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RELATÓRIO TÉCNICO DA PERITAGEM EFETUADA À QUEDA DE UMA ÁRVORE NO LARGO DA FONTE, FREGUESIA DO MONTE, FUNCHAL Pedro Ginja Arboricultor ELABORADO PARA: MUNICÍPIO DO FUNCHAL MAIO DE 2018

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RELATÓRIO TÉCNICO DA PERITAGEM

EFETUADA À QUEDA DE UMA ÁRVORE

NO LARGO DA FONTE, FREGUESIA DO MONTE,

FUNCHAL

Pedro Ginja Arboricultor

ELABORADO PARA: MUNICÍPIO DO FUNCHAL

MAIO DE 2018

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Pedro Jorge Ginja 1 Gerard Passola Parcerissa 2

1 Engenheiro Agrícola, Arboricultor Profissional com Formação Avançada em

Arboricultura Urbana

2 Biólogo, membro do Colégio de Biólogos da Catalunha, Espanha (Núm.

16.860-C), especialista em Arboricultura

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Í ndice geral Conteúdo

Índice geral .................................................................................................................................... 1

Índice de ilustrações ...................................................................................................................... 5

Índice de tabelas ......................................................................................................................... 15

Declarações iniciais ..................................................................................................................... 16

Juramento ................................................................................................................................... 16

1. Introdução ............................................................................................................................... 17

2. Caracterização do espaço ........................................................................................................ 18

2.1 Breve apontamento histórico ........................................................................................... 18

2.1.1 Breve apontamento histórico acerca da queda de árvores no local..................... 20

2.2 Topografia ......................................................................................................................... 22

2.3 Fitogeografia ..................................................................................................................... 23

2.4 Climatologia ....................................................................................................................... 23

2.4.1 Temperatura média do ar ..................................................................................... 25

2.4.2 Humidade média do ar .......................................................................................... 26

2.4.3 Precipitação ........................................................................................................... 28

2.4.4 Velocidade média do vento ................................................................................... 30

2.4.5 Velocidade máxima do vento ................................................................................ 31

2.5 Geologia ............................................................................................................................ 32

2.6 Edafologia .......................................................................................................................... 33

2.6.1 Solos ...................................................................................................................... 33

2.6.2 Fertilidade do solo ................................................................................................. 36

3. Estado geral da árvore antes da queda ................................................................................... 39

3.1 Caracterização do local de implantação da árvore ........................................................... 39

3.2 Caracterização dendrológica ............................................................................................. 43

3.3 Caracterização dendrocronológica ................................................................................... 45

3.3.1 Análise do crescimento anelar .............................................................................. 46

3.3.2 Proposta de idade para a árvore ........................................................................... 49

3.3.2.1 Estudo do desenvolvimento médio dos anéis de crescimento das verrumadas ........ 49

3.3.2.2 Contagem direta dos anéis de crescimento numa secção da árvore ......................... 50

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3.4 Caracterização dendrométrica .......................................................................................... 52

3.4.1 Perímetro e diâmetro na base............................................................................... 52

3.4.2 Perímetro e diâmetro à altura do peito ................................................................ 53

3.4.3 Altura ..................................................................................................................... 54

3.4.4 Massa da árvore .................................................................................................... 56

3.4.5 Relação entre a altura da árvore e o diâmetro do tronco – coeficiente de

esbelteza......................................................................................................................... 58

4. Reconstrução da estrutura da árvore ..................................................................................... 60

5. Avaliação biomecânica e sanitária da árvore .......................................................................... 68

5.1 Estádio de desenvolvimento da árvore ............................................................................. 71

5.2 A copa da árvore ............................................................................................................... 76

5.2.1 Estudo aéreo do histórico da dimensão e posição da copa .................................. 76

5.2.2 Análise da estrutura da copa ................................................................................. 82

5.2.2.1 Folhas e raminhos .................................................................................. 82

5.2.2.2 Ramos .................................................................................................... 84

5.2.2.2.1 Lesão num ramo estrutural da copa – ramo 2.2 ..... 85

5.2.2.2.1.1 Análise da secção no ponto da lesão ........ 87

5.2.2.2.1.2 Inspeção instrumental da lesão .................. 90

5.2.2.2.1.2.1 Inspeção 8 – ramo 2.2 acima da

rutura ......................................................................... 90

5.2.2.2.1.2.2 Inspeções 9, 10 e 11 – zona de

inserção dos ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) ... 91

5.2.2.2.1.3 Cálculo da capacidade de carga da

secção menor encontrada nesta zona ............... 93

5.3 Tronco da árvore ............................................................................................................... 94

5.3.1 Avaliação instrumental do tronco ......................................................................... 96

5.3.1.1 Secção 1 ................................................................................................. 98

5.3.1.2 Secção 2 ............................................................................................... 101

5.3.1.3 Secção 3 ............................................................................................... 104

5.3.2 Tronco do carvalho e os cabos de aço ....................................................... 107

5.4 Análise da base da árvore ............................................................................................... 109

5.4.1 Geometria da base .......................................................................................... 110

5.4.2 Estado mecânico da madeira da base ...................................................... 117

5.4.2.1 Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base ...... 118

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5.4.2.1.2 Nível 3 – a 1,3 m de altura ................................................................ 119

5.4.2.1.3 Nível 2 – Zona de início das raízes de compressão .......................... 122

5.4.2.1.4 Nível 1 – Nas mesmas raízes de compressão ................................... 125

5.4.2.1.4.1 Nível 1.1 – Obtido da parte do tronco que caiu no

solo ......................................................................................... 125

5.4.2.1.4.2 Nível 1.2 – Obtido da parte do sistema radicular

que ficou no solo .................................................................... 131

5.4.2.2 O estado da qualidade da madeira da base ........................................ 132

5.4.3 Síntese sobre a análise biomecânica ao sistema basal da árvore .... 137

5.4.3.1 Zona sul ................................................................................................ 138

5.4.3.2 Zona central ......................................................................................... 138

5.4.3.3 Zona norte ........................................................................................... 142

5.4.3.4 Zona nascente...................................................................................... 142

5.4.3.5 Zona poente ......................................................................................... 144

6. Estudo laboratorial de material recolhido na peritagem ...................................................... 145

6.1 Locais de recolha das amostras ....................................................................................... 146

6.1.1 Amostras de tecidos biológicos na zona radicular ou zona envolvente ............. 146

6.1.2 Amostras de tecidos biológicos na zona da lesão de um dos ramos estruturais da

copa – ramo 2.2 ............................................................................................................ 155

6.1.3 Amostras de solo junto à parte do sistema radicular que ficou no solo ............. 156

6.2 Resultados das amostras enviadas para o ISA ................................................................ 160

7. Outros aspetos estudados ..................................................................................................... 164

7.1 Registo dos parâmetros climatológicos de maio a julho de 2017 .................................. 164

7.1.1 Velocidade média do vento .......................................................................... 164

7.1.2 Velocidade máxima do vento ....................................................................... 166

7.2 Registo dos parâmetros climatológicos no dia 15 de agosto .......................................... 168

7.2.1 Temperatura instantânea ............................................................................... 168

7.2.2 Humidade relativa do ar .............................................................................. 169

7.2.3 Velocidade média do vento ........................................................................ 169

7.2.4 Velocidade máxima do vento ..................................................................... 170

7.3 Hipótese de derrube da árvore pelo ramo de um plátano ............................................. 170

7.4 Galerias de ratazanas ...................................................................................................... 178

8. Conclusões ............................................................................................................................. 179

9. Bibliografia ............................................................................................................................ 187

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10. Anexos ................................................................................................................................. 193

Anexo 1 – Memória descritiva e identificação de entidades ................................................ 194

Anexo 2 – Resultados individuais das análises de solo efetuadas para cada amostra ......... 208

Anexo 3 – Os 10 estádios de desenvolvimento da parte aérea das árvores de acordo com

Raimbault (ANÓNIMO, 2017) (excerto do artigo) ................................................................... 252

Anexo 4 – Os estádios de desenvolvimento da parte radicular das árvores de acordo com

Raimbault (SIMON, 2014) (excerto do artigo) ........................................................................ 255

Anexo 5 – Relatório de Consulta Fitossanitária redigido pelo Laboratório de Patologia

Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia ................................... 256

Anexo 6 – Adenda ao Relatório de Consulta Fitossanitária redigido pelo Laboratório de

Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia ................... 263

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Í ndice de ilustraçõ es Ilustração 1. Postal circulado em 1906, onde se identificam os plátanos do Largo da Fonte

(Delcampe, 2018) ........................................................................................................................ 19

Ilustração 2. Imagem da zona da Fonte da Virgem anterior a 1896 (Câmara Municipal do

Funchal) ....................................................................................................................................... 20

Ilustração 3. Árvore de grande dimensão caída junto à antiga Fonte da Virgem (Câmara

Municipal do Funchal) ................................................................................................................. 21

Ilustração 4. Mapa hipsométrico dos Jardins do Monte (Quintal, 2007) ................................... 22

Ilustração 5. Andares fitoclimáticos da Madeira (Jesus, 2009) ................................................... 23

Ilustração 6. Localização das estações meteorológicas do IPMA mais próximas do Largo da

Fonte ........................................................................................................................................... 24

Ilustração 7. Gráfico da temperatura média do ar na EM do Funchal (dados IPMA) ................. 25

Ilustração 8. Gráfico da temperatura média do ar na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA) ... 25

Ilustração 9. Gráfico da humidade relativa do ar na EM do Funchal (dados IPMA) ................... 26

Ilustração 10. Gráfico da humidade relativa do ar na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA) ... 27

Ilustração 11. Gráfico da precipitação na EM do Funchal (dados IPMA) .................................... 28

Ilustração 12. Gráfico da precipitação na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA) ...................... 28

Ilustração 13. Gráfico da velocidade média do vento na EM do Funchal (dados IPMA) ............ 30

Ilustração 14. Gráfico da velocidade média do vento na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA)

..................................................................................................................................................... 30

Ilustração 15. Gráfico da velocidade máxima do vento na EM do Funchal (dados IPMA) ......... 31

Ilustração 16. Gráfico da velocidade máxima do vento na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA)

..................................................................................................................................................... 32

Ilustração 17. Excerto da Folha B da Carta Geológica da Madeira (escala: 1/50.000) (Silveira et

al., 2010) ...................................................................................................................................... 33

Ilustração 18. Excerto da Folha B da Carta de Solos da ilha da Madeira (1/50.000) (1ª Edição da

Carta 1992, com Base Cartográfica da C.M.P. 1/25.0000 do Serviço Cartográfico do Exército,

1974/1975) .................................................................................................................................. 34

Ilustração 19. Pormenor da Carta dos Solos da Madeira (Supreme Number Lda, 2015) ........... 35

Ilustração 20. Rede de caminhos com calçada madeirense ....................................................... 39

Ilustração 21. Caminhos que serpenteiam a encosta ................................................................. 40

Ilustração 22. Canteiros ajardinados ........................................................................................... 40

Ilustração 23. Vegetação exuberante dos Jardins do Monte ...................................................... 40

Ilustração 24. Canteiro em que vegetava o carvalho caído na encosta ...................................... 40

Ilustração 25. Pormenor do corte transversal à encosta com indicação dos caminhos, muros e

canteiros, e posicionamento do carvalho antes e após a queda (corte indicado na ilustração

121) ............................................................................................................................................. 41

Ilustração 26. Til de grandes dimensões próximo do carvalho ................................................... 41

Ilustração 27. Corte transversal do terreno desde o Largo da Fonte ao til próximo do carvalho

caído (corte indicado na ilustração 121) ..................................................................................... 42

Ilustração 28. Carvalhal da zona temperada húmida (Caldeira Cabral e Ribeiro Telles, 1999) .. 45

Ilustração 29. Recolha de amostra de lenho com verruma de Pressler...................................... 45

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Ilustração 30. Ponto de recolha da amostra de lenho do tronco a 2 m da base ........................ 46

Ilustração 31. Ponto de recolha da amostra de lenho do tronco na zona intermédia ............... 46

Ilustração 32. Fotografia dos rolos de madeira obtidos com a verruma. ................................... 46

Ilustração 33. Fotografia da identificação dos anéis de crescimento no ponto intermédio. ..... 46

Ilustração 34. Fotografia da identificação dos anéis de crescimento no ponto próximo da base.

..................................................................................................................................................... 47

Ilustração 35. Incremento do crescimento (1/100 mm) ............................................................. 47

Ilustração 36. Incremento de crescimento radial anual (1/100 mm) ......................................... 47

Ilustração 37. Incremento da área de crescimento radial anual (1/100 mm) ............................ 48

Ilustração 38. Secção da árvore na zona do colo ........................................................................ 50

Ilustração 39. Segmento da secção para preparação da amostra .............................................. 50

Ilustração 40. Amostra preparada para contagem dos anéis de crescimento ........................... 51

Ilustração 41. Contagem dos anéis de crescimento com recurso a lupa .................................... 51

Ilustração 42. Determinação da idade do carvalho por contagem dos anéis de crescimento ... 51

Ilustração 43. Diâmetro do carvalho na base do tronco (levantamento topográfico 3D) .......... 53

Ilustração 44. Diâmetro do carvalho a 1,30 m do solo (levantamento topográfico 3D) ............ 54

Ilustração 45. Determinação da altura do carvalho após a reconstituição informática do

exemplar...................................................................................................................................... 55

Ilustração 46. Elevada quantidade de pedras e terra agregadas à parte do sistema radicular que

caiu com o tronco. ....................................................................................................................... 56

Ilustração 47. Evidência de perda de água nos raminhos e folhagens, a 30 de agosto de 2017 57

Ilustração 48. Coeficiente de esbelteza e risco (Mattheck, 2007) .............................................. 58

Ilustração 49. Relação entre o coeficiente de esbelteza e a taxa de fracasso das árvores

(Mattheck, 2007) ......................................................................................................................... 59

Ilustração 50. Relação entre o coeficiente de esbelteza e a idade da árvore (Mattheck, 2007) 59

Ilustração 51. Trabalhos de reconstituição do carvalho ............................................................. 60

Ilustração 52. Disposição das peças no solo ............................................................................... 60

Ilustração 53. Laserscanner 3D usado no levantamento topográfico tridimensional ................ 61

Ilustração 54. Içamento das peças do carvalho com autogrua e levantamento topográfico 3D 61

Ilustração 55. Reposicionamento de uma secção da árvore para levantamento topográfico 3D

..................................................................................................................................................... 61

Ilustração 56. Montagem e preparação de uma secção da árvore para levantamento

topográfico 3D ............................................................................................................................. 61

Ilustração 57. Pormenor 1 do levantamento com o Laserscanner 3D ........................................ 62

Ilustração 58. Parte do sistema radicular do carvalho que permaneceu no solo após a queda 63

Ilustração 59. Varrimento topográfico 3D à parte do sistema radicular que ficou no solo

realizado pelo Laserscanner 3D .................................................................................................. 63

Ilustração 60. Reconstituição 3D da estrutura da árvore – vista sul ........................................... 64

Ilustração 61. Reconstituição 3D da estrutura da árvore – vista poente .................................... 64

Ilustração 62. Reconstituição 3D da estrutura da árvore – vista norte ...................................... 64

Ilustração 63. Reconstituição 3D da estrutura da árvore – vista nascente ................................. 64

Ilustração 64. Laserscanner 3D da marca Leica P40 ................................................................... 65

Ilustração 65. Excerto do varrimento topográfico realizado pelo Laserscanner 3D ................... 65

Ilustração 66. Drone DJI PHANTOM 4PR utilizado para recolha de informação......................... 65

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Ilustração 67. Imagem aérea recolhida pelo drone .................................................................... 65

Ilustração 68. Perspetiva geral do modelo tridimensional do local, com ilustração do carvalho

caído e reposicionamento do mesmo na sua posição original ................................................... 66

Ilustração 69. Fotografia 1 anterior à queda do carvalho, onde é possível ver a sua posição

(CMF) ........................................................................................................................................... 67

Ilustração 70. Fotografia 2 anterior à queda do carvalho, onde é possível ver a sua posição

(CMF) ........................................................................................................................................... 67

Ilustração 71. Fotografia 3 anterior à queda do carvalho, onde é possível ver a sua posição

(CMF) ........................................................................................................................................... 67

Ilustração 72. Modelo 3D do posicionamento do carvalho com base na informação de

fotografias anteriores à queda .................................................................................................... 67

Ilustração 73. Procedimento para a aplicação do método VTA (adaptado de Mattheck e

Breloer, 1994b) ........................................................................................................................... 69

Ilustração 74. Os dez estádios de desenvolvimento da parte aérea das árvores (Raimbault, s.d.)

..................................................................................................................................................... 72

Ilustração 75. Os estádios de desenvolvimento da parte radicular das árvores (Raimbault, s.d.)

..................................................................................................................................................... 73

Ilustração 76. Os dez estádios de desenvolvimento das árvores de acordo com Raimbault

(Anónimo, 2017).......................................................................................................................... 74

Ilustração 77. Determinação dos estádios de desenvolvimento das árvores com base na

avaliação de catorze caracteres morfológicos (Raimbault e Tanguy, 1993) ............................... 75

Ilustração 78. Esquema da evolução da árvore, da germinação até à morte, decomposto em

dez estádios (Raimbault e Tanguy, 1993) ................................................................................... 75

Ilustração 79. Delimitação da área da copa do carvalho sobre o ortofotomapa de 2004 .......... 77

Ilustração 80. Delimitação da área da copa do carvalho sobre o ortofotomapa de 2007 .......... 77

Ilustração 81. Delimitação da área da copa do carvalho sobre o ortofotomapa de 2010 .......... 77

Ilustração 82. Delimitação da área de clareira que corresponderia à copa do carvalho sobre a

imagem aérea de 2017, captada pelo drone após a sua queda ................................................. 78

Ilustração 83. Sobreposição das áreas da copa do carvalho delimitadas sobre os ortofotomapas

de 2004, 2007 e 2010 e da área de clareira em 2017 após a queda .......................................... 78

Ilustração 84. Cotas altimétricas da copa do carvalho e das árvores envolventes obtidas com

base no ortofotomapa de 2010 .................................................................................................. 79

Ilustração 85. Excerto do varrimento topográfico 3D realizado pelo drone às copas das árvores,

com indicação do local onde se encontrava a copa do carvalho ................................................ 79

Ilustração 86. Delimitação do polígono correspondente à copa do carvalho no ortofotomapa

de 2004 ........................................................................................................................................ 80

Ilustração 87. Sobreposição do polígono correspondente à área da copa do carvalho no

ortofotomapa de 2004 sobre o ortofotomapa de 2007 ............................................................. 80

Ilustração 88. Sobreposição do polígono correspondente à área da copa do carvalho no

ortofotomapa de 2004 sobre o ortofotomapa de 2010 ............................................................. 81

Ilustração 89. Sobreposição do polígono correspondente à área da copa do carvalho no

ortofotomapa de 2004 sobre a imagem captada pelo drone em 2017, após a sua queda ........ 81

Ilustração 90. Exemplo de avaliação de um Pinus pinea através de fotografias do Google para

determinar se existe inclinação histórica .................................................................................... 82

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Ilustração 91. Raminhos do carvalho e folhas com boa vitalidade ............................................. 83

Ilustração 92. Raminho com boa densidade foliar ...................................................................... 83

Ilustração 93. Página superior das folhas com fumagina ............................................................ 83

Ilustração 94. Reconstituição da estrutura da copa do carvalho com identificação dos ramos

principais e das bifurcações ........................................................................................................ 84

Ilustração 95. Reconstituição da copa do carvalho e pormenor do local com o toco do corte de

um ramo ...................................................................................................................................... 85

Ilustração 96. Toco resultante do corte de um ramo seco ......................................................... 86

Ilustração 97. Pormenor do corte de um ramo seco .................................................................. 86

Ilustração 98. Pormenor do corte, em que é possível constatar que este foi executado por mão

humana ....................................................................................................................................... 86

Ilustração 99. Reconstituição da zona da bifurcação A e da bifurcação B .................................. 87

Ilustração 100. Zona da bifurcação A com identificação dos 2 ramos principais ....................... 88

Ilustração 101. Zona da bifurcação onde se observa o ramo 1 e a base da rutura nos ramos 2.1.

e 2.2 (bifurcação B) ..................................................................................................................... 88

Ilustração 102. Pormenor da base da rutura nos ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) ...................... 88

Ilustração 103. Zona com podridão onde se inseriam os ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) – vista

lateral 1 ....................................................................................................................................... 88

Ilustração 104. Zona com podridão onde se inseriam os ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) – vista

de topo ........................................................................................................................................ 89

Ilustração 105. Zona com podridão onde se inseriam os ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) – vista

lateral 2 ....................................................................................................................................... 89

Ilustração 106. Secção do tronco por baixo da bifurcação B, com podridão interna da madeira

..................................................................................................................................................... 90

Ilustração 107. Secção do tronco por baixo da bifurcação B, com delimitação da zona interna

apodrecida................................................................................................................................... 90

Ilustração 108. Indicação do ponto da inspeção 8 ...................................................................... 90

Ilustração 109. Detalhe da orientação da inspeção 8 ................................................................. 90

Ilustração 110. Resistograma da inspeção 8 – base do eixo central acima da rutura ................ 91

Ilustração 111. Indicação dos pontos das inspeções 9 e 10 ........................................................ 91

Ilustração 112. Resistograma da inspeção 9 – zona de inserção dos ramos 2.1 e 2.2................ 92

Ilustração 113. Resistograma da inspeção 10 – zona da bifurcação dos ramos 2.1 e 2.2 .......... 92

Ilustração 114. Indicação do ponto da inspeção 11 .................................................................... 92

Ilustração 115. Detalhe da orientação da inspeção 11 ............................................................... 92

Ilustração 116. Resistograma da inspeção 11 – zona da bifurcação dos ramos 2.1 e 2.2 .......... 93

Ilustração 117. Capacidade carga remanescente no local da lesão ............................................ 93

Ilustração 118 Ferida no tronco de corte de um ramo ............................................................... 94

Ilustração 119. Zona da bifurcação A com plantas epífitas – fetos provavelmente do género

Polypodium sp. ............................................................................................................................ 95

Ilustração 120. Pormenor do tronco com rizomas dos fetos – provavelmente do género

Polypodium sp. ............................................................................................................................ 95

Ilustração 121. Planta com a localização e numeração das árvores na envolvente do carvalho 96

Ilustração 122. Indicação das secções do tronco que foram avaliadas instrumentalmente ...... 97

Ilustração 123. Perfuração da secção 1 do tronco com o aparelho IML RESI F500 S – lado sul . 97

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Ilustração 124. Pormenor da perfuração com o aparelho IML RESI F500 S ............................... 97

Ilustração 125. Ilustração da secção 1 com indicação dos resistogramas .................................. 98

Ilustração 126. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 1 – nascente-poente ............. 99

Ilustração 127. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 1 – norte-sul........................ 100

Ilustração 128. Ilustração da secção 2 com indicação dos resistogramas ................................ 101

Ilustração 129. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 2 – nascente-poente ........... 102

Ilustração 130. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 2 – norte-sul........................ 103

Ilustração 131. Ilustração da secção 3 com indicação dos resistogramas ................................ 104

Ilustração 132. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 3 – nascente-poente ........... 105

Ilustração 133. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 3 – norte-sul........................ 106

Ilustração 134. Modelo 3D do carvalho e das árvores envolventes, com indicação do sistema de

cabos que permitiam o suporte do plátano n.º 7 ..................................................................... 107

Ilustração 135. Plátano n.º 7 cablado no Largo da Fonte ......................................................... 108

Ilustração 136. Plátano a norte, onde está fixado o cabo n.º 1 ................................................ 108

Ilustração 137. Ritidoma do carvalho com marcas de roçamento do cabo n.º 2 ..................... 108

Ilustração 138. Pormenor do local onde partiu o cabo n.º 2 .................................................... 108

Ilustração 139. Ritidoma do til ferido, onde estava fixado o cabo n.º 2 ................................... 108

Ilustração 140. Pneus que protegiam o ritidoma do til do contacto com o cabo n.º 2 ............ 108

Ilustração 141. Ilustração dos defeitos encontrados nas árvores e sintomas reparadores

(Mattheck, 2007) ....................................................................................................................... 110

Ilustração 142. Parte radicular da árvore .................................................................................. 111

Ilustração 143. Zona de compressão onde se observa um número elevado de contrafortes .. 112

Ilustração 144. Desenvolvimento expectável dos contrafortes ................................................ 112

Ilustração 145. Sistema radicular na zona de compressão, com menor dimensão do que numa

situação normal ......................................................................................................................... 113

Ilustração 146. Vista lateral do sistema radicular na zona de compressão, com menor dimensão

do que numa situação normal .................................................................................................. 113

Ilustração 147. Crescimento diferencial no sistema radicular jovem associado a stresse

mecânico gerado pelo vento ..................................................................................................... 114

Ilustração 148. Posição relativa das raizes em função do vento e do centro de cargas ........... 114

Ilustração 149. Base do carvalho já limpa ................................................................................. 115

Ilustração 150. Delimitação da secção radicular do carvalho ................................................... 115

Ilustração 151. Cálculo da capacidade de carga da secção obtida com a aplicaç o A oMe h™ da Rinntech® ............................................................................................................................. 115

Ilustração 152. Dekimitação das raízes na secção do carvalho ................................................ 116

Ilustração 153. Cálculo da capacidade de carga da secção ....................................................... 116

Ilustração 154. Delimitação das zonas de raiz de tração que rompeu e causou a queda da

árvore na parte do sistema radicular que caiu com o tronco ................................................... 116

Ilustração 155. Delimitação das zonas de raiz de tração que rompeu e causou a queda da

árvore na parte do sistema radicular que ficou no solo ........................................................... 116

Ilustração 156. Diagrama de fratura do VTA (Mattheck, 2007) ................................................ 117

