O Alvoradense #46 | 20 e 21 de Dezembro

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Madruga: ‘Sarau Natalino: vibrei com o que ouvi e vi, foi cativante’ Em entrevista, Serginho faz avaliação dos dois primeiros anos de governo e adianta mudanças no governo Páginas 2 e 3 Prefeito garante que 2015 será ano de ‘resultados’ O ALVORADENSE ANO 03 •• Nº 46 •• ALVORADA, 20 E 21 DE DEZEMBRO DE 2014 •• WWW.OALVORADENSE.COM.BR FOTOS JONATHAS COSTA SEU DANTAS ATIVISMO NÃO TEM IDADE Página 8 JONATHAS COSTA Senegal faz festa em Alvorada JONATHAS COSTA Cerca de 150 senegale- ses comemoram em Alvo- rada o Magal Touba, uma das datas mais importantes do calendário muçulmano. Com trajes típicos, grupo cantou, dançou e rezou em homenagem ao líder espiritual Ahmadou Bamba. Entenda o que significa o festejo e o motivo de Alvorada abrigar o evento. PÁGINAS 6 E 7 E AS NOTÍCIAS QUE MARCARAM A CIDADE Páginas 4 e 5

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Madruga: ‘Sarau Natalino: vibrei com o que ouvi e vi, foi cativante’

Em entrevista, Serginho faz avaliação dos dois primeiros anos de governo e adianta mudanças no governo Páginas 2 e 3

Prefeito garante que 2015 será ano de ‘resultados’

O ALVORADENSEANO 03 •• Nº 46 •• ALVORADA, 20 E 21 DE DEZEMBRO DE 2014 •• WWW.OALVORADENSE.COM.BR

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Cerca de 150 senegale-ses comemoram em Alvo-rada o Magal Touba, uma das datas mais importantes do calendário muçulmano. Com trajes típicos, grupo cantou, dançou e rezou em homenagem ao líder espiritual Ahmadou Bamba. Entenda o que significa o festejo e o motivo de Alvorada abrigar o evento. PÁGINAS 6 E 7

E AS NOTÍCIAS QUE MARCARAM A CIDADE

Páginas 4 e 5

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2Sábado e Domingo

20 e 21 de dezembro de 2014www.oalvoradense.com.br

entrevista | ESPECIAL

Serginho: ‘2015 será de resultados’BALANÇO. Um ano para colher os frutos semeados e festejar o cinquentenário da cidade com a entrega de importantes obras. Assim o prefeito Professor Serginho definiu 2015 durante entrevista ao jornal O Alvoradense em seu gabinete, após coletiva de imprensa concedida no Salão Nobre ao lado de todo o secretariado. Num bate-papo informal, Serginho falou ainda do Carnaval, mudanças na base de governo, reeleição e garantiu que a prioridade para o próximo ano será a pavimentação.

O Alvoradense: Como o senhor avalia os primei-ros dois anos de governo e o que projeta para os dois últimos. Qual o lega-do que o senhor vai deixar para a próxima adminis-tração?

Professor Serginho: Os primeiros dois anos foi um período de muito trabalho porque a cidade estava carente de projetos. A única exceção, que não tinha proje-to e nós conseguimos recurso do governo federal foi o PAC Prevenção, por todo histórico de enchentes em Alvorada. Ainda não tem projeto para o dique, nós estamos cons-truindo ele, mas já consegui-mos o dinheiro. Todos os ou-tros investimentos aguardam o projeto. Estou orgulhoso da cidade poder ter a Frederico Dihl duplicada, a Getúlio Vargas, o Distrito Industrial, que tem três quilômetros de pavimentação já executados, e o shopping na entrada da cidade. Estou orgulhoso de todos esses investimentos, não só os públicos – e são mais de R$ 500 milhões em recursos públicos para serem investidos em Alvorada –. Esse foi um momento de muito trabalho.

OA: E os próximos dois anos?

Serginho: Agora as coisas estão aparecendo. O Instituto Federal me deixa muito orgulhoso também, a UPA, os três postos de saúde e as Emeis, as famosas ‘cre-

ches da Dilma’. São muitos investimentos que começa-mos a colher. O ano de 2015 será de muito resultado, de muita conclusão. Um outro exemplo é o CEU das Artes, um prédio com cinco anda-res que vai ter atendimento para criança, área esportiva, cultural, cinema e teatro. Isso está me deixando muito orgulhoso. São programas que nós entramos porque nós acreditamos que a parce-ria do Governo Federal e do Governo do Estado dá certo para Alvorada.

OA: O governador eleito José Ivo Sartori tem dito que a situação financeira do Estado é complicada. Como será a relação com o novo governo? Acreditas que obras importantes para o município podem ser paralisadas?

Serginho: Não, eu não acredito, até porque, por exemplo, o convênio feito com o Instituto de Cardio-logia para construir o novo hospital já tem o recurso re-passado, já está garantido no orçamento. Acredito que to-das as obras que nós temos convênio com o Governo do Estado não terão problemas. Eu não acredito em retalia-ção, que o governo vá olhar diferente para Alvorada porque nós somos do PT e o governo hoje é do PMDB. O Tarso tratava todos municí-pios iguais e acredito que o PMDB também.

OA: Quais as priorida-des para os dois últimos anos de governo e o que se projeta para a programa-ção do cinquentenário?

Sserginho: Para os 50 anos queremos construir, no mínimo, mais três ou quatro Emeis, realizar a conclusão da UPA e das três novas UBSs, iniciar a obra da Fre-derico Dihl, concluir o CEU das Artes e vamos entregar, no mínimo, 1.860 casas pelo Minha Casa Minha Vida. O Instituto Federal também será entregue no ano que vem. O cinquentenário será marcado pela entrega dessas obras. Temos ainda um calendário de atividades culturais que irão ocorrer durante o ano, não temos nada especial, dentro do calendário da cidade vamos trabalhar o tema ‘50 Anos’. Pretendemos, ainda na área da participação popular, fazer um Congresso da Cida-de para podermos projetar Alvorada para o futuro. Hoje me parece que o Orçamento Participativo está muito li-mitado a fazer obras e temos que ampliar esse debate.

OA: Em termos de evento, o que tem progra-mado para o aniversário?

