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O e O e A os poucos, o esporte ao redor do mundo começa a retornar às ativi- dades. Mas com a presença constante do Covid-19 e o risco de novas ondas de contaminação, os eventos em sede única aparecem como so- lução, um modo de evitar viagens e estabelecer um protocolo único nos eventos. Na última semana, a Uefa foi a mais recente gigante entre as entidades esporti- vas a anunciar a adoção da medida para que competições possam ser finalizadas. A Liga dos Campeões terá as fases de quartas de final, semifinal e final disputadas em jogos únicos. Todas as partidas serão realizadas em Lisboa, durante o mês de agosto. Dois estádios serão utilizados: a Luz, palco do Benfica (foto) e onde acon- tecerá a final do torneio, e o José Alvalade, casa do Sporting. O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR REDAÇÃO 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1524 - TERÇA-FEIRA, 23 / JUNHO / 2020 Camisas oficiais vendeu o Ceará neste ano, com a marca própria do clube; em 2019, o time vendeu menos de três mil unidades 57 mil Sede única vira saída do esporte na pandemia O FE R E C I M E N T O

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O eO e

Aos poucos, o esporte ao redor do mundo começa a retornar às ativi-dades. Mas com a presença constante do Covid-19 e o risco de novas ondas de contaminação, os eventos em sede única aparecem como so-

lução, um modo de evitar viagens e estabelecer um protocolo único nos eventos.Na última semana, a Uefa foi a mais recente gigante entre as entidades esporti-

vas a anunciar a adoção da medida para que competições possam ser finalizadas. A Liga dos Campeões terá as fases de quartas de final, semifinal e final disputadas em jogos únicos. Todas as partidas serão realizadas em Lisboa, durante o mês de agosto. Dois estádios serão utilizados: a Luz, palco do Benfica (foto) e onde acon-tecerá a final do torneio, e o José Alvalade, casa do Sporting.

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR REDAÇÃO

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1524 - TERÇA-FEIRA, 23 / JUNHO / 2020

Camisas oficiais vendeu o Ceará neste ano, com a marca própria do clube; em 2019, o time vendeu menos de três mil unidades57mil

Sede única vira saída do esporte na pandemia

O

F E R E C I M E NT

O

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A Liga Europa tomará um caminho parecido, com o mesmo formato de compe-tição, em partidas únicas a partir das quartas de final. Os jogos, no entanto, não estarão concentrados em uma cidade, mas em um país. A Alemanha será palco do torneio, com eventos em Duisburg, Colônia, Düsseldorf e Gelsenkirchen.

Até no Brasil o formato em sede única será adotado. Também na última semana, a Liga do Nordeste e os clubes decidiram adotar a medida por receio à condição do Covid-19 na região. Agora, caberá à CBF determinar as melhores datas e a ci-dade para receber os jogos. Fortaleza, Salvador e Recife concorrem à vaga.

No futebol, a decisão por uma sede única já havia sido tomada pela MLS, a liga dos Estados Unidos. As partidas da competição serão todas realizadas no ESPN Wide World of Sports Complex, local dentro da Disney, na Florida.

O complexo da ESPN foi escolhido ainda pela NBA, que também concentrará todos os jogos da fase eliminatória do torneio de basquete no local. As duas ligas poderão concentrar seus atletas nos restaurantes, hotéis e campos do centro de treinamento da Disney, a fim de amenizar a possibilidade de novas contaminações.

Mas até mesmo esportes que não são coletivos e que a possibilidade de sede única parece mais remota têm usado essa possibilidade. O tênis, por exemplo, concentrará os torneios masculinos e femininos de Cincinnati e do US Open no complexo do Grand Slam, em Nova York. No automobilismo também tem sido pla-nejado corridas no mesmo local. Spielberg, na Áustria, e Silverstone, na Inglaterra, terão duas etapas seguidas da Fórmula 1. A mesma medida tem sido discutida para a prova em Xangai, no Grande Prêmio da China.

