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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL CAMPUS DE PATOS - PB JOÃO HENRIQUE DO NASCIMENTO NETO Aplicação de técnica restauradora em área de caatinga no Seridó da Paraíba, Brasil. Patos Paraíba 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL

CAMPUS DE PATOS - PB

JOÃO HENRIQUE DO NASCIMENTO NETO

Aplicação de técnica restauradora em área de caatinga no Seridó da

Paraíba, Brasil.

Patos – Paraíba

2016

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JOÃO HENRIQUE DO NASCIMENTO NETO

Aplicação de técnica restauradora em área de caatinga no Seridó da

Paraíba, Brasil.

Monografia apresentada à Universidade Federal

de Campina Grande, Unidade Acadêmica de

Engenharia Florestal, como parte das exigências

para obtenção do Grau de Engenheira Florestal.

Orientador: Prof. Dr. Jacob Silva Souto

Patos – Paraíba

2016

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JOÃO HENRIQUE DO NASCIMENTO NETO

Aplicação de técnica restauradora em área de caatinga no Seridó da

Paraíba, Brasil.

Monografia apresentada à Universidade Federal

de Campina Grande, Unidade Acadêmica de

Engenharia Florestal, como parte das exigências

para obtenção do Grau de Engenheira Florestal.

APROVADA em: ___ /___ /___

Profº Dr. Jacob Silva Souto - UAEF/UFCG

Orientador

Profª. Dra. Patrícia Carneiro Souto - UAEF/UFCG

1ª Examinadora

Dr. Francisco de Assis Pereira Leonardo – Bolsista PNPD/CAPES

2º Examinador

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Dedico...

Este trabalho "In Memorian" a minha Mãe MARIA GONÇALO

e Minha irmã ELENICE GONÇALO, que não estiveram presente aqui

conosco para ver essa minha conquista, mas sei que lá do céu estão

felizes pela pessoa que estou sendo aqui na terra. Dedico também ao

meu Pai, seu MANOEL BORGES, homem forte, guerreiro, honesto,

dedicado, disciplinado, bom pai, conselheiro, que nunca baixou à

guarda para nenhuma dificuldade na sua vida, me ensinou a amar as

coisas simples da vida, obrigado meu Pai a ti dedico. “In Memorian”

dedico aos meus avós paternos (JOÃO HENRIQUE e JOSEFA

BORGES) e maternos (GONÇALO PEDRO NERI e MARIA

PEREIRA) aproveito também para agradecê-los, estejam onde

estiverem.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus pelo dom da vida e por sempre está comigo em todos os momentos.

A Nossa Senhora por sempre me proteger com seu manto sagrado.

Aos meus pais Manoel Borges do Nascimento e Maria Gonçalo do Nascimento,

agradeço por tudo que fizeram por mim e estão fazendo por mim.

Aos meus irmãos Edivan Gonçalo, Gonçalo Neri (Sales), José Gonçalo (Duda) e

Manoel Borges, pela confiança, conselhos e ajuda no dia a dia.

As minhas irmãs Erypaula, Eridan, Edivani, Evanice, Eliane, Maria Gonçalo, Maria

José, Nilda, obrigado por sempre estarem do meu lado, pelos conselhos, confiança, ajuda e

por sempre levantar a minha autoestima.

Aos meus tios (as), sobrinhos (as), primos (as), obrigado por tudo.

Aos cunhados (as) pelo apoio que me deram sempre nessa caminhada.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Jacob Silva Souto, pelas orientações, incentivos,

confiança e pelos conhecimentos transmitidos que contribuíram para a conclusão desta

monografia.

Aos membros da banca examinadora, Profª Drª Patrícia Carneiro Souto pelas

contribuições de conhecimentos e ao Dr. Francisco de Assis P. Leonardo, pela paciência,

orientações, amizade e confiança.

E assim foi Você. Tu mudaste a minha visão, o meu modo de vida, tu deste-me

motivos para lutar e melhorar, também me ajudou a crescer e a amadurecer, agradeço a você

Yasha de La Salles, por tudo que faz por mim.

A todos os professores da UAEF por serem os maiores responsáveis por eu estar

concluindo esta etapa da minha vida e pelos conhecimentos compartilhados no dia-a-dia.

Agradeço ao professor Lucineudo, pelas conversas e conselhos que serviram de

aprendizado para o meu crescimento no dia a dia.

Agradeço a Maria Preta (Mãe), pela atenção, carinho, cuidado, conselhos, dedicação e

por fazer os meus dias mais felizes no restaurante universitário e fora dele, a senhora

agradeço!.

À Mário Medeiros Damasceno, proprietário da Fazenda Cachoeira de São Porfírio, por

permitir desenvolvimento da pesquisa em sua propriedade.

Aos funcionários do CSTR/UFCG, Damião, Fabiano e Alielson, Zé (motorista),

Edinalva e Ivanice, secretárias da UAEF, muito obrigada.

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Aos funcionários do RU, Maria de Fátima, Sebastiana, Socorro, João, Soró,

Chaguinha, Cleiton, Siqueira, Valdeiza, Fátima, e a todos que trabalham nele.

Agradeço ao meu Mano César Henrique pelo acolhimento desde o tempo de

fundamentos para cálculo, pela motivação, conselhos, ajudas, parcerias, pelas broncas quando

eu não queria estudar, obrigado por tudo.

Agradeço aos companheiros de quarto (108) o primeiro quando entrei na residência

universitária, Diego, Jamilton, Rodrigo (Casserengue), Jorge Henrique e Nilton, ao meu

segundo quarto (102), Alexsandro, Joab, e terceiro quarto (07), Alexsandro, Whenderson,

Josias, Antonelly e Sávio. Obrigado por proporcionar os melhores momentos na minha vida

na convivência com vocês. Ficarão marcados para sempre.

Aos amigos (a) de Guarabira que mesmo longe sempre torceram por essa conquista:

Lucimario (Buda), Benilton, Ruan, Caio, Jesse, Emanuel Batista, Arquires, Wellington

(Tom), Alex, Luan Benicio, Armando, Mayanderson, Giany Moura, Khyslayny, Vando da

feira, Pedro da feira.

Aos amigos (a) da UFCG: Rosângela, Debora Sales, Silvânia, Bruna Duda, Regineide,

Marilia Pereira, Felipe Amorim, Romualdo Cortez, Bianca Maria, Rennan Salviano, Rafaela

Bezerra, Valdirene, Yasmim, Hidelgardo, Rogério, Fabio (Animal), Fábio, Louise, Joseane,

Leonardo Silva, Marília Pinto, Jow, Erick, Adão, Simone Gomes, Tibério, Tiúba, Nathan,

Felipe Silva, Felipe Gomes, Luiz, Jefferson, Nathany, Jorge Henrique, Jailson, Francisco

José, Franze, Adriel, Sadry, Jeferson Lócio, Gabriela, Talyta Ramos, Jordânia, Kydyaveline,

Nadson Vieira, Amanda.

Aos Reioses de Natal: Alessandra, Christyna Lêda, Danilo, Vitória, Hugo, Scarlett,

Carla, Raissa, Alana, Bruno e Nakamura.

Agradeço a todos os amigos da RUSAN, pela convivência no dia a dia, conversas e

alegrias a cada dia que foi vivido com vocês.

A Matthaus Klisman, César Henrique, Whenderson, Romualdo, Felipe, Alexsandro

pela colaboração no período de coleta de dados.

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“Conversando com Deus: Pedi forças e vigor, Deus me mandou dificuldades para me

fazer forte. Pedi sabedoria, Deus me deu problemas para resolver. Pedi prosperidade,

Deus me deu energia e celebro para trabalhar. Pedi coragem, Deus mandou situações

perigosas para superar. Pedi favores, Deus me deu oportunidades. Não recebi nada que

eu queria. Recebi tudo o que precisava. Minhas preces foram atendidas.”