Serginho: Dentro da programação de aniversário da cidade deveremos ter sho-ws, grandes atrações, mas tudo dentro do calendário oficial da cidade, não vamos criar outra atividade.

OA: Falando do calen-

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Serginho fez avaliação dos dois primeiros anos de governo ao lado de todo o secretariado

dário oficial , a prefeitura já definiu o valor a ser repassado as escolas de samba para o Carnaval?

Serginho: Estamos discutindo ainda. Temos um valor e está sendo agregado uma emenda do deputado federal Paulo Ferreira, em torno de R$ 100 mil para ser investido no Carnaval. Isso inclusive deve ser licitado agora e será utilizado na estrutura do espetáculo.

OA: Mas o cachê será o mesmo do ano passado?

Serginho: A princípio ele se mantém. Nós estamos conversando para ver se é possível aumentar alguma coisa. É bastante dinheiro. Se a gente fosse colocar em pavimentação esse recurso... mas achamos que é impor-tante a Cultura e vamos continuar investindo. Os valores a princípio partem do mesmo [de 2014] e esta-mos negociando com a Arcca para que possamos ajustar alguma coisa.

OA: O senhor em di-versos momentos já citou problemas com licitações, dificuldade de conseguir empresas interessadas. Qual o grande problema, é específico de cada uma ou existe algo comum que cause esse desinteresse?

Serginho: Muitas empresas estão ressabia-das de vir para cá porque antigamente muitas dívidas não foram pagas. Também tem a questão do TCE, que exige uma certa linha e tu ficas engessado nos valores. Por exemplo, toda obra de engenharia tem que ter Sinapi [Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil] e sabes o que estava acontecendo? O Sinapi no início do ano estava indicando que o metro cúbico do saibro era R$ 26 e o mercado cobrava R$ 60. Ninguém queria vender para nós, ou quando

vendia era um saibro pior do que não colocar nada. Só o custo do transporte sai mais caro do que isso. Depois foi atualizada essa tabela, mas tem empresas que não querem fazer mesmo, não se interessam. Por exemplo, a ponte da rua Carlos Barbosa é porque é uma obra muito pequena, não é por causa do preço. Uma empresa que faz ponte não vem para Alvorada fazer um ‘ponti-lhãozinho’ de sete metros por três metros de largura, não vem. A estrutura deles é muito grande para fazer isso. A alternativa que buscamos foi nós mesmos fazermos com outro material. Vamos comprar as galerias e vamos fazer. Parece que a gente é incompetente, mas não é.

OA: O que mais agrada e o que mais incomoda o prefeito Serginho?

Sserginho: O que mais agrade é poder ser honesto e fazer o melhor para a cidade, muitas vezes contrariando o interesse de algumas pesso-as. Visar sempre o interesse coletivo, o interesse de todos ou da maioria da cidade e ser muito honesto nessa relação com as pessoas, de não enrolar, de não fazer de conta. Todo mundo sabe a minha posição sobre todas as coisas, é uma caracterís-tica minha. Eu não tenho problema de relacionamento com as pessoas. Eu sou o que sou. Se eu quero que as coisas aconteçam daquele jeito que eu entendo que é o correto, que vai beneficiar a cidade, eu tô defendendo.

OA: E o que lhe inco-moda?

Serginho: Incomoda a falta de recurso, muitas ve-zes ver as pessoas sofrendo na cidade porque a gente ainda não conseguiu res-ponder muitas coisas... Isso me incomoda. As pessoas com baixa estima na cidade, temos que recuperar isso.

Isso é com trabalho, com investimento. Uma coisa que eu quero deixar, um legado para o próximo governo, é o Dique, por exemplo. Não vai acontecer dentro do meu governo, mas é uma obra que tem a minha marca, que vai ficar aqui e nós vamos fazer a proteção de toda essa região aqui da Americana. Isso é uma coisa que me orgulha muito, poder ter acessado o recurso, não um faz de conta, foram R$ 227,6 milhões pra fazer essa obra que será fantástica.

OA: Já pensas em reeleição?

Serginho: Olha, isso é uma coisa que a gente tem que ir acompanhando. Normalmente o prefeito vai a reeleição, mas tudo tem o seu momento. Nós temos que trabalhar bastante, ter o resultado de tudo que a gente trabalhou nesses dois anos no ano que vem. E vamos ver depois, com certeza todo o prefeito num primeiro mandato quer ser candidato ao segundo, né? Mas isso não depende só da vontade do prefeito.

OA: Existe a possibi-lidade de mudanças na base do governo? O PDT pode compor o primeiro escalão do governo em 2015?

Serginho: Já está haven-do uma recomposição das forças. Houve uma mudança no cenário estadual e isso é importante para a nossa cidade. Temos que avançar no sentido de não prejudi-car a cidade. Nós precisa-mos de uma recomposição e vai acontecer na virada do ano agora. Já tem algumas coisas que apontam pra isso. Algumas secretarias que já estão... então, nós faremos, é certo, essa atualização desse momento pós-eleitoral porque a gente tem que fazer isso, é natural da política, né?

“ Muitas empresas estão ressabiadas de vir porque dívidas não foram pagas. (...) Parece que a gente é incompetente, mas não é.

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OA: Em relação a pavi-mentação foram encami-nhadas perguntas de Mar-celo Machado da Intersul, da Denise da Silva, do Umbu, do Moacir Costa, da Bela Vista, do Lucas Eduardo, da Stela Maris, da Gislaine Tavares, do Jardim Aparecida, da Cristian Sampaio, da Ma-ringá, da Solange Saraiva, da Maria Regina. Todos preocupados com questões relativas a pavimentação. De uma forma geral de que maneira o senhor acredita que no próximo ano possa solucionar essa questão do asfalto na cidade?

Serginho: Além das pavimentações que temos do convênio com o Governo do Estado – investimento na Frederico Dihl e Getúlio Vargas, obras grandes de impacto –, vamos retomar no ano que vem o calçamento comunitário de uma maneira diferente. Não vamos fazer como o governo anterior

que deu um descrédito para toda a população recolhendo material e não produzindo o PVS. Vamos primeiro fazer o trabalho e a pessoa vai pagar depois. Vai ser um compro-misso da comunidade pra que a gente possa ter esse recurso de novo para investir em outros bairros. Essa é a forma que faremos também para resgatar a credibilidade política do governo com a população: primeiro vamos fazer o serviço e depois a população vai pagar.

