O Alvoradense #40 | 28 de Outubro

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RESPEITÁVEL PÚBLICO, o show vai começar Página 6 Alunos vão apresentar o Arroio Feijó no Peru Biblioteca Luís Fernando Veríssimo reabre em novo endereço PÁGINA 7 Prefeitura garante que demanda reprimida será atendida até o final do ano após contratação de terceirizada Página 4 Taxa municipal de iluminação terá reajuste O ALVORADENSE ANO 03 •• Nº 40 •• ALVORADA, 28 DE OUTUBRO DE 2014 •• WWW.OALVORADENSE.COM.BR O VOTO DOS ALVORADENSES Uma vida no comando das gigantes Prefeitura fará homenagens no Dia do Servidor PÁGINA 5 Pela primeira vez na his- tória da cidade, PT superou o PSDB em uma disputa de segundo turno. José Ivo Sartori (PMDB) venceu Tarso Genro (PT) com quase 10 mil votos de vanta- gem no município. PÁGINA 8 PÁGINA 4 PÁGINA 3 ALINE GREGO / DIVULGAÇÃO / OA JONATHAS COSTA RICARDO STUCKERT LUIZA CHAVES 50,67% Dilma Rousseff (PT) 54,93% José Ivo Sartori (PMDB)

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Page 1: O Alvoradense #40 | 28 de Outubro

RESPEITÁVEL PÚBLICO,o show vai começar

Página 6

Alunos vão apresentar o Arroio Feijó no Peru

Biblioteca Luís Fernando Veríssimo reabre em novo endereçoPÁGINA 7

Prefeitura garante que demanda reprimida será atendida até o final do ano após contratação de terceirizada Página 4

Taxa municipal de iluminação terá reajuste

O ALVORADENSEANO 03 •• Nº 40 •• ALVORADA, 28 DE OUTUBRO DE 2014 •• WWW.OALVORADENSE.COM.BR

O VOTO DOS ALVORADENSES

Uma vida no comando das gigantes

Prefeitura fará homenagens no Dia do Servidor

PÁGINA 5

Pela primeira vez na his-tória da cidade, PT superou o PSDB em uma disputa de segundo turno.

José Ivo Sartori (PMDB)venceu Tarso Genro (PT) com quase 10 mil votos de vanta-gem no município.

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Dilma Rousseff (PT)

54,93%

José Ivo Sartori (PMDB)

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ARTIGO

Seger Luiz MenegazDois filmes têm se repetido

todos os anos no Rio Grande do Sul. O primeiro é o dos desas-tres naturais, que causam um rastro de destruição em nossos municípios, danificando casas, lavouras, pontes e estradas. É um enorme prejuízo para as vidas e as economias das pessoas e das cidades. Passada a tragédia, as comunidades decretam situação de emergência e buscam recursos para se reerguer. E é aí que se repete outro filme: aquele da burocracia, que faz com que o auxílio prometido pelo governo teime em não chegar.

Foi o que aconteceu, mais uma vez, em 2014. Entre junho e julho, cerca de 160 municípios foram atingidos por fortes chuvas. Ao todo, 124 decretaram situação de emergência e dois, estado de calamidade pública. A Famurs so-licitou ao Ministério da Integração Nacional um auxílio emergencial de R$ 200 milhões por meio de Medida Provisória.

Resultado: o Governo Federal prometeu apenas R$ 59 milhões às comunidades e, quase meio ano depois, somente R$ 9 milhões foram empenhados, mas ainda não liberados totalmente pela De-fesa Civil do Estado, emperrados pela burocracia. Há projetos para recuperação de casas e vias que ainda não foram analisados pelo governo. Enquanto isso, os prefei-tos fazem tudo o que podem para recuperar as cidades, utilizando-se dos já escassos orçamentos próprios. Além da demora e do pouco que foi prometido, novas chuvas atingiram algumas regiões do Estado desde então. Dezessete municípios entraram novamente em situação de emer-gência – casos de Itaqui e Iraí, por exemplo. O que já era difícil se torna ainda pior pela inércia para a liberação dos recursos.

O roteiro deste filme trágico não tem nada de inédito. Ele se re-pete há vários anos. Uma pesquisa da Famurs realizada em julho mostrou que, desde 2009, R$ 178 milhões não foram repassados aos municípios atingidos por intem-péries. O Governo Federal está em dívida com 109 cidades – e 28 de-las jamais receberam um centavo sequer. Esse é mais um dos efeitos perversos da centralização de poder e recursos junto à União. O dinheiro sai das comunidades sem espera. Quando precisa voltar, mesmo em um quadro de grave emergência, há morosidade.

E quem mais sente os prejuí-zos dessa lentidão é a população. São famílias desabrigadas, são negócios comprometidos, são oportunidades perdidas. O de-senvolvimento de nossas cidades fica prejudicado duplamente: tanto pelo tempo climático quanto pelo tempo burocrático. É preciso mudar o filme que está em cartaz, saindo o da demora e dando o lugar ao da celeridade. Estamos, afinal, falando da vida real – muito longe da ficção do cinema.

O filme da lentidão se repete

Presidente da Famurs e prefeito de Tapejara

Fundado em 12 de março de 2012

Diretor e FundadorJonathas [email protected]

ReportagemJosélia [email protected]

Ane [email protected]

Empresa Jornalística Soares da Costa Ltda.CNPJ: 15.077.362/0001-58Alvorada, RSRua Icaraí, 106, Bairro Sumaré.CEP 94824-030Site: www.oalvoradense.com.br

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EDUARDOTOLEDO

Os donos da praça

Quem não conhece a praça central do muni-cípio de Alvorada, localizada no coração da cidade, em frente à prefeitura e rodeada por outros poderes? Quem já não comeu uma pipoca ou churros e esperou o ônibus para

voltar casa ou para ir para o serviço em frente a praça na parada da 48?

A praça tem seus donos e seus frequentadores diaria-mente. Pessoas e cachorros andam por ela dia e noite. Um camelódromo que ocupa boa parte da praça, um Chimarródromo sem sentido, que tem mais pó da faixa que água quente. Um palco que é ocupado raramente pelo povo e frequentemente pelos eventos governamen-tais. A Praça

não tem dono? Claro que têm!

Têm épocas de feira do livro, a praça está ocupada.

Têm épocas de acampamento farroupilha, a praça está ocupada.

Têm épocas de feira do peixe, a praça está ocupada.

Em ano de eleição, a praça vai estar ocupada.Então, enfim.

A Praça não tem dono? Claro que têm!

Como você gostaria de ocupar a praça que já está ocu-pada? – Eu escolheria um circo tradicional de lona, para ver as famílias no picadeiro, os malabaristas, o globo da morte,

a corda bamba e dar boas risadas com os tropeços de um palhaço.

Mas ouvi falar, que em algumas cidades o circo para ficar na praça precisa pagar uma taxa de dupla tributa-ção. Em outras cidades, uma propina de corrupção.

Nos belos domingos da praça da 48, que não é um shopping mas é a atração da cidade. Têm encontros de amigos, família, cadeira de praia, chimarrão e muitas historias para contar. Crianças jogando bola, pista de skate, gente andado de bicicleta, outros que ficam senta-dos até altas horas.

