NO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA – APLICAÇÃO DO PROJETO …As definições sobre turismo quase sempre...
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DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO DO TUR ISMO
NO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA – APLICAÇÃO DO PROJETO
Ana Elizabete Mazon de Souza Tesserolli1 Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira2
RESUMO: O presente artigo apresenta uma síntese do projeto “Diagnóstico socioambiental e desenvolvimento do turismo no município de Piraquara-PR” desenvolvido no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, entre os anos de 2007 e 2008, na área de Geografia. O objetivo foi o de realizar um levantamento socioambiental do município de Piraquara e a análise do desenvolvimento turístico a partir do levantamento dos seus principais atrativos e da observação de suas potencialidades. Tal projeto envolveu inúmeras ações, culminando na produção do material didático-pedagógico “Atlas Geográfico Comentado do Município de Piraquara”, elaborado pela autora deste artigo, o qual deverá ser disponibilizado do Portal Educacional do Estado do Paraná. A implementação deste material foi realizada, a princípio, no Colégio Estadual Romário Martins, em 2008, no mesmo município, através de um projeto intitulado “Conhecendo e valorizando o Município de Piraquara”. Palavras-chave: Meio Ambiente. Turismo. Município. Formação Educacional.
DIAGNOSIS SOCIOAMBIENTAL AND DEVELOPMENT OF THE TOU RISM IN THE PIRAQUARA CITY - APPLICATION OF THE PROJECT
ABSTRACT: The present article presents a synthesis of the project “Diagnosis socioambiental and development of the tourism in the city of Piraquara-PR” in the scope of the Program of Educational Development - PDE, offered for the State secretary of the Education of the Paraná, enters the years of 2007 and 2008, in the area of Geography. The objective was to carry through a socioambiental survey of the city of Piraquara and the analysis of the tourist development from the survey of its main attractive ones and the comment of its potentialities. Such project involved innumerable actions, culminating in the production of the didactic-pedagogical material “Atlases Geographic Commented of the City of Piraquara”, elaborated for the author of this article, which will have to be disponibilized of the Educational Vestibule of the State of the Paraná. The implementation of this material was carried through, the
1 Mestre em Educação pela PUC/PR. Especialização em Magistério de Ensino Fundamental e Médio pelo IBPEX. Graduação em Geografia pela FCHSC. Professora de Geografia da rede pública de ensino do Paraná. Professora PDE/SEED-PR, 2007, pela UFPR. E-mail: [email protected] 2 Doutor em Geografia. Professor Adjunto da Universidade Federal do Paraná. Orientador deste trabalho. E-mail: [email protected]
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principle, in the College Romário Martins, in 2008, in the same city, through an intitled project “Knowing and valuing the City of Piraquara”. Key Words: Environment. Tourism. City. Educational formation. INTRODUÇÃO
Atualmente, uma das áreas mais importantes é a pesquisa aplicada ao
estudo do meio ambiente a partir da análise aprofundada da ação humana
sobre a natureza, e de como se pode promover o uso mais sustentável dos
recursos naturais por meio do desenvolvimento de atividades alternativas como
o turismo, por exemplo.
É de fundamental importância que o Estado, através de políticas
públicas, incentive e proporcione aos seus professores e, estes, às suas
escolas, a inserção nessa realidade, em particular através da pesquisa em um
dos campos do conhecimento que mais têm sido objeto de interesse da
Geografia, como é o caso do Turismo, uma atividade que, cada vez mais,
integra a economia global transformando-se numa importante fonte geradora
de emprego e renda.
Ao lado desse papel sócio-econômico, parte-se da premissa que a
prática turística é uma prática social com grande capacidade para promover a
Educação Ambiental, ferramenta essencial na busca de soluções para os
problemas ambientais, e para o estabelecimento de uma sociedade mais
ajustada a seu meio. Necessário se faz, portanto, trabalhar conceitos e temas
ambientais construídos ao longo das últimas décadas, culminando com sua
aplicação na análise de territórios que podem vir a ser impactados pela
atividade turística, em particular, o município de Piraquara, objeto desse
estudo.
Desta forma, o presente artigo é parte integrante das atividades
desenvolvidas no âmbito do Plano de Desenvolvimento Educacional – PDE, da
Secretaria de Estado da Educação – SEED/PR, na área de Geografia e
procura retratar as ações desenvolvidas a partir do projeto apresentado no
referido programa, tendo como título “Diagnóstico socioambiental e
desenvolvimento do Turismo no município de Piraquara-PR”.
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Considerando a necessidade de se vislumbrar novas formas de
desenvolvimento para o município de Piraquara, Estado do Paraná, composto
em quase a sua totalidade por área de preservação ambiental e com sérias
restrições ao incremento industrial, tal projeto propôs a realização um
levantamento socioambiental deste município e a análise do desenvolvimento
turístico a partir do levantamento dos seus principais atrativos e da observação
de suas potencialidades.
Este artigo inicialmente aborda alguns conceitos e reflexões atuais
relacionados ao tema turismo em suas diversas modalidades; procura
caracterizar o objeto de estudo, que neste caso, é o município de Piraquara, no
Estado do Paraná e, finalmente, descreve as ações desenvolvidas nos anos de
2007 e 2008, período de realização do projeto proposto ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado de Educação do
Paraná, culminando no apontamento de resultados obtidos e observados após
a implementação no Colégio Estadual Romário Martins, em Piraquara,
destinado à aplicação do material didático proposto e confeccionado.
AS DIFERENTES MODALIDADES DE TURISMO
A palavra turismo deriva do latim tour do latim tornare e do grego tornos,
o que significa: “uma volta ao círculo; o movimento ao redor de um ponto
central ou eixo.” O significado no inglês moderno mudou, passando a indicar
“movimento em círculo de uma pessoa”. Há divergências no tocante à primeira
vez que a palavra apareceu. Pode-se argumentar que um círculo representa
uma linha que, partindo de um ponto, retorna ao ponto inicial. Assim como um
círculo, um tour representa uma viagem circular, isto é, o ato de partir para
posteriormente regressar ao ponto inicial (MELLO FILHO, 2006).
As definições sobre turismo quase sempre refletem o ponto de vista de
quem as formula, de acordo com a atividade de cada um. Quanto ao conceito,
a literatura é vasta. Para BARRETO (1995), a primeira definição para turismo
remonta de 1911, do economista Hermann, que afirmava que “turismo é o
conceito que compreende todos os processos, especialmente os econômicos,
que se manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista de um
determinado município, estado ou país.” Hoje, a OMT (Organização Mundial de
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Turismo) o define do ponto de vista formal como “soma de relações e de
serviços resultantes de um câmbio de residências temporário e voluntário
motivado por razões alheias a negócios ou profissionais.”
Segundo ANDRADE (1999, p. 38), turismo é
o complexo de atividades e serviços relacionados aos deslocamentos, transportes, alojamentos, alimentação, circulação de produtos típicos, atividades relacionadas aos movimentos culturais, visitas, lazer e entretenimento.
