Afrustração de ir a uma loja de artigos esportivos para comprar uma ca-misa de futebol para criança foi o ponto de partida para a criação de um projeto inédito no futebol brasileiro. Quando Júlio Mariz, executivo com

vasta experiência no mundo do esporte, não conseguiu achar o que queria para presentear o neto recém-nascido, passou a trabalhar num projeto para levar ao fu-tebol o conceito que criou um dos melhores cases de sucesso infantil no YouTube.

"As crianças precisam ter uma opção brasileira. Elas consomem séries infantis in-ternacionais e os pais compram os brinquedos e outros produtos oriundos das sé-ries. Precisamos colocar o futebol nas prateleiras das crianças, e o desenho anima-do é a porta de entrada", diz Mariz em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

O projeto começou a ser desenhado em 2017, em parceria com a Animaking e

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

Liga de Mascotes leva animação para clubes

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N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1247 - SEXTA-FEIRA, 17 / MAIO / 2019

de euros é o valor da marca Real Madrid, segundo a Brand Finance; é o mais valioso do mundo, ultrapassando o Manchester United1,6bi

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F E R E C I M E N

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Fullframe. O Atlético-MG foi o primeiro a embarcar na ideia, em julho de 2018. Meses depois, o Vasco assinou. No começo do ano, o Corinthians aderiu à Liga de Mascotes. Os clubes são remunerados com royalties sobre a venda dos produtos.

Na última semana, a Liga de Mascotes começou a funcionar. Os primeiros vídeos, com cerca de 1min de duração, servem para apresentar o universo do futebol aos espectadores. A ideia, com o tempo, é ir ganhando corpo e virando um produto.

"Entendemos ser importante para rejuvenescermos a marca, atingindo um públi-co mais jovem, de um forma diferente em um ambiente que ele está acostumado a consumir conteúdo", diz Guilherme Neto, coordenador de marketing do Vasco.

O projeto prevê o desdobramento de uma linha de produtos licenciados. Para isso, a Liga precisa que a produção de conteúdo consiga ter mais adesão. Mariz considera fundamental, para isso, o engajamento dos clubes para divulgar as ani-mações. O foco principal de público são as crianças entre 4 e 7 anos de idade.

"Entendemos que o projeto com mascotes (temos três versões, segmentadas por público) é um ativo importante que pode auxiliar em diversos momentos, desde a comunicação até produtos licenciados. Esse licenciamento de produtos podemos considerar a principal via de geração de receitas. Entendemos também que há a possibilidade de se monetizar também os próprios vídeos do Youtube", diz Neto.

O projeto de comunicação digital é mais um dos adotados pelo Vasco para am-pliar a aproximação do clube com as crianças. Além disso, as apostas são nas escolinhas licenciadas, entrada em campo com jogadores para sócios e produtos.

Ou, como resume o executivo vascaíno: "Parafraseando Cyro Aranha: 'Enquanto houver um coração infantil o Vasco será imortal!'".

O P I N I Ã O

Público infantil não pode ser ignorado

Trabalhar com o público infantil não é uma novidade no futebol brasilei-ro, mas é difícil encontrar um projeto mais sólido, com planos em longo prazo e uma plataforma de ações para se aproximar dos mais jovens. A

recém-lançada "Liga dos Mascotes" chega para suprir essa necessidade, mas precisa ser abraçada pelos clubes com mais ênfase. Caso contrário, será apenas mais uma inicia-tiva pontual entre as principais equipes do esporte nacional.

É curioso como, informalmente, existe o receio do avanço dos times europeus entre os mais jovens do Brasil, mas pouco se faz para cativar crianças desde cedo. O futebol tem a capacidade de criar experiências marcantes não só para os adultos, mas também para os futuros torcedores. A infância é um momento-chave para a fideli-zação. Não é uma simples publicidade, mas uma relação lúdica de longo prazo a ser

criada com os fãs mais novos.No início da década, houve um movi-

mento maior no Brasil, especialmente nas mídias sociais, para a criação de conteúdo infantil. Não houve continuidade, no en-tanto. Hoje, alguns clubes no país apos-tam com mais ênfase nas mascotes como porta de entrada para o futebol, mas pare-ce pouco e ainda inconsistente.

Nos Estados Unidos, essa cultura de inserção do público infantil é mais conso-lidada. No Red Sox, por exemplo, o está-

dio conta com uma área interna dedicada aos mais jovens. E, no local, há atividades que tentam aproximar as crianças do esporte, e não simplesmente distraí-las durante o evento. São ações simples, como um jogo de beisebol com realidade virtual e um espaço para medir a velocidade dos arremessos. As ações são puxadas pela mascote "Wally the Green Monster", criada em 1997 e usada efusivamente na comunicação da equipe, inclusive nas transmissões das partidas. Em 2017, a personagem chegou até a ganhar uma animação de 30 minutos, exibida na televisão.