– Outro dia, eu tive um sonho, dessa praça que tem dono, dessa praça que está ocupada. Que os marcia-nos estiveram em Alvorada, e colocaram uma enorme câmera localizada dentro da prefeitura, assim todos que estiverem passeando serão monitorados. Diversas plaquinhas de “Sorria que você está sendo filmado” es-tavam espalhadas pela praça. Todos os movimentos das pessoas eram mecânico, ninguém podia fazer além do que já estava determinado, tudo era controlado. Estava tudo proibido, até o direito a livre a expressão. Perdemos a liberdade de ir e vir, somos vigiados o tempo todo. Pelos donos da praça, pelos donos das emendas, pelos donos do voto.

[email protected]

opinião2

Terça-feira28 de outubro de 2014

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“PARA REFLETIRO fanático é uma pessoa que não pode mudar de opinião e que não muda de assunto.Winston Chuchill

A SEMANA

Suspenso aumento da tarifa da CEEE

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu na terça-feira, dia 21, o processo de rea-juste das tarifas da CEEE-D, distribuidora de energia que atende a cerca de 1,6 milhão de unidades consumidoras em 72 cidades do Rio Grande do Sul. Com isso, a conta de luz dos clientes da concessionária ficará congelada, sem aumen-to, por tempo indeterminado.De acordo com a agência, a CEEE-Destá inadimplente com obrigações setoriais. Pela legislação do setor, o processo de reajuste de suas tarifas só será retomado depois que esses débitos forem quitados.

Filhote de porco nasce com tromba na China

Um filhote de porco nasceu com uma espécie de tromba em uma fazenda no distrito de Longtan, na província de Jilin, na China, e ganhou o apelido de “porco elefante”. Fotos do animal se espalharam pelo Weibo, rede social chinesa na quarta-feira, dia 22. Alguns internautas comparação o nascimento do porquinho de tromba com um episódio de South Park, série americana conhecido por seu humor satírico, no qual um elefante faz sexo com uma porca, gerando uma criatura bizarra.

Dilma e Aécio duelam em último debateOs presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)

participaram na noite desta sexta-feira, dia 24, na TV Globo do último debate antes do segundo turno da eleição. Além das perguntas entre si, os candidatos responderam a questões do dia a dia formuladas por eleitores indecisos. Nas respostas, ambos mantiveram a troca de acusações e ironias de outros debates. Foram quatro blocos: o primeiro e o terceiro tiveram perguntas entre os candidatos; no segundo e no quarto, Dilma e Aécio responderam a questões de eleitores indecisos selecionados pelo instituto de pesquisa Ibope, que estavam no auditório e foram escolhidos por sorteio pelo mediador William Bonner.

Fabricada a maior aeronave do país

A Embraer e o Comando da Aeronáutica apresentaram, terça-feira, dia 21, o primeiro protótipo do avião de trans-porte militar KC-390 pro-duzido na fábrica de Gavião Peixoto (SP). Essa é a maior aeronave fabricada no Brasil, segundo a empresa. O evento teve a presença do Ministro da Defesa, Celso Amorim. O acordo entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e a fabricante brasileira de aviões prevê a aquisição de 28 aeronaves ao longo de dez anos - a primeira entrega está programada para 2016.

TCU vai apurarcrise de crise da águaO TCU decidiu quarta-feira, dia 22, abrir auditoria para apurar a responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Ministério do Meio Ambiente pela crise no abaste-cimento de água nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, estados que sofrem com o abastecimento nos últimos meses.

Setembro foi o mês mais quente do planeta

Mulheres penduram sutiãs em árvore

O mês de setembro de 2014 foi o mais quente no planeta, tanto em terra como nas superfícies dos oceanos desde que o registro começou a ser realizado em 1880, infor-mou na segunda-feira, dia 20, uma agência meteorológica americana. Foi o 38º setem-bro consecutivo que registra uma temperatura mundial

acima da média do século 20, segundo informou a Admi-nistração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). Quando combinadas, as temperaturas médias no solo e na superfície dos oceanos registradas em setembro bateram um recor-de, chegando a 15,72 graus Celsius, ou seja, 0,72°C acima da média do século 20.

Em vez de palestras e reuniões de esclarecimentos, o gabinete da primeira dama de Estrela, Carine Schwingel, e a Liga de Combate ao Câncer inovaram na programação do Outubro Rosa. Nesta sexta-feira, dia 24, as mulheres penduraram sutiãs em uma árvore cipreste no pátio da Casa de Cultura, no centro da cidade. A ideia foi chamar

atenção sobre a necessida-de de fazer a mamografia e prevenir o câncer de mama. A primeira dama disse que “a proposta foi sair do conven-cional”. Ela observou que as peças íntimas ficarão alguns dias e depois serão recolhidas e entregues para o setor de assistência social para dar um melhor destino, possivelmen-te a doação.

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Três alunos da Escola e Faculdade Lute-rana São Marcos foram selecionados

para participar da Feira de Ci-ência e Tecnologia (Cientec) que ocorrerá entre os dias 17 e 21 de novembro, em Lima, capital do Peru. Eles vão com-petir com o projeto que trata das causas e consequências das cheias do Arroio Feijó. Faltando menos de um mês para a viagem, os estudantes ainda lutam por patrocínio, já que o custo da viagem é alto, mas um investimento que poderá dar o reconhecimento internacional ao trabalho desses três alvoradenses.

Na introdução de seu pro-jeto os autores Letícia Gomes, 15 anos, Francyelle Viana, 16, e Iago Kullmann, 16, de-monstram sua preocupação com a repercussão negativa nas comunidades de Alvorada e cidades vizinhas em função

das enchentes causadas pelas cheias do arroio que tem 15 km de extensão. A região ao seu redor é habitada por uma população de baixa e média renda. Avalia-se que próximo a ele exista em média 45 vi-las, somando 205 mil pessoas nas três cidades por onde percorre, Alvorada, Viamão e Porto Alegre.

Letícia contou que o trabalho foi dividido em duas etapas distintas. Na primeira, foram realizadas pesquisas através da internet, blogs, artigos e jornais. “A partir daí fomos levantando dados sobre as enchentes, suas causas, consequências e possíveis soluções”. O grupo fez diversas visitas ao Arroio para observação, obtenção de fotos e coleta da água para análise ocular. A intenção agora é fazer um trabalho de campo junto aos atingidos pelas enchentes e saber suas

necessidades. “É um trabalho aberto, inacabado. Nosso ob-jetivo é desenvolver soluções, projetos que amenizem os impactos destas enchentes na sociedade. Acho que existe uma falta de consideração com um problema tão sério dentro de nossa cidade”. O

jovem Iago vai mais longe, lamenta que projetos como a construção do dique ainda não tenham saído do papel. Para ele, a postura de alguns políticos ajuda para que a co-munidade enxergue o arroio como uma espécie de lixão. “Eles falam que querem me-

lhorar o Arroio, mas colocam placas de propaganda política na beira”. E Francyelle Vianna finaliza: “Nada se faz para mudar o sofrimento dessas comunidades”.

Em busca de apoioO projeto já foi apresenta-

do junto a III Mostra Marcos, dentro da própria escola, na VIII MostraClack no Colégio Arthur Konrath e na Feira de Ciências e Inovação do MCT-PUCRS. Foi a MostraClak que oportunizou aos alvoraden-ses a participação na Feira do Peru, juntamente com outros três trabalhos do Estado. “A delegação gaúcha é formada por 17 pessoas”, contou a professora Greici Alves Antunes que juntamente com a professora Marta Machado Kraemer orientaram o trio.