O avanço nos meios de transporte colaborou para que as viagens se
tornassem uma cultura de massa. De acordo com BARRETO (1995), o
surgimento do turismo na forma que o conhecemos hoje não foi um fato
isolado; o turismo sempre esteve ligado ao modo de produção e ao
desenvolvimento tecnológico. O modo de produção determina quem viaja, e o
desenvolvimento tecnológico, como fazê-lo.
Já, para BISSOLI (1999), turismo é uma atividade que, quando alcança
um nível elevado de desenvolvimento, pode servir de base econômica para
uma região ou local, requer atenção para os impactos ambientais que
provocam as atividades que consomem espaço geográfico, exige infra-
estrutura, utiliza-se de recursos (naturais), integra a população nativa e pode
degradar o ambiente.
No Paraná, a partir de 1996, o governo do Estado definiu como ação
prioritária a implantação do que se denomina “Projetos Regionais de Turismo”
(ECOPARANÁ, 1999). Esses projetos, agrupados com vários outros programas
e ações, compõem a atual política de turismo no âmbito estadual, como
também as atividades voltadas para a exploração do turismo rural, do
ecoturismo e turismo cultural na Região Metropolitana de Curitiba - RMC.
A proposta de criar um anel de turismo na região por meio da
implantação de roteiros turísticos, que explorem os recursos naturais e culturais
das localidades integradas no espaço metropolitano, aliando o uso turístico à
preservação ambiental e à geração de empregos e renda para as populações
locais, vem corroborar a importância desse projeto. Nessa perspectiva, o
turismo passa a integrar a estratégia de planejamento e gestão dos espaços
que circundam a zona urbano-industrial formada pela grande Curitiba.
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Quadro 1 – Circuito turístico do Estado do Paraná
Fonte: Silveira, 2002 (Adaptado por Melo Filho, 2006).
Não basta que uma área apresente grande potencial representado por
seus atrativos naturais e culturais, para que seja considerada um pólo Turístico.
Sem dúvida, a existência desses atrativos é fundamental, mas é preciso que
eles estejam atendidos por facilidades como vias de acesso, serviços de
hospedagem, alimentação e informação, disponibilidade de infra-estrutura,
serviços e roteiros adequados e, fundamentalmente, a vontade política de seus
dirigentes em buscar o desenvolvimento local através da gestão dos
empreendimentos na sua dinâmica, a possibilidade de consolidação do pólo
ecoturístico.
Ecoturismo
Segundo o Ministério de Turismo,
Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações (MINISTÉRIO DE TURISMO, 2006).
Durante o ano de 1995, a Prefeitura Municipal de Canela (RS) realizou a
1ª Bienal de Ecoturismo de Canela que reuniu representantes dos mais
Região Circuito Local Rota dos Mananciais
Trentino Rural na Serra Caminho do Mar pela Graciosa
Piraquara Quatro Barras
Karst Italiano de Turismo Rural Tamandaré de Turismo Rural Verde que te Quero Verde Roteiro das Grutas
Colombo e Bocaiúva Almirante Tamandaré Campo Magro Rio Branco do Sul
Região Oeste Estrada do Mato Grosso Caminho do Vinho e Circuito Ucraniano de Turismo Rural Circuito Polonês de Turismo Rural
Campo Largo São José dos Pinhais Araucária
Tijucas do Sul (proposta, 2005)
Estrada Velha Joinvile-Curitiba e Estrada do Litoral BR 276. Vivat Floresta Sistema Ecológico Protector Naturae - VFSE
Curitiba, São José dos Pinhais e Tijucas do Sul
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variados setores ligados ao ecoturismo, culminando com a criação do Instituto
de Ecoturismo do Brasil (IEB). Desde então, a definição de ecoturismo
proposta nas Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo, foi adotada
pelo IEB, apenas com ligeiras modificações:
O ecoturismo é a prática do turismo recreativo, esportivo ou educativo, que se utiliza de forma sustentável dos patrimônios natural e cultural, incentiva a sua conservação, promove a formação de consciência ambientalista e garante o bem-estar das populações envolvidas" (IEB, 1995).
Turismo de Esportes
“Turismo de Esportes compreende as atividades turísticas decorrentes
da prática, envolvimento ou observação de modalidades esportivas”
(MINISTÉRIO DE TURISMO, 2006).
Nossos ancestrais, os hominídeos, levavam uma vida movimentada,
fugindo de seus predadores, caminhando em busca da caça, ou mesmo
cultivando alimentos, quando se tornaram agricultores. Muitos séculos mais
tarde, surgiram na Grécia as Olimpíadas, que intercaladas com os Jogos
Píticos, os Ístmicos e os Nemeus formaram aquele que pode ser considerado o
primeiro calendário esportivo, cujas competições motivavam milhares de
participantes e de espectadores.
Atualmente, com atividades que exigem cada vez mais esforço
intelectual, a tendência do homem é levar uma vida sempre mais sedentária,
sem grandes deslocamentos ou movimentos físicos, para sobreviver. Tal modo
de vida faz com que procure, com maior freqüência uma forma de
compensação, através das atividades esportivas, que sempre mais ocupam o
tempo de lazer do homem moderno, levando-o a uma vida mais agitada e
saudável através do esporte.
O conceito de turismo esportivo descreve um segmento constituído por
programas e atividades com fins específicos de promover a prática de esportes
por amadores ou profissionais, sendo uma atividade tradicional no tempo livre e
de férias. Contando ainda com a incorporação de novos esportes, sobretudo os
de aventura.
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Turismo de Aventura
“Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes
da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo”
(MINISTÉRIO DE TURISMO, 2006). Graças ao espírito aventureiro dos
indivíduos que sempre correram riscos desafiando seus próprios limites é que a
humanidade avançou mais do que as outras espécies. Tal atitude impulsionou
o homem a desbravar novas terras, lançar-se a desconhecidos oceanos e a
conquistar o espaço sideral. A palavra aventura proveniente do latim adventura
significa o que há por vir, remetendo a algo diferente. Inseridas neste conceito
consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais
recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos
que podem proporcionar sensações diversas: liberdade, prazer; superação, etc.
A necessidade que muitas pessoas têm de sentir fortes emoções,
secretar adrenalina e viver perigosamente em busca de desafios é a mesma da
de seus ancestrais que enfrentavam feras em caçadas ou os rigores do frio.
Atualmente os perigos são outros e entre eles, a vida sedentária e rotineira das
grandes cidades, que impulsiona cada vez mais a procura por roteiros de
aventura, onde são postos à prova o equilíbrio emocional e os limites da
coragem em uma “experiência extrema” e radical.