Ilustração 157. Resistência remanescente de uma secção em função do raio ........................ 118

Ilustração 158. Nível 3 – Local de avaliação com o aparelho IML PowerDrill 500 no nível 3 ... 119

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Ilustração 159. Posição das inspeções (direção perpendicular à superfície): 1 – raiz de tração

partida, 2 – cordão radicular ligado à raiz de tração, 4 – lateral este no cordão radicular, ponto

ligeiramente enterrado ............................................................................................................. 119

Ilustração 160. Posição das inspeções (direção perpendicular à superfície): entre cordões

radiculares na zona enterrada .................................................................................................. 120

Ilustração 161. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3,

resistograma 1 ........................................................................................................................... 120

Ilustração 162. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3,

resistograma 2 ........................................................................................................................... 120

Ilustração 163. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3,

resistograma 3 ........................................................................................................................... 121

Ilustração 164. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3,

resistograma 4 ........................................................................................................................... 121

Ilustração 165. Resistência remanescente de uma secção em função do raio, com indicação dos

valores obtidos para o carvalho (linha verde) ........................................................................... 122

Ilustração 166. Posição das inspeções 12, 13 e 14 (direção perpendicular à superfície), na zona

de início das raizes de compressão ........................................................................................... 122

Ilustração 167. Posição da inspeção 15 (direção perpendicular à superfície), na zona de início

das raizes de compressão ......................................................................................................... 123

Ilustração 168. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2,

resistograma 12 ......................................................................................................................... 123

Ilustração 169. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2,

resistograma 13 ......................................................................................................................... 124

Ilustração 170. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2,

resistograma 14 ......................................................................................................................... 124

Ilustração 171. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2,

resistograma 15 ......................................................................................................................... 124

Ilustração 172. Posição das inspeções 16 a 19 na zona das raizes de compressão .................. 125

Ilustração 173. Pormenor da posição das inspeção 16 ............................................................. 125

Ilustração 174. Medição do diâmetro da raiz 1 (centro)........................................................... 125

Ilustração 175. Pormenor da medição do diâmetro da raiz 1 (centro) ..................................... 126

Ilustração 176. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de

compressão – raiz 1 (centro), resistograma 16 ......................................................................... 126

Ilustração 177. Pormenor da posição das inspeção17 .............................................................. 127

Ilustração 178. Medição do diâmetro da raiz 2 (centro)........................................................... 127

Ilustração 179. Avaliação visual da raiz 2 .................................................................................. 127

Ilustração 180. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de

compressão – raiz 2 (centro), resistograma 17 ......................................................................... 128

Ilustração 181. Pormenor da posição das inspeção 18 ............................................................. 128

Ilustração 182. Medição 1 do diâmetro da raiz 3 (lateral norte) .............................................. 129

Ilustração 183. Medição 2 do diâmetro da raiz 3 (lateral norte) .............................................. 129

Ilustração 184. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de

compressão – raiz 3 (lateral norte), resistograma 18 ............................................................... 129

Ilustração 185. Pormenor da posição das inspeção 19 ............................................................. 130

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Ilustração 186. Pormenor da medição do diâmetro da raiz 4 (lateral sul) ............................... 130

Ilustração 187. Medição do diâmetro da raiz 4 (lateral sul) ..................................................... 130

Ilustração 188. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de

compressão – raiz 4 (lateral sul), resistograma 19 .................................................................... 130

Ilustração 189. Imagem da parte dos sistema radicular que ficou no solo, com a marcação

aproximada da zona onde a madeira estava deteriorada ........................................................ 131

Ilustração 190. Exemplo de sistema radicular de uma folhosa com zona central apodrecida . 132

Ilustração 191. Secção irregular do sistema radicular .............................................................. 133

Ilustração 192. Base do sistema radicular que partiu e trabalhava sob compressão, sendo

usada pela árvore para se apoiar no terreno ............................................................................ 133

Ilustração 193. Base do sistema radicular que trabalhava em tração, sendo usada pela árvore

para se fixar ao terreno, como um sistema de cabos ............................................................... 134

Ilustração 194. Sistema radicular do carvalho – secção útil à compressão e zona deteriorada

................................................................................................................................................... 134

Ilustração 195. Cálculo da diminuição da capcacidade da secção ............................................ 135

Ilustração 196. Secção útil à tração e compressão que (raizes quebradas) e zona deteriorada do

sistema radicular ....................................................................................................................... 135

Ilustração 197. Perda máxima de força associada à secção, tendo em conta uma zona

apodrecida/deteriorada de 10% ............................................................................................... 136

Ilustração 198. Parte do sistema radicular que caiu com o tronco ........................................... 137

Ilustração 199. Solo rochoso onde se desenvolvia o carvalho .................................................. 138

Ilustração 200. Sapata de madeira de reação que estava assente sobre a zona rochosa ........ 138

Ilustração 201. Parte central da zona basal com podridão – imagem 1 ................................... 139

Ilustração 202. Parte central da zona basal com podridão – imagem 2 ................................... 139

Ilustração 203. Quatro estádios do sistema radicular de Quercus (Raimbault, 1991) ............. 140

Ilustração 204. Senescência do sistema radicular de Quercus L. (Raimbault, 1991) ................ 141

Ilustração 205. Grande raiz de tração do carvalho ................................................................... 143

Ilust aç o 206. F atu a f gil da aiz de t aç o, o aspeto de f atu a e i a ................ 143

Ilustração 207. Clivagem numa zona central da raiz que se deu em dois planos paralelos ..... 143

Ilustração 208. Raiz de tração com madeira de reação observada no carvalho ....................... 144

Ilustração 209. Pormenor da raiz do til que estava encostada à raiz de tração do carvalho que

quebrou ..................................................................................................................................... 144

Ilustração 210. Local de recolha das amostras de tecidos biológicos – amostras 1, 2 e 3 ....... 146

Ilustração 211. Lesão 1 - raiz média fraturada do lado sul (extremidade) com tecidos biológicos

no exterior ................................................................................................................................. 146

Ilustração 212. Pormenor dos tecidos biológicos da lesão 1 .................................................... 146

Ilustração 213. Lesão 2 - raiz média fraturada do lado sul (zona intermédia) com tecidos

biológicos no exterior da zona quebradiça ............................................................................... 147

Ilustração 214. Pormenor tecidos biológicos na lesão 2 ........................................................... 147

Ilustração 215. Lesão 3 - raiz média fraturada do lado sul (zona superior) tecidos biológicos no

exterior (Amostra 1) .................................................................................................................. 147

Ilustração 216. Pormenor dos tecidos biológicos na lesão 3 .................................................... 147

Ilustração 217. Plataforma de apoio mecânico desenvolvida pela árvore a sum sobre uma zona

rochosa ...................................................................................................................................... 147

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Ilustração 218. Elementos rochosos encastrados na árvore na zona da lesão 4 ...................... 147

Ilustração 219. Raiz do lado sul com estrutura de fungo envelhecida (?) ................................ 148

Ilustração 220. Estrutura de fungo envelhecida (?) na lesão 5 ................................................. 148

Ilustração 221. Local de recolha das amostras de tecidos biológicos ....................................... 148

Ilustração 222. Lesão 6 – raiz média fraturada com podridão húmida (Amostra 2A) com tecidos

biológicos no exterior (Amostra 2B) ......................................................................................... 148

Ilustração 223. Pormenor dos tecidos biológicos da lesão 6 .................................................... 148

Ilustração 224. Lesão 7 - raiz média fraturada .......................................................................... 149

Ilustração 225. Pormenor da lesão 7 ........................................................................................ 149

Ilustração 226. Lesão 8 - fragmento de carpóforo de fungo (?) ............................................... 149

Ilustração 227. Pormenor do carpóforo de fungo (?) da lesão 8 .............................................. 149

Ilustração 228. Lesão 9 - raiz média fraturada .......................................................................... 149

Ilustração 229. Pormenor da lesão 9 ........................................................................................ 149

Ilustração 230. Lesão 10 - raiz média fraturada onde se podem observar fragmentos de

carpóforos de fungo (?) ............................................................................................................. 150

Ilustração 231. Pormenor da lesão 10 ...................................................................................... 150

Ilustração 232. Lesão 11 – zona central do sistema radicular com podridão, onde se podem

observar fragmentos de carpóforos de fungo (?) (Amostra 3A) e tecidos com podridão húmida

(Amostra 3B) ............................................................................................................................. 150

Ilustração 233. Pormenor 3 da lesão 11 ................................................................................... 150

Ilustração 234. Pormenor 3 da lesão 11 ................................................................................... 150

Ilustração 235. Pormenor 3 da lesão 11 ................................................................................... 150

Ilustração 236. Lesão 12 – Raiz de t aç o p i ipal ue ada o fratura cerâmica , o de se podem observar tecidos biológicos no exterior (Amostra 4) e uma estrutura em madeira de

reação devida à fricção da mesma com a raiz do til, que estava do lado nascente ................. 151

Ilustração 237. Pormenor 1 da lesão 12 ................................................................................... 151

Ilustração 238. Pormenor 2 da lesão 12 ................................................................................... 151

Ilustração 239. Pormenor 3 da lesão 12 ................................................................................... 151

Ilustração 240. Lesão 13 – Raiz média fraturada com podridão onde se podem observar tecidos

biológicos no exterior e fragmentos de carpóforos de fungo (?) (Amostra 5) ......................... 151

Ilustração 241. Pormenor da lesão 13 ...................................................................................... 151

Ilustração 242. Lesão 14 – Zona com fragmentos de carpóforos de fungo (?) (Amostra 6) ..... 152

Ilustração 243. Pormenor 1 da lesão 14 ................................................................................... 152

Ilustração 244. Pormenor 2 da lesão 14 ................................................................................... 152

Ilustração 245. Lesão 15 – Zona com fragmentos de carpóforos de fungo (?) ......................... 152

Ilustração 246. Pormenor da lesão 15 ...................................................................................... 152

Ilustração 247. Lesão 16 – Raiz fraturada com tecidos com podridão húmida (Amostra 7A),

onde se podem observar tecidos biológicos no exterior e fragmentos de carpóforos de fungo

(?) (Amostra 7B) ........................................................................................................................ 153

Ilustração 248. Pormenor da lesão 116 .................................................................................... 153

Ilustração 249. Lesão 17 – raiz média fraturada, onde se podem observar tecidos biológicos no

exterior ...................................................................................................................................... 153

Ilustração 250. Pormenor dos tecidos biológicos da lesão 17 .................................................. 153

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Ilustração 251. Lesão 18 – a mesma raiz da lesão anterior, onde se podem observar rizomorfos

(?) no exterior e fragmentos de carpóforos de fungo (?) ......................................................... 153

Ilustração 252. Pormenor da lesão 18 ...................................................................................... 153

Ilustração 253. Lesão 19 – raiz de pequena dimensão fraturada ............................................. 154

Ilustração 254. Pormenor da lesão 19 ...................................................................................... 154

Ilustração 255. Lesão 20 – raiz de grande dimensão fraturada ................................................ 154

Ilustração 256. Pormenor da lesão 20 ...................................................................................... 154

Ilustração 257. Lesão 21 – raiz de média dimensão fraturada, ondese podem observar

fragmentos de carpóforos de fungo (?) (Amostra 8A) e tecidos biológicos no exterior (Amostra

8B) ............................................................................................................................................. 154

Ilustração 258. Pormenor da lesão 21 ...................................................................................... 154

Ilustração 259. Lesão 22 – raiz de média dimensão fraturada, onde se podem observar tecidos

biológicos no exterior ................................................................................................................ 155

Ilustração 260. Pormenor dos tecidos biológicos da lesão 22 .................................................. 155

Ilustração 261. Amostras 10 e 11 – pedaços de lenho e tecidos com podridão cúbica castanha

................................................................................................................................................... 155

Ilustração 262. Pormenor 1 da zona de recolha das Amostras 10 e 11 .................................... 155

Ilustração 263. Pormenor 2 da zona de recolha das Amostras 10 e 11 .................................... 155

Ilustração 264. Pormenor 3 da zona de recolha das Amostras 10 e 11 .................................... 155

Ilustração 265. Amostras 12 e 13 – pedaços de lenho e tecidos com podridão cúbica castanha

................................................................................................................................................... 156

Ilustração 266. Pormenor da zona de recolha das amostras 12 e 13, com micélio branco ..... 156

Ilustração 267. Local de recolha da amostra de solo (Amostra 1) ............................................ 156

Ilustração 268. Pormenor do local de recolha da amostra de solo .......................................... 156

Ilustração 269. Listagem das amostras enviadas para o ISA (página 1 de 2) ............................ 158

Ilustração 270. Listagem das amostras enviadas para o ISA (página 2 de 2) ........................... 159

Ilustração 271. Resultados das amostras enviadas para o laboratório LPVVA do ISA .............. 160

Ilustração 272. Atualização dos resultados das amostras enviadas para o laboratório LPVVA do

ISA .............................................................................................................................................. 161

Ilustração 273. Gráfico da velocidade média do vento no Funchal (dados IPMA) ................... 164

Ilustração 274. Gráfico da velocidade média do vento no Chão do Areeiro (dados IPMA) ...... 165

Ilustração 275. Gráfico da velocidade média do vento no Pico Alto (dados IPMA) .................. 165

Ilustração 276. Gráfico da velocidade máxima do vento no Funchal (dados IPMA)................. 166

Ilustração 277. Gráfico da velocidade máxima do vento no Chão do Areeiro (dados IPMA) ... 166

Ilustração 278. Gráfico da velocidade máxima do vento no Pico Alto (dados IPMA) ............... 167

Ilustração 279. Gráfico da temperatura instantânea do ar no dia 15.08.2017 (dados IPMA) .. 168

Ilustração 280. Gráfico da humidade relativa do ar no dia 15.08.2017 (dados IPMA) ............. 169

Ilustração 281. Gráfico da velocidade média do vento no dia 15.08.2017 (dados IPMA) ........ 169

Ilustração 282. Gráfico da velocidade média do vento no dia 15.08.2017 (dados IPMA) ........ 170

Ilustração 283. Ramo de plátano – parte P1 imagem 1 ............................................................ 171

Ilustração 284. Ramo de plátano – parte P1 imagem 2 ............................................................ 171

Ilustração 285. Ramo de plátano – parte P1 imagem 3 ............................................................ 171

Ilustração 286. Ramo de plátano – parte P1 imagem 4 ............................................................ 171

Ilustração 287. Ramo de plátano – parte P2 imagem 1 ............................................................ 172

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Ilustração 288. Ramo de plátano – parte P2 imagem 2 ............................................................ 172

Ilustração 289. Ocorrência 1 – raminho do carvalho no plátano n.º 4 ..................................... 173

Ilustração 290. Ocorrência 2 – raminho do plátano n.º 7 partido ............................................ 173

Ilustração 291. Ocorrência 3 – ramo do plátano n.º 7 partido ................................................. 173

Ilustração 292. Ocorrência 4 – ramo do plátano n.º 7 partido ................................................. 173

Ilustração 293. Ocorrência 5 – ramo do plátano n.º 7 partido ................................................. 174

Ilustração 294. Ocorrência 6 – grande ramo do plátano n.º 7 partido ..................................... 174

Ilustração 295. Ocorrência 6 – pormenor do grande ramo do plátano n.º 7 partido ............... 174

Ilustração 296. Ocorrência 7 – dois ramos do plátano n.º 9 partidos ...................................... 174

Ilustração 297. Ocorrências 12 e 13 – grande ferida de fricção antiga no ramo do plátano n.º 9

................................................................................................................................................... 174

Ilustração 298. Ocorrência 15 – ferida de roçamento recente num ramo do plátano n.º 9 .... 174

Ilustração 299. Ocorrência 16 - grande ferida de fricção antiga no ramo do plátano n.º 9 ..... 175

Ilustração 300. Ocorrência 17 – ramo do plátano n.º 7 partido ............................................... 175

Ilustração 301. Ocorrência 19 – ramo do plátano n.º 9 partido ............................................... 175

Ilustração 302. Ocorrência 20 – ramo do plátano n.º 9 partido ............................................... 175

Ilustração 305. Indicação das lesões principais identificadas nas árvores envolventes após a

queda do carvalho (lesões 1, 6, 7 13, 16 e 19) .......................................................................... 175

Ilustração 306. Registo mais detalhado das principais identificadas nas árvores envolventes

após a queda do carvalho (lesões 1, 6, 7 13, 16 e 19) .............................................................. 176

Ilustração 304. Indicação do ramo partido no plátano n.º 7 (ocorrência 6) e sua cota sobre a

imagem aérea recolhida pelo drone após a queda do carvalho ............................................... 177

Ilustração 303. Pormenor da lesão no plátano n.º 7 onde se inseria o ramo de grande dimensão

que partiu .................................................................................................................................. 177

Ilustração 307. Tocas de ratazanas (Rattus norvegicus) ........................................................... 178

Ilustração 308. Pormenor da entrada de uma toca de ratazana (Rattus norvegicus) .............. 178

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Í ndice de tabelas Tabela 1. Resultados médios das análises ao solo ...................................................................... 37

Tabela 2. Características gerais do carvalho-alvarinho (HUMPHRIES et al., 1996; MITCHELL, 1992;

MOREIRA, 2008) ............................................................................................................................ 44

Tabela 3. Estimativa da idade da árvore em função dos incrementos do crescimento radial

anual ............................................................................................................................................ 49

Tabela 4. Idade da espécie Quercus robur de acordo com diversos autores.............................. 52

Tabela 5. Massas do carvalho ..................................................................................................... 56

Tabela 6. Cálculo da massa total do carvalho ............................................................................. 57

Tabela 7. Características morfológicas do estádio de desenvolvimento do carvalho ................ 76

Tabela 8. Registos da análise ao resistogramas da secção 1 ...................................................... 99

Tabela 9. Registos da análise ao resistogramas da secção 2 .................................................... 102

Tabela 10. Registos da análise ao resistogramas da secção 3 .................................................. 105

Tabela 11. Níveis de avaliação do estado interno da madeira ................................................. 118

Tabela 12. Análise comparativa das perdas de secção dos sistema radicular .......................... 137

Tabela 13. Lesões nas árvores envolventes do carvalho .......................................................... 172

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Declaraçõ es iniciais

Os peritos manifestam não ter interesse direto ou indireto no assunto ou em outro

semelhante; nem crer que exista nenhuma outra circunstância que lhes faça

desmerecer no conceito profissional.

Juramentõ

Os peritos declaram, sob juramento, dizer a verdade, que atuam e atuarão com a

maior objetividade possível, tomando em consideração tanto o que possa favorecer,

como o que seja suscetível de causar prejuízo a qualquer uma das partes, e que

conhecem as sanções penais nas quais poderiam incorrer em caso de incumprimento

dos seus deveres como peritos.

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1. Íntrõduça õ

O presente relatório técnico resulta da avaliação efetuada a uma árvore, um

carvalho (Quercus robur), sito nos Jardins do Monte, no Funchal, na sequência da sua

queda no dia 15 de agosto de 2017, dia das festividades de Nossa Senhora do Monte,

da qual resultaram treze mortos e quarenta e nove feridos. Logo após o registo da

ocorrência, fomos contactados pelo Município do Funchal, na pessoa do chefe de

divisão dos Jardins e Espaços Verdes Urbanos, o Eng.º Francisco Andrade, tendo

iniciado a nossa colaboração técnica no dia 15 de agosto. Por sua solicitação,

mobilizámo-nos de imediato para o Funchal, onde demos início aos trabalhos de

peritagem no dia 16, pelas 9.00 horas.

Os trabalhos de peritagem no terreno ocorreram em dois momentos diferentes. A

primeira fase teve início no dia 16 de agosto e decorreu até ao seguinte, dia 17, pois

os trabalhos viriam a ser suspensos ao final desse dia por ordem do Ministério Público.

Após diversas vicissitudes, a segunda fase iniciou-se apenas doze dias depois, a 29

de agosto, tendo-se prolongado até ao dia 1 de setembro (ver Anexo 1).

´

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2. Caracterizaça õ dõ espaçõ

2.1 Breve apontamento histórico

No passado, o Monte, principalmente devido ao seu clima e belas vistas, era

utilizado pelos funchalenses “…que ali tinham as suas residências de verão…” como

zona de veraneio e repouso, mas também se constituía como destino de eleição dos

visitantes (PIO, 1992). A partir do séc. XVIII, passou a ser o local predileto dos

estrangeiros, “…nomeadamente britânicos que… fizeram construir ali belas vivendas,

fundando quintas, palacetes e chalets…”. (PIO, 1992) No início do séc. XX, o Monte

tornou-se uma estância turística de excelência, com numerosos hotéis, onde existiam

também muitas quintas e vilas particulares (RIBEIRO, 1991).

Os Jardins do Monte desenvolvem-se desde o Largo da Fonte até à Igreja de

Nossa Senhora do Monte. A construção do parque, de carácter romântico, iniciou-se

em 1894, por iniciativa do município, que adquiriu “…o terreno necessário localizado

no outeiro adjacente à Igreja paroquial de Nossa Senhora do Monte…” (PIO, 1992),

tendo a primeira fase de construção terminado em 1899 (QUINTAL E PPITAGROZ, 2001;

PIO, 1992). O carácter romântico do jardim faz lembrar muitos espaços deste período

construídos em Portugal Continental, em especial pelos jardineiros/paisagistas do

norte. A Igreja de Nossa Senhora do Monte foi inaugurada em 1818, sobre uma antiga

ermida, e encontra-se nela sepultado o Imperador Carlos I da Áustria (QUINTAL E

PPITAGROZ, 2001).

Junto à Ribeira de Santa Maria, na margem esquerda, terá sido construída, em

1778, por mando do Cônsul britânico, Charles Murray, a designada Fonte da Virgem,

esta, “…em pedra tosca de cantaria mole (…) foi destruída em 1896, pelo castanheiro

que lhe ficava sobranceiro.” (PIO, 1992) Em 1897, é adjudicada a construção da fonte

em mármore (PIO, 1992; QUINTAL E PPITAGROZ, 2001) onde se encontra “…um nicho

com a imagem de Nossa Senhora do Monte, sendo local de grande devoção para os

madeirenses residentes e emigrados.” (QUINTAL E PPITAGROZ, 2001). No Largo da

Fonte, principal acesso ao parque, existe um coreto construído em 1890 (QUINTAL E

PPITAGROZ, 2001) e um edifício devoluto, que era a antiga estação do antigo caminho-

de-ferro do Monte, onde circulou “…o comboio entre 1894 e 1943…” (QUINTAL, 2007).

O Largo da Fonte está calcetado com a típica calçada madeirense, de pequenos

calhaus rolados, e sob o mesmo passa a Ribeira de Santa Maria. No jardim, existe um

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pequeno lago, ao estilo romântico, construído em pedra de fajoco, com uma pequena

ilha ao centro, também em fajoco, representando a Ilha da Madeira e habitado por

cisnes. Ao longo do tempo, o parque foi crescendo e entre “…1997 e 1999 (…) passou

por importantes obras de requalificação, essencialmente na zona mais baixa, a Sul.”

(RIBEIRO, 1991).

O parque do Monte, quanto ao património vegetal, é, na atualidade, constituído por

muitas espécies autóctones e exóticas (QUINTAL E PPITAGROZ, 2001), tendo Raimundo

Quintal identificado 319 taxa em 2007, “…o que coloca o Parque Municipal do Monte

na classe Excecional do Índice de Riqueza Florística.” (QUINTAL, 2007) O espaço dos

jardins inicialmente teria “…mata indígena… (e) …castanheiros e carvalheiros.”, sendo

alguns dos castanheiros “…velhos e seculares…” (Pio, 1992). No património arbóreo

são de destacar os centenários plátanos do Largo da Fonte, que já teriam grandes

dimensões aquando da construção do parque, em 1894, como se pode observar neste

postal circulado em 1906.

Ilustração 1. Postal circulado em 1906, onde se identificam os plátanos do Largo da Fonte (Delcampe, 2018)

Neste postal, de 1906 ou anterior, posterior às obras, a zona da encosta estava,

aparentemente, pouco arborizada com grandes espécimes, existindo apenas, e com

certeza, exemplares de castanheiros e carvalhos, alguns ainda hoje presentes. É de

referir que os plátanos são de existência anterior ao encanamento da Ribeira de Santa

Maria para a execução do Largo da Fonte, tal como o vemos atualmente.

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Ilustração 2. Imagem da zona da Fonte da Virgem anterior a 1896 (Câmara Municipal do Funchal)

Relativamente aos plátanos do Largo da Fonte, é importante destacar que em

2008, no âmbito do “Projecto das Árvores Monumentais e Emblemáticas da Madeira”,

apoiado pelo Programa Leader + e realizado pela Direção Regional de Florestas, do

qual resultou a publicação do livro “Árvores Monumentais e Emblemáticas da

Madeira”, os mesmos foram descritos como “…um notável e monumental núcleo de 18

plátanos (Platanus x hybrida), cuja altura do exemplar mais alto ultrapassa os 52

metros, registando um perímetro de mais de seis metros e meio.” Este exemplar

referido, “…um plátano com 52,5 metros…” (DOMINGUES et al., 2008), foi

catalogado, neste mesmo trabalho, como uma das cinco árvores mais altas da

Madeira.

Em 2007, existiam “…cerca de sessenta espécies de árvores de todos os

continentes, com exceção da Antártida…” (QUINTAL E PPITAGROZ, 2001).

2.1.1 Breve apontamento histórico acerca da queda de árvores

no local

Não tendo sido efetuado nenhum levantamento sistemático relativo à queda de

exemplares arbóreos nos Jardins do Monte, parece-nos, contudo, importante fazer

referência neste ponto que este acontecimento não é único na zona da encosta onde

se encontrava o carvalho. No passado, aconteceram ocorrências de queda de árvores

de grandes dimensões, cujas causas desconhecemos. Como descrito anteriormente,

há referência histórica da queda de um castanheiro do talude, em 1896, que destruiu a

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antiga Fonte da Virgem (PIO, 1992). Anteriormente, teria caído também uma outra

árvore de grande porte, muito próxima da fonte, situação que se pode observar na

seguinte fotografia.

