O Calçadista

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1 O CALÇADISTA Mercado externo Os passos para começar a exportar Certifique-se para agregar valor a sua marca sandalias de borracha Tecnologia Inverno 2013 as inspirações em materiais, design e cores Soluções em cortes incrementam produtividade O Calçadista A revolução das tradicionais Exclusivo Pesquisa avalia canais de Varejo ANO I - Nº 01 - NOV/DEZ 2012 Selo de sustentabilidade

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Revista O Calçadista - Maior publicação nacional dedicada ao setor calçadista brasileiro

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1O CALÇADISTA

Mercado externoOs passos para começar a exportar

Certifique-se para agregar valor a sua marca

sandaliasde borracha

Tecnologia

Inverno 2013as inspirações em materiais, design e cores

Soluções em cortes incrementam produtividade

O Calçadista

A revolução dastradicionais

ExclusivoPesquisa avalia canais de Varejo

ANO I - Nº 01 - NOV/DEZ 2012

Selo de sustentabilidade

2 O CALÇADISTA

3O CALÇADISTA

4 UMA MARÇO 2012

SUMÁRIO

O Calçadista

36 CAPA a história das desejadas sandálias de borracha

Ano I - Número 01 - Nov/Dez 2012

SEÇÕES10 Em Dia42 Crédito54 Exportação58 Tecnologia63 Na Estante

ARTIGOS34 Gestão 49 Ergonomia62 Modelagem

16 IMPORTAÇÃO imposto de importação sobre produtos de países de fora do Mercosul sobe em proteção à indústria nacional

20 INSPIRAÇÕES EM MATERIAIS, design e cores para o inverno 2013 e verão 2014

46 MODA sneakers invadem as calçadas e ganham versões ousadas

48 MERCADO os modelos desenvolvidos para quem sofre com o desconforto ocasionado por joanetes

50 MERCADO VAREJO pesquisa revela as tendências e os rumos no varejo no país.

54 ENTREVISTA saiba como se tornar um exportador de sucesso

64 MUNDO VIRTUAL o maior acervo de sapatos on line

66 WORKSHOP projeto The Walk Fashion leva calçadistas a endereços relacionados à moda em São Paulo

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CARTA AO LEITOR

Você está recebendo a primeira edição da revista O Calçadista, publicação que tem como objetivo contribuir para o gerenciamento e tomada de decisões nas indústrias do setor. Com editorial repleto de informações relevantes e de prestação de serviços, centramos o foco na indústria calçadista, em assuntos como Mercado, RH, Gestão, Exportação, Crédito, chão de fábrica, e muito mais.

De tiragem expressiva e distribuição dirigida, O Calçadista é também uma vitrine para os fornecedores, que terão na revista uma maneira rápida e eficiente de mostrar seus produtos e novidades ao mercado, incrementando e gerando novos negócios.

Com a revista O Calçadista, participaremos ainda das principais feiras e eventos que tenham como público-alvo a Indústria de Calçados, a fim de estreitar relacionamentos e divulgar as novidades e tendências do setor.

Solicitamos que você nos envie suas sugestões de assuntos que gostaria ver publicados. Elas serão bem-vindas! Estamos abertos para críticas e sugestões, a fim de melhorar cada vez mais a qualidade de O Calçadista.

Temos a certeza de que teremos o mesmo sucesso que conseguimos com a revista O Confeccionista (www.oconfeccionista.com.br), que hoje é o principal veículo de comunicação do mercado de confecções.

Esperamos que você goste e não se esqueça de se cadastrar em nosso site (www.ocalcadista.com.br), para receber a revista gratuitamente.Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios!

Júlio César G. MelloDiretor GeralRevista O Calç[email protected]

A informação como ferramenta de trabalho

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A informação como ferramenta de trabalho

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EDITORIAL

Inflação em patamares mais baixos, melhor distribuição de renda e expansão do crédito têm contribuído, e muito, para o consumo interno de calçados nos últimos anos. Com mais dinheiro no bolso, boa parte da população se viu apta a consumir um número maior de artigos de moda em geral - dentre eles, os calçados. Resultado também da invasão de sapatos importados, responsável por forçar a indústria calçadista brasileira a aprimorar seu setor produtivo, visando uma melhora na qualidade dos produtos. Nesta primeira edição da revista O Calçadista você, empresário, vai conhecer melhor as tendências e os rumos no varejo. Trazemos em primeira mão uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) que faz uma análise comparativa da importância relativa e o desempenho dos principais canais de venda. Saiba por quê há um movimento de expansão das monomarcas. Oitavo maior exportador de calçados do mundo, o Brasil já faz negócios com mais de 150 países. Numa entrevista exclusiva, o coordenador da Unidade de Projetos da Abicalçados revela que exportar deixou de ser privilégio das grandes empresas, ou seja, é para quem quer e se prepara, o que torna fundamental a empresa ter um plano de médio e longo prazo. Você vai conhecer ainda o potencial de alguns mercados, sobretudo o da China.Veja como evitar desperdícios (invisíveis) de materiais durante a modelagem. Um exemplo é o modelo praticado com eficiência por fábricas estrangeiras, que separa a modelagem de criação

Bons Ventosda modelagem técnica - àquela que visa a economia e racionalidade durante a produção. Outro artigo apresenta seis aspectos da gestão que vão ajudar a blindar a sua empresa das intempéries de mercado.Conheça as vantagens e saiba como utilizar o popular cartão de financiamento do BNDES, criado para atender as micros, pequenas e médias empresas. Só no último ano o incremento nas negociações com o Cartão no setor calçadista foi de 52%.Repaginadas, as sandálias de borracha produzidas no Brasil caem no gosto popular e se tornam indispensáveis acessórios de moda no mundo todo. Na matéria de capa, a história dos tradicionais chinelos que hoje ganham versões comemorativa e biodegradáveis. Inspirações em tecidos, cores, design, couro, materiais para o inverno 2013. Aproveite nossas matérias para adaptar sua produção às tendências apresentadas por criadores de moda. Diante de um mercado calçadista cada vez mais competitivo, você não pode deixar de acompanhar também as novidades tecnológicas para o setor.Muito prazer! É com imensa satisfação que nós, da revista O Calçadista, chegamos com a missão de oferecer todo o suporte para que você, empresário, alcance suas metas, com o máximo de qualidade e eficiência na produção, em meio aos inúmeros desafios diários. Aproveite a leitura!

Um grande abraço!

Cinthia Albuquerqueeditora

Diretor-Geral - Júlio César Mello [email protected] de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini [email protected] - Cinthia [email protected] de Arte - Marisa CorazzaColaboraram nesta edição: Vera Campos, Jacinta Sidegum Renner, Gustavo Campos e Zdenek PracuchInternet - Mulisha - [email protected]

Financeiro - Mauro Gonç[email protected] comercial@ocalçadista.com.brExecutivos de NegóciosLeandro [email protected]

Impressão - Lotus Gráfica Editora Tiragem - 10.000 exemplares.Distribuição NacionalO Calçadista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda.,

distribuída aos empresários da indústria de calçados. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos.

Redação - Rua Teodureto Souto, 208, Cambuci – São Paulo – SP. CEP: 01539-000 - Fone: (11) 2769-0399www.ocalcadista.com.br

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INFORMAÇÕES:

De 20 a 23 agosto

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EM DIA

No decorrer de cinco anos, a partir de março de 2013, CTs Couro Senai serão elevados à categoria de Instituto Senai de Tecnologia Couro e Meio Ambiente. A decisão foi apresentada pela professo-ra Darlene Fonseca, diretora do Centro Tecnológi-co do Couro/SENAI, de Estância Velha, no início de julho, durante reunião-almoço mensal de asso-ciados da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul – AICSul. De acordo com a diretora, a ação faz parte do Programa SENAI de Apoio à Competitividade. Ao todo, no país, serão 38 unidades de Instituto Senai de Tecnologia espe-cializados em setores industriais relevantes, como o couro, com estrutura física orientada à prestação de serviços técnicos e tecnológicos, localizados em regiões de alta densidade industrial.No Rio Grande do Sul, as unidades serão direcionadas aos setores de madeira, mobiliário, metalmecânica, automação e metalurgia, refrigeração e alimentos, couro e ambiental. Na unidade de Estância Velha, Darlene Fonseca explicou que a estrutura física será ambientada para a prestação de serviços e a educação focada em ensino técnico e graduação. Os investimentos previstos para as mudanças são da ordem de R$ 11,4 milhões. Segundo o plano, a equipe técnica aumentará de 19 para 37 colaboradores. Já a produção crescerá de 23 mil para 35 mil horas/homem em serviços, por ano, a partir do 4º ano. E a receita financeira conquistará a sustentabilidade a partir do 3º ano de sua implantação.

Depois de provar o gostinho dos aplausos do público que conferiu a primeira temporada do musical “New York New York”, no ano passado, a designer de sapatos de luxo Adriana Pedroso voltou a apostar nesta nova vitrine para expor seus calçados artesanais. Criou e desenvolveu cinco novos modelos exclusivamente para a segunda montagem do espetáculo e adaptou outros 60 pares. Todos levam a assinatura da Masqué, marca lançada pela designer há dois anos.

Os solados dos sapatos ganharam versões especiais para dança e tiras extras nos pés foram acrescentadas para que ficassem mais firmes durante as apresentações. Em alguns modelos, os saltos originais foram substituídos por mais grossos, e a paleta de cores foi repensada de acordo com o figurino. O musical dirigido pelo premiado diretor José Possi Neto e protagonizado pela atriz e cantora Kiara Sasso e pelo ator Juan Alba ficou em cartaz até a primeira semana de outubro, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.

Do atelier para os palcos

CT COURO SENAI SERÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA

Senai coordenará 38 Institutos de Tecnologia até 2018

Com o conceito de conforto cada vez mais em alta na moda, torna-se quase impossível não aderir ao estilo, afinal, quem é que quer sair de casa pela manhã e voltar à noite com dores nos pés e nas pernas? De olho nessa ten-dência, a marca norte-americana Skechers, vice-líder em vendas de calçados nos EUA - lança no mercado brasileiro a Women’s Active, uma sapatilha extremamente confor-tável, que traz um salto escondido na parte interna.

O modelo mescla o design sofisticado de um sapato com o conforto de um tênis. Desenvolvido em couro e solado de borracha, o Women’s Active está disponível nas cores preta, branca, cinza e dourada.

Conforto sem perder o charme

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Louboutin ganha direitos sobre solado vermelhoO designer francês Christian Louboutin ganhou, na corte de apelação federal da cidade de Nova York, o direito de manter o solado vermelho como marca registrada em suas criações. Apesar de a característica remeter imediatamente a obra ao seu criador, Louboutin teve de brigar na justiça para manter a patente do detalhe, obtida em 2008. O processo foi iniciado em 2011, após a grife Yves Saint Laurent produzir scarpins com o solado vermelho.Inicialmente, a corte manteve a permissão para que os modelos de YSL continuassem sendo vendidos e ainda questionou a validade da patente de Louboutin, afirmando que nenhuma marca deveria ter exclusividade sobre qualquer cor. Mas, advogados de Louboutin recorreram e conseguiram que a patente fossemantida no país. De acordo com a decisão, qualquer marca pode fabricar e vendersapatos vermelhos - a restrição se aplica apenas aos solados. Já na França, Louboutin perdeu a patente sobre seus conhecidos solados vermelhos depois de impetrar uma ação contra a Zara. A Corte decidiu que não erapossível confundir modelos da rede de fast-fashion com as criações do designer.