Turismo Cultural
O turismo cultural é típico, pois acontece de maneira diversa dos demais
tipos de turismo, que geralmente se caracterizam pela permanência e
atividades que traduzem lazer, repouso e descompromisso. As características
básicas ou fundamentais do turismo cultural não se expressam pela viagem em
si, mas por suas motivações, cujos alicerces se situam na disposição e no
esforço de conhecer, pesquisar e analisar dados, obras ou fatos, em suas
variadas manifestações, como: representações religiosas, rotas e roteiros,
festivais de música, cinema e teatro, manifestações populares, lendas,
exposições de arte, entre outras. Na delimitação conceitual do turismo cultural,
o termo cultura é natural, puro e amplo, pois abrange tanto a cultura própria do
turista como o conjunto de hábitos, idéias e criações que ele pode assimilar ou
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não, em seu contato com novas realidades e convivências diferentes.
Conforme o Ministério de Turismo,
Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.
Turismo rural
O turismo no espaço rural, na atualidade, tornou-se uma atividade
popular nas últimas décadas do século XX. É um tema com complexidade que
necessita de medidas cautelosas, já que os impactos a serem produzidos nas
comunidades rurais podem-se apresentar como pontos fortes e fracos e/ou
perversos, caso não sejam obedecidas as exigências técnicas.
A utilização do campo para descanso, por pessoas dos grandes centros
urbanos, acontecia com freqüência em Roma e na Grécia. No século XIX e na
consolidação do sistema capitalista, as primeiras manifestações turísticas
foram os deslocamentos das classes mais favorecidas para os passeios
rurícolas; nos campos e nas montanhas à procura da tranqüilidade da
paisagem e das condições saudáveis que ali existiam.
Segundo GOMEZ (1992), nas décadas de 1950 e 1960, no limiar das
manifestações do turismo de massa integrado a sol e praias, o rural, como
âmbito de descanso, ganha destaque. Os movimentos migratórios vultosos,
campo-cidade, que caracterizam esse período vão ter sua réplica com o
deslocamento inverso no período de férias: os que emigram retornam para
seus lugares de origem, para se encontrar com amigos e familiares.
Comprova-se que o meio rural é uma referência importante para o
descanso há bastante tempo, principalmente quando nas cidades acelera-se o
ritmo de vida. Quando a pressa, os ruídos e a contaminação atmosférica
passam a constituir características da vida cotidiana, surge a necessidade de
fugir para aqueles espaços que representam exatamente o contrário, ou seja, o
meio rural. É nele que se encontra paz, tranqüilidade, natureza e repouso.
No Brasil, a imensidade do território e o acesso a muitas regiões
permitem, a cada uma dessas áreas, continuar com suas singularidades; o
rural mantém sinais de identidade que permitem sua caracterização: campo
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econômico , predomínio da agricultura e da pecuária; social , prevalência de
redes sociais primárias; e paisagem , maior presença de elementos naturais.
CARACTERIZANDO O OBJETO DE ESTUDO
Piraquara faz parte Região Metropolitana de Curitiba, no divisor
geográfico entre o litoral e o primeiro planalto paranaense. Fica a leste da
capital paranaense e faz limites com os municípios de Quatro Barras, Colombo,
São José dos Pinhais, Morretes e Pinhais. A altitude do território varia de 900 a
1.510 metros do nível do mar. São 228.850 Km quadrados de região serrana e
perfil paisagístico de belezas naturais diversificadas.
O povoamento da região começou no século XVIII com a mineração do
ouro feita por expedições vindas de Paranaguá e também pelas bandeiras.
Mas é com o início da construção da estrada de ferro do Paraná, iniciada em
1880 devido ao crescimento dos produtos de exportação, que o crescimento
populacional é impulsionado. Neste período são construídos prédios históricos
como o Casario, o Armazém, a Casa da Cultura e a Igreja Bom Jesus dos
Passos.
Os imigrantes italianos de Trento e os austríacos de Tirol que haviam
chegado em 1878, totalizando 300 pessoas, fundaram a Colônia Imperial de
Santa Maria do Novo Tirol da Boca da Serra. Seus costumes locais, sua
culinária e arquitetura foram incorporados pela população de Piraquara,
juntamente com o aspecto físico desta população. Piraquara congrega a única
colonização de trentino- tiroleses do Paraná. Outras etnias que aqui chegaram
foram portugueses, espanhóis, poloneses, ucranianos, árabes e japoneses.
Com o crescimento da localidade, é criada a Freguesia de Piraquara
com o nome de Senhor Bom Jesus de Piraquara, em 1885, pela Lei 836 de 9
de dezembro. No mesmo ano, a vila passa a ser município com o nome de Vila
Deodoro e é desmembrada de São José dos Pinhais pelo Decreto 25 de 17 de
janeiro de 1890, no entanto a data oficial do nascimento da cidade é 29 de
janeiro com a nomeação dos membros da Câmara Municipal. Na lei 2645 de 10
de abril de 1929 o município passa a se chamar Piraquara, palavra tupi-guarani
que significa “toca do peixe” (pira = peixe + quara = toca).
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O antigo território de Piraquara abrangia também as cidades de Quatro
Barras e Pinhais, desmembradas em 1961 e em 1993, respectivamente. Com o
desmembramento de Pinhais, a arrecadação de Piraquara foi muito reduzida e
as dificuldades aumentaram consideravelmente. O distrito de Pinhais
representava aproximadamente 21% de seu território e 71% de sua população.
Era a parte mais ativa economicamente, com várias indústrias e geradora de
empregos e renda.
Piraquara, assim como os demais municípios pertencentes à Região
Metropolitana de Curitiba, teve um crescimento urbano acelerado nas últimas
décadas, comprometendo assim o seu ambiente natural. Devido à grande
concentração urbana de Curitiba, a população com menor poder aquisitivo
procurou áreas periféricas para residir, no entanto, estes municípios não
atendem a demanda econômica de serviços, servindo, na sua maioria, como
cidade dormitório para seus moradores.
As nascentes do Rio Iguaçu, principal curso de água do Estado do
Paraná, estão localizadas em Piraquara. O município constitui o maior
manancial de abastecimento público do Paraná. Abriga três represas da
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR (a terceira ainda em fase
de construção).
O município tem relevante importância para a grande Curitiba.
Localizada quase 100% dentro de uma área de mananciais, o município é
responsável por 50% da água potável que abastece Curitiba e região
metropolitana. Enfrenta e convive com restrições industriais para que os
mananciais sejam preservados. A gestão urbana é limitada, impedindo o
desenvolvimento industrial.
Quanto aos aspectos produtivos do município, Piraquara possui diversos
segmentos agropecuários, mas não se destaca em nenhuma atividade
específica.
Conforme o censo demográfico do IBGE, 2007, Piraquara possui 83.006
habitantes dos quais mais de 50% fazem parte da zona rural. A população
cresceu mais de 30% no período de 2000 a 2007, sem que políticas públicas
viabilizassem de fato o atendimento a essa crescente demanda , ocasionando
um êxodo urbano. Seu IDH é 0,744 (PNUD/2000), o mais baixo da região
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metropolitana, e o PIB per capita é R$ 3.648,00 (IBGE, 2005), um dos mais
baixos também.