Ilustração 3. Árvore de grande dimensão caída junto à antiga Fonte da Virgem (Câmara Municipal do Funchal)

Nesta fotografia, constata-se a existência da antiga fonte em cantaria mole ainda

intacta, bem como uma árvore de grande dimensão derrubada pela raiz.

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2.2 Topografia

Os Jardins do Monte estendem-se por uma área de 2,5 hectares com exposições

dominantes a sudoeste e a sul, a uma altitude entre os 508 e os 589 metros, com a

sua “…cota mínima (…) no talvegue da Ribeira de Santa Maria, no extremo sul e a

cota máxima a norte da Igreja.” (QUINTAL, 2007).

Ilustração 4. Mapa hipsométrico dos Jardins do Monte (QUINTAL, 2007)

O declive é muito acentuado, com uma média de 27 %, encontrando-se os

declives suaves, até 10 %, praticamente circunscritos ao Largo da Fonte, e os declives

acentuados, de 20 a 30 %, em grande parte do espaço entre o Largo da Fonte e a

Igreja (QUINTAL, 2007).

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2.3 Fitogeografia

Relativamente ao andar fitoclimático, os Jardins do Monte, devido à sua

hipsometria, situam-se na segunda zona – andar pré-montanhoso/vegetação de

transição.

Ilustração 5. Andares fitoclimáticos da Madeira (JESUS, 2009)

Este segundo andar – vegetação de transição, definido como estando,

aproximadamente, entre os 300 e os 600 m, é caracterizado por ser um ambiente mais

fresco e húmido, onde crescem espécies autóctones como o barbusano (Apollonias

barbujana), a faia das Ilhas (Myrica faya), o azevinho (Ilex canariensis) e a murta

(Myrtus communis) (JESUS, 2009). Este segundo andar é, de acordo com CAPELO et al.

(2004), designado de Laurissilva mediterrânica do barbusano (300- 800 m).

2.4 Climatologia

A caracterização climática do local é efetuada com base nos dados fornecidos

pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) – Delegação Regional da

Madeira, na pessoa do Dr. Vítor Prior, relativos às estações climatológicas mais

próximas do Lugar do Monte, visto não existir nenhuma estação neste local. Assim,

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consideram-se os dados obtidos na estação do Funchal (latitude 32º38’51’’, longitude

16º53’33’’ e altitude 58 m), do Chão do Areeiro (latitude 32º43’20’’, longitude 16º54’55’’

e altitude 1.590 m) e do Pico Alto (latitude 32º41’40’’, longitude 16º54’14’’ e altitude

1.118 m). É de salientar que o local de estudo se encontra situado a uma altitude entre

500 e 600 m e que nenhuma destas estações se encontra à mesma cota, nem mesmo

numa cota próxima.

A estação de Pico Alto é aquela para a qual são disponibilizadas menos leituras,

não tendo sido fornecidos dados da normal climatológica de referência de 1971-2000,

nem mesmo anteriores a 2015, pelo que não foi, assim, possível proceder a uma

análise comparativa. Optou-se por excluir os dados provenientes desta estação

climatológica da nossa análise.

Ilustração 6. Localização das estações meteorológicas do IPMA mais próximas do Largo da Fonte

(dados IPMA sobre imagem do Google)

Foi realizada uma análise aos dados fornecidos, comparando os dados da normal

climatológica de referência do período compreendido entre 1971 e 2000 com os

valores para os períodos 2011-2012, 2012-2013, 2013-2014, 2014-2015, 2015-2016 e

2016-2017. Optou-se, também, por determinar a média de cada parâmetro no período

2011-2017, de forma a poder fazer-se uma análise comparativa da tendência dos

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últimos anos com os dados da normal climatológica. Destaca-se que apenas existente

informação relativa a todos os parâmetros para a estação do Funchal.

Com os dados disponibilizados, efetuaram-se os seguintes gráficos e fez-se a sua

análise.

2.4.1 Temperatura média do ar

Ilustração 7. Gráfico da temperatura média do ar na EM do Funchal (dados IPMA)

Ilustração 8. Gráfico da temperatura média do ar na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA)

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Temperatura média do ar (ºC) - Funchal

Normal 71/2000 2011-2012 2012-2013 2013-20142014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Temperatura média do ar (ºC) - Chão do Areeiro

Normal 71-2000 2011-2012 2012-2013 2013-2014

2014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

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A análise dos dados disponíveis para a estação do Funchal permite verificar que

as temperaturas médias do ar nos últimos anos para os quais foram fornecidos

registos, de 2011 a 2017, têm sido superiores às médias registadas no período

correspondente à normal climatológica de 1971-2000.

Uma análise dos dados da estação de Chão do Areeiro permite constatar uma

tendência de aumento da temperatura média do ar de 2011 a 2017 em relação à da

normal climatológica de 1971-2000. Os anos de 2011-2012 e 2015-2016 são os que

apresentam valores de temperatura média do ar mais irregulares.

Baseando-nos nos dados das duas estações, podemos concluir que a

temperatura média do ar de 2011 a 2017 tem sido tendencialmente superior à normal.

De acordo com FLORESTAR (2018), as temperaturas adequadas para o

desenvolvimento do carvalho-alvarinho situam-se entre -15 e 10º C no inverno e 10 e

25º C no verão, pelo que podemos concluir que as condições do local em que

vegetava o carvalho eram indicadas para a espécie.

2.4.2 Humidade média do ar

Ilustração 9. Gráfico da humidade relativa do ar na EM do Funchal (dados IPMA)

50

55

60

65

70

75

80

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Humidade relativa do ar (%) - Funchal

Normal 71/2000 2011-2012 2012-2013 2013-2014

2014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

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Ilustração 10. Gráfico da humidade relativa do ar na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA)

Na estação do Funchal, os valores da humidade relativa do ar são bastante

irregulares no período 2011-2017. Comparando os dados da normal climatológica de

1971-2000 com os valores médios correspondentes a esse período, pode-se afirmar

que a humidade relativa do ar tem vindo a diminuir, sendo mais notória esta tendência

nos meses de outubro a março.

A humidade relativa do ar na estação de Chão do Areeiro é irregular ao longo dos

anos no período 2011-2017. Verifica-se que nesse espaço de tempo, de dezembro a

agosto, tem havido uma diminuição da humidade relativa quando comparando os

valores com as médias da normal climatológica de 1971-2000.

Podemos, assim, afirmar que, nos últimos anos, tem vindo a diminuir a humidade

relativa do ar relativamente à normal.

40

50

60

70

80

90

100

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Humidade relativa do ar (%) - Chão do Areeiro

Normal 71-2000 2011-2012 2012-2013 2013-2014

2014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

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2.4.3 Precipitação

Ilustração 11. Gráfico da precipitação na EM do Funchal (dados IPMA)

Ilustração 12. Gráfico da precipitação na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA)

0

50

100

150

200

250

300

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Precipitação (mm) - Funchal

Normal 71/2000 2011-2012 2012-2013 2013-2014

2014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

0,0

200,0

400,0

600,0

800,0

1000,0

1200,0

1400,0

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Precipitação (mm) - Chão do Areeiro

Normal 71-2000 2011-2012 2012-2013 2013-2014

2014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

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A análise comparativa da precipitação na estação do Funchal entre a normal

climatológica de 1971-2000 e os últimos anos, 2011-2017, permite constatar que é de

dezembro a março que se registam maiores alterações, com uma redução significativa

da precipitação. Também se verifica que nos meses de março a abril e de setembro a

novembro tem ocorrido maior quantidade de precipitação nos últimos anos em relação

à normal. Em 2012-2013, os valores são anormalmente irregulares, com picos muito

elevados de precipitação nos meses de outubro, novembro e março, e precipitação

muito reduzida no período de dezembro a fevereiro e em maio. Também o período

2011-2012 foi bastante atípico, com baixa precipitação de outubro a maio.

Comparando os valores da precipitação da normal climatológica de 1971 a 2000

na estação do Chão do Areeiro com a média de 2011 a 2017, constata-se que existe

um ligeiro aumento da quantidade de precipitação nos meses de outubro e novembro

e que a quantidade de precipitação de dezembro a junho foi menor. À semelhança do

sucedido na estação do Funchal, o período de 2012-2013 é bastante irregular. Os

valores registados atingem picos muito elevados em novembro e março e a

precipitação é muito reduzida de dezembro a fevereiro e em abril e maio. Também o

período 2011-2012 foi bastante atípico, com baixa precipitação de outubro a maio.

Com base nos dados das duas estações, constata-se que os invernos têm sido

menos chuvosos e que nos outonos tem ocorrido um ligeiro aumento da quantidade de

precipitação.

De acordo com LOUREIRO (1994), o carvalho-alvarinho é uma espécie que “exige

600 mm de precipitação média anual, com 200 mm de precipitação estival.”.

CARVALHO (1994) refere que a pluviosidade estival deve ser superior a 60 mm, pelo

que podemos concluir que as condições do local em que vegetava o carvalho eram

indicadas para a espécie.

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2.4.4 Velocidade média do vento

Ilustração 13. Gráfico da velocidade média do vento na EM do Funchal (dados IPMA)

Ilustração 14. Gráfico da velocidade média do vento na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Velocidade média do vento (km/h) - Funchal

Normal 71/2000 2011-2012 2012-2013 2013-20142014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

10

15

20

25

30

35

40

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Velocidade média do vento (km/h) - Chão do Areeiro

Normal 71-2000 2011-2012 2012-2013 2013-2014

2014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

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A análise do gráfico da estação do Funchal permite verificar que a velocidade

média do vento tem sido mais baixa no período 2011-2017 do que no período de

1971-2000, da normal climatológica. Embora os valores para os diferentes períodos

sejam muito próximos, existe um pico da velocidade média do vento em 2012-2013, no

mês de março, em que o valor foi bastante superior ao da normal climatológica.

Na estação de Chão do Areeiro não existem dados da normal climatológica para

este parâmetro, não sendo, por isso, possível estabelecer qualquer relação entre os

valores de 1971-2000 e os de 2011-2017.

2.4.5 Velocidade máxima do vento

Ilustração 15. Gráfico da velocidade máxima do vento na EM do Funchal (dados IPMA)

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Velocidade máxima do vento (km/h) - Funchal

Normal 71/2000 2011-2012 2012-2013 2013-20142014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

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Ilustração 16. Gráfico da velocidade máxima do vento na EM do Chão do Areeiro (dados IPMA)

Analisando o gráfico da estação do Funchal e comparando a média de 1971-2000,

da normal climatológica, com a do período 2011-2017, constata-se um aumento

significativo da velocidade máxima do vento em todos os meses, com exceção de

dezembro. O período de 2015-2016 é aquele em que os valores registados atingem

picos mais elevados, sendo março e agosto os meses em que se verificaram as

velocidades máximas mais altas (rajadas).

Uma vez que para a estação do Chão do Areeiro não existem dados deste

parâmetro na normal climatológica de 1971-2000, apenas se pode fazer uma análise

da tendência deste parâmetro para o período 2011-2017. De outubro a março é

quando, regra geral, os valores máximos atingidos são mais elevados, e ocorre uma

diminuição da velocidade máxima do vento de março a agosto.

2.5 Geologia

A diferenciação dos horizontes na zona em estudo deu-se a partir da rocha-mãe,

rochas eruptivas mistas, entre derrames de lavas basálticas e de depósitos de

materiais piroclásticos. De acordo com a Carta Geológica da Madeira (SILVEIRA et al.,

2010a; SILVEIRA et al., 2010; ZBYSZEWSKI, et al., 1975), o local em estudo é formado

40

60

80

100

120

140

160

180

out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Velocidade máxima do vento (km/h) - Chão do Areeiro

Normal 71-2000 2011-2012 2012-2013 2013-2014

2014-2015 2015-2016 2016-2017 2011-2017

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por Derrames Lávicos Subaéreos de composição máfica (basaltos e basanitos), com

intercalações de tufitos, depósitos piroclásticos de queda (escórias, lapilli e cinzas

basálticas) e ocasionais produtos máficos de atividade freato-magmática. Estes

derrames estão identificados na figura seguinte pela sigla CVS1 β e a mancha de

tonalidade verde-claro de contorno irregular.

Ilustração 17. Excerto da Folha B da Carta Geológica da Madeira (escala: 1/50.000) (SILVEIRA et al., 2010)

O Complexo Vulcânico Superior, Unidade dos Lombos (CVS1 β – Derrames

lávicos subaéreos de composição máfica), foi formado entre os 1,8 milhões de anos e

os 700 mil anos (SILVEIRA et al., 2010a; SILVEIRA et al., 2010; ZBYSZEWSKI, et

al., 1975), devido a atividade essencialmente efusiva de origem fissural, e deu origem

a empilhamentos de espessos mantos lávicos com intercalação de materiais

piroclásticos.

2.6 Edafologia

2.6.1 Solos

No que respeita à caracterização pedológica geral do local, segundo a

classificação estabelecida pela FAO/UNESCO para o Soils Map of the World, em

1998, e a Folha B da Carta de Solos da Ilha da Madeira, o solo é um “Humic

Cambisols” (Cambissolo Húmico) – CMu. Na figura seguinte, podemos ver um excerto

da Folha B da Carta de Solos da Ilha da Madeira (1/50.000), com “Humic Cambisols”,

assinalado pela mancha de contorno irregular e tonalidade verde e a sigla 103-CMu7.

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Ilustração 18. Excerto da Folha B da Carta de Solos da ilha da Madeira (1/50.000) (1ª Edição da Carta 1992, com

Base Cartográfica da C.M.P. 1/25.0000 do Serviço Cartográfico do Exército, 1974/1975)

O Cambissolo Húmico no local em estudo, segundo a Carta de Solos da Ilha da

Madeira, resulta da alteração das escoadas basálticas e dos depósitos de materiais

piroclásticos e apresenta as seguintes características gerais:

horizonte A úmbrico, rico em matéria orgânica;

textura fina com elevada percentagem de limo;

sem propriedades vérticas, sem propriedades gleicas e sem permafrost a

menos de 200 cm de profundidade;

cor pardo escura ou cor pardo avermelhada ou vermelha, em função do teor de

humidade e dos constituintes ferruginosos (hematite e magnetite);

mistura de minerais argilosos (caulinite e/ou haloisite e alofanas);

pouco pegajoso e pouco plástico;

compacidade pequena no solo superficial;

consistência dura a branda nos níveis superiores, sendo dura a ligeiramente

dura subjacentemente.

No Plano Regional de Ordenamento Florestal da Região Autónoma da Madeira

(SUPREME NUMBER LDA., 2015), o local em estudo pertence à classe dos Cambissolos

e estes são descritos genericamente como “Solos medianamente ácidos a neutros (pH

4,4-7,5), e com agregação geralmente forte. Consistência geralmente dura a muito

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dura. Possuem um teor médio de matéria orgânica e um grau de saturação médio a

alto. Solos pobres em fósforo. São, no geral, solos que poderão apresentar razoável

potencialidade agrícola. O seu teor em sódio poderá condicionar significativamente a

sua produtividade.”

Ilustração 19. Pormenor da Carta dos Solos da Madeira (SUPREME NUMBER LDA, 2015)

É muito importante referir que nos Jardins do Monte os pédones naturais foram

modificados pela modelação e armação do terreno, pelo que nos encontramos na

presença de antropossolos – solos produzidos pelo homem. Podem, no entanto,

existir, em alguns locais, pédones originais e, noutras zonas, solos modificados por

deposição de aterros cuja proveniência se desconhece, podendo ser constituídos pelo

material original ou outro de origem externa.

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2.6.2 Fertilidade do solo

De modo a proceder à caracterização das condições de fertilidade do solo do local

onde o carvalho se encontrava, procedeu-se à colheita de várias amostras de solo no

canteiro onde vegetava, que posteriormente foram enviadas para o Laboratório de

Análises de Solos e Fertilidade da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, em

Vila Real, da responsabilidade do Prof. João Coutinho.

Na recolha das amostras, procurou-se distribuir as mesmas pelo terreno, de modo

a verificar se existiam ou não variações dos parâmetros testados que pudessem, de

alguma forma, influenciar o desenvolvimento da árvore. Foram recolhidas seis

amostras de terra na profundidade 0-20 cm e cinco amostras na profundidade 20-50

cm. A diferença no número de amostras para cada profundidade é justificada pelo

facto de uma destas ter incidido na parte nascente, junto ao sistema radicular, local

onde a pedregosidade era elevada, motivo pelo qual não foi recolhida amostra para a

profundidade 20-50 cm.

No ponto de recolha de cada amostra, procedeu-se à limpeza da camada superior

do solo, foram abertas covas e, com uma pá, retirou-se da parede da cova, à

profundidade pretendida, uma fatia de terra que foi devidamente acondicionada e

etiquetada em sacos para posterior envio para o laboratório.

Relativamente a cada amostra recolhida, foram analisados diversos parâmetros

em laboratório, como a textura, a reação do solo, o teor de matéria orgânica, os teores

de fósforo e potássio extraíveis, o teor de boro extraível, os teores de micronutrientes

catiões, o complexo de troca, a condutividade elétrica, a granulometria e classe de

textura, o teor de metais. Os resultados individuais das análises efetuadas para cada

amostra são apresentados no Anexo 2. Com os valores obtidos para as diferentes

amostras calcularam-se os parâmetros médios descriminados na tabela seguinte.

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Tabela 1. Resultados médios das análises ao solo

Resultados médios Profundidade 0-20cm Profundidade 20-50cm

Textura Fina a média Fina a média

pH água 6,3 6,2 pH KCL 5,1 4,9

Reação do solo Moderadamente ácido Moderadamente ácido Teor de MO (%) 9,42 Alto a muito alto 12,17 Muito alto

Macro- nutrientes

P extraível (mg) 32,5 Muito baixo a baixo 59,6 Muito baixo a alto

K extraível (mg) 294 Alto a muito alto 256 Alto a muito alto Boro extraível (mg) 1,30 Baixo a alto 1,474 Médio a alto

Micronu-trientes

catiões (mg)

Cu 5,50 Médio 4,88 Médio

Zn 10,2

Muito baixo a muito alto

6,0 Baixo a muito alto

Fe 220,4 Muito alto 169,2 Muito alto

Mn 25,6 Baixo a médio 14,8 Baixo a médio

Com

ple

xo d

e tr

oca

(m

g) Ca troca 5,49 Baixo a médio 6,07 Baixo a médio

Mg troca 5,30 Alto a muito alto 6,49 Alto a muito alto

K troca 0,75 Médio a muito alto 0,59 Médio a alto Na troca 0,47 Médio a alto 0,45 Médio a alto

Al troca 0,00 Não limitante 0,00 Não limitante CTC potencial 7,0 22,55 Médio a alto 22,90 Baixo a alto Grau saturação em bases 100,00 Muito alto 100,00 Muito alto

Grau saturação em alumínio

0,00 Não limitante 0,00 Não limitante

Condutividade elétrica 0,097 Nula a muito reduzida

0,11 Muito reduzida

Azoto total 4,14 5,36 Relação C/N (g/kg) 13,1 13,1

Aná

lise

gra

nu

lo-

métr

ica

Teor de areia grossa (g/kg)

203 20 % 192 19 %

Teor de areia fina (g/kg) 203 20 % 202 20 % Teor de limo (g/kg) 372 37 % 366 37 %

Teor de argila (g/kg) 222 22 % 240 24 %

Classe de textura Franco-limoso a franco-argilo-limoso

Franco-limoso a franco-argilo-limoso

Teor

de

meta

is

Cobre (mg/kg) 54,0 Inferior ao limite geral 56,2 Inferior ao limite geral Zinco (mg/kg) 75,0 Inferior ao limite geral 63,8 Inferior ao limite geral Chumbo (mg/kg) 50,2 Inferior ao limite geral 45,8 Inferior ao limite geral

Cádmio (mg/kg) 0,1 Inferior ao limite geral 0,1 Inferior ao limite geral

Crómio (mg/kg) 317,5 Superior ao limite geral 301,8 Superior ao limite geral

Níquel (mg/kg) 332,9 Superior ao limite geral 291,0 Superior ao limite geral

Mercúrio (µg/kg) 353 Inferior ao limite geral 343 Inferior ao limite geral

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Da análise destes dados, verifica-se não existirem muitas variações entre as duas

camadas de solo relativamente à maior parte dos parâmetros considerados. Importa

destacar a existência, em ambas as camadas, de níveis dos metais crómio e níquel

superiores ao limite geral, situação que não tem origem em contaminações externas,

mas no processo de pedogénese da rocha-mãe subjacente (DENEUX-MUSTIN et al.,

2003).

As características edáficas do local, tendo em consideração os resultados obtidos,

podem ser consideradas normais e adequadas para o bom desenvolvimento da

espécie Quercus robur. De acordo com VINÃS et al. (2003) o pH ideal é 6,5 a 7,5, mas

tolera 6 a 8; a textura do solo pode ser compactada, média e desagregada; e prefere

solos húmidos, com teor de matéria orgânica em decomposição rico a normal.

Segundo LOUREIRO (1994), “Quanto ao solo vegeta em todos os tipos, desde os

arenosos aos compactos, excepção feita dos solos alcalinos”.

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3. Estadõ geral da a rvõre antes da queda

3.1 Caracterização do local de implantação da árvore

Na zona da encosta dos Jardins do Monte, sobranceira ao Largo da Fonte, o

terreno, devido ao seu declive acentuado, com declive médio de 27 % (QUINTAL,

2007), foi, aquando da construção deste jardim histórico, no final do século XIX,

modelado, construindo-se pequenos patamares em escavação e aterro suportados por

muros de alvenaria em pedra seca de basalto, que funcionam como muros de

gravidade. A modelação, de carácter romântico, teve como objetivo a criação de uma

rede de pequenos caminhos que serpenteiam a encosta, revestidos com calçada

madeirense, de modo a vencer de forma mais suave o expressivo declive e criando

nos espaços entre estes canteiros para ajardinamento. Na composição paisagista, as

zonas dos canteiros ficaram com grandes inclinações, tendo sido estes locais

plantados com espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas.

Ilustração 20. Rede de caminhos com calçada madeirense

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Ilustração 21. Caminhos que serpenteiam a encosta

Ilustração 22. Canteiros ajardinados

Na data em que foram realizadas as obras de construção do jardim já existiam no

local árvores, castanheiros e carvalhos, tendo alguns exemplares sido mantidos. Nos

canteiros do espaço existe uma vegetação exuberante, dominada no estrato herbáceo

e arbustivo por espécies como as coroas-de-henrique (Agapanthus praecox) e as

hortênsias ou novelos (Hydrangea macrophylla), e na composição de sebes topiadas o

buxo (Buxus sempervirens). Observam-se, ainda, na envolvente da árvore, outras

espécies, de que se destacam os fetos-arbóreo-australiano (Cyathea cooperi) e as

heras (Hedera helix).

Ilustração 23. Vegetação exuberante dos Jardins do

Monte

Ilustração 24. Canteiro em que vegetava o carvalho

caído na encosta

A árvore encontrava-se plantada a meio da encosta, num dos canteiros existentes,

confinado por um muro a jusante e um caminho pedonal a montante, num talude de

declive muito acentuado, de 80 % (38,66º), sendo a diferença de cota da zona de

contacto do tronco com o solo (colo da árvore) da parte de cima do talude para a parte

de baixo de 1,11 m.

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Ilustração 25. Pormenor do corte transversal à encosta com indicação dos caminhos, muros e canteiros, e

posicionamento do carvalho antes e após a queda (corte indicado na ilustração 121)

O carvalho tinha a face superior do tronco praticamente encostada ao limite do

canteiro, havendo apenas uma pequena sebe de buxo (Buxus sempervirens) entre

este e o caminho pedonal existente, em calçada. Este caminho secundário, a

montante, com largura aproximada de 1,25 m, entronca muito perto noutro carreiro e,

no local de interceção destes, encontra-se uma árvore de grandes dimensões da

espécie til (Ocotea foetens).

Ilustração 26. Til de grandes dimensões próximo do carvalho

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Ilustração 27. Corte transversal do terreno desde o Largo da Fonte ao til próximo do carvalho caído (corte

indicado na ilustração 121)

O til está implantado a nascente, com o tronco a 3,05 m em linha reta do local

onde se encontrava a face nascente do tronco da árvore avaliada, o que é

extremamente próximo, pois não podemos esquecer que ambas as espécies atingem,

normalmente, grandes dimensões.

O carvalho (Quercus robur) pode atingir 18 a 22 m de diâmetro de copa e máximo

de 45 m de altura, normalmente 20 a 35 m, com copa ampla; e o til (Ocotea foetens)

20 a 30 m diâmetro de copa e máximo de 40 m de altura, normalmente 20 a 30 m,

com copa densa, frondosa e piramidal a arredondada (MOREIRA, 2008). Esta

proximidade levou a uma forte competição entre as duas árvores pela luz, na qual o til

ganhou desde o início forte dominância, pois, embora existisse grande proximidade

entre o tronco das árvores, como o terreno tem forte inclinação, o til está plantado a

uma cota superior, cerca de 2,80 m. O crescimento do til foi também favorecido pela

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exposição solar a nascente, que fez com que captasse maior radiação solar, ao

mesmo tempo que ensombrava o carvalho. A folha permanente do til deu-lhe também

uma forte vantagem competitiva, pois enquanto o carvalho mobilizava anualmente as

suas reservas para o crescimento da nova folhagem a cada ciclo vegetativo, o til

iniciava mais rapidamente o processo fotossintético. Outro aspeto fundamental a

referir é que o til é uma espécie autóctone da Ilha da Madeira, logo, perfeitamente

adaptada às condições ambientais, enquanto o carvalho é uma espécie introduzida,

adaptada a condições ambientais muito distintas. Estes fatores fizeram com que o

carvalho, uma espécie fotófila, crescesse em permanente competição, desde o início,

para poente, na procura da luz, tentando desviar-se o mais possível do til, tendo

crescido para o espaço livre existente e desenvolvido toda a sua estrutura na direção

do Largo da Fonte, onde já se encontravam plantados, a uma cota muito inferior, cerca

de 13 m abaixo, os plátanos existentes.

