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Nesta EdiçãoCapaCapa – Sacramento da Última Ceia – Salvador Dali.............CapaEditorialEditorial..........................................................................................2 Destaques Destaques – O Filtro da Loja.......................................................3 Informe CulturalInforme Cultural – - XVII Encontro Nacional da Cultura Maçônica........................5 Academia da LeituraAcademia da Leitura – Por Que Ler é Importante?...............5

Trabalhos Trabalhos - Os Estatutos de Schaw..............................................................6 - Exagero de Elogios na Maçonaria..........................................8 - As Origens do REAA.............................................................10ReflexõesReflexões – Paganini...................................................................13LançamentosLançamentos – Livros.................................................................14

Editorial“Defender a América e o Brasil é defender, para a Humanidade, a terra generosa de onde brota a“Defender a América e o Brasil é defender, para a Humanidade, a terra generosa de onde brota a

esplendente Árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização”. esplendente Árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização”. Professor Henrique José de SouzaProfessor Henrique José de Souza

á muito tem se falado que o nosso país é a Terra da Promissão, a atual Canaã, onde o Povo de Deus habitará. Fato registrado em diversas Escrituras

desde a Antiguidade. À Luz da Ciência Iniciática das Idades, reservada a poucos, o Brasil é a Terra do próximo Avatara, por alguns, chamado de Cristo Universal, e, no Oriente, de Maitreia-Buda.

HHFrases, como “Brasil Celeiro do Mundo”, “Pátria do

Evangelho”, “Berço da Nova Civilização”, tornaram-se verdadeiros jargões na boca do povo, embora de modo inconsciente por não saber ele como se concretizarão tais previsões.

A queda do Império Americano já é notória, publicamente, admitida até por eles próprios, quando um dos candidatos à eleição presidencial colocou como meta de seu governo fazer os EUA voltarem a ser a primeira nação do mundo. Pouco a pouco, a verdade desmascara o rombo da dívida americana e confirma a profecia de Daniel, há mais de 2.500 anos.

Os profetas judaicos, frequentemente, falavam sobre o destino de nosso país, a exemplo de Jeremias, quando anunciou que o Povo de Deus habitaria uma Terra de onde mana leite e mel. Exatamente, a mesma frase de Dom Bosco, em 1883, para se referir ao Brasil: “...esta é a Terra Prometida, de onde mana leite e mel”. Assim como Isaías, quando falou sobre a Nova Jerusalém, surgindo no final dos Tempos.

O profeta Daniel fala sobre a queda gradativa do

gênero humano e de suas civilizações, bem como de seu renascimento, uma Era Dourada, que surgiria no fim da sucessão de quatro Impérios e no surgimento do Quinto. Este último não seria baseado no poderio bélico ou financeiro, mas na Onipotência do Senhor dos Mundos.

Os Tempos são chegados, embora a dormência espiritual da grande massa, mais uma vez, não permita que caiam as vendas que lhes cobrem os olhos da ignorância. Assim, tem se repetido a história da humanidade, iludida pelo falso brilho das coisas efêmeras, de tal modo, que perde, na própria estação, a singular oportunidade de embarcar no trem da evolução: “Ele veio e, mais uma vez, vós não os reconhecestes!”

Estamos vivenciando um momento muito especial da humanidade, em que a porta, novamente, abre-se àqueles que sublimaram as coisas terrenas e abriram os olhos do espírito. A um Verdadeiro Iniciado é inconcebível ser pego dormindo! Quem nasceu ou vive, atualmente, no Brasil, local da manifestação do Cristo Universal, ao longo de suas existências, reuniu valores para tal e, portanto, tem méritos para ser partícipe desse Advento.

Deveremos estar atentos para não sermos pegos dormindo, acumulando, alucinadamente, ilusórios patrimônios materiais, que de nada nos servirão. A maior riqueza, que deveremos adquirir, é a Noção da Verdade, a busca do nosso crescimento espiritual, a expansão de nossa consciência.

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Sabemos que cada indivíduo se encontra em determinado degrau da escada evolucional e contemplará essa mesma Verdade como a conseguir enxergar. É óbvio que deveremos ter, acima de tudo, tolerância para os que estão galgando os degraus que já ultrapassamos, pois esses, ainda, não adquiriram uma visão privilegiada dos planos evolutivos.

Nós da Revista Arte Real muito temos que ascender nessa infinita escada, porém, como Arautos que nos propusemos ser, temos como principal função a de informar e elucidar nossos leitores nos mais diversos temas, a fim de levá-los à reflexão, conscientizando-os, principalmente, quanto ao real objetivo do Maçom em seu papel de Iniciado nos Mistérios.

O que se espera de um Iniciado é que ele busque transformar a Iniciação Simbólica recebida em Iniciação Real, colocando em prática os ensinamentos que lhe foram ministrados. Com isso, possibilitará a abertura dos olhos do espírito para a Verdade e para esse grande e singular momento da humanidade, quando o Brasil, confirmando

todas as previsões, será o palco da manifestação do Avatara do Novo Ciclo.

Entendemos ser oportuno abordar tal assunto nesta edição, no mês em que comemoramos mais um aniversário do “descobrimento oficial” de nosso país pelos portugueses, povo responsável, dentro da história oculta, pela sequência dos acontecimentos, que possibilitarão firmar a Raça Dourada e o Quinto Império em terras brasileiras.

Neste mês, nos dias 13 e 14, estará acontecendo o XVII Encontro Nacional da Cultura Maçônica, em São Luís, MA, quando os maiores ícones da cultura maçônica estarão reunidos. A coluna Informe Cultural aborda, em detalhes, o assunto. Ainda, falando em cultura, mais uma vez, o Sul de Minas dará sua preciosa contribuição, realizando, de 25 a 27 de maio, em Alfenas, MG, o IV Encontro Maçônico Sul-Mineiro, cujo tema será “Matemática e Maçonaria”. Na próxima edição, informaremos a programação completa do evento!

Tenham todos uma boa e reflexiva leitura! ?

DestaquesO F ILTRO DA LOJA

Valdemar Sansão esse o segredo da vida dotada de força. Apenas, com a inteligência, não se pode ser um ser moral, nem fazer política. A razão não basta, as coisas decisivas

passam-se para além dela. Os homens que fizeram grandes coisas amaram sempre a música, a poesia, a forma, a disciplina, a religião e a nobreza. Iria mesmo ao ponto de afirmar que só as pessoas que, assim, procedem conhecem a felicidade! São esses os chamados imponderáveis que dão o cunho próprio ao senhor, ao homem; aquilo que, ainda, vibra na admiração do povo pelos atores é um resto incompreendido disso.