Aspectos naturais
Segundo a classificação de Wladimir Köppen, o município de Piraquara
está inserido no tipo climático Cfb, que corresponde:
• C – clima subtropical mesotérmico (temperado);
• f – sempre úmido, com chuvas constantes;
• b – temperatura média do mês mais quente inferior a 22º C.
Porém, nota-se que existem microclimas diferenciados nas regiões
adjacentes aos contrafortes da serra do Mar, as quais notadamente possuem
condições climáticas diferenciadas do restante do território municipal.
A qualidade atmosférica em Piraquara é considerada boa, dada a sua
condição de manancial e a decorrente ausência de indústrias poluentes.
Devido aos constantes ventos que ocorrem durante todo o ano em função da
influência direta da zona atlântica tropical, existe contínua reciclagem do ar,
que mantém a sua qualidade em níveis adequados.
No município de Piraquara, a umidade vinda do Oceano Atlântico que
passa pela Serra do Mar, observada nas garoas e neblinas, contribui para que
a quantidade de chuvas e a umidade relativa do ar seja maior em relação a
outros municípios mais distantes do oceano.
Os principais rios do município são:
- Rio Iraí : divisa com o município de Pinhais, do qual os rios Iraizinho e
Piraquara são afluentes;
- Rio Iraizinho : nasce no município de Piraquara, em Roça Nova e
deságua no rio Irai;
- Rio Piraquara : deságua no rio Irai. Um dos seus contribuintes é o rio
Cayuguava;
- Rio Curralinho : divisa com o município de Quatro Barras, afluente do
rio Iraí;
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- Rio Itaqui : divisa com o município de São José dos Pinhais, também
afluente do rio Irai.
As bacias hidrográficas inseridas no Município de Piraquara possuem
importância histórica: em 1903, por intermédio da aprovação da Lei Estadual
Nº 506, destinaram-se os rios da serra do Mar, na região do município de
Piraquara, ao abastecimento de água da cidade de Curitiba. Resultado desta
destinação é a histórica Represa do Carvalho, também conhecida como
Mananciais da Serra, inaugurada por volta de 1906.
As barragens do município de Piraquara, responsáveis pelo
abastecimento público de água de parte de Curitiba e Região Metropolitana
são:
• Barragem do Rio Cayuguava ou Piraquara I (1979): com área
inundada de 3,3 km2, integralmente dentro do município, possui uma
vazão de 600 l/s. Seus objetivos foram: atenuar os efeitos das
enchentes no vale do Iguaçu, principalmente em território curitibano e de
São José dos Pinhais e garantir uma vazão mínima regularizada junto à
captação do rio Iguaçu em longos períodos de seca.
• Barragem do Iraí (1998): com área inundada de 14,2 Km2, com 80% de
sua extensão dentro do município, possui uma vazão de 1500 l/s. O lago
do Irai se localiza principalmente no município de Piraquara, mas
também se estende por uma parte dos municípios de Pinhais, Quatro
Barras e Colombo. A barragem serve para conter a água em excesso,
nos períodos de muita chuva, contribuindo para evitar as inundações
nas áreas que ficam na jusante do reservatório. O principal uso do
reservatório é o abastecimento público de água para municípios da
RMC.
• Barragem Piraquara II (em fase de construção / 2004): com área
inundada de 5,5 Km2, integralmente dentro do município, e que, em
conjunto com a barragem Piraquara I, terá uma vazão de 1200 l/s.
Esta barragem, além de formar o reservatório, deverá abrigar o leito da
estrada da Roseira, no trecho da transposição atual do rio Piraquara, sem, no
entanto ocasionar interrupção do tráfego. Esta estrada será relocada por sobre
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a barragem assim que a obra esteja concluída, de modo a que seja iniciado o
enchimento do reservatório.
Embora as barragens contribuam para garantir o abastecimento de água
durante todo o ano, causam também grandes impactos ambientais como a
retirada da vegetação; alteração do microclima da região; alteração das
populações de animais terrestres e aquáticos; alteração de vazão da jusante do
Rio Cayuguava. Além destes, causam também impactos sociais como a
obstrução de caminhos e estradas de acesso; alteração de produção
econômica regional e a relocação de moradores, contra a vontade dos
mesmos.
No Município de Piraquara ocorrem quase todas as formações vegetais
típicas paranaenses. Nas encostas e cumes da Serra do Mar (a leste)
desenvolvem-se variações da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica),
onde existe grande diversidade biológica e, felizmente, encontra-se pouco
alterada. Na porção oeste ocorrem a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com
Araucária) e a Estepe Gramíneo-Lenhosa (campos). Estas, por sua vez, já
muito alteradas.
Existem ainda as áreas de Formação Pioneira com Influência Fluvial
(várzeas), que constituem um tipo de vegetação adaptada a um ambiente
restritivo. Este tipo de cobertura vegetal é encontrado em comunidades em
geral contínuas e bem conservadas ao longo dos rios Piraquara, Iraí e
Iraizinho.
Em Piraquara, a vegetação primitiva era constituída totalmente pela
Floresta das Araucárias, Floresta Atlântica (Serra do Mar), erva-mate e
vegetação de várzea, importante para a proteção dos rios. Com as mudanças
ocorridas para atender às necessidades econômicas, bem como os interesses
do capital (como exemplo o desmatamento), atualmente esta camada vegetal é
constituída também pelo eucalipto (originário da Austrália e da Tasmânia) e
pinus ( vindo dos EUA, Canadá e Europa).
A Floresta Metropolitana, cujo perímetro compreende um extenso trecho
do rio Iraizinho, apresenta uma grande área de reflorestamento de eucaliptos
sobre a formação de campos.
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Uso do solo e sistema viário
A Lei Municipal nº 911/2007 dispõe sobre o zoneamento do uso e
ocupação do solo das áreas urbanas do município de Piraquara.
A ocupação da zona urbana do município de Piraquara pode ser
visualizada sob duas formas principais:
1- Sede municipal e seu entorno – com declividades baixas, em solo
onde predomina a Formação Guabirotuba, sendo propício aos
assentamentos urbanos;
2- Região do Guarituba – em solos aluvionares de baixíssima declividade
e susceptíveis a inundações, não aconselháveis à ocupação urbana.
Na área da sede, o encontro da Av. Getúlio Vargas com a linha de trem
representa o centro antigo da cidade, cujo conjunto edificado é de interesse
histórico e cultural. Tal conjunto arquitetônico, formado na época em que a
ferrovia impulsionou o desenvolvimento da cidade, foi construído com o
objetivo de acomodar os negócios da companhia Meirelles-Souza. A
companhia, fundada por imigrantes portugueses, destinava-se à produção e
comercialização de erva-mate, madeira e extração de pedras. Os prédios
atualmente ocupados recebem usos diversos: restaurante, residência, jardim
de infância, etc. Os prédios da antiga estação de trem abrigam hoje: comércio
e um centro de informações turísticas da Prefeitura Municipal. O restante das
edificações encontra-se sem uso e em precário estado de conservação.