Projeto Rotas da InovaçãoDisseminar conhecimentos para uma maior oxigenação nos produtos e evolução permanente nos processos das indústrias, cada vez mais inseridas num ambiente de intensa competitividade. É a proposta do projeto "Rotas da Inovação", lançado pelo Instituto By Brasil (IBB) - com apoio da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal) e patrocínio do Sebrae Nacional -, que escolheu Novo Hamburgo como cenário para sediar a primeira edição, realizada no último dia 25. O evento foi levado também a São João Batista, agora segue para outros dois pólos calçadistas. O Rotas da Inovação é gratuito e voltado principalmente a micros e pequenas empresas. No evento, os participantes têm acesso a palestras com foco na inovação como elemento estratégico para o desenvolvimento das empresas. AGENDE-SE23 de outubroCampina Grande – às 19 horas, na sede do Sebrae de Campina Grande (Avenida Consul Joseph Noujain Habib, 800)27 de novembroBirigui (SP) – às 19 horas, na sede do Sindicato da Indústria de Calçados de Birigui –Sinbi (Rua Roberto Clarck, 460)

MAIS EMPRESAS EXPORTADORAS NO BRASIL Foi sancionada pela presidenta da República, Dilma Rousse!, no dia 19 de setembro, a Lei (n° 12.715/12), que diminui de 70% para 50% a percentagem das exportações na receita bruta para que uma empresa seja considerada "preponderantemente exportadora" e possa adquirir insumos nacionais ou importados com suspensão de IPI, PIS e Cofins. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Fernando Pimentel , “com essa medida, o capital de giro das empresas é liberado do recolhimento de impostos, o que abre espaço para o exportador investir mais e obter ganhos de competitividade no mercado externo”. Antes o capital de giro das empresas exportadoras podia ficar comprometido pois precisava aguardar a liberação dos créditos pela Receita Federal. Agora, sendo preponderantemente exportadora, a empresa tem a cobrança dos impostos suspensa já no processo de aquisição dos insumos, nacionais ou importados.A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres, explica ainda que “a nova regra evita o acúmulo de créditos dos tributos federais em decorrência das exportações, atendendo a uma solicitação dos exportadores brasileiros”. A expectativa é que seja contemplada grande parte das empresas exportadoras que hoje acumulam crédito fiscal.

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APEX-BRASIL DISPONIBILIZA ESTUDOS SOBRE PAÍSES ÁRABESEmpresários que pretendem ampliar sua área de atuação e desejam avançar seus negócios em direção ao mercado árabe agora podem contar com uma nova ferramenta de avaliação. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) disponibilizou em seu site estudos de mercado relacionados à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos.Os documentos - produzidos pela Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva da agência - trazem o perfil e as oportunidades comerciais em cada um destes países. Nos relatórios você tem acesso a informações detalhadas como os panoramas econômicos e comerciais da região e as principais demandas de importação dos mercados que podem ser supridas pelo Brasil. Eles ainda trazem os acordos regionais, barreiras tarifárias e não tarifárias e outros pontos importantes nas relações comerciais entre Arábia Saudita, Emirados Árabes e Brasil.Além destes, também estão disponíveis no endereço eletrônico da Apex relatórios sobre o Egito e o Líbano, de 2010, e de outros países. Os estudos sobre os países árabes podem ser acessados no www.apexbrasil.com.br, no link Mercados – África e Oriente Médio.

CURTUME BRASILEIRO NA CHINAO setor de couros do Brasil foi um dos maiores destaques da feira All China Leather Exhibition (ACLE), que ocorreu entre os dias 4 e 6 de setembro em Shanghai, na China. As 16 empresas brasileiras participantes - número recorde - tiveram a oportunidade de ressaltar a qualidade, a sustentabilidade e a eficiência produtiva dos curtumes do país junto ao mercado internacional. A participação das empresas do Brasil na ACLE foi promovida pelo projeto Brazilian Leather – uma iniciativa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Representantes das empresas brasileiras presentes na feira acreditam que a exposição ajudou no estreitamento de laços com antigos clientes, abertura de mercados e também nas vendas. “ACLE trouxe novos negócios, nos colocou em contato com clientes que não conhecíamos", afirma Eduardo Tomazoni, da BR Leather. Eloá Ortiz, da Hason Internacional, que participou da feira pela primeira vez,gostou tanto do resultado que já planeja ir a Hong Kong.

Le Cuir Em Paris, também foi recorde o número de empresas brasileiras participantes da Le Cuir, ocorrida entre os dias 19 e 21 de setembro. Ao todo, oito expositores nacionais mostraram na feira dedicada a compradores de couro - em especial peles e couros nobres e exóticos- criações e artigos de excelência feitos no Brasil. Apresentaram artigos finamente elaborados com os mais modernos processos sustentáveis a partir de tendências de moda e inovações. São couros e peles produzidos com técnicas exclusivas equalidade exigida no exterior.A participação do Brasil na Le Cuir também teve o apoio do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil(CICB) e da Agência Brasileira dePromoção das Exportações (Apex), por meio do Projeto Brazilian Leather.

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Projeto Ecokidy incentiva comportamento decompra sustentável

Com o intuito de contribuir para uma sociedade de consumo consciente quanto à sustentabilidade e ao futuro do planeta, o Grupo Kidy - há 21 anos no setor calçadista brasileiro - lançou ao mercado este ano o Projeto Ecokidy. No ato da compra de calçados 100% recicláveis, o consumidor ganha um Gift Card no valor de R$ 10 - vale desconto que pode ser usado em até 180 dias para adquirir um novo par de tênis Ecokidy. É só apresentar o vale desconto e depositar o calçado usado em uma das caixas coletoras encontradas nas lojas credenciadas.O calçado devolvido retorna à fábrica para passar por uma reciclagem total: 100% dos materiais são reaproveitados. A ação que contribui para a preservação ambiental ajuda a promover entre os pequenos uma atitude ecologicamente correta. A linha ainda oferece solado antiderrapante e tecnologia Respitec, que mantém os pés sempre secos.

Programe-seDe 20.10.2012 a 25.10.2012Semana da Indústria de Birigui- Birigui/SP

De 24.10.2012 a 26.10.2012TopSFA (Top Shoes and Fashion Accessories Beijing)- Pequim/China

De 07.11.12 a 09.11.2012ANPIC- Leon/México

De 19.11.2012 a 21.11.2011Zero Grau - Salão de Tendências em Calçados e em Acessórios - Gramado/RS

14.01.2013 a 17.01.2013Couromoda- São Paulo/SP

05.02.2013 a 08.02.2013International Footwear e Leather Show- Bogotá/Colombia

12.02.2013 a 14.02.2013ModAmont- Paris/FR

12.03.2013 a 15.03.2013FIMEC -Novo Hamburgo/RS

27.05.2013 a 29.05.2013SICC- Novo Hamburgo/RS

09.07.2013 a 12.07.2013Francal- São Paulo/SP

03.09.2013 a 05.09.2013All China Leather Exhibition- Shanghai/China

Calendário de Eventos

Vitrine virtual promove calçado Made in Brazil De olho no mercado internacional, o Brazilian Footwear- Programa de Promoção às Exportações de Calçados - lançou noinício de agosto a Vitrine Virtual, um instrumento online inédito para a exposição e promoção do calçado brasileiro no exterior. A ideia da iniciativa é apresentar o melhor da produção nacional em uma ferramenta de promoção cada vez mais popular. Agora membros da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) poderão publicar suas coleções no site (www.brazilianfootwear.com.br) de maneira fácil e objetiva. "A ferramenta é bem simples de usar e vai ajudar o comprador a encontrar exatamente o que ele procura”, destaca Roberta Ramos, coordenadora da Unidade de Comunicação da entidade. Por meio da Vitrine Virtual, disponível na versão bilíngue – português e inglês -, é possível buscar produtos conforme gênero, idade, categoria, ocasião, material, preço, entre outros. A ferramenta seráamplamente divulgada, uma vez que o site estará nos materiais promocionais do programautilizados em diferentes eventos pelo mundo.

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IMPORTAÇÃO

Produtos vindos de países fora do Mercosul têm aumento de até 25% no Imposto de Importação por Cinthia Albuquerque

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Em defesa daindústria

nacionalReunido pela primeira vez em 2012, neste início de setembro, o

conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) elevou para até 25% o Imposto de Importação sobre um total de 100 produtos procedentes de países de fora do Mercosul, embora tenham sido permitidos pelo bloco uma lista de até 200 itens. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o objetivo da medida, que por enquanto se restringe à metade do limite, é “estimular a produção nacional”, já beneficiada com medidas na área cambial, com a redução de custos financeiros e tributários,

além de menores juros para facilitar investimentos -, uma vez que a indústria brasileira sofre forte concorrência estrangeira. O aumento da alíquota, nos termos admitidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), de até 35% para grande parte de produtos industrializados, abrange partes superiores de calçados (NCM 6406.10) e solados e saltos (NCM 6406.20), cujos volumes aumentaram em mais de 8% no acumulado de janeiro a julho deste ano (ver tabela). Mantega também enfatizou que os preços dos produtos serão constantemente monitorados para evitar ma-

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indústria

jorações de preços no mercado interno. “Se houver aumento no mercado interno, haverá inflação e nós não queremos isso. Senão derrubaremos a alíquota imediatamente”, declarou. Para o minis-tro, as medidas de proteção são necessárias porque “vivemos um momento em que está faltando mercado no mundo e os exporta-dores vêm atrás do Brasil - um dos poucos mercados que cresce -, e a nossa indústria está sendo prejudicada com isso”.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, avalia que “o ideal seria que o Imposto ficasse em 35%, mas é melhor do que os atuais 18% porque os importadores trazem estes componentes apenas para montar o calçado no Brasil e distribuir no mercado interno, sem pagar a tarifa de US$ 13,85”. A prá-tica gera redução na produção e no nível de emprego do setor, que já demonstra sinais de desindustriali-zação. Para o executivo, a decisão da Camex vem ao encontro do Pla-no Brasil Maior, que visa estimular a produção interna, além de de-monstrar que o Governo está aten-to com a evolução das importações prejudiciais à competitividade.

Segundo dados da entidade, de janeiro a julho deste ano, a en-trada de cabedais apresentou um aumento de 23%, com a im-portação de 7,9 milhões de pares. Outras partes, como solados e solas, medidas em quilos, aumentaram 24%, enquanto as com-pras de calçados prontos apresentaram elevação de apenas 1%. No total, a soma dos calçados, cabedais e suas partes ficou em 8%. “Fica visível que precisa haver um controle maior das impor-tações, pois o Brasil é autossuficiente na produção destes itens”, complementa Klein.

Validade das Tarifas de Exceção

A lista de novas exceções à tarifa externa comum do Mercosul (Decisão CMC n° 39/11), com aumento do Imposto de Importa-ção, entrou em vigor em 1º de outubro. Primeiro, foi encaminha-da aos parceiros do bloco para uma avaliação - dentro do prazo de 15 dias úteis - mas, não foi apresentada nenhuma objeção por parte deles. A nova medida tem validade de 12 meses, prorrogá-vel por igual período.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os mais de 300 pedidos enviados pela indús-tria para inclusão na lista de aumento de tarifas foram seleciona-dos com base em critérios como a evolução das importações dos produtos e seus efeitos sobre o mercado, a capacidade produtiva e a demanda internas e o impacto das elevações de tarifas na ca-deia produtiva. Também serviram de apoio para a definição da lista os investimentos programados para o setor e as prioridades

dos programas do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o novo regime automotivo e a preferência à indústria nacional nas compras governamentais. A criação das novas exceções às tarifas externas foi decidida em dezembro do ano passado. Em junho, a pedido da Argentina, a lista, inicial-mente de 100 itens, passou a 200. Mas o governo preferiu man-ter o número inicial e, até outubro, elaborar o complemento com mais cem itens que terão alíquota de importação aumentada nas compras de países de fora do bloco.

PRODUTO TEC (TARIFA EXTERNA COMUM) TARIFA DE EXCEÇÃO

Partes superiores de calçados e seus componentes, exceto contrafortes e biqueiras rígidas

Solas exteriores e saltos de borracha ou plásticos

18% 25%

18% 25%

Decisão CMC nº39/11

Barreiras mais altas Outra medida contra a entrada massiva de calçados e suas

partes, publicada no início de setembro pela Secretaria de Co-mércio Exterior (SECEX), a PortariaSecex nº 30/12, indeferiu a licença de importação da empresa malaia Innovation Foo-twear Manufacturer para a entrada dos calçados no Brasil, no valor de aproximadamente US$ 400 mil. Novas solicitações de Licenças de Importação sobre os mesmos produtos da mesma empresa serão automaticamente indeferidas até que possa com-provar o cumprimento das regras de origem não preferenciais da legislação brasileira. Para a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex-terior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, “a conclusão deste processo demonstra o reforço do Governo brasileiro nas ações em defesa da indústria nacional”. O esforço também é reconheci-do pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abical-çados): “os importadores encontram muitas brechas para burlar a tarifa de US$ 13,85 cobrados sobre os calçados procedentes da China e o Governo precisa estar atento a elas”, comenta Heitor Klein, diretor-executivo da entidade. Essa é a segunda investi-gação feita para identificar se os importadores estão burlando o direito antidumping contra o sapato da China. Foram analisados dois tipos de prática: a circunvenção e a fraude do certificado de origem. Na circunvenção, o importador envia partes e peças chinesas para outro país e apenas faz a montagem. Na fraude do certificado de origem, o documento é simplesmente falsificado. A primeira investigação, concluída em julho ( Resolução 42/2012), foi favorável para os importadores. Um recurso solicitando a revi-são, protocolado pela Abicalçados, ainda está em análise.