Autor desconhecido.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS .............................................................................................................................. 13

2.1 Objetivo geral ........................................................................................................................... 13

2.2 Objetivos específicos ................................................................................................................ 13

3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................... 14

3.1 Bioma Caatinga ........................................................................................................................ 14

3.2 Desertificação ........................................................................................................................... 15

3.3 Núcleo de Desertificação do Seridó ......................................................................................... 16

3.4 Técnicas Nucleadoras ............................................................................................................... 17

3.4.1 Poleiros Artificiais ................................................................................................................. 18

3.4.2 Transposição de Galharia ...................................................................................................... 18

3.4.3 Transposição de Solo ............................................................................................................. 19

3.4.4 Técnica “BOCAJ” ................................................................................................................. 20

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 22

4.1 Localização da área de estudo .................................................................................................. 22

4.2 Delineamento experimental ...................................................................................................... 23

4.3 Avaliação da temperatura e conteúdo de água do solo ............................................................. 24

4.4 Avaliação do crescimento do pinhão-manso e da faveleira ..................................................... 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 27

5.1 Precipitação pluviométrica ....................................................................................................... 27

5.2 Conteúdo de água no solo......................................................................................................... 27

5.3 Porcentagem de sobrevivência ................................................................................................. 28

5.4 Crescimento da faveleira .......................................................................................................... 30

5.5 Crescimento do pinhão manso .................................................................................................. 33

5.6 Avaliação da temperatura do solo ............................................................................................ 38

6 CONCLUSÕES.......................................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 42

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LISTA DE FIGURAS

Pág

Figura 1 – Mapa do Estado da Paraíba indicando a localização do município de Várzea 21

Figura 2 – Imagens da área onde foi realizado o estudo na Fazenda Cachoeira de São

Porfírio, em Várzea, Estado da Paraíba..............................................................................

22

Figura 3 – Croqui de distribuição dos tratamentos na área experimental.......................... 23

Figura 4 – Vista geral da área do experimento utilizando a técnica “bocaj”..................... 23

Figura 5 – Verificação da temperatura do solo em três níveis de profundidade............... 24

Figura 6 – Precipitação pluviométrica do município de Várzea – PB............................... 26

Figura 7 – Médias de conteúdo de água no solo durante os meses de experimento.......... 27

Figura 8 – Porcentagem de sobrevivência de plantas 13 meses após a implantação......... 28

Figura 9 – Altura média de plantas de faveleiras oriundas da utilização da técnica

‘Bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba......................................

29

Figura 10 – Incremento médio em altura de plantas de faveleira oriundas da utilização

da técnica ‘bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba.....................

30

Figura 11 – Diâmetro médio de plantas de faveleiras oriundas da utilização da técnica

‘bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba.......................................

31

Figura 12 – Incremento médio em diâmetro de plantas de faveleira oriundas da

utilização da técnica ‘bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba.....

32

Figura 13 – Altura média de plantas de pinhão manso oriundas da utilização da técnica

‘bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba.......................................

33

Figura 14 – Incremento médio em altura de plantas de pinhão manso oriundas da

utilização da técnica ‘bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba.....

34

Figura 15 – Diâmetro médio de plantas de pinhão manso oriundas da utilização da

técnica ‘bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba..........................

35

Figura 16 – Incremento médio em diâmetro de plantas de pinhão manso oriundas da

utilização da técnica ‘bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba.....

37

Figura 17 – Temperatura do solo em área degradada com aplicação da técnica “bocaj”

utilizando diferentes bancos de sementes no semiárido da Paraíba....................................

39

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Temperatura do solo nos períodos seco e chuvoso em diferentes

profundidades do solo no semiárido da Paraíba..................................................................

38

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RESUMO

Uma das formas de se recuperar uma área degradada é por meio da regeneração natural ou por

técnicas de restauração ecológica (técnicas nucleadoras), nas quais as plantas crescem de

forma natural, por meio da germinação de sementes, brotações ou pelo plantio de espécies

florestais, aliado a ação dos fenômenos naturais encontrados no ambiente. Buscou-se neste

estudo avaliar a eficiência da técnica “bocaj” para a restauração de área degradada,

fornecendo aos produtores uma alternativa barata e eficiente, além de contribuir para uma

melhor conservação do solo. O estudo foi desenvolvido no Seridó Ocidental da Paraíba, na

Fazenda Cachoeira de São Porfírio, em Várzea. O delineamento experimental utilizado foi em

blocos ao acaso, com cinco tratamentos (banco de sementes das árvores de quatro espécies

arbóreas locais: catingueira (Poincianella pyramidalis Tul.), mofumbo (Combretum leprosum

Mart. & Eicher), jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd) Poiret), uburana (Commiphora

leptophloeos Mart.) e a mistura entre os bancos de sementes citados) e quatro repetições.

Cada um dos tratamentos foi composto por 23 covas com dimensões de 0,20 m de

profundidade e diâmetro de 0,15 m, com espaçamento de 2,0 m x 2,0 m. Avaliou-se a

temperatura em três profundidades do solo (0,0; 7,5 cm e 15,0 cm) em um esquema fatorial 5

x 3, representado por cinco tratamentos relativo aos bancos de sementes e três profundidades

do solo; o incremento da altura e o diâmetro das plantas de pinhão- manso e faveleira, a cada

três meses por um período de um ano. A taxa de sobrevivência das espécies pinhão manso e

faveleira foi avaliada no fim do estudo. O incremento médio total em altura da espécie

faveleira durante o período experimental foi de 5,17 cm. Já o incremento médio total em

altura da espécie pinhão manso foi de 42,27 cm. Ocorreram diferenças significativas para as

temperaturas tanto entre períodos (seco e chuvoso) quanto em profundidade. Nos tratamentos

com o banco de sementes de catingueira, mofumbo e mistura, o pinhão manso obteve 100%

de sobrevivência. Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que: cada material utilizado

na técnica “bocaj” estabeleceu isolamentos térmicos diferentes, tendo o material resultante da

copa da jurema preta propiciado menores temperaturas; as plantas de pinhão manso

responderam melhor ao conteúdo de água no solo, crescendo mais em altura e em diâmetro e,

a técnica “bocaj” mostrou ser viável para as condições do Seridó da Paraíba, tendo em vista o

seu baixo custo de implantação e proporcionado condições favoráveis para o crescimento do

pinhão manso e da faveleira.

Palavras−chave: semiárido brasileiro, técnica bocaj, faveleira, pinhão manso, temperatura do

solo

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1 INTRODUÇÃO

Localizado no semiárido brasileiro, o bioma caatinga é constituído de uma extensa

área de terras no interior da região do Nordeste. Engloba uma diversidade de ambientes,

ocupando cerca de ± 10% do território brasileiro. Estendem-se parcialmente pelos estados do

Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o norte

de Minas Gerais (BRASILEIRO, 2009).

A melhoria de uma área degradada consiste na restauração do equilíbrio dos

processos físicos, químicos e biológicos, permitindo o seu uso após a extinção dos

mecanismos que levaram a degradação do ambiente (ZUQUETTE, et al., 2013).

Uma das formas de se recuperar uma área degradada é por meio da regeneração

natural ou por técnicas de restauração ecológica (técnicas nucleadoras), nas quais as plantas

crescem de forma natural, por meio da germinação de sementes encontradas na serapilheira,

brotações ou pelo plantio de espécies florestais, aliado a ação dos fenômenos naturais

encontrados no ambiente.

Destacam-se como técnicas de restauração ecológica, poleiros artificiais,

transposição de solo e transposição de galharia. Em estudo realizado por Souto et al. (2012),

observou-se que entre algumas técnicas de nucleação, a técnica “bocaj” apresentou resultados

satisfatórios.

Atualmente, o surgimento de áreas degradadas tem se tornado um problema

constante diante da exploração insustentável e extensiva dos recursos naturais. Na Fazenda

Cachoeira de São Porfírio, município de Várzea – PB, este problema foi agravado devido ao

uso continuo do solo para plantio de algodão durante um longo período de tempo.

Diante desse quadro, surge a necessidade de restauração de áreas degradadas no

semiárido da Paraíba. No entanto, essa restauração constitui um processo de longo prazo,

além de exigir alto custo de investimento, sendo importante a adoção de técnicas viáveis e

eficientes.

Assim, neste estudo buscou-se avaliar a eficiência da técnica “bocaj” para a

restauração de área degradada, fornecendo aos produtores uma alternativa barata e eficiente,

além de contribuir para uma melhor conservação do solo.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar a eficiência da técnica “bocaj” para a restauração de área degradada no

semiárido da Paraíba.