Existe uma proposta apresentada pela COMEC em março de 2.000,
intitulada Aldeia Meirelles, com o propósito de resgatar os valores históricos,
culturais e arquitetônicos da cidade e promover a implantação de atividades
que proporcionem animação para o local através da transformação em um
centro turístico, mas nada ainda se efetivou neste sentido.
Destaca-se também, no contexto urbano do município, a Floresta
Metropolitana. Localizada ao norte da ferrovia, pertence ao poder público
estadual e poderia ser melhor aproveitada para lazer e educação ambiental.
A partir do centro histórico, situam-se ao longo da Av. Getúlio Vargas,
estabelecimentos de serviço e comércio, bem como os órgãos públicos,
institucionais e de saúde.
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A área compreendida pela rua Barão do Cerro Azul e rua Reinaldo
Meira, com grande potencial paisagístico (vegetação com araucárias e um
lago) encontra-se conservada. Neste local, está em fase de construção o
“Parque das Águas” que, de acordo com o projeto, será uma área de lazer,
incluindo espaço para shows e eventos, ciclovia, etc.
Segundo a Prefeitura Municipal, encontra-se também em fase de
aprovação junto aos órgãos federais e estaduais, o projeto “Novo Centro”, onde
está previsto a reestruturação do sistema viário central, priorizando-se o
desenvolvimento comercial e a estética.
No trecho da rodovia estadual PR-415, no Jardim Primavera, foi
implantado, em 1999, um novo setor com indústrias multinacionais de médio
porte, voltadas para o setor automobilístico.
A região do Guarituba constitui-se num aglomerado humano de
expressiva dinâmica e diversidade urbana. As avenidas Betonex e Herbert
Trapp, eixos viários estruturantes do Guarituba, apresentam características de
consolidação de assentamento urbano, haja vista a diversidade de usos
comerciais e de serviços, além de diversos locais destinados ao culto religioso.
As ocupações irregulares situam-se principalmente na região do
Guarituba, ocorrendo também em outras áreas, como ao longo da linha férrea
que margeia a sede municipal e nos loteamentos Vila Santa Maria, Planta São
Tiago, Jd. Bela Vista e Vila Vicente Macedo. Estas comunidades convivem em
áreas com más condições de habitabilidade e graves deficiências de infra-
estrutura sanitária (rede de água, esgoto e drenagem) e elétrica.
Na UTP do Guarituba, observa-se a situação mais crítica do município.
Porém, nesta região, através da parceria entre os governos federal, estadual e
municipal, encontra-se em andamento um dos maiores processos de
regularização fundiária do Brasil, denominado “Projeto Novo Guarituba”, que
prevê a relocação das famílias de áreas impróprias para habitação, construção
de habitações populares, saneamento básico, drenagem, pavimentação, entre
outros.
Na área rural destacam-se:
1. O Condomínio Recreio da Serra que engloba uma considerável área
adentrando na Área de Tombamento da Serra do Mar. Aí localiza-se o Paraíso
das Trutas, famoso pela inteira preservação e dedicação à criação de trutas;
16
2. A predominância de chácaras de produção agropecuária na área localizada
ao sul da sede urbana, destacando-se a produção de bovinos da Fazenda
Santa Cecília e um conjunto de pequenos haras;
3. A Colônia Penal Agrícola de Piraquara, ao sul da represa do Iraí, e o
loteamento Vila Macedo, classificado como Zona de Preservação Urbana (o
Complexo Penitenciário Estadual está inserido na APA do Irai).
4. A ferrovia que liga Curitiba à Paranaguá, destacando-se a estação Roça
Nova, onde situa-se uma comunidade do mesmo nome. Tal comunidade é
originária dos imigrantes italianos que moravam na Colônia Santa Maria e que,
emprestando sua mão-de-obra para a construção da estrada de ferro, também
aproveitavam o local para o plantio de uma roça, a Roça Nova. Hoje, habitam
no espaço alguns pequenos agricultores e trabalhadores da mina de extração
de granito Roça Nova;
5. Comunidade rural: Capoeira dos Dinos, Colônia Nova Tirol/Santa Maria,
Botiatuva, Entremar, Laranjeiras, Volteio, Roça Nova e Campo Limpo;
6. A Jazida Taba/Gava, localizada nas nascentes do rio Curralinho, para
transformação de granito em pedra britada.
O Haras Rosa do Sul, localizado entre a zona urbana e o condomínio
Recreio da Serra, ao encerrar suas atividades, aguarda novas possibilidades
de empreendimentos.
A implantação de condomínios irregulares na região, demonstra
demanda por ocupação do tipo chácaras de lazer. Esta tendência tem seu
reflexo nos valores imobiliários da região, o que dificulta a estabilidade das
atividades rurais.
As principais vias de acesso no município de Piraquara são:
• Contorno Leste – corta o município na direção norte-sul. Sua função é
evitar o tráfego pesado e de longa distância da BR-116 na área urbana
de Curitiba.
• PR- 415 (Rodovia do Encanamento – Rodovia Dep. João Leopoldo
Jacomel). Liga Piraquara a Curitiba.
• PR- 506 (Rodovia Antonio Alceu Zielonka) – liga a sede ao município de
Quatro Barras.
17
• Ligação Ferroviária Curitiba-Paranaguá – atravessa o município no
sentido leste-oeste e em alguns pontos margeia a ocupação urbana.
Esta estrada de ferro, com passagem pelas estações de Piraquara e
Roça Nova, corta a Serra do Mar e é uma boa opção para um agradável
passeio de trem, com riquíssima paisagem natural, principalmente no
trecho entre Piraquara e Morretes;
• Avenida Getúlio Vargas – é a principal rua da cidade. Começa na linha
férrea (antiga Estação Piraquara) e vai até a entrada do município. A
partir daí passa a se chamar Rodovia Dep. João Leopoldo Jacomel –
PR-415.
• Estrada da Roseira (Rua Wagner Luiz Boscardim) – liga a PR-415 ao
município de São José dos Pinhais (BR-277). É um dos principais
pontos que será atingido diretamente pela formação do reservatório da
Barragem Piraquara II (em fase de construção).
Na região do Guarituba destacam-se as ruas: Betonex , Pastor Adolfo
Waidmann e Herbert Trapp .
Áreas de Proteção Ambiental (APA)
Na Região Metropolitana de Curitiba, o rio Iguaçu, seus formadores e
afluentes formam a bacia do Alto Iguaçu e são definidos, por lei, como
mananciais de abastecimento. Para proteger os principais mananciais, foram
criadas áreas especiais, chamadas de áreas de proteção ambiental (APAs)
nos municípios de Piraquara, Pinhais, Quatro Barras, Colombo, Campina
Grande do Sul e São José dos Pinhais, são elas:
APA do Iraí – Abrange os municípios de Piraquara, Colombo, Pinhais, Quatro
Barras e Campina Grande do Sul.