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empo de frio, chuvas, neblina, mudan-ças. Assim como em outras estações, o inverno também provoca profundas transformações na natureza: as folhas caem das árvores, os dias ficam mais acinzentados, enfim, assistimos a um

ciclo que se encerra e, depois, refloresce novamen-te. E mais do que qualquer renovação, o período de inverno remete ao Aconchego. Nos dias frios todos procuram refúgios acolhedores para passar a maior parte do dia. “É um tempo no qual buscamos prote-ção, carinho, um abraço”, define o coordenador do Núcleo de Design das duas principais entidades do setor calçadista do País, a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), o estilista Wal-ter Rodrigues, que apresentou o tema “Aconchego” como ponto de partida para as inspirações da tempo-

Núcleo de Design apresenta inspirações para a temporada de Inverno 2013 POR CINTHIA ALBUQUERQUE

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Aconchego que reconforta

rada de inverno 2013 durante o Inspiramais, realiza-do em São Paulo, entre os dias 24 e 26 de julho.

Para atender as demandas de moda neste imenso país continental que é o Brasil, com clima diferencia-do entre suas regiões, durante seis meses, os 13 estilis-tas do Núcleo de Design trabalharam para desenvol-ver três conceitos que atendem de forma estratégica o mercado total do setor calçadista.

INSPIRAÇÕES

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Aconchego que reconforta

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Conceito 1- MigrantesO primeiro olhar, direcionado para 60% da produ-

ção da empresa - são os itens consolidados da marca -, recai sobre os Migrantes. A brincadeira é ressaltar a moda daqueles que circulam o país de norte a sul. Por causa das diferenças climáticas, viagens para outros hemisférios, é recorrente encontrarmos nas ruas, em aeroportos, rodoviárias um verdadeiro ca-leidoscópio de cores, texturas, materiais e formas. São casacos combinados com chinelos e bermudas, florais que se unem a xadrezes, estampas que con-trastam com pelos, a dualidade verão-inverno abre portas para a descontração, de forma divertida, colo-rida e jamais óbvia. A função deste conceito é ressal-tar a riqueza da cultura regional brasileira.

Dentre a paleta de cores propostas estão os tons esmaecidos, com uma abundância de verdes. É inten-so o contraste de couros metalizados com materiais naturais. A tendência aponta para os saltos anabela e forrados, além de plataformas encorpadas. Na linha de materiais, destacam-se os telados, as camurças, as flores sintéticas e os tricôs. Banhos coloridos, buquês de amores-perfeitos, patchworks, manchados, tra-mas coloridas ou monocromáticas, acabamentos em crochê, acabamentos resinados, estampas de ladri-lhos e de nuvens compõem os acabamentos.

Os cintos vêm em fivelas simples, materiais de dupla face e fitas de algodão. Pequenas bolsas trans-formam-se em bolsas de viagem com os inúmeros zíperes que se abrem.

Na moda masculina, os sapatos são bicolores, com zíperes para fechamento. Também podem ser usadas as camurças escuras e couros manchados. No cam-po esportivo, tênis de cano alto limpo e sem enfei-tes aparecem em solados coloridos ou de materiais como tie dyes escuros.

Para os pequenos, a profusão de cores pode vir em estampas à Jackson Pollock e estampas corridas com pequenos pássaros coloridos. As modelagens de poucos cortes caminham em direção ao extremo conforto.

Conceito 2- UrbanosO segundo conceito, que traz ideias para 30% da

produção - de itens desenvolvidos a partir de produ-tos de novos fornecedores, testados em novos mate-riais, com novas tecnologias -, abarca as cidades, re-tratando o duro dia-a-dia dos Urbanos. É a incessante busca de quem vive nos grandes centros por soluções que protejem da chuva e do vento, seja nos calçados, nas roupas, nos acessórios. O que faz com que moda e inovação se aliem para facilitar a vida das pessoas.

A versatilidade permeia o inverno dos urbanos que lutam contra as intempéries em defesa do próprio cor-po, do próprio aconchego. Nas cidades, as pessoas en-

Mix de cores,

texturas, materiais

e formas dão o tom

da próxima estação dos

dias frios

Alça de bolsa de acrílico com madeira e nanoimpressão

Couro de arraia legítimo com efeito bicolor

Solado de borracha reciclada lixado

Estamparia sobre tecido

Aplicação em hot-fix flor octogonal

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Conceito 3- Únicos e Incomuns

Inspirações sobre àqueles que são Únicos e Inco-muns completam o quadro de conceitos. A ideia parte do jeito de se vestir das pessoas introspectivas, que não têm uma preocupação estética e simplesmente se envolvem em camadas e camadas de roupa para vedar o frio, criando combinações, misturas e solu-ções. Os bóias-frias, o colono e os que circulam na ca-lada da noite nos grandes centros sintetizam o estilo inusitado, de combinações improváveis.

Acessórios sóbrios e sofisticados devem ser simples e funcionais. Os tons remetem ao cinza, ao o! white e ao azul-persa. Os amarelos podem ser mesclados com cinza e preto, ganhando ares de marrom. Os pés femininos são marcados pelos flats, plataformas e bo-tas com canos ou forrações removíveis. Como com-plemento ao look, as bolsas aparecem grandes, com alças confortáveis e as clutches são espaçosas. Fitas de couro são utilizadas como cinto.

Dentre os desejos masculinos funcionam os abotina-dos, bicos angulosos e solados altos em borracha. Lem-brando que para os incomuns, materiais e técnicas são mais importantes que as cores e as próprias formas.

Peles naturais, estampas em pelo, costuras apa-rentes, bordados, rebordados e enfiados, aplicações geométricas, couros enrugados, escamas e tramas simples em materiais valiosos e com efeitos destroyer estão na lista de materiais que definem o conceito despretencioso. Banhos foscos e envelhecidos são as variações para os metais.

frentam mudanças radicais em um só dia: de manhã está gelado, à tarde faz calor e à noite chove. Ajudam a consolidar o conceito referências como cabelo ao ven-to, mãos nos bolsos, borrão de cores, vista embaçada da poluição e da chuva, junção de imagens, jogos geo-métricos e cores que remetem aos carros que passam rapidamente pelas vias.

A cartela de cores vem com opções de marrons e verdes carregados de cinza, mostardas, o vermelho é profundo. Barbicachos e longas franjas assimétricas decoram e quebram a rigidez. As bolsas aparecem em modelagens simples - a matéria-prima é que se des-taca. Elas apenas são confeccionadas com muitas al-ças, para diversas funções. Os materiais são dublados como, por exemplo, os cintos reversíveis.

Completam a harmonização do estilo dos urbanos os materiais com efeitos de cimento e de madeira, saltos funcionais e anti-derrapantes, degrades, PVC, grandes placas vazadas em metal sobrepostas a couros texturi-zados, correntes pesadas e valiosas, misturas trançadas, botões de velhos uniformes, materiais impermeáveis, biqueiras em metal. Os desenhos abstratos surgem com a aplicação de ilhoses, rebites e tachas.

Os homens podem calçar sapatos com solados mais grossos, coturnos sérios e as mais variadas modela-gens de abotinados. No próximo inverno, os couros box contrastam com lixados de aspecto desgastado. As fivelas dos cintos lembram, novamente, os unifor-mes militares.

Fazem parte do universo infantil as estampas de paisagens urbanas confeccionadas a mão pelos pe-quenos. As minibolsas ganham importância como acessório para meninas e meninos.

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“Acessórios multi-

funcionais remetem à

versatilidade do homem moderno”

INSPIRAÇÕES

Enfeite em zamac e renda em PVC

Fivela em acrílico e madeira

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anúncio

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com o intuito de valorizar referências brasileiras que a “nossa” produção artesanal começou a ga-nhar espaço no mercado da moda por meio do projeto Mix By Brasil, idealizado e coordenado

pela Stylist e consultora de moda Chiara Gadaleta. A iniciativa - apoiada pela Assintecal e SEBRAE - apresentou ao setor calçadista, durante o Inspiramais, artigos sustentáveis desenvolvidos a partir de um estudo de campo em seis cidades brasileiras. Participam do projeto a Aldeia do Futuro, de Americanópolis (SP); Art D’Mio, de Brás Pires (MG); Instituto Bantu, de Recife (PE); Pólo Veredas, de Arinos (MG), Recicla Jeans de Paraisópolis (SP) e Palhas Fashion, de Birigui (SP).

Apesar de ter perdido força depois da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, a técnica do artesanato ainda permeia - mesmo que de forma frágil, pois, cada vez mais, deixa de ser passada de pai para filho - a cultura brasileira. Produtos hand-made até hoje garantem o sustento de muitas famílias. Por isso, a caravana da stylist Ser Sustentável com Estilo, responsável pelo espaço Mix By Brasil, visitou comunidades de norte a sul do país para rastrear essas técnicas, que, em vez de se dissiparem com o tempo, podem ser incorporadas à moda brasileira, conferindo prestígio e forte identidade às peças. “A gente tem que se preo-cupar mais com quem faz a moda que a gente consome, que a gente veste”, diz Chiara.

é

artesanato brasileiro

Projeto incorpora

Artesãos de seis cidades brasileiras desenvolvem acessórios e componentes a partir de materiais sustentáveis para o setor calçadista

à moda

INSPIRAÇÕES

25O CALÇADISTA

artesanato brasileiro

O projeto busca capacitar e apoiar artesãos no desenvolvimen-to de componentes e acessórios para que sejam expostos aos potenciais compradores. A ideia é também estimular empresas nacionais a agregarem os conceitos de design e sustentabilidade em seus produtos. “Com a bandeira do estilo e da sustentabilidade, promovemos a união do artesanato brasileiro ao design de ponta”, enfatiza Chiara.

A segunda edição do projeto trouxe ao evento protótipos de cal-çados que utilizam técnicas como reciclagem e reaproveitamento de materiais, evitando o desperdício e valorizando a diversidade da cultura brasileira. “É uma preocupação atual, contemporânea, aproveitar o material excedente para fazer peças”, complementa. Ainda segundo a stylist, o principal objetivo nessa temporada foi mergulhar a fundo no processo de desenvolvimento criativo e so-cial de cada uma das sete comunidades e mapear toda a cadeia de produção. Ela acrescenta que a finalização dos protótipos se con-centra não em apenas ter alta qualidade de design, mas em fazer uma conexão com as necessidades do mercado da moda.

Hoje, as ONGs e as instituições beneficiadas pelo projeto con-seguem atender somente entregas em pequena escala, mas a intenção é que acrescentem valor e identidade ao produto na-cional, como os sapatos, mochilas, bolsas e maxicolares que ga-nharam detalhes em crochê com restos de sacolas plásticas; e o scarpin confeccionado com trama de papel de jornal - criações de artesãos de Americanópolis (SP). Pares de calçados também foram reinventados com fibras naturais e prata reciclada pelo Instituto Bantu (PE). Até retalhos de jeans repaginaram botas, em Paraisópolis (SP).

Todos os produtos apresentados no Inspiramais devem ser co-mercializados em breve também pela internet para chegarem com mais facilidade ao consumidor.

A gente tem que se preocupar mais com quem faz

a moda que a gente

consome, que a gente veste

26 O CALÇADISTA

Obra  de  grande  perfeição,  notável,  

a  melhor,  a  mais  bem  feita  de  uma  época

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Obra  de  grande  perfeição,  notável,  

a  melhor,  a  mais  bem  feita  de  uma  época

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premissa já vem sendo defen-dida há tempos nos fóruns das principais entidades calçadis-tas brasileiras: a multiplicida-

de de raças, cores, fauna e flora existente no Brasil deve ser o ponto de partida para a in-dústria da moda local se inspirar, e uma das maneiras de enfrentar a “invasão” de grifes e redes de varejo fast-fashion internacionais que desembarcam por aqui.