ÉÉ

“A quem muito se deu, dele muito se exigirá; e a quem muito se entregar, muito se lhe pedirá.”

Um templo maçônico é construído, unindo-se tijolo a tijolo com a argamassa reparada pelo pedreiro, que, assim, levanta suas paredes e verifica a sua perfeição com o auxílio do Prumo e do Nível, tornando a aparência rude em lisa com a Trolha, utilizada para estender o reboco e cobrir todas as irregularidades, para anunciar que está tudo correto, proclamando: tudo está justo e perfeito, fazendo parecer o

edifício como formado por um único bloco. Por isso, a Trolha pode ser considerada como um emblema de tolerância e indulgência, com que todo Maçom deve dissimular as faltas e defeitos de seus Irmãos. Porém é o Mestre quem diz que sua obra está perfeita. Dentro desse templo, construímos uma Loja. Ela é construída com a energia dos Irmãos; encerra todas as virtudes dos seus membros e, também, todos os seus vícios. Se

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permitirmos que as virtudes prevaleçam, ela se encherá de brilho e refletirá, em seus criadores, o aura de felicidade, de paz, de harmonia, de satisfação, de bem-estar físico e espiritual.

Vício é o hábito mau, oposto à virtude, que é o hábito bom. Vício é tudo quanto se opõe à natureza humana, sendo contrário à ordem da razão; é hábito profundamente arraigado, que determina, no indivíduo, um desejo quase doentio de alguma coisa, que é ou pode ser nocivo. É tudo o que é defeituoso, o que se desvia do bom caminho. Sendo coisas extremas, os vícios estão em oposição não só à virtude, senão também entre si; as virtudes, pelo contrário, concordam sempre entre si. Quando permitirmos que os vícios, os erros, o egoísmo e o individualismo dominem, isso nos devolverá a sensação de opressão, angústia, desânimo, desilusão.

Mas quem é o filtro que se coloca diante de nossos defeitos de modo a não permitir que eles se amplifiquem dentro do templo e transformem a Loja? Quem é que amplia nossas qualidades, tornando os trabalhos justos e perfeitos? Quem é que, com suas críticas, ajuda a Loja a crescer? Quem é que, com seus elogios, enche-nos de orgulho, mas nos alerta de que, nas Lojas Maçônicas, os ótimos são apenas bons? Quem é que, diante de nossas divergências, lembra-nos de que os motivos que nos unem são maiores do que aqueles que nos separam? É o Venerável Mestre, Irmão, que, no decorrer de sua administração, deve saber filtrar as queixas, amplificar as qualidades; que se cala como um sábio para evitar desavenças; que fala como um profeta aos que sabem ouvi-lo. Juiz por Instalação… Salomão por mérito... Manifestação de respeito, fidelidade, subordinação e digno de reverência. O peso, que exerce o Venerável Mestre na administração da Loja, é decisivo. Ele é o que suas ações exemplificam.

Em Maçonaria, como em qualquer outra instituição humana, são comuns as homenagens a Maçons que se distinguem por seus méritos; elas, todavia, devem ser prestadas com parcimônia e recebidas com humildade: parcimônia, para que não se transformem em moeda vil, em balcão de comendas; humildade, para que o homenageado tenha em mente que o dever está acima das galas momentâneas.

O que se espera do Venerável Mestre? Que não seja, apenas, um condutor de reuniões. (Se bem que, de cada reunião, deva nascer o encaminhamento para a solução dos problemas propostos. Se uma reunião for estéril e o seu resultado ineficaz, estarão comprometidas e desacreditadas as reuniões seguintes). Sem sombra de dúvidas, podemos afirmar que o Veneralato é uma investidura que impõe, ao Maçom, importantes e sérias responsabilidades, cuja incumbência deve ser efetuada com galhardia, zelo e satisfação, ainda que sejam as tarefas difíceis e a jornada árdua. É, pois, um sacerdócio e uma magistratura à altura do Rei Salomão.

Lembremo-nos de que todo Maçom possui um compromisso com o futuro da Ordem e deve participar das atividades da Loja. Cada um em seu nível, dentro de suas condições e capacidade, mas é tarefa do Venerável orientar, coordenar e comandar ( = mandar com ), cabendo-lhe procurar todos os recursos para: Buscar a satisfação dos IIr∴, orientando-os em suas atividades ritualísticas, filosóficas e sociais; Manter e melhorar o desempenho da Oficina, cujo funcionamento pleno deve voltar-se inteiramente para o cumprimento do programa estabelecido pela Constituição e Regulamento Geral; Procurar, sempre, fazer mais e melhor, capacitando a Oficina para que haja vida, trabalho, ação e comunhão de ideias entre os Irmãos; mantê-los unidos e integrados para que se completem e complementem as partes; ouvir a todos e procurar concordância de ideias, de opiniões, num trabalho conjunto, harmonioso e produtivo; Estimular a participação, o raciocínio e a reflexão de todos os Obreiros nas tarefas que executam, dando-lhes objetivos e solicitando-lhes o auxílio, ganhando, com isso, benefícios de toda ordem pelo desempenho.

Esses são os caminhos para que o sistema gerencial de uma Loja Maçônica se torne um conjunto de elementos nitidamente participativos. Eis os atributos e qualificações de que o Venerável Mestre deve ser, naturalmente, dotado para vencer o primeiro obstáculo de sua administração, a incapacidade natural, que o homem tem para obter compreensão, cooperação e auxílio dos outros.

Sempre existirão diferentes formas de se compreender e solucionar um problema ou melhorar alguma coisa. É preciso buscar a solução que satisfaça aos objetivos fixados, às necessidades do momento e à opinião sensata dos Mestres e da maioria dos envolvidos. Cooperar, trabalhando para que todos sejam beneficiados; tomar cuidado para não enveredar pelo caminho do individualismo, valorizando as qualidades peculiares suas e, também, dos ouros, lembrando, porém, que não é ele, por “estar” Venerável Mestre, o valor mais elevado, mas, sim, que, juntos, os atributos e conhecimentos, que habilitam alguém a desempenhar essa honrosa função, adquirem mais forças.