3.2 Caracterização dendrológica

A árvore avaliada pertence à família Fagaceae, à espécie Quercus robur,

vulgarmente conhecida em Portugal por carvalho, carvalho-alvarinho, carvalho-

comum, carvalho-roble, carvalheira, roble-alvarinho, albarinho, alvarinho ou roble

(JARDIM BOTÂNICO UTAD, 2018).

É a “árvore mais característica da mata da zona temperada da Europa” (CALDEIRA

CABRAL E RIBEIRO TELLES, 1999) e a espécie de carvalho mais abundante em toda a

Europa, distribuindo-se desde o centro, oeste e norte da Europa até ao Cáucaso,

Balcãs e Urais (JARDIM BOTÂNICO UTAD, 2018). É autóctone em Portugal continental,

onde “…ocorre no Norte e Centro litorais.” (LOUREIRO, 1994), tendo sido, no passado,

a árvore dominante nas florestas portuguesas do Minho, Douro Litoral e Beiras. Na

Ilha da Madeira, é uma espécie introduzida.

De acordo com CALDEIRA CABRAL E RIBEIRO TELLES (1999), “foi sempre

considerada como a mais nobre das essências florestais europeias”. É uma árvore

caducifólia de 20 a 35 m, que, no seu habitat natural, pode atingir os 45m de altura,

com uma copa ampla, globosa e não muito densa (MOREIRA, 2008).

CARVALHO (1994), indica que carvalho-alvarinho é “…uma espécie mesofílica, que

prospera sobretudo nas baixas altitudes (500/600 m)”. Pode encontrar-se dos 0 aos

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1.000 m de altitude, sendo uma árvore bastante resistente ao vento (PINTO E GINJA,

2006; PINTO E GINJA, 2006b).

Tabela 2. Características gerais do carvalho-alvarinho (HUMPHRIES et al., 1996; MITCHELL, 1992; MOREIRA, 2008)

Ritidoma

Acinzentado e liso em árvores jovens

Torna-se cinzento e estreitamente fissurado em curtas

placas estreitas e verticais com a idade

Copa

Ampla e irregularmente cupuliforme

Poucos ramos baixos densos e retorcidos

Amiúde, muitos rebentos epicórmicos densos sobre o

tronco

Largura de 18 a 22 m

Folhagem

Raminhos verde-acastanhados pubescentes, por fim

acinzentado e glabros

Gemas de 2 a 5 mm, cónico-ovóides, subobtusas a

obtusas, glabrescentes

Folhas de 5 a 18 – 2,2 a 10 cm, caducas, membranáceas,

geralmente com um par de aurículas na base, verdes

escuras na página superior e verdes claras na página

inferior, glabras, com pecíolo glabro de 2 a 7 mm

Flores e fruto

Flores são aquénios lustrosos de cor castanha

Floração em abril – maio

Fruto é uma bolota de maturação anual, em outubro, com

25 a 120 mm, delgado e glabro

Raízes

Pivotante – raiz principal vertical quando jovem,

tendencialmente mais horizontal com a idade – raízes

laterais e superficiais

Este carvalho integra o carvalhal da zona temperada húmida, cujas características

se encontram descriminadas na imagem seguinte.

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Ilustração 28. Carvalhal da zona temperada húmida (CALDEIRA CABRAL E RIBEIRO TELLES, 1999)

3.3 Caracterização dendrocronológica

Com o objetivo de determinar o estado fisiológico do carvalho, foi realizado um

estudo dendrocronológico do exemplar, que se encetou com a recolha de amostras de

lenho com a Verruma de Pressler.

Ilustração 29. Recolha de amostra de lenho com verruma de Pressler

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Foram recolhidas duas verrumadas (cilindros de madeira) em locais distintos, uma

na lateral do tronco, do lado norte, a 2 m da base, e outra numa zona intermédia.

Ilustração 30. Ponto de recolha da amostra de lenho do

tronco a 2 m da base

Ilustração 31. Ponto de recolha da amostra de lenho

do tronco na zona intermédia

3.3.1 Análise do crescimento anelar

O estudo dendrocronológico foi realizado em colaboração com a empresa

Rinntech®, especializada na conceção de ferramentas e programas específicos para

avaliações dendrocronológicas, entre os quais o programa LignovisionTM.

Ilustração 32. Fotografia dos rolos de madeira obtidos com a verruma.

Acima, o rolo do ponto intermédio do tronco; abaixo, o do ponto próximo da base

Ilustração 33. Fotografia da identificação dos anéis de crescimento no ponto intermédio.

Obtida com recurso à lupa binocular e marcados com recurso o programa LignovisionTM

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Ilustração 34. Fotografia da identificação dos anéis de crescimento no ponto próximo da base.

Obtida com recurso à lupa binocular e marcados com recurso o programa LignovisionTM

Ilustração 35. Incremento do crescimento (1/100 mm)

( ____ ponto intermédio, ____ ponto próximo da base, ____ média)

O crescimento médio determinado foi de, aproximadamente, 1mm para os anéis

mais exteriores e entre 2 e 3 mm para a zona mais interior. Os crescimentos médios

obtidos são baixos e os valores próximos de 1 mm implicam um vigor reduzido.

No gráfico seguinte, foi gerada uma linha de marcação entre valores superiores e

inferiores a um crescimento de 1,5 mm, com o intuito apenas de melhor percecionar a

dinâmica de crescimento da árvore.

Ilustração 36. Incremento de crescimento radial anual (1/100 mm)

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É possível constatar que, aproximadamente, até ao ano de 1970, os incrementos

no crescimento radial anual foram superiores a 1,5 mm, e que a partir dessa data

foram inferiores a esse valor. De 1972 a 2000, aproximadamente, a árvore teve uma

tendência de incremento no crescimento radial anual reduzida, inferior a 1mm, tendo,

nalguns anos, sido mesmo inferior a 0,5 mm – no início da década de 80, observando-

se um único pico superior a 1,5 mm próximo de 1990. Os valores observados são

expectáveis se atendermos ao estádio de desenvolvimento do carvalho evidenciado

pelas suas características morfológicas (estádio de desenvolvimento 7 – fase de

estabilização) (ver ponto 5.1).

O estudo da área de secção da árvore associada aos incrementos de crescimento

radial anual, isto é, da área de lenho que se produz anualmente em função do

acréscimo radial, permite ajustar o comportamento da vitalidade.

Ilustração 37. Incremento da área de crescimento radial anual (1/100 mm)

Nos últimos 20 anos, aproximadamente a partir do ano de 1997 até à data da

queda do exemplar, em 2017, o incremento do crescimento radial anual, embora tenha

sido inferior a 1,5 mm, mostra que a área de crescimento radial anual associada

evidencia uma ligeira recuperação, sendo esta um pouco mais evidente nos últimos 5

anos.

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3.3.2 Proposta de idade para a árvore

No estudo da idade do carvalho foram usadas duas metodologias distintas, uma

que teve por base o estudo do desenvolvimento médio dos anéis de crescimento das

verrumadas recolhidas e outra que consistiu na contagem direta dos anéis de

crescimento numa secção de madeira retirada na zona basal da árvore.

3.3.2.1 Estudo do desenvolvimento médio dos anéis de

crescimento das verrumadas

Tendo por base os dados determinados na leitura dos anéis de crescimento das

verrumadas realizadas ao carvalho, é possível colocar diversas hipóteses em relação

à sua idade.

Considerando as médias dos incrementos do crescimento radial anual obtidas

anteriormente e que as árvores jovens apresentam normalmente incrementos mais

elevados do que as árvores menos jovens, podem-se realizar diferentes aproximações

da idade.

No cálculo da idade da árvore os parâmetros dendrométricos considerados foram:

Diâmetro à altura do peito (dap – a 1,30 m do solo): 93 cm

Diâmetro sem casca: 91 cm

Raio sem casca: 45,5 cm

Com base nos incrementos médios do crescimento radial anual, foi estimada a

idade da árvore e os valores obtidos são descriminados na tabela seguinte.

Tabela 3. Estimativa da idade da árvore em função dos incrementos do crescimento radial anual

Crescimento médio

estimado (mm)

Idade correspondente

(anos)

2,5 182

3,0 152

3,5 130

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Relativamente ao carvalho em análise, consideramos que os valores mais

ajustados às suas características são os valores de incrementos médios – 3 mm,

assim, a árvore teria uma idade aproximada de 150 anos.

3.3.2.2 Contagem direta dos anéis de crescimento numa secção

da árvore

A datação da idade da árvore recorrendo à contagem dos anéis de crescimento

numa secção do exemplar foi efetuada em colaboração com o Prof. Luís Lousada do

Laboratório de Estrutura e Propriedades da Madeira, da Universidade de Trás-os-

Montes e Alto Douro, em Vila Real.

Iniciou-se o estudo pela recolha da secção da árvore na zona do colo em contacto

com a parte superior do solo, a qual foi devidamente acondicionada e enviada para o

laboratório, onde se procedeu à preparação da amostra, serrando um segmento da

secção desde o ritidoma à medula do carvalho. Para melhor observação da superfície

da madeira, realizou-se o afagamento da peça numa alinhadeira multilâmina e, por

fim, esta foi polida numa lixadeira de rolo. A peça foi observada à lupa, tendo os anéis

sido contados individualmente e marcados em quinquénios. Foi depois realizada uma

leitura da secção completa da peça da árvore, tendo sido obtida um valor de idade de

147 anos.

Ilustração 38. Secção da árvore na zona do colo

Ilustração 39. Segmento da secção para preparação da

amostra

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Ilustração 40. Amostra preparada para contagem dos

anéis de crescimento

Ilustração 41. Contagem dos anéis de crescimento com

recurso a lupa

Ilustração 42. Determinação da idade do carvalho por contagem dos anéis de crescimento

O valor apurado para a idade da árvore é de 147 anos.

Considera-se esta medição da idade da árvore mais fiável do que a efetuada de

acordo com o desenvolvimento médio dos anéis de crescimento, uma vez que é feita a

contagem integral dos anéis de crescimento da secção.

A espécie Quercus robur é uma espécie de grande longevidade, como se pode

comprovar na tabela seguinte, em que se apresentam valores de acordo com diversos

autores.

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Tabela 4. Idade da espécie Quercus robur de acordo com diversos autores

Autores Idade (anos)

GREEN (2010A) Superior a 1000 anos

JARDIM BOTÂNICO UTAD (2018) 500 a 600 ou mais

Foram encontrados exemplares milenares

VINÃS et al. (2003) 600 ou mais em ambiente urbano

MITCHEL (1992) As árvores mais velhas podem ter 800 anos

READ (2000) compara a idade de diversas espécies arbóreas e afirma que “…aos

100 de idade uma bétula seria velha e um choupo extremamente velho. Aos 200 uma

faia estaria a começar a tornar-se interessante, um carvalho apenas a amadurecer e

um teixo a iniciar.” GREEN (2010b) refere-se a um provérbio inglês segundo o qual “Um

robur passa 300 anos a crescer, 300 anos a descansar e 300 anos a deteriorar-se com

graça.”. Assim, tratando-se o carvalho dos Jardins do Monte de um exemplar com 147

anos de idade, pode-se dizer que se trata de uma árvore matura.

3.4 Caracterização dendrométrica

A recolha dos parâmetros dendrométricos do carvalho foi dificultada por diversas

razões. Em primeiro lugar, pela orografia do terreno em que a árvore ficou assente

após a queda, depois, pela forte fragmentação em que ficou a copa com o embate nas

árvores a poente e no solo, mas também pelos cortes efetuados para socorro das

vítimas. Alguns parâmetros foram recolhidos por medição e leitura direta e outros

foram avaliados por métodos indiretos.

3.4.1 Perímetro e diâmetro na base

O perímetro na base foi medido com recurso a uma fita de diâmetros na zona do

colo, na parte de cima do talude imediatamente em contacto com o solo. O perímetro

medido na base foi de 3,05 m e a partir deste valor calculou-se o diâmetro na base

(D=P/π), tendo-se obtido um valor de 0,97 m.

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Ilustração 43. Diâmetro do carvalho na base do tronco (levantamento topográfico 3D)

3.4.2 Perímetro e diâmetro à altura do peito

O perímetro à altura do peito (pap) foi obtido com recurso a uma fita de diâmetros

e medido a 1,30 m da zona do colo, na parte de cima do talude imediatamente em

contacto com o solo. O perímetro à altura do peito medido foi de 2,92 m e o diâmetro à

altura do peito (dap) calculado com base nesta medição (D=P/π) foi de 0,93 m.

0,97 m

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Ilustração 44. Diâmetro do carvalho a 1,30 m do solo (levantamento topográfico 3D)

3.4.3 Altura

A altura da árvore foi obtida de forma aproximada, após os trabalhos de

reconstrução da sua estrutura, tendo-se determinado um valor de 26,9 m depois da

reconstituição informática das partes do exemplar que se encontravam fragmentadas

no terreno aquando da peritagem.

0,93 m

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Ilustração 45. Determinação da altura do carvalho após a reconstituição informática do exemplar

(levantamento topográfico 3D)

Uma vez que, no seguimento do acidente, foram removidos do local restos da

árvore – folhagens e pequenos ramos, por se encontrarem com sangue ou outros

tecidos orgânicos, e que outros pequenos ramos e folhas se dispersaram durante a

queda, considera-se que a altura dos ramos em falta que correspondiam ao topo da

árvore equivaleriam a uma altura de, aproximadamente, 1 m. Assim, a altura total

estimada para o exemplar é de 27,9 m.

A altura da árvore anteriormente determinada é muito aproximada da altura obtida

com base na diferença entre a cota da base e cota do topo da copa do carvalho

medida no ortofotomapa de 2010.

26,9 m

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3.4.4 Massa da árvore

A massa do carvalho foi medida colocando numa balança todos os elementos da

árvore que ainda se encontravam no local. As peças foram previamente marcadas e,

posteriormente a terem sido fotografadas e levantadas topograficamente, foram

transportadas para as instalações da Câmara Municipal do Funchal, onde foram

medidas as respetivas massas.

O valor total de massa obtido através das pesagens foi de 14.021,95 kg. No toco,

junto ao sistema radicular, mantiveram-se alguns elementos rochosos e alguma terra

que estava fixada, que se estimou terem uma massa total aproximada de 200 kg. As

ramagens e folhagens diversas pesadas na balança perfizeram um total de 400,00 kg.

Ilustração 46. Elevada quantidade de pedras e terra agregadas à parte do sistema radicular que caiu com o tronco

Tabela 5. Massas do carvalho

Descrição Massa (kg)

Massa medida para o total das peças 14.021,95 kg

Massa medida dos ramos e tronco

(incluindo rochas e terra agregadas à parte do sistema

radicular que caiu com o tronco)

13.621,95 kg

Massa medida de ramagens e folhagens recolhidas no local 400,00 kg

Massa estimada de rochas e terra agregadas à parte do

sistema radicular que caiu com o tronco 200,00 kg

É de referir que, logo após as operações de socorro às vítimas, no dia 15 de

agosto, foram removidos do local as folhagens e pequenos ramos que estavam com

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sangue ou outros tecidos orgânicos. Assim, considerámos que os materiais de

ramagens e folhagens existentes no local correspondem a 80 % do total da árvore,

tendo os restantes 20 % sido removidos no momento do socorro às vítimas.

Destaca-se, também, que as pesagens foram realizadas nos dias 31 de agosto e 1

de setembro, ou seja, cerca de 15 dias após a queda do exemplar, pelo que os tecidos

da árvore tinham já perdido parte da água, em especial os raminhos e folhagens.

Assim, consideramos que os raminhos e folhagens teriam perdido até à data da

realização das pesagens 50 % da sua massa, devido ao seu menor teor em água.

Ilustração 47. Evidência de perda de água nos raminhos e folhagens, a 30 de agosto de 2017

Em resumo, estima-se que o valor da massa total da árvore fosse o apresentado

na tabela seguinte.

Tabela 6. Cálculo da massa total do carvalho

Descrição Massa (kg)

1. Massa dos ramos e troncos

(incluindo rochas e terra agregadas ao à parte do sistema radicular que caiu

com o tronco)

13.621,95 kg

2. Massa de ramagens e

folhagens

80 % Medida da parte recolhida no local + 400,00 kg

Perda por dessecação (50% da massa) + 400,00 kg

20 % Estimada como removida no socorro + 200,00 kg

3. Massa estimada de rochas e terra agregadas à parte do sistema radicular

que caiu com o tronco - 200,00 kg

Massa da árvore 14.421.95 kg

O valor da massa total da árvore calculado foi de 14.421,95 kg.

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3.4.5 Relação entre a altura da árvore e o diâmetro do tronco –

coeficiente de esbelteza

A relação entre a altura da árvore e o diâmetro do tronco designa-se coeficiente de

esbelteza e indica o potencial de fracasso de uma árvore. No caso de árvores com

copas suficientemente largas e ramos baixos, ocorrem incrementos de madeira na

base do tronco. Quando estes ramos baixos estão em falta, os anéis de crescimento

apenas se desenvolvem na parte mais alta do tronco, pelo que a sua forma cónica se

transforma num cilindro, sendo mais elevado o risco devido a uma maior esbelteza

(MATTHECK, 2007).

Ilustração 48. Coeficiente de esbelteza e risco (MATTHECK, 2007)

Para valores de coeficiente de esbelteza de H/D > 50, a taxa de fracasso de

árvores livres aumenta. No caso de árvores em floresta, suportadas pelas árvores

envolventes, mesmo quando H/D = 70, estes exemplares podem ser considerados

seguros. Já no caso de árvores isoladas o coeficiente de esbelteza é normalmente de

H/D = 30 (MATTHECK, 2007).

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Ilustração 49. Relação entre o coeficiente de esbelteza e a taxa de fracasso das árvores (MATTHECK, 2007)

O critério de que árvores com coeficiente de esbelteza superior a 50 são perigosas

apenas se aplica a partir de determinado valor de diâmetro do tronco, pois árvores

velhas com diâmetros maiores tendem a ser compactas, logo, com menor risco de

fracasso.

Ilustração 50. Relação entre o coeficiente de esbelteza e a idade da árvore (MATTHECK, 2007)

No caso do carvalho, uma vez que a relação entre a altura da árvore (H =27,9 m) e

o diâmetro do tronco (D=0,97 m), é de H/D = 27,9 m / 0,97 m = 28,76, e se tratava de

um exemplar protegido pelas árvores envolventes, podemos afirmar que se tratava de

um exemplar seguro.

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. Recõnstruça õ da estrutura da a rvõre

As numerosas partes da árvore resultantes da queda e das operações de socorro

às vítimas começaram por ser separadas e dispostas no solo.

Ilustração 51. Trabalhos de reconstituição do carvalho

Ilustração 52. Disposição das peças no solo

Depois, iniciou-se um trabalho demorado, minucioso e difícil de reconstituição do

exemplar no solo, encaixando as diferentes partes fragmentadas nos locais corretos.

Este trabalho foi efetuado desde a zona basal – parte radicular que caiu com o tronco,

ao longo do tronco e dos grandes ramos estruturais da copa até aos ramos mais

pequenos. No que respeita a uma pequena parte das ramagens mais finas e folhagens

soltas, constatou-se que estas eram impossíveis de reconstituir. Seguidamente,

procedeu-se à marcação e desenho das diferentes partes e, depois, cada uma das

peças marcadas foi erguida do solo com recurso a uma autogrua e fixada para

execução do seu levantamento topográfico tridimensional. Este foi efetuado com

recurso a um instrumento de varrimento Laserscanner 3D, da marca Leica P40, o qual

foi reposicionado diversas vezes em torno de cada segmento para a sua integral

cobertura, tendo os levantamentos especializados de topografia sido efetuados pela

empresa Geoide – Geosystems, S.A..

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Ilustração 53. Laserscanner 3D usado no levantamento topográfico tridimensional

Ilustração 54. Içamento das peças do carvalho com autogrua e levantamento topográfico 3D

Ilustração 55. Reposicionamento de uma secção da

árvore para levantamento topográfico 3D

Ilustração 56. Montagem e preparação de uma secção

da árvore para levantamento topográfico 3D

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As peças levantadas tridimensionalmente foram encaixadas em suporte

informático, reconstituindo-se assim a maior parte da estrutura real da árvore.

Ilustração 57. Pormenor 1 do levantamento com o Laserscanner 3D

Ilustração 55. Pormenor 2 do

levantamento com o Laserscanner 3D

Ilustração 56. Modelo da árvore reconstruído a partir da informação recolhida pelo Laserscanner 3D

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Foi posteriormente efetuado o levantamento topográfico tridimensional à

importante parte do sistema radicular que ficou no solo.

Ilustração 58. Parte do sistema radicular do carvalho que permaneceu no solo após a queda

Ilustração 59. Varrimento topográfico 3D à parte do sistema radicular que ficou no solo realizado pelo

Laserscanner 3D

Por fim, a estrutura real da parte aérea da árvore obtida em suporte informático foi

agregada à parte do sistema radicular que ficou no solo levantada, obtendo-se, assim,

a reconstituição real da estrutura principal da árvore no local original.

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Ilustração 60. Reconstituição 3D da estrutura da

árvore – vista sul

Ilustração 61. Reconstituição 3D da estrutura da

árvore – vista poente

Ilustração 62. Reconstituição 3D da estrutura da

árvore – vista norte

Ilustração 63. Reconstituição 3D da estrutura da

árvore – vista nascente

No local, não se procedeu apenas ao levantamento das peças que constituíam o

carvalho para se fazer a sua reconstituição tridimensional. Entendeu-se ser também

importante proceder ao levantamento topográfico e ao registo fotográfico de todo o

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espaço, para conhecer a sua dinâmica e perceber a relação do carvalho com o meio

envolvente, em especial as árvores que o circundavam.

Todo o espaço foi também levantado topograficamente com recurso ao

instrumento de varrimento Laserscanner 3D, da marca Leica P40, tendo havido a

necessidade de reposicionar o aparelho em diversos locais, de forma a se poder

proceder ao levantamento detalhado de todos os elementos presentes. Este trabalho

foi complementado com informação recolhida pelo voo do drone DJI PHANTOM 4PRO

sobre a área em estudo, que procedeu à recolha de diversas imagens aéreas.

Ilustração 64. Laserscanner 3D da marca

Leica P40

Ilustração 65. Excerto do varrimento topográfico realizado pelo

Laserscanner 3D

Ilustração 66. Drone DJI PHANTOM 4PR utilizado para

recolha de informação

Ilustração 67. Imagem aérea recolhida pelo drone

A informação recolhida através do levantamento topográfico tridimensional permitiu

construir um modelo do espaço em suporte informático, no qual está representada a

modelação principal do terreno, mas também os elementos essenciais construídos e

as árvores existentes. Neste modelo, que de seguida apresentamos, está presente o

carvalho caído.

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Como anteriormente referido, uma vez que foi também efetuado o varrimento

detalhado à parte do sistema radicular do carvalho que permaneceu encastrada no

solo, foi, assim, possível reposicionar a árvore reconstruída informaticamente no seu

local original.

Ilustração 68. Perspetiva geral do modelo tridimensional do local, com ilustração do carvalho caído e

reposicionamento do mesmo na sua posição original

Após a reconstrução informática do modelo digital 3D do carvalho houve

necessidade de o colocar na sua posição original no terreno, trabalho este que foi

executado ligando o modelo tridimensional da parte do sistema radicular que ficou no

solo encastrada ao modelo da parte aérea resultante da junção de todos os elementos

parcelares. Esse trabalho foi complementado e ajustado através do cruzamento de

imagens anteriores à queda da árvore em diferentes perspetivas.

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Ilustração 69. Fotografia 1 anterior à queda do

carvalho, onde é possível ver a sua posição (CMF)

Ilustração 70. Fotografia 2 anterior à queda do carvalho,

onde é possível ver a sua posição (CMF)

Ilustração 71. Fotografia 3 anterior à queda do

carvalho, onde é possível ver a sua posição (CMF)

Ilustração 72. Modelo 3D do posicionamento do

carvalho com base na informação de fotografias

anteriores à queda

Nos trabalhos de tratamento da informação foram utilizados os seguintes

programas: para a modelação, o Autodesk Revit e 3DReshaper; para o desenho, o

Autodesk Autocad Civil 3D e o Galileo 2000 (programa desenvolvido pela Geoide

Geosystems); para o processamento e registo de nuvens, o Leica Cyclone; para a

manipulação de nuvens de pontos, o Cloudcompare; para a fotogrametria do drone, o

Pix4D e o sistema de informação geográfica – ortofotos o QGIS.

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. Avaliaça õ biõmeca nica e sanita ria da a rvõre

A avaliação da árvore foi realizada mediante a aplicação do sistema “Evaluación

Visual del Arbolado” (EVA), derivado do sistema VTA – Visual Tree Assessment, o

qual foi descrito por Claus Mattheck nos princípios dos anos 90. O sistema baseia-se

na avaliação das estruturas visíveis da árvore para determinar o seu estado interno,

tanto na sua vertente fisiológica, como mecânica. Ao sistema desenvolvido por

Mattheck adicionaram-se informações de outros investigadores, como Ted Green

(relações fungo-árvore), Francis Schwarze (relações fungo-árvore), Francis Halle e

Pierre Raimbault (estrutura arbórea), e Wessoly (estática e aerodinâmica), para além

da nossa própria investigação, perceções e experiência.