Greici se diz muito orgu-lhosa dos alunos e garante que não vai medir esforço

para levá-los à competição no Peru. “Eles fizeram um trabalho baseado na me-todologia científica, muito bem embasado, merecem reconhecimento” , diz orgu-lhosa. Diversas atividades como rifas de bicicleta, cesta de guloseimas e show de ta-lentos têm sido organizadas com objetivo de arrecadar fundos para cobrir as des-pesas dos estudantes para a viagem. “A escola vai custear a passagem do professor acompanhante, mas os alunos têm de ir por conta”. Ela estima em R$ 3,5 mil por aluno as despesas. Uma das ideias é fazer um uniforme para os três jovens com espaços destinados a empresas que apoiam o projeto dos alunos. “Vale a pena porque é o nome de Alvorada que estará sendo levado para fora”.

Cidade tem ponto facultativo na terçaOs servidores terão ponto facultativo na terça-feira, dia 28, em co-memoração ao Dia do Servidor. Serviços de vigilância patrimonial, guarda, trânsito e cemitério funcionarão normalmente, bem como os serviços de urgência de saúde, remoções do Samu e PAM 8.

3Terça-feira28 de outubro de 2014www.oalvoradense.com.br

cidadeAlunos leverão Alvorada para o PeruEM BUSCA DE APOIO. Trabalho sobre o Arroio Feijó foi selecionado para participar de evento internacional no próximo mês

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COS

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Trabalho foi realizado por Letícia, Francyelle e Iago

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Page 4: O Alvoradense #40 | 28 de Outubro

Foi aprovado pela Câmara de Vereadores no final do mês de setembro projeto de

lei de autoria do Executivo que prevê aumento de 2% para 4,89% valor da alíquota de contribuição da taxa de iluminação pública para con-sumidores residenciais e não residenciais, a partir de 1º de janeiro de 2015. A medida visa custear a contratação de empresa terceirizada Cristel que, desde sexta-feira, dia 24, passou a responder pelo serviço de troca de lâmpadas queimadas e de manutenção nos equipamentos de ilumi-nação nas ruas de todos os bairros da cidade. A previsão da Prefeitura é de que, a partir da normalização da demanda reprimida, as novas

solicitações sejão atendidas em até 48 horas.

O projeto aprovado altera o artigo 5º da Lei Municipal 1343/2002, que trata da taxa de Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP) e prevê uma contribuição de 2% do valor mensal do consumo total de energia elétrica constante na fatura emitida pela empresa concessionária distribuido-ra. A partir de 1º de janeiro de 2015 essa taxa terá um acréscimo mensal de 2,89%, o que significa um aumento real de R$ 5,24 para consu-midores residenciais e de R$ 16,78 para consumidores não residenciais. A CIP, prevista no artigo 149-A da Constitui-ção Federal, é um serviço que compreende o consumo de

energia destinada à ilumi-nação de vias, logradouros e demais bens públicos, e a instalação, manutenção, melhoramento e expansão da rede de iluminação pública.

O projeto de lei foi apro-vado por 12 dos 16 vereado-res presentes na sessão de 30 de setembro da Câmara. Os quatro votos contrários foram da bancada do PMDB, que, entre outras coisas, ale-gava que a medida escondia uma segunda intenção: a ter-ceirização do serviço, o que aqueceu o debate. “Não po-demos aprovar um aumento na taxa de iluminação numa cidade onde não existe ilumi-nação, além disso considero a terceirização questionável”, declarou o peemedebista o vereador Appolo. Favo-

rável ao projeto o vereador Leandro Tur, do PT, lembrou a todos que já na direção da secretaria e sabe da realidade da pasta. “Os equipamentos e carros são os mesmos há 11 anos. Se terceirizado o serviço teremos mais quali-dade e melhores condições de atender a população”. A vereadora Irmã Sara (PMDB) justificou seu voto contrário. “Imaginem R$ 6 reais no bolso de um aposentado?”. O vereador Juliano Marinho, do PT, defendeu o projeto e a terceirização do serviço, uma vez que existe uma defa-sagem muito grande nessa área. “Com a terceirização poderemos fazer muito mais do que estamos fazendo, uma vez que a demanda é enorne”, garante.

4Sábado e Domingo

25 e 26 de outubro de 2014www.oalvoradense.com.br

Paralelo à votação, já esta-va em andamento o processo de licitação de empresas para a realização do serviço, que teve início na última sexta-feira. De acordo com o secre-tário municipal de Serviços Urbanos, Roberto Teles, foi feito um contrato de um ano com a Cristel no valor de R$ 1 milhão. Ele explica que é di-fícil prever quanto será gasto mensalmente, uma vez que os valores variam de acordo com o serviço. “Atualmente, somente com reposição de material, como lâmpadas quebradas, por exemplo, temos um gasto mensal de R$ 40 a R$ 50 mil”.

Desde o início de janeiro até 21 de outubro foram 3.430 lâmpadas trocadas ou outros serviços de manu-tenção como trocas de relés de fotocélulas e reatores em todos os bairros da cidade. Esse trabalho é feito por duas equipes com três profissio-nais. Atualmente há cerca de 1.700 solicitações de trocas de lâmpadas. Para acabar

com a demante até o fim do ano, serão quatro equipes da empresa terceirizada com três profissionais a atuar diariamente. “Tão logo se consiga regularizar a deman-da, estaremos trabalhando apenas com manutenção o que tornará o custo mensal do serviço menor”, previu o secretário. Os telefones para os pedidos são 3044-8703 e 3044-8684 de segunda à sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h.

Atividades vão homenagear servidoresA Secretaria de Administração realiza a partir de segunda-feira, dia 27, as atividades alusivas ao Dia do Servidor. Entre as ações estão o dia da beleza, oficina sobre sustentabilidade, sarau e happy hour. Além disso será realizado um torneio de futebol entre as secretarias.

>> Cidade recebe verbas para programasAlvorada recebeu R$ 126 mil para o financiamento do programa Estratégia da Saúde da Família (ESF) e R$ 2,5 mil para a Política Esta-dual de Incentivo e Qualificação da Atenção Básica (PIES) repassados pelo Estado na primeira quinzena de outubro.

Contrato com custará R$ 1 miPrefeitura aumenta taxa para pagar terceirizadaILUMINAÇÃO PÚBLICA. Valor para consumidores residenciais vai passar para 4,89%

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Page 5: O Alvoradense #40 | 28 de Outubro

A pós 12 anos, o PMDB volta a vencer uma elei-ção para gover-

nador do Estado. A vitória foi confirmada na tarde de domingo, dia 26, quando a apuração de urnas atingia 86,79%. José Ivo Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul, já se consolidava na frente com 61,23% dos votos válidos e não podia ser mais alcança-do pelo atual governador e candidato à reeleição Tarso Genro (PT), que somou 38,79%. Com 100% da apu-ração, Sartori fechou com 3.859.611 votos (61,21% válidos) contra 2.445.664 (38,79%) do petista.