Ao Venerável Mestre cabe continuar servindo, direcionando a ação e fomentando a cooperação entre todos, porque seu papel é interpretar os fatos e tomar as decisões mais eficazes. Com seu exemplo, outros, em igualdade de condições, farão o mesmo. Assim, teremos melhores dirigentes e, consequentemente, uma Maçonaria mais em concordância com seus fundamentos originais.

Rogamos, humildemente, a bênção divina para que um dia, em isso acontecendo, possamos dar como alcançado o nosso intento. Permita-nos, Senhor do Universo, a realização dos sonhos que acalentamos! ?

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Informe CulturalXVII ENCONTRO DA CULTURA MAÇÔNICA

Francisco Feitosa bela cidade de São Luís completa 400 anos de fundação em 08 de setembro de 2012, cujas comemorações, desde janeiro, já fazem parte da

programação festiva da cidade. AA

Em face da histórica trajetória, a Maçonaria Unida do Maranhão, associando-se engalana o ambiente com a realização do XVII Encontro Nacional da Cultura Maçônica, nos dias 13 e 14 de abril próximo, tendo como tema central “A Educação Pública no Brasil”, com as participações de diversos Irmãos Maçons de todo o país, seus familiares e convidados, Pesquisadores, Historiadores, Imortais Acadêmicos, Escritores, Jornalistas, verdadeiros ícones da cultura maçônica brasileira.

O Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM – sob a batuta do Soberano Grão-Mestre Irmão Oswaldo Pereira Rocha, foi o escolhido para a coordenação desse importante Encontro. Fará parceria com o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM - e a Universidade Federal do Maranhão – UFMA.

A programação consta de palestras, proferidas por Professores Universitários maranhenses e por eminentes

Irmãos Maçons de diversas partes do Brasil, que, em muito, irão engrandecer o Encontro.

Na oportunidade, serão lançados livros maçônicos e se realizará a exposição de trabalhos sobre o tema do Encontro. Os selecionados serão divulgados, posteriormente, em livro, publicado pela Editora “A Trolha Ltda”.

O evento tem o apoio da Associação Brasileira da Imprensa Maçônica – ABIM - do Instituto Brasileiro de Pesquisas Maçônicas - INBRAPEM, da União Brasileira dos Escritores Maçons - UBRAEM - da Associação das Academias Brasileiras Maçônicas de Letras - AABML.

No dia 14 de abril, acontecem diversos painéis com os seguintes temas: História da Educação Pública no Brasil; O Professor Necessário

para o Século XXI; Responsabilidade Educacional; A Educação de Ensino Superior no Brasil.

Ao final, ler-se-á a Carta de São Luís; entregar-se-ão o Troféu Imprensa e os Certificados de Participação aos inscritos; anunciar-se-ão o local do XVIII Encontro, finalizando com a fala do Soberano Grão-Mestre Osvaldo Pereira Rocha, seguida de Jantar de Confraternização!

Academia da LeituraPOR QUE LER É IMPORTANTE?*

er é importante porque leva a pessoa a ter contato com várias ideias diferentes, adquirindo, assim, uma visão mais ampla do mundo e dos conflitos que envolvem a humanidade e a sociedade. Quando se tem uma visão mais ampla,

se tem, também, mais material para formar as próprias ideias e resolver, de melhor forma, os próprios problemas.

LLLer, também, é um exercício de imaginação e prazer, pois ao ler, diferente do

que acontece quando se assiste a um vídeo, as imagens se formam na sua mente, pela sua bagagem cultural e pelo seu estado emocional. Isso equivale a dizer que o texto se

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renova a cada leitura, visto, que amanhã, o mesmo leitor já saberá mais do que sabe hoje e estará em outro estado emocional; o mesmo texto terá para ele um significado novo.É importante frisar, também, aquilo que todo mundo diz, e é uma grande verdade: ao ler, a pessoa pode conhecer e ir a lugares, o que, de outra forma, seria impossível. A leitura é um passaporte com visto permanente para todos os lugares, culturas e mundos, reais ou até imaginários. É uma fonte de diversão e prazer.

Existem vários porquês da importância da leitura! Todo mundo sabe que ler é essencial, mas a maioria acha muito difícil! Com o intuito de despertar seu interesse pela leitura, vejamos alguns motivos pelos quais você deve começar ou continuar a ler:

Entendimento: uma boa leitura leva a pessoa ao entendimento de assuntos distintos. Afinal, o que é entender senão compreender, perceber. Como você saberá conversar sobre determinado tema se não tem percepção ou se não o compreende?

Cultura: através da leitura temos possibilidade de ter contato com várias culturas diferentes. Sabemos como determinado povo se comporta, os motivos pelos quais age de forma distinta da nossa. Além disso, compreendemos melhor o outro quando passamos a saber a história de vida que o cerca. Consequentemente, lidamos melhor com quem é diferente de nós e não temos uma opinião pobre e geral das circunstâncias.

Reflexivos: lendo, tornamo- nos reflexivos, ou seja, formamos uma ideia própria e madura dos fatos. Quando temos entendimento dos vários lados de uma mesma história, somos capazes de refletir e chegar a um consenso, que nos traz crescimento pessoal.

Conhecimento: através da leitura, falamos e escrevemos melhor, sabemos o que aconteceu na nossa história, o porquê de nosso clima e do idioma que falamos, dentre muitas outras possibilidades.

Leitura dinâmica: quem lê muito, começa a refletir mais rápido. Logo, adquire mais agilidade na leitura. Passa os olhos e já entende o sobre o que o texto está falando, a opinião

do escritor e a conclusão alcançada.

Vocabulário: esse item é fato, pois quem lê tem um repertório de vocábulos muito mais avançado do que aquele que não possui essa prática.

Escrita: com conhecimento, reflexão e vocabulário, é óbvio que o indivíduo conseguirá desenvolver

seu texto com muito mais destreza e facilidade. Quem lê, se expressa bem por meio da escrita.

Diversão: sim, a leitura promove diversão, pois quem lê é levado a lugares

a que não poderia ir “com as próprias pernas”.

Informação: através da leitura, ficamos informados sobre o que

acontece no mundo e na nossa região.

E, finalizando, é na escrita que está registrado todo o conhecimento acumulado pela humanidade em toda a sua

história; então, para saber como chegamos aqui, só lendo...Contribuiremos, como de praxe, disponibilizando

mais um livro virtual. Para baixá-lo, basta clicar no título: O Rei do Mundo, Obra do Irmão Augustinho Koschdoski.

