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H4 Especial SEGUNDA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO DE 2012
� Com o esgotamento do potencial de aproveitamento hídrico das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, novos projetos seguem em direção ao Norte, especialmente na Amazônia
MAPA DA HIDROENERGIA
INFOGRÁFICO/ESTADÃOFONTE: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE)
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Sinop, Cláudia, Ipirangado Norte, Itaúba (MT)
Ferreira Gomes e Porto Grande (AP)
Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT))
Ribeiro Gonçalves (PI)
Itaituba (PA)
Davinópolis e Catalão (GO)
Itaiutaba (PA)
Imbaú, Telêmaco Borba e Tibagi (PR)
Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhose São Jorge D’Oeste (PR)
UHE Sinop
UHE Cachoeira Caldeirão
UHE São Manoel
UHE Ribeiro Gonçalves
UHE São Luiz do Tapajós
UHE Davinópolis
UHE Jatobá
UHE Telêmaco Borba
UHE Paranhos
400 MW
219 MW
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UHE Água Limpa
UHE Pompeu
UHE Bem Querer
UHE Itapiranga
UHE Apertados
UHE São Simão Alto
UHE Resplendor
UHE Marabá
UHE Salto Augusto Baixo
UHE Ercilândia
380 MW
209 MW
709 MW
721 MW
136 MW
3.509 MW
144 MW
2.160 MW
1.461 MW
97 MW
General Carneiro, Novo São Joaquim (MT)
Abaeté, Curvelo, Pompéu (MG)
Caracaraí (RR)
Pinheirinho do Vale (RS) e Itapiranga (SC)
Alto Piquiri (PR)
Norte*
Itueta e Santa Rita do Itueto (MG)
Marabá e São João do Araguaia (PA)
Norte*
Iporã e Assis Chateaubriand (PR)
EM 2019
EM 2020
*Hidrelétricas previstas para o Rio Juruena, afluente do Rio Tapajós. Somadas, as duas usinas terão quase 5 mil MW de potência
OBS: A EPE desenvolve até 2015 estudos de Inventário das Bacias Hidrográficas dos rios Trombetas e Negro. Foram aprovados estudos de inventário do Rio Tibagi (quatro UHEs, entre 60 MW e 142 MW) e do Rio Jari (Açaipé B, com 831,1 MW; AHE Urucupatá, com 291,5 MW; e Carecuru, com 240,2 MW). O inventário da Bacia do Rio Araguaia foi revisado com os seguintes aproveitamentos: hidrelétricas de Santa Isabel (1.087 MW), Couto Magalhães (150 MW), Torixoréu (408 MW), Toricoejo (76 MW) e Água Limpa (320 MW), além de três novos pontos para instalação de usinas, com capacidade somada de 442 MW
Água Clara e Ribas do Rio Pardo (MS)
Sapucaia e Três Rios (RJ)
Telêmaco Borba (PR)
Roque Gonzales (RS)
Porto Velho (RO)
Paracatu(MG) e Cristalina (GO)
Porto Velho (RO)
Cerro Negro e Abdon Batista (SC)
Monte Dourado (PA)
Nova Canaã do Norte (MT)
Ferreira Gomes (AP)
Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT)
Capanema e Cap. Leônidas Marques (PR)
48 MW
334 MW
361 MW
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3.150 MW
54 MW
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178 MW
373 MW
11.233 MW
300 MW
252 MW
1.820 MW
350 MW
135 MW
UHE São Domingos
UHE Simplício
UHE Mauá
UHE Passo São João
UHE Santo Antônio
UHE Batalha
UHE Jirau
UHE Garibaldi
UHE Santo Antonio do Jari
UHE Belo Monte
UHE Ferreira Gomes
UHE Teles Pires
UHE Baixo Iguaçu
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O ano de inauguraçãoe a localização de cada usina
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Sinop, Cláudia, Ipirando Norte, Itaúba (MT)
Ferreira Gomes e Porto Gr
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UHE Cachoeira Caldeir
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Capanema e Cap. Leônida
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Manaus
Cuiabá
Campo Grande
Goiânia
Macapá
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BoaVista
Branco
RIO IÇÁ
RIO JURUÁ
RIO PURUS
RIO MADEIRA
RIO ROOSEVELT RIO ARIPUANÃRIO TELES PIRES
RIO JAMANXIN
RIO IRIRI
RIO ARAGUAIA
RIO XINGU
RIO TAPAJÓS
RIO JAPURÁ
RIO SOLIMÕES
RIO AMAZONAS
RIO JARI
Belém
São Luís
Teresina
PERU
BOLÍVIA
GUIANA
SURINAME
GUIANAFRANCESA
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SP
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Belo Horizonte
Rio deJaneiro
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Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Palmas
RIO TOCANTINS
Vitória
Brasília
OCEANO ATLÂNTICO
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País planeja15 novasusinas naAmazôniaEstudo mostra que demanda até 2015exige no total 30 novas hidrelétricas
DIVULGAÇÃO
Advertência
FLAVIO MIGUEZ DEMELLODIRETOR-EXECUTIVO DA BRASILHYDRO“A alternativa às hidrelétricassão usinas térmicas a óleo, gásnatural ou carvão. É uma energiamais cara, que prejudica maiso meio ambiente.”
Futuro.Itaipu, noRio Paraná:novas usinasficam longede centro deconsumo
ENERGIA E ECONOMIA VERDE
Cleide CarvalhoO GLOBO
A oferta de energia elétrica noPaís tem de crescer 42.600 mega-watts (MW) nos próximos dezanos, e o Brasil vai colocar emoperação entre três e quatro usi-nas hidrelétricas por ano paraatender à demanda. A Empresade Pesquisa Energética (EPE) jáplanejou a entrada em operaçãode 34 novas usinas hidrelétricasaté 2021, sendo 15 delas na Ama-zônia Legal. Para Maurício Tol-masquim, presidente da EPE,ampliar a oferta de energia hidre-létrica é condição básica para odesenvolvimento econômico, ea instalação de usinas nos riosamazônicos é inevitável.
“Não podemos abrir mão deconstruir hidrelétricas.Preservaro meio ambiente não é uma deci-são excludente. É preciso acharum meio de a hidrelétrica ajudar apreservar”, diz Tolmasquim.
A EPE propõe construir hidre-létricas do tipo plataforma, quedepois de prontas ficariam isola-das na floresta, acessíveis apenaspor helicóptero, inspiradas na ex-tração de petróleo no mar. Tol-masquim reconhece que duran-te a construção é impossível nãoabrir estradas, mas ressalta queestas podem ser reflorestadas. Aconstrução de novas hidrelétri-cas visa a atender ao consumo ca-da vez maior de energia no País.E o brasileiro ainda consome trêsvezes menos que o americano.
“A sociedade tem de decidir seela quer ser abastecida de ener-gia elétrica. E a alternativa às hi-drelétricas são usinas térmicas aóleo, gás natural ou carvão. Éuma energia muito mais cara,que prejudica mais o meio am-biente”, afirma o diretor executi-vo da Brasil Hydro, Flavio Mi-guez de Mello.
O estudo da EPE para 2021 pre-vê que, à exceção das hidrelétri-cas, que representarão 12,6% daoferta de energia total no País, aparticipação das fontes renová-veis só crescerá de 1,4% hoje para1,6%. Com 2.200 horas de insola-ção, o Brasil nem sequer incluiuenergia solar no planejamento.
“É preciso quebrar o paradig-ma de grandes hidrelétricas”, dizo professor Paulo Henrique deMello Sant’Ana, da Universidade
Federal do ABC, coordenador deum estudorecém-lançado, patro-cinado pela WWF-Brasil.
Sant’Ana lembra que a Dina-marca tem 30% de sua energiagerada pelos ventos e que a Ale-manha, com muito menos solque o Brasil, só perde para Chinae EUA em energia solar. “No lu-gar de expandir a oferta, temosde aprender a gerenciar a deman-da. Estamos diante de uma revo-lução energética, e o Brasil nãoestá olhando para frente.”
Demanda. Dados da Associa-ção Brasileira de Refrigeração,Ar Condicionado, Ventilação eAquecimento (Abrava) mos-tram que 8% da energia produzi-da se destinam apenas ao chuvei-ro elétrico. Isso corresponde a 15mil MW no horário de pico, en-tre 17h e 22h. Segundo a Abrava,cada metro quadrado de coletorsolar instalado para aquecerágua pode evitar 56 metros qua-drados de área inundada por hi-drelétricas.
Já no estudo O Setor ElétricoBrasileiro e a Sustentabilidadeno Século 21, patrocinado porcinco ONGs, incluindo o Green-peace, o consultor em planeja-mento energético Roberto Kishi-nami afirma que o País precisaurgentemente planejar o aumen-to de sua eficiência econômica.
Ele lembra que a eficiênciaenergética dos motores elétri-cos de uso industrial passou de39,8% em 1984 para 47,1% em2004. Segundo ele, um progra-ma reunindo fabricantes de mo-tores e instituições de pesquisapoderia, a curto prazo, trocarequipamentos antigos, reduzin-do o custo e a necessidade de usode energia nas indústrias, querespondem por metade do con-sumo total.
Ponto frágil. Além disso, a pro-dução de energia na Amazôniaimplica mais investimentos emlinhas de transmissão. E os pro-blemas nestas têm sido aponta-dos como os principais responsá-veis pelos apagões. Só em interli-gações e para usar a energia deBelo Monte, Teles Pires e Tapa-jós estão previstos, no Programade Aceleração do Crescimento(PAC), investimentos de R$ 37,4bilhões. A distância tende a agra-var as perdas do sistema. Segun-do a EPE, o índice dessas perdas,hoje em 16,9%, fechará 2021 em16,1%. No Chile é de 5,6%, e naArgentina, de 9,9%.
O professor da Faculdade deAdministração e Economia daUSP em Ribeirão Preto EliezerMartins Diniz lembra que as deci-sões sobre hidrelétricas se ba-seiam em critérios econômicose desenvolvimento econômico esocial não podem ser alvará paraatropelar questões ambientais.