OA: O Roberto Freitas do bairro Sumaré per-gunta sobre as operações tapa buracos e questiona a qualidade do material utilizado.

Serginho: Somente uma empresa pode fazer esse ser-viço que tenha asfalto quente com equipamentos condi-zentes. Hoje o único que nós temos é uma máquina que produz o asfalto frio e com o nosso pessoal a gente tapa os buracos. Se tivermos sorte

de não chover, vamos ter uma durabilidade maior, mas como nosso clima é muito chuvoso, é uma coisa que está constantemente abrindo e a gente está lá fechando. Só que o custo do asfalto quente chega a ser 10 vezes maior do que o que nós produzimos. Hoje temos um contrato de asfalto quente de R$ 1 milhão, e vamos passar para R$ 2,5 milhões, no entanto, assim teremos de ter asfalto frio.

OA: A Taís Antoniasse pergunta sobre a falta de lixeiras na cidade e tam-

bém sobre os containers que saíram da avenida.

Serginho: A lixeira tem dois problemas: é tu colocar e depois estar constantemente retirando o lixo. Na avenida há muita depredação. Ainda não conseguimos recolocar as depredadas, mas onde tem colocamos o saco de lixo e recolhemos diariamente. Mas quem é que cuida das lixeiras que tu colocas nos bairros? Nós não temos um servidor para passar em todos os bairros e fazer o recolhi-mento. Se a comunidade tiver uma associação organizada,

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Prefeito reconhece que pavimentação é o grande anceio da população

Alguns Projetos Apresentados

• Projeto de Lei nº 018/2014REGULAMENTA O ESTACIONAMENTO EM ÁREAS COMERCIAIS NO MUNICÍPIO DE ALVORADA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

• Projeto de Lei nº 017/2014INSTITUI O FUNDO DE REAPARELHAMENTO E MODERN-IZAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALVORADA - FUREM.

• Projeto de Lei nº 055/2014INSTITUI O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE DA FAMÍLIA.

Audiência Públicas1 – Gestão do SUS 3º Quadrimestre/20132 – Metas Fiscais 3º Quadrimestre/20133 – Gestão do SUS 1º Quadrimestre/20144 – Metas Fiscais 1º Quadrimestre/20145 – PPCI6 – LDO7 – DETRAN8 – Gestão do SUS 2º Quadrimestre/20149 – Metas Fiscais 2º Quadrimestre/201410 - LOA

Processo Legislativo 201439 - Sessões Ordinárias05 - Sessões Extraordinárias10 - Audiências Públicas

Projetos apresentados em 201499 – Projetos do Executivo 20 – Projetos do Legislativo

RETOMADA DA OBRA DA CONSTRUÇÃO DO PRÉDIO DA CÂMARAINVESTIMENTO DE R$ 517.000,00 EM 2014;Destinação de R$1.150.000,00 para investir na obra em 2015 (Gravado no Orçamento do Próximo Ano)

Engajado na campanha “Novembro Azul”Palestra : “Câncer de Próstata – entendendo e prevenindo”. Palestrante: Dr. Miran-dolino Batista

A Câmara Municipal

de Alvorada deseja um Feliz Natal

e um Próspero Ano novo.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALVORADA 2014

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CÂMARA MUNICIPAL DE ALVORADA

Prefeito responde perguntas dos leitores d’O Alvoradense

podemos até fazer uma parceria para colocar a lixeira, mas não adianta colocar e se transformar num foco de lixo. O conteiner é um custo muito elevado, pesa muito e inclusive não é recomendado que esteja na rua porque se a tampa cair na mão de uma criança pode decepar. Nós não conseguimos nem colocar em escolas e locais públicos por-que é algo inadmissível para ser uma lixeira. Eles pesam em torno de 200kg! Não pagamos o restante do valor para a empresa. Queremos devolver para eles aquilo e queremos o dinheiro de volta.

OA: A Sabrina Bars-qui e o Itamar Camargo falam sobre a questão dos servidores. A Sabrina quer saber se os professores que passaram no último concurso público serão chamados? O Itamar per-gunta sobre as condições de trabalho dos vigias. Vai haver aquisição de uni-formes?

Serginho: Os uniformes já foram comprados e serão entregues brevemente. Em relação aos professores, a gente faz um concurso e

chamamos conforme a ne-cessidade. Só de currículo por atividade foram mais de 300 chamados durante os dois anos de governo. O concurso vale por dois anos e revalida-do por mais dois. Portanto, se há necessidade chamamos conforme a demanda.

OA: O Diogo Schwanck pergunta qual a perspec-tiva de valorização dos funcionários públicos no que tange as questões sa-lariais, de infraestrutura e condições de trabalho.

Serginho: Em relação ao salário, o funcionário público de Alvorada ganha 3% por ano de anuênio, tem reposição trimestral, portan-to está sempre atualizando seu salário. O professor, por exemplo, tem quinquênio de 5%, então, no ano passado, em maio de 2014 nós demos o reajuste de 11, 6% para os funcionários acima da inflação. Nenhum municí-pio em um ano de governo deu o que nós demos aos nossos funcionários. Já está garantida a reposição salarial dos funcionários públicos por lei. A cada trimestre tem uma reposição da inflação.

““ Nenhum município em um ano de governo deu o que nós demos aos nossos funcionários.

Com certeza todo o prefeito num primeiro mandato quer ser candidato ao segundo, né?

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Granizo destelha casas

Um temporal no dia 1º de fevereiro atingiu os bairros da zona Norte da cidade destelhando milhares de casas. No Maria Regina os estragos foram ainda maiores, com o registro de alagamentos e queda de postes na região.

‘Racha’ causa morte

Um racha entre dois veícu-los acabou com a morte de uma mulher no dia 10 de fevereiro no bairro Porto Verde, zona Sul de Alvora-da. Segundo a 1ª Delegacia de Polícia (DP), a disputa ocorria entre um estudante de direito e outro motorista, ambos de 19 anos, na rua Colibris. Gilséia Rathke Paranhos, de 26 anos, pilo-tava sua moto quando foi atingida em cheio por um dos veículos. A jovem mor-reu no Hospital de Alvorada momentos depois.