O retorno do partido ao Piratini ocorre novamen-te com um político vindo da Serra e mais uma vez enfrentando o PT. Em 2002, Germano Rigotto venceu Olívio Dutra, que buscava a reeleição. Desta vez, Sartori, que lembrou a candidatura

de Rigotto, pois tal como o colega de partido, esteve desde o início da disputa estacionado na terceira posição, crescendo decisi-vamente nos últimos dias de campanha no primeiro turno, acabou vencendo com 40,40% contra 32, 57% de Tarso Genro.

Neste segundo turno,

Sartori apareceu com larga vantagem desde as primei-ras pesquisas, o que foi confirmado neste domingo. Após uma polêmica sobre cancelamento de debates na primeira semana da cam-panha do segundo turno, ele adotou uma postura de evitar confrontos com Tarso Genro nos encontros com

o candidato petista. Sartori ainda baseou sua estratégia em projetar o futuro de sua administração evitando as comparações os ex-gover-nadores do PMDB Antônio Britto e Germano Rigotto.

Natural de Farroupilha, na Serra gaúcha, Sartori é formado em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). O novo gover-nador começou a carreira política em 1976, como vereador em Caxias do Sul. Em 1982 foi eleito deputado estadual pela primeira vez, cargo que ocupou por outros quatro mandatos consecuti-vos. Em 2002, elegeu-se para a Câmara Federal. Dois anos depois venceu a disputa para a prefeitura de Caxias do Sul, com vitória no segundo tur-no e, em 2008, foi reeleito.

Ao lado, confira uma entrevista com Sartori, re-alizada pel’O Alvoradense antes do resultado oficial do segundo turno.

Foram exatos 1.406 votos que separaram Dilma Rousse-ff e Aécio Neves da preferên-cia maioritária do eleitorado alvoradense. Em 2010, Dilma obteve 49.200 votos na cida-de no primeiro turno, contra 42.641 do então candidato tucano à presidência, José Serra. No segundo turno, no entanto, Serra reverteu a van-tagem e obteve 55.491 votos em Alvorada, o que represen-

tou 52,91% dos votos válidos, e Dilma ficou com 49.381 votos, 47,08% do total.

Esta foi a primeira vez que um candidato do PT venceu na cidade em uma disputa de segundo turno. Além de Serra em 2010, Geraldo Alckmin superou Lula nas disputas de segundo turno de 2006 e 2002. Em 1998 e 1994, Fer-nando Henrique Cardoso foi o mais votado na cidade.

O município de Alvorada tem uma histórica carência de efetivo na área da segurança pública. Que propostas o senhor tem para diminuir o índice de violência do município?Em nosso governo, vamos trabalhar para recompor os efetivos da Brigada Militar e da Polícia Civil, aprimorar o policiamento osten-sivo e a capacidade de investigação das forças de segurança. Redu-ziremos ao máximo o déficit prisional – hoje estimado em oito mil vagas. Outra frente é a da prevenção. Para isso vamos fortalecer a presença do Estado no desenvolvimento de programas de educação e prevenção do uso de drogas e álcool, em conjunto com prefeituras, organizações sociais e escolas públicas, com foco nos jovens.

Como o governo pretende alavancar o crescimento industrial no município? Quais incentivos do Estado pode ser oferecido para trazer mais indústrias para Alvorada?Para colocarmos o nosso Estado na rota do crescimento novamen-te, entendemos que o desenvolvimento regional, cuja marca é o compromisso de fazer um governo com e para todas as regiões, é um elemento estratégico. A base institucional de que dispomos permite identificar com maior precisão as oportunidades e os potenciais re-gionais para impulsionar o desenvolvimento do conjunto do Estado, mais especificamente para desenhar e executar políticas de estímulo e fomento específicas, adequadas às peculiaridades de cada uma das regiões.

Em torno de 75% das ruas de Alvorada não são pavi-mentadas. Como pretende mudar essa realidade?Neste caso, uma das alternativas pode ser a combinação de recursos da Consulta Popular, da Secretaria de Habitação e Desenvolvi-mento Urbano e de contrapartidas de prefeitura, para permitir a viabilização de obras urbanas nos municípios. Outra possibilidade é a realização de parcerias com a Fundação Estadual de Planejamen-to Metropolitano e Regional (Metroplan).

A cada ano, a comunidade de Alvorada sofre com alaga-mentos e inundações. Como pretende minimizar esse problema, tendo em vista que a obra destinada a saná-lo tem previsão de término apenas para 2017?Sabemos que essa obra é importante para a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas, pois Alvorada é a unica cidade da região Metropolitana que não possui uma proteção contra cheias. Em nosso governo, vamos trabalhar para que a capacidade de inves-timentos nessa área seja ampliada, viabilizando o desembolso de recursos do PAC e da Caixa para que importantes obras no Estado saiam do papel.

5Terça-feira28 de outubro de 2014www.oalvoradense.com.br

Sartori: um novo estilo no PiratiniELEIÇÕES. Assim como no Estado e no país, José Ivo Sartori (PMDB) e Dilma Rousseff (PT) foram os campeões de votos em Alvorada

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SIL

PT supera PSDB no 2º turno na cidade pela primeira vez

José Ivo Sartori é natural de Caxias do Sul e será governador até 2018

48,68%

50%

51,32%

50%

54.501.118

52.796

3.452.455

3.859.611

55.451

51.041.155

51.390 25.919

25.471

27.325

25.471

2.997.360

2.445.664

45.493

Base confortável na AssembleiaSartori contará com 26 deputados na ALRS entre 55 eleitos. Os prin-cipais partidos que darão sustentação ao novo governo são PMDB (oito deputados), PP (sete), PSDB (quatro) e PSB (três). Os aliados, contudo, tendem a aumentar durante a montagem do secretariado.

Disputa acirrada no paísDilma Rousseff (PT) garantiu a reeleição, somando 51,4% dos votos contra 48,5% de Aécio Neves (PSDB), em uma disputa extremamen-te acirrada – o resultado só pôde ser oficializado com 98% das urnas apuradas. A petista permanecerá como chefe de Estado até 2018.

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O RESULTADO DAS URNAS

EMPATE NA ZONA NORTE PARA PRESIDENTE

ZONA NORTE

ZONA SUL

A disputa apertada entre Dilma e Aécio no cenário nacional se repetiu em Alvorada. Nas seções da zona Norte, houve empate entre os dois candidatos, onde cada um obteve exatamen-te 25.471 votos. É a primeira vez que é registrado uma votação de 50% para cada candidato em uma mesma zona eleitoral do município. Coube aos eleitores da zona Sul garantirem a vitória de Dilma. No voto para gover-nador, Sartori ganhou nas duas regiões da cidade.

“ENTREVISTA JOSÉ IVO SARTORIGovernador eleito

NO PAÍS

NO ESTADO

EM ALVORADA

51,64%

50,67%

53,53%

48,36%

49,33%

46,47%

Dilma Rousseff (PT)

Dilma Rousseff (PT)

Dilma Rousseff

Dilma Rousseff

Dilma Rousseff (PT)

Aécio Neves (PSDB)

Aécio Neves (PSDB)

AécioNeves

AécioNeves

Aécio Neves (PSDB)

61,21%

54,93%

38,79%

45,07%

José Ivo Sartori (PMDB)

José Ivo Sartori (PMDB)

Tarso Genro (PT)

Tarso Genro (PT)

Page 6: O Alvoradense #40 | 28 de Outubro

U ma grande brinca-deira com direito a palhaços e mala-baristas vai movi-

mentar o bairro Americana e a Praça Central da cidade neste final de semana. São os artistas que participam da programação do Movida Circo, primeiro circuito de arte circense do Rio Grande do Sul que está chegando na região Metropolitana. O circuito abrange os diversos estilos e temáticas que as artes circenses permitem explorar, desmistificando conceitos antigos e trazen-do o frescor do gênero ao público gaúcho. Segundo a programação, estarão em Alvorada o Circo Híbrido,

Grupo de Pernas pro Ar e o Circo Girassol.