“Com Europa e Estados Unidos em cri-se, os investimentos em novos negócios de moda estão migrando para o sudeste asiático e para o Brasil”, constata o esti-lista Walter Rodrigues, coordenador do Núcleo de Design da Assintecal e Abical-çados. “Basta atentar para as grifes inter-

Inspirar-se no próprio quintal é uma das formas da moda brasileira se diferenciar no mercado e enfrentar a concorrência das redes e marcas estrangeiras que chegam ao País POR VERA CAMPOS

a

Em busca das RAIZES

nacionais de luxo que já aportaram - e nas que pretendem aportar - por aqui, e nas redes de fast-fashion de peso, como a japonesa Uniqlo e a sueca H&M, que em breve desembarcarão no País”, diz o estilis-ta, que comanda o já tradicional Fórum de Inspirações promovido pela Assintecal.

“Essas marcas são rápidas, não dor-mem no ponto e o tempo todo estão buscando novas oportunidades, novos caminhos”, ressalta. “Isso nos mobiliza, nos faz pensar em criar e evoluir”. Para Rodrigues, buscar inspiração nas raízes brasileiras é o ponto de partida para a indústria brasileira de moda se renovar e fidelizar o consumidor deslumbrado com tantas novidades à sua disposição.

Conceitos 2014As raças indígena, africana e europeia no

Brasil deram origem à identidade do povo brasileiro, formaram os alicerces do país e são a base dos conceitos do Preview do Cou-ro –Verão 2014, apresentado por Walter Ro-drigues, Vitor Fasolo e Marnei Carminatti, integrantes do Núcleo de Design da Assin-tecal. As cores, formas, brilhos e texturas da cultura dessas raças ganham aplicação em couros e peles exóticas como a da arraia, do jacaré, do picarucu e até do tubarão.

Conceito 1 – o olhar se dirige para os imigrantes europeus: alemães, suíços, italianos e portugueses que aqui recria-ram seu ambiente. A inspiração vem de objetos de casa como porcelanas, prata-

Couro de serpente

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PREVIEW COURO 2014

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Em busca das RAIZES rias, da art-nouveau, das estampas em vi-

dros, ladrilhos cozidos, da cultura da reno-vação, do crescimento, do luxo.

Conceito 2 – parte da ideia de povos arrancados de seu país de origem e trazidos ao Brasil: os escravos africanos, que aqui in-ventaram uma história nova. Os referenciais desse conceito são as cores fortes, a sensua-lidade, a miscigenação com os portugueses, as curvas, os elementos do ritmo, as divinda-des, blocos de repetição, barroco.

Conceito 3 – baseado no índio, re-monta às transformações e força da natu-reza, incorpora forças animais, os colori-dos das flechas, das tramas, das misturas, dos contrastes de cores. Estampas conti-nuam fortes ainda em imagens com flo-restas, diferentes do que já foi visto.

Quente e exóticoConfira os resultados desses três conceitos

aplicados em couro, apresentados por Vitor Fasolo e Marnei Carminati, do Núcleo de De-sign do Preview do Couro da Assintecal.

No Verão 2014, o couro deve aparecer cada vez menos numa cor única, e sim meio manchado, estampado ou trabalha-

do com efeitos diferenciados. Importante é pensar nas cores do Verão com pequenos contrastes. Cores quentes e iluminadas, como o amarelo, vermelho e laranja, são misturadas a cores refrescantes, como o azul ou verde. O branco e o cinza continu-am fundamentais. As estampas também aparecem com efeitos de tecidos rústicos.

Couros de peles exóticas como de arraias e serpentes estão em alta, assim como de peixes de origem nacional, a exemplo do pirarucu. No couro vacum, a aplicação de cores sólidas se soma a efeitos de acaba-mentos com ceras e resinas, intensificando o brilho e efeitos de manchas e pinceladas artísticas produzidas de maneira quase ar-tesanal. Camurças, nobuck e outros mate-riais de inverno são utilizados também no verão, porém com peso mais leve.

Os metalizados continuam fortes - ostensi-vos, porém elegantes -, até no vestuário mas-culino. Nem tão reflexivos, mais aluminizados, com maior percepção do material utilizado, materiais mais texturizados, manchados.

Todas essas informações para o couro podem ser reproduzidas em outros mate-riais, como os sintéticos, por exemplo.

Raças brasileiras inspiram lançamentos em couro

Acima, couro de jacaré e ao lado couro de cobra

Couro de arraia

Cores quentes

30 O CALÇADISTA

na cultura indígena que a segunda edição do pro-jeto Referências Brasileiras - assinado pelo estilista e consultor de moda Je!erson de Assis - buscou inspiração para as pesquisas do Verão 2014. Além de estudos bibliográficos, o intenso trabalho de

campo, que durou seis meses, deu continuidade à investigação ini-ciada na primeira versão do projeto da produção do artesanato da tribo Pataxó, na reserva indígena da Jaqueira, a 12 km do centro de Porto Seguro (BA), região do descobrimento do Brasil.

A proposta do projeto exibido no Inspiramais é instigar a criação de produtos com um olhar que valorize as referências do Brasil, mostrando de que forma a diversidade da nossa cul-tura pode ser explorada em novos produtos. No espaço concei-tual foram apresentados protótipos de calçados e bolsas con-feccionados a partir de recursos originais. Com a permissão do

Um novo olhar sobre as

referências brasileiras

Estilista propõe a criação de produtos a partir de artesanato da região do descobrimento do Brasil

cacique Nitynawã, a produção dos materiais e componentes usa-dos nos protótipos teve a ajuda dos próprios indígenas que pude-ram usar de suas técnicas artesanais para criar peças autênticas e sustentáveis com matérias-primas tão familiares como madeiras, sementes, palhas, cipós, argila, penas, bambu, ossos, etc. Todos os modelos foram desenvolvidos em parceria com empresas do terceiro maior pólo calçadista de Nova Serrana (MG) como Are-na, Julia Pinheiro, Thofet e Ykebana. A realização é da Assintecal, com o apoio do SEBRAE e da Apex-Brasil.

A primeira edição do projeto - durante o Inspiramais Verão 2013 - teve tanta repercussão que o resultado da pesquisa foi re-apresentado na Design Week de Milão, dentro do espaço Brazil S/A, no fim de abril. Com o tema “Estrutura”, o estilista desenvol-veu uma coleção de sapatos e bolsas inspirados na arquitetura e no mobiliário brasileiro.

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VERÃO 2014

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setor calçadista brasileiro acaba de dar mais um firme passo rumo aos mercados internacionais. Lançado no 4º Seminário Internacional de Design, durante o Ins-piramais, o Selo de Sustentabilidade vem a fortalecer

a competitividade dos produtos confeccionados no país. A criação do selo é uma parceria do LASSU (Laboratório de Sustentabilidade), da Escola Politécnica (POLI), da Universidade de São Paulo (USP), com a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e o Instituto By Brasil.

De acordo com a Professora Tereza Cristina Carvalho, dire-tora do LASSU, a sustentabilidade tem se mostrado atualmente como uma poderosa ferramenta para diferenciar os produtos e os fabricantes num mercado internacional cada vez mais com-petitivo. Mas, acredita que o Selo de Sustentabilidade para o se-tor calçadista não foi concebido apenas para valorizar as marcas brasileiras frente à produção estrangeira, e sim para promover o engajamento das empresas detentoras destas marcas com a sus-tentabilidade. “A certificação para obter o selo considera proces-sos fabris e não linhas de produção, dando maior abrangência ao trabalho de cada empresa”, completa a diretora do LASSU.

Cinco categorias definem grau de maturidade das empresas que adotam processos

sustentáveis à produção

impulsiona competitividade de calçados brasileiros

Selo de Sustentabilidade

A adoção do Selo de Sustentabilidade também é defendida pela superintendente geral da Assintecal, Ilse Guimarães. Ela enfatiza que a certificação agrega valor às marcas e aos produtos do setor calçadista brasileiro. “A sustentabilidade tem de deixar de ser compreendida como custo e passar a ser vista como opor-tunidade para agregar valor ao negócio”, diz.

Cinco diferentes níveis de certificação conferem um caráter inclusivo ao novo Selo de Sustentabilidade, que admite tanto as empresas iniciantes, quanto as que já adotam iniciativas susten-táveis há algum tempo. As categorias se baseiam no desempe-nho e no tamanho das empresas. Quem apenas adere ao progra-ma de sustentabilidade recebe o selo Branco. Na sequência vêm as classificações Bronze, Prata, Ouro, e Diamante. Indicadores econômico, ambiental, social e cultural apontam a real situação da fábrica que, a cada dois anos, tem que passar por novas ava-liações para validação da certificação obtida para o Selo de Sus-tentabilidade. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é contemplado pelo selo.

Emitem a certificação para a indústria calçadista a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a SGS. Podem participar desta iniciativa empresas associadas à Assintecal e Abicalçados.

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LANÇAMENTO

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DICA DE GESTÃO

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Gustavo Campos Sócio-diretor do Núcleo de Posicionamento da Focal Pesquisas www.focal.com.br e coach comercial. Também é professor convidado dos cursos de MBA da UNISINOS - RS e Publisher do Blog do Pensador Mercadológico www.pensadormercadologico.com.br .

Crise de mercado ou crise de gestão?

Diante de crises de mercado pouco podemos fazer, mas não tentar articular a empresa como um todo para melhor aproveitar as circunstâncias do contexto é a pior das decisões. Mais grave do que qualquer crise de mercado é a crise de gestão, que pode ser avassaladora e fazer com que os níveis de consumo de sua marca desapareçam em épocas de dificuldade. É preciso trabalhar alguns pontos, focando todos os recursos e energia em uma única direção. Neste espaço estará a solução para a “sua crise”. Vejamos alguns dados que comprovam que a crise de gestão hoje em dia é bem maior do que a crise de mercado.Em uma pesquisa de 2011, com 650 empresários, realizada pela Nogami Participações, foi identificado sete principais motivos para fechar uma empresa:

Em outra pesquisa, do Instituto internacional Harris Pooling, divulgada no livro o 8º hábito de Stephen Covey, são apontados outros fatos assustadores sobre a gestão das empresas:

a meta mais importante de sua empresa

maiores metas da organização e 51% dos empregados disseram que não entendiam o que devem fazer para ajudar a empresa a alcançar as suas metas.Os dados nos mostram como a crise de gestão está presente nas rotinas das empresas, o que aumenta muito a sua fragilidade perante uma crise de mercado. Para resolver esta fragilidade, ou pelo menos amenizar o seu efeito, podemos trabalhar em 6 aspectos importantes da gestão. São eles:

Segmentar para conhecerPor ter muitos clientes, quase sempre uma empresa não consegue perceber a importância de fazer ações compatíveis com cada realidade. Desta forma, fazem programas padronizados, massivos, de muito gasto e pouco resultado. Uma solução é segmentar a base de clientes conforme alguns critérios como, por exemplo:

meses de cadastro)

compras

seu negócio

crescimento dentro do seu negócio

Estudando cada grupo acima, conseguimos tomar decisões como:

cliente/grupo: programas individualizados por representante/região

concorrência

e não somente do seu jogo. Preocupem-se mais em como deixar um bom mark-up e giro para os varejistas do que cumprir as suas metas de venda. Vencendo o jogo do cliente você vencerá o seu jogo.

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Papel antigo até os dias de hoje Verbo de ação antigo Novo verbo de ação Novo papel

Escritório de representação Representar Prestar serviços que dão resultados aos clientes

Representante comercial Vender Posicionar APM - Agente de Posicionamento de Marcas

FSP - firma de Serviços profissionais

Treinando até doerEm uma pesquisa de Harvard, apurou-se que apenas 10% da população buscam treinamentos e sentem prazer em se desenvolver. Por outro lado, sabemos que a cada dia nossas competências são mais exigidas pelo mercado. A concorrência aperta, os clientes exigem melhores negócios e nós, muitas vezes, temos que nos aperfeiçoarmos. Para isso e para participar melhor do jogo do cliente, temos que exaustivamente treinar o nosso pessoal, inclusive os representantes. Com o tempo, o nível de desempenho alcançado com treinamento volta a cair. Portanto, devemos repetir o treinamento e assim continuamente, sem descanso.

Planeje, mas faça diferenteNesta época, muitas empresas despertam para o planejamento. Resolvem reunir os seus principais executivos e outras pessoas importantes para uma pauta extensa de planejamento estratégico, o que não funciona mais. Os principais problemas dos modelos antigos de planejamento, amplamente utilizados nos dias de hoje, são:

(opinião de diretor vale mais do que gerente, por exemplo)

quem está fazendo o planejamento (a empresa)

para a tomada de decisão

como um processo

conduzir o trabalhoPara melhores resultados, algo novo deve ser implementado, com uma metodologia envolvente que se desenvolve no formato de um jogo, com missões mercadológicas ocorrendo durante todo o ano. Pesquisas constantes, com o público segmentado, alimentam todos os pontos deste planejamento. Assim o planejamento acompanhará o dinamismo dos dias de hoje e sua equipe se sentirá envolvida e comprometida.