*matéria baseada em texto publicado no blog http://devaneioseloucuras-raquel.blogspot.com

TRABALHOSOS ESTATUTOS DE SCHAW

ntes de a Grande Loja da Escócia ser fundada, já existiam muitas Lojas Maçônicas naquela nação. E essas Lojas eram livres de quaisquer regulamentos ou regras, centralizadas, isto é, subordinadas

a um poder central.AA

Em 28 de dezembro de 1598, William Schaw, do Burgo de Schawpark, publicou uma série de ordens, conhecidas como os Estatutos de Schaw. Fê-lo em virtude de seu ofício, como Vigilante Geral (Guardião), isto é, um oficial administrativo, indicado pela Coroa Real, com o título de “Mestre do Trabalho do Rei”.

Segundo alguns historiadores, com esse “título”, ele presidia qualquer Loja, quando um dos Vigilantes estava ausente, ou temporariamente suspenso.

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As funções desse Guardião Geral eram totalmente administrativas, tanto para as Lojas, como para uma associação oficial. O título de “Mestre Chefe dos Maçons” era para diferenciar-se do de “Mestre Maçom do Rei”.

A cópia principal dos Estatutos, assinados por William Schaw, está preservada no livro de atas da Loja Mary’s Chapel # 01 de Edimburgo. O manuscrito traz a assinatura de William Schaw. Segue abaixo sua transcrição:

“Em Edimburgo, no vigésimo oitavo dia de dezembro do ano do Senhor de 1598. Estatutos e instruções que devem observar todos os Mestres Maçons deste reino, empossados por William Schaw, Mestre de Obras de Sua Majestade, o rei Jaime VI, e Venerável Geral do mencionado Ofício, com o consentimento dos Mestres abaixo firmados.

1. Primeiramente, observar e guardar o que seus predecessores guardaram de memória, ou seja, todas as instruções anteriormente estabelecidas referentes aos privilégios de seu Ofício, e em particular serem sinceros uns com os outros e viverem juntos na caridade, havendo se convertido, por juramento em Irmãos e Companheiros de Ofício.2. Obedecer a seus Veneráveis, Diáconos e Mestres em tudo o que seja referente a seu Ofício.3. Serem honestos, fiéis e diligentes em seu trabalho e se comportar com retidão diante de seus Mestres ou proprietários das obras empreendidas, sendo estas pagas por empreitada, ou por alojamento e alimento ou por semana.4. Ninguém empreenderá uma obra, grande ou pequena, que não seja capaz de executar com competência, sob pena de multa de quarenta libras ou do quarto valor da referida obra, sem prejuízo das indenizações e compensações a pagar aos proprietários da mesma, segundo estimativa e juízo do Venerável Geral, ou em sua ausência, segundo a estimativa dos Veneráveis, Diáconos e Mestres do condado onde a referida obra está sendo construída.5. Nenhum Mestre tomará para si obra de outro Mestre depois de este ter contratado com o proprietário da obra, seja por contrato, acordo de fidelidade ou acordo verbal, sob pena de multa de quarenta libras.6. Nenhum Mestre retomará uma obra na qual outros Mestres já tenham trabalhado anteriormente, até que seus predecessores tenham recebido o pagamento pelo trabalho cumprido, sob pena da mesma multa.7. Em cada uma das Lojas em que se distribuem os maçons, será escolhido e eleito, a cada ano, um Venerável que estará a cargo da mesma, por sufrágio dos Mestres das referidas Lojas e com o consentimento do Venerável Geral, se este estiver presente. Se não for possível para este último comparecer,

será informado que um Venerável foi eleito pelo período de um ano, a fim de poder serem enviadas suas diretrizes ao Venerável eleito.8. Nenhum Mestre tomará mais de três aprendizes ao longo de sua vida, a não ser que este obtenha um consentimento de todos os Veneráveis, Diáconos e Mestres do condado onde vive o Aprendiz que pretende tomar. 9. Nenhum Mestre tomará nem se valerá de um Aprendiz por menos de sete anos, tampouco será permitido fazer deste Aprendiz um irmão e Companheiro de Ofício, até que tenha exercido outros sete anos, até o término de seu aprendizado, salvo dispensa especial, concedida pelos Veneráveis, Diáconos e Mestres, reunidos para avaliá-lo, e que tenha sido comprovado suficientemente seu valor, qualificação e habilidade daquele a que se pretende fazer Companheiro de Ofício; isso tudo, sob pena de uma multa de quarenta libras a ser recebida daquele que tenha sido feito Companheiro de Ofício sem a devida instrução necessária, sem prejuízo das penas que possam ser aplicadas à Loja à qual este pertença.

10. Não será permitido a nenhum Mestre vender seu Aprendiz a outro Mestre, nem liberar, através de pagamento, o Aprendiz dos anos de ensinamento que a ele é devido, sob pena de uma multa de quarenta libras.11. Nenhum Mestre receberá aprendizes sem informar ao Venerável da Loja à qual pertença, a fim de que o nome do referido Aprendiz e o dia de sua iniciação possam ser, devidamente, registrados.12. Nenhum Aprendiz será iniciado sem que seja respeitada a mesma regra, a saber, que seu ingresso seja devidamente registrado.

13. Nenhum Mestre ou Companheiro de Ofício será recebido ou admitido sem a presença de, pelo menos, seis Mestres e de dois Aprendizes Iniciados, sendo Venerável de Loja um desses seis; no dia da recepção, o referido Companheiro de Ofício ou o Mestre será devidamente registrado, e seu nome e marca serão inscritos em livro próprio, em conjunto com os nomes dos seis que o receberam, além dos Aprendizes, aceitos igualmente, que registraram o nome dos instrutores que devem eleger cada recipiendário. Tudo isso com a condição de que nenhum homem será admitido sem que seja examinado e se prove, suficientemente, sua habilidade e valor no Ofício a que se consagra.

14. Nenhum Mestre trabalhará em uma obra de Maçonaria sob a autoridade ou direção de outro homem de Ofício que já tenha tomado, a seu encargo, uma obra de Maçonaria.