2.2 Objetivos específicos

Avaliar a sobrevivência do pinhão manso e faveleira crescendo em área sob aplicação

da técnica “bocaj”;

Analisar o crescimento das espécies pinhão manso e faveleira nas estações seca e

chuvosa em área submetida à técnica “bocaj”;

Determinar as variações na temperatura do solo, em três profundidades, em área onde

se avaliou o crescimento do pinhão manso e da faveleira;

Avaliar o crescimento do pinhão manso e da faveleira em razão do conteúdo de água

do solo.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Bioma Caatinga

O nome caatinga é de origem indígena e significa mata branca (caa - mata; tinga -

branca, clara, aberta) (NASCIMENTO, 1998). Bioma predominante na região Nordeste, a

Caatinga é considerado o mais diverso quando comparado com os demais biomas nas mesmas

condições edafoclimáticas, porém, sofre com o acentuado processo de degradação através de

ações antrópicas (ARAÚJO, 2010).

Abrangendo uma área de aproximadamente 844.453 km2, o bioma Caatinga

corresponde a ±10% do território nacional, englobando os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará,

Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo e o norte de Minas

Gerais (ANDRADE et al., 2005). Na Paraíba, o bioma abrange dois terços da área total do

estado, incluindo regiões como o Cariri, Seridó, Curimataú e Sertão. (MELO; RODRIGUEZ,

2003).

O bioma caatinga é o menos protegido do país, com percentuais menores que 2,0% de

sua área protegida por unidades de conservação (LEAL; TABARELLI; SILVA, 2005). Sua

vegetação é xerófita, com presença de plantas adaptadas para suportar climas semiáridos.

Essas adaptações incluem a caducifolia, a presença de folhas com superfície pequena, que às

vezes são cobertas com uma camada de cera para diminuir a transpiração, além de adaptações

morfológicas em seus órgãos que permitem o armazenamento de água. O volume de chuva na

região é distribuído irregularmente durante o ano variando em média de 500 a 1000 mm,

apresentando também variações de temperatura, com valores médios entre 26 a 28°C.

(PRADO et al., 2005).

A caatinga é constituída por uma vegetação rala e espinhosa que está submetida à

deficiência hídrica durante a maior parte do ano, decorrente da baixa pluviosidade, má

distribuição das chuvas, elevada taxa de evapotranspiração e baixa capacidade de retenção de

água dos solos, em geral, rasos e pedregosos (ANDRADE-LIMA, 1989).

Devido às condições climáticas da região, a vegetação nativa desenvolve um aspecto

arbustivo, espécies ramificadas, com folhas pequenas e/ou modificadas em espinhos, além de

perderem as folhas na época seca como estratégia para evitar a transpiração (SOUTO, 2006).

Equivocadamente, por um bom tempo a caatinga foi considerado um bioma com baixa

riqueza biológica em comparação com outras regiões semiáridas do mundo. No entanto, de

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acordo com Leal et al. (2005), neste bioma existe um elevado grau de diversidade biológica e

uma alta taxa de plantas endêmicas, que atinge aproximadamente 40% das espécies da flora.

Nas estiagens prolongadas, o bioma caatinga entra em condição de latência, sua

aparência é de que as plantas estejam mortas, porque ocorre à perda das folhas, os galhos

apresentam aspectos secos e seu crescimento para. No período chuvoso, as folhas e flores

brotam e mudam rapidamente o visual da paisagem (MENDES, 1987).

3.2 Desertificação

O processo de desertificação consiste na degradação do solo em áreas áridas,

semiáridas, subúmidas secas e também aumenta sobre ecossistemas frágeis, na extinção da

biodiversidade e na degradação dos recursos hídricos (MENDONÇA; OLIVEIRA, 2007;

CONTI, 2008). O acontecimento da desertificação pode ser visto como uma rotação de

crescimento gradual, em que a erosão diminui a capacidade de retenção de água no solo,

ocorre a redução da biomassa e a consequente diminuição da matéria orgânica no solo. A falta

de cobertura vegetal dificulta a retenção de água no solo, aumenta a radiação solar incidente

diretamente sobre o solo, fenômenos que aceleram a erosão e contribuem para a aridez do

solo. (ARAÚJO, 2002).

O processo de desertificação ocorre tanto no Brasil como em outros países. No Brasil,

ocorre em todos os estados nordestinos (MMA, 2007), nos quais predomina clima semiárido,

vegetação de caatinga, altas temperaturas, solos muito rasos e índice de precipitação abaixo

do esperado (MMA, 2005).

A desertificação quase sempre se inicia com a retirada da vegetação nativa para

substituição de outros cultivos, de ciclo diferente. Dessa maneira a vegetação da caatinga

sendo ela arbustiva ou arbórea, que predomina no semiárido é alterada por culturas de período

curto e pastos herbáceos. Com a retirada da produção agrícola e não ocorrendo a reposição de

nutrientes e outros elementos fundamentais para o solo, ocorrerá a perda da fertilidade do

solo. (SAMPAIO et al. 2003; DUBEUX JR; SANTOS, 2005; PEREZ-MARIN et al., 2006).

A atividade humana influencia na desertificação por meio do mau uso de máquinas

agrícolas, irrigação mal distribuída, queimadas para o uso da terra e desmatamentos para

plantação e criação de animais. (DANFENG, DAWSON, BAOGUO, 2006; SÁ et al., 2010;

BEZERRA et al., 2011). Dentre os efeitos climáticos sobre a degradação das terras ocorrem

as repetidas e prologadas secas que ampliam os efeitos desse problema (SÁ et al., 2010).

O estado da Paraíba possui 90% das suas terras enquadradas como áreas susceptíveis à

desertificação (Sertão, Borborema e Agreste), sendo que a maior parte dessas áreas

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apresentam um nível de degradação alto (29%), de acordo com o Programa de Ação Nacional

de Combate a Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – PAN-Brasil (BRASIL, 2004).

Segundo Souto et al. (2014), o semiárido brasileiro tem se tornado suscetível ao

processo de desertificação por consequência da elevada dependência e uso dos recursos da

caatinga pela população, que depende dos recursos naturais para sua sobrevivência.

3.3 Núcleo de Desertificação do Seridó

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, quatro áreas foram reconhecidas

como de alto risco à desertificação e denominadas como Núcleos de Desertificação: as áreas

de Gilbués (PI), de Irauçuba (CE), do Seridó (RN e PB) e de Cabrobó (PE) (BRASIL, 2005;

2007).

No Rio Grande do Norte, os municípios que estão inseridos no núcleo de

desertificação do Seridó são: Ouro Branco, Parelhas, Jardim do Seridó, Santana do Seridó,

Equador, Currais Novos, Cruzeta, Carnaúbas dos Dantas, e Acari (BRASIL, 2007). Além

disso, no Estado da Paraíba os municípios de Várzea, São José do Sabugi, Santa Luzia, São

Mamede e Junco do Seridó estão incluídos nesse núcleo (SOBRINHO, 1982).

O Seridó é um dos locais mais degradados no Nordeste (DUQUE, 1980). Com os

desmatamentos constantes, o aumento da população, o superpastejo e o manejo sem

planejamento adequado, possivelmente ocasionam sérios problemas ao solo, tais como a

erosão e a redução do potencial de fertilidade (MONTEIRO, 1995).

No núcleo de desertificação do Seridó da Paraíba, um estudo realizado por Cândido;

Barbosa; Silva, (2002) permitiu a identificação de um elevado índice de degradação,

atingindo as categorias de grave e muito grave em aproximadamente 50% da área. Os autores

concluíram que o pastoreio e a atividade de mineração foram as que mais contribuíram para o

problema.

A vegetação da caatinga do Seridó é hiperxerófila, com aspecto arbóreo-arbustivo

espalhado e se firma em solos rasos, pedregosos e sujeitos a erosão. Seu extrato herbáceo é

formado especialmente por Aristida longifolia (capim panasco), havendo uma variação

fisionômica quanto ao seu porte, biomassa e densidade de plantas (IBAMA, 1993; COSTA et

al., 2002).