Um novo dicionário para novos resultadosExistem hoje novos papéis para todos os envolvidos na cadeia calçadista (Empresa, gerentes, supervisores, lojistas, clientes, consumidores, entre outros). Destaco dois deles e comento a diferença que faz um novo “rótulo” para estas profissões. (Ver tabela). Apenas com uma ressignificação do papel, outras e inúmeras atividades começam a fazer parte da atividade do representante comercial. Antes, com um compromisso baixo, pois apenas representava, agora, como um Agente de Posicionamento de Marcas, deve posicionar as marcas que representa no mercado. Uma maior responsabilidade, mais conectada com os dias atuais e de maior valor agregado.

Cuide da sua equipe, que é o motorEsta dica aponta para que tenhamos o cuidado necessário para reter o pessoal, motivá-lo e prepará-lo para os desafios crescentes. Fazer nossas operações e processos simples e eficazes, buscando uma maior fluidez no trabalho, para não perdermos o jogo dentro das organizações, e sermos derrotados pela burocracia, falta de apoio, reconhecimento e feedback.

Mobilizando com metas motivadorasExiste toda uma boa técnica para se construírem metas eficazes e motivadoras. Não erre nos princípios básicos:

ser mudadas, salvo em casos extremos de mudanças na economia.

objetivos, para identificar as prioridades.

coletivas. Ninguém vence sozinho.

prazo não podem comprometer o futuro da empresa.Se bem aplicados, esses fundamentos da gestão farão com que sua empresa resista melhor as crises de mercado. Boas vendas e até breve.

36 O CALÇADISTA

CAPA

a itemDepois de conquistarem o status de acessório de moda, sandálias de borracha produzidas no Brasil ganham versões comemorativa e biodegradáveis por Cinthia Albuquerque

De commoditydesejado

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37O CALÇADISTA

a itemDe commodity

las brotam nas prateleiras das lojas. Depois que a Havaianas decidiu repa-ginar seus modelos, em 1994 – época em que era

engolida pela concorrência que inovava seus produtos com freqüência, no final dos anos 80 -, as sandálias de borracha caíram de vez no gosto popular. Além das tradicionais Havaianas de solado branco e tira em quatro cores, comercializada desde 1962, a fábrica lançou modelos mo-nocromáticos em rosa, azul, preto e lilás. Foi a primeira revolução da marca.

EstratégiaA empresa acredita que o sucesso veio

como reflexo da estratégia que passaram a adotar de análise da demanda do públi-co. A partir do momento em que percebe-ram que o consumidor virava o solado da sandália, foram ouvi-lo. Apesar das boas características - confortável, não soltava a tira, não tinha cheiro -, a Havaianas estava se tornando uma commodity, um produto sem apelo nacional, por isso era preciso acompanhar as tendências de moda, esti-lo e comportamento.

Da nova forma de observar é que foram criadas para a Copa de 1998 uma coleção com cores e estampas de times de futebol e a Havaianas Brasil, com a bandeira na tira. A Copa acabou e os brasileiros não ficaram com a taça, mas, a pedido dos consumidores, o modelo permaneceu, tornando-se um produto de referência à cultura brasileira.

Item desejadoO olhar mais apurado proporcionou um

reposicionamento das sandálias no mer-cado: de commodity ganharam status de acessório de moda. Foram agregadas novas cores, modelos, enfim, o produto se diver-sificou. Hoje, cada coleção lançada por ano coloca à disposição dos consumidores cerca de 100 modelos, que com a variedade de cor e estampa resultam em torno de 400. Ou seja, quem quiser pode fazer coleção de pares. Claro que toda essa mudança veio acompanhada de alterações e investimen-tos não só no produto, mas na embalagem, nos pontos de venda e na publicidade.

eExpansão

Reinventadas, as sandálias começaram a fazer a cabeça dos estrangeiros no final da década de 90, época em que a empresa adotou um novo posicionamento para a marca, especialmente no circuito euro-peu. Dos 210 milhões de pares vendidos em 2011, 15% foram destinados à expor-tação. A responsável pela maior parte da produção atualmente é a fábrica de Cam-pina Grande, na Paraíba, mas a fábrica da Alpargatas em Carpina, Pernambuco, tam-bém colabora na confecção. No primeiro trimestre de 2013, outra unidade entra em atividade – esta em Montes Claros, Mi-nas Gerais. A fábrica está em fase final de construção e começa a operar com uma produção anual de 100 milhões de pares, gerando 2.500 empregos diretos.

Para o varejo, a marca tem apenas uma loja própria no país, o Espaço Havaianas, em São Paulo, e, até o fim do ano, serão cer-ca de 270 franquias. No exterior a empresa montou seus próprios espaços em Madri, Barcelona e Valência, na Espanha; em Roma, na Itália; dois em Paris, na França; um em Londres, na Inglaterra. Nos Esta-dos Unidos tem uma loja em Huntington Beach, na Califórnia, e ainda este ano abre uma em Miami. A marca também conta com franquias e corners nos mais impor-tantes department stores da Europa, EUA, Ásia e Oceania. Hoje, a sandália está pre-sente em mais de 80 países.

50 anos de tradiçãoEm 2012 a Havaianas completa 50 anos

de história e dedicação às sandálias de borracha. E pra comemorar a data foi lan-çado um modelo especial - edição limita-da - com um pé que remete àquele usado nos idos dos anos 60, e o outro no modelo em uma só cor, simulando os de solado

Amazonas Sandals: design inovador e tecnologia sustentável

Apelo ecológico em versão popular da Amazonas Sandals

Modelos biodegradáveis da Amazonas Sandals que se decompõem em 5 anos depois de descartados.

38 O CALÇADISTA

da cerâmica marajoara, herança deixada pelos povos indígenas no norte do Brasil, também foram evidenciados no design de alguns modelos de Amazonas Sandals.

DisseminaçãoOutro sucesso de mercado são as sandá-

lias Dupé, que surgiram em 1969 com um foco regional (Norte e Nordeste) e, hoje, estão presentes em mais de 60 países, em todos os continentes, e a meta para os próximos dois anos é ultrapassar a marca de 80 países.

Para elevar o número de vendas a mar-ca, que atualmente lança uma grande co-leção por ano, teve que mudar a estratégia e seguir em direção ao sudeste. Até 1995, as sandálias eram semelhantes às da prin-cipal concorrente. A empresa fabricava os tradicionalíssimos modelos com palmilha branca, preço baixo e em duas ou três cores. Depois, assim como a Havaianas, também tiveram que reformular o de-sign para permanecer no mercado. Foram criados produtos diferenciados, com mais cores e estampas. Hoje, a Dupé já investe em produtos exclusivos e edições limita-das de acordo com datas comemorativas, como Natal e Ano Novo, para atender à incansável demanda por inovações.

virado. Ao todo foram colocados à venda 50 mil pares. 100% da renda liquida será revertida a projetos da Unicef no Brasil.

Versão sustentávelAtento à nova tendência, o mercado

como um todo deu logo um jeito de ouvir a demanda e várias empresas começaram a criar as suas versões. Uma das mais recen-tes, além de design diferenciado, agregou conforto anatômico e sustentabilidade à produção. Uma plataforma ainda pouco explorada. Há 65 anos no mercado de fa-bricação de componentes para calçados, móveis e embalagens o Grupo Amazonas – responsável pelos solados e acabamentos dos sapatos e acessórios de grandes marcas brasileiras e estrangeiras como a Arezzo, Vizzano e Calvin Klein - lançou em 2011 uma marca de sandálias ecologicamente corretas. Para o diretor de marketing da marca, Ariano Novaes, a contínua atitude sustentável, baseada no reaproveitamento de materiais, fez com que naturalmente desenvolvessem as Amazonas Sandals.

As sandálias foram lançadas primeira-mente no mercado europeu com a estra-tégia de que o produto pudesse crescer com vigor no Brasil, afinal, no mercado internacional, os apelos “ecológico” e “bra-sileiro” agregam muito mais valor ao pro-duto. “Nosso objetivo agora é apresentar as Amazonas Sandals ao nosso país... essa proposta que o mundo precisa, de respei-tar e se aliar à natureza”, explica Novaes.

Desenvolvidas em borracha natural, com látex que vem das seringueiras nati-vas da floresta amazônica, a produção das sandálias vem a beneficiar com este tra-balho as comunidades ribeirinhas. Mas o grande diferencial da marca se deve à re-ciclagem total da borracha e em especial, da borracha biodegradável vulcanizada - Bio Rubber -, que se decompõe depois de cinco anos, ao contrário das borrachas sintéticas que demoram até 700 anos.

Inspirada nos recursos naturais brasi-leiros como os rios, a floresta e a cultura amazônica, a grife desenvolveu produtos apostando em linhas geométricas e retas com acabamento arredondado. Com o intuito de fortalecer as raízes e a criati-vidade do povo brasileiro, cores e traços

Modelo comemorativo da Havaianas resgata tradicionalismo dos anos 60

Versão sustentável da Amazonas Sandals inspirada na cultura amazônica

CAPA

39O CALÇADISTA

Como parte da nova estratégia, a em-presa buscou fugir da disputa com a Havaianas na distribuição e no ponto-de-venda. Foi então que a Dupé saiu do atacado, onde teria grandes volumes, mas margens muito apertadas, e migrou para distribuidores de menor porte, que dão ênfase à exposição dos chinelos nos pon-tos-de-venda, o que é fundamental para o giro do produto, segundo a empresa. Para consolidação da marca era importante que os consumidores vissem o diferencial do produto. A estratégia deu certo: desde que foi adotado este modelo de vendas a marca registrou não só um crescimen-to em volume, mas também conseguiu vender um mix de produtos mais rico. Hoje, cerca de 80% das vendas da Dupé se concentram no pequeno e médio varejo, ainda com grande penetração nas regiões Norte e Nordeste.

A empresa enfatiza que apesar dos esforços para fazer da Dupé uma marca conhecida pelo consumidor das grandes cidades, o foco é manter a posição como a segunda maior fabricante de sandálias de borracha, pois o objetivo maior é consoli-dar a liderança da Alpargatas - que detém Havaianas e Dupé, além de outras marcas de sandálias e sapatos - no segmento de chinelos no Brasil e no exterior.

Mercado ExternoÀ reboque dos fortes investimentos da

Havaianas, a Dupé praticamente não pre-cisou gastar em marketing para conquis-tar o mercado externo. As sandálias 100% de borracha brasileiras, extra macias, que não soltam a tira e não dão cheiro já ti-nham feito a cabeça e os pés dos estran-geiros. Atualmente, as exportações da Dupé - realizadas desde 1999 - respondem

por 35% do volume de produção, sendo o segmento de maior crescimento dentro da empresa, devido a grande aceitação do produto em continentes como Ásia e Europa. Nesses locais a sandália já chega a ser vendida a US$ 19 (cerca de R$ 40), enquanto a média por aqui oscila entre R$ 9,90 e R$ 15,90.

Com o nome estabelecido, a Dupé co-meçou a ser solicitada por grifes que ter-ceirizam a produção de suas sandálias, tanto no Brasil como no exterior. Chegou a fechar contratos internacionais com em-presas como a espanhola Zara, Gap e Reef, marca americana de roupas para surfistas. E também começou a desenvolver proje-tos especiais co-branding para algumas das principais lojas de departamento bra-sileiras. A possibilidade ampliou a estraté-gia da empresa que, hoje, não atua mais no outsourcing de produção e se concen-tra em novos investimentos para a expan-são da marca. A meta da Dupé é dobrar o faturamento - não revelado - até 2014, considerando o crescimento nos merca-dos interno e externo.

Para ter na estante50 SAPATOS QUE MUDARAM O MUNDO (FIFTY SHOES THAT CHANGED THE WORLD)

Hit no Brasil e no exterior. Dois dos calçados produzidos aqui no país atravessaram fronteiras e causaram frisson em outras calçadas. As sandálias plásticas da Melissa e os chinelos da Havaianas estão entre os sapatos que mudaram o mundo.Duas páginas foram dedicadas à Melissa. Uma destacou a parceria da marca com a estilista inglesa Vivienne Westwood. A outra faz referência à sandália desenhada pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid.As Havaianas foram lembradas como o sapato ideal para explorar a abundância de borracha no Brasil dos anos 60.O livro revela o fascínio que os calçados exercem sobre a imaginação popular desde as “Fry Boot”, de 1893, passando pelos saltos plataformas de Carmem Miranda, até a “Melissa Shoes” de 2008. Na obra ainda são abordados os sucessos de venda na indústria de calçado internacional de nomes como Jimmy Shoe e Manolo Blanik, entre outros.

