e assim apresentavam apenas um sulco deltopeitoral que se
estendia superiormente até a clavícula.
Posição do plexo braquial na fossa infraclavicular: Identificou-se a presença dos
fascículos do plexo braquial no interior da fossa infraclavicular, sendo computados para
o estudo os 96 casos, que eram os possuidores de fossa infraclavicular, pois a proposta
do trabalho se baseiou no bloqueio anestésico através dela. Em 41 casos (42,7%) os
fascículos do plexo braquial se encontravam totalmente no assoalho da fossa
infraclavicular. Em 53 casos (55,2%) os fascículos estavam situados parte na fossa
infraclavicular e parte encobertos pela porção clavicular do músculo peitoral maior. Em
apenas 2 casos (2,1%) todos os fascículos ficavam ocultos pelo músculo peitoral maior.
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Posição da artéria axilar: Como a artéria axilar é o vaso mais lateral, a posição da
veia é irrelevante para o trabalho. Em 79 casos (82,3%), a artéria axilar encontrava-se
totalmente encoberta pelo feixe clavicular do músculo peitoral maior. Em 13 casos
(13,5%), a artéria apresentava-se em parte na fossa infraclavicular. Apenas em quatro
casos (4,2%), a artéria situava-se totalmente na fossa.
Tentou-se identificar com exatidão o local de acesso ao plexo braquial que tenha
como ponto de entrada a fossa infraclavicular. Neste acesso os pontos de referência são
fácilmente identificáveis (face anterior da clavícula e ângulo deltoclavicular),
permitindo determinar com precisão o local por onde passam os fascículos do plexo
braquial no interior da fossa infraclavicular e a que profundidade se encontram. A média
das medidas realizadas nas 96 fossas, a partir do ângulo deltoclavicular, em direção ao
centro da fossa, até alcançar a projeção superficial do plexo foi de 2,21 cm. Por outro
lado, a média das aferições tomadas, no sentido ântero-posterior, a partir da face
anterior da clavícula, até o encontro dos fascículos do plexo braquial, foi de 2,49 cm.
2.4) Técnica anestésica (baseada nos resultados)
Inicialmente deve-se localizar o ângulo formado pela junção da margem anterior do
músculo deltóide com a clavícula. A seguir, traça-se uma bissetriz do ângulo para o
centro da fossa medindo em torno de 2,21 cm. Este ponto corresponde à projeção
superficial do plexo braquial, e no qual deverá ser introduzida a agulha, perpendicular à
pele. Para evitar tração sobre o plexo braquial, o membro superior deverá ficar pendente
ao lado do corpo ou em discreta abdução. Por outro lado, a profundidade com que a
agulha deverá ser introduzida perpendicular à pele até alcançar os fascículos do plexo é
avaliada a partir da face anterior da clavícula até a agulha alcançar a profundidade de
2,5 cm (valor aproximado). Como esta profundidade foi obtida até a agulha atingir o
primeiro fascículo do plexo, aconselha-se que a agulha seja introduzida na profundidade
de 3 a 3,5 cm, pois corre-se o risco da injeção não atingir a bainha axilar ou atingir
apenas o fascículo lateral, que neste local é o que se encontra mais anterior. Essa técnica
é recomendada para cirurgias de mão e antebraço.
Perguntas
1. O que são nervos? E quais são as suas funções?
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Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas reforçadas
por tecido conjuntivo que unem o SNC aos órgãos periféricos. Os nervos têm a função
de conduzir impulsos nervosos do SNC para a periferia (nervos eferentes) e da periferia
para o SNC (nervos aferentes)
2. Diferencie origem aparente de origem real.
A aparente corresponde ao ponto de emergência ou entrada do nervo na superfície do
SNC, já a real corresponde ao local onde estão localizados os corpos neuronais que
constituem os nervos.
3. Conceitue terminações nervosas e em que se divide.
Corresponde a porção distal das firas nervosas que às conecta com os órgãos efetores.