APA do Piraquara – Localizada dentro do município de Piraquara.
UTP Guarituba (Unidade Territorial de Preservação) – As áreas ainda
ocupáveis são restritas, de forma a garantir uma ocupação controlada.
UTP Itaqui - As áreas ainda ocupáveis também são restritas.
AEIT do Marumbi (Área Especial de Interesse Turístico) – Abrange os
municípios de Antonina, Campina Grande do Sul, Morretes, Piraquara e Quatro
18
Barras e São José dos Pinhais. Nesta área encontra-se o Parque Estadual do
Marumbi.
Floresta Estadual Metropolitana – Fica na área central do nosso município.
Pertence ao poder público estadual e encontra-se sob o acompanhamento do
Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Estende-se sobre um longo trecho do rio
Iraizinho, apresentando grande área de formação de campos com uma parte
sob reflorestamento de eucaliptos. É uma unidade de conservação.
A ocupação irregular na região de Piraquara, Pinhais e São José dos
Pinhais representa sérios riscos à qualidade das águas existentes próximas às
aglomerações humanas desta natureza, uma vez que, na maioria dos casos os
dejetos, esgotos e lixos provenientes das residências são encaminhados aos
corpos de água sem receber qualquer tratamento, prejudicando a sua boa
qualidade.
Atrativos Turísticos
Piraquara apresenta um rico patrimônio natural. O cenário inclui região
de altas montanhas na encosta oeste da Serra do Mar e regiões que formam a
cabeceira do Rio Iguaçu, rio que dá origem às Cataratas do Iguaçu. Mais de mil
nascentes catalogadas compõem um grande manancial responsável pelo
fornecimento de 50% da água para a Grande Curitiba sendo que 75% de seu
território é área de conservação ambiental. Fazem parte das unidades de
conservação o Parque Estadual da Serra da Baitaca, Parque Jardim Paiquerê,
Áreas de Proteção Ambiental (APA) do Rio Irai e do Rio Piraquara, A Floresta
Metropolitana e o Tombamento da Serra do Mar. Nas fronteiras do município
também estão a Área Especial de Interesse Turístico (AEIT) do Marumbi e
duas Unidades Territoriais de Planejamento (UTP) do Itaqui e do Guarituba.
No centro histórico , no qual estão as antigas casas dos operários da
estrada de ferro que corta o centro da cidade, encontram-se também os antigos
prédios como o Armazém, o Casario (projeto Aldeia Meireles), a antiga
Prefeitura e a Igreja Matriz. Próximo à Serra do Mar estão dois povoados
marcados pelas peculiaridades: a Colônia Trentina e a Aldeia Indígena
Karuguá (Araça-í).
19
Os índios Guarani que vivem nesta aldeia apresentam suas danças e
cantos em festas, colégios e eventos, sobrevivendo de doações, da venda de
artesanato e de um CD gravado em guarani. As visitas à aldeia precisam ser
agendadas.
Piraquara oferece uma grande diversidade de locais para a prática de
turismo de aventura e para aqueles que gostam do contato com a natureza.
São estradas rurais com belas paisagens para atividades como mountain bike,
caminhadas, trekking, escalada e cavalgada ou mesmo um passeio de carro.
A área mais utilizada pelos aventureiros é a região próxima ao Morro do
Canal. Neste mesmo local está o circuito da Caminhada Internacional da
Natureza, inaugurado em 2006.
O Caminho Trentino de Turismo Rural na Serra abrange a sede do
município e os mananciais da Serra, passando pelas comunidades de Volteio,
Laranjeiras, Roça Nova, Capoeira dos Dinos, Colônia Santa Maria, Entremar e
Botiatuva. No trajeto encontram-se vários haras que oferecem passeios a
cavalo e aulas de equitação, algumas pousadas e a venda de café rural,
comida caseira, galinhas e ovos caipira, vinhos, queijos, manteiga caseira, mel,
salame, carneiro, morangos orgânicos, entre outros produtos.
O Centro de Educação Ambiental Mananciais da Serra está situado
junto à Barragem do rio Cayuguava e desenvolve atividades de
conscientização sobre a importância da preservação ambiental, com enfoque
principal aos recursos hídricos. Na região encontram-se a Trilha Interpretativa
do Cayuguava, um mirante, os Mananciais da Serra em meio à Mata Atlântica,
o Reservatório do Carvalho e a Gruta de São Francisco de Assis.
A Vila da Cidadania (Cidade Mirim de Piraquara), localizada em frente
ao Jd. Primavera, é um projeto desenvolvido pela BS Colway Pneus e Grupo
Educacional Opet e visa levar aos alunos de 1ª a 4ª séries do município o
aprendizado e o exercício da convivência em sociedade e prática política.
O Centro de Informações Turísticas está localizado no centro de
Piraquara, próximo à antiga Estação Piraquara.
Piraquara é procurada, há décadas, por pessoas que procuram lazer e
recreação para os fins de semana. Existe também demanda por áreas para
empreendimentos de condomínios residenciais e outros.
20
O aproveitamento de todo este potencial turístico do município
apresenta-se como uma grande possibilidade de desenvolvimento local,
gerando emprego, renda e, consequentemente, a melhoria de qualidade vida à
população. Porém, é necessário que tanto as autoridades locais, bem como
toda a comunidade piraquarense estejam sempre mobilizadas a fim de não
permitirem ações movidas apenas por interesses econômicos e que possam vir
a descaracterizar o município, ameaçando o seu maior patrimônio, a natureza .
A ausência de estudos socioambientais, de análises que valorizem a
percepção dos cidadãos que são o alvo das políticas urbanísticas, talvez seja
uma das razões pelas quais se costuma ver como ameaça o desenvolvimento
urbano, as indústrias culturais e o turismo.
Eventos do município
Cavalgada de aniversário de Piraquara - janeiro
Corrida cidade de Piraquara - janeiro
Festa do Carneiro no Rolete - Março
Feira do Peixe - Quinta e sexta-feira santa
Festa Trentina – maio
Festa de São Cristóvão - Maio
Festival de Música de Piraquara (FEMUSP) - Junho
Festa de São João Batista – Junho
Festa de Nossa Senhora de Assunção - Julho
Festival de Teatro Amador (Ato) - Agosto
Festa do Padroeiro Bom Jesus dos Passos - Agosto (feriado municipal)
Dia do Evangélico - Setembro
Feira do morango orgânico - Outubro
Festival de Arte dos Mananciais - Outubro
Cicloturismo de Mountain Bike - março e outubro
Caminhada Internacional da Natureza - Novembro
21
AÇÕES DESENVOLVIDAS NO ÂMBITO DO PDE/SEED-PR
O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), sem dúvida,
configurou-se como uma inovação no processo de formação continuada para
os professores da rede pública do Estado. A coordenação do programa, por
meio dos documentos disponíveis no Portal Educacional do Paraná,
apresentou a fundamentação teórica do programa, as propostas de formação
com diversos formatos e o cronograma de cada etapa.
As atividades básicas do Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), proposto pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná _ SEED,
abrangeram os Seminários Centralizados, os Encontros Regionalizados e as
Atividades de Formação e Integração em Rede.
Também ocorreram os encontros das áreas específicas do PDE; os
Seminários e Cursos Descentralizados da SEED nas IES, no caso, a UFPR e a
Orientação dos Grupos de Trabalho em Rede (GTR).
No primeiro período e no decorrer do programa foram realizados
Encontros Orientados entre o professor PDE e o orientador Professor Dr.
Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira, da Universidade Federal do Paraná
(UFPR).
No segundo período desenvolveu-se a elaboração do material didático
pelo professor PDE, pertinente ao objeto de estudo, com o acompanhamento
do professor orientador e a colaboração do Grupo de Trabalho em Rede
(GTR), desenvolvido no ambiente Moodle. Este material está articulado aos
projetos que vêm sendo executados pela SEED/Educação Básica como o OAC
(Objeto de Aprendizagem Colaborativa), o FOLHAS, tendo como foco os
conteúdos disciplinares previstos para a Rede Pública Estadual.
Apesar das dificuldades encontradas, a Orientação de Grupos de
Trabalho em Rede foi uma importante estratégia de democratização do
conhecimento, pois permitiu a socialização dos conhecimentos apreendidos,
desde o início do PDE, para com os demais professores da rede pública
estadual, para com os alunos e comunidade em geral.
Foi oportunizado também ao professor PDE, que cursasse ao menos
uma disciplina isolada, que, neste caso foi a de “Estudos de Percepção em
Geografia”, pela UFPR, a qual foi bastante enriquecedora, permitindo a
22
reflexão da prática pedagógica e discussão de qualidade com professores da
universidade, alunos dos diversos períodos do curso e demais professores
PDE. Além disso, a possibilidade de discussão da docência na educação
básica com participação de graduandos da licenciatura, professores da rede e
professores da IES é sempre rica e leva à integração dos níveis de ensino.
O Plano de Trabalho visando atender às exigências no âmbito do PDE,
na área de Geografia, resultou no projeto intitulado “Diagnóstico socioambiental
e desenvolvimento do turismo no município de Piraquara”, a partir do qual
derivaram: a produção do material didático “Atlas geográfico comentado do
município de Piraquara”; o projeto de intervenção pedagógica na escola
“Conhecendo e valorizando o município de Piraquara” e o presente artigo.
Plano de Trabalho – projeto “Diagnóstico socioambie ntal e
desenvolvimento do turismo no município de Piraquar a”
O estudo de caso foi a forma escolhida por ser a mais apropriada para
este tipo de investigação. A metodologia utilizada constituiu-se em pesquisa
bibliográfica e de campo, incluindo visitações, caminhadas, contatos e
entrevistas com órgãos estaduais e municipais que pudessem contribuir de
alguma forma para a temática proposta, com autoridades municipais,
empreendedores e membros da comunidade piraquarense em geral, no sentido
de perceber os diferentes olhares sobre o município.
Produção do material didático – “Atlas geográfico c omentado do
município de Piraquara”
Todo o trabalho de pesquisa resultou na construção de material
informativo e pedagógico intitulado “Atlas Geográfico Comentado do Município
de Piraquara” para ser trabalhado com alunos, a princípio, dos Colégios
Estaduais Romário Martins e Mário Braga e, posteriormente, buscando apoio
da Prefeitura Municipal, com alunos da rede municipal de Piraquara e das
demais escolas estaduais do município.
O Atlas Geográfico Comentado do Município de Piraquara teve origem
na identificação da falta de material didático-pedagógico para o ensino de
23
Geografia dirigido especificamente ao espaço geográfico próximo ao indivíduo,
com o propósito de fornecer subsídios aos professores e alunos da rede
pública estadual de ensino do município de Piraquara, servindo como material
de apoio ao ensino da Geografia.
O município já dispõe de um atlas geográfico, elaborado pela Secretaria
Municipal de Educação, no ano de 2004, voltado para o ensino fundamental de
1ª a 4ª séries, o qual também serviu de base para o presente material.
O atlas terá o objetivo de estender o acesso às informações sobre o
município, aos alunos da rede estadual de educação, sendo apresentado em
versão digitalizada, disponível no Portal da Educação do Paraná, de forma que
também possa ser impresso para um trabalho mais individualizado.
O material inicia com uma abordagem dos aspectos históricos e gerais
de Piraquara e dos símbolos municipais. É composto de sete mapas referentes
à localização e limites, relevo, hidrografia, vegetaç ão, uso do solo ,
sistema viário e atrativos turísticos. Cada mapa é precedido de texto
explicativo e imagens importantes da cidade, que completam as informações.
Ao final, apresenta um pequeno glossário para auxiliar na compreensão da
leitura.
Proposta de intervenção pedagógica na escola - “Con hecendo e
valorizando o município de Piraquara”.
A proposta “Conhecendo e valorizando o município de Piraquara” foi
implementada na escola a partir do uso do material didático desenvolvido, o
Atlas Geográfico Comentado do Município de Piraquara, procurando resgatar
seus aspectos históricos, socioeconômicos e, principalmente físicos, com base
em mapas de localização, relevo, hidrografia, vegetação, uso do solo, sistema
viário e atrativos turísticos. Para tanto, o recurso tecnológico da TV pen-drive,
instalado nas salas de aula, foi de fundamental importância, visto que o atlas
também tem o formato digital.
O foco principal da proposta foi a questão do patrimônio natural que o
município apresenta já que 75% de seu território é composto por área de
preservação ambiental , sendo também responsável por 50% da água que
24
abastece Curitiba e região metropolitana, fato que o tornou conhecido como a
“Capital da Água”.
Esta proposta foi implementada inicialmente no Colégio Estadual
Romário Martins, no município de Piraquara, para alunos do ensino médio, do
período noturno, através do desenvolvimento das seguintes atividades:
- Produção de texto: “O lugar onde eu moro” (bairro), a partir de um roteiro
incluindo: localização do bairro, bairros vizinhos, aspectos físicos, infra-
estrutura, pontos positivos e negativos a partir do ponto de vista do aluno;
- Leitura e discussão dos textos produzidos, estabelecendo semelhanças e
diferenças entre os bairros;
- Contato com a Secretaria Municipal de Urbanismo para solicitação da planta
da cidade e outras informações;
- Localização e apresentação do seu bairro e quadra do aluno na planta do
município, falando de direção, acesso, pontos positivos e negativos do mesmo;
- Representação da sua quadra no papel, com as devidas direções;
- Participação no Fórum Municipal de Cultura em Piraquara: Patrimônio
Histórico e Cultural Paraná, Projeto Memória e História de Piraquara e Oficina
de Arqueologia “Pesquisa em Piraquara”;
- Apresentação de imagens e vídeo sobre o município de Piraquara (TV pen-
drive), com ênfase nos atrativos turísticos;
- Exploração dos mapas contidos no Atlas Geográfico de Piraquara, utilizando
a TV pen-drive (localização, aspectos gerais e símbolos; relevo e hidrografia;
vegetação e uso do solo; sistema viário e atrativos turísticos;
- “Tour” pelos bairros de Piraquara, com ênfase nos atrativos turísticos.