Sandálias Dupé: aposta no pequeno e médio varejo

40 O CALÇADISTA

41O CALÇADISTA

42 O CALÇADISTA

É fato: toda empresa - das pequenas às de gran-de porte - precisa de crédito pra prosperar e dis-putar frente a um mercado cada vez mais com-petitivo. Atualmente, o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização

de investimentos em todos os segmentos da economia é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), órgão do Governo Federal.

E o cartão BNDES destaca-se como o produto mais popular dentre os oferecidos pelo banco às Micros, Pequenas e Média-sempresas - cobrindo 95,7% (de um total de 5,565) dos municí-pios brasileiros, faltando apenas 242. Número que não pára de

CRÉDITO/FINANCIAMENTO

Conheça as vantagens e saiba como utilizar o popular cartão de financiamento do BNDES

criado para atender as micros, pequenas e médias empresas

POR CINTHIA ALBUQUERQUE

é

Crédito FO

TO: D

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ÇÃ

O

facilitado

43O CALÇADISTA

crescer com a ajuda de ações de comunicação e fomento e parce-rias com bancos emissores, federações de indústrias, associações empresariais e SEBRAE.

De janeiro a julho de 2012, foram emitidos 67 mil novos Cartões BNDES, e o número de fornecedores credenciados no portal do produto (www.cartaobndes.gov.br) para vender bens e serviços aumentou em 7,5 mil - agora são 44 mil no total. Ainda no primeiro semestre deste ano, foram desembolsados 49% a mais em volume de recursos com o cartão, na compa-ração com mesmo período de 2011. No total foram realizadas mais de 320 mil operações, totalizando R$ 4,5 bilhões em fi-nanciamentos aprovados.

Só na indústria de couro e calçados foram 2.033 as negocia-ções, mais da metade do contabilizado no ano de 2011 - 3.391 ven-das (veja na tabela). As compras destes produtos com o cartão BNDES em 2012 atingem a ordem de quase R$ 30 milhões. Ain-da no segmento, se somadas as negociações na indústria metal-mecânica, com máquinas para indústria têxtil e couro-calçadista; além do comércio de roupas, tecidos, calçados e acessórios, as vendas com o Cartão este ano beiram os 20 mil, ante os 32.082 em 2011. O volume de compras realizadas em 2012 é de cerca de R$ 236 milhões - também mais da metade do registrado no ano anterior: R$ 391.857.900. Num cálculo rápido, o percentual de crescimento do Cartão nos últimos 12 meses foi de 57%, sendo que no setor calçadista o incremento foi de 52%.

Taxa reduzidaEm 2012, todos dos municípios de Santa Catarina, Ceará e

São Paulo foram cobertos pelo Cartão BNDES. Apenas Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Distrito Federal já tinham cobertura integral. E agora, mais uma medida deve re-percutir positivamente no aumento dos desembolsos do produ-to: a taxa de juros foi reduzida no início de agosto de 0,97% para 0,91% ao mês. A última redução havia ocorrido em outubro de 2011. Essa é a menor taxa de juros dessa linha de financiamento desde quando iniciou suas operações em 2003. A estimativa do banco é que o ano feche com mais de 800 mil operações realiza-das, movimentando cerca de R$ 11 bilhões. Por enquanto, não há previsão de nova redução da taxa no curto prazo.

Além das taxas reduzidas, são vantagens do cartão BNDES:

banco emissor;

-rem isentas de IOF.

inicial do Portal www.cartaobndes.gov.br). O cálculo da taxa utilizada pelo Cartão BNDES é baseado na LTN-Letra do Te-souro Nacional.

Como solicitar seu Cartão BNDES

Para obter o cartão de financiamento do BNDES com taxas bai-xas a empresa precisa ter um faturamento bruto anual de até R$ 90 milhões, estar sediada no Brasil, exercer atividade econômica apoiada pelas Políticas Operacionais e de Crédito do BNDES e es-tar em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos federais. Depois, é necessário ter conta corrente empresarial num dos bancos emis-sores - Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Fe-deral ou Itaú. Preenchidos os pré-requisitos, basta ir ao site do cartão, no link “Solicite seu Cartão BNDES”, seguir as instruções e colocar os dados cadastrais da sua empresa como CNPJ, CNAE Fiscal, ramo de atividade, banco de sua escolha e, por fim, bandei-ra que gostaria de trabalhar, Visa ou MasterCard.

É importante lembrar que para cada cliente ou empresa vai ser concedido um limite de crédito diferente. Cabe ao banco emissor decidir por meio de uma análise detalhada de crédito, conferida imediatamente após o pedido de emissão do Cartão. A cobrança também é de responsabilidade do banco emissor, que debitará as parcelas em conta corrente. Também vale ressaltar que é possível solicitar um Cartão BNDES em cada banco emissor e somar seus limites para realizar compras.

ComprasAs compras são realizadas de forma simples, fácil e segura. Po-

dem ser programadas, sabendo-se o valor da mensalidade, e são conduzidas exclusivamente pelo site do cartão BNDES. São duas as modalidades. Na Direta, o comprador acessa o Portal e efetua diretamente a compra, sem a intervenção do fornecedor, que irá apenas receber o pedido, efetuar a entrega e informar o número da nota fiscal. Já na Indireta, o processo de compra é iniciado por meio do contato, fora do Portal, entre o comprador e o fornece-dor que atua como o realizador da venda. O fornecedor entra em sua página do Portal, no link “Faça sua Venda”, informa os dados da venda e fornece ao Portal o número e a validade do Cartão BNDES do comprador. Esta modalidade é a única que permite a negociação de preços entre o comprador e o fornecedor.

Para comprar produtos pelo site é preciso apenas procurar os itens no Catálogo de Produtos expostos por fornecedores e seguir os passos indicados para a compra. Podem ser adquiridos mais de 190 mil itens de variados setores - desde computadores até motos, caminhões e utilitários. Mas, com o cartão podem ser financiados somente bens NOVOS, insumos com índice de nacionalização mí-

44 O CALÇADISTA

CRÉDITO/FINANCIAMENTO

2.011 2.012 TotalValor da compra Nº de compras Valor da compra Nº de compras Valor da compra

1.824.948,61 111 1.111.526,76 325 2.936.475,373.441.725,85 164 2.133.139,75 402 5.574.865,604.935.191,63 237 2.860.526,22 546 7.795.717,851.783.351,98 84 975.999,41 210 2.759.351,3917.767.446,73 884 10.585.841,69 2.502 28.353.288,429.349.638,24 613 6.076.732,72 1.526 15.426.370,964.094.196,96 212 3.142.822,68 607 7.237.019,646.805.322,35 455 3.870.978,91 1.297 10.676.301,2618.317.210,12 884 11.927.177,88 2.352 30.244.388,006.568.568,50 427 5.722.606,54 963 12.291.175,0438.312.183,83 2.038 24.429.237,02 5.514 62.741.420,854.807.932,19 279 3.218.846,12 734 8.026.778,317.433.154,15 456 5.142.226,83 1.183 12.575.380,988.033.694,80 442 5.882.527,32 1.103 13.916.222,125.743.497,20 260 3.238.821,73 720 8.982.318,9312.471.226,02 469 6.330.184,81 1.278 18.801.410,833.912.002,24 228 3.378.303,44 493 7.290.305,6829.787.920,51 1.565 16.634.821,70 4.074 46.422.742,2121.937.471,42 1.006 9.051.180,26 3.183 30.988.651,684.297.435,46 219 2.617.720,31 526 6.915.155,774.193.399,89 240 2.938.194,89 645 7.131.594,78850.127,36 12 249.149,96 73 1.099.277,32

17.578.066,01 1.261 11.649.770,33 2.904 29.227.836,3417.118.584,02 986 9.764.896,82 2.642 26.883.480,841.867.177,46 77 1.216.434,45 198 3.083.611,9181.484.455,82 4.032 47.461.277,86 10.769 128.945.733,682.919.971,69 131 2.172.736,63 342 5.092.708,32

337.635.901,04 17.772 203.783.683,04 47.111 541.419.584,08

110.829,92 1 1.400,10 15 112.230,0248.792,23 4 48.792,23670.812,40 37 391.551,55 109 1.062.363,95

2.729.173,09 49 1.154.424,66 223 3.883.597,7557.305,88 1 57.305,8820.709,50 1 3.179,00 2 23.888,50

1.239.953,51 153 1.286.567,56 274 2.526.521,07232.815,47 11 221.037,25 23 453.852,72

8.344.421,33 358 4.626.671,96 938 12.971.093,2915.794,58 6 15.794,58315.397,84 13 95.391,33 36 410.789,17818.597,51 16 203.542,08 37 1.022.139,59188.860,73 23 236.074,10 44 424.934,83111.328,54 10 84.839,99 27 196.168,53

1.802.465,69 47 629.717,75 186 2.432.183,44607.086,47 39 325.045,80 136 932.132,27405.431,19 10 117.515,06 36 522.946,2553.943,22 2 31.782,16 7 85.725,38

11.632.898,07 365 6.781.476,85 1.048 18.414.374,922.862.263,50 147 2.010.282,52 342 4.872.546,02

COMPRAS ANUAIS POR RAMO E ESTADO

nimo de 60% e serviços autorizados pelo BNDES necessários às atividades das micro, pequenas e médias empresas. O cartão não cobre saneamento financeiro, capital de giro, armas, bens impor-tados - exceto máquinas de costura -, compra de imóveis ou terre-nos e insumos não autorizados pelo BNDES. As únicas prestações de serviços autorizadas são de certificação, acreditação, inovação, propriedade intelectual, extensão tecnológica e de avaliação da qualidade de software.

SimuladorPara fazer uma simulação de financiamento pelo Cartão BN-

DES basta acessar o site e clicar em “Simulador” no menu princi-pal da página. Na sequência, uma nova janela vai pedir para que insira o valor a ser financiado. Serão apontadas todas as condições de pagamentos oferecidas, com os valores para financiamentos e números de parcelas, que variam de acordo com o banco que emitiu o cartão.

45O CALÇADISTA

anúncio

46 O CALÇADISTA

MODA

uem apostou que eles seriam apenas uma fe-bre relâmpago se enga-nou! No Brasil, os sne-akers foram lançados como tendência para

o outono/inverno 2012, mas caíram no gosto das mulheres e viraram um dos acessórios mais desejados do momento. A prova é que já compõem as coleções das próximas estações.

A responsável pela repaginação do novo hit foi a estilista francesa Isabel Ma-rant, que deu um upgrade nos conhecidos tênis de cano alto criados para os homens e adeptos aohip hop e aos esportes, prin-cipalmente os ligados ao basquete. Para conquistaro exigente público feminino, a estilista investiu no salto anabela – colo-cado naparte interna do tênis. A ideia deu certo: as mulheres ficaram felizes porpo-derem tornear as pernas, ficarem mais longilíneas e elegantes com a ajuda do salto embutido. Sem falar do conforto!

LançamentosDe olho na tendência das principais ca-

pitais do mundo, outras grandes marcas apostaram em suas versõespara o calçado. Por aqui, os primeiros lançamentos fo-ram da Arezzo, Schutz, Esdra e Converse. Agora, os modelos estão em quase todas

q

Eles vieram pra ficar!

Sneakers invadem as ruas e ganham versões nos mais diversos materiais e cores

Ortopé

Coca-Cola

FOTO

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as vitrines. Essa é avantagem das grandes tendências – a democratização. Existem modelos para todosos bolsos e gostos. Hoje os sneakers são criados nos mais di-versos materiais e cores, dos discretos aos mais arrojados – em couro, em camurça, com tachas, franjas, estampados, bicolo-res, com glitter, metalizados, com cadarço ou velcro, e outros.

Para a próxima estação, a Moleca de-senvolveu modelos com tachas, no maior estilo rock´n´roll - muito em alta -, em dourado metal, nobuck craquelê e bico-lor numa mistura de amarelo cítrico com o o! white. As marcas Bottero e Cravo e Canela também investiram na combina-ção de cores fluo e neutras. As versões da Cola-Cola Shoes trazem estampas geomé-tricas e animal-print de cobra. Já a Orcade apostou em detalhes diferenciados, assim como a Dumond e a Massiero. Até o públi-co infantil ganhou a sua adaptação: a Or-topé, lança quatro opções destes modelos de acordo com as recomendações médicas de utilização do salto baixo na infância.