Carro desgovernado na 44

Um carro desgovernado atropelou duas mulhe-res em cima do canteiro central da avenida Presi-dente Getúlio Vargas no dia 2 de abril. Um carro forte estacionado em frente à agência da Caixa Econô-mica Federal, localizada na parada 44, teria prejudica-do a visão das pedestres e impedido que elas desvias-sem do automóvel a tempo de evitar o atropelamento. Ambas foram encami-nhadas para o Hospital de Alvorada. O motorista do carro não sofreu ferimentos graves.

Van escolar invade lojas

Uma van escolar com mais de dez crianças a bordo, su-biu a calçada e chocou-se contra dois estabelecimen-tos comerciais no dia 23 de maio. O acidente ocorreu na rua Noruega, quase esquina com a avenida Ge-túlio Vargas, na parada 46. Taxistas de um ponto no local ajudaram na retirada das crianças do interior do veículo. Ninguém ficou ferido com gravidade.

Morte em barbearia

Um homem foi morto na noite do dia 28 de maio dentro de uma barbearia localizada na rua Joveli-no de Souza. Laurentino Moreira, de 56 anos, estava sentado dentro do esta-belecimento quando um homem entrou e desferiu três tiros contra ele. As balas atingiram a cabeça da vítima, que morreu na hora.

Mortes geram comoção

Duas mortes trágicas marcaram o mês de junho. No dia 1º, o taxista Luis Antônio Oliver, de 40 anos, foi assassinado na aveni-da Piratini a facadas por uma adolescente. Apenas o celular e uma pequena quantidade de dinheiro foram levados. No dia se-guinte os colegas do taxista realizaram um protesto que bloqueou as principais ave-nidas de Alvorada. Já no dia 19, um jovem caminhava pela rua Jovelino de Souza, bairro Bela Vista, quando já próximo de sua casa um Golf em alta velocidade subiu a calçada e o atingiu pelas costas. Guilherme de Almeida Soares, de 25 anos, teve traumatismo craniano e morreu quatro dias depois. O motorista fugiu sem prestar socorro e foi identificado pela polícia dias depois. Ele vai respon-der por homicídio culposo.

Fraude no vale-alimentação

A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Fazen-da Estadual deflagrou no dia 10 de julho a operação Alvorazes. A investigação revelou que servidores municipais fantasmas da Prefeitura de Alvorada recebiam indevidamente vale alimentação por meio dos cartões Green Card. A empresa emitia o benefício em nome de servidores inativos e os direcionava a uma mulher que realizava a compra de utensilios e os revendia. O dinheiro dessas transações era dividido com outras pessoas. O esquema teria durado 20 meses, entre janeiro de 2012 e agosto de 2013, e desviado R$ 3 milhões dos cofres do mu-nicípio. Após a descoberta da fraude, uma sindicância foi aberta na Secretaria Municipal da Fazenda e procedimentos internos foram modificados.

Dia de fúria

Após “sequestrarem” um ônibus, cerca de 50 moradores do bairro Sítio dos Açudes se deslocaram para a prefeitura, tomaram o saguão de entrada do prédio e exigiram a pre-sença do prefeito no local para recebê-los no dia 11 de agosto. O ato de fúria foi em protesto pelas péssimas condições do bairro. Botas sujas de barro foram limpas nas escadarias do prédio. A Brigada Militar e guardas municipais acompanha-ram a ação, que ocorreu de forma pacífica. Ao final, o prefeito recebeu o grupo.

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Incêndio na Lebes

Um incêndio de grandes proporções atingiu, no dia 20 de janeiro, a filial das lojas Lebes na parada 46 da avenida Presidente Getúlio Vargas, bairro Bela Vista. Segundo a gerente da loja, o fogo iniciou por volta das 7h30min, quando o alarme de incêndio foi acionado remotamente. O Corpo de Bombeiros de Alvorada utilizou um veículo de Esteio para o combate às chamas, que durou pouco mais de uma hora. Não ha-via ninguém dentro da loja quando o fogo começou e ninguém ficou ferido.

Apuração tensa no Carnaval

Depois de um desfile sem erros, onde a criatividade e os cuidados com cada de-talhe imperou do início ao fim, a escola de samba Bem Vinda sagrou-se tricampeã do Grupo Especial. Os des-files ocorrem nos dias 28 e 29 de março. A apuração, contudo, foi recheada de polêmica, tensão e desen-tendimento. A Bem Vinda ficou em primeiro com 89,6 e a Deixa Falar em segundo, com 88,6. Ambas não tive-ram descontos e deixaram a avenida como as favoritas ao título. O quesito fantasia foi decisivo na vitória.

20.500

O QUE OS ALVORADENSES LERAM EM

Secretário preso

Então secretário de Servi-ços Urbanos da Prefeitura de Alvorada, Miguel Ângelo (PSB) foi preso em flagran-te no dia 22 de setembro dirigindo um carro clonado. O veículo, um Hyundai HB20 branco, tinha placas idênticas ao de outro carro de mesmo modelo e cor da cidade de Novo Hamburgo. Ângelo foi liberado depois de prestar depoimento e acabou exonerado do cargo de secretário. Em entre-vista, o político negou má fé no caso e garantiu que desconhecia a origem do veículo.

Acidente de trabalho

Um homem prendeu o braço em uma máquina de lapidar de uma metalúrgica na rua Salgada Filho, Centro de Alvorada, no dia 16 de outubro. O braço direito ficou preso na máquina e a vítima, que não teve a identidade divulgada, teve fratura exposta. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência atendeu a ocorrência e contou com o apoio do Corpo de Bombei-ros para realizar o resgate.O homem foi encaminhado para o Hospital de Alvorada consciente e em estado regular.

Assassinato em padaria

Um homem foi morto e ou-tro ficou gravemente ferido no dia 22 de junho após três atiradores abrirem fogo dentro de uma padaria no bairro Americana, na zona Norte da cidade. Os autores do crime estavam em um Pálio branco e fugiram sem levar nada do estabeleci-mento. As vítimas foram identificadas como Cláudio Colombo, que foi baleado e passou por uma cirurgia no Hospital Cristo Redentor para retirada de um projétil que se alojou no pulmão., e Ricardo Rodrigues, que morreu no local. Ricardo era proprietário da padaria, localizada na rua André Puente, e era chamado de Alemão. Ele era sobrinho de Cláudio Colombo e bastan-te conhecido na região. O caso passou a ser inves-tigado pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de Alvorada.