O método VTA, um dos métodos mais usados na avaliação de património arbóreo,

foi desenvolvido por Claus Mattheck e Helge Breloer e baseia-se na avaliação visual

da árvore com base em critérios biomecânicos e no axioma da tensão constante. De

acordo com este axioma, ao longo do seu crescimento, as árvores criam estruturas

auto-otimizadas e muito resistentes que lhes permitem distribuir uniformemente pela

sua superfície as tensões a que se encontram sujeitas (GINJA, 2008; MATTHECK E

BRELOER, 1994a; PINTO, 2002). Cada árvore faz, assim, uma utilização o mais

económica possível do material, garantindo, em simultâneo, uma elevada resistência

mecânica, pelo que a sua estrutura exibe pontos com excesso de tensão, áreas de

fragilidade, ou pontos de tensão reduzida ou desperdício de material. Perante qualquer

perturbação a esta estrutura otimizada a árvore repara-se a si própria, formando,

localmente na zona enfraquecida, anéis de crescimento mais espessos. Estas

estruturas reparadoras, produzidas com o objetivo de recuperar a situação inicial de

stresse constante, são o sintoma que evidencia a presença de defeitos mecânicos e

revelam o padrão de tensão a que a árvore se encontra sujeita, podendo constituir-se

como zonas de fragilidade a que se deve dar especial atenção no processo de

avaliação de qualquer exemplar arbóreo (GINJA, 2008; MATTHECK E BRELOER, 1993;

MATTHECK E BRELOER, 1994b; PINTO, 2002). Para Mattheck, este padrão de

crescimento do tronco e ramos é a linguagem corporal das árvores – “the body

language of trees” (HARRIS et al., 2004).

Este método de avaliação de árvores proposto por Mattheck e Breloer – o método

VTA, desenvolve-se de acordo com as seguintes três etapas (MATTHECK E BRELOER,

1994a; MATTHECK E BRELOER, 1994b).

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1. Inspeção visual da árvore, para identificar sintomas de defeitos e avaliar a

sua vitalidade. Se, nesta fase, não forem identificados sintomas de defeitos

indicadores de que a árvore possa representar perigo, a aplicação do

método VTA termina nesta etapa.

2. Avaliação cuidada do(s) defeito(s) identificado(s), com o objetivo de

comprovar a sua existência. Caso esta se confirme, a aplicação do método

avança para a etapa seguinte. Caso contrário, cessa nesta etapa.

3. Análise e medição do(s) defeito(s) presente(s) e quantificação da

resistência residual da árvore.

Ilustração 73. Procedimento para a aplicação do método VTA (adaptado de MATTHECK E BRELOER, 1994b)

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Concretamente na avaliação visual deste exemplar, observaram-se variáveis

como a superfície e densidade foliar, altura e distribuição das massas foliares,

medidas e coloração; a estrutura dos ramos e rebentos, processos de crescimento; a

madeira de reação, excessos de peso ou exposição; os defeitos em uniões,

codominâncias; a tipologia do ritidoma; a geometria radicular; a orientação, ventos

dominantes e fatores atenuantes; as forças do vento sobre a copa; outras.

A nossa equipa de trabalho realizou especificamente a avaliação da geometria e

tipologia da madeira que a árvore apresentava antes de cair. De modo a proceder à

avaliação da parte do sistema radicular que caiu com o tronco, as raízes foram limpas

manualmente e com ar sob pressão, para determinar a sua geometria, estado e

dimensões, sem as alterar. A avaliação do estado interno da madeira realizou-se com

recurso aos aparelhos IML Resi F500-S e IML PowerDrill 500, que se baseiam “nos

mesmos princípios de funcionamento do resistógrafo” (GINJA, 2008). Tal como os

resistógrafos, são compostos por uma agulha que perfura a madeira a velocidade

constante, sendo a resistência oferecida pela madeira à sua deslocação registada num

gráfico de resistência que, quando corretamente interpretado, permite avaliar as

propriedades mecânicas e diagnosticar defeitos tanto em árvores vivas, como em

estruturas de madeira (MATTHECK E BRELOER, 1994,b; MOORE, 2000; RINN, 1994; RINN

et al, 1994; ZOMBORI, 2001). Através da utilização dos resistógrafos ou aparelhos

similares pode-se obter informação respeitante a diversos “…resultados relativos à

avaliação do crescimento, à determinação da espessura da casca, à deteção de

podridões, ao ataque de fungos ou insetos, à avaliação de níveis de densidade e à

localização de fendas, nós, espaços ocos e lenho de reacção.” (Ginja, 2008), bem

como quantificar a extensão de lesões e medir a espessura da parede residual sã

(PINTO, 2002a; PINTO, 2002b; PINTO, 2003; GINJA E PINTO, 2003; GINJA, 2008).

Para o cálculo das propriedades mecânicas da secção foram tiradas medidas in

situ e utilizou-se uma imagem 3D gerada mediante leitura por laser da parte do

sistema radicular que caiu com o tronco e da parte do sistema radicular que ficou no

solo. As secções foram analisadas com os programas ArboMech™ e ArboStAppTM da

Rinntech®.

Realizou-se, também, um estudo dendrocronológico do crescimento da árvore;

uma avaliação do espaço aéreo que ocupava a árvore; uma avaliação dos restos da

árvore; uma avaliação cuidada das copas das árvores na envolvente, especialmente

dos plátanos (Platanus x hispanica).

No entanto, são várias as limitações do estudo.

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A avaliação prévia do estado da árvore realizou-se mediante os restos da

mesma, considerando que o tempo decorrido não tem que implicar

alterações nas características da madeira do carvalho.

Os valores da madeira (módulo de elasticidade e limite de compressão)

foram obtidos de amostras da própria árvore, estando também

acompanhados dos resultados dos resistogramas que fazem presumir uma

avaliação indireta da densidade. Estes valores podem variar em função do

local onde são realizadas as amostras e medições.

As dimensões da copa foram estimadas mediante um estudo da zona, um

estudo com recurso a laser do espaço vazio entre as copas das árvores e

através de ferramentas de análise espacial (tecnologia 3D), e, portanto,

está sujeito a certos erros.

Outra das limitações reside no facto de os cálculos de resistência da madeira

residual da árvore se terem realizado através de vários modelos de cálculo, que

geraram valores distintos do coeficiente de segurança. A proposta do Método SIA

(Static Integrated Analysis) estabelece a capacidade de carga com base na tipologia

do material, na sua geometria, na carga aplicada e nos resultados da densidade da

madeira obtidos com o resistógrafo. A proposta de Claus Mattheck estabelece como

valor mínimo aceitável para valores de parede residual de 33% do raio (1/3). A

proposta de Frank Rinn descreve uma capacidade de carga baseada nos postulados

de carga de Claus Mattheck modificados pelo crescimento na fase matura da árvore. A

proposta de Peter Sterken estabelece uma correção do método SIA para valores

baixos de madeira residual e diâmetros grandes.

Na avaliação biomecânica e sanitária da árvore iniciou-se este processo de

diagnóstico pela avaliação da copa, seguindo-se o tronco e, por fim, a zona da base.

5.1 Estádio de desenvolvimento da árvore

A árvore, ao longo do seu ciclo de vida, passa por um conjunto de estádios de

desenvolvimento diferentes. Segundo RAIMBAULT (S.D.), “A estrutura da árvore é, à

partida, hierarquizada, sujeita à dominância apical do tronco. Os ramos ramificam-se

principalmente sobre a parte inferior (hipotonia). Então, a estrutura fragmenta-se em

partes independentes chamadas reiterações (estrutura poliárquica). Os ramos

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renovam-.se, então, sobre a face superior (epitonia). Um ser vivo evolui de acordo com

três parâmetros parcialmente independentes: a idade cronológica (idade do

calendário), a idade ontogenética programada, que compreende três fases principais

(juvenilidade, idade adulta, senescência), e, finalmente, a idade fisiológica,

parcialmente dependente do ambiente, que podemos caracterizar pela juventude e

pelo envelhecimento. O declínio está ligado a um fator externo (patologia, seca, ...).”

RAIMBAULT (S.D.) enumera dez estádios atendendo às características morfológicas

das árvores.

Ilustração 74. Os dez estádios de desenvolvimento da parte aérea das árvores (RAIMBAULT, S.D.)

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Indica, também, que o sistema radicular das árvores, à semelhança da parte

aérea, se desenvolve segundo estádios bem definidos, agora apresentados.

Ilustração 75. Os estádios de desenvolvimento da parte radicular das árvores (RAIMBAULT, s.d.)

A figura seguinte ilustra os estádios de desenvolvimento da estrutura das árvores,

com indicação das três fases principais da idade ontogenética programada –

juvenilidade, idade adulta, senescência (ANÓNIMO, S.D.).

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Ilustração 76. Os dez estádios de desenvolvimento das árvores de acordo com RAIMBAULT (ANÓNIMO, 2017)

Nos Anexos 3 e 4, apresenta-se informação mais detalhada sobre cada um dos

estádios de desenvolvimento.

RAIMBAULT E TANGUY (1993) apresentam um método analítico sistemático e

simplificado de determinação da idade fisiológica da árvore. Esta determinação

baseia-se na presença ausência ou valoração de critérios morfológicos relativos à

arquitetura, às correlações, ao vigor e à mortalidade. A sobreposição dos valores da

avaliação desses critérios coloca os exemplares arbóreos observados na escala de

desenvolvimento seguinte.

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Ilustração 77. Determinação dos estádios de desenvolvimento das árvores com base na avaliação de catorze

caracteres morfológicos (RAIMBAULT E TANGUY, 1993)

Ilustração 78. Esquema da evolução da árvore, da germinação até à morte, decomposto em dez estádios

(RAIMBAULT E TANGUY, 1993)

.

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A análise detalhada e completa à morfologia do carvalho, quer ao nível da parte

aérea, quer da parte radicular, colocam-no, pelas suas características no estádio de

desenvolvimento 7 – fase de estabilização.

Tabela 7. Características morfológicas do estádio de desenvolvimento do carvalho

Estádio de

desenvolvimento Descrição do estádio de desenvolvimento 7

Estádio 7

“A árvore atingiu a plena maturidade. O tronco está completamente

despido e apenas resta a copa definitiva, que progressivamente

atinge o seu volume final. Na base dos ramos principais, os ramos

localizados na parte inferior e os ramos velhos vigorosos e

hipotónicos perdem a sua vitalidade e acabam por morrer (primeiro

tipo de mortalidade). Fortes ramificações desenvolvem-se na parte

superior da estrutura (epitonia) a partir dos ramos existentes ou

recentemente formados, renovando progressivamente os eixos

principais, que acabam por morrer (segundo tipo de mortalidade).

Na estrutura, as ramificações nascidas sobre forte dominância

apical são as primeiras a morrer, enquanto as que nasceram sobre

baixa dominância apical desaparecem mais tarde (terceiro tipo de

mortalidade). Assim, é estabelecido um sistema simples de

ramificação (de acordo com o sistema fractal), densamente

ramificado no exterior. A árvore atinge o seu máximo

desenvolvimento.” (ANÓNIMO, 2017)

Estádio G – 7

“Estádio G – O eixo central desaparece fisiologicamente, podendo

mesmo desaparecer fisicamente. É substituído pelas numerosas

raízes pivotantes do sistema fascicular. O sistema radicular está no

seu apogeu, a parte aérea atinge o seu máximo de extensão e de

densidade (estado aéreo 7).” (SIMON, 2014)

5.2 A copa da árvore

5.2.1 Estudo aéreo do histórico da dimensão e posição da copa

O estudo da copa é baseado nos ortofotomapas do local e sobre cada um foi

delimitada a copa do carvalho, tendo-se determinado no programa QGIS a área

ocupada pela mesma.

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Ilustração 79. Delimitação da área da copa do carvalho sobre o ortofotomapa de 2004

Ilustração 80. Delimitação da área da copa do carvalho sobre o ortofotomapa de 2007

Ilustração 81. Delimitação da área da copa do carvalho sobre o ortofotomapa de 2010

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Ilustração 82. Delimitação da área de clareira que corresponderia à copa do carvalho sobre a imagem aérea de

2017, captada pelo drone após a sua queda

Após a delimitação das áreas da copa do carvalho nos ortofotomapas de 2004,

2007 e 2010, obteve-se a área média da copa da árvore nos últimos treze anos.

Ilustração 83. Sobreposição das áreas da copa do carvalho delimitadas sobre os ortofotomapas de 2004, 2007 e

2010 e da área de clareira em 2017 após a queda

A área média da copa calculada foi de 181,4 m2 e a área de clareira medida de

171,7 m2, valor ligeiramente inferior. A explicação para este facto prende-se com a

existência de diversos ramos do carvalho sobre as copas das árvores envolventes,

cujos ramos se mantiveram na sua posição mesmo após a queda do carvalho.

A copa do carvalho estava delimitada pelas árvores em seu redor, lateralmente, a

este, pelo til e a norte, oeste e sul, pelo bosque de plátanos.

Com base na informação recolhida nos ortofotomapas é possível afirmar que o

carvalho estava em codominância relativamente às árvores envolventes, pelo que

todos os exemplares tinham uma altura semelhante.

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Ilustração 84. Cotas altimétricas da copa do carvalho e das árvores envolventes obtidas com base no

ortofotomapa de 2010

Ilustração 85. Excerto do varrimento topográfico 3D realizado pelo drone às copas das árvores, com indicação do

local onde se encontrava a copa do carvalho

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De seguida, procede-se a uma análise histórica da evolução da copa do carvalho

nos últimos anos, com base nos ortofotomapas, com o intuito de verificar a ocorrência

de alguma alteração ao nível da inclinação da árvore, comparando-a com as copas

das árvores envolventes.

Ilustração 86. Delimitação do polígono correspondente à copa do carvalho no ortofotomapa de 2004

Ilustração 87. Sobreposição do polígono correspondente à área da copa do carvalho no ortofotomapa de 2004

sobre o ortofotomapa de 2007

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Ilustração 88. Sobreposição do polígono correspondente à área da copa do carvalho no ortofotomapa de 2004

sobre o ortofotomapa de 2010

Ilustração 89. Sobreposição do polígono correspondente à área da copa do carvalho no ortofotomapa de 2004

sobre a imagem captada pelo drone em 2017, após a sua queda

Este tipo de análise realiza-se após a queda de árvores para determinar se estas

apresentavam uma inclinação gradual, que é possível de avaliar visualmente e,

portanto, pode ser objeto de medidas corretivas.

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Ilustração 90. Exemplo de avaliação de um Pinus pinea através de fotografias do Google para determinar se existe

inclinação histórica

No caso do carvalho, a análise histórica da evolução da copa através da

visualização dos ortofotomapas de 2004, 2007 e 2010, bem como das delimitações e

medições efetuadas sobre os mesmos, não revelaram separações entre a copa do

carvalho e as copas das árvores próximas, podendo-se concluir que não ocorreu

inclinação gradual da árvore ao longo dos últimos anos.

5.2.2 Análise da estrutura da copa

5.2.2.1 Folhas e raminhos

A estrutura de ramos e raminhos observada no carvalho é uma estrutura normal,

não apresentando uma densidade reduzida ou quaisquer ramos mortos na periferia da

copa.

É importante referir que não se encontraram evidências de dieback – sintoma que

se caracteriza pela morte progressiva dos rebentos e ramos, com início nas

extremidades e progressão para o interior e que é especialmente comum em plantas

lenhosas. Este sintoma é normalmente progressivo ao longo de vários anos e pode ter

diversas causas, nomeadamente, fraca estrutura do solo e sua drenagem, corte ou

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remoção de raízes durante obras, danos significativos do tronco ou ramos principais,

humidade excessiva no solo, entre muitas outras (ANÓNIMO, 1996).

Os raminhos apresentavam uma densidade foliar normal, com folhas de aspeto

viçoso.

Ilustração 91. Raminhos do carvalho e folhas com boa vitalidade

Ilustração 92. Raminho com boa densidade foliar

Ilustração 93. Página superior das folhas com fumagina

Algumas das folhas observadas exibiam na página superior sinais de fumagina,

causada por fungos diversos que se desenvolvem sobre meladas originadas na

sequência do ataque de insetos sugadores de seiva das plantas. Estes insetos, que

podem ser de uma multiplicidade de espécies, não foram observados nas folhas do

carvalho. As meladas podem ter origem em ataques de insetos às árvores

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envolventes. A fumagina em condições normais não afeta diretamente a planta, é

apenas superficial e confere um aspeto desagradável (RHS, 2018).

5.2.2.2 Ramos

A estrutura da copa era, basicamente, composta por uma bifurcação codominante

(bifurcação A), com os ramos principais inseridos aproximadamente a 11,5 m de altura

no tronco; um, com 56 cm de diâmetro (ramo 1); e outro, com 64 cm de diâmetro

(ramo 2), que se subdividia (bifurcação B), 1,5 m acima, em dois outros ramos, um

com 40 cm de diâmetro (ramo 2.1) e outro com 52 cm (ramo 2.2).

Ilustração 94. Reconstituição da estrutura da copa do carvalho com identificação dos ramos principais e das

bifurcações

Na estrutura de ramos secundários não foram encontradas nenhumas lesões

significativas.

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5.2.2.2.1 Lesão num ramo estrutural da copa – ramo 2.2

No ramo 2.2, foi identificada uma lesão com podridão que teve origem na

existência de um toco. A figura seguinte, realizada sobre o modelo do carvalho

reconstruído, ilustra o ponto onde se encontrava esse toco.

Ilustração 95. Reconstituição da copa do carvalho e pormenor do local com o toco do corte de um ramo

Este toco foi, provavelmente, deixado por um ramo que morreu de forma natural

(desramação natural da árvore, processo em que a mesma vai libertando os ramos

que ficam ensombrados), mas que foi cortado à poda de forma incorreta. Esse corte

de poda não foi executado o mais próximo possível do colo do ramo, pelo que não

permitiu a formação do calo de compartimentação adequado.

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Ilustração 96. Toco resultante do corte de um ramo seco

Ilustração 97. Pormenor do corte de um ramo seco

Ilustração 98. Pormenor do corte, em que é possível

constatar que este foi executado por mão humana

Considera-se que esta zona de estudo é a menos pertinente de acordo com a

avaliação, porque julgamos que a rutura teve origem na zona basal da árvore e a

rutura nesta zona, 1,5 m acima da bifurcação codominante (bifurcação A), ponto onde

se dividia em dois grandes ramos (bifurcação B), deu-se com o impacto no solo. O

estudo seria apenas pertinente tendo em consideração dois aspetos. Primeiro, o da

capacidade mecânica desta zona, de difícil avaliação, poder servir de referência

relativamente à capacidade de carga da secção da base. Segundo, a rutura na zona

da bifurcação B, associada à queda e posterior a esta, poder implicar que se a força

que gerou a rutura foi uma carga na copa, então este era o ponto que devia ter

recebido esse incremento de carga e devia ter quebrado em primeiro lugar, já que

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estava em piores condições mecânicas. Portanto, pode-se diferir a partir deste facto

que o incremento de força poderia não ter tido origem na copa.

5.2.2.2.1.1 Análise da secção no ponto da lesão

Uma vez identificada a lesão, procedeu-se ao estudo exaustivo da secção na

parte afetada.

Ilustração 99. Reconstituição da zona da bifurcação A e da bifurcação B

A estrutura da árvore nesta zona da bifurcação A era composta por dois eixos a

partir dos quais saíam um eixo mais baixo, sem defeito (ramo 1), situado a norte; e

outro eixo mais alto (ramo 2), situado a sul, que se bifurcava (bifurcação B) em dois

ramos com um defeito na base (ramo 2.1 e ramo 2.2), que saíam do mesmo ponto.

2.1

2.2

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Ilustração 100. Zona da bifurcação A com identificação dos dois ramos principais

Ilustração 101. Pormenor onde se observam o ramo 1 e

a base da rutura nos ramos 2.1. e 2.2 (bifurcação B)

Ilustração 102. Pormenor da base da rutura nos ramos

2.1 e 2.2 (bifurcação B)

Ilustração 103. Zona com defeito onde se inseriam os ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) – vista lateral 1

1

2

2.2

1 2.2

2.1

2.2

2.1

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Ilustração 104. Zona com defeito onde se inseriam os ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) – vista de topo

Ilustração 105. Zona com defeito onde se inseriam os ramos 2.1 e 2.2 (bifurcação B) – vista lateral 2

A zona da bifurcação B que suportava os ramos 2.1 e 2.2 tinha uma parede

residual baixa, devido à ação causada por Laetiporus sulphureus, um fungo que

habitualmente afeta o cerne da espécie Quercus robur e pode causar ruturas em

elementos estruturais em árvores com baixo crescimento. As imagens abaixo mostram

a secção do ramo por baixo da bifurcação B, onde se pode observar a alteração dos

tecidos do cerne da madeira.

2.2

2.2

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Ilustração 106. Secção do ramo por baixo da bifurcação

B, com alteração interna da madeira

Ilustração 107. Secção do ramo por baixo da bifurcação

B, com delimitação da zona interna alterada

5.2.2.2.1.2 Inspeção instrumental da lesão

Na análise das lesões do ramo 2 foi utilizado o aparelho IML PowerDrill 500. Nos

resistogramas realizados com este aparelho são registadas duas curvas, em que a

curva de cor verde indica a resistência apresentada pela madeira à perfuração,

enquanto a de cor azul dá informação sobre a energia despendida pelo aparelho para

manter constante a velocidade de penetração da agulha.

5.2.2.2.1.2.1 Inspeção 8 – ramo 2.2 acima da rutura

Esta inspeção instrumental foi efetuada no ramo 2.2, na parte acima da rutura.

Ilustração 108. Indicação do ponto da inspeção 8

Ilustração 109. Detalhe da orientação da inspeção 8

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Ilustração 110. Resistograma da inspeção 8 – base do eixo central acima da rutura

Nesta zona, o ramo apresenta uma degradação central do lenho com uma parede

residual entre 22 e 6-8 cm.

5.2.2.2.1.2.2 Inspeções 9, 10 e 11 – zona de inserção dos ramos

2.1 e 2.2 (bifurcação B)

Ilustração 111. Indicação dos pontos das inspeções 9 e 10

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Ilustração 112. Resistograma da inspeção 9 – zona de inserção dos ramos 2.1 e 2.2

Ilustração 113. Resistograma da inspeção 10 – zona da bifurcação dos ramos 2.1 e 2.2

Esta é uma zona de rutura gerada pelo impacto do ramo no solo, com uma parede

residual de 23 cm e um diâmetro aproximado de 55-60 cm. A zona de madeira em

bom estado mecânico apresenta inícios de degradação em dois pontos.

Ilustração 114. Indicação do ponto da inspeção 11

Ilustração 115. Detalhe da orientação da inspeção 11

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Ilustração 116. Resistograma da inspeção 11 – zona da bifurcação dos ramos 2.1 e 2.2

Esta é uma zona de rutura gerada pelo impacto dos ramos no solo, com uma

parede residual de 6 cm e um diâmetro aproximado de 50-55 cm na zona sem

ramificação e de 70 cm no ponto de onde saem os ramos.

5.2.2.2.1.3 Cálculo da capacidade de carga da secção menor

encontrada nesta zona

Estimando um diâmetro de 70 cm e uma parede residual de 8 cm (média obtida

de valores que oscilam entre 2 cm e 22 cm), obtém-se que a capacidade de carga

remanescente na zona de inserção dos ramos seria de 48 % (calculado através do

programa ArboStAppTM, específico para árvores).

Ilustração 117. Capacidade carga remanescente no local da lesão

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5.3 Tronco da árvore

O tronco da árvore apresenta uma ligeira inclinação na zona da base e depois

desenvolve-se praticamente a direito, medindo 11,5 m desde a zona do colo

imediatamente em contacto com a parte superior do solo, até ao local onde se bifurca

em dois ramos principais – bifurcação codominante (bifurcação A).

Foi efetuada uma observação visual cuidada de todo o tronco e verificou-se que

este se encontrava totalmente são em toda a sua extensão, apresentando apenas, na

parte superior, uma lesão relacionada com o corte de um ramo antigo, de 15 cm de

diâmetro. A provável causa desta lesão pode ser um processo de desramação natural

da árvore, em que o ramo, devido ao forte ensombramento, terá secado e sido

posteriormente removido através de uma operação de poda, uma vez que apresenta

um corte liso corretamente executado.

Ilustração 118 Ferida no tronco de corte de um ramo

Ao nível da bifurcação codominante (bifurcação A), ou seja, da zona de inserção

dos grandes ramos, observa-se uma grande população de plantas epífitas – plantas

em relação comensal, que acontece entre duas espécies diferentes que vivem

associadas e da qual resulta o benefício de uma espécie sem afetar a outra ou a

favorecer. Estas plantas epífitas não têm qualquer contacto com o solo e usam o

carvalho apenas como apoio, sem dele retirarem nutrientes. A espécie da população

epífita existente é um feto, provavelmente do género Polypodium.

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Ilustração 119. Zona da bifurcação A com plantas epífitas

– fetos provavelmente do género Polypodium sp.

Ilustração 120. Pormenor do tronco com rizomas dos

fetos – provavelmente do género Polypodium sp.

No tronco, encontraram-se, também, marcas recentes no ritidoma, relacionadas

com o roçamento num cabo de aço durante o momento da queda. Este cabo de aço

estava fixo ao til (Ocotea foetens) n.º 1, a nascente, e constituía, a par de outro cabo

de aço ainda existente, o sistema de ancoragem do plátano (Platanus x hispanica) n.º

7 do Largo da Fonte.

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Ilustração 121. Planta com a localização e numeração das árvores na envolvente do carvalho

5.3.1 Avaliação instrumental do tronco

Na inspeção visual ao tronco da árvore não foi encontrado qualquer defeito que

justificasse avaliação posterior, no entanto, entendeu-se proceder à recolha de dados

relativos à resistência da madeira. Com recurso ao aparelho IML RESI F500 S foram

efetuadas leituras em diferentes secções da árvore a caracterizar. Devido ao grande

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diâmetro do tronco, em cada secção, foram efetuadas quatro leituras, uma em cada

face do tronco.