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3.4 Técnicas Nucleadoras

As técnicas de nucleação consistem em aproveitar as potencialidades dos elementos

naturais acessíveis no local de formação. As condições inadequadas para abrigar espécies

animais e vegetais devido à falta de alimentação e de meios apropriados para a reprodução

dos dispersores de propágulos são problemas mitigados com o uso das técnicas nucleadoras,

as quais contribuem para o enriquecimento do local por meio do crescimento da vegetação

pioneira e da regeneração natural (REIS et al., 2003; CALVI; VIEIRA, 2006; LEAL FILHO;

LEME; SENA, 2006; REIS; BECHARA; TRES, 2010).

As técnicas nucleadoras têm suas funções específicas para a recuperação de uma área.

Logo, devem-se adotar normas e critérios corretos para a escolha e execução de uma

determinada técnica, como: distribuição espacial, ordem cronológica diferente, levantamentos

físico e biológico das condições das áreas, entre outras recomendações que devem ser

seguidas para que as técnicas adequadas sejam instaladas. (ESPÍNDOLA et al., 2006).

Para criar um local de fácil adaptação da biodiversidade, a nucleação apresenta como

proposta a formação de pequenos habitats (núcleos) dentro da área, buscando favorecer a

heterogeneidade ambiental. Esses núcleos buscam facilitar a entrada de novas espécies vindas

de outros locais vizinhos, do banco de sementes local, podendo ainda ocorrer novas

formações de núcleos ao longo do período. A nucleação é bastante importante por formar

novas populações e nicho de regeneração, fatores importantes para a recuperação das áreas

degradadas (SANT’ANNA et al., 2011).

A nucleação é o princípio do desenvolvimento da vegetação de forma natural de áreas

em formação (REIS et al., 2003). Esses autores apontam que entre os métodos encontrados

na literatura, existem diferentes técnicas de nucleação, como os Poleiros artificiais,

Transposição de galharia, Transposição de solo, Plantio de mudas em forma de ilhas e

Semeadura Direta.

Entre essas técnicas, algumas são de baixo custo na restauração de áreas, dentre as

quais, as mais conhecidas são: a transposição do banco de sementes do solo, transposição de

galharia, chuva de sementes e a instalação de poleiros e abrigos para a fauna, ou seja, a

eficácia da vegetação favorece uma melhoria ambiental de forma significativa, permitindo o

aumento na probabilidade de ocupação desse ambiente por outras espécies de interesse (TRES

et al., 2007; MIRANDA NETO et al., 2010).

Mesmo com todas as dificuldades, é possível introduzir de volta a integridade

biológica dos ecossistemas naturais e permitir a presença de espécies características da área e

a reintegração da biodiversidade local, aumentando a ocorrência dos processos naturais para

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que as características futuras sejam muito mais parecidas com as que existiam antes da

degradação do ambiente (GOOSEM; TUCKER, 1995; HOBBS; HARRIS, 2001).

A restauração de uma área pelo método da nucleação é realizada por diversas técnicas,

que são inseridas nos povoamentos de modo a deixar espaços suficientes entre os núcleos para

o desenvolvimento das plantas. O percentual de ocupação tem que ser em média 5% do total

de área. Cada técnica possui uma funcionalidade e particularidade para o ambiente e o

conjunto das técnicas contribuirá para a restauração da área na forma mais natural e mais

próxima possível do que era antes (REIS; TRES; BECHARA, 2006).

3.4.1 Poleiros Artificiais

Essa técnica é caraterizada pela confecção de galhos secos ou árvores vivas, onde

essas estruturas de madeira servirão para pouso de aves, morcegos e/ou animais onde

propiciará ambientes para que estes animais façam seus ninhos, tendo como finalidade

principal promover a conectividade entre as áreas. Com isso, os animais que serão atraídos

para essas estruturas irá enriquecer o banco de sementes através da chuva de sementes,

propiciando na área a diversidade regional para área em restauração (REIS e TRES, 2009;

VIEIRA; REIS, 2009).

Segundo Soares (2009) os poleiros artificiais podem ser de árvores vivas (naturais)

encontradas no local experimental, possuindo aspectos favoráveis para o descanso das aves

e/ou morcegos. Também podem ser confeccionadas de forma rústica, utilizando varas e

galhos de áreas circunvizinhas, sendo fixados ao solo.

McClanahan e Wolfe (1993) constataram que os poleiros ocasionam uma aceleração

na sucessão inicial em áreas de vegetação fragmentada, com isso ocorrerá um acréscimo na

diversidade de espécies aumentando a quantidade de sementes em 150 vezes. Dessa maneira,

essas estruturas facilita a criação de ambientes que contribui de forma eficiente na distribuição

e no aumento de sementes na área.

Dias (2008) diz que “os poleiros podem ser uma boa alternativa para as aves,

dependendo da sua estrutura, forma, tamanho, podendo servir de trampolins ou corredores

ecológicos, dentro de uma nova concepção de manejo ambiental das paisagens”.

3.4.2 Transposição de Galharia

O empilhamento de galharia é um método que pode ser usado em áreas com alto

índice de degradação (BECHARA, 2006). Segundo Costa (2011), as pilhas de galhos secos

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19

podem funcionar como um ambiente para a disposição de ninhos, o que atrai animais

dispersores secundários de sementes, favorecendo o processo de regeneração de um ambiente

degradado. No entanto, a autora constatou através de seus resultados que o método de galharia

pode ser ineficiente se o tamanho e quantidade de pilhas não forem suficientes, logo, ressaltou

para a necessidade de pesquisas para determinar essas características das pilhas.

Araújo; Oliveira; Fukumoto (2012) obtiveram resultado positivo com a técnica de

galharia, porém, recomendaram o consórcio com outras técnicas nucleadoras para

complementar a eficiência da galharia e proporcionar ao ambiente degradado uma alta

biodiversidade no menor tempo.

A fauna deve ser de suma importância nos projetos de recuperação de áreas, por ser

um dos principais fatores determinantes do sucesso, por sua diversidade, funções ecológicas,

em essencial a polinização e dispersão de sementes (CASTRO, 2007).

Bechara (2006) aconselha que as leiras sejam feitas em núcleos e não em linhas

longas. As pilhas de galhos devem ter uma altura de até 1,0 m, pois elas servem de abrigo

para os animais e tendo em vista que a área não tenha cobertura vegetal é importante a

construção das mesmas para que haja a reprodução de animais no ambiente.

Silveira (2013) constatou, em seu estudo, que as leiras tiveram sua altura reduzida em

quase 60% quando comparada ao seu tamanho original. Portanto, essa redução na altura das

leiras pode indicar um aumento no conteúdo de matéria orgânica do solo, contribuindo para o

seu enriquecimento nutricional e servindo como fonte de alimento para a biota do solo

(SOUTO et al., 2014).

3.4.3 Transposição de Solo

De acordo Reis e Tres (2009), a técnica de transposição de solo é um método que visa

a restauração do solo, ajudando no melhoramento das instâncias micro, meso e macro da

fauna e flora, que são integrados por microrganismo, fungos, bactérias, minhocas, algas,

sementes, propágulos entre outros, formando pequenos núcleos em áreas degradadas. Uma

maneira de se visualizar o desenvolvimento da técnica de nucleação é através de núcleos

revegetados. Essa técnica mostrou-se eficiente no restabelecimento das interações de toda

forma de vida, possibilitando a associação de todas as espécies pioneiras e herbáceas e

arbustivas, fazendo com que agentes dispersores de sementes sejam atraídos para o local,

facilitando a restauração da área degradada (BECHARA, 2006).

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20

Um ambiente com um solo degradado, precisa das ações antrópicas na restauração da

vegetação natural, em virtude da ausência de sementes no banco e a dificuldade da chegada de

propágulos através da dispersão (REIS e TRES, 2009).

Aconselha-se o uso de áreas que estejam em níveis sucessionais diferentes, pois os

níveis micro, meso e macro terão grande variabilidade em relação aos organismos presentes

no solo, facilitando a restauração do ecossistema a ser restituído (REIS et al., 2003).