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15. Nenhum Mestre ou Companheiro de Ofício acolherá um cowan* para trabalhar com ele, nem enviará nenhum dos seus ajudantes para trabalhar com os cowans, sob pena de uma multa de vinte libras cada vez que alguém contrariar essa regra.16. Não se permitirá a um Aprendiz Iniciado empreender tarefa ou obra para um proprietário por valor superior a dez libras, sob pena da mesma multa precedente, a saber, vinte libras; depois de ter executado essa tarefa, não iniciará outra sem permissão dos Mestres ou do Venerável do lugar.17. Se existir alguma disputa, querela ou desentendimento entre os Mestres, os Ajudantes ou os Aprendizes iniciados, que as partes em questão comuniquem a causa de sua querela aos Veneráveis e aos Diáconos de sua Loja em um prazo de vinte e quatro horas, sob pena de multa de dez libras, a fim de que possam reconciliar-se e chegar a um consenso e suas diferenças possam ser aplainadas pelos referidos Veneráveis, Diáconos e Mestres; se ocorrer uma das partes se empenhar e ser obstinada em sua questão, esta será excluída dos privilégios de sua Loja e não lhe será permitido voltar a trabalhar nela até que reconheça seu erro diante dos aludidos Irmãos.18. Todos os Mestres empreendedores de obra velarão para que os andaimes e as passarelas estejam solidamente instalados e dispostos, a fim de que nenhuma pessoa, empregada na referida obra, se machuque em consequência de sua negligência ou de sua imperícia, sob pena de serem privados do direito de trabalhar como Mestres responsáveis de obas e de serem condenados pelo resto de seus dias a trabalhar sob as ordens de outro Mestre Principal que tenha obras sob seu encargo.

19. Nenhum Mestre acolherá nem empregará Aprendiz ou Ajudante que tenha se livrado do serviço de outro Mestre e, no caso de ter agido por ignorância, não o manterá quando for informado da situação, sob pena de uma multa de quarenta libras.20.Todas as pessoas pertencentes ao Ofício de Maçom se reunirão em tempo e lugar devidamente anunciado, sob pena de uma multa de dez libras, em caso de ausência.21.Todos os Mestres, convocados para uma assembleia ou reunião, prestarão o juramento solene de não ocultar nem dissimular as faltas ou infrações que tenham cometido, assim como as faltas ou infrações que tais homens de Ofício tenham conhecimento de ter cometido contra os proprietários das obras sob seu encargo; tudo isso, sob pena de uma multa de dez libras a ser paga por aqueles que as tenham dissimulado.22. Ordena-se que todas as multas, previstas anteriormente, sejam aplicadas sobre os delinquentes e contraventores das instruções pelos Veneráveis, Diáconos e Mestres das Lojas às quais pertençam os culpados e que o produto seja distribuído “ad pios usus”, segundo a consciência e parecer dessas pessoas.E com o fim de que essas instruções sejam executados e observadas tal como estão determinadas, todos os Mestres, reunidos no dia indicado, desde já se comprometam e se obriguem a obedecer fielmente. É por isso que o Venerável Geral requereu que seja firmado o presente manuscrito de seu próprio punho, a fim de que uma cópia autêntica seja encaminhada a cada Loja particular desse reino.

*Trabalho de compilação realizado nos sites http://lojamaconica.blogspot.com e

http://www.luzdeluxor.org/

EXAGEROS DE ELOGIOS NA MAÇONARIA

“Seja você a transformação José Valdecir de Souza uando me preparei para editar este artigo, muitas e muitas coisas me passaram pela mente. E perguntei a mim mesmo: afinal, o que fazemos na Maçonaria? o

que realizamos? Por definição, “A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista”. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. Seus fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

QQ

A vaidade pueril e o sórdido interesse levam os homens pelo nariz, até a morte, este esquecimento definitivo e motejador supremo. O fundo da maior parte das almas é a

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vaidade. Ora, que é a vaidade? “É o vácuo. Multiplicai os zeros quantas vezes quiserdes, sempre valerão zero; amontoai nadas e a nada chegareis, nada, nada. Nada, eis aí o programa da maioria dos homens”! (Eliphas Levi).

A Maçonaria prega a prática da virtude, mas, infelizmente, existem Irmãos com tamanha vaidade e muito orgulho, como se fosse seu único oxigênio. O maçom que se presa não precisa de autoelogio e nem age de modo tão vaidoso. Isso desmerece as tradições da nossa Sagrada Instituição. Ao autêntico maçom, interessa, apenas, a sua conduta ética. Devemos usar nossos instrumentos simbólicos, que, na verdade, têm como principal tarefa auxiliar-nos em nosso duro trabalho diário de edificadores de Templos, lutando contra os vícios e vaidades e enaltecendo as próprias virtudes.

Não esqueçamos, jamais, de que, como Mestres Maçons, mesmo participando dos Graus Superiores, deveremos entender que o essencial para o verdadeiro maçom é o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possa fazer aos seus semelhantes, e que a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante, mas não essencial.

Para sermos Maçons, devemos nos identificar com a nossa Ordem. Os detalhes construtivos serão um trabalho árduo e (por que não dizermos?) demorados. Afinal, não nos aprimoramos de um dia para outro. Para termos um bom aprendizado, devemos nos aprimorar nos Graus que nos foram concedidos. Quanto mais nos afastarmos dos verdadeiros princípios, mais nos afundaremos em uma construção que, por nossa vontade, deverá ficar velha e empoeirada. Na Maçonaria, redescobrimos, dentro de nós mesmos, uma vontade pura de ser uma pessoa melhor, mas, em nossos tempos de iniciados, não sendo construtores de nós mesmos, sentimo-nos perdidos, precisando de ajuda para começar a reforma.

Devemos ser conscientes de que, na verdade, não devemos julgar toda uma sociedade pela ação isolada de um de seus membros. Existem maçons e “maçons”! Embora, após uma indicação, haja uma rigorosa averiguação do indicado,

não há como detectar, através dela, a personalidade de cada um! Somos seres humanos, todos nós sujeitos a vários defeitos de caráter. Alguns, algumas vezes, são dominados pela vaidade e prepotência. Não obstante a sociedade maçônica lute contra esses sentimentos, nem sempre seus membros assimilam tais ensinamentos, o, que, realmente, não deveria acontecer!

No sentido prático, atitude, que raramente acontece, para que não haja retaliações maçônicas e profanas, o que qualquer Irmão pode e deve fazer, constatando certas atitudes de Irmãos, é procurar se informar sobre qual a Loja, que ele

frequenta, e denunciar sua atitude à Ordem. Comportamentos sórdidos não condizem com a filosofia maçônica e devem ser denunciados, preferencialmente, com provas testemunhais.