Para àquelas que ainda entortam o na-riz ou têm dificuldade em montar looks com os sneakers, combinações – claro que sempre casuais - é que não faltam. No in-verno, o calçado pode dar uma quebrada no ar austero da estação. A intenção é pro-por produções com atitude e descoladas, mas sem exageros. O ar pesado dos tênis também pode ser balanceado com peças mais leves e delicadas.

DiferencialApesar da grande variedade, existem

longas filas de espera nas lojas. Todas querem garantir um par ou até mesmo aumentar sua coleção. Quem quer exclusi-vidade pode optar por versões mais estili-zadas, produzidas em poucas unidades. Por isso, vale a pena incrementar suas coleções. Para se destacar em meio a essa infinidade de sneakers, vale a pena investir na criativi-dade. Foi o que fez a Dakota. Para a coleção de verão a marca investiu na originalidade, lançando o Sandal Sneakers, com recortes e detalhes vazados, que revelam o contor-no dos pés. Adereços inusitados também podem ser um diferencial.

Moleca

Bottero

Dakota

Arezzo

Cravo e canela

48 O CALÇADISTA

D

MERCADO

Modernos e muito confortáveis

Dificuldade na compra de sapatos, dores e desconforto ao usar um calçado comum. Quem tem joanete sabe bem o que é isso. Para contornar o problema causado pela deformidade estrutural dos ossos e da articulação entre o pé e o dedão, a saída, muitas vezes, era recorrer a números maiores ou a modelos de largura maior - nem sempre elegantes.

Identificando no caso uma oportunidade de mercado, a Usaflex lançou uma linha especial de calçados para mulheres com joane-te. Para amenizar o problema, a empresa optou por colocar ma-teriais de características elásticas na região do calçado onde fica o joanete. Com isso, a saliência se molda ao calçado, eliminando-se as dores e o desconforto. “Quando se retira o sapato do pé, esse material volta ao formato original, não fica deformado”, assegura a diretora de Marketing Simone Kóhlrausch.

Para o desenvolvimento dos modelos não foi preciso utilizar so-lados com formatos ou larguras diferenciadas, de maior ou menor altura ou com algum tipo de ajuste ao joanete. “O diferencial está apenas no material elástico, macio e flexível colocado na região do joanete. A altura e largura do calçado seguem os padrões exclusi-vos para atender a necessidade de conforto dos calçados Usaflex”, acrescenta a diretora. Já o design aplicado nos modelos foi desen-volvido de forma que o material elástico pudesse se encaixar à sali-ência, mas sem que os modelos perdessem o toque fashion.

Usaflex desenvolve calçados para mulheres com joanetes por Vera Campos

Segundo Simone Kóhlrausch, a iniciativa de criar uma linha para quem tem joanete surgiu a partir de visitas a lojas fideliza-das da marca, onde se percebeu a urgência da necessidade de oferecer sapatos com esse propósito. Além disso, inúmeros pe-didos eram recebidos pela central de Serviço de Atendimento ao Consumidor. “A principal reclamação era de que o joanete inco-modava, pela falta de espaço interno, ficava evidente e deixava marcas no sapato”, recorda.

A produção dessa linha especial da Usaflex começou a ser de-senvolvida depois de a marca ter acesso às informações levan-tadas pelo Projeto Mais Calce - Desenvolvimento de Calçados para a Terceira Idade. Conduzido pelo Centro Tecnológico do Calçado Senai do Rio Grande do Sul e da Paraíba, em parceria com a Artecola Indústrias Químicas, o Mais Calce pesquisou in loco pés de mulheres com mais de 55 anos e identificou mudan-ças em relação a formatos e a medidas. Os resultados do estudo estão disponíveis para as indústrias e permitem ampliar a ge-ração de produtos com valor agregado não somente pela cus-tomização das medidas das formas, mas também na definição de materiais e componentes usados na confeccção dos calçados.

Para um melhor resultado, a Usaflex realizou ainda, com apoio do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefa-tos - IBTeC, medições em pés de consumidoras com joanetes. FO

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DICA DE ERGONOMIAFO

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Jacinta Sidegum Renner Doutora em Engenharia de Produção com ênfase em Ergonomia. Diretora da Qualivida Consultoria em Saúde, Coordenadora da Pós Graduação em Saúde do Trabalhador na Universidade/Feevale. Professora do curso de Mestrado de Inclusão Social e Acessibilidade, Design e Engenharia na Universidade Feevale. Ergonomista certificada e membro da ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia)

Ergonomia. O tema tem sido abordado com frequência em seminários, reuniões e em atividades educativas ou preventivas realizadas pelas indústrias de calçados. Mas o que significa, afinal? A palavra deriva do grego, sendo que ergon significa trabalho e nomia, significa normas. Ou seja, a ergonomia propõe normas no trabalho. Em síntese, é a adaptação do trabalho ao homem e não o contrário.Se até há pouco tempo Ergonomia era entendida apenas como uma modificação/adaptação de postos de trabalho - ou seja, ajustavam-se mesas e cadeiras e isto era entendido como Ergonomia -, hoje os programas tendem a ser implantados como parte de um processo de gestão da empresa, modificando/interferindo na cultura organizacional. Como consequência, a Ergonomia passa a estar integrada a outros setores, como o de Desenvolvimento, Qualidade, Engenharia de Produção, Segurança e Recursos Humanos, entre outros.Como a Ergonomia atende as necessidades do trabalhador para que este possa trabalhar melhor, e em consequência, produzir com mais qualidade e maior quantidade, a tendência é que ocorra maior adesão a essa proposta na medida que as empresas comecem a sentir os resultados. Baixos Custos O paradigma de que Ergonomia sempre implica em altos custos é uma falácia, é possível fazer muitas ações que não implicam em custos. Por exemplo, reduzir o trabalho repetitivo (um problema de extrema relevância na indústria calçadista), aquele em que um trabalhador superespecialista realiza uma única função durante o dia todo, durante meses e muitas vezes anos. É o caso de costureiras, apontadores de bico, montadores, entre outros. Quando a operação é muito rápida, existe a

Adaptar o trabalho ao homem

tendência de o trabalhador adoecer em função da alta repetitividade. Neste caso, pode-se adotar uma ação muito importante que não implica em custo algum e exige apenas a reorganização do processo e a boa vontade dos coordenadores e trabalhadores: a multifunção, ou seja, o mesmo trabalhador realizar mais de uma função ao longo da jornada de trabalho. Tem-se, como resultado, a diminuição dos afastamentos e adoecimento do trabalho, o que é uma melhoria para o trabalhador e traz um resultado muito positivo na produção: a flexibilização do processo através de um trabalhador mais capacitado.Esse é apenas um exemplo. Podemos também citar como sendo de baixíssimo custo a realização de melhorias de postos de trabalho e ajustes em máquinas e equipamentos que podem ser realizados de forma “caseira” junto ao setor de manutenção.

Para todos Já atuei em diversas indústrias calçadistas pelo Brasil, principalmente na região Sul e Nordeste. Nesses anos, vivenciei o nascimento de algumas indústrias já com a visão da Ergonomia, ou seja, a Ergonomia estava presente no nascimento do projeto da fábrica, desde a organização do layout até a organização do fluxo do processo e distribuição de máquinas. Com isso, organiza-se o processo de modo que o trabalhador possa trabalhar bem, de modo confortável, o que certamente vai repercutir no resultado produtivo.Ao contrário do que se pensa, algumas grandes corporações têm mais dificuldade que as empresas menores para implantar um programa de Ergonomia. Isso decorre geralmente, do “engessamento” ou do seu grau de normatização (regras, organização), o que não ocorre nas indústrias de menor porte, mais flexíveis.

50 O CALÇADISTA

MERCADO VAREJO

Retrato

Redes de lojas especializadas ainda concentram a maior parte das vendas de calçados no país, mas tendência é para a expansão das monomarcas por Vera Campos

do varejo

51O CALÇADISTA

Retrato

AA baixa inflação, a melhor distribuição de renda e a expansão do crédito têm estimulado o consumo interno de calçados e feito desse mercado a mola propulsora do crescimento da in-dústria. Não é novidade atribuir parte dessa responsabilidade à ascensão socioeconômica de alguns segmentos da população, mas é sempre bom lembrar que, de 2000 a 2011, a renda per capita no Brasil cresceu 22% em termos reais, o que, consequen-temente, ocasionou uma sobra maior para o consumo de artigos de moda em geral – incluindo-se aí os calçados.

Com isso, o comércio pelos 30 mil pontos de venda de cal-çados espalhados pelo país vem apresentando um bom cresci-mento. Nos últimos cinco anos, a demanda aumentou 11,8%. Em 2011, foram vendidos 736,5 milhões de pares, que proporciona-ram às lojas faturamento de cerca de R$ 36 bilhões. A partici-pação dos importados nesse conjunto passou de 4,3% em 2007 para 4,6% em 2011, um aumento médio de 7% no período. Des-considerados os chinelos, que representam 46% do mix de pro-dutos comercializado em pares - e que não sofrem concorrência com os importados -, esta participação quase dobra, alcançando 8,2% do volume.

Os dados fazem parte do "Estudo de Canais de Varejo - Cal-çados", que dimensiona o varejo de calçados no Brasil. Reali-zado pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) e divulgado em primeira mão para a revista O Calçadista, o estudo analisa comparativamente a importância relativa e o desempenho dos principais canais de venda, aborda diferen-ças regionais, linhas de produtos comercializadas, tamanhos e modelos, perfil das empresas atuantes por canal, mão-de-obra ocupada, pontos de venda, curva de preços e origem

IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial Av. Nove de Julho, 4.865 – Conjunto 42 A – Itaim Bibi – CEP 01407-200 Tel.: 55 11 3238-5800 – Fax: 55 11 3238-5801 [email protected] – www.iemi.com.br

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. Canal 2007 2008 2009 2010 2011

Redes de lojas especializadas (1) 285.679 283.730 309.961 334.402 323.871 Lojas independentes especializadas (2) 171.331 195.490 201.466 225.331 207.827 Lojas de departamento (3) 108.141 111.567 116.492 136.836 132.563 Hipermercados/Supermercados (4) 55.965 60.985 53.780 60.533 56.043 Lojas de vestuário (5) 37.897 34.458 30.231 18.023 16.240 . Total 659.013 686.230 711.930 775.125 736.545

Partic. do importado (%) 4,3% 5,7% 4,2% 3,7% 4,6% Fonte: IEMI Notas: (1) Santa Lolla, Arezzo, World Tennis, etc. (4) Carrefour, Extra, Walmart (2) Lojas de bairro, butiques, etc. (5) TNG, Triton, Ellus, etc. (3) Renner, C&A, Riachuelo, etc.

2.2. Canais de distribuição do varejo em valores (%)

Em relação à participação dos canais nas vendas em volume, percebe-se um aumento na

participação das lojas de departamento no período, de 16,4% para 18%.

. Canal 2007 2008 2009 2010 2011

Redes de lojas especializadas (1) 43,3% 41,3% 43,5% 43,1% 44,0% Lojas independentes especializadas (2) 26,0% 28,5% 28,3% 29,1% 28,2% Lojas de departamento (3) 16,4% 16,3% 16,4% 17,7% 18,0% Hipermercados/Supermercados (4) 8,5% 8,9% 7,6% 7,8% 7,6% Lojas de vestuário (5) 5,8% 5,0% 4,2% 2,3% 2,2% . Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: IEMI Notas: (1) Santa Lolla, Arezzo, World Tennis, etc. (4) Carrefour, Extra, Walmart (2) Lojas de bairro, butiques, etc. (5) TNG, Triton, Ellus, etc. (3) Renner, C&A, Riachuelo, etc.

dos produtos comercializados. O estudo mostra que, de 2007 a 2011, enquanto a participação das redes de lojas especializadas nas vendas totais se manteve praticamente estável, a das lojas in-dependentes e as de departamentos sofreu ligeiro acréscimo, ao passo que a participação dos canais hipermercados/supermerca-dos e lojas de vestuário caiu.

Em 2010/2011, apenas as redes de lojas especializadas e as de departamentos aumentaram participação nas vendas de calça-dos. Os demais canais perderam.