Ilustração 122. Indicação das secções do tronco que foram avaliadas instrumentalmente

Ilustração 123. Perfuração da secção 1 do tronco com o

aparelho IML RESI F500 S – lado sul

Ilustração 124. Pormenor da perfuração com o

aparelho IML RESI F500 S

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5.3.1.1 Secção 1

Ilustração 125. Ilustração da secção 1 com indicação dos resistogramas

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Tabela 8. Registos da análise ao resistogramas da secção 1

Secção 1 Diâmetro (m) Raio - R (m) Espessura da parede residual – t (m) t / R

Nascente-poente (A-C) 0,97 0,485 0,485 1,00

Norte-sul (B-D) 0,97 0,485 0,485 1,00

Nascente-poente (sentido A – B)

Ilustração 126. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 1 – nascente-poente

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Norte-sul (sentido B – D)

Ilustração 127. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 1 – norte-sul

Da análise destes dados conclui-se que a secção 1 do tronco se encontrava integralmente sã.

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5.3.1.2 Secção 2

Ilustração 128. Ilustração da secção 2 com indicação dos resistogramas

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Tabela 9. Registos da análise ao resistogramas da secção 2

Secção 2 Diâmetro (m) Raio - R (m) Espessura da parede residual – t (m) t / R

Nascente-poente (A-C) 0,83 0,415 0,415 1,00

Norte-sul (B-D) 0,83 0,415 0,415 1,00

Nascente-poente (sentido A – C)

Ilustração 129. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 2 – nascente-poente

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Norte-sul (sentido B – D)

Ilustração 130. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 2 – norte-sul

Da análise destes dados conclui-se que a secção 2 do tronco se encontrava integralmente sã.

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5.3.1.3 Secção 3

Ilustração 131. Ilustração da secção 3 com indicação dos resistogramas

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Tabela 10. Registos da análise ao resistogramas da secção 3

Secção 3 Diâmetro (m) Raio - R (m) Espessura da parede residual – t (m) t / R

Nascente-poente (A-C) 0,78 0,390 0,390 1,00

Norte-sul (B-D) 0,78 0,390 0,390 1,00

Nascente-poente (sentido A – C)

Ilustração 132. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 3 – nascente-poente

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Norte-sul (sentido B – D)

Ilustração 133. Resistogramas da inspeção do tronco na secção 3 – norte-sul

Da análise destes dados conclui-se que a secção 3 do tronco (identificada com o número 4 nos resistogramas) se encontrava

integralmente sã.

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5.3.2 Tronco do carvalho e os cabos de aço

Relativamente às questões que se colocaram sobre a presença de cabos de aço

eventualmente fixos ao carvalho, temos a esclarecer que, em momento algum, os

cabos existentes no espaço estiveram presos ao exemplar. Efetivamente, o plátano n.º

7 existente no Largo da Fonte estava cablado com dois cabos de aço, colocados no

passado para responder a um defeito no tronco, uma fissura.

Ilustração 134. Modelo 3D do carvalho e das árvores envolventes, com indicação do sistema de cabos que

permitiam o suporte do plátano n.º 7

A estrutura de amarração era constituída por dois cabos de aço de 12 mm de

diâmetro, fixos a 13,10 m do solo no tronco do plátano n.º 7. O cabo n.º 1, com 47 m,

estava fixo a um outro plátano, situado a norte na encosta e que ainda se encontra

intacto no local; e o cabo n.º 2, com 34 m, que fixava o plátano n.º 7 ao til n.º 1, a

nascente, próximo do carvalho. Este último cabo foi atingido pelo carvalho durante a

queda, tendo roçado ao longo do ritidoma do tronco, até que não resistiu, e quando

quebrou, a 11,51 m do plátano n.º 7, devido ao efeito elástico, emaranhou-se no

tronco e na vegetação envolvente.

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Ilustração 135. Plátano n.º 7 cablado no Largo da Fonte

Ilustração 136. Plátano a norte, onde está fixado o cabo

n.º 1

Ilustração 137. Ritidoma do carvalho com marcas de

roçamento do cabo n.º 2

Ilustração 138. Pormenor do local onde partiu o cabo

n.º 2

Ilustração 139. Ritidoma do til ferido, onde estava

fixado o cabo n.º 2

Ilustração 140. Pneus que protegiam o ritidoma do til

do contacto com o cabo n.º 2

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5.4 Análise da base da árvore

O estudo do tronco e dos restos de elementos vegetais íntegros conservados

permite realizar uma avaliação sobre as evidências visuais e os defeitos mecânicos

que a árvore apresentava antes de cair.

Tal como se indicou anteriormente, a avaliação específica para a deteção do risco

das árvores realizou-se através da avaliação visual que o método VTA descreve. Este

método permite associar os defeitos internos que a árvore tem com as características

da madeira periférica (exterior) dos ramos e do tronco, e, quando visíveis, do colo e

das raízes.

O método VTA tem validade sempre que a árvore tenha vitalidade e possa gerar

as estruturas de compensação do defeito. Trata-se, pois, de um método indireto que

avalia o tipo de reação no crescimento da madeira, em função da perda da capacidade

mecânica que um ponto ou zona pode ter, permitindo a tipologia da reação reconhecer

o tipo de defeito que a árvore esconde.

Este método descreve que:

A árvore compensa as perdas mecânicas mediante o crescimento da madeira

de reação. A tipologia, dimensão e posição da madeira de reação permite

conhecer que tipo de defeito apresenta a árvore.

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Ilustração 141. Ilustração dos defeitos encontrados nas árvores e sintomas reparadores (MATTHECK, 2007)

Não há madeira de reação quando a árvore não tem vitalidade (energia)

suficiente para a produzir, ou porque não há défice mecânico real, isto é, a

madeira sã ou ativa mecanicamente é adequada para as cargas que suporta.

Foi verificado, através do estudo dendrocronológico, que embora não tendo uma

vitalidade muito alta, a árvore apresentava um crescimento da área anelar nos últimos

anos, e, portanto, pode-se considerar um incremento da vitalidade.

Por sua vez, o estudo da superfície foliar (projeção de copa), baseado na

informação dos ortofotomapas anteriormente analisados, permitiu avaliar a superfície

foliar em cerca de 181,4 m2, uma superfície que entendemos ser suficiente para

garantir uma atividade fotossintética suficiente que sustente a vitalidade.

5.4.1 Geometria da base

A geometria da parte basal da árvore não podia ser totalmente avaliada

visualmente sem retirar parte da terra que a cobria. O sistema radicular estava

totalmente oculto, tanto na parte da compressão, como na parte da tração.

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Ilustração 142. Parte radicular da árvore

Na imagem anterior, observa-se que a parte visível da base da árvore não

apresentava nenhuma anomalia. A linha amarela delimita a zona basal que se

encontrava enterrada antes da queda da árvore, e permite afirmar que não existia

nenhum sintoma visível que fizesse supor que a árvore tivesse defeitos mecânicos.

A limpeza de parte da zona enterrada também não ofereceu mais dados sobre a

mecânica da árvore, uma vez que esta:

Apresentava cordões radiculares de compressão evidentes e em bom estado;

Estes cordões não exibiam deformações por excesso de peso, podridões

internas, etc.;

Os cordões não apresentavam alterações na geometria que pudessem levar a

considerar defeitos mecânicos.

A análise do tronco na zona de compressão mostra um sistema radicular sem

alterações e com alguma normalidade, número elevado de contrafortes claros e

definidos (entre 5 e 7), com crescimento de compensação normal na união com o

tronco.

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Ilustração 143. Zona de compressão onde se observa um número elevado de contrafortes

O único elemento peculiar do exemplar caído é que, mesmo apresentando os

contrafortes de qualquer árvore, estes tinham dimensões inferiores ao que seria

expectável para um exemplar com as suas características.

A avaliação das causas da presença de contrafortes de dimensões inferiores às

esperadas parece um aspeto fundamental na descrição das causas da queda do

exemplar.

Ilustração 144. Desenvolvimento expectável dos contrafortes

Os contrafortes são claramente menores do que os encontrados na maior parte

das árvores nestas circunstâncias, evidenciados na foto anterior. Os motivos de esta

menor dimensão estariam seguramente associados a:

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Incapacidade das raízes de se desenvolverem de modo normal no talude, uma

vez que na frente da zona de compressão se encontrava um muro de,

aproximadamente, 2 m de altura, que impedia as raízes de se desenvolverem

na direção adequada para minimizar o momento da força através dos esforços

de compressão.

Uma boa ligação na zona de tração, o que facilitou uma ótima conexão

mecânica e equilibrou os defeitos de compensação da anomalia em

compressão.

A relativa riqueza climática da zona, que geralmente origina sistemas

radiculares com uma dimensão algo menor do que em zonas de maior stresse

ambiental – stresse hídrico.

Quaisquer que sejam as razões exatas e em que percentagens podem ter

colaborado nesta anomalia nas dimensões dos contrafortes, não são tão importantes

como o facto de que estas raízes tinham uma dimensão mais reduzida do que o

habitual.

As fotos abaixo mostram essa menor dimensão radicular, facilmente

compreensível se compararmos com a foto acima, correspondente a uma árvore em

circunstâncias similares.

Ilustração 145. Sistema radicular na zona de

compressão, com menor dimensão do que numa

situação normal

Ilustração 146. Vista lateral do sistema radicular na

zona de compressão, com menor dimensão do que

numa situação normal

A análise da geometria radicular de compressão e tração, apresentada de

seguida, mostra que as raízes tinham um desenvolvimento lateral – perpendicular à

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inclinação, superior ao das raízes na direção da inclinação. Contudo, deveria ter

sucedido exatamente o oposto, uma vez que o crescimento de reação gera mais

madeira nas direções onde é maior o stresse mecânico.

Este é um facto amplamente aferido e descrito. Na imagem seguinte à direita,

mostra-se o crescimento diferencial num sistema radicular jovem associado a stresse

mecânico gerado por ação do vento (STOKES, 1994; NICOLL E DUNCAN, 1996), e à

esquerda, ilustra-se a posição relativa das raízes em função do vento e do centro de

cargas.

Ilustração 147. Crescimento diferencial no sistema

radicular jovem associado a stresse mecânico gerado

pelo vento

Ilustração 148. Posição relativa das raizes em função do

vento e do centro de cargas

O estudo da geometria radicular foi realizado com base na análise da parte do

sistema radicular que caiu com o tronco previamente limpa.

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Ilustração 149. Base do carvalho já limpa

Ilustração 150. Delimitação da secção radicular do

carvalho

A rutura pode ter modificado, em parte, a geometria radicular, no entanto, uma

análise da capacidade de carga da secção obtida mostra que esta é de apenas 20 %

na direção da queda, face aos 100 % que se obteria no sentido perpendicular à

mesma e que se pode observar na imagem seguinte.

Ilustração 151. Cálculo da capacidade de carga da secção obtida com a aplicação A oMe h™ da Rinntech®

(olho: imagem girada)

Se a análise se realizar considerando apenas as raízes e não toda a zona

arrancada, a diferença é menos dramática, mas continua a ser muito significativa, pois

é de 34 %.

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Ilustração 152. Dekimitação das raízes na secção do carvalho

Ilustração 153. Cálculo da capacidade de carga da

secção

Este tipo de anomalias não faz supor um defeito por si só, pois surgem em

momentos de incremento do stresse mecânico, por exemplo, devido a golpes de

vento, desadaptação, etc., embora esta menor dimensão no sentido da queda tenha

sido importante para a sua ocorrência, não foi o motivo do fracasso estrutural. As

causas apresentadas para explicar a menor dimensão das raízes de compressão são

as duas primeiras: as condições do terreno pouco adequadas e a “eficácia” das raízes

de tração.

Esta eficácia das raízes de tração não foi suficiente, uma vez que estimamos que

a rutura primária ocorreu nas raízes de tração por uma sobrecarga de peso.

Ilustração 154. Delimitação das zonas de raiz de tração

que rompeu e causou a queda da árvore na parte do

sistema radicular que caiu com o tronco

Ilustração 155. Delimitação das zonas de raiz de tração

que rompeu e causou a queda da árvore na parte do

sistema radicular que ficou no solo

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As zonas delimitadas a amarelo mostram as raízes de tração que quebraram e

causaram a queda do exemplar, tanto na parte do sistema radicular que ficou no solo,

na imagem à esquerda, como na parte do sistema radicular que ficou no solo, na

imagem à direita.

5.4.2 Estado mecânico da madeira da base

Do ponto de vista externo, nesta zona, a árvore não apresentava nenhum sintoma

reparador de podridão. Este facto é lógico, uma vez que a perda de secção de um

cilindro desde o centro não é relevante antes de os valores serem inferiores a 33 % do

raio.

De acordo com MATTHECK (2007), a frequência de fratura de árvores ocas

aumenta rapidamente quando a podridão (cavidade) ultrapassa 70 % do raio da árvore

(Ri/R < 0,3). Portanto, as árvores não costumam mostrar nenhum tipo de reação a

defeitos se não atingirem esse valor.

Ilustração 156. Diagrama de fratura do VTA (MATTHECK, 2007)

No gráfico abaixo, é apresentada a resistência remanescente de uma secção

descrita por Mattheck nos anos 90, uma característica de todos os perfis ocos e não

apenas da estrutura dos troncos.

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Ilustração 157. Resistência remanescente de uma secção em função do raio

Para o nosso caso de estudo, com um diâmetro a 1,30 m de 91 cm medido

debaixo da casca, uma podridão associada podia iniciar aos 35 cm, no máximo (ver

ponto seguinte avaliação dos perfis resistográficos), e a perda de força da secção

estaria próxima de 0 %.

Os dados obtidos na zona basal da qualidade da madeira em zonas mais baixas

mostram uma podridão mínima que origina capacidades mecânicas idênticas à da

secção inteira.

5.4.2.1 Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira

da base

Realizou-se uma avaliação do estado interno da madeira na base, que incidiu em

três níveis distintos.

Tabela 11. Níveis de avaliação do estado interno da madeira

Nível Local da avaliação

3 A 1,3 m de altura (coincidindo com as raízes de tração)

2 Na zona de início das raízes de compressão

1

1.1

1.2

Nas mesmas raízes de compressão

Obtido da parte do tronco que caiu no solo

Obtido da parte radicular que ficou no terreno

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0102030405060708090100

% r

esi

stê

en

cia

rem

ane

sce

nte

% parede residual (sobre o raio)

Mat

thec

k

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5.4.2.1.2 Nível 3 – a 1,3 m de altura

Ilustração 158. Nível 3 – Local de avaliação com o aparelho IML PowerDrill 500 no nível 3

Ilustração 159. Posição das inspeções (direção perpendicular à superfície): 1 – raiz de tração partida, 2 – cordão

radicular ligado à raiz de tração, 4 – lateral este no cordão radicular, ponto ligeiramente enterrado

2 1

4

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Ilustração 160. Posição das inspeções (direção perpendicular à superfície): entre cordões radiculares na zona

enterrada

Ilustração 161. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3, resistograma 1

Ilustração 162. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3, resistograma 2

3

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Ilustração 163. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3, resistograma 3

Ilustração 164. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 3, resistograma 4

O estudo da qualidade relativa da madeira nesta secção mostra que a árvore tinha

capacidade mecânica suficiente.

A parede residual menor de madeira sã obtida nesta zona foi de 35 cm, sobre um

raio de 45,5 cm (diâmetro de 91 cm), portanto, uma secção sã de 76 % o que não

supõe nenhuma perda da capacidade de carga.

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Ilustração 165. Resistência remanescente de uma secção em função do raio, com indicação dos valores obtidos

para o carvalho (linha verde)

5.4.2.1.3 Nível 2 – Zona de início das raízes de compressão

Ilustração 166. Posição das inspeções 12, 13 e 14 (direção perpendicular à superfície), na zona de início das raizes

de compressão

100%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

05

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

10

0

% r

esi

stê

nci

a re

man

esn

te

% parede residual (sobre o raio) M

atth

eck

Perda moderada / elevada de

capacidade de carga

Perda baixa da capacidade de

carga

Sem perda de capacidade de

carga

13

12

14

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Ilustração 167. Posição da inspeção 15 (direção perpendicular à superfície), na zona de início das raizes de

compressão

Resistogramas 12 a 15

Ilustração 168. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2, resistograma 12

15

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Ilustração 169. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2, resistograma 13

Ilustração 170. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2, resistograma 14

Ilustração 171. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira da base – nível 2, resistograma 15

Cerca de 40-50 cm acima de rutura (nível 1, raízes), a secção avaliada não

mostra nenhuma perda de secção.

O diâmetro neste ponto é algo maior, 97,5 cm, mas a parede residual menor

obtida é de 44 cm, portanto, a este nível não haveria nenhuma perda da capacidade

de carga.

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5.4.2.1.4 Nível 1 – Nas mesmas raízes de compressão

5.4.2.1.4.1 Nível 1.1 – Obtido da parte do tronco que caiu no

solo

Ilustração 172. Posição das inspeções 16 a 19 na zona das raizes de compressão

Resistograma 16 – raiz 1 (centro)

Ilustração 173. Pormenor da posição das inspeção 16

Ilustração 174. Medição do diâmetro da raiz 1 (centro)

19

16

17 18

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Ilustração 175. Pormenor da medição do diâmetro da raiz 1 (centro)

Diâmetro aproximado da raiz 1 – 16-20 cm.

A avaliação visual não mostra podridão associada à raiz 1.

Ilustração 176. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de compressão – raiz 1 (centro),

resistograma 16

A raiz 1 encontra-se integralmente sã.

Resistograma 17 – raiz 2 (centro)

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Ilustração 177. Pormenor da posição das inspeção17

Ilustração 178. Medição do diâmetro da raiz 2 (centro)

Diâmetro aproximado da raiz 2 – 20 cm.

A parte interior da raiz 2 estaria associada à podridão central.

Ilustração 179. Avaliação visual da raiz 2

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Ilustração 180. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de compressão – raiz 2 (centro), resistograma 17

A raiz apresenta uma fissura devida à queda e a parte interior a partir dos 20 cm

pode apresentar cavidade ou podridão (seta vermelha).

Resistograma 18 – raiz 3 (lateral norte)

Ilustração 181. Pormenor da posição das inspeção 18

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Ilustração 182. Medição 1 do diâmetro da raiz 3

(lateral norte)

Ilustração 183. Medição 2 do diâmetro da raiz 3 (lateral

norte)

Diâmetro aproximado da raiz 3 – 25 cm.

Não há podridão importante associada à raiz 3.

Ilustração 184. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de compressão – raiz 3 (lateral

norte), resistograma 18

A avaliação realizada indica que a maioria da secção da raiz 3 estava em bom

estado mecânico, apresentando uma pequena podridão no centro, sem repercussões

na estabilidade mecânica.

Resistograma 19 – raiz 4 (lateral sul)

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Ilustração 185. Pormenor da posição das inspeção 19

Ilustração 186. Pormenor da medição do diâmetro da

raiz 4 (lateral sul)

Ilustração 187. Medição do diâmetro da raiz 4 (lateral sul)

Diâmetro aproximado da raiz 4 – 25 cm

A avaliação visual não mostra podridão associada à raiz 4.

Ilustração 188. Avaliação instrumental do estado mecânico da madeira nas raízes de compressão – raiz 4 (lateral

sul), resistograma 19

Toda a raiz 4 se encontrava em bom estado.

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5.4.2.1.4.2 Nível 1.2 – Obtido da parte do sistema radicular que

ficou no solo

A análise desta zona com o aparelho IML PowerDrill 500 não aporta muita

informação devido a esta estar muito fissurada pela rutura. Na parte do sistema

radicular que ficou no solo não se observou podridão nas raízes e a única zona

deteriorada era a zona central, coincidente com a zona central da parte do sistema

radicular que caiu com o tronco.

Ilustração 189. Imagem da parte dos sistema radicular que ficou no solo, com a marcação aproximada da zona

central onde a madeira estava deteriorada

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5.4.2.2 O estado da qualidade da madeira da base

Do estudo resistográfico e visual das distintas zonas avaliadas conclui-se que:

O tronco apresentava uma pequena zona com podridão interior de forma

cónica.

Esta podridão não supunha um “defeito”, faz parte da evolução natural e

normal de um sistema radicular desta espécie e, em geral, da maioria das

folhosas, como descreveremos mais à frente.

Ilustração 190. Exemplo de sistema radicular de uma folhosa com zona central apodrecida

A perda de força causada por estes defeitos é largamente compensada de

maneira extraordinariamente eficaz pela criação de tecidos novos na zona

periférica do tronco, com uma eficiência mecânica muito mais alta por razões

de geometria e momento.

O principal argumento para descartar que a podridão terá tido uma

participação significativa é a ausência na própria árvore de madeira de reação

surgida para compensar o defeito.

Através desta análise, desenvolveu-se uma zona de rutura que poderia ter uma

determinada geometria e qualidade de madeira.

Partindo desta secção irregular:

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Ilustração 191. Secção irregular do sistema radicular

Ilustração 192. Base do sistema radicular que partiu e trabalhava sob compressão, sendo usada pela árvore para

se apoiar no terreno

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Ilustração 193. Base do sistema radicular que trabalhava em tração, sendo usada pela árvore para se fixar ao

terreno, como um sistema de cabos

De seguida, apresenta-se um esquema do padrão de podridão/deterioração obtido

para ambos os casos.

Ilustração 194. Sistema radicular do carvalho – secção útil à compressão e zona deteriorada

Com base nesta informação, procedeu-se, posteriormente, ao estudo da perda da

capacidade de carga à compressão da secção associada à podridão.

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Ilustração 195. Cálculo da diminuição da capcacidade da secção

Da análise da imagem, conclui-se que a perda de força seria de 3 % da

capacidade total da secção.

Ilustração 196. Secção útil à tração e compressão que (raizes quebradas) e zona deteriorada do sistema radicular

Com base neste dados, fez-se o estudo da capacidade de carga das raízes

quebradas da secção, tendo em conta a perda de força associada à podridão.

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Ilustração 197. Perda máxima de força associada à secção

A perda de força máxima associada à secção tendo em conta a zona

apodrecida/deteriorada seria de cerca de 10 %.

Como epílogo do estudo da secção da zona basal podemos afirmar que:

A secção mostrou ter perdas de capacidade de carga muito reduzidas quando

se avaliou a secção completa, mesmo no caso de lhe serem retiradas aquelas

zonas que estavam deterioradas.

Supõe-se que nem mesmo essas perdas poderiam ser reais, uma vez que a

árvore atua reactivamente, reforçando a secção na periferia. Para um diâmetro

de 100 cm, um incremento periférico de 5 cm de diâmetro equivaleria à perda

de um cilindro de 68 cm.

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Tabela 12. Análise comparativa das perdas de secção dos sistema radicular

5.4.3 Síntese sobre a análise biomecânica ao sistema basal da

árvore

A análise ao sistema basal da árvore foi efetuada, como nos pontos anteriores

demonstrados, com grande detalhe e versou sobre uma multiplicidade de fatores,

tendo incidido sobre as duas partes – a parte do sistema radicular que caiu com o

tronco e a parte do sistema radicular que ficou no solo.

Na parte do sistema radicular que cai com o tronco identificam-se áreas com

características distintas e com um desempenho biomecânico diferenciado.

Ilustração 198. Parte do sistema radicular que caiu com o tronco

Diâmetro

exterior

Parede

residual Raio

Diâmetro

interior

Resistência

à

deformação

da cavidade

Resistência

do sólido %

100 50 50 0 4.908.750 4.908.750 100%

Diâmetro comparado

Diâmetro

exterior

Parede

residual Raio

Diâmetro

interior

Resistência

à

deformação

da cavidade

Resistência

do sólido %

105 18,5 52,5 68 4.917.058 5.966.616 82%

Comparação de % entre secções 100 % 122 %

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5.4.3.1 Zona sul

Na zona sul do sistema radicular, a tipologia de suporte biomecânico desenvolvida

pela árvore foi fortemente influenciada pelas características do solo que encontrou. O

local rochoso subjacente não foi favorável à penetração radicular e a árvore, ao

encontrar um bom apoio mecânico, simplesmente desenvolveu uma base aplanada

ampla com madeira de reação sobre o material rochoso basáltico. Observam-se

mesmo blocos rochosos embutidos na madeira de reação, na continuidade dos que

ficaram no solo, que foram transportados conjuntamente com esta “sapata” de apoio.

Nesta base de apoio, a árvore apenas desenvolveu na periferia algumas raízes

laterais pequenas, com funções essencialmente de absorção.

Ilustração 199. Solo rochoso onde se desenvolvia o

carvalho

Ilustração 200. Sapata de madeira de reação que

estava assente sobre a zona rochosa

5.4.3.2 Zona central

Na parte central basal, que corresponde à raiz pivotante inicial, identifica-se uma

pequena zona com podridão.

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Ilustração 201. Parte central da zona basal com

podridão – imagem 1

Ilustração 202. Parte central da zona basal com

podridão – imagem 2

Esta pequena podridão, de forma cónica, é um processo perfeitamente normal na

espécie, e, de uma forma geral, nas árvores folhosas com o avançar da idade. Esta

afirmação é corroborada por RAIMBAULT (1991), pois indica que “…a morfologia da

maior parte das espécies passa, ao longo do desenvolvimento da árvore, por etapas

comuns.

O eixo central da raiz é inicialmente dominante, se existente (ilustração 203 a).

O eixo central da raiz ramifica-se na extremidade ou fica curvado.

Um sistema radicular horizontal e oblíquo, fasciculado, resultante da base do

eixo principal da raiz, desenvolve-se em concorrência com este (ilustração 203

c).

Sobre todas as estruturas horizontais e oblíquas surgem ou reforçam-se as

raízes verticais ou de direção de crescimento próxima da vertical (ilustração

203 d).