A Maçonaria é uma Instituição de princípios morais; somos pessoas do Bem, voltadas somente para o lado das virtudes, a fim de tornar feliz a humanidade, infelizmente, alguns se tornam vaidosos e orgulhosos. Geralmente, trabalhando-se bem os instrumentos simbólicos, com o tempo, aprende-se que ser maçom não faz de ninguém melhor ou pior do que os outros. Aprende-se que ser maçom é aprender eternamente sobre si mesmo, para que, assim, possa tornar-se alguém melhor… mais útil à sociedade!

A Maçonaria, no desejo de manter os seus adeptos sob controle mútuo, adota sinais, palavras, gestos, que nos identifiquem como tal. Tal prática nos coloca numa situação servil. Enquanto a naturalidade desaparece, o sentimento de soberba e vaidade pessoal passa a dominar. Orgulhamo-nos de fazer parte de um grupo seleto de iluminados que se iluminam a si mesmos. Nossa sina como humanos será ter de continuar a acreditar nos outros, na amizade, embora, às vezes, as decepções possam surgir. Mas, se assim não fosse, então, nossas vidas seriam bem mais decepcionantes.

“Vanitas Vanitatum et Omnia Vanitas” (Vaidade das vaidades e tudo é vaidade). Palavras do Eclesiastes sobre o nada das coisas deste mundo, sobre cujo sentido os verdadeiros maçons devem meditar.

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AS ORIGENS DO R∴E∴A∴A∴*

Maçonaria Operativa tinha somente dois Graus: Aprendiz e Companheiro. Mestre não era Grau, e sim uma função que competia ao responsável pela

construção. Não tinha quaisquer influências da Alquimia, Cabala, Astrologia, Rosa-Crucianismo, Ocultismo, enfim, de qualquer segmento esotérico, como, hoje, muitos Maçons pretendem que assim seja. Não tinha Templos, as reuniões, como todos sabem, eram realizadas em tabernas. Durante a reunião de Maçons, não se abria qualquer Livro da Lei. Não existia o simbolismo das ferramentas. Os Símbolos eram desenhados no chão com giz ou carvão. Dois Símbolos, que já existiam e constam dos “Old Charges”, eram as Colunas, hoje, conhecidas como J e B, mas, naquela época, não portavam, no meio de seu corpo, as referidas e polêmicas letras, geradoras de tanta discussão, também, apresentando outros significados simbólicos, um tanto diferentes dos que hoje conhecemos.

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O Escocesismo ou Escocismo é caracterizado por uma série de Ritos, que nasceram na França a partir do ano 1649 e que tiveram um desenvolvimento bastante peculiar e sincrético, recebendo as mais variadas denominações e influências, quer filosóficas, morais, bíblico-judaicas, herméticas, rosa-crucianas, templárias, políticas, religiosas e sociais, além de os modismos das épocas dos cavalheiros e gentis-homens das monarquias e reinados e, também, da História da Humanidade, tudo isso acontecendo num período bastante transformador de costumes.

Em 1725, foi criado o Grau de Mestre e, em 1738, acrescentado oficialmente aos dois primeiros Graus e incorporado definitivamente à Ordem. Criaram a lenda de

Hiram, que sabemos, de sobejo, não ter compromisso com a realidade histórica ou religiosa e que, por sinal, ninguém sabe quem foram, em realidade, seus inventores. Sabe-se que ela levou mais ou menos uns sessenta anos para tomar a redação, que hoje conhecemos, bem como suas mensagens ficarem, definitivamente, consagradas.

Se o Grau de Mestre já foi um acréscimo dentro da própria Maçonaria simbólica, achar que os Maçons ficariam satisfeitos com ele, sendo o último seria muita inocência nossa.

Enquanto a Maçonaria Inglesa, através do seu relacionamento direto com a Igreja Anglicana e com o Estado, permaneceu, tradicionalmente, ligada à Bíblia, a Maçonaria Francesa, numa liberalidade a toda prova, aceitou e adotou uma amálgama de doutrinas de concepções heterogêneas, o que acabou sendo o substrato para o aparecimento dos Altos Graus do

Escocesismo ou Escocismo e, por continuidade, do Rito Escocês Antigo e Aceito. Se nos ativermos à história do Rito, no início, os franceses acompanharam os Modernos das Lojas inglesas, mas começaram a acrescentar, progressivamente, os Altos Graus. Há quem atribua aos franceses a criação do Terceiro Grau, ou seja, o Grau de Mestre.

Alguns autores atribuem um desenvolvimento cronológico na criação dos Altos Graus: seis Graus até 1737, sete Graus até 1747, nove Graus até 1754, dez Graus até 1758, vinte e cinco Graus até 1801 e, daí para frente, trinta e três Graus. Entretanto, essa cronologia é rejeitada por outros. Apesar de a história estar aí para nos comprovar os acréscimos de Graus e mais Graus na Maçonaria, no decorrer do século XVIII, encetados pelos franceses.

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A causa da criação acima dos três primeiros é, ainda, um tanto obscura e divergente entre os autores. Poderia ser de fundo político, ou por interesses pessoais, ou por colação de títulos cavalheirescos e pomposos, que alimentariam a vaidade dos nobres, ou, ainda, por razões espirituais ou até jesuíticas, já que o jesuitismo era ligado aos Stuarts, caracterizando, assim, uma causa política.

Porém, com relação às origens, aparecem três possibilidades: o famoso discurso do Cavaleiro Ramsay; o Capítulo de Clermont; o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente.

Conforme alguns autores, ainda, considerando as origens do Rito, referem-se a sete categorias, a saber: Graus Simbólicos primitivos e universais; Graus de desenvolvimento dos Graus Simbólicos e universais; Graus baseados no Iluminismo do Tribunal da Santa Vingança ou Santa Vehme; Graus judaicos e bíblicos; Graus Templários; Graus Alquímicos e Rosa-Crucianos; Graus Administrativos e Superiores.

Entre as lendas do início das origens dos Altos Graus, aparece o Cavaleiro de Ramsay (André Michél – 1686-1743), homem erudito, nascido na Escócia, partidário dos Stuarts, protegido do Bispo de Fenelon, com ligações em todas as cortes da Europa, a quem se atribui ter sido o inspirador da criação dos Graus Superiores e ter ajudado a elaboração dos Graus Simbólicos.

O seu famoso discurso, escrito em 1737, talvez, nunca lido em qualquer Loja, ou apresentado em qualquer assembleia de Maçons, podendo até ser apócrifo segundo alguns autores, pois acredita-se que haja, pelo menos, quatro versões do mesmo, foi distribuído fartamente em todas as Lojas da França e países vizinhos. Nesse documento, Ramsay faz apologia de que a Maçonaria seria originária dos Templários, o que não é verdade; tece comentários, pela primeira vez, enfatizando hierarquia na Ordem, proclama o

ideal maçônico na Fraternidade e num mundo sem fronteiras, tentando impingir uma falsa antiguidade e nobreza à Maçonaria.

Fez uma proposta às Lojas inglesas para acrescentarem mais três Graus aos já existentes (Mestre Escocês, Noviço e Cavaleiro do Templo). A Maçonaria inglesa rejeitou. Estes três Graus teriam sido, segundo Ragon, criados por Ramsay.

Fez uma proposta às Lojas francesas para que se acrescentassem mais sete Graus Suplementares. Também, não foi aceita. Mas, de qualquer forma, a partir daí, começaram as introduções templárias e rosa-crucianas, e os Altos Graus começaram a aparecer. Muitos autores não aceitam este fato, rejeitam a participação de Ramsay. Entretanto, outros, como Ragon, a apoiam.

Segundo Paul Naudon, o fato mais importante, acontecido após o polêmico discurso de Ramsay, foi a criação do Capítulo de Clermont pelo Cavaleiro de Bonneville em 1754. Os Irmãos, que criaram este Corpo, pretendiam continuar os mesmos princípios da Loja de Saint-Germian-en-Laye, fundada muito tempo antes, ou seja, praticar os Altos Graus, criando sete Graus e opondo-se à política da Grande Loja da França, posteriormente, dissolvida, em 24 de dezembro de 1772.

O Capítulo de Clermont teve uma duração efêmera, mas valeu pelas consequências, pois uma das suas ramificações originou o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, Grande e Soberana Loja de Jerusalém, organizadora de um Rito de vinte e cinco Graus, chamado Rito de Perfeição ou de Heredom. Seus membros, conhecedores de várias tradições místicas e gnósticas antigas, trouxeram para este Corpo Maçônico as influências templárias, rosa-crucianas e egípcias, além de se dizerem herdeiros dos Ritos de Clermont e das correntes escocesas de Kilwinning e Heredom. Estava, assim, decretada a influência esotérica na Ordem. Em 1762, sob os auspícios desse

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Conselho, foram publicados os Regulamentos e Constituição da Maçonaria de Perfeição, elaborados por nove comissários (Constituição de Bordeaux, em 21 de setembro de 1762).

A fundação dessas potências mencionadas não nos dão conta nem ideia do processo político-maçônico dos bastidores, das desavenças internas, das histórias e estórias relatadas, das perseguições entre os Irmãos, chegando-se até a agressões, dos interesses pessoais, das vaidades, de tal forma, que, quando analisamos os fatos, chegamos à conclusão de que muita coisa, acontecida no presente, já aconteceu no passado. Os homens continuam os mesmos. A Maçonaria mudou; os homens, não.

Em 1761, o Conselho de Imperadores teria fornecido, através do Irmão Chaillon de Joinville, substituto Geral da Ordem, e mais oito Irmãos da alta hierarquia, que, também, teriam assinado o documento, uma patente constitucional de Grande Inspetor do Rito de Perfeição ao Irmão Etienne, ou Stephen Morin, autorizando-o a estabelecer e perpetuar a Sublime Maçonaria em todas as partes do mundo e investindo-o de poderes de sagrar novos Inspetores. Chegando à Colônia francesa de São Domingos (hoje Haiti), no mesmo ano pôs-se a trabalhar. Há fortes suspeitas de que este documento seja fraudado. Também, segundo muitos autores, Etienne teria comercializado esses Altos Graus. Na realidade, o Rito de Perfeição ficou muito mal-trabalhado durante mais ou menos trinta anos. Foi esquecido o seu conteúdo esotérico, e sua ritualística, muito mal-usada. Mas, de qualquer forma, os americanos aceitaram, muito bem, o Rito e, ainda, acharam que os vinte e cinco Graus eram insuficientes para abranger toda a iniciática maçônica.

Morin teria entregue certificados ou carta patente a outros Irmãos, e um deles, um Irmão de nome Henry A. Francken, também, de origem judaica, teria estabelecido o Rito em Nova Iorque. Outro grupo introduziu o Rito em Charleston em 1783.

Na mesma colônia francesa, São Domingos (Haiti), alguns anos mais tarde, apareceram os Maçons, o Conde Alexandre François Auguste de Grasse Tilly e o seu sogro Jean Baptiste Delahogue, os quais, posteriormente, em 1793, mudaram-se para Charleston. Grasse Tilly já tinha pensado em fundar um Supremo Conselho nesta cidade. Lá encontraram mais dois Maçons: Frederik Dalcho e John Mitchel. Existem autores que afirmam ter sido de Dalcho a ideia de criar mais oito Graus; outros sustentam que o último Grau foi criado por Grasse Tilly.

Assim, começou um trabalho de poucos Irmãos, desconhecidos nos Estados Unidos e, especialmente, no mundo maçônico da Europa, que culminou com a criação de um Rito,

calcado em cima do Rito de Heredom, ou de Perfeição. Esses quatro Irmãos e mais seis fundaram o primeiro Supremo Conselho do Mundo em 31 de maio de 1801 na cidade de Charleston. A partir daí, surgiu uma das maiores balelas do Rito nascente, só conhecida depois de 4 de dezembro de 1802, quando foi expedida uma circular comunicando o que havia acontecido, divulgando o sistema de 33 Graus e afirmando que a sua organização teria sido feita em 1786 por Frederico II da Prússia.

A versão, dada pelo Supremo Conselho da França, refere que Carlos Stuart, filho de Jaime III, considerado chefe de toda a Maçonaria, conferiu o título de Grão-Mestre a Frederico II, o Grande, rei da Prússia (1712-1786), nomeando-o seu sucessor e, como tal, também, chefe dos Altos Graus. Em 1782, ele confirmava as Constituições e Regulamentos de Bordeaux. Daí a quatro anos, transferia seus poderes a um Conselho de Inspetores Gerais e, ao mesmo tempo, acrescentava mais oito Graus, publicando sua famosa Constituição em 1786.

Entretanto essa versão não tem o menor reconhecimento entre os bons autores maçônicos, entre eles, Findel, Ragon, Lindsay Rebold, Thory Clavel e tantos outros. Um deles, Rebold, afirma que Frederico foi iniciado em 15 de agosto de 1738 em Brunswich e que, em 1744, a Loja "Três Globos" de Berlim, fundada por artistas franceses, foi, por ele, elevada à categoria de Grande Loja, pela qual foi aclamado como Grão-Mestre, exercendo mandato até 1747. Dessa época para frente, afastou-se da Ordem e, quando apareceram os Altos Graus, não só não os aprovou, como, também, os combateu. Eles foram introduzidos na Alemanha pelo Marques de Bernez.

Então, como aconteceu e por que essa grande mentira? Simplesmente, porque o grupo de dez Maçons,

fundador de um novo Rito, não tinha o respaldo histórico e credibilidade para se impor perante o mundo maçônico da época, sendo mais estratégico e cômodo atribuir a fundação, em 1786, do Rito Escocês Antigo e Aceito a Frederico da Prússia, imputando, inclusive, ao Rito uma origem anterior: Frederico gozava de boa reputação política, simpático à causa da separação dos Estados Unidos da Inglaterra, inclusive, enviando soldados à América para combater as forças inglesas. Só que, em 1801, Frederico já tinha falecido. O interessante é que, até a presente data, muitos Rituais dos Graus Superiores mencionam essa balela.

Estava, assim, fundado, no dia 31 de maio de 1801, nos Estados Unidos, o Rito Escocês Antigo e Aceito, calcado numa mentira histórica, aceita ainda hoje como se fora uma verdade intocável.

*Extraído do site http://lojamaconica.blogspot.com

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ReflexõesPAGANINI

Autor Ignorado lguns diziam que ele era muito estranho. Outros, que era sobrenatural. As notas mágicas que saíam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém

queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo. Numa certa noite, o palco de um auditório, repleto de admiradores, estava preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O maestro foi ovacionado. Mas, quando a figura de Paganini surgiu, triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro, e o a que se assiste a seguir é indescritível. Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

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De repente, um som estranho interrompe o devaneio da plateia. Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta. O maestro parou. A orquestra parou. O público parou. Mas Paganini não parou. Olhando para sua partitura, ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas. O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar. Mal o público se acalmou, de repente, outro som perturbador derruba a atenção dos assistentes. Outra corda do violino de Paganini se rompe. O maestro parou de novo; a orquestra, também, mas Paganini, não. Como se nada tivesse acontecido, esqueceu as dificuldades e avançou tirando sons do impossível. O maestro e a orquestra, impressionados, voltam a tocar. O público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir. Todas as pessoas pasmadas gritaram: oooh! Que ecoou pela abobadilha daquele auditório. Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra. O maestro para. A orquestra para. A respiração do público para. Mas Paganini não para. Como se fosse um contorcionista musical, tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído. Nenhuma nota foi esquecida. O maestro empolgado se anima. A orquestra se motiva. O público parte do silêncio para a euforia, da inércia para o delírio. Paganini atinge a glória. Seu nome corre através do tempo. Ele não é, apenas, um violinista genial. É o símbolo do profissional que continua diante do impossível.

MORAL DA HISTÓRIAEu não sei o tipo de problemas que você está tendo.

Pode ser um problema pessoal, conjugal, familiar, sei lá o

que está afetando sua estima ou seu desempenho profissional. Mas uma coisa eu sei. Nem tudo está perdido. Ainda, existe uma corda, e é tocando nela que você exercerá seu talento. Tocando nela é que você irá vibrar. Aprenda a aceitar que a vida, sempre, deixar-lhe-á uma última corda. Quando você estiver desanimado, nunca desista. Ainda, existirá a corda da persistência inteligente, do "tentar mais uma vez", do dar um passo a mais com um enfoque novo. Desperte o Paganini que existe dentro de você e avance para vencer. Vitória é a arte de continuar, onde os outros resolvem parar. Quando tudo parece ruir, dê uma chance a você mesmo e vá em frente. Toque na corda da motivação e tire sons de resultados positivos. Mas antes pergunte: quem motiva o motivador? Isto é, quem motiva seu cérebro, que motiva sua mão, que toca seu violino?

Não se frustre, não se desespere, lembre-se: ainda existe a última corda, a do aprender de novo para deslumbrar e gerar soluções. Nunca a vida lhe quebrará todas as cordas. Se os resultados estão mal, é a sua oportunidade de tocar a última corda, a da imaginação, que reinventa o futuro com inovação contínua. É, sempre, a corda esquecida que lhe dará o maior resultado. Mas, se, por acaso, você estiver mesmo no fundo do poço, essa é sua chance de tocar na melhor corda do universo: Deus.

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Lançamentos“Tudo é Uma Questão de Atitude – Sonho e Visão” é um livro que vai te ajudar a replanejar sua vida, reconhecer a importância de uma atitude positiva, e outros aspectos essenciais como perdoar e elogiar. Cada artigo serve como tema para profunda reflexão, levando o leitor a buscar entender a si mesmo, ingrediente fundamental no processo de autotransformação. Recomendo como livro de cabeceira. ? Feitosa.

“Indicamos aos nossos diletos leitores, como livro de cabeceira, a excelente obra de nosso Irmão e Amigo, Alfredo Netto, que, magistralmente, uniu seu vasto conhecimento com a arte de bem escrever, traduzindo-se em um livro que, levará o ávido leitor a profundas reflexões e, consequentemente, a um eterno aprendizado!” Feitosa.Os direitos autorais foram cedidos à Loja Maçônica União e Solidariedade - GLESP, acordado que o lucro advindo da venda se reverta para obras de Filantropia.?

“O Mito Jesus – A Linhagem e a Descendência do Mestre!” - O autor apresenta, em três livros, um trabalho sério de 15 anos de pesquisas, baseado em documentos, sobre a identidade, a genealogia e a relação do Mestre Jesus com diversas personalidades do mundo atual.

Um trabalho único e ousado, já que pouquíssimos autores ousaram adentrar nessa linha de pesquisa que, com certeza, vai de encontro a “verdade” imposta pelo Vaticano!

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rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, gratuitamente, via Internet, hoje, para

24.127 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “Quarto de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho!

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Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33ºRevisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ - 33º Colaboradores nesta edição: José Valdecir de Souza – Valdemar Sansão. Contatos: MSN - [email protected] / E-mail – [email protected] / Skype – francisco.feitosa.da.fonseca / (35) 3331-1288 / 8806-7175

Suas críticas, sugestões e considerações são muito bem-vindas.

Temos um encontro marcado na próxima edição!

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