Terminações nervosas sensitivas e motoras.
4. O que são nervos espinhais e como estão divididos? Por que o a região
cervical possui oito pares de nervos espinhais?
Os nervos espinhais são os nervos que tem conexão na medula espinhal. 8 pares
cervicais 12 pares torácicos 5 pares sacrais 1 par coccígeo. Porque o primeiro par de
nervos espinhais sai entre o occipital e C1.
5. O que é dermátomo?
Território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal.
6. Quais nervos cervicais fazem parte do plexo cervical e qual é a sua
divisão?
É formado pela anastomose das raízes ventrais dos quatro primeiros nervos
cervicais e um ramo do nervo C-5 que faz parte do plexo braquial. Podemos dividir o
plexo cervical em parte superficial-cutânea (mais sensitiva) e parte profunda (mais
motora).
7. Quais os dois principais ramos formados na parte profunda do plexo
cervical e quais são as estruturas inervadas por eles?
Nervo frênico que inerva o diafragma e possui um ramo para inervação do
pericárdio. E a alça cervical que inerva os músculos infra-hióideos (gênio-hióideo, omo-
hióideo, esternotireóideo, esterno-hióideo e tireo-hióideo).
8. Quais são os nervos da parte superficial e suas inervções?
N. Occipital menor(C2)->Pele posterior à orelha
N. Auricular Magno(C2 e C3)-> Pele sobre a parótida, pele sobre o p. mastóideo, pele
sobre o dorso do pavilhão da orelha
N. Cervical transverso(C2 e C3)-> Pele da parte anterior e lateral do pescoço
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N. Supraclaviculares (C3 e C4)-> Inervam a pele do ombro até o plano mediano
9. Por que são raras as lesões cervicais em qual nervo ocorrem as
principais lesões?
Devido a proteção oferecida pelos músculos do pescoço que circundam as raízes dos
nervos. No nervo frênico.
10. Por que o bloqueio anestésico no plexo cervical não pode ser feito com
pessoas com problemas cardiorrespiratórios?
Porque leva a paralisia do nervo frênico, o qual inerva o diafragma principal músculo da
respiração.
11. As fibras das divisões anteriores irão inervar estruturas anteriores
(portanto, __flexoras___) do membro superior. As fibras das divisões
posteriores irão inervar estruturas posteriores (portanto,
_extensoras__) do membro superior. Completar com: extensoras e
flexoras.
12. É característica do plexo braquial:
a) os ramos ventrais de C5 e C6 umem-se para formar o tronco
superior
b) os ramos ventrais de C7 e C8 umem-se para formar o tronco médio
c) o ramo ventral deT1 forma o tronco inferior
d) cada um dos troncos constitui divisões medial e lateral atrás da clavícula
13. Quais as raízes que formam o nervo torácico longo e que região ele
inerva?
C5, C6, C7. Inerva os músculos serráteis anteriores.
14. Quais os dois nervos que emergem no tronco superior?
Nervo supra-escapular e nervo subclávio.
15. Quais nervos terminais são formados pelo fascículo posterior do plexo
braquial?
Nervo radial e axilar.
16. Qual o bloqueio anestésico do plexo braquial é mais comumente
utilizado? R: Bloqueio axilar.
17. O bloqueio infraclavicular utiliza que região do corpo como via anestésica? R: A fossa infraclavicular.
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18. Cite o que acontece com o ângulo entre o pescoço e o ombro numa queda que provoca uma lesão na parte superior do plexo? R: Há um aumento excessivo desse ângulo.
.19. O quadro clínico chamado “mão em garra” é ocasionado por lesões em
qual parte do plexo braquial? R: Parte inferior do plexo braquial.20. Cite tipos de tratamento para lesões do plexo braquial. R: Terapia
ocupacional e a fisioterapia, sendo que algumas lesões podem ser curadas sem tratamento. Algumas vezes é necessário fazer uma cirurgia de religamento dos nervos.
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2006.
19
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