A primeira etapa ocorreu em Porto Alegre entre 10 e 13 de outubro em apresen-tações na Casa de Cultura Mario Quintana e no Multi-palco do Theatro São Pedro. Além de ilustres convida-dos, como o Circo Amarillo, composto por artistas argentinos radicados em São Paulo; e El Indivíduo, também de argentinos, mas radicados em Minas Gerais, o Movida Circo escolheu 26 inscritos, que participaram da seleção através do site www.movidacirco.com.br. Os selecionados é que estarão no sábado e domingo em Alvorada e Cachoeirinha. O projeto, financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) através do edital Movida Cultural da Secreta-ria de Estado da Cultura, é realizado pelas produtoras Liga Produção Cultural e Rima Cultural e tem as apre-sentações gratuitas.

No sábado o Circo Hí-brida vai apresentar “Etc...” que coloca em cena uma trupe feita de quatro amigos artistas que viajaram o mundo estudando as mais variadas artes e trouxe na bagagem um mosaico de números estranhos. Reche-ado de peripécias, equilí-

brios, giros, palhaçadas, bolas, círculos, aros, a trupe interage com instrumentos diferentes, bambolês, bolas, baldes de água, explorando possibilidades, fracassos e sucessos. “Etc...” convida o público a sentir e experi-mentar o circo a partir de um novo prisma.

Já no domingo ocorre a apresentação do “Laçador de Foguetes está a procura do lugar ideal”, que convirja o espaço físico e a energia do público, elementos es-senciais para a excelência de sua experiência cientifica. Deslocando-se com destre-za pela rua em seu triciclo recheado de elementos cê-nicos, calcula os fenômenos físicos que podem interferir nesta jornada. Utiliza os malabares circenses e as en-genhocas astrológicas para medir as distâncias, calcular o vento e sentir as energias.

Depois, o Circo Girassol traz o “Misto Quente”, um espetáculo para todas as idades e públicos, com os melhores números circenses do Circo Girassol, incluindo palhaços, malabaristas, equilíbrio, roda alemã, corda indiana, tecido aéreo e lira francesa. A música ao vivo é executada pelos pró-prios artistas, com direção musical de Yanto Laitano.

ARQ

UIVO

PES

SOAL Jantar ao som de boa música

Annyria Waille se apresenta neste sábado, dia 25, no Boteco Getúlio (Getúlio Vargas, 1133). A contora, natural de Viamão, deve fazer a alegria dos clientes embalando a noite ao som de sucessos da MPB. No repertório também tem Reggae e Samba.

6Sábado e Domingo

25 e 26 de outubro de 2014www.oalvoradense.com.br

Arte circense vai invadir praças de Alvorada

AGENDE-SE. Projeto Movida Circo estará na cidade neste final de semana

RENA

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ÃO / O

A

Apresentações gratuitas vão ocorrer no bairro Americana e no Centro e devem encantar adultos e crianças

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Grupos apresentam o melhor dos números cincenses

ProgramaçãoSábado, dia 25Espetáculo: Etc... (Circo Híbrido)Horário: 16hLocal: André Puente, 422, praça central do bairro Americana

Domingo, dia 26Espetáculo: O laçador de Foguetes (De pernas pro ar)Horário: 16hLocal: Praça João Goulart, a 48, na av. Getúlio Vargas Espetáculo: Misto Quente (Circo Girassol)Horário: 17hLocal: Praça João Goulart, a 48, na av. Getúlio Vargas

ARTURMADRUGA

Evitando o Alzheimer

Q uando um artista plástico pinta uma figura com uma cabeça sem um rosto definido, com seus detalhes de olhos, nariz, boca e orelhas, que o tornam identificável, além do contorno facial, o

que exatamente ele estará pretendendo? É óbvio, é básico e, para ser mais preciso, repetitivo e didático é claro que ele está tentando estimular a imaginação do expectador, do observador. O que ele, em sua so-lidária pretensão de compartilhamento de uma obra de arte está “almejando” (argh!)? Possivelmente uma simples reelaboração do que está sendo observado por aquele que vê, ajudando-o a forçar o seu cérebro a produzir imagens irreais naquele espaço onde o rosto inexiste exatamente ali onde a “identificação” de-sencadeia “memórias”. O observador – e está é uma questão individual que localiza o ser em suas coleti-vidades caracterizando-o como único- irá projetar, a partir da sua “escala de valores”, o rosto que bem lhe convém. Para isso o estímulo virá dos conceitos cons-truídos ao longo de sua vida e se restringirá naqueles que lhes foram mais significativos. Isso é automáti-co e acontece conosco a todo o momento nas mais diversas situações. Por exemplo, pessoas que passam por nós e não nos marcam, seja pelo motivo que for o cérebro “apaga”. Tente lembrar-se de algumas pesso-as que essa evidência será constatada. Ao observar-mos uma obra de arte sem rosto esse cérebro trará as diversas faces que ficaram registradas e, por algum motivo que desconhecemos, irá selecionar a que for mais adequada ao contexto da obra observada para impregná-la com essa imagem e conectar memórias. Ou não. Tudo é possível com a ARTE, diferentemen-te do conceito amplo de cultura, tão em voga, que considera até os gases intestinais liberados ao acaso como um fator próprio de uma “Cultura” ou uma postura “cultural”. Com um texto ocorre o mesmo. Ele poderá servir ao imediatismo da não reflexão, se jogado à inerte água parada, sem quaisquer movi-mentos, e que servirá, em sua profunda estagnação, para reproduzir os vermes necessários ao seu apodre-cimento. Entretanto, ao contrário, se jogado em água corrente, ele fluirá, se oxigenará e a todo o momento é revitalizado. Todas as coisas e seus resultados são “questões de escolhas”. Não tem como escapar. Não se deve lamentar se um exercício literário aparente “não ter nada a dizer”. Frase que revela sob seus véus, o desconhecimento necessário de alguns eventos e caminhos para que possa ser elaborada. Quando tentamos ousar em relação a esses exercícios literá-rios diversificados que costumo denominar, aí sim, “a arte de escrever”, não se pode esquecer que, nesse sentido, a discussão é ampla. O Realismo Fantásti-co, provável filho das ditaduras que tomaram conta da América Latina nos últimos anos, teve que se apropriar de uma linguagem recheada de simbolis-mos, de coisas não ditas, para que, com esse processo subjacente pudesse “driblar” a compreensão dos desinformados ditadores e denunciassem a gravidade das torturas, dos sumiços e da opressão. De Gabriel Garcia Marques a Júlio Cortazar, de Chico Buarque a Henfil, de Elis Regina a Beto Guedes, quando escre-veu o “Sol de Primavera”, em plena ditadura militar no Brasil, se referindo a queda do sistema opressivo e a chegada da democracia. É, não coloco no mesmo patamar a tentativa de fazer arte, como por exemplo a literária, com a medíocre revelação da desinforma-ção que afirma, se formos traduzir a verborragia, que “Cultura também são os gases intestinais contidos ou não em uma determinada coletividade”.