O eixo central da raiz perde importância ou morre.

As estruturas horizontais iniciais e verticais reforçam-se em detrimento das

estruturas oblíquas e secundárias (ilustração 203 f).

A senescência do sistema radicular começa pela morte das extremidades

profundas das raízes verticais” (ilustração 204).

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Ilustração 203. Quatro estádios do sistema radicular de Quercus (RAIMBAULT, 1991)

A uma determinada idade fisiológica (a idade cronológica correspondente varia com

a espécie e as condições pedo-climáticas), a renovação da estrutura secundária, logo,

do sistema radicular, abranda e depois cessa. Anteriormente a esta fase, os

contrafortes começaram a constituir-se entre a base do tronco e as raízes verticais

centrais. Depois, o eixo central (se ainda não estive morto) e as raízes pivotantes mais

centrais ou as mais profundas morrem a partir da sua extremidade. A necrose atinge

frequentemente o centro das toco e a parte inferior das raízes principais horizontais.

Certas espécies (Quercus rubra L.) iniciam a morte neste momento (ilustração 204 a).

Noutras espécies (Quercus robur L., Q. petraea Liebl.), a constituição dos

contrafortes é acelerada. O contraforte pode emitir raízes verticais vigorosas de ambos

os lados do centro necrosado. O sistema radicular periférico morre parcialmente na

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extremidade (ilustração 204 b). Debaixo da casca desenham-se, então,

frequentemente, colunas, cada uma relacionada com 2 ou 3 raízes verticais. Estas

raízes verticais recentemente formadas reforçam-se, atingindo novamente a

profundidade de enraizamento máximo e cada uma tem relação com 2 ou 3 colunas

do tronco (ilustração 204 c-d). Se ambos os lados se encontrarem ocos, a zona

cambial emite para o interior raízes aéreas que, através do húmus do cepo, se

enraízam no solo. Podemos, assim, falar de uma estrutura reiterativa total da árvore.”

(RAIMBAULT, 1991).

Ilustração 204. Senescência do sistema radicular de Quercus L. (RAIMBAULT, 1991)

O carvalho em questão estaria na etapa em que “O eixo central da raiz perde

importância ou morre.” (RAIMBAULT, 1991). Como referido no ponto 5.1, a análise

detalhada de todas as características morfológicas do carvalho, quer ao nível da parte

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aérea, quer ao nível da parte radicular, colocam-no no estádio de desenvolvimento 7 –

fase de estabilização. No que concerne especificamente ao estádio de

desenvolvimento radicular, o carvalho apresentava todas as particularidades

morfológicas normais a uma árvore no Estádio G (ver tabela 7).

No ponto 5.3.2.1.2, indicou-se que esta podridão abrangeu uma pequena área

nesta secção. A parede residual menor de madeira sã medida foi de 35 cm, sobre um

raio de 45,5 cm (diâmetro de 91 cm), portanto, uma secção sã de 76 %. No entanto,

como o fracasso de árvores aumenta rapidamente quando a secção de madeira sã é

inferior a 30 %, não supõe nenhuma perda da capacidade significativa de carga neste

ponto da árvore. A carga da secção com a cavidade central detetada foi de 90 a 97 %

da capacidade de carga da secção se esta não apresentasse a cavidade (dados

obtidos mediante a utilização do programa ArboStAppTM, específico para árvores, para

cálculo da capacidade de carga de uma secção danificada das árvores).

Também é de referir que a pequena podridão da parte central da raiz não teve uma

participação significativa na queda do carvalho, uma vez que não existia qualquer

perda da capacidade de carga da zona basal. Este aspeto é ainda corroborado pelo

facto de não existir nenhum sintoma reparador como resposta da árvore para

compensar esse defeito – deposição de madeira de reação (ilustração 141).

5.4.3.3 Zona norte

Na zona norte, encontra-se um conjunto significativo de raízes de dimensões

consideráveis num posicionamento vertical, que tinham continuidade no solo, mas que

se encontravam todas desfibradas por arrancamento. Estas raízes que se

encontravam em toda a zona periférica tinham uma função importante de fixação ao

solo e estavam sãs. O quadro sintomatológico que apresentam, com rachaduras,

indicia que as mesmas foram sujeitas a um esforço de tração contínuo que as levou à

rutura por fratura dúctil com desfibramento.

5.4.3.4 Zona nascente

Na zona nascente, o sistema radicular resumia-se a uma grande raiz de tração que

funcionava como a grande “espia” fundamental no suporte desta folhosa. Por analogia

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com a anatomia humana, podemos dizer que esta raiz de fixação era, em termos de

resistência, o “tendão de Aquiles” do carvalho.

Ilustração 205. Grande raiz de tração do carvalho

A raiz apresentava uma fratura frágil, com deformação plástica muito pequena, o

que indiciava um sobre esforço mecânico de tração que levou a uma rutura repentina.

A rutura tem um aspeto de “fratura cerâmica”, com uma deformação plástica muito

pequena no material adjacente, e ocorreu em dois planos paralelos a níveis distintos,

clivando numa zona central da raiz.

Ilustração 206. Fratura frágil da raiz de tração, com

aspeto de f atu a e â i a

Ilustração 207. Clivagem numa zona central da raiz que

se deu em dois planos paralelos

Na raiz de tração, observa-se uma estrutura em madeira de reação devida à

fricção da mesma com a raiz do til, que estava encostada.

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Ilustração 208. Raiz de tração com madeira de reação

observada no carvalho

Ilustração 209. Pormenor da raiz do til que estava

encostada à raiz de tração do carvalho que quebrou

5.4.3.5 Zona poente

Na zona poente, o sistema radicular era composto por um conjunto significativo de

raízes de compressão num posicionamento vertical, que tinham continuidade no solo,

mas que se encontravam todas desfibradas por arrancamento. Estas raízes que se

encontravam em toda a zona periférica tinham uma função importante de fixação ao

solo e estavam sãs. O quadro sintomatológico que apresentavam, com rachaduras,

indicia que as mesmas foram sujeitas a um esforço de tração contínuo, que as levou à

rutura por fratura dúctil com desfibramento. A dimensão observável destas raízes

permitiu identificar uma deficiência geométrica nas mesmas.

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. Estudõ labõratõrial de material recõlhidõ na peritagem

No âmbito da decisão inicial do Município do Funchal de encetar os trabalhos

necessários à compreensão dos motivos que estiveram na origem do acidente com a

árvore, logo no dia 15 de agosto, foi contactada a Prof. Ana Paula Ramos,

Coordenadora do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo Almeida do ISA –

Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa, de forma a solicitar a sua

colaboração nos trabalhos de peritagem.

No dia 16 agosto, foi requisitada formalmente, pela então Vice-Presidente do

Município, a Dr.ª Idalina Perestrelo, a colaboração à Presidente do Instituto Superior

de Agronomia, a Prof. Amarilis de Varennes, que veio a anuir e disponibilizar toda a

colaboração no dia seguinte.

A colaboração foi estruturada com a equipa do ISA, constituída pela Prof.ª Ana

Paula Ramos e pela Eng.ª Filomena Caetano, especialista em arboricultura, de forma

a poder ser estudado laboratorialmente o material biológico a recolher nos trabalhos

de campo.

No sentido de assegurar a maior celeridade possível na recolha do material

biológico, no dia 16, incidiram-se os trabalhos no reconhecimento de material no

campo que seria necessário estudar laboratorialmente, com o intuito de procurar

identificar agentes bióticos.

Foi recolhido um total de 17 amostras de tecidos biológicos – 13 na zona radicular

ou envolvente da mesma (tecidos 1, 2A, 2B, 3A, 3B, 4, 5, 6, 7A, 7B, 8A, 8B, 9) e 4 na

zona da lesão de um dos ramos estruturais da copa – ramo 2.2 (tecidos 10, 11, 12,

13). Foi, ainda, recolhida 1 amostra de solo junto à parte do sistema radicular que ficou

no solo (solo 1).

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6.1 Locais de recolha das amostras

6.1.1 Amostras de tecidos biológicos na zona radicular ou zona

envolvente

A observação minuciosa de toda a zona radicular permitiu identificar um conjunto

de situações que vieram a ser marcadas com etiquetas numeradas e, posteriormente,

avaliadas e registadas em detalhe. Nota: a numeração das etiquetas é precedida da

palavra lesão, no entanto, é importante ressalvar que as marcações efetuadas não se

limitaram à identificação de lesões mas incidiram também sobre outros aspetos ou

estruturas que se entendeu relevante registar.

Ilustração 210. Local de recolha das amostras de tecidos biológicos – amostras 1, 2 e 3

Ilustração 211. Lesão 1 - raiz média fraturada do lado

sul (extremidade) com tecidos biológicos no exterior

Ilustração 212. Pormenor dos tecidos biológicos da

lesão 1

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Ilustração 213. Lesão 2 - raiz média fraturada do lado

sul (zona intermédia) com tecidos biológicos no

exterior da zona quebradiça

Ilustração 214. Pormenor tecidos biológicos na lesão 2

Ilustração 215. Lesão 3 - raiz média fraturada do lado

sul (zona superior) tecidos biológicos no exterior

(Amostra 1)

Ilustração 216. Pormenor dos tecidos biológicos na

lesão 3

Ilustração 217. Plataforma de apoio mecânico

desenvolvida pela árvore a sum sobre uma zona

rochosa

Ilustração 218. Elementos rochosos encastrados na

árvore na zona da lesão 4

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Ilustração 219. Raiz do lado sul com estrutura de fungo

envelhecida (?)

Ilustração 220. Estrutura de fungo envelhecida (?) na

lesão 5

Ilustração 221. Local de recolha das amostras de tecidos biológicos

Ilustração 222. Lesão 6 – raiz média fraturada com

podridão húmida (Amostra 2A) com tecidos biológicos

no exterior (Amostra 2B)

Ilustração 223. Pormenor dos tecidos biológicos da

lesão 6

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Ilustração 224. Lesão 7 - raiz média fraturada

Ilustração 225. Pormenor da lesão 7

Ilustração 226. Lesão 8 - fragmento de carpóforo de

fungo (?)

Ilustração 227. Pormenor do carpóforo de fungo (?) da

lesão 8

Ilustração 228. Lesão 9 - raiz média fraturada

Ilustração 229. Pormenor da lesão 9

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Ilustração 230. Lesão 10 - raiz média fraturada onde se

podem observar fragmentos de carpóforos de fungo (?)

Ilustração 231. Pormenor da lesão 10

Ilustração 232. Lesão 11 – zona central do sistema

radicular com podridão, onde se podem observar

fragmentos de carpóforos de fungo (?) (Amostra 3A) e

tecidos com podridão húmida (Amostra 3B)

Ilustração 233. Pormenor 3 da lesão 11

Ilustração 234. Pormenor 3 da lesão 11

Ilustração 235. Pormenor 3 da lesão 11

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Ilustração 236. Lesão 12 – Raiz de tração principal

ue ada o fratura cerâmica , o de se pode observar tecidos biológicos no exterior (Amostra 4) e

uma estrutura em madeira de reação devida à fricção

da mesma com a raiz do til, que estava do lado nascente

Ilustração 237. Pormenor 1 da lesão 12

Ilustração 238. Pormenor 2 da lesão 12

Ilustração 239. Pormenor 3 da lesão 12

Ilustração 240. Lesão 13 – Raiz média fraturada com

podridão onde se podem observar tecidos biológicos

no exterior e fragmentos de carpóforos de fungo (?)

(Amostra 5)

Ilustração 241. Pormenor da lesão 13

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Ilustração 242. Lesão 14 – Zona com fragmentos de carpóforos de fungo (?) (Amostra 6)

Ilustração 243. Pormenor 1 da lesão 14

Ilustração 244. Pormenor 2 da lesão 14

Ilustração 245. Lesão 15 – Zona com fragmentos de

carpóforos de fungo (?)

Ilustração 246. Pormenor da lesão 15

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Ilustração 247. Lesão 16 – Raiz fraturada com tecidos

com podridão húmida (Amostra 7A), onde se podem

observar tecidos biológicos no exterior e fragmentos

de carpóforos de fungo (?) (Amostra 7B)

Ilustração 248. Pormenor da lesão 116

Ilustração 249. Lesão 17 – raiz média fraturada, onde

se podem observar tecidos biológicos no exterior

Ilustração 250. Pormenor dos tecidos biológicos da

lesão 17

Ilustração 251. Lesão 18 – a mesma raiz da lesão

anterior, onde se podem observar rizomorfos (?) no

exterior e fragmentos de carpóforos de fungo (?)

Ilustração 252. Pormenor da lesão 18

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Ilustração 253. Lesão 19 – raiz de pequena dimensão

fraturada

Ilustração 254. Pormenor da lesão 19

Ilustração 255. Lesão 20 – raiz de grande dimensão

fraturada

Ilustração 256. Pormenor da lesão 20

Ilustração 257. Lesão 21 – raiz de média dimensão

fraturada, ondese podem observar fragmentos de

carpóforos de fungo (?) (Amostra 8A) e tecidos

biológicos no exterior (Amostra 8B)

Ilustração 258. Pormenor da lesão 21

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Ilustração 259. Lesão 22 – raiz de média dimensão

fraturada, onde se podem observar tecidos biológicos

no exterior

Ilustração 260. Pormenor dos tecidos biológicos da

lesão 22

6.1.2 Amostras de tecidos biológicos na zona da lesão de um

dos ramos estruturais da copa – ramo 2.2

Ilustração 261. Amostras 10 e 11 – pedaços de lenho e

tecidos com podridão cúbica castanha

Ilustração 262. Pormenor 1 da zona de recolha das

Amostras 10 e 11

Ilustração 263. Pormenor 2 da zona de recolha das

Amostras 10 e 11

Ilustração 264. Pormenor 3 da zona de recolha das

Amostras 10 e 11

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Ilustração 265. Amostras 12 e 13 – pedaços de lenho e

tecidos com podridão cúbica castanha

Ilustração 266. Pormenor da zona de recolha das

amostras 12 e 13, com micélio branco

6.1.3 Amostras de solo junto à parte do sistema radicular que

ficou no solo

A amostra de solo foi recolhida na zona imediatamente encostada à parte do

sistema radicular que ficou no solo. A colheita foi efetuada do lado sul da raiz de

tração (na listagem que seguiu para o laboratório, por lapso, foi a indicação de ter sido

recolhida do lado norte).

Ilustração 267. Local de recolha da amostra de solo

(Amostra 1)

Ilustração 268. Pormenor do local de recolha da

amostra de solo

Seguidamente, apresenta-se uma descrição das amostras enviadas para análise,

com identificação do número da amostra, do número da lesão, do local da colheita,

bem como uma pequena descrição – documento intitulado “Recolha de amostras

efetuadas no dia 16/08/2017 no Quercus robur e remetidas ao ISA – Fase 1”. Esse

documento de campo apresenta a descrição expedita que foi realizada no terreno de

acordo com o material encontrado e observado apenas visualmente a olho nu. Esta

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descrição serviu de ponto de partida para as análises laboratoriais e confirmação ou

não das hipóteses colocadas quanto ao tipo de tecidos biológicos em questão.

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Ilustração 269. Listagem das amostras enviadas para o ISA (página 1 de 2)

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Ilustração 270. Listagem das amostras enviadas para o ISA (página 2 de 2)

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6.2 Resultados das amostras enviadas para o ISA

As amostras foram estudadas em laboratório ao nível macro e microscópico e o

LPVVA redigiu o Relatório de Consulta Fitossanitária (Anexo 5), no qual descreve

detalhadamente os procedimentos utilizados para a deteção de eventuais estruturas

de fungos e pseudofungos. O quadro de resultados obtido apresenta-se de seguida.

Ilustração 271. Resultados das amostras enviadas para o laboratório LPVVA do ISA

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Esta informação foi analisada e complementada posteriormente, tendo a Prof.ª Ana

Paula Ramos do LPVVA indicado que as estruturas apontadas na lista inicial como

sendo rizomorfos correspondiam a raízes e que, relativamente aos tecidos indicados

como podendo ser carpóforos velhos e ativos, não tinha sido possível essa

confirmação.

O material identificado no terreno como sendo rizomorfos foi integralmente

recolhido no exterior das raízes/colo da árvore e não foi encontrado micélio ou

estruturas subcorticais destes. Os tecidos referidos como podendo ser carpóforos

estavam muito degradados, não sendo percetível com exatidão que de tipo de

estruturas se tratava.

No documento inicial redigido pelo laboratório algumas amostras encontravam-se

ainda em processo de cultura para correta identificação. Entretanto, este processo foi

concluído, tendo sido adicionados os resultados apresentados seguidamente.

Ilustração 272. Atualização dos resultados das amostras enviadas para o laboratório LPVVA do ISA

A “Adenda ao Relatório de Consulta Fitossanitária” elaborada pelo LPVVA

encontra-se na íntegra no Anexo 6.

Os estudos laboratoriais permitiram identificar um vasto leque de fungos no

conjunto de amostras da zona radicular e sua envolvente, como seria expectável

encontrar no ambiente da rizosfera.

Os resultados laboratoriais confirmaram o diagnóstico efetuado visualmente

relativamente ao agente envolvido da podridão cúbica castanha do cerne, encontrada

na lesão do ramo estrutural da copa (ramo 2.2), o fungo Laetiporus sulphureus, pois

nas quatro amostras estudadas desta zona foi isolada a sua presença em três

(amostras 11, 12 e 13).

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Do Relatório de Consulta Fitossanitária emitido pelo LPVVA transcrevemos

integralmente a principal matéria descrita:

“Do conjunto de fungos isolados a partir das amostras recebidas e identificados é

de destacar a presença do fungo basidiomiceta Laetiporus sulphureus.

Este fungo ocorre em diversos hospedeiros lenhosos, quer em folhosas quer em

coníferas, sendo particularmente comum nos géneros Quercus, Castanea e Taxus

(Londsdale, 1999; Schmidt, 2006).

Laetiporus sulphureus s. lat. é mundialmente referido como um dos mais

importantes basidiomicetes que causa podridão cúbica castanha do cerne (Intini 1990;

Londsdale, 1999; Schwarze et al. 2000) em árvores velhas em floresta e em ambiente

urbano (Schwarze et al. 2000; Schmidt, 2006). As infecções são causadas pelos

esporos sexuados (basidiósporos) que penetram na árvore através de aberturas

naturais no ritidoma, de lesões resultantes de podas ou ainda através de lesões nas

raízes (Schwarze et al. 2000; Schmidt, 2006). Assi, Laetiporus sulphureus pode afectar

desde as raízes , causando podridão do colo (situação pouco frequente segundo

Passola (2011)) até o tronco e as pernadas mais altas, sobretudo nas zonas de união

das pernadas com o tronco (Londsdale, 1999: Passola, 2011). Em virtude do borne

raramente ser infetado, as árvores afetadas por este fungo podem não exibir defeitos

estruturais externos reveladores do nível de degradação (Schwarze et al. 2000;

Passola, 2011).

Segundo Londsdale (1999), Schwarze et al. (2000) e Passola (2011) árvores em

pé afetadas por Laetiporus sulphureus podem viver durante muitos anos até entrarem

naturalmente em rutura ou cederem em condições meteorológicas excecionais

(Schmidt, 2006; Passola, 2011).”

É fundamental perceber que na rizosfera são inúmeros os agentes biológicos que

estão presentes e desempenham um papel basilar no equilíbrio do ecossistema,

nomeadamente nos processos de decomposição. É importante lembrar e ter presente

as palavras de TED GREEN (2010b), “Poucos fungos são patogénicos, especialmente

em condições naturais, e a presença de fungos numa árvore, em especial de fungos

Aphyllophorales, não indica necessariamente a sua morte ou queda iminente.

Normalmente é tudo ao contrário, visto que a eliminação do cerne morto por parte de

alguns fungos de decomposição – que são incapazes de apodrecer o borne – reduzirá

o peso na árvore e nas suas raízes de suporte. O cilindro oco resultante pode ser que

seja mais flexível para resistir a ventos fortes.”

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Muito mais importante que identificar estes agentes, é perceber em que medida

afetaram a árvore, se tiveram uma ação parasita ou saprófita, provocando defeitos

estruturais como podridões, e, principalmente, se tal se verificou, quantificar esses

mesmos defeitos, bem como quantificar a madeira residual sã para se poder, de forma

efetiva, rigorosa e fundamentada, julgar sobre a estabilidade da árvore. Assim, como

pormenorizadamente já descrevemos anteriormente, as lesões causadas por fungos,

quer num ramo estrutural da copa – ramo 2.2 (ponto 5.1.2.2.1), quer na zona radicular

(ponto 5.3.2), não originaram perdas de secção na árvore que justifiquem a rutura

repentina da grande raiz de tração e consequente colapso da árvore.

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164 de 265

. Outrõs aspetõs estudadõs

7.1 Registo dos parâmetros climatológicos de maio a

julho de 2017

Com a finalidade de verificar se alguma ocorrência recente em qualquer parâmetro

meteorológico pode ter sido importante na queda da árvore, analisaram-se os valores

registados nas estações do Funchal, Chão do Areeiro e Pico Alto.

Os valores disponibilizados referem-se apenas à velocidade média e velocidade

máxima do vento, com os quais se elaboraram os gráficos que se seguem.

7.1.1 Velocidade média do vento

Ilustração 273. Gráfico da velocidade média do vento no Funchal (dados IPMA)

0,0

2,0

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6,0

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Velocidade média do vento (km/h) - Funchal - Maio a Julho 2017

Maio Junho Julho Agosto

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Ilustração 274. Gráfico da velocidade média do vento no Chão do Areeiro (dados IPMA)

Ilustração 275. Gráfico da velocidade média do vento no Pico Alto (dados IPMA)

Após a análise dos gráficos conclui-se não existir nenhuma alteração significativa

da velocidade média do vento tanto no período considerado, como no dia 15 de

agosto.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Velocidade média do vento (km/h) - Chão do Areeiro - Maio a Julho 2017

Maio Junho Julho Agosto

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Velocidade média do vento (km/h) - Pico Alto - Maio a Julho 2017

Maio Junho Julho Agosto

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7.1.2 Velocidade máxima do vento

Ilustração 276. Gráfico da velocidade máxima do vento no Funchal (dados IPMA)

Ilustração 277. Gráfico da velocidade máxima do vento no Chão do Areeiro (dados IPMA)

0

10

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Velocidade máxima do vento (km/h) - Funchal - Maio a Julho 2017

Maio Junho Julho Agosto

0

20

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80

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Velocidade máxima do vento (km/h) - Chão do Areeio - Maio a Julho 2017

Maio Junho Julho Agosto

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Ilustração 278. Gráfico da velocidade máxima do vento no Pico Alto (dados IPMA)

Na análise dos gráficos não se verificam alterações significativas deste parâmetro

no período considerado.

0

20

40

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Velocidade máxima do vento (km/h) - Pico Alto - Maio a Julho 2017

Maio Junho Julho Agosto

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7.2 Registo dos parâmetros climatológicos no dia 15 de

agosto

7.2.1 Temperatura instantânea

Ilustração 279. Gráfico da temperatura instantânea do ar no dia 15.08.2017 (dados IPMA)

Na análise dos gráficos não se verificam alterações significativas deste parâmetro

no período considerado.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

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:10

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22

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:00

23

:30

:00

Temperatura instantânea (ºC) - 15.08.2017

Funchal Chão do Areeiro Pico Alto

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7.2.2 Humidade relativa do ar

Ilustração 280. Gráfico da humidade relativa do ar no dia 15.08.2017 (dados IPMA)

Na análise dos gráficos não se verificam alterações significativas deste parâmetro

no período considerado.

7.2.3 Velocidade média do vento

Ilustração 281. Gráfico da velocidade média do vento no dia 15.08.2017 (dados IPMA)

0

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23

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:00

Humidade relativa do ar (%) - 15.08.2017

Funchal Chão do Areeiro Pico Alto

0,0

5,0

10,0

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25,0

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22

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23

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:00Velocidade média do vento (km/h) - 15 .08.2017

Funchal Chão do Areeiro Pico Alto

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Na análise dos gráficos não se verifica alterações significativas deste parâmetro no

período considerado.

7.2.4 Velocidade máxima do vento

Ilustração 282. Gráfico da velocidade média do vento no dia 15.08.2017 (dados IPMA)

Na análise dos gráficos não se verificam alterações significativas deste parâmetro

no período considerado.

7.3 Hipótese de derrube da árvore pelo ramo de um plátano

Foi colocada uma hipótese relativa à queda do carvalho ter sido desencadeada

pela fratura prévia de um ramo de um plátano existente no Largo da Fonte. O estudo

desta questão envolveu: a observação minuciosa de todas as ramagens que se

encontravam no pavimento do Largo da Fonte, quer as do carvalho, quer as de

plátanos; a análise cuidada à posição e cotas em que estaria a copa do carvalho, para

a qual foi fundamental o trabalho de reconstituição 3D da árvore; e o estudo detalhado

da parte aérea de todas as árvores envolventes do carvalho, na procura de vestígios

de alguma conexão com esse exemplar.

05

101520253035404550

00

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Velocidade máxima do vento (km/h) - 15.08.2017

Funchal Chão do Areeiro Pico Alto

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Aquando da reconstituição do carvalho no solo, foram sendo separadas todas as

ramagens de plátano que se encontravam no local e procedeu-se ao estudo do seu

posicionamento prévio nas copas dos plátanos do Largo da Fonte. A maioria das

partes encontradas eram pequenos raminhos e folhagens que foram atingidas pela

copa do carvalho no momento da queda.

Foi encontrado um ramo de plátano de maior dimensão, aproximadamente com

6,79 m de comprimento e um diâmetro, medido a 0,34 m do local de inserção, de 19,3

cm. A massa medida na parte deste ramo que foi possível encontrar era de 140 kg,

sendo de referir que na peça faltavam as extremidades de dois ramos e a mesma

estava integralmente desprovida da folhagem, pelo que admitimos que o ramo poderia

ter 200 a 220 kg de massa.