Temporal atinge cidade

O temporal que atingiu o Rio Grande do Sul no dia 20 de dezembro causou inú-meros estragos em várias cidades do estado e não poupou Alvorada. A cidade ficou completamente sem luz desde o início da chuva, por volta das 21h, até a madrugada deste domingo. A energia elétrica só voltou para parte da cidade por volta da 1h. Três dias de-pois, contudo, ainda havia pontos da cidade sem luz. Revoltados, moradores rea-lizaram inúmeros protestos com bloqueios de avenidas e queimas de pneus.

cidade | RETROSPECTIVA

Confira a baixo as matérias mais lidas do site do jornal O Alvoradense ao longo de 2014. Cada barra vertical indica o número de visualizações no portal de notícias a cada dia do ano.

Morte em padaria é a mais lida do siteA matéria sobre a morte de Ricardo Rodrigues, mais conhecido como Alemão, dentro de sua padaria no bairro Americana no dia 22 de novembro foi a matéria mais lida do portal de notícias ao longo do ano. Foram mais de 8 mil visualizações.

>> Quase 150 mil usuários digitaisDe janeiro a dezembro de 2014, 148.989 internautas acessaram o site do jornal O Alvoradense. Ao todo, foram mais de 160 mil visua-lizações vindas não só do Brasil. Usuários dos Estados Unidos, Índia, Espanha e Portugal também acessaram o portal de notícias.

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Granizo destelha casas

Um temporal no dia 1º de fevereiro atingiu os bairros da zona Norte da cidade destelhando milhares de casas. No Maria Regina os estragos foram ainda maiores, com o registro de alagamentos e queda de postes na região.

‘Racha’ causa morte

Um racha entre dois veícu-los acabou com a morte de uma mulher no dia 10 de fevereiro no bairro Porto Verde, zona Sul de Alvora-da. Segundo a 1ª Delegacia de Polícia (DP), a disputa ocorria entre um estudante de direito e outro motorista, ambos de 19 anos, na rua Colibris. Gilséia Rathke Paranhos, de 26 anos, pilo-tava sua moto quando foi atingida em cheio por um dos veículos. A jovem mor-reu no Hospital de Alvorada momentos depois.

Carro desgovernado na 44

Um carro desgovernado atropelou duas mulhe-res em cima do canteiro central da avenida Presi-dente Getúlio Vargas no dia 2 de abril. Um carro forte estacionado em frente à agência da Caixa Econô-mica Federal, localizada na parada 44, teria prejudica-do a visão das pedestres e impedido que elas desvias-sem do automóvel a tempo de evitar o atropelamento. Ambas foram encami-nhadas para o Hospital de Alvorada. O motorista do carro não sofreu ferimentos graves.

Van escolar invade lojas

Uma van escolar com mais de dez crianças a bordo, su-biu a calçada e chocou-se contra dois estabelecimen-tos comerciais no dia 23 de maio. O acidente ocorreu na rua Noruega, quase esquina com a avenida Ge-túlio Vargas, na parada 46. Taxistas de um ponto no local ajudaram na retirada das crianças do interior do veículo. Ninguém ficou ferido com gravidade.

Morte em barbearia

Um homem foi morto na noite do dia 28 de maio dentro de uma barbearia localizada na rua Joveli-no de Souza. Laurentino Moreira, de 56 anos, estava sentado dentro do esta-belecimento quando um homem entrou e desferiu três tiros contra ele. As balas atingiram a cabeça da vítima, que morreu na hora.

Mortes geram comoção

Duas mortes trágicas marcaram o mês de junho. No dia 1º, o taxista Luis Antônio Oliver, de 40 anos, foi assassinado na aveni-da Piratini a facadas por uma adolescente. Apenas o celular e uma pequena quantidade de dinheiro foram levados. No dia se-guinte os colegas do taxista realizaram um protesto que bloqueou as principais ave-nidas de Alvorada. Já no dia 19, um jovem caminhava pela rua Jovelino de Souza, bairro Bela Vista, quando já próximo de sua casa um Golf em alta velocidade subiu a calçada e o atingiu pelas costas. Guilherme de Almeida Soares, de 25 anos, teve traumatismo craniano e morreu quatro dias depois. O motorista fugiu sem prestar socorro e foi identificado pela polícia dias depois. Ele vai respon-der por homicídio culposo.

Fraude no vale-alimentação

A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Fazen-da Estadual deflagrou no dia 10 de julho a operação Alvorazes. A investigação revelou que servidores municipais fantasmas da Prefeitura de Alvorada recebiam indevidamente vale alimentação por meio dos cartões Green Card. A empresa emitia o benefício em nome de servidores inativos e os direcionava a uma mulher que realizava a compra de utensilios e os revendia. O dinheiro dessas transações era dividido com outras pessoas. O esquema teria durado 20 meses, entre janeiro de 2012 e agosto de 2013, e desviado R$ 3 milhões dos cofres do mu-nicípio. Após a descoberta da fraude, uma sindicância foi aberta na Secretaria Municipal da Fazenda e procedimentos internos foram modificados.

Dia de fúria

Após “sequestrarem” um ônibus, cerca de 50 moradores do bairro Sítio dos Açudes se deslocaram para a prefeitura, tomaram o saguão de entrada do prédio e exigiram a pre-sença do prefeito no local para recebê-los no dia 11 de agosto. O ato de fúria foi em protesto pelas péssimas condições do bairro. Botas sujas de barro foram limpas nas escadarias do prédio. A Brigada Militar e guardas municipais acompanha-ram a ação, que ocorreu de forma pacífica. Ao final, o prefeito recebeu o grupo.

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Incêndio na Lebes

Um incêndio de grandes proporções atingiu, no dia 20 de janeiro, a filial das lojas Lebes na parada 46 da avenida Presidente Getúlio Vargas, bairro Bela Vista. Segundo a gerente da loja, o fogo iniciou por volta das 7h30min, quando o alarme de incêndio foi acionado remotamente. O Corpo de Bombeiros de Alvorada utilizou um veículo de Esteio para o combate às chamas, que durou pouco mais de uma hora. Não ha-via ninguém dentro da loja quando o fogo começou e ninguém ficou ferido.

Apuração tensa no Carnaval

Depois de um desfile sem erros, onde a criatividade e os cuidados com cada de-talhe imperou do início ao fim, a escola de samba Bem Vinda sagrou-se tricampeã do Grupo Especial. Os des-files ocorrem nos dias 28 e 29 de março. A apuração, contudo, foi recheada de polêmica, tensão e desen-tendimento. A Bem Vinda ficou em primeiro com 89,6 e a Deixa Falar em segundo, com 88,6. Ambas não tive-ram descontos e deixaram a avenida como as favoritas ao título. O quesito fantasia foi decisivo na vitória.

20.500

O QUE OS ALVORADENSES LERAM EM

Secretário preso

Então secretário de Servi-ços Urbanos da Prefeitura de Alvorada, Miguel Ângelo (PSB) foi preso em flagran-te no dia 22 de setembro dirigindo um carro clonado. O veículo, um Hyundai HB20 branco, tinha placas idênticas ao de outro carro de mesmo modelo e cor da cidade de Novo Hamburgo. Ângelo foi liberado depois de prestar depoimento e acabou exonerado do cargo de secretário. Em entre-vista, o político negou má fé no caso e garantiu que desconhecia a origem do veículo.

Acidente de trabalho

Um homem prendeu o braço em uma máquina de lapidar de uma metalúrgica na rua Salgada Filho, Centro de Alvorada, no dia 16 de outubro. O braço direito ficou preso na máquina e a vítima, que não teve a identidade divulgada, teve fratura exposta. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência atendeu a ocorrência e contou com o apoio do Corpo de Bombei-ros para realizar o resgate.O homem foi encaminhado para o Hospital de Alvorada consciente e em estado regular.

Assassinato em padaria

Um homem foi morto e ou-tro ficou gravemente ferido no dia 22 de junho após três atiradores abrirem fogo dentro de uma padaria no bairro Americana, na zona Norte da cidade. Os autores do crime estavam em um Pálio branco e fugiram sem levar nada do estabeleci-mento. As vítimas foram identificadas como Cláudio Colombo, que foi baleado e passou por uma cirurgia no Hospital Cristo Redentor para retirada de um projétil que se alojou no pulmão., e Ricardo Rodrigues, que morreu no local. Ricardo era proprietário da padaria, localizada na rua André Puente, e era chamado de Alemão. Ele era sobrinho de Cláudio Colombo e bastan-te conhecido na região. O caso passou a ser inves-tigado pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de Alvorada.

Temporal atinge cidade

O temporal que atingiu o Rio Grande do Sul no dia 20 de dezembro causou inú-meros estragos em várias cidades do estado e não poupou Alvorada. A cidade ficou completamente sem luz desde o início da chuva, por volta das 21h, até a madrugada deste domingo. A energia elétrica só voltou para parte da cidade por volta da 1h. Três dias de-pois, contudo, ainda havia pontos da cidade sem luz. Revoltados, moradores rea-lizaram inúmeros protestos com bloqueios de avenidas e queimas de pneus.

cidade | RETROSPECTIVA

Confira a baixo as matérias mais lidas do site do jornal O Alvoradense ao longo de 2014. Cada barra vertical indica o número de visualizações no portal de notícias a cada dia do ano.

Morte em padaria é a mais lida do siteA matéria sobre a morte de Ricardo Rodrigues, mais conhecido como Alemão, dentro de sua padaria no bairro Americana no dia 22 de novembro foi a matéria mais lida do portal de notícias ao longo do ano. Foram mais de 8 mil visualizações.

>> Quase 150 mil usuários digitaisDe janeiro a dezembro de 2014, 148.989 internautas acessaram o site do jornal O Alvoradense. Ao todo, foram mais de 160 mil visua-lizações vindas não só do Brasil. Usuários dos Estados Unidos, Índia, Espanha e Portugal também acessaram o portal de notícias.

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Page 6: O Alvoradense #46 | 20 e 21 de Dezembro

Sobre o Sarau Natalino

U m pinheiro feito com livros ilumina-do com pequenas luzes coloridas em led, próprias desses tempos de novas tecnologias, enfeitava o hall da Bi-blioteca Pública Municipal, dando o

tom do evento. Entre os exemplares empilhados pude perceber, em seguida, cartões vermelhos com letras de músicas e poesias disponíveis a quem quisesse interagir.

Naquele momento eu acompanhava um grupo de professores e alunos do SEJA da Escola Muni-cipal Alfredo José Justo. Era 12 de dezembro de 2014. Uma atividade pedagógica a ser cumprida, foi o que pensei. E me enganei, felizmente.

Aos poucos fui me deixando levar pelo dina-mismo espontâneo com o qual o Sarau se desen-volvia. Em certo momento peguei-me cantando com os presentes. Encantavam-me as poesias de Vinícius de Morais e Mário Quintana. A qua-lidade das músicas como as de Renato Russo, por exemplo. Vibrava com o que ouvia e via. Foi cativante.

O músico Maninho Mello conduzia o Sarau com muita habilidade e entusiasmo, incenti-vando os participantes. Sua voz e violão traziam harmonia ao ambiente e à maravilhosa proposta para um encontro natalino diferenciado.

Mas não era só isso não. De repente, um saxofone nos brinda com trilhas como Smile, My Way e Fascinação.

Olhando para aquele público empolgado extremamente sensibilizado pelo que acontecia, imaginei-o ávido por outras celebrações culturais que tivessem o mesmo nível. Certamente valeria a pena investir nessa direção, pensei convicto. Ainda mais em se tratando de um espaço público aberto e acolhedor como uma biblioteca.

A nossa cidade estava necessitando desse olhar para a arte, finalmente. Um olhar que dissemine uma estética pautada pelo bom gosto e que nos enche de orgulho.

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culturaSábado e Domingo

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Festa reúne muçulmanos e brasileiros em AlvoradaMAGAL TOUBA. Evento reuniu senegaleses para comemorar data religiosa na cidade

U m encontro com a fé, humildade e solidariedade. Assim pode ser

definido o Magal Touba, festa religiosa do povo do Senegal que movimentou o bairro Bela Vista desde as primeiras horas da manhã de quinta-feira, dia 11. Ali, mais de 150 senegaleses celebra-ram o 18 de Safar, data que marca o retorno do exílio de seu líder espiritual Ahmadou Bamba ao Gabão.

Ao longo do dia os convidados dividiram seu tempo entre rezar, cantar e agradecer em suas línguas natais – francês e wolof – em português e em árabe, língua do Alcorão. O grupo ofereceu aos visitantes um grande churrasco, com saladas diversificadas, frutas, sucos

e refrigerantes (já que eles não tomam bebida alcooli-ca). Uma festa que mostra a integração entre senegaleses e gaúchos.

A movimentação come-çou cedo quinta-feira na casa da comerciante Fátima Lima, na avenida Frederico Dihl. Desde as primeiras horas da manhã um grupo de amigos da dona da casa improvisou uma espécie de mesquita para que pudessem celebrar a passagem do Magal Touba. Fátima conheceu os sene-galeses há meses no Parque das Águas em Viamão. “Eles trabalhavam na cozinha e como salva vidas nas piscinas. Aos poucos fomos ficando amigos. Atualmente, não passo um domingo sem eles, às vezes levo um deles para praia”, conta.

JON

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Cem senegaleses vivem em AlvoradaMohamed Samb (foto), um dos poucos do grupo que fala e entende português, conta que somente em Alvorada moram mais de cem senegaleses. A maioria trabalha como ambulan-te, em empresas e madeireiras, e no caminhão de lixo.

Longe da família, solidão e saudade machucamA ajuda oferecida por

Fátima ao grupo não se restringe à organização da festa. “Ela é muito boa para nós. Fazemos muita oração agradecendo a ela. É nossa mãe, nossa Mama África”, diz Mohamed. A comercian-te conta que quando passou a visitar os novos amigos encontrou alguns em situa-ção difícil. “Eles não tinham roupas, passavam frio. Fi-zemos uma campanha para arrecadar colchões, roupas, cobertores”, relembra. Os senegaleses se comunicam

com a família através da In-terrnet, mas sentem muita falta de seus parentes. “Eles contam que choram de sau-dade à noite”, relata a amiga alvoradense. A comerciante tem três filhas que chamam os senegaleses de irmãos. Uma delas, Fernanda, na-mora há duas semanas um jovem que mora em Caxias do Sul.

Mohamed Samb é dono de uma loja em Porto Ale-gre e diz que conhece muito pouco da noite portoale-grense. Seus momentos de

lazer são divididos com os compatriotas e se restrin-gem a almoços, jantares, passeios a parques e praças, além das visitas à casa de Fátima em Alvorada. “As brasileiras não gostam de nós muçulmanos. Quase nenhum tem namorada”, conta Mohamed que tem o reforço de Omar Diongue, 23 anos, na queixa. Ele diz que as pessoas generalizam e definem todo muçulmano como terrorista. “Somos pacíficos: não fumamos, não bebemos e não usamos

drogas. Nos reunimos para conversar, brincar”, rebate.

Omar conta que em 2013 passou sozinho o Magal Touba e estava muito feliz em dividir com mais de cem senegaleses a festa na casa da amiga brasileira. “Cada um deu o que podia. Alguns cem, outros cinquenta, outros dez, outros nada. Compra-mos uma vaca, tem galinha, churrasco, doces. Tá muito bom, não tenho palavras para dizer o quanto estou feliz.”

[email protected]

JONA

THAS

COS

TAJO

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AS C

OSTA

Festa teve churrasco para gaúcho algum colocar defeito

Comerciante do bairro Bela Vista cedeu espaço para grupo se reunir e, entre orações, cânticos e muita comida, comemorar o Magal Touba

Page 7: O Alvoradense #46 | 20 e 21 de Dezembro

Sobre o país

O Senegal fica na África Ocidental e faz fronteira com a Mauritânia, Mali, Guiné e a Guiné-Bissau. Antiga colônia francesa, o país abriga atualmente 13 milhões de pessoas e possui um dos 30 piores Índices de Desenvolvi-mento Humano (IDH) do mundo, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A língua oficial do país é o francês e a capital é Dakar.

Quem é Ahmadou Bamba

Árabe, nasceu em Mba-cké, vila fundada por seu bisavô Muhammad al-Khayr. Mesmo sendo um poderoso chefe da tribo Wolof Lat Dior e um membro do clã rico Mbacké, logo desistiu de sua linhagem nobre e escolheu um caminho de devoção religiosa. Após a morte de seu pai em 1883, Ahmadou Bamba revelou sua personalida-de mística e dedicou-se inteiramente a uma vida santa e orientados sobre a imitação do Profeta. No mesmo ano criou a irmandade Mouride e em 1887 fundou a cidade de Touba, onde as multidões se reuniam para ouví-lo. No final do século 19, as autoridades coloniais francesas começaram a se preocupar com o crescente poder da irmandade Mouride e seu potencial para resistir ao colonialismo francês. Com medo de seu poder, os franceses mandaram Bamba para o exílio no Gabão (1895-1902) e, pos-

teriormente, Mauritânia (1903-1907). No entan-to, o exílio de Bamba alimentou lendas sobre sua capacidade milagrosa para sobreviver tortura, privação, e tentativa de execuções, e milhares mais se reuniram para a sua organização. Em 1910, os franceses perceberam que Bamba não estava em guerra contra eles.A doutrina Mouride de trabalho duro servia aos interesses econômicos dos franceses. Após a Primeira Guerra Mundial a fraternidade foi au-torizada a crescer e em 1926 Bamba começou a trabalhar na grande mes-quita de Touba onde seria enterrado em 1927. Mui-tos Mourides consideram a cidade de Touba tão ou mais importante do que a Meca. Os peregrinos vão regularmente a Touba durante todo o ano, mas o pico é uma peregrina-ção em massa chamado Grand Magal, que celebra o retorno de Bamba do exílio.

6Sábado e Domingo20 e 21 de dezembro de 2014www.oalvoradense.com.br

Alvorada 50 anos.

Em 2015 teremos muito para comemorar

Acompanhe as atividades e agende-se: www.alvorada.rs.gov.br

Parabéns alvoradense, em 2015 vamos

comemorar o cinquentenário da cidade

que tanto nos acolhe e que agora cresce

no rumo do desenvolvimento.

O futuro de Alvorada está nas mãos de todos nós.

Vamos juntos construir uma nova Alvorada.

50 anos de idade,retomando o crescimento.

Alvoradaanos

NOSSA RIQUEZAÉ O TRABALHO

PREFEITURA MUNICIPAL DE

A L V O R A D ARio Grande do Sul – Brasil

‘Brasil tem trabalho e saúde de graça’Há pouco mais de um

ano o processo migratório, formado principalmente por senegaleses e africanos vem ocorrendo no Rio Grande do Sul, onde cidades como Caxias do Sul, Bento Gon-çalves, Lajeado, Encantado e Passado Fundo a cada ano recebem centenas desses estrangeiros negros.

Eles optam por residirem no interior, uma vez que

na Capital o custo de vida é mais alto. “Aqui no Brasil é fácil conseguir emprego. Eles dizem que as pessoas daqui não querem trabalhar”, conta Mohamed. Ele também elogia o fato do Brasil oferecer atendimento gratuito na área da saúde, algo que não ocorre no seu país. “O governo de lá é ruim, eles não ajudam o povo, só pensam neles. E olha que o Senegal é rico, tem ouro, mas

eles só querem para eles. Não oferecem saúde de graça para o povo. Se não pagar não se trata”, reclama.

Mohamed diz que a maio-ria dos senegaleses que estão no Rio Grande do Sul tem visto de trabalho, mas alguns ainda entram clandestina-mente no Brasil pela frontei-ra com o Acre. “Também tem casos daqueles que não se adaptam e acabam voltando para o Senegal”, acrescenta Omar Diongue.

Eles contam que Caxias do Sul é a cidade gaúcha onde existe o maior con-tingente de senegaleses, número suficiente para comemorar o Magal Touba em um ginásio esportivo. Entretanto, para eles, a festa realizada nas dependências da casa de Fátima Lima foi tão grande quanto a de Caxias. “Agora, somos uma grande família”, decreta a alvoradense carinhosamente chamada de Mama África.

JONA

THAS

COS

TA

Grupo que festejou em Alvorada tem visto de emprego para atuar no país

Para entender a históriaImigração se intensificou no RSOs senegaleses começaram a se concentrar nos últimos três anos em Caxias do Sul. No Estado, contudo, a imigração intensificou-se há cerca de seis anos, especialmente em Passo Fundo. A maioria vêm em busca de emprego e grande parte chega ao país sem visto.

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Page 8: O Alvoradense #46 | 20 e 21 de Dezembro

C onhecido como uma das pessoas mais atuantes dentro da comunidade de

Alvorada, José Dantas, 71 anos, é também uma voz ativa na defesa dos direitos dos idosos. Com importante atuação em diversos conse-lhos e órgãos, Seu Dantas, como é conhecido, tem como objetivo de vida a luta por políticas públicas que contribuem para o melhor desenvolvimento da cidade. Hoje é aposentado, mas no passado já teve passagem pelas principais redes hote-leiras do Estado, onde atuou como Barman. Da experi-ência na noite aprendeu o quanto é importante a inte-gração entre família e poder público. Também atuou por anos como líder comunitá-rio, experiência que o fez crer na união de forças como garantia de bons resultados.

Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, Seu Dantas cedo começou a trabalhar. Além de Barman, também foi Maitre. Nos anos de 1960 passou pelo Hotel Nacional, em Belo Horizon-te, e na década seguinte em hotéis e bares do Rio de Ja-neiro. Em 1992 veio para o Rio Grande do Sul trabalhar na Festa da Uva, em Caxias do Sul, e nunca mais abando-nou o Estado.

A chegada a Alvorada aconteceu em 1987, quando se estabeleceu no bairro Umbu. Na época, exercia sua atividade profissional em Gravataí como gerente de um café. Foi nesta época

8Sábado e Domingo

20 e 21 de dezembro de 2014www.oalvoradense.com.br

gente nossa

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8497-5631

•• José Dantas

Ativismo social não tem idadeJosélia Sales

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“Se lutássemos juntos, os resultados

viriam mais rápido.

JONA

THAS

COS

TA

Seu Dantas tem 71 anos e desde 1987 é uma das pessoas mais atuantes do município na luta pelos direitos da população carente

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que o trabalho como líder comunitário iniciou. “Con-vivi com muitos políticos e aprendi o quanto é impor-tante a relação família e poder público”, avalia. Em 2004, iniciou uma parti-cipação mais ativa junto à comunidade do bairro. “Na época, havia muita confusão envolvendo questões de habitação. As pessoas me procuravam muito pedindo orientação. Ali tinha uma ONG chamada 12 de Ju-lho”, relembra. Seu trabalho no bairro foi crescente e atualmente José Dantas está no terceiro mandado como presidente da Associa-ção Comunitária Filantrópi-ca do Bairro Umbu.

Viúvo há 12 anos, Seu

Dantas tem quatro filhos, são dois casais, e, além de sua atuação no bairro, é membro titular do Conselho do Plano de Diretrizes Ur-banas de Alvorada, conse-lheiro Municipal da Saúde, membro titular do Comde-ma e Delegado Regional do Orçamento Participativo.

Ainda não é tudo. Como presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar, participou ativamente na conquista de importantes projetos como a Patrulha Agrícola Mecanizada, que encontra-se em processo de tramita-ção junto à administração pública.Também já recebeu da secretaria estadual de Justiça e Direitos Humanos

menção honrosa em razão de seus relevantes trabalhos voltados ao interesse da di-minuição das desigualdades em Alvorada.

Seu Dantas não para nunca. Todas as terças acompanha as sessões da Câmara de Vereadores, sabe de antemão quais proje-tos que serão voltados e o interesse dos mesmos para os alvoradenses.

Incansável, participativo, ativo e feliz, José Dantas só tem uma queixa: a falta de união entre as entidades. “Se lutássemos juntos os resultados viriam mais rápido”, resume.

Sem frases prontas ou discurso rebusca-

do, o ‘bom velhinho’ cita o filósofo Cícero ao falar sobre o idoso. “Da mesma forma que gosto de sentir um toque de maturidade num jovem, gosto do idoso que conserva algo do aroma da juventude. Aquele que se esforça por misturar assim a juventude e a maturidade pode tornar-se velho pelo corpo, mas seu espírito permanecerá jovem.” José Dantas é isso: luta, briga e endurece, mas não perde a ternura.