[email protected]

cultura

Page 7: O Alvoradense #40 | 28 de Outubro

U ma grande brinca-deira com direito a palhaços e mala-baristas vai movi-

mentar o bairro Americana e a Praça Central da cidade neste final de semana. São os artistas que participam da programação do Movida Circo, primeiro circuito de arte circense do Rio Grande do Sul que está chegando na região Metropolitana. O circuito abrange os diversos estilos e temáticas que as artes circenses permitem explorar, desmistificando conceitos antigos e trazen-do o frescor do gênero ao público gaúcho. Segundo a programação, estarão em Alvorada o Circo Híbrido,

Grupo de Pernas pro Ar e o Circo Girassol.

A primeira etapa ocorreu em Porto Alegre entre 10 e 13 de outubro em apresen-tações na Casa de Cultura Mario Quintana e no Multi-palco do Theatro São Pedro. Além de ilustres convida-dos, como o Circo Amarillo, composto por artistas argentinos radicados em São Paulo; e El Indivíduo, também de argentinos, mas radicados em Minas Gerais, o Movida Circo escolheu 26 inscritos, que participaram da seleção através do site www.movidacirco.com.br. Os selecionados é que estarão no sábado e domingo em Alvorada e Cachoeirinha. O projeto, financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) através do edital Movida Cultural da Secreta-ria de Estado da Cultura, é realizado pelas produtoras Liga Produção Cultural e Rima Cultural e tem as apre-sentações gratuitas.

No sábado o Circo Hí-brida vai apresentar “Etc...” que coloca em cena uma trupe feita de quatro amigos artistas que viajaram o mundo estudando as mais variadas artes e trouxe na bagagem um mosaico de números estranhos. Reche-ado de peripécias, equilí-

brios, giros, palhaçadas, bolas, círculos, aros, a trupe interage com instrumentos diferentes, bambolês, bolas, baldes de água, explorando possibilidades, fracassos e sucessos. “Etc...” convida o público a sentir e experi-mentar o circo a partir de um novo prisma.

Já no domingo ocorre a apresentação do “Laçador de Foguetes está a procura do lugar ideal”, que convirja o espaço físico e a energia do público, elementos es-senciais para a excelência de sua experiência cientifica. Deslocando-se com destre-za pela rua em seu triciclo recheado de elementos cê-nicos, calcula os fenômenos físicos que podem interferir nesta jornada. Utiliza os malabares circenses e as en-genhocas astrológicas para medir as distâncias, calcular o vento e sentir as energias.

Depois, o Circo Girassol traz o “Misto Quente”, um espetáculo para todas as idades e públicos, com os melhores números circenses do Circo Girassol, incluindo palhaços, malabaristas, equilíbrio, roda alemã, corda indiana, tecido aéreo e lira francesa. A música ao vivo é executada pelos pró-prios artistas, com direção musical de Yanto Laitano.

ARQ

UIVO

PES

SOAL Jantar ao som de boa música

Annyria Waille se apresenta neste sábado, dia 25, no Boteco Getúlio (Getúlio Vargas, 1133). A contora, natural de Viamão, deve fazer a alegria dos clientes embalando a noite ao som de sucessos da MPB. No repertório também tem Reggae e Samba.

6Sábado e Domingo

25 e 26 de outubro de 2014www.oalvoradense.com.br

Arte circense vai invadir praças de Alvorada

AGENDE-SE. Projeto Movida Circo estará na cidade neste final de semana

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Apresentações gratuitas vão ocorrer no bairro Americana e no Centro e devem encantar adultos e crianças

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Grupos apresentam o melhor dos números cincenses

ProgramaçãoSábado, dia 25Espetáculo: Etc... (Circo Híbrido)Horário: 16hLocal: André Puente, 422, praça central do bairro Americana

Domingo, dia 26Espetáculo: O laçador de Foguetes (De pernas pro ar)Horário: 16hLocal: Praça João Goulart, a 48, na av. Getúlio Vargas Espetáculo: Misto Quente (Circo Girassol)Horário: 17hLocal: Praça João Goulart, a 48, na av. Getúlio Vargas

ARTURMADRUGA

Evitando o Alzheimer

Q uando um artista plástico pinta uma figura com uma cabeça sem um rosto definido, com seus detalhes de olhos, nariz, boca e orelhas, que o tornam identificável, além do contorno facial, o

que exatamente ele estará pretendendo? É óbvio, é básico e, para ser mais preciso, repetitivo e didático é claro que ele está tentando estimular a imaginação do expectador, do observador. O que ele, em sua so-lidária pretensão de compartilhamento de uma obra de arte está “almejando” (argh!)? Possivelmente uma simples reelaboração do que está sendo observado por aquele que vê, ajudando-o a forçar o seu cérebro a produzir imagens irreais naquele espaço onde o rosto inexiste exatamente ali onde a “identificação” de-sencadeia “memórias”. O observador – e está é uma questão individual que localiza o ser em suas coleti-vidades caracterizando-o como único- irá projetar, a partir da sua “escala de valores”, o rosto que bem lhe convém. Para isso o estímulo virá dos conceitos cons-truídos ao longo de sua vida e se restringirá naqueles que lhes foram mais significativos. Isso é automáti-co e acontece conosco a todo o momento nas mais diversas situações. Por exemplo, pessoas que passam por nós e não nos marcam, seja pelo motivo que for o cérebro “apaga”. Tente lembrar-se de algumas pesso-as que essa evidência será constatada. Ao observar-mos uma obra de arte sem rosto esse cérebro trará as diversas faces que ficaram registradas e, por algum motivo que desconhecemos, irá selecionar a que for mais adequada ao contexto da obra observada para impregná-la com essa imagem e conectar memórias. Ou não. Tudo é possível com a ARTE, diferentemen-te do conceito amplo de cultura, tão em voga, que considera até os gases intestinais liberados ao acaso como um fator próprio de uma “Cultura” ou uma postura “cultural”. Com um texto ocorre o mesmo. Ele poderá servir ao imediatismo da não reflexão, se jogado à inerte água parada, sem quaisquer movi-mentos, e que servirá, em sua profunda estagnação, para reproduzir os vermes necessários ao seu apodre-cimento. Entretanto, ao contrário, se jogado em água corrente, ele fluirá, se oxigenará e a todo o momento é revitalizado. Todas as coisas e seus resultados são “questões de escolhas”. Não tem como escapar. Não se deve lamentar se um exercício literário aparente “não ter nada a dizer”. Frase que revela sob seus véus, o desconhecimento necessário de alguns eventos e caminhos para que possa ser elaborada. Quando tentamos ousar em relação a esses exercícios literá-rios diversificados que costumo denominar, aí sim, “a arte de escrever”, não se pode esquecer que, nesse sentido, a discussão é ampla. O Realismo Fantásti-co, provável filho das ditaduras que tomaram conta da América Latina nos últimos anos, teve que se apropriar de uma linguagem recheada de simbolis-mos, de coisas não ditas, para que, com esse processo subjacente pudesse “driblar” a compreensão dos desinformados ditadores e denunciassem a gravidade das torturas, dos sumiços e da opressão. De Gabriel Garcia Marques a Júlio Cortazar, de Chico Buarque a Henfil, de Elis Regina a Beto Guedes, quando escre-veu o “Sol de Primavera”, em plena ditadura militar no Brasil, se referindo a queda do sistema opressivo e a chegada da democracia. É, não coloco no mesmo patamar a tentativa de fazer arte, como por exemplo a literária, com a medíocre revelação da desinforma-ção que afirma, se formos traduzir a verborragia, que “Cultura também são os gases intestinais contidos ou não em uma determinada coletividade”.