A transposição de solo permite a reestruturação e fertilização do solo pelo

aparecimento microbiológico do banco de sementes, que é responsável pela ciclagem de

nutrientes, além da composição de sementes, que após a sua germinação proporcionam a

revegetação da área degradada. E junto com essa técnica podemos adicionalmente incluir a

transposição de galharia, técnica essa que faz uso do resto de galhos de espécies vegetais da

área a se estudada, com o objetivo de atrair e dar abrigo a animais dispersores de sementes

(REIS e TRES, 2007).

Uma boa vantagem da técnica de transposição de solo é que o material utilizado possui

uma grande heterogeneidade, assim sendo, uma ótima maneira de incorporar vida vegetal e

animal permitindo a formação de nichos de regeneração e colonização. É necessário que os

fragmentos de solos vizinhos à área degradada estejam representados na amostra (cerca de 1,0

m² de solo e 10 cm de profundidade), para que assim seja obtida na área uma nova condição

através da associação desse material (TRES et al., 2007).

3.4.4 Técnica “BOCAJ”

A técnica “bocaj” tem como objetivo a restauração de áreas em processo de

degradação através da introdução de serapilheira, coletadas de espécies florestais nativas, de

áreas circunvizinhas à área a ser restaurada, em covas com 0,20 m de profundidade e diâmetro

de 0,15 m, com espaçamento de 2,0 m x 2,0 m, sem a utilização de irrigação (SOUTO et al.,

2012).

Estudando a eficiência da técnica “bocaj” na Fazenda Cachoeira de São Porfírio,

Várzea – PB, Pinto (2014) observou que as sementes da faveleira foram as que apresentaram

melhor resposta, germinando e desenvolvendo-se no ambiente degradado. Ainda de acordo

com a autora, é possível a utilização dessa técnica nucleadora na região semiárida da Paraíba

nas condições de campo a que foi instalado o experimento.

Pesquisando a resposta de algumas técnicas nucleadoras no município de Várzea – PB,

Souto et al. (2012) observaram que a técnica “bocaj” foi a que apresentou melhor

desempenho, além de ser um procedimento de fácil manuseio, não causa ônus elevado para os

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produtores, proporciona melhorias na qualidade do solo e consequentemente ao ambiente da

comunidade edáfica e condições para germinação de sementes.

O banco de semente encontrado no solo é um instrumento importante para a

regeneração natural da área, composto por um sistema de entradas e saídas, importante para a

composição florística da comunidade de plantas (KAGEYAMA, 1987; LEAL FILHO, 1992).

A técnica “bocaj” reativa o desempenho natural de sucessão com espécies nativas e

pioneiras, facilitada pela heterogeneidade do material genético utilizado. Essas espécies são

adaptadas às condições edáficas e hídricas do ambiente, além de variabilidade genética que

permite a formação de população de modo que ocorra a propagação dos indivíduos

sobreviventes (PINTO, 2014).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Localização da área de estudo

A área de estudo está situada no município de Várzea (Figura 1), microrregião do

Seridó Ocidental, Sertão Paraibano, na Fazenda Cachoeira de São Porfírio, a qual se localiza

nas coordenadas: 06° 48’ 35” S e 36° 57’ 15” W, com altitude média de 271 m, a 53 km do

município de Patos.

Figura 1 - Mapa do Estado da Paraíba indicando a localização

do município de Várzea.

Fonte – Google (2015)

Conforme Koeppen, a classificação climática da região é do tipo BSh, semiárido, com

médias térmicas anuais superior a 25°C e a média de pluviosidade anual é de 800 mm, com

chuvas irregulares na região (COSTA et al., 2009).

A vegetação que predomina no Seridó paraibano é a catinga hiperxerófila, com

aspecto arbustivo-arbóreo, que cresce em solos rasos, onde a predominância de solos são os

Neossolos Litólicos, Luvissolos, com aparecimento de afloramento rochoso (SOUTO, 2011).

Em consequência da degradação que ocorreu há alguns anos atrás, devido à retirada da

vegetação nativa para o uso do solo com agricultura e pecuária, hoje na área podem ser

encontradas espécies pioneiras como: jurema preta (Mimosa tenuiflora (Willd) Poiret),

faveleira ((Cnidoscolus quercifolius (Müll. Arg.) Pax. & Hoffm)), pinhão manso (Jatropha

curcas L.), entre outras, e espécies herbáceas como capim panasco (Aristida longifolia HBK.)

e malva branca (Sida cordifolia L.) (SILVEIRA, 2013).

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A pesquisa foi realizada em uma unidade demonstrativa de aproximadamente 1,0 ha,

isolada por cerca de arame farpado. A área se encontra em um alto grau de degradação

ambiental decorrente da intervenção antrópica ocasionada pela retirada total da vegetação

para as atividades agropecuárias (Figura 2).

Figura 2 – Imagens da área de estudo na Fazenda Cachoeira de São Porfírio,

em Várzea, Estado da Paraíba.

Fonte – Google Earth (2016)

4.2 Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com cinco

tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram compostos pelo banco de sementes

obtido sobre o dossel de quatro espécies arbóreas locais: catingueira (Poincianella

pyramidalis Tul.), mofumbo (Combretum leprosum Mart. & Eicher), jurema-preta (Mimosa

tenuiflora (Willd) Poiret), umburana (Commiphora leptophloeos Mart.) e a mistura entre os

bancos de sementes citados.

Cada um dos tratamentos foi composto por 23 covas com dimensões de 0,20 m de

profundidade e diâmetro de 0,15 m, com espaçamento de 2,0 m x 2,0 m. O croqui com a

distribuição dos tratamentos e blocos no campo está demonstrado na figura 3.

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24

Figura 3 - Croqui de distribuição dos tratamentos na área experimental.

Fonte – Pinto (2014)

Abaixo é mostrado vista geral da área experimental no período chuvoso (figura 4).

Figura 4 – Vista geral da área experimental no período

chuvoso.

Fonte – Nascimento Neto (2016)

4.3 Avaliação da temperatura e conteúdo de água do solo

Foi medida a temperatura em três profundidades do solo (0,0; 7,5 cm e 15,0 cm) em

um esquema fatorial 5 x 3, representado por cinco tratamentos relativo aos bancos de

sementes e três profundidades do solo. A verificação da temperatura do solo ocorreu

mensalmente utilizando termômetro digital portátil modelo DIGITAL-Termometer French

cooking (Figura 5).

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25

Figura 5 – Verificação da temperatura do solo em três níveis

de profundidade.

Fonte – Nascimento Neto (2016)

O conteúdo de água no solo foi obtido através da coleta de solo, em latas de

alumínio, encaminhadas ao Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas/CSTR/UFCG, no qual

foi realizada pesagem em balança de precisão, e levadas para a estufa a 105ºC por 24 horas

para posterior pesagem.

A partir da equação abaixo, foi calculado o conteúdo de água do solo:

𝑈% =𝑃𝑢 − 𝑃𝑠

𝑃𝑠𝑥 100

Em que:

U = conteúdo de água do solo (%);

Pu = peso da massa de solo úmido (g);

Ps = peso da massa de solo seco em estufa (g).

4.4 Avaliação do crescimento do pinhão-manso e da faveleira

Foram avaliadas mensalmente a altura, diâmetro e número de folhas do pinhão manso

e da faveleira. A altura foi medida com uma régua graduada (cm), enquanto o diâmetro foi

mensurado com paquímetro digital (mm).

Avaliou-se, também, a altura e o diâmetro das plantas de pinhão-manso e faveleira, a

cada três meses por um período de um ano. Assim, o incremento foi obtido utilizando-se a

seguinte expressão:

i = y(t + n) – y (t)

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26

onde:

t + n = medida seguinte no tempo

t = medida qualquer

y = dimensão da variável considerada

Foi calculada a taxa de sobrevivência das espécies pinhão manso e faveleira no fim do

estudo. Para a verificação da sobrevivência das plantas foi utilizado a seguinte fórmula:

𝑆% =𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑥 100

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑙 𝑑𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância. As médias dos

tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%. Para todas

as análises foi utilizado o software SAS 9.3 (2011).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Precipitação pluviométrica

A precipitação pluviométrica em Várzea – PB, mostrada na figura 6, durante o período

de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016 totalizou 548,8 mm.

Figura 6 – Precipitação pluviométrica do município de Várzea – PB.