Os clubes de futebol só têm a ganhar quando trabalham com o público infantil. Além de convocar os torcedores mirins, a inserção de crianças na comunicação ajuda a quebrar o tom belicoso que costuma rondar o esporte. Recentemente, chegou a ser proibida a entrada de grupos grandes de crianças em campo, junto com os jogadores, uma cena que marcava o futebol nacional. A repercussão negativa fez esse veto cair. É algo genuíno que, de alguma forma, precisa ser mantido e feito de maneira consis-tente. Fará um enorme bem à sustentabilidade dos negócios que cercam os gramados.

Clubes desconsideram importância

dos mais jovens, e ações para crianças

costumam ser pontuais no futebol

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

Ronaldo diz que valor de atletas

está inflacionado

A proximidade da Copa do Mundo feminina fará com que o Museu do Futebol, em São Paulo, crie uma exposição que reconta a história da inserção da mulher no futebol. Batizada de "Ataque - As Mulheres no Futebol", a exposição terá o patrocínio do banco Itaú.

O projeto será lançado no dia 27 de maio, com um coquetel e ficará até 20 de outubro. A ideia é recon-tar um pouco das lutas que as mul-heres travaram para serem inseridas no esporte ao longo da história.

Essa é a segunda vez que o fute-bol feminino é abordado no museu às vésperas de uma Copa do Mun-do. A outra foi em 2015 e virou um projeto itinerante pelo país.

M U S E U R E C R I A H I S T Ó R I A D A S M U L H E R E S N O F U T E B O L

Desde que decidiu focar os inves-timentos no crossfit, a Reebok tem procurado o público praticante da

modalidade para ativar a marca. No final de semana, um espaço exclusivo

no ginásio do Ibirapuera, sede do Brazilian Crossfit Championship, marcará a ativação do patrocínio.O torneio é classificatório para o

mundial de crossfit. No local, a Ree-bok customizará tênis e levará seus

atletas patrocinados para tirarem fotos com torcedores presentes ao evento.

REEBOK ATIVA CROSSFIT COM

ÁREA NO MAIOR TORNEIO DA

MODALIDADE

POR REDAÇÃO

Dono do Valladolid desde a última temporada, o ex-joga-dor Ronaldo celebrou nesta semana a permanência na pri-meira divisão espanhola. A manutenção do clube na LaLiga fará com que o projeto de Ronaldo entre numa nova etapa, a de reforçar o elenco como mais jogadores e colocar o time num novo patamar dentro da disputa nacional. Para isso, a aposta do Valladolid é buscar atletas em mercados emergen-tes, como o Equador, país de Stiven Plaza, recém-contratado pelo clube. O Brasil, por enquanto, tem sido sonho distante.

"O mercado está muito inflacionado. Tenho olhado muitos jogos no Brasil e procurado por atletas, mas qualquer pro-posta que chega é de 40 milhões de euros", afirmou Ronaldo em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte no YouTube.

No ano passado, a compra do Valladolid por Ronaldo foi considerada o case internacional do ano na votação dos Melhores do Ano da Máquina do Esporte. Ronaldo recebeu o troféu durante entrevista realizada na sede da Octagon, agência que ele é sócio, em São Paulo. No bate-papo, ele projetou o futuro do clube agora que está na La Liga.

"Vamos começar a temporada com cerca de 5 milhões em dívidas, o que não é quase nada dentro do projeto", afirmou.

No primeiro ano à frente do Valladolid, Ronaldo usou a ver-ba de televisão para quitar as dívidas do clube e apostou no elenco que tinha para se manter na elite. Agora, passará a investir também em infraestrutura. Um novo estádio e dois CTs são parte do projeto. E ele contou tudo na entrevista.

POR ERICH BETING

Poucos dias após anunciar o lançamento de sua plataforma no Brasil, o gru-po DAZN decidiu que fechará apenas para seus assinantes os jogos envol-vendo os times brasileiros pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Atualmente, a competição é o principal produto com exclusividade que está dis-ponível no DAZN, especialmente com a disputa de times com maior apelo de público, como Corinthians, Botafogo, Fluminense e Atlético-MG.

Na primeira fase da competição, uma parceria com a RedeTV! serviu para que a empresa usasse o canal como meio de fazer a marca ser conhecida. Além da emis-sora de TV aberta, os jogos eram exibidos no Facebook e no YouTube do DAZN, que contratou até o técnico José Mourinho para comentar um dos jogos.

A abertura do sinal também atende a uma necessidade da própria RedeTV!. O primeiro duelo do Corinthians contra o Deportivo Lara, da Venezuela, será dia 23 de maio, na Arena Corinthians. Como a partida tem início às 19h15, a transmissão via DAZN permite que a RedeTV! não precise modificar sua grade de programa-ção, o que comprometeria programas publicitários que acontecem nesse horário.

O fechamento dos jogos decisivos da Sul-Americana servirá para que o DAZN consiga dar o primeiro salto na adesão de novos usuários. A plataforma foi lan-çada na última semana, ao custo mensal de R$ 37,90, após cerca de dois meses de testes com usuários. O risco da empresa é de que haja uma grande adesão de torcedores para acompanhar os jogos. A classificação corintiana às oitavas de final rendeu cerca de 15 pontos no Ibope para a RedeTV!, uma das maiores audiências da história do canal, que chegou a ficar à frente da Globo por alguns instantes.

DAZN fechará jogos da Sul-Americana

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POR REDAÇÃO