[email protected]

cultura

Desde o dia 1º de outubro a Bibliote-ca Municipal Luis Fernando Veríssimo

está funcionando em novo endereço, na avenida Presi-dente Getúlio Vargas, 2095, seu sexto endereço desde a sua fundação, há 41 anos. Além das atividades normais, uma vez por semana o espaço deverá sediar apresentações de artistas, peças teatrais e exposições tornando assim, uma nova opção para a comu-nidade em termos de espaço multicultural.

Criada em agosto de 1969 pelo então prefeito Pedro An-tônio de Godoy, a Biblioteca foi fundada oficialmente em Abril de 1972, mas sua oficia-lização junto ao poder público

federal aconteceu somente dois anos depois, em 1974, quando foi assinado um convênio entre a prefeitura e o Instituto Na-cional do Livro. Desde então já esteve em cinco endereços diferentes. O último foi rua Santiago, onde permaneceu por cerca de dois anos e meio. A saída ocorreu em dezem-bro passado por questões burocráticas, uma vez que não houve acerto na hora da renovação do contrato de alu-guel. O acervo ficou em um depósito no prédio da Smed mais de oito meses.

O novo espaço tem divisórias feitas por livros e áreas destinadas a leitu-ra, público infantil, hora

do conto e utilização da internet. “Os computado-res ainda não foram instala-dos, mas isso deve ocorrer nos próximos dias”, explica o diretor da

Biblioteca Pública, Matheus Souza Costa. O horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 13h às 17h. A média diária de emprés-timos de livros é de doze unidades, número diminui ainda mais nos períodos de

férias escolares.Um espaço extra estará

à disposição da comunidade para atividades culturais, como o Sarau do Servidor Público, que ocorrerá dia 30, dentro das homenagens ao Dia do Servidor. “Nossa in-tenção é, pelo menos uma ou duas vezes na semana, trazer uma atividade extra nesse es-paço, sempre ligada à cultura, claro”, explica o diretor.

Atualmente, o acervo da biblioteca é de de 28 mil livros, mas muitos já estão defasados, o que implica no investimento em novas obras. “Nosso projeto inicial prevê a renovação desse acervo. Acredito que deva sair do papel em 2015”, projeta Costa.

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LGAÇ

ÃO ABL elege novo membroO historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello, de 78 anos, é o novo ocupante da cadeira de número 34 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga desde julho deste ano após a morte de João Ubaldo Ribeiro.

7Sábado e Domingo25 e 26 de outubro de 2014www.oalvoradense.com.br

“Nossa intenção é trazer atividades

extras sempre ligadas à cultura Matheus Souza CostaDiretor da Biblioteca

Biblioteca municipal reabre em novo endereço CASA NOVA. Espaço no bairro Marinhá tem área destinada a atividades multiculturais

A 60º edição da Feira do Livro de Porto Alegre terá abertura oficial na próxima sexta-feira, dia 31, povoando até o dia 16 de novembro a Praça da Alfândega com o público da maior feira a céu aberto da América Latina. O evento é organizado pela Câmara Rio-Grandense do

Livro, com o apoio da prefei-tura. A programação prevê funcionamento da área área infantil e juvenil das 9h30min às 21h, enquanto as áreas geral e internacional atuarão das 12h30min às 21h O patrono é o escritor Airton Ortiz, 59 anos, jorna-lista e também fotógrafo.

Soneto por não governar um único verso

Dê-me uma estrofe rimadaDeus, eu não sou de sonetosMas dê-me a sorte de nadaHaver entre mim e esse acerto

Poema ingovernável que ulceroAmor, verdadeiro inexprimívelPor terra o caminho que queroConstruo o primeiro dirigível

Que cai do alto penhascoPéssima que sou de engenhariasMe deixa, essa teima, sem voo

Culpada, no livre, me mooQuebrada nas asas, me lascoMeu grito que assim não faria.

Adriane Garcia – para José Couto, que vai prefaciar um livro inteiro de sonetos.

Alucinações de Itinerário

Desde antes do começo da viagem Mostrava a chaminé a face escura Sombrio apito que o ouvido apura (Quisesse não viver a outra margem)

Tortuoso trilho em que amantes agem Mentindo o tempo que a estra-da dura Iludindo no percurso roxo da loucura O crepúsculo desta tarde na paragem

Por fim, o destino colhido, o desfiladeiro Injusto das promessas feitas no enquanto Lança-se nos corpos desena-morados

Não há mais trem, nem trilho, só lembrança De cada ponta afeita em restos de passado Quando o itinerário se mostra-va inteiro.

Adriane Garcia – Para Jose Cou-to, que gosta de meus sonetos.

Pedra-sabão

escrevo no peito o vento que passao sol a vidraça a chuva a neblinaescrevo no peito o doce a cachaçao queijo a coalhada o mapa de minas

escrevo no peito as ruas estra-dasas flores a praça o laço de fitaescrevo no peito a tarde a alvoradaa lua as estrelas as caturritas

escrevo no peito a terra um jazigoo chão a florada a serra o jardimescrevo no peito opalas sem fim

a mãe meus irmãos as filhas o amigoo cheiro os costumes a bruma a brisadepois eu me abraço e fecho a camisa

Líria Porto – para José Couto, um soneto antigo. Inconcluso

Enquanto deuses alimentam-se da solidão humanaNo longínquo deserto de Mojave

Um mantra imperceptível

Ecoa permanentementeMas ninguém entende seu significado

Não sabemos maisSe é emoção que persisteOu nos movemos a procura do inesperado

Ardentes são os desejos e as incertezasMesmos dispersosSóis nascem e se extinguema todo momento

José Couto

JOEL

VAR

GAS /

PM

PA / O

A

ARTE RICHARD GIRON

Estrutura da Feira deve ser concluída na quinta-feira, dia 30

Velha Guarda da Portela na CapitalQuem gosta de sabma já deve separar um espaço na agenda. A Velha Guarda da Portela se apresenta dia 28 de novembro em Porto Alegre em show que integra a programação dos 80 anos da Ufrgs, comemo-rados esse ano. Imperdível.

>>

Feira do Livro de Porto Alegre começa na sexta

JOSÉ COUTO

Três sonetos de presentes e um cascalho.

De Adriane Garcia e Líria Porto Para José Couto

[email protected]

CRUZADASPALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL

BANCO 62

VMVJEQUITIBA

TATUAGEMRVCAIRAIOGAORNAMENTALBQCCESEZURBANOD

FURIACALOMOLAVISOS

MALHARAIVANOSSAI

PAURAÃCNNRIABOLICHE

AMISTOSOIDASSNRENO

PROFESSORES

“Abre-(?),Sésamo!”,frase deAli Babá

Árvore quechega a

50 metrosde altura

RamónValdés: oSeu Ma-

druga (TV)

A maiorcidade

de Gana

A tecla“apagar”em calcu-ladoras

Denomi-nação

comum depousadas

(?) dossantos:cânon(Rel.)