No dia 24 de fevereiro de 2016 ocorreu a maior precipitação com 51 mm, seguido do

dia 25 de março de 2015 com a precipitação de 48,8 mm e no mês de janeiro de 2016

registrou-se uma precipitação de 35,0 mm. Não ocorreram chuvas nos meses de junho, agosto,

setembro, outubro e novembro de 2015 (AESA, 2016).

5.2 Conteúdo de água no solo

Na figura 7 são apresentadas as médias dos valores do conteúdo de água no solo, para

o qual se verificou a maior média para o mês de março de 2016 (12%). No período de agosto

a dezembro de 2015 não ocorreu precipitação pluviométrica na região, diminuindo assim o

conteúdo de água no solo, chegando ao máximo a 0,34 % durante esses meses.

0

5

10

15

20

25

30

35

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031

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Dias

fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jul/15 dez/15 jan/16 fev/16

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28

Figura 7 – Médias de conteúdo de água no solo durante os meses de experimento.

A agua é um fator bastante importante na produção vegetal, onde o seu manejo

adequado é de suma importância para o crescimento das plantas. Deste modo, o conhecimento

da distribuição de água no solo é cada vez mais essencial, por estarem ligadas ao sistema solo-

água-planta. Esse conhecimento é importante para o sucesso das atividades agrícolas no

semiárido da Paraíba (SOUZA; MATSURA, 2002).

Verificar com precisão o conteúdo de água no solo, especialmente em áreas do

semiárido, é de bastante importância para o desenvolvimento da atividade agrícola. O método

ideal para uma boa quantificação deve envolver uma propriedade física do solo ou uma

característica altamente correlacionada ao seu teor de água, que permita uma determinação

sem alterações das características físicas originais do mesmo (SILVA; GERVÁSIO, 1999).

Souza e Matsura (2002) afirmam que para estimativas precisas de umidade e

condutividade elétrica do solo, em campo e em laboratório, vem sendo utilizada a técnica de

Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR), a qual recomenda o ajuste de uma curva de

calibração para cada tipo de solo, um inconveniente que, normalmente é aceitável, em virtude

das vantagens que demostra em relação a outras técnicas.

Dessa maneira, é preciso quantificar com precisão o conteúdo de água no solo,

especialmente em áreas do semiárido, onde a escassez se torna um fator limitante para o

potencial produtivo das culturas (LAIME, 2012).

5.3 Porcentagem de sobrevivência

Observa-se na figura 8 a porcentagem de sobrevivência das plantas no período do

experimento. Vale salientar que, no início do período experimental (março/2015) havia na

área nove indivíduos de pinhão manso e 18 de faveleira. Nos tratamentos com o banco de

0

2

4

6

8

10

12

14

mar

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15

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15

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Meses

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sementes de catingueira, mofumbo e mistura, o pinhão manso obteve 100% de sobrevivência.

A faveleira teve uma sobrevivência no banco de semente de mofumbo de 80% e 67% na

umburana, enquanto que no tratamento constituído pelo banco de sementes obtidos da mistura

e jurema obteve-se um percentual de 40%.

Figura 8 – Porcentagem de sobrevivência de plantas 13 meses após a implantação.

Em pesquisa realizada por Gomes (2015) em Várzea – PB, foi verificado que o melhor

resultado de sobrevivência para a faveleira se deu no tratamento com banco de sementes de

umburana (75%). Já para o pinhão manso a maior sobrevivência de plantas ocorreu nos

tratamentos com o banco de sementes oriundas do mofumbo (100%), catingueira (83%) e na

mistura dos bancos de sementes (40%). Em estudo realizado na mesma área, Pinto (2014)

constatou que as sementes de faveleira apresentaram a maior taxa de germinação e

crescimento nas condições que foram submetidas à técnica “bocaj”, obtendo-se um total de 45

plantas. De acordo com a mesma autora, onze meses após a instalação do experimento,

observou-se uma redução de plantas de faveleira para apenas 12 plantas sobreviventes.

Resultados semelhantes a este estudo foram encontrados por Gomes (2015). Em seu

estudo, a autora verificou que o pinhão manso foi à espécie que mais resistiu às condições da

técnica “bocaj” a qual foi submetida, diferentemente da faveleira que foi mais prejudicada

com a falta de chuva na região.

Segundo Araújo (2005), na caatinga, o fator abiótico que mais tem importância nas

respostas das plantas ao ambiente é a disponibilidade hídrica. Estas respostas podem vir a

favorecer ou não a permanência dessa espécie e a reprodução destas plantas.

O crescimento do pinhão manso também foi verificado em áreas com baixa quantidade

de Mg2+

no solo, indicando que essa espécie possui um mecanismo de absorção eficiente, pois

0102030405060708090

100

CAT JUR MOF UMB MIS

Sob

reviv

ên

cia

(%

)

Tratamentos

PINHÃO MANSO FAVELEIRA

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possui um sistema radicular vigoroso, permitindo a absorção de nutrientes em camadas mais

profundas de solo (SATURNINO et al., 2005).

5.4 Crescimento da faveleira

Altura média

A figura 9 representa a altura média de plantas de faveleira durante o experimento.

Verifica-se que, aos 330 dias após a implantação do experimento, obteve-se uma altura média

de 11,07 cm. Observa-se ainda uma estabilidade no crescimento em altura aos 180 e 270 dias

após o inicio do experimento com valores médios de 6,66 cm e 8,33 cm de altura, sendo essa

estabilidade de crescimento ocasionada pela escassez hídrica na região.

Figura 9 – Evolução da altura média de plantas de faveleiras oriundas da utilização da técnica

“bocaj” durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

Trabalho realizado por Arriel (2004) no semiárido da Paraíba verificou que em um

período de 120 dias após a implantação do experimento, as plantas de faveleira atingiram

altura variando de 7,29 cm a 8,53 cm, valores próximos ao encontrado no presente estudo, no

entanto com observação aos 180 dias.

Os resultados encontrados neste estudo são distintos dos verificados por Candeia

(2005) que, aos 120 dias após instalação do experimento, observou que as médias obtidas de

plantas de faveleira variaram de 10,4 cm a 14,7 cm; no entanto, o estudo foi conduzido em

viveiro por meio de tubetes e foi utilizado material de subsolo e esterco bovino nas mudas, e

somente após esse período houve o transplantio das mudas para o campo.

y = 0,1975x3 - 1,7246x2 + 6,2879x - 1,926 R² = 0,9996

0

2

4

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Dias

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Estudo conduzido por Pinto (2014) usando a técnica Bocaj resultou num crescimento

crescente em altura das plantas de faveleira até os 150 dias após a instalação do experimento.

No mesmo estudo, o crescimento em altura das plantas do pinhão manso foi maior do que o

crescimento observado para a faveleira nos tratamentos onde se utilizou o banco de sementes

oriundos da catingueira, mofumbo, jurema-preta e da mistura de todas as espécies utilizadas

no experimento.

Incremento médio em altura

O incremento médio total em altura da espécie faveleira durante o período

experimental foi de 5,17 cm (Figura 10), sendo observado que o maior incremento ocorreu

aos 360 dias, chegando a 5,22 cm. Entre o período de 180 e 270 dias houve uma redução do

incremento médio em altura de 0,83 cm e 0,55 cm, respectivamente, ocorrendo a perda das

folhas das plantas como resposta ao período seco na região, acompanhado das altas

temperaturas e do estresse hídrico.

Figura 10 – Evolução do incremento médio em altura de plantas de faveleira oriundas da utilização

da técnica “bocaj” durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

Santiago et al. (2000), analisando o crescimento em plantas jovens de Mimosa

caesalpiniifolia por um intervalo de 50 dias observaram que houve uma reduções na altura

das plantas em função da disponibilidade de água no solo. As plantas que foram mantidas em

boas condições hídricas apresentaram uma altura média superior a 55,0 cm, e aquelas

cultivadas sob estresse rigoroso obtiveram altura média de 39,27 cm.