A aula de campo foi realizada num sábado, das 8 às 18 horas, com o
acompanhamento da equipe de Educação Ambiental da Secretaria Municipal
de Meio Ambiente e Turismo. O roteiro incluiu: Centro de Informações
Turísticas de Piraquara (CIT), Vale das Trutas (nascentes do Rio Iguaçu),
Estação e Túnel de Roça Nova, Berço das Águas – Ecoturismo, Centro de
Educação Ambiental (CEAM), Barragem do Cayuguava (Piraquara I), almoço
no Pesque-pague Mosico e Aldeia Indígena Karuguá (Araça-í). O Morro do
Canal, último local previsto, não foi visitado devido a um problema no ônibus
que acabou atrasando o passeio.
- Produção e análise dos relatórios referentes ao tour realizado no município;
25
- Montagem e exposição do painel de fotos, no Colégio, referente ao tour pelo
atrativos turísticos de Piraquara;
- Palestra com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo sobre as
potencialidades turísticas do município de Piraquara e ações que vêm sendo
desenvolvidas pelo setor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O material didático-pedagógico produzido no âmbito do PDE, intitulado
“Atlas geográfico comentado do município de Piraquara”, configurou-se como
um projeto ousado visto que não se dispunha de todos os conhecimentos
técnicos necessários que envolveram a elaboração de tal material e que o
mesmo foi construído com recursos próprios. Mas registra-se que a elaboração
do mesmo proporcionou grande prazer e maior conhecimento em relação ao
município trabalhado.
Tal trabalho não se propôs a esgotar o assunto e sim caracterizar-se
como um estímulo à percepção do espaço que nos rodeia, estando sujeito a
críticas e contribuições positivas, num processo de reconstrução do
conhecimento. Pretende-se também, que sirva de estímulo aos professores de
outros municípios, para que se disponham a construir com os seus alunos um
retrato cada vez mais fiel do seu lugar, partindo de suas próprias experiências
e percepções, pois o homem precisa ler o ambiente em que se insere em
busca de referências e orientação.
No pensamento de Yi-Fu Tuan (1983) o espaço, ao contemplar
simbolizações e signos, adquire identidade e passa à condição de lugar, ou
seja, à medida que o lugar é vivido pelo homem, as imagens são
gradativamente construídas a partir das experiências. Essas imagens espaciais
vividas, ao serem analisadas e interpretadas, permitem revelar as percepções
do espaço.
A proposta de intervenção pedagógica “Conhecendo e valorizando o
município de Piraquara”, implementada no Colégio Estadual Romário Martins,
para alunos do ensino médio, do período noturno, a partir do uso do Atlas
Geográfico desenvolvido, proporcionou o resgate dos aspectos históricos e
socioeconômicos e, principalmente físicos do município de Piraquara.
26
A visualização de seus mapas e imagens, possibilitadas pelo uso do
recurso tecnológico da TV pen-drive, instalado nas salas de aula, foi de
fundamental importância, visto que o atlas também tem o formato digital.
Com base em mapas de localização, relevo, hidrografia, vegetação, uso
do solo, sistema viário e atrativos turísticos, os alunos puderam relembrar e/ou
mesmo conhecer muito mais do município onde vivem, já que tais conteúdos
só são vistos na segunda série do ensino fundamental. Cabe registrar também,
que tais conteúdos são cobrados em alguns concursos públicos realizados no
município, daí a importância da retomada dos mesmos.
A identificação com as imagens e informações dos lugares
apresentados, sem dúvida, tornou as aulas mais entusiasmadas, dinâmicas e
alegres, inclusive estimulando relatos de fatos antigos contados pelos
familiares, acerca de determinados locais.
Foi interessante também, a possibilidade de se estabelecer relações
entre o passado e o presente, as permanências e mudanças e suas
conseqüências positivas ou negativas para o município.
Os textos produzidos com o tema “O lugar onde eu moro”, retratando as
percepções que os alunos têm em relação aos seus bairros, em seus aspectos
positivos e negativos, suas riquezas e carências, demonstraram o apego ou
repulsa pelos seus lugares de morada. A leitura e discussão de tais textos
permitiram que cada aluno pudesse conhecer um pouco mais dos diversos
bairros de origem de seus colegas, incentivado opiniões e sugestões de
melhorias em cada um.
Certamente, o ponto culminante desta proposta foi o tour realizado com
os alunos pelos atrativos turísticos do município, que se estendeu durante todo
o dia de um sábado, com o acompanhamento da equipe de Educação
Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo.
Como o passeio aconteceu, na maior parte, pela zona rural do
município, cuja área corresponde a 80% do seu território, a aprendizagem foi
riquíssima já que possibilitou a expansão do conhecimento e o reconhecimento
de locais dos quais, antes, só haviam ouvido falar, visto que o colégio está
situado em área urbana e a maioria ali reside.
Porém, pôde-se perceber que os alunos oriundos da zona rural,
passaram a valorizar mais suas localidades, as quais são repletas de belezas
27
naturais e cujos aspectos, até então, passavam despercebidos para eles. Foi
possível notar nos mesmos o interesse e o orgulho em ouvir as informações
sobre a importância daqueles locais e as responsabilidades demandadas para
a sua preservação.
A montagem do painel de fotos produzidas durante o passeio foi outro
momento de alegria e entusiasmo, já que as mesmas retratavam locais já
vivenciados e reconhecidos pelos alunos em que eles eram os protagonistas.
O desenvolvimento de toda esta proposta permitiu uma real
aprendizagem dos conceitos geográficos, já que puderam ser observados in
loco; e a compreensão da importância do município de Piraquara para a
Região Metropolitana de Curitiba e para o Estado do Paraná, cuja área de
preservação corresponde a 75% de seu território, conferindo-lhe o título de
“Capital da Água”, devido ao abastecimento de água potável para grande parte
da RMC.
Todas estas atividades certamente contribuíram para que os alunos
passassem a valorizar mais o seu município pois, “é conhecendo as riquezas e
carências do lugar, que se consegue amá-lo, valorizá-lo e divulgá-lo de forma
positiva, sentindo orgulho da terra de origem ou adotada” (TESSEROLLI,
2008).
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