Pão de (?),massa

delicadade bolo

Quanti-dade dematériaquímica

(?) esalvos:ilesos(pop.)

Órgãoreguladordo Cinemabrasileiro

“(?) Dou-rados”,antiga

minissérie

“Cão decaça (?)à raça”(dito)

“(?)sonhos!”,

frasenoturna

Líquidoque purifi-ca a água de piscinas

Muitomedo(bras.)

Selo de qualidadeinternacio-nal (sigla)

Instânciapsíquica

regida pe-lo prazer

Semnúmero(abrev.)

Rio maisimpor-

tante daEuropa

Jogo compinos

Lao-(?),filósofo

Itens demurais

(?) Rosa,atriz

Enfeiteindelévelna pele

Despenca

Não sancionar(projeto de lei)

Presidente da Áfricado Sul (2014)

Era (?): período de1930 a 1945 (BR)

Qualidade do que es-tá para acontecer

AmigávelSão home-nageadosem 15/10

“(?) deTitãs”,

filme emque LiamNeeson

interpretaZeus

Fazer exercíciospuxados (bras.)

Aprontar(uma barraca)

Roteiroturísticogaúcho

que incluiBento

Gonçal-ves e

Garibaldi

Peça de chaveiros

Ponto de saque (ing.)Machucado feito pelo

sapato apertado

Combinafilosofia eexercíciosindianos

Mudam periodi-camente de lugarObjetos de pouco ou nenhum valor

O peixecomo onéon

O plano al-ternativo Cortês;

civilizadoÚltima

consoante

4/reno. 5/paúra. 6/ancine. 9/jacob zuma. 15/vale dos vinhedos.

Page 8: O Alvoradense #40 | 28 de Outubro

mesmo correndo perigo porque não tinham condições de ir para outro local” . Nessa época, Vili passava com re-troescavadeira por dentro do arroio para fazer o desassore-amento da cabeceira da pon-te. Ele conta que, na década de 80, após presenciar quatro enchentes resolveu se mudar para Guaporé, na Serra, mas logo voltou.

A paixão de Vili pela profissão foi para os filhos (os três trabalham como motoristas) e fez com que ele voltasse a ativa após a apo-sentadoria em 2013. Há seis meses ele voltou a trabalhar com equipamentos pesados em uma empresa privada que presta serviço para o município. Entretanto, em seu histórico constam muitas experiências na iniciativa privada. “Somente para uma

empresa de Pelotas eu fui e voltei quatro vezes. O dono anda me sondando de novo”, fala orgulhoso. Ele cita o res-peito, a valorização e a qua-lificação profissional como as grandes diferenças entre o setor público e privado. “A questão da pavimentação é a última a ser pensada. Os po-líticos deixam para a última hora. Muitas ruas são asfalta-das somente no papel. Acho isso um desrespeito com o contri-buinte”.

Seu Vili também questio-na a qualificação de alguns chefes que teve ao longo dos 21 anos de profissão. Segundo ele, muitas pessoas que exercem cargos de chefia

mal sabem o que estão fazen-do. Ele lembra que quando trabalhou em uma empresa privada e estava fazendo a preparação de 500 metros de subleito (fundação para pavi-mentação) teve de chamar o laboratório da empresa para verificar se o serviço estava

correto. Após análise, os técni-cos mandaram abrir e refazer tudo de novo porque havia um problema de compactação em função da umidade. “Isso

na iniciativa pública nunca iria ocorrer porque não existe pessoal qualificado para esse trabalho. Eles iam pavimen-tar e logo depois estaria tudo esburacado de novo,” com-para. O ex-servidor também

entende que a politica atra-palha esse processo. “Pessoas que ajudaram na campanha de A, B ou C ganham cargos que não estão aptos a exercer. Eu só admito que mande em mim quem sobe na máquina e dirige melhor que eu. Pra mandar tem que saber”.

Além de equipamentos pesados, Vili dirige carros de passeio e motocicleta. Ele conta que já foi de Porto Alegre até Canguçú pilotando sua moto, um percurso de 207 km. Bem disposto, ele também não dispensa um futebolzinho com os amigos. Qual a receita para ser um bom operador de máquinas pesadas? “Nunca ter medo do equipamento, ele faz somente o a gente comanda. Em segundo lugar: atenção e golpe de vista e muita, muita responsabilidade no serviço”.

8Sábado e Domingo

25 e 26 de outubro de 2014www.oalvoradense.com.br

gente nossa•• Vili de Souza Félix

Leveza no domínio do pesado

Uma pessoa que gosta de pegar no pesado. Assim pode ser definido Vili

de Souza Félix, 67 anos, que mesmo depois da aposenta-doria resolveu voltar a ativa como operador de máqui-na pesada, profissão que exerceu durante 21 anos na Prefeitura de Alvorada. Em seu vasto currículo consta a experiência com patrolas, retroescavadeiras, trator-es-teira e trator agrícola, além deas carregadeiras, máqui-nas que chegam a pesar 12 toneladas. Sua passagem pelas ruas da cidade deixou muitas marcas, especialmen-te no bairro Americana, onde presenciou o sofrimento e angústia dos moradores que tinham suas casas invadidas pelas enchentes decorrentes da cheia do Arroio Feijó. Considerado pela categoria um servidor exemplar, Vili sempre buscou se distanciar da política e focar em sua qualificação profissional. O segredo do sucesso em 45 anos de profissão? “Domínio e segurança na condução do equipamento”, garante.

Seu Vili começou a dirigir máquina pesada aos 13 anos, no interior de Pelotas. Desde

então nunca mais parou. Já trabalhou com caminhão, ônibus, carretas e trator agrícola. “Conheci todo o Rio Grande do Sul trabalhando em estradas e na construção de loteamentos”, lembra. Casou, teve três filhos e em 66 fincou raiz no Paço do Feijó, que com a emancipação passou a se chamar Alvora-da. Trabalhou em diversas empresas privadas, sempre como operador de máquinas pesadas, mas no final da década de 80 foi trabalhar na prefeitura, com contrato emergencial. “Mais tarde fiz concurso público e entrei para o quadro. Na época, fiz prova prática em cinco máquinas: patrola, retroescavadeira, dois tipos de trator e carre-gadeira”, lembrou. Segundo ele, o serviço não tinha uma rotina: um dia trabalhava em um equipamento e no outro dia em outro.

Do tempo de serviço público, Vili tem orgulho de dizer que nunca se envolveu em acidentes e que, em 21 anos de prefeitura presen-ciou apenas acidentes leves, nenhum com gravidade. Entretanto, as lembranças mais tristes são do período de enchentes. “Eu via aquelas pessoas que não queriam deixar suas casas por nada,

Josélia [email protected]

JONA

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COS

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Após 21 anos atuando como servidor da prefeitura, seu Vili se aposentou e passou a atuar na iniciativa privada, sempre na sua área

“Eu só admito que mande em mimquem sobe na

máquina e dirigemelhor que eu.