Oliveira et al. (2013) verificando o incremento médio em altura, constataram que

houve diferença estatística nos resultados analisados, sendo que as plantas no espaçamento

2,0m x 2,0m apresentaram maior incremento médio em altura 60,0 cm. Já o do espaçamento

3,0m x 3,0m apresentou o incremento médio de 37,3 cm. Sendo realizada a adubação de base

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(na cova) composta por dois litros de esterco bovino curtido e 130 g de adubo mineral (10%

de N, 10% de P2O5, 10% de K2O, 12% de S, 4% de Ca).

Diâmetro médio

Observa-se na figura 11 que, nos primeiros 130 dias, ocorreu crescimento médio do

diâmetro das plantas de faveleira. Vale salientar que neste período a precipitação

pluviométrica foi de 217,4 mm, favorecendo, desta forma, o aumento do diâmetro das plantas.

É possível notar na figura 11 que a partir de julho/2015 até novembro/2015 houve uma

diminuição do diâmetro médio das plantas de faveleira. Isso se devem, provavelmente, ao

baixo conteúdo de água no solo, face a baixa pluviosidade no período (5,7mm).

Figura 11. Evolução do diâmetro médio de plantas de faveleiras oriundas da utilização da

técnica “bocaj” durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

A diminuição no diâmetro médio das plantas de faveleira no período de julho a

novembro/2015 se deve a redução do potencial hídrico da planta afetando, segundo CHAVES

(2011) em primeiro lugar a divisão e expansão celular e, consequentemente, reduzindo o

crescimento do caule em diâmetro.

Após eventos chuvosos ocorrendo entre dezembro/2015 e fevereiro/2016 as plantas de

faveleira reidrataram-se e, consequentemente, ocorreu novo crescimento médio do diâmetro

das plantas de faveleira (figura 11).

Incremento médio em diâmetro

A figura 12 representa o incremento médio em diâmetro da faveleira, em que o

incremento total foi de 0,44 mm. Aos 360 dias ocorreu a maior média de incremento em

y = 0,2283x3 - 2,2843x2 + 7,0874x - 1,838 R² = 0,9997

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diâmetro, com um valor de 2,01 mm. Houve uma diminuição no incremento em diâmetro aos

180 e aos 270 dias de 1,37 mm e 1,01 mm, respectivamente.

Figura 12– Evolução do incremento médio em diâmetro de plantas de faveleira oriundas da

utilização da técnica “bocaj” durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

Constata–se, ao se analisar a figura 12, que as plantas de faveleira, em resposta à

deficiência hídrica acorrida entre os meses de julho a novembro/2015, passaram por

mudanças na relação da célula com a água e nos demais processos fisiológicos, como afirma

Pimentel (2005) e morfológica (CHAVES et al., 2004), influenciando, desta forma, a

capacidade de tolerar as condições adversas da área experimental. Segundo Osório et al.,

(1998) estas condições prejudica o crescimento inicial das plantas, limita a expansão e

número de folhas e, o crescimento do caule.

Para Arriel (2004) muitas plantas, a exemplo da faveleira, podem se aclimatar à falta

de água através do ajustamento osmótico, o qual possibilita a manutenção do turgor celular e,

consequentemente, o crescimento da espécie em baixos potenciais de água nas folhas.

5.5 Crescimento do pinhão manso

Altura média

A altura média de plantas de pinhão manso é mostrada na figura 13, na qual durante o

período de 360 dias, obteve um crescimento médio de 61,44 cm. Aos 180 dias a altura média

era de 33,05 cm, e aos 90 dias 30,5 cm.

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Figura 13 – Evolução da altura média de plantas de pinhão manso oriundas da utilização da técnica

“bocaj” durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

Verifica-se na figura 13 que a altura média das plantas de pinhão manso foi crescente

até o mês de junho/2015. A partir deste, ocorreu uma paralisação no crescimento médio das

plantas, face a escassez hídrica no solo resultante de não ter ocorrido eventos pluviométricos

no período de julho a novembro/2015. Dai em diante as plantas de pinhão manso tiveram um

aumento acentuado na altura.

Além da escassez hídrica, é possível que a ocorrência de plantas competidoras

(daninhas) possa ter contribuído para um menor crescimento em altura da planta de faveleira.

Como efeito direto dessa competição, pode-se citar a competição por água e nutrientes.

A diminuição no crescimento dos vegetais quando são submetidos ao déficit hídrico

pode ser considerado um aspecto de adaptação para a sua sobrevivência em ambientes

desfavoráveis (SAUSEM, 2007). Essa redução está associada a vários fatores como o

desenvolvimento foliar, com a diminuição no tamanho das folhas individualmente ou com a

queda na produção das mesmas (SILVA, 2002).

Incremento médio em altura

O incremento médio total em altura da espécie pinhão manso foi de 42,27 cm (Figura

14). O maior incremento médio ocorreu aos 360 dias, com valores de 27,16 cm. Aos 180 e

270 dias de implantação foram detectadas as menores taxas de incremento, com os valores de

2,55 cm e 1,22 cm, respectivamente.

y = 2,895x3 - 23,889x2 + 64,156x - 24,286 R² = 0,9942

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Figura 14 – Evolução do incremento médio em altura de plantas de pinhão manso oriundas da

utilização da técnica “bocaj” durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

Trabalho realizado por Rocha Júnior et al. (2011) observaram que o incremento em

altura, na avaliação feita aos 90 dias após o plantio, destacaram-se os tratamentos Pinhão-

manso + Brachiaria brisantha) e Pinhão-manso + capim Andropogon gaçyanus Kunth.), com

incrementos de 27,66 cm e 28,03 cm, respectivamente, sendo o tratamento Pinhão-manso +

Brachiaria decumbens) aquele que menos se destacou, com 22,97 cm. Já na avaliação feita

aos 120 dias após o plantio, os tratamentos Pinhão-manso + Brachiaria decumbens) e Pinhão-

manso + capim Andropogon gaçyanus Kunth. foram os que se mantiveram superiores, com

66,94 cm e 67,16 cm, enquanto o tratamento Pinhão-manso + Brachiaria brisantha obteve o

menor incremento para altura, com 64,06 cm.

Segundo Araújo (2005), as respostas ecofisiológicas refletem os níveis de estresse

bióticos e abióticos que as plantas estão submetidas a passar durante o seu ciclo de vida.

De acordo com Taiz e Zeiger (2009) a água é um fator de suma importância ao longo

de todo o ciclo de vida do desenvolvimento das plantas, pois, tem influência no conteúdo

celular e no turgor das células. Santos (2008) avaliando a altura de pinhão manso em duas

estações do ano (seca e chuvosa), concluiu que os períodos em que a espécie apresentou um

crescimento tardio, correspondiam ao das estações secas, comportamento observado nos dois

anos de estudo.

Em regiões em que o clima quente e seco foi verificado, as plantas de pinhão manso

obtiveram um crescimento mais lento de 10 cm no primeiro ano e de 20 a 40 cm no segundo

ano (MENG et al., 2009), o que provavelmente seja uma resposta da planta ao período seco da

região.

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De acordo com Saturnino et al. (2005), conforme a região, o crescimento inicial das

mudas de pinhão-manso pode ser influenciado pela época de chuvas, ventos dominantes e

outras ocorrências climáticas típicas de cada local.

Diâmetro médio

A figura 15 representa o diâmetro médio de plantas de pinhão manso, onde nota-se

que ao longo do período do experimento (360 dias), houve um crescimento médio em

diâmetro de 29,86 mm. Aos 90, 180 e 270 dias, o diâmetro médio foi de 22,48 mm, 23,75 mm

e 24,68 mm, respectivamente.

Figura 15 – Evolução do diâmetro médio de plantas de pinhão manso oriundas da utilização da

técnica ‘Bocaj’ durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

Rocha Júnior et al. (2011), analisando o parâmetro diâmetro médio do pinhão-manso

em áreas degradadas no município de Gilbués, PI, verificou que aos 60 dias após o plantio, os

tratamentos com Pinhão-manso + Brachiaria decumbens e Pinhão-manso + Brachiaria

brisantha propiciaram os maiores valores médios de diâmetro de caule, com 19,99 mm e

20,36 mm, respectivamente. Porém, nas avaliações que foram realizadas aos 90 e 120 dias

após o plantio, os tratamentos Pinhão-manso + Brachiaria decumbens e Pinhão-manso +

Brachiaria brisantha foram superados pelos tratamentos com Pinhão manso e Pinhão-manso

+ capim Andropogon gaçyanus Kunth.), com 30,17 mm e 31,46 mm aos 90 dias e 42,53 mm e

42,93 mm aos 120 dias, respectivamente.