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C O M A R T H U R Z A N E T T I , S E S C I N I C I A S É R I E D E L I V E S

O Sesc São Paulo deu início, neste domingo (21), a uma série de performances esportivas na internet com atletas, ex-atletas e profissionais do esporte, que contará com a participação também de educadores físicos de suas unidades. Batizada de #EmCasaComSesc, a série de lives acontecerá todos os domingos, às 11h, com transmissão ao vivo pelos canais do YouTube Sesc São Paulo e o Insta-gram Sesc Ao Vivo. O acesso é gratuito, sem necessidade de cadastro, e o conteúdo fica aberto ao público.

J A PÃ O R E T I R A C A N D I D AT U R A À

C O PA D O M U N D O

A três dias do anúncio da Fifa, o Japão resolveu retirar a candidatura para a realização da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Em comunica-do, a federação do país chegou a citar a crise do Covid-19, mas não detalhou os motivos para a decisão.

Na última semana, o Brasil já havia tomado o mesmo caminho, mas por não conseguir garantias financeiras por parte do Governo Federal.

Agora, a sede da Copa será decidida entre a Colômbia e a candidatura em conjunto de Austrália e Nova Zelân-dia. Os países da Oceania foram bem avaliados recentemente e são os favori-tos para receber o evento.

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O P I N I Ã O

Brasil parece ter desistido de união

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Uma sede única para tocar torneios em tempos de Covid-19. Sem a presença do público, essa é uma maneira que diversas entidades esportivas têm pensado, com o intuito de diminuir os riscos para a

saúde dos profissionais e cortar custos desnecessários na crise. Uma solução que poderia, sim, ser pensada para o Brasil, mas que não será discutida.

E não é o entendimento de que o tema não tenha relevância no país. O assunto não será debatido simplesmente porque, ao menos no futebol, é to-talmente inexistente a vontade de união entre as entidades esportivas. É ver-gonhoso como os dirigentes dão passos para trás em todas as oportunidades que surgem, mesmo que claramente isso represente perdas em longo prazo.

A última semana ficou bem marcada por isso. A Medida Provisória do Go-verno Federal dá ainda mais liberdade para os clubes negociarem de forma individual. O que, na prática, é uma tragédia para as equipes menores. E, diferentemente do que foi dito, dá ain-da mais poder para as grandes emis-soras, que passam a ter a liberdade de investir os seus milhões apenas naque-les que rendem as maiores audiências.

Ainda assim, a medida foi aplaudi-da por dirigentes de gigantes e de na-nicos das principais divisões do futebol

brasileiro. Afinal, a grande maioria prefere se gabar das próprias soluções a ter um produto mais sustentável e alinhado com as melhores práticas do futebol internacional. O esporte no Brasil é incapaz de enxergar o todo.

Não são poucos os exemplos. Também na última semana, os cariocas fo-ram incapazes de sentar na mesa para discutir com o mínimo de dignidade o retorno do torneio, que terminou com jogos adiados no fim de semana. Bo-tafogo e Fluminense chegaram a ser ofendidos pelo presidente da federação pelo simples fato de quererem mais tempo, algo bastante razoável.

Enquanto o mundo civilizado do esporte se organiza em conjunto, no fute-bol brasileiro os dirigentes agem como torcedores de várzea. No próprio Brasil, o basquete mostra constantemente a força que é possível ter quando existe a união das equipes. Mas, nos gramados, impera a arrogância dos dirigentes que sempre acham que suas instituições são muito maiores do que realmente são. E, assim, perde-se a oportunidade de crescer e prosperar.

Clubes passam longe de discutir sede

única porque diálogo é cada vez mais

raro no futebol brasileiro

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

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ESPN foca digital, integra aplicativos e descon-ESPN foca digital, integra aplicativos e descon-tinuará WatchESPNtinuará WatchESPN

Red Bull e Bragantino unem

mascotes

A Bundesliga anunciou na se-gunda-feira (22) a venda dos di-reitos de televisão pelos próximos quatro anos. Por 4,4 bilhões de euros, a Sky e a DAZN dividirão a transmissão do torneio na Ale-manha até a temporada 2024/2025.

O valor é inferior ao último ci-clo. Antes, também com a presença da Sky, a liga alemã havia acertado um acordo de 4,6 bilhões de euros. A diminuição está associada à crise do Covid-19 neste ano.