Este ramo pertencia ao plátano n.º 7 e foi levantado tridimensionalmente com o

intuito de estudar a sua posição na árvore, tendo sido, para esta operação, seccionado

em duas partes – P1 e P2.

Ilustração 283. Ramo de plátano – parte P1 imagem 1

Ilustração 284. Ramo de plátano – parte P1 imagem 2

Ilustração 285. Ramo de plátano – parte P1 imagem 3

Ilustração 286. Ramo de plátano – parte P1 imagem 4

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Ilustração 287. Ramo de plátano – parte P2 imagem 1

Ilustração 288. Ramo de plátano – parte P2 imagem 2

Foi também efetuado o estudo detalhado da parte aérea de todas as árvores

envolventes do carvalho na procura de vestígios de alguma conexão com o exemplar.

Este trabalho de pesquisa minuciosa foi realizada com recurso a uma autoescada,

tendo-se registado todas as ocorrências encontradas respeitantes quer aos sinais e

sintomas consequência da queda do carvalho, quer outros que pudessem resultar da

convivência deste com as árvores envolventes. Cada ocorrência foi numerada

sequencialmente, fez-se a sua descrição, o seu levantamento topográfico e o respetivo

registo fotográfico.

Tabela 13. Lesões nas árvores envolventes do carvalho

Árvore Número

da ocorrência

Cota registada

(m) Descrição

Arv 4 - Ph 1 595,88 Raminho do carvalho pendurado na árvore

Arv 7 - Ph 2 598,01 Raminho do plátano partido

Arv 7 - Ph 3 597,94 Ramo (± 6 cm Ø) do plátano mais interior partido

Arv 7 - Ph 4 593,48 Ramo (± 7 cm Ø) do plátano mais interior partido

Arv 7 - Ph 5 593,53 Ramo (± 5 cm Ø) do plátano mais interior partido

Arv 7 - Ph 6 593,10 Ramo grande que partiu do plátano com ferida por

esgalhamento

Arv 9 - Ph 7 597,88 Dois raminhos pequenos do plátano quebrados

Arv 9 - Ph 8 598,72 Ramo (± 3 cm Ø) do plátano partido

Arv 9 - Ph 9 598,97 Ramo (± 4 cm Ø) do plátano partido

Arv 9 - Ph 10 598,12 Ramo (± 5 cm Ø) do plátano partido

Arv 9 - Ph 11 596,90 Ramo com ferida de roçamento

Arv 9 - Ph 12 595,23 Ramo com extensa ferida de fricção (antiga)

provocada pelos ramos do carvalho

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Árvore Número

da ocorrência

Cota registada

(m) Descrição

Arv 9 - Ph 13 594,91 Ramo com extensa ferida de fricção (antiga)

provocada pelos ramos do carvalho

Arv 9 - Ph 14 595,09 Ramo (± 5 cm Ø) do plátano partido

Arv 9 - Ph 15 595,74 Ramo com ferida de roçamento recente

Arv 9 - Ph 16 596,19 Ramo com ferida de fricção (antiga) provocada pelos

ramos do carvalho

Arv 7 - Ph 17 595,04 Ramo (± 3 cm Ø) do plátano partido

Arv 9 - Ph 18 595,50 Ramo (± 10 cm Ø) do plátano esgalhado e pendurado

Arv 9 - Ph 19 598,58 Ramo (± 7 cm Ø) do plátano partido

Arv 9 - Ph 20 599,93 Ramo (± 3 cm Ø) do plátano partido

Arv 9 - Ph 21 598,11 Ramos seco do plátano (± 6 cm Ø) provocado pela

competição do carvalho

Arv 9 - Ph 22 599,89 Ramo com ferida de fricção (antiga) provocada pelos

ramos do carvalho

Ilustração 289. Ocorrência 1 – raminho do carvalho

pendurado no plátano n.º 4

Ilustração 290. Ocorrência 2 – raminho do plátano n.º

7 partido

Ilustração 291. Ocorrência 3 – ramo do plátano n.º 7

partido

Ilustração 292. Ocorrência 4 – ramo do plátano n.º 7

partido

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Ilustração 293. Ocorrência 5 – ramo do plátano n.º 7

partido

Ilustração 294. Ocorrência 6 – grande ramo do plátano

n.º 7 partido

Ilustração 295. Ocorrência 6 – pormenor do grande

ramo do plátano n.º 7 partido

Ilustração 296. Ocorrência 7 – dois ramos do plátano n.º 9

partidos

Ilustração 297. Ocorrências 12 e 13 – grande ferida de

fricção antiga no ramo do plátano n.º 9

Ilustração 298. Ocorrência 15 – ferida de roçamento

recente num ramo do plátano n.º 9

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Ilustração 299. Ocorrência 16 - grande ferida de fricção

antiga no ramo do plátano n.º 9

Ilustração 300. Ocorrência 17 – ramo do plátano n.º 7

partido

Ilustração 301. Ocorrência 19 – ramo do plátano n.º 9

partido

Ilustração 302. Ocorrência 20 – ramo do plátano n.º 9

partido

Ilustração 303. Indicação das ocorrências principais identificadas nas árvores envolventes após a queda do

carvalho (lesões 1, 6, 7 13, 16 e 19)

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Ilustração 304. Registo mais detalhado das principais ocorrências identificadas nas árvores envolventes após a

queda do carvalho (lesões 1, 6, 7 13, 16 e 19)

O topo da copa do carvalho desenvolvia-se a uma cota de 604,56 m (ilustração

84) e todas as ocorrências encontradas e registadas situavam-se a cotas

significativamente inferiores.

O ramo do plátano n.º 7 em relação ao qual se colocou a hipótese de ter caído

previamente ao carvalho e ter desencadeado a queda do mesmo estava inserido na

árvore a uma cota de 593,10 m.

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Ilustração 305. Indicação do ramo partido no plátano n.º 7 (ocorrência 6) e sua cota sobre a imagem aérea

recolhida pelo drone após a queda do carvalho

O ponto de inserção do ramo foi detalhadamente avaliado e fotografado, tendo-se

verificado que se encontrava numa posição bastante horizontal, formando um

“cotovelo”. A lesão observada foi provocada pelo esgalhamento do ramo, encontrando-

se os tecidos integralmente sãos, sem qualquer sintoma ou sinal de patologias

Ilustração 306. Pormenor da lesão no plátano n.º 7 onde se inseria o ramo de grande dimensão que partiu

Os dados recolhidos relativamente à sanidade, biomecânica e posicionamento do

ramo em questão permitem concluir que este quebrou como consequência da queda

do carvalho sobre o plátano n.º 7.

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7.4 Galerias de ratazanas

Observaram-se, nas imediações do local, ratazanas (Rattus norvegicus) de

dimensões consideráveis e também diversas galerias no solo. Uma vez que esta

espécie constrói frequentemente tocas extensas, poderá significar que existem

espaços vazios no solo de dimensões consideráveis.

Ilustração 307. Tocas de ratazanas (Rattus norvegicus)

Ilustração 308. Pormenor da entrada de uma toca de

ratazana (Rattus norvegicus)

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. Cõnclusõ es

A queda da árvore deveu-se à conjugação de fatores de ordem diversa, uns

relacionados com aspetos de predisposição e condições de desenvolvimento do

espécime e outros que poderão ter origem externa e de mais complexa análise.

a) A árvore que caiu foi identificada como sendo um carvalho da espécie

Quercus robur, espécie introduzida na Ilha da Madeira.

b) O carvalho estava localizado num talude de declive muito acentuado (80 %),

sendo a diferença de cota da zona de contacto do tronco com o solo (colo da

árvore) da parte de cima do talude para a parte de baixo de 1,11 m.

c) O carvalho cresceu em forte competição, especialmente com uma árvore

muito próxima, um til (Ocotea fotens), a 3,05 m do lado nascente. Esta árvore

competiu ao nível aéreo e ao nível radicular com grande vantagem sobre o

carvalho por diversas razões: sendo autóctone, está muito melhor adaptada às

condições ambientais do meio; sendo de folha perene, consegue responder

muito mais depressa e com menor esforço fisiológico quando as condições do

meio são favoráveis ao desenvolvimento vegetativo; estando numa posição

mais elevada, 2,80 m, e do lado nascente, consegue melhor exposição solar.

Estas condições fizeram com que o carvalho se desenvolvesse para o lado

poente.

d) A estrutura biomecânica aérea da árvore desenvolveu-se toda para o lado

poente, de forma assimétrica mas natural, devido às condições do meio que

teve para se desenvolver, principalmente devido ao fototropismo.

e) A copa da árvore tinha uma superfície média de 181,4 m2 e estava

compactada lateralmente pela proximidade de outras árvores, a norte, oeste e

sul pelos plátanos monumentais do Largo da Fonte e a nascente pelo til. No

passado recente, não ocorreu incremento da inclinação da copa do carvalho.

A superfície da copa é suficiente para garantir uma atividade fotossintética que

sustente a vitalidade.

f) A árvore apresentava um bom estado global. A sua copa encontrava-se em

bom estado sanitário geral, com uma estrutura de ramos e raminhos normal,

não apresentando uma densidade reduzida ou presença de ramos ou

raminhos secos. A densidade foliar era normal e, em geral, as folhas

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apresentavam um aspeto viçoso. Observaram-se algumas folhas com

fumagina.

g) As árvores desde que germinam até à morte passam por dez estádios de

desenvolvimento. A análise detalhada de todas as características morfológicas

do carvalho, quer ao nível da parte aérea, quer ao nível da parte radicular,

colocam-no, no estádio de desenvolvimento 7 – fase de estabilização.

h) O estudo dendrocronológico permitiu constatar que os crescimentos médios

dos anéis anuais do carvalho foram baixos de 1970 a 2017. Os valores

observados são expectáveis se atendermos ao estádio de desenvolvimento 7

do carvalho – fase de estabilização. Em termos do incremento anual de área

de secção associada a esses anéis, verifica-se que a árvore recuperou

ligeiramente a partir de 1997 e de forma mais clara nos últimos cinco anos,

podendo-se falar de um aumento da vitalidade. O valor apurado para a idade

da árvore foi de 147 anos.

i) No que respeita à relação entre a altura da árvore (H =27,9 m) e o diâmetro do

tronco (D=0,97 m), coeficiente de esbelteza, esta é de H/D = 27,9 m / 0,97 m =

28,76. Para valores de coeficiente de esbelteza de H/D > 50, a taxa de

fracasso de árvores livres aumenta. No caso de árvores em floresta,

suportadas pelas árvores envolventes, mesmo quando H/D = 70, estes

exemplares podem ser considerados seguros. Já no caso de árvores isoladas

o coeficiente de esbelteza é normalmente de H/D = 30. No caso do carvalho

em estudo, como H/D = 28,76, uma vez que o exemplar se encontrava

protegido pelas árvores envolventes, podemos afirmar que se tratava de um

exemplar seguro.

j) No local onde se encontrava implantado o carvalho não foram identificadas

quaisquer alterações recentes ou condicionalismos de origem externa ao nível

do espaço (compactação, feridas no tronco ou ramos, valas, corte de raízes,

aplicação de herbicidas ou outras substâncias químicas, escavações, aterros,

alterações na hidrologia, fogos, outros) que tivessem provocado stresse

adicional ao exemplar, colocando em causa a sua vivência e/ou a mecânica da

árvore. As operações de manutenção do jardim foram as habituais, como a

limpeza da folhagem nos caminhos, poda de sebes, rega à mangueira,

mondas, entre outras.

k) O carvalho apresentava evidências da realização de operações de

manutenção através da execução de intervenções de poda de ramos no

tronco e ramos principais. Foram observados dois cortes de ramos antigos, um

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deles num ramo da parte superior do tronco e o outro num dos ramos

principais da estrutura da árvore.

l) No que concerne à fertilidade do solo, as condições encontradas são as

adequadas ao bom desenvolvimento da espécie.

m) A estrutura da copa era, basicamente, composta por uma bifurcação

codominante (bifurcação A) com os ramos inseridos aproximadamente a 11,5

m no tronco: um (ramo 1), com 56cm de diâmetro, sem lesões registadas; e

outro (ramo 2), com 64 cm de diâmetro, que se subdividia (bifurcação B) a 1,5

m em dois outros ramos – um (ramo 2.1) com 40 cm de diâmetro e outro

(ramo 2.2) com 52 cm. Num destes ramos (ramo 2.2) foi identificada uma

lesão com degradação, que teve origem na existência de um toco,

provavelmente deixado por um ramo que secou de forma natural –

desramação natural da árvore (processo em que a mesma vai libertando os

ramos que ficam ensombrados). Este ramo foi removido numa operação de

manutenção de poda realizada de forma incorreta.

n) A lesão mencionada no ponto anterior encontrava-se num ramo da copa

situado a cerca de 14 m do solo. É de referir a presença de uma importante

quantidade de rizomas de uma população significativa de plantas epífitas

(fetos provavelmente do género Polypodium) desde a parte superior do tronco,

estendendo-se pela zona da bifurcação A e cobrindo toda zona de inserção

dos grandes ramos estruturais da copa. Estes dois fatores dificultavam a

observação visual do defeito numa avaliação de rotina a partir do chão.

o) O tipo de lesão encontrada, com podridão cúbica castanha do cerne, indicou

que a mesma poderia ter sido causada pelo fungo Laetiporus sulphureus, um

fungo que habitualmente afeta o cerne desta espécie. A análise das amostras

recolhidas na zona desta lesão, analisadas no Laboratório de Patologia

Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia, da

Universidade de Lisboa, confirmaram a presença desse fungo nesta zona e

também em tecidos da parte radicular.

p) Relativamente a essa lesão, procedeu-se à sua avaliação instrumental e

calculou-se a capacidade de carga remanescente na secção menor.

Estimando um diâmetro de 70 cm e uma parede residual de 8 cm, a

capacidade de carga remanescente é de 48 % (calculado através do programa

ArboStAppTM, específico para árvores). Para avaliar se a capacidade de carga

era suficiente, deveríamos poder estudar as forças do vento sobre a copa, o

que não é possível, embora se suponha que essas forças fossem muito baixas

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devido à presença de árvores que envolviam a sua copa com a mesma altura,

ou, quando muito as forças seriam de caráter moderado. De qualquer maneira,

a lesão nesta zona da árvore não teve qualquer intervenção na sua queda.

q) Na inspeção visual e instrumental do tronco da árvore não foi encontrado

qualquer defeito significativo, encontrando-se o mesmo totalmente são em

toda a sua extensão. A única lesão encontrada era antiga, não se revestia de

qualquer importância, localizava-se na parte superior do tronco e estava,

provavelmente, relacionada com a desramação natural de um ramo de 15 cm

de diâmetro, o qual secou e foi posteriormente removido numa operação de

poda de limpeza realizada corretamente. Uma vez que não se encontrou

qualquer defeito biomecânico no tronco, também, e como seria de esperar,

não se observaram sintomas reparadores.

r) Relativamente às questões que se colocaram sobre a presença de cabos de

aço eventualmente fixados no carvalho, temos a esclarecer que em momento

algum os cabos existentes no espaço estiveram presos a esta árvore. Os

cabos em questão estavam fixados num plátano (Platanus x hispanica) e no til

(Ocotea foetens) n.º 1, próximo do carvalho que caiu, e tinham como finalidade

o espiamento do plátano n.º 7 do Largo da Fonte. Durante a queda do

carvalho, o cabo foi atingido, tendo quebrado.

s) Relativamente às questões colocadas sobre a quebra do ramo do plátano n.º

7, concluímos que a mesma foi provocada pela queda do carvalho. O ramo do

plátano encontrava-se em bom estado sanitário e biomecânico e desenvolvia-

se a uma cota muito inferior (593,10 m) à cota em que vegetava o carvalho

(604,56 m).

t) O desenvolvimento da árvore estava limitado pelo espaço do canteiro, em

particular pelo muro a poente, o que fez com que o sistema radicular do lado

da compressão ficasse limitado e não se desenvolvesse como seria

espectável. Assim, as raízes tinham um maior desenvolvimento lateral

perpendicular à inclinação do que no sentido da inclinação.

u) A geometria basal da árvore e o seu sistema radicular estavam cobertos de

terra, tanto do lado de compressão, como de tração, pelo que a existência de

eventuais defeitos não poderia ser observada. A parte visível do colo não

apresentava qualquer anomalia, nem a existência de qualquer sintoma

reparador. Mesmo que se tivesse procedido à remoção da terra quando a

árvore ainda se encontrava em pé, não teriam sido detetadas quaisquer

anomalias.

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v) Ao nível das raízes de compressão a árvore apresenta uma estrutura

mecânica com contrafortes menores do que os geralmente observados em

árvores nestas circunstâncias e com estas características.

w) Uma análise mecânica exaustiva da árvore na zona do colo não teria detetado

qualquer sintoma de grande preocupação, nem mesmo moderada, seja do

ponto de vista visual, seja do instrumental (resitografia, tomografia), pois estes

conduziriam a resultados de segurança muito alta.

x) Outro aspeto relevante que importa destacar é que a resistência à perfuração

da madeira com resistógrafo (avaliação indireta da densidade) mostrou valores

abaixo dos normais para esta espécie noutras localizações da Península

Ibérica. Este facto não implica nenhuma consequência do ponto de vista da

capacidade de prevenir a queda do carvalho, mas está relacionado com as

condições edafoclimáticas em que se desenvolveu o carvalho, muito distintas

das encontradas no habitat de origem da espécie.

y) Sendo uma folhosa, a estrutura biomecânica é suportada por reforço

mecânico, principalmente com deposição de madeira de tração. Ao nível da

madeira de tração, o sistema radicular do carvalho apresentava um grande

reforço do lado nascente, que estava bem ligado ao talude de terra, encostado

à raiz do til, integralmente são, e apresentava uma fratura frágil que indicia

uma rutura súbita. É de salientar que a parte inferior do sistema radicular de

tração se manteve fortemente fixada no solo do talude.

z) Ao nível da parte central da raiz existia uma pequena zona de podridão de

forma cónica, processo normal na espécie e, de uma forma geral, nas árvores

folhosas com o avançar da idade (estádio de desenvolvimento 7). Esta

podridão abrangeu uma pequena área da secção. A parede residual menor de

madeira sã medida foi de 35 cm, sobre um raio de 45,5 cm (diâmetro de 91

cm), portanto, uma secção sã de 76 %. O fracasso de árvores aumenta

rapidamente quando a secção de madeira sã é inferior a 30 %, logo, como o

valor obtido foi de 76 %, não supõe nenhuma perda da capacidade

significativa de carga neste ponto da árvore. A carga da secção com a

cavidade central detetada foi de 90 a 97 % da capacidade de carga da secção

se esta não apresentasse a cavidade (dados obtidos mediante a utilização do

programa ArboStAppTM, específico para árvores, para cálculo da capacidade

de carga de uma secção danificada das árvores).

aa) A pequena podridão da parte central da raiz, identificável apenas após o

derrube da árvore, e consequente exposição de parte do sistema radicular,

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não teve uma participação significativa na queda do carvalho, uma vez que

não existia perda da capacidade de carga da zona basal. Esta conclusão é

corroborada pelo facto de não existir nenhum sintoma reparador como

resposta da árvore para compensar esse defeito (deposição de madeira de

reação).

bb) Nas amostras recolhidas na zona basal da árvore e no solo envolvente do

sistema radicular, analisadas no Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo

de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa,

detetou-se um conjunto de fungos, essencialmente saprófitas, na sua

generalidade muito comuns nos solos e tecidos mortos ou em decomposição

de um grande número de hospedeiros. É importante salientar que estes

fungos foram identificados em várias amostras que correspondiam a tecidos

radiculares, provavelmente da vegetação presente na envolvente da árvore.

cc) As lesões com infeções fúngicas quer num ramo estrutural da copa – ramo

2.2, quer na zona radicular, não originaram perdas de secção na árvore que

justifiquem a rutura repentina da grande raiz de tração e consequente colapso

da árvore.

dd) Na zona a sul, onde a árvore se desenvolveu, constata-se a existência de uma

deposição de elementos rochosos que impediram o crescimento e

aprofundamento radicular, tendo a árvore desenvolvido através de madeira de

reação uma plataforma ampla de apoio mecânico. Esta zona rochosa onde a

árvore estava apoiada era constituída por agregados rochosos como rochas,

seixos e cascalhos, com muitos espaços vazios de dimensões consideráveis

entre si. Também é de referir que o solo, após um longo período de seca, tinha

teores de água baixos, sendo a porosidade preenchida por maior quantidade

de ar.

ee) Outro aspeto que poderá ter importância é o de se observarem ratazanas

(Rattus norvegicus) na encosta onde se encontrava o carvalho, animais de

dimensões consideráveis, tendo-se também identificado no solo numerosas

galerias. Esta espécie é conhecida por escavar com facilidade e fazer

frequentemente sistemas de tocas extensos e complexos. Este indício poderá

sugerir que existem naturalmente espaços vazios consideráveis nos

elementos que compõem o solo, criando um bom habitat para a instalação da

espécie, ou que a própria atividade dos roedores poderá ter criado esses

espaços, tendo algum efeito na estrutura do solo. Este assunto deverá ser

sujeito a uma análise cuidada.

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ff) Importa referir que não foi efetuado nenhum levantamento sistemático relativo

à ocorrência no passado da queda de árvores nos Jardins do Monte. No

entanto, foi possível identificar dois registos históricos de queda de

exemplares arbóreos de grandes dimensões no local onde se situava o

carvalho.

gg) Da análise dos parâmetros meteorológicos nos meses precedentes ao

acidente e no dia do mesmo, conclui-se não existirem variações ou

ocorrências significativas que justifiquem a queda da árvore.

hh) Não encontrámos defeitos na estrutura mecânica da árvore ou cargas

externas naturais (vento ou outras) que justifiquem a rutura repentina da

grande raiz de tração, que se encontrava integralmente sã, e o consequente

colapso do carvalho.

ii) Da análise visual e biomecânica do carvalho conclui-se que:

1. A árvore não apresentava elementos visuais que fizessem supor um

risco de queda. Esta ausência de sinais refere-se a todos os aspetos

visuais avaliáveis do exemplar – não havia rugas de compressão na

madeira; não havia fendas ou fissuras na casca, fossem de tração ou

de corte; não havia elevações ou deformações no terreno.

2. A árvore apresentava características morfológicas normais.

3. Os níveis de degradação internos eram os normais para a espécie e

idade da árvore e não faziam supor uma perda de força relacionada

com a rutura.

4. A árvore apresentava uma deficiência na dimensão das raízes de

compressão, mais pequenas do que o habitual devido à presença do

muro poente próximo, deficiência suprimida pela árvore na zona de

compressão com as ancoragens na zona de tração.

5. A análise por um arboricultor profissional à árvore teria concluído que

esta apresentava um risco baixo.

jj) Levantamos como hipótese que a explicação para a rutura da raiz de tração

esteja relacionada com um sobre esforço a que foi sujeita por uma

movimentação no solo, provavelmente na zona rochosa encontrada a sul.

Essa movimentação poderá ter levado a uma ligeira cedência na grande

sapata de apoio de madeira de reação e, consequente, à falta de apoio

mecânico momentâneo, tendo desencadeado a rutura da raiz de tração.

kk) Entendemos que devem ser encetados estudos subsequentes de

caracterização da geologia, da pedologia, da geotecnia, em especial no que

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concerne à mecânica dos solos, e as respetivas relações com as questões da

acústica (som emitido pela atuação dos conjuntos musicais e detonação dos

fogos de artifício: velocidade de oscilação - frequências e amplitudes - energia,

pressão sonora) e da detónica (fogos de artificio: caracterização das ondas de

choque, caracterização dos materiais – solo e árvore – ao choque e avaliação

de possíveis danos).

ll) Consideramos que também deverá ser estudado o possível efeito das

vibrações mecânicas de uma máquina giratória que trabalhou com um martelo

pneumático na Ribeira de Santa Maria, próxima do local.

mm) Os aspetos referidos nos pontos anteriores, bem como a interação dos

mesmos (efeito elástico), devem ser estudados por outros especialistas, pois

pensamos que, uma vez que não encontrámos defeitos na estrutura mecânica

da árvore ou a ocorrência de cargas externas naturais (vento ou outras) que

justifiquem o seu colapso, poderá ser uma possibilidade que o efeito destes

fatores tenha provocado movimentações nos elementos do solo na zona

rochosa onde estava apoiada a árvore, levando a que a raiz de tração não

aguentasse o sobre esforço e colapsasse, levando à queda da árvore. O

denominado “Pai da Arboricultura Moderna”, o Dr. Alex Shigo afirma que “Não

podemos separar a condição de uma árvore da carga. Podemos ter a árvore

mais saudável, mais forte, melhor conformada e melhor posicionada no

mundo, mas se a carga – vento, impacto mecânico, explosivos, terramotos,

erupções vulcânicas, ondas gigantes, tempestade – for suficientemente forte,

a árvore ou as suas partes podem fracassar.” Shigo (1991).

Vila Real, 14 de maio de 2018

Pedro Jorge Ginja

Arboricultor, Engenheiro Agrícola

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. Anexõs

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Anexo 1 – Memória descritiva e identificação de entidades

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Anexo 2 – Resultados individuais das análises de solo

efetuadas para cada amostra

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Pedro Ginja

Arboricultor

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Anexo 3 – Os 10 estádios de desenvolvimento da parte aérea das árvores de acordo com Raimbault (ANÓNIMO, 2017) (excerto do artigo)

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Anexo 4 – Os estádios de desenvolvimento da parte radicular das árvores de acordo com Raimbault (SIMON, 2014) (excerto do artigo)

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Anexo 5 – Relatório de Consulta Fitossanitária redigido pelo Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia

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Anexo 6 – Adenda ao Relatório de Consulta Fitossanitária redigido pelo Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia

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