o Barroco No Brasil
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
ALUNOS: Alisson Santos de Souza
Alyson Aleff Dantas Alves
PROFESSORA: Germana
CURSO: Manutenção e Suporte em Informática
TURNO: Tarde
TURMA: 1º C
O BARROCO NO BRASIL
Campina Grande
Outubro de 2010
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O BARROCO NO BRASIL
O Barroco foi desenvolvido no século XVII. Nesse período, o
terror provocado pela inquisição tentava limitar pensamentos e
manifestações culturais e impor a austeridade.
A inquisição que se estabelecera na Espanha a partir de 1480 e em Portugal
a partir de 1536, ameaçava cada vez mais a liberdade de pensamento. É nesse
contexto que se desenvolve o movimento artístico chamado Barroco, que se
estende do século XVII até meados do século XVIII, aproximadamente. No Barrocohá uma exaltação dos sentimentos, a religiosidade é expressa de forma dramática,
intensa, procurando envolver emocionalmente as pessoas. De modo que no
Barroco, a imagem do Cristo sofredor é muito mais freqüente do que a imagem do
Cristo vitorioso. Representa-se mais a dimensão humana de Cristo, as marcas de
seu sofrimento como homem, do que sua vitória sobre a morte, como filho de Deus.
Essa imagem do sofrimento físico causa um impacto muito forte e envolve
emocionalmente as pessoas e esse é um dos objetivos do artista barroco.
O tema central do Barroco encontra-se na antítese entre vida e morte. Daí
decorre o sentimento da brevidade da vida, da angústia da passagem do tempo, que
tudo destrói. Diante disso, o homem barroco oscila entre a renúncia e o gozo dos
prazeres da vida. Quando pensa no julgamento de Deus, foge dos prazeres e
procura apoio na fé. Quando a fé é insuficiente, a atração dos prazeres o envolve e
cresce o desejo de desfrutar a vida.
A linguagem barroca
Para falar das contradições do mundo exterior e do mundo interior, o escritor
barroco usa e abusa do jogo de palavras, das antíteses, das hipérboles, das frases
tortuosas, dos paradoxos. Utiliza palavras raras, inspira-se no latim para criar novos
termos, explora a riqueza das imagens. Essa linguagem preciosa e rebuscada do
Barroco, que abusa das metáforas, das antíteses e dos paradoxos, recebe o nome
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de cultismo. Quando o rebuscamento se dá na expressão do raciocínio, com a
exploração do raciocínio, com a exploração do jogo de ideias e sutilezas de
argumentação, recebe o nome de conceptismo.
O Barroco no Brasil
Nos séculos XVII e XVIII, ainda não havia no Brasil condições para o
desenvolvimento de uma atividade literária propriamente dita. Nosso imenso
território era, na maior parte, despovoado. A vida social brasileira girava em torno de
alguns pequenos núcleos urbanos e a vida cultural praticamente não existia. As
pessoas letradas que viviam nas mesmas cidades reuniam-se para conversar e
mostrar, uns aos outros, os textos que eventualmente tivessem escrito (poesias,
artigos, ensaios etc.). Só no século XIX começou a formar-se um público leitor que
possibilitou a continuidade da produção literária.
Em vista da precariedade cultural da sociedade brasileira, seria exagero falar
em movimento barroco no Brasil. O que temos, na verdade, são alguns escritores
que, bebendo em fontes estrangeiras, produzem aqui textos com características
barrocas. Desses escritores merecem destaque Gregório de Matos, por suas
poesias, e o padre Antônio Vieira, por seus sermões. Além deles, temos BentoTeixeira (1561?-1600), autor do poema P rosopopéia, de 1601, que costuma ser
considerado o marco inicial do Barroco brasileiro, e Manuel Botelho de Oliveira
(1636-1711), autor do livro música do P arnaso. Abaixo, foram mostrados os
principais autores dessa época: Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira.
Gregório de Matos
Gregório de Matos (1636-1696) é o maior nome da poesia barroca brasileira.
Não teve nenhum livro publicado em vida. Depois de sua morte, os manuscritos
encontrados foram sendo publicados em diferentes coletâneas, sem nenhum rigor
crítico. O que chamamos de obra poética de Gregório de Matos é, na verdade, fruto
de pesquisas nessas coletâneas, o que ainda deixa dúvidas sobre a autenticidade
de muitos textos que lhe são atribuídos.
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Suas poesias amorosas e religiosas, que revelam influência dos barrocos
espanhóis, despertaram inicialmente a atenção da crítica, mas hoje sua produção
satírica, escrita em linguagem debochada e plena de termos de baixo calão,
também vem sendo valorizada por representar um documento do ponto de vistasociológico e lingüístico. Por suas críticas ferinas à sociedade baiana, Gregório de
Matos recebeu o apelido de ³Boca do Inferno´.
Padre Antônio Vieira
Antônio Vieira (1608-1697) escreveu muitos sermões, dentre os quais se
destacam: S ermão da sexagésima, em que discorre sobre a arte de pregar; S ermão
de S anto Antônio aos peixes, em que trata da escravidão indígena; S ermão do
mandato¸ em que fala do amor místico de Cristo; S ermão pelo bom sucesso das
armas de P ortugal contra as de Holanda, que proferiu por ocasião do cerco dos
Holandeses à cidade da Bahia.
Deixou ainda uma grande quantidade de cartas, que são documentos
importantes para o estudo da época em que viveu, e as obras História do futuro e
Esperanças de P ortugal , de cunho sebastianista, publicadas postumamente.
A obra barroca
Como foi dito acima, a obra barroca estava sempre envolvendo religiosidade,
divindade, perdão, e a imagem de Cristo era muito presente, revelando-o sempre
como o sofredor para envolver emocionalmente as pessoas. Abaixo, segue um
poema barroco escrito por Gregório de Matos, que envolve suas características,
como o enaltecimento exagerado da imagem de Cristo, a demonstração do mesmo
como sofredor, como forma de envolvimento sentimental, a presença da imagem do
homem sempre se humilhando a Cristo, o uso de palavras exageradas, o uso do
cultismo, e outras. Enfim, é perceptível que no poema existem, pelo menos, as
principais características do Barroco, e pode nos exemplificar muito bem como eram
as obras literárias nesse período.
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Buscando a Cristo
A vós correndo vou, braços sagrados,Nessa cruz sacrosanta1 descobertos,Que para receber-me estais abertos,E, por não castigar-me, estais cravados2.
A vós, divinos olhos, eclipsados3 De tanto sangue e lágrimas cobertos,Pois, para perdoar-me, estais despertos,E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por 4 não deixar-me, A vós, sangue vertido5, para ungir-me6, A vós, cabeça baixa, para chamar-me.
A vós, lado patente7, quero unir-me, A vós, cravos8 preciosos, quero atar-me,Para ficar unido, atado e firme.
MATOS, Gregório de. In P oesia Barroca.São Paulo: Melhoramentos.
Análise da obra
No poema, Gregório de Matos traz algumas características do barroco, nele
percebe-se a presença de palavras de origem latina, palavras enaltecedoras,
extravagantes, e a presença da religiosidade como parte do tema do poema. Na
atualidade, estas características foram abolidas, pois não são de relevância, até
porque a sociedade não se volta mais à religiosidade como algo primordial, assim,
não é preciso o uso de palavras extravagantes e enaltecedoras, de modo geral, as
características do barroco são eliminadas e vêm as características atuais, como
linguagem, estilos, etc.
1 Sagrada e santa2 Pregados3 Encobertos4 Para5 Derramado6 Abençoar-me7 Acessível, claro, aberto8 Pregos usados na crucificação