Marcelo Prado, diretor do IEMI

PARTICIPAÇÃO DOS IMPORTADOS (VOL)

52 O CALÇADISTA

Valorização das marcas “A invasão de calçados importados no mercado nacional vem forçando a indústria calçadista brasileira a buscar melhorias em seus processos, a aumentar o foco na qualidade dos produtos e criar um valor de marca”, diz Marcelo Villim Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI). Como decorrência, a indústria vem investindo em lojas monomarcas (próprias e em franquias). “Nos últimos anos, o número de varejos especializados em calçados deu um salto, porém alicerçado pelas grandes redes monomarcas - as que vendem uma única marca que dá nome à loja”, revela. Prado ainda avalia que o fato resultou num leque muito maior de opções de marcas para os consumidores e vem acirrando a concorrência entre os principais players do mercado.Ele explica que investimento em lojas monomarca possibilita a criação de valor de marca junto aos clientes, além de um maior controle do serviço associado a ela. “Como a tendência é de os consumidores brasileiros cada vez mais demandarem produtos de alta qualidade e, sobretudo, com alto valor de moda agregado, deverá haver, como consequência, um aumento cada vez maior das lojas monomarcas no mercado brasileiro”, conclui.

DISTRIBUIÇÃO CONCENTRADAO mercado de calçados se concentra em não mais que 11%

das cidades brasileiras, com população acima de 50 mil habi-tantes. “Esses municípios respondem por 79,1% da demanda de calçados e também são sedes de 79,8% das lojas especializadas no país”, revela o diretor do IEMI, Marcelo Villim Prado.

A região Sudeste lidera as vendas de calçados no Brasil, com

LINHA MASCULINA

LINHAFEMININA

Sapato (37,9%)

Tênis (27,9%)

Tênis (66,1%)

Sapato (22,6%)

Tênis (39,7%)

Sapato (28,9%)

Tênis (49,1%)

Sapatenis (14,7%)

Sapato (29,2%)

Tênis (26,8%)

Tênis (48,7%)

Sapato (28,7%)

Tênis ( 63,4%)

Sapato (22,8%)

Sapato (44,1%)

Tênis (32,8%)

Sand.Borr (26,6%)

Chinelo (25,7%)

Chinelo (43,5%)

Sapato (21,4%)

Campeões em Vendas *

* participação das vendas em valor dos tipos de calçados nos diferentes canais Fonte: IEMI

Em 2011, as redes de lojas especializadas (monomarcas e multi-marcas) continuaram sendo a principal fonte de escoamento de cal-çados, com 44% de participação no volume de vendas. Em valores, é também o canal que mais fatura, respondendo por 56% dos quase R$ 36 bilhões das vendas totais de calçados no ano que passou.

As lojas independentes especializadas (lojas de bairro, butiques, etc) são o segundo canal de vendas mais importante, com 28,2 % de participação em volume. Vêm a seguir as lojas de departamen-tos (Renner, C&A, Riachuelo, etc), com 18%; os hiper/supermer-cados, com 7,6%; e, por fim, as lojas de vestuário, com 2,2%.

MERCADO

LOJAS ESPECIALIZADAS LOJAS INDEPENDENTES ESPECIALIZADAS

LOJAS DE DEPARTAMENTO

LOJAS DE VESTUÁRIO

HIPERMERCADOS

IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial Av. Nove de Julho, 4.865 – Conjunto 42 A – Itaim Bibi – CEP 01407-200 Tel.: 55 11 3238-5800 – Fax: 55 11 3238-5801 [email protected] – www.iemi.com.br

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. Canal 2007 2008 2009 2010 2011

Redes de lojas especializadas (1) 285.679 283.730 309.961 334.402 323.871 Lojas independentes especializadas (2) 171.331 195.490 201.466 225.331 207.827 Lojas de departamento (3) 108.141 111.567 116.492 136.836 132.563 Hipermercados/Supermercados (4) 55.965 60.985 53.780 60.533 56.043 Lojas de vestuário (5) 37.897 34.458 30.231 18.023 16.240 . Total 659.013 686.230 711.930 775.125 736.545

Partic. do importado (%) 4,3% 5,7% 4,2% 3,7% 4,6% Fonte: IEMI Notas: (1) Santa Lolla, Arezzo, World Tennis, etc. (4) Carrefour, Extra, Walmart (2) Lojas de bairro, butiques, etc. (5) TNG, Triton, Ellus, etc. (3) Renner, C&A, Riachuelo, etc.

2.2. Canais de distribuição do varejo em valores (%)

Em relação à participação dos canais nas vendas em volume, percebe-se um aumento na

participação das lojas de departamento no período, de 16,4% para 18%.

. Canal 2007 2008 2009 2010 2011

Redes de lojas especializadas (1) 43,3% 41,3% 43,5% 43,1% 44,0% Lojas independentes especializadas (2) 26,0% 28,5% 28,3% 29,1% 28,2% Lojas de departamento (3) 16,4% 16,3% 16,4% 17,7% 18,0% Hipermercados/Supermercados (4) 8,5% 8,9% 7,6% 7,8% 7,6% Lojas de vestuário (5) 5,8% 5,0% 4,2% 2,3% 2,2% . Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: IEMI Notas: (1) Santa Lolla, Arezzo, World Tennis, etc. (4) Carrefour, Extra, Walmart (2) Lojas de bairro, butiques, etc. (5) TNG, Triton, Ellus, etc. (3) Renner, C&A, Riachuelo, etc.

51,8% de participação - destaque para o Estado de São Paulo, com 28%. Depois vem a região Sul, com 18%, e a Nordeste, com 17,8%.

Apesar da grande movimentação das lojas especializadas em calçados em direção aos shopping centers observada nos últi-mos anos, as lojas de rua ainda concentram a maior parte (75,8%) dos pontos de venda do setor.

PARTICIPAÇÃO DAS VENDAS (VOL)

53O CALÇADISTA

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54 O CALÇADISTA

O

EXPORTAÇÃO/ENTREVISTA

Mercado Global

O Brasil é considerado o oitavo maior exportador de calçados do mundo, com faturamento acima de US$ 1 bilhão ao ano, fruto de negócios realizados com mais de 150 países. Para incrementar ainda mais as vendas no mercado internacional, a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI), criou, em 2000, o Programa Setorial Integrado da Indústria Brasileira de Calçados, o Brazilian Footwear, destinado a apoiar o ingresso do calçado brasileiro no mercado internacional.Em entrevista concedida com exclusividade à revista O Calçadista, Cristiano Körbes – coordenador da Unidade de Projetos da Abicalçados, afirma que exportar deixou de ser privilégio das grandes empresas calçadistas e fala sobre o potencial de alguns mercados, sobretudo o da China, onde um grupo de indústrias brasileiras participará da Top Shoes & Fashion Accessories Beijing (Top SFA), de 24 a 26 de outubro.

Cristiano Körbes coordenador da Unidade de Projetos da Abicalçados

“Exportar não é privilégio das grandes indústrias calçadistas, mas exige a elaboração de um plano de médio e longo prazo”

O Calçadista - O Brasil tem tradição na exportação de calçados e estimula que mais indústrias passem a atuar também no mercado externo. Por quê?

Cristiano Körbes - Exportar é vital para economia do País, pois equilibra a balança comercial e gera divisas. E é estratégico para o setor calçadista, pois mantém a produção das fábricas em épo-cas em que o mercado interno está abas-tecido, e as prepara para uma competição global, vital na manutenção de um setor importante para o país.

O Calçadista - Mas exportar é para quem quer ou para quem pode? Quais os pré-requisitos?

Cristiano Körbes - Exportar é para quem quer e se prepara para isso. O prin-cipal requisito é a empresa ter uma gestão moderna e entender o valor de atuar no mercado externo. Junte-se a isso uma ma-turidade de atuação no mercado interno, com um posicionamento de marca bem estruturado. É sempre bom a empresa já estar consolidada no mercado interno, FO

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55O CALÇADISTA

põem a crescente classe média chinesa. As perspectivas são otimistas, mas leva-se tempo para construir um canal de distri-buição visto que o mercado ainda está se adequando à importação, pouco vigente na história recente de abertura do país. Por isso, a importância de projetos que visam não somente a observação das demandas, mas que estudem com muita atenção as estratégias que podem levar ao sucesso e ao fracasso em solo chinês, dada a pouca experiência dos comerciantes com impor-tação de produtos manufaturados.

Brasileiros na ChinaUm mercado de mais US$ 34 bilhões e cujo consumo vem crescendo vertiginosamente na última década, assim como as importações. Assim é a China em relação a calçados. E nesse cenário de demanda ascendente, o Brasil participa com menos de 1%, segundo o Brazilian Footwear, programa de promoção às exportações desenvolvido pela Abicalçados em parceria com a Apex-Brasil. Mas o volume vem aumentando. De janeiro a junho deste ano, o país exportou para a China 55,7 mil pares de calçados, ante 216 mil em 2011. Não à toa, esse é um dos oito países escolhidos para a promoção comercial de calçados em 2012 e 2013. “O mercado chinês é muito desafiador, pois há a oferta interna de calçados de baixo custo e uma crescente demanda por marcas internacionais, na qual o Brasil busca se posicionar”, diz Cristiano Körbes, coordenador da Unidade de Projetos da Abicalçados.Em outubro deste ano, representantes das empresas Humberto S. Müller/Miucha, Shoetherapy (Sapatoterapia) e Radamés terão a oportunidade de passar duas semanas nas cidades de Xangai e Pequim não só para aprender sobre o mercado chinês, mas também para participar da Top Shoes & Fashion Accessories Beijing (Top SFA), que acontecerá entre os dias 24 e 26. Na capital chinesa, vão se juntar a outras cinco marcas brasileiras que desde 2010 prospectam esse mercado com o apoio do Brazilian Footwear, e que também vão expor seus produtos na feira: Albanese, Amazonas Sandals, Anatomic Gel, Dumond e Stéphanie Classic.

O Calçadista - Onde o calçadista que deseja internacionalizar sua marca deve buscar informações/capacitação?Cristiano Körbes - Há vários meios de se obter informações e capacitação ade-quada: as Federações das Indústrias dos Estados, Agências de Promoção e Desen-volvimento como a Apex-Brasil, o Sebrae e as entidades de classe como a Abicalçados.Para saber mais:

www.brazilianfootwear.com.br;

www.abicalcados.com.br

Mercados-alvo para exportação de calçados

FON

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EARpois isto dá segurança financeira para in-

vestir, além de conhecimento do processo fabril e da gestão de marca.

O Calçadista - Por onde começar?Cristiano Körbes - Todo o início de

trabalho exige pesquisa e informação so-bre o mercado, por isso é importante a empresa definir em quais mercados pre-tende atuar e planejar um período para obter informações sobre esses mercados antes de iniciar o processo comercial.

O Calçadista - Algum país, em especial, é indicado para quem quer exportar?

Cristiano Körbes - O mercado exter-no será escolhido pela empresa após ela determinar a sua estratégia. Uma reco-mendação é se iniciar por mercados pró-ximos geográfica e culturalmente.

O Calçadista – Que países tradicionalmente importam calçados do Brasil? E quais se apresentam como promissores? Por quê?

Cristiano Körbes - O Brasil expor-ta calçados para mais de 150 países e todos possuem potencial de compra. Po-rém, os mais tradicionais são os Estados Unidos e países da América Latina. A Abi-calçados, através do Programa Brazilian Footwear, definiu atuar em oito mercados estratégicos a partir de estudos de poten-cialidade e diversificação. São eles: China, Colômbia, Estados Unidos, França, Itália, África do Sul, Emirados Árabes e Rússia.

O Calçadista - O que se apresenta como atraente no mercado chinês? Quais as perspectivas de negócios por lá, qual o tipo de demanda?

Cristiano Körbes - O Brasil exporta pouca quantidade de calçados para China. O mercado interno chinês é abastecido pela produção própria e as camadas mais ricas da população compram calçados de marcas de luxo importadas. Ao mercado chinês interessa atualmente marcas in-ternacionais com conceito diferente ao já oferecido, e produtos importados para uma classe de pessoas ricas e que com-

56 O CALÇADISTA

A

EXPORTAÇÃO

Até o começo do ano passado, para a empresária chinesa Giulia Zhu, de 31 anos, a imagem do Brasil se reduzia à futebol e carna-val. Só depois de visitar uma feira do setor calçadista nacional, em Xangai, é que descobriu a qualidade dos sapatos brasileiros. O encanto pelo pelos produtos foi tamanho que, em setembro, ela inaugura, na cidade de Jinan, província de Shