Nutrição
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Papel das proteínas nas atividades físicas
As proteínas são nutrientes
que desempenham grande
número de funções nas
células de todos os seres
vivos: fazem parte da
estrutura básica dos tecidos
(músculos, tendões, pele,
unhas, etc.); desempenham
funções metabólicas e
reguladoras (assimilação de nutrientes, transporte de oxigênio e de gorduras
no sangue); e, por esses motivos, estão intimamente ligadas ao
desempenho esportivo.
Os músculos são constituídos basicamente de proteínas e o consumo
adequado deste nutriente é fundamental para que sua formação e
recuperação ocorram de forma adequada.
A principal contribuição das proteínas da dieta consiste em fornecer
aminoácidos para vários processos anabólicos. A proteína representa
cerca de 12 a 15 % da massa corporal. O conteúdo protéico do músculo
esquelético que é aproximadamente 65% da proteína total do organismo,
pode ser drasticamente aumentado com a aplicação de exercícios.
A fase inicial de um programa de treinamento com exercícios impõe uma
demanda maior de proteínas corporais em virtude das micro-lesões
musculares ocorridas e das demandas metabólicas. A utilização de
proteína como fonte de energia contribui com cerca de 5% a 10% da
produção de energia durante exercício prolongado, porém, essa taxa pode
aumentar muito se os estoques de carboidratos não estiverem cheios.
Atletas de endurance de elite ou em fase preparatória para competições
devem consumir 1,6g/kg/dia de proteínas. Os indivíduos que praticam
atividades de endurance de modo recreativo (4-5 vezes semana por 30
minutos com intensidade inferior) devem ingerir a mesma quantidade
recomendada para indivíduos sedentários (1g/kg/dia).
É importante ressaltar que a ingestão de proteínas em excesso não
implica em maior síntese muscular, e ao contrário, pode levar a
diminuição da performance.
Suplementos e Exercícios de Força
Suplementos à base de proteína concentrada.
Durante o exercício de endurance o corpo usa mais proteína do que
durante o exercício de força com sobrecarga.
Uma das alegadas vantagens dos suplementos protéicos como o Whey
Protein e PowerMax, seria a sua rapidez de absorção
Porém...
Existe evidência de que as proteínas de rápida absorção como o whey
protein ficam menos tempo circulantes e normalmente os fisiculturistas e
as pessoas que buscam hipertrofia muscular fazem refeições a cada 2-3
horas. Com esse regime de horários não é possível existir queda nos
níveis de aminoácidos, portanto, a velocidade de absorção é indiferente.
Obs.: Uma refeição que contenha caseína mantém os níveis de
aminoácidos aumentados por 7 horas, questionando também a
necessidade em se fazer refeições tão próximas.
Não se nega o fato da maior necessidade protéica em atletas de
exercícios de força, a questão é que na maioria dos casos o consumo de
proteína já é várias vezes acima do necessário.
A suplementação com proteína pode ser indicada nos casos em que:
1.existe uma necessidade real em se aumentar o aporte protéico e isso
deve ser feito sem incrementar o conteúdo de gordura da dieta;
2.a dieta deve ser complementada porque o indivíduo não tem condições
no dia-dia de consumir proteína (mora sozinho, sem tempo de cozinhar,
etc.);
3.indivíduos que precisam passar por restrição calórica e não desejam
perder massa magra;
4.visa aumento de massa muscular (atletas de elite);
Testes feitos com bebidas contendo CHO e proteína ingeridas logo após
o treino indicam que a síntese protéica foi aumentada nessa situação.
Algumas pesquisas estão sendo feitas com a estratégia de ciclos de
proteína. Alternando dias de baixo consumo com períodos de alto
consumo supostamente a absorção das proteínas seria melhorada,
mas os resultados ainda são muito imprecisos e duvidosos.
ESTUDOS ATUAIS...
Estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition revelou que
comer proteína após o exercício físico pode ajudar a fortalecer os
músculos, tanto em homens jovens quanto nos mais velhos.
O estudo analisou 48 homens e constatou que, em ambos os grupos, o
consumo de uma bebida de proteína logo após o exercício levou ao
aumento maior da proteína muscular, em comparação à ingestão da
bebida depois de um período de descanso. Além disso, a proteína
muscular aumentou na mesma proporção em jovens e idosos.
24 homens idosos, com idade média de 74 anos, e 24 jovens, com idade
média de 21 anos, que não praticavam exercícios regularmente, foi
dividido em dois. No primeiro os homens descansavam por 90 minutos, em
seguida, faziam exercícios por 30 minutos. No outro grupo, os homens
passaram os 30 minutos adicionais relaxando.
Depois, os homens de ambos os grupos ingeriram uma bebida que
continha 20 gramas de proteína e, em seguida, tiveram os níveis de
aminoácido no sangue medidos repetidamente. Os pesquisadores também
tiraram uma pequena amostra de tecido do músculo da coxa de cada
homem, mesmo antes da bebida de proteína, e 6 horas depois, para medir
as mudanças na quantidade de proteínas no músculo.
Metodologia
Resultados
A proteína muscular aumentou em maior medida no grupo que se
exercitou e tanto os mais velhos quanto os mais jovens mostraram
benefícios similares. Os pesquisadores concluíram que é possível que
ingerir proteínas após o exercício permite uma maior utilização da proteína
derivada de alimentos para a construção muscular, tanto em jovens
quanto em idosos.
Conclusões:
• Os resultados sugerem que se exercitar antes do consumo de proteínas
pode ajudar o corpo a reservar esses nutrientes para uma maior utilização
de fortalecimento muscular.
• Em adultos mais velhos, o exercício deve “claramente” ser considerado
uma forma de impulsionar o acúmulo da proteína muscular em resposta
ao alimento, favorecendo um envelhecimento mais saudável.
UMA PESQUISA FEITA PELO DEPARTAMENTO DE SAÚDE E CIÊNCIA
DO EXERCÍCIO DA UNIVERSIDADE DO COLORADO, NOS ESTADOS
UNIDOS, SUGERE QUE BEBIDAS COM PROTEÍNAS AJUDAM IDOSOS
A RETARDAR O ENVELHECIMENTO DOS MÚSCULOS MAIS DO QUE
AQUELES QUE INGEREM BEBIDAS COM CARBOIDRATOS.
•16 PARTICIPANTES DE 37 ANOS OU MAIS
•PRATICAR EXERCÍCIOS NA ESTEIRA POR 45 MINUTOS, TRÊS
VEZES POR SEMANA, DURANTE SEIS SEMANAS
•APÓS CADA SESSÃO DE EXERCÍCIOS, UM GRUPO RECEBEU UMA
BEBIDA COM PROTEÍNA E OUTRO, UMA BEBIDA COM
CARBOIDRATOS.
OS PARTICIPANTES QUE INGERIRAM SHAKES DE PROTEÍNA
TIVERAM UMA RENOVAÇÃO MAIOR DE MEMBRANAS E TECIDOS
MUSCULARES, CONTRIBUINDO PARA A EFICÁCIA DO EXERCÍCIO E
MANUTENÇÃO DO MÚSCULO. ALÉM DISSO, O ESTUDO SUGERE
QUE ESSE EFEITO PODE SER VISTO COM A INGESTÃO DE APENAS
20 GRAMAS DE PROTEÍNA.
Erros comuns no uso de suplementos alimentares
1) Uso de repositores energéticos durante atividade aeróbica, quando
o objetivo é a redução da gordura corporal.
Essas bebidas só devem ser ingeridas, durante a atividade
aeróbica em duas situações específicas: quando o objetivo for um
aumento na performance – devido ao efeito poupador de glicogênio – ou
para repor eletrólitos em exercícios com duração superior a uma hora.
2) Uso de whey protein com leite após o treinamento.
A whey protein é uma proteína de rápida absorção. Característica que a
faz muito especial no período pós treino, quando nosso organismo está
ávido por nutrientes. Mas o consumo de whey protein com leite, irá
retardar todo esse processo. Tanto antes, como após o treinamento, o
consumo do suplemento deve ser com água, visando um rápido
esvaziamento gástrico.
3) Uso de apenas whey protein após o treinamento.
A principal necessidade do nosso organismo no momento após o
treinamento, ainda seria repor as reservas de glicogênio depletadas
durante o exercício físico. O consumo de carboidratos (dextrose,
maltodextrina) em conjunto com uma fonte protéica de rápida absorção
(whey protein) é recomendado. Consumir apenas proteína após o treino é
um grande desperdício.
4) Tomar creatina antes do treino visando melhorar a performance
naquele momento.
O efeito da creatina ocorre apenas depois que houver saturação celular, o
que leva alguns dias de suplementação. Portanto, o efeito da
suplementação é crônico, não agudo. A ingestão de creatina pode ser
realizada em qualquer horário do dia, preferencialmente em conjunto com
algum alimento fonte de carboidrato simples. Uma sugestão é acrescentar
a creatina em conjunto com o shake pós treino, que deve ter como base a
whey protein e dextrose.
5) Ingerir dextrose antes do treino visando otimizar a performance.
Para a maioria das pessoas, essa prática poderia ter um efeito contrário
do desejado. Ao invés de melhorar a disposição/energia durante a
atividade, ao ingerir dextrose antes do treino, podemos ter uma queda na
performance devido a instalação de uma hipoglicemia de rebote. Nesses
casos, a maltodextrina acaba sendo uma alternativa mais interessante no
momento anterior ao treino, mas mesmo assim, algumas pessoas ainda
podem apresentar esse sintoma. Para manter a glicemia constante, o
melhor seria ingerir a maltodextrina antes e durante o treino. Outra ideia
seria garantir um bom aporte de carboidratos complexos de baixo índice
glicêmico, cerca de uma hora antes do treino. Dessa forma, não seria
necessária a suplementação com mais carboidratos, tanto antes quanto
durante o treino.
6) Administrar whey protein com água antes de dormir.
A whey protein é uma proteína de rápida absorção, sendo que seus
aminoácidos não permanecem durante um período considerável no
plasma sanguíneo. Antes de dormir, considerando um sono em torno de
oito horas, precisaríamos de uma fonte protéica com absorção mais lenta.
Carne vermelha, peito de frango e claras de ovos seriam exemplos de
boas fontes alimentares, enquanto caseína e albumina seriam opções
suplementares.
7) Acordar de madrugada para se ingerir um “shake protéico”.
Desfrutar de um bom sono será bem melhor! Mas no sono inconstante,
essa medida, sem dúvida, seria uma alternativa melhor do que “assaltar a
geladeira” com alimentos inadequados.
8) Usar “pré-hormonais” como uma forma de obter efeitos similares
ao dos esteroides anabólicos, mas sem os temíveis efeitos
colaterais.
O exercício é o melhor estimulante da produção natural de testosterona
existente! Caso contrario os efeitos colaterais serão permanentes.
9)Depender de suplementos “pré treinos” para treinar.
Estes combinam substâncias como cafeína, arginina AKG, ornitina OKG,
beta-alanina, creatina, ribose, dentre outras. Realmente essas substâncias
em sua maioria são válidas, em algumas situações e etapas da
periodização do treinamento.
10)Tomar vitaminas e sais minerais descomedidamente.
A ingestão inadequada de um ou outro micronutriente pode inclusive
acarretar a deficiência de outro nutriente