Segundo Trovão et al., (2007) na região semiárida a vegetação está sujeita ao déficit

hídrico relacionado à seca, em decorrência de vários fatores como chuvas irregulares. Nota-se

que não só a baixa precipitação provoca o déficit hídrico, mas, também outros fatores

y = 0,705x3 - 6,4121x2 + 19,833x + 2,864 R² = 0,9999

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característicos da região, como altas temperaturas associadas à alta intensidade luminosa, que

provocam uma demanda evaporativa alta e consequentemente a dessecação do solo.

Santos et al. (2010) verificaram em experimento que o pinhão-manso apresentou uma

média de 23 mm de diâmetro do caule aos seis meses de idade, aos 21 meses de idade o

diâmetro do caule atingiu uma média de 80 mm. Ainda de acordo com os mesmos autores, o

pinhão manso apresentou, entre os meses de setembro/2006 a março/2007, uma taxa de

crescimento médio de 3,15 cm mês-1

para diâmetro do caule. Entre setembro e dezembro de

2007 essa taxa foi menor, com média de 1,3 cm mês-1

para diâmetro do caule. Esses períodos

de crescimento lento coincidiram com a época seca nos dois anos. A aceleração no

crescimento vegetativo ocorreu durante a estação chuvosa, entre abril a agosto de 2007,

apresentando uma taxa de crescimento médio de 12,3 cm mês-1

.

Incremento médio em diâmetro

A figura 16 mostra o incremento médio em diâmetro e o incremento total, que teve

valor de 12,86 mm. A maior média foi obtida aos 90 dias, com cerca de 5,48 mm. Devido à

escassez de chuva na região, no período dos 180 aos 270 dias, que coincide com o período

seco na região, foram obtidos os menores valores de incremento em diâmetro, com 1,27 mm e

0,93 mm, respectivamente.

Figura 16 – Evolução do incremento médio em diâmetro de plantas de pinhão manso oriundas da

utilização da técnica “bocaj” durante o período experimental no semiárido da Paraíba.

Rocha Júnior et al. (2011) observaram em seus resultados que o incremento médio em

diâmetro foi de 10,44 mm e 11,74 mm para os tratamentos com Pinhão manso e Pinhão-

manso + capim Andropogon gaçyanus na avaliação feita aos 90 dias após o plantio. O

tratamento Pinhão-manso + Brachiaria brisantha foi aquele que menos se destacou, com 9,06

mm. Com relação a avaliação realizada aos 120 dias após o plantio do pinhão manso, os

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tratamentos Pinhão manso e Pinhão-manso + capim Andropogon gaçyanus proporcionaram

resultados superiores, com 22,83 e 23,21 mm, respectivamente, enquanto no tratamento

Pinhão-manso + Brachiaria decumbens verificou-se o menor incremento para diâmetro de

caule (20,14 mm).

Arruda et al. (2004) apontam que o pinhão-manso é uma planta com pouca exigência

hídrica, tolerando bem o período de escassez de água, calor ou frio. Sob condições extremas

de seca, a planta perde as folhas para conservar a umidade em seus tecidos, resultando na

paralisação do crescimento e passando a sobreviver à custa da água e das reservas orgânicas

armazenada em seu caule.

5.6 Avaliação da temperatura do solo

Os dados referentes a temperatura do solo nos períodos seco e chuvoso na área

experimental estão distribuídos na tabela 1. Observa-se que ocorreram diferenças

significativas para as temperaturas tanto entre períodos (seco e chuvoso) quanto em

profundidade. No que concerne as temperaturas entre os períodos seco e chuvoso, constata-se

que as temperaturas sempre foram mais altas no período seco, em todas as profundidades.

Tabela 1 – Temperatura do solo nos períodos seco e chuvoso em diferentes profundidades do

solo no semiárido da Paraíba.

Período Profundidade

0 7,5 15 Média

Chuvoso 31,12Ab* 30,52Bb 30,45Bb 30,70

Seco 31,90Ba 31,65Ba 32,70Aa 32,08

Média 31,51 31,09 31,58

CV (%) 1,72 *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha não diferem entre si pelo teste

de Tukey a 5% de probabilidade. CV: coeficiente de variação.

De acordo com Pinheiro et al. (2002) a temperatura do solo está relacionada à radiação

que chega a superfície, dependendo da latitude, da época do ano, da hora do dia e da

exposição. A amplitude, isto é, a diferença entre a máxima e a mínima temperatura, tende a

diminuir com a profundidade do solo. A temperatura é muito variável à superfície e, tende a

se estabilizar com a profundidade. Isto significa que as raízes de uma planta estão num

ambiente muito variável, no tempo (horas) e no espaço (profundidade). Essa constatação

também foi verificada no presente estudo, principalmente no período chuvoso.

É sabido que a superfície do solo é um dos mais importante componentes do

microclima que interfere no crescimento e desenvolvimento da planta. Neste sentido,

Sediyama e Prates (1986) afirmam que a temperatura do solo não só serve como suporte para

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a planta, mas para o meio, através do qual a água e os nutrientes são transferidos para o

sistema radicular. Além disso, fisicamente o solo funciona como principal mecanismo de

armazenamento de energia.

A temperatura do solo, principalmente no semiárido brasileiro, é uma variável que se

deve dar muita ênfase, tendo em vista que afeta o desenvolvimento das plantas, desde a

germinação das sementes até o seu desenvolvimento. A cobertura do solo com mulching

(cobertura morta). A utilização de materiais de difícil decomposição, geralmente com relação

C/N alta, favorecerão os atributos físicos do solo e, consequentemente, sobre as plantas. Já,

materiais de fácil decomposição, propiciará efeitos benéficos sobre os nutrientes do solo,

disponibilizando-os para que seja absorvidos pelas raízes presentes nas camadas superficiais

do solo.

Ao se observar a figura 17, vê-se que ocorreram diferenças significativas entre as

temperaturas do solo quando se comparou os diferentes bancos de sementes aplicados nos

tratamentos.

Figura 17 – Temperatura do solo em área degradada com aplicação da técnica “bocaj”

utilizando diferentes bancos de sementes no semiárido da Paraíba

*Médias seguidas de mesmas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Coeficiente de

variação=1,72; Diferença mínima significativa=0,52).

Ao se observar os dados contidos na figura 17, observa-se que o tratamento onde se

aplicou o material resultante do banco de sementes oriundo do dossel de plantas de jurema

preta a temperatura o solo foi menor, diferenciando estatisticamente dos demais tratamentos.

Isto pode ser justificado pelos seus diminutos folíolos que quando caem, formam um manto

que recobre o solo. Ao se colocar este e outros materiais vegetais nas estruturas que compõe a

técnica “bocaj” facilitará a retenção de água nas covas, maior atividade microbiana, maior

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CAT JUR MIS MOF UMB

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(°C

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Banco de semente

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mineralização da matéria orgânica e, consequentemente, propiciará menor variação na

temperatura do solo.

No semiárido brasileiro, a diminuição da temperatura do solo e o consequente

aumento do conteúdo de água, com o uso de técnicas semelhantes a que está sendo utilizada

no presente estudo, proporcionará um melhor desenvolvimento das plantas que aí crescem.

Essa assertiva também é corroborada por Ogée e Brunet (2002).

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6 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos no período experimental propiciaram as seguintes conclusões:

O período seco do ano apresentou uma amplitude térmica maior à medida que

aumentou a profundidade do solo;

Cada material utilizado na técnica “bocaj” estabeleceu isolamentos térmicos

diferentes, tendo o material resultante da copa da jurema preta propiciado menores

temperaturas;

As plantas de pinhão manso responderam melhor ao conteúdo de água no solo,

crescendo mais em altura e em diâmetro;

A técnica “bocaj” mostrou ser viável para as condições do Seridó da Paraíba, tendo em

vista o seu baixo custo de implantação e proporcionado condições favoráveis para o

crescimento do pinhão manso e da faveleira.

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