Ainda assim, o contrato anterior havia representado um aumento de 85% no valor. Ou seja, a Bundesli-ga permanece com acordos substan-cialmente maiores que os assinados na primeira metade de década.

B U N D E S L I G A D I M I N U I VA L O R D E D I R E I T O S D E T E L E V I S Ã O

Após mais de três meses paralisada por conta da pandemia do coro-

navírus, a Serie A italiana voltou aos gramados no último sábado (20), mas não terá mais transmissão para o Bra-sil ao menos pelas próximas rodadas.

O motivo é que não houve um acordo entre o torneio e o DAZN, dono dos

direitos de transmissão para o país. De acordo com a imprensa internacional, a plataforma está tentando renegociar

o contrato para pagar menos à Serie A, mas não houve acordo por ora.

SEM ACORDO COM DAZN,

ITAL IANO ESTÁ "FORA" DO

BRASIL

POR REDAÇÃO

O Red Bull Bragantino irá disputar o Campeonato Brasilei-ro e o restante do Campeonato Paulista com dois novos par-ceiros: o Toro Loko e o Massa Bruta. As mascotes da equipe representam os dois times que se fundiram em 2019.

No trabalho de posicionamento de marca do novo time, a diretoria da equipe apostou na mistura dos dois símbolos. O Toro Loko é representado por um touro, símbolo da marca de bebidas. Mas a empresa não quis deixar para trás o leão, mascote tradicional do time do interior de São Paulo.

Com o novo personagem, o Red Bull faz dois resgates his-tóricos na identidade do Bragantino. O nome "Massa Bru-ta" remete ao apelido da equipe que surgiu ainda nos anos 1930. Na década seguinte, a imagem do leão passou a re-presentar o time e ser a mascote oficial da equipe.

O processo de nova identidade visual do Red Bull Bragan-tino começou no início da atual temporada, quando a em-presa resolveu mudar o escudo e o uniforme da equipe de Bragança Paulista. O símbolo antigo da equipe deu lugar aos touros da companhia, em alinhamento ao que é usado em outras agremiações patrocinadas pela marca.

Na época, um slogan também foi lançado: "prontos para o mundo". Com investimento alto, o plano do clube é chegar à Libertadores nos próximos anos. Nesta temporada, a equipe disputará a Série A do Campeonato Brasileiro, torneio que o Bragantino não disputava havia 22 anos. Em 2019, o time foi campeão da Série B do Nacional.

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O tenista servo Novak Djokovic gerou polêmica com um torneio amistoso e colocou uma sombra de dúvida sobre o retorno do circuito de tênis. Com público e sem protocolos para promover o distanciamento social,

o evento teve que ser cancelado após dois atletas serem diagnosticado com Co-vid-19; Grigor Dimitrov e Borna Coric testaram positivo para o exame da doença.

O torneio, chamado de Adria Tour, é promovido por Djokovic e é realizado den-tro do complexo esportivo do tenista. O governo sérvio liberou a presença do público, que se aglomerou nas arquibancadas. Foram mais de 4 mil pessoas nas quadras, a grande maioria sem máscara e sem respeitar o distanciamento.

Grigor Dimitrov participou de diversos eventos promocionais, além de ter jo-gado uma partida do torneio. Ao voltar para sua residência, em Mônaco, não se sentiu bem e fez o exame para o Covid-19, que confirmou a doença. Borna Coric seguiu caminho semelhante ao de seu companheiro e também revelou ter o vírus.

O torneio teve que ser interrompido, mas não fugiu de uma série de críticas. A Sérvia teve 12 mil casos de coronavírus, com menos de 300 mortes. Com os nú-meros baixos, o Adria Tour resolveu ignorar os protocolos usados na maioria dos grandes torneios esportivos, como em jogos de futebol na própria Europa. O fato é agravado por Djokovic ser hoje o presidente do Conselho de Jogadores da ATP.

Os casos também geram preocupação porque, há uma semana, foi confirmado os Grand Slams de Nova York e de Paris, a serem realizados em agosto e em se-tembro. Os torneios, por outro lado, contam com uma série de medidas de segu-rança, o que inclui as arquibancadas das quadras sem a presença de torcedores.

Djokovic tem torneio suspenso por Covid-19

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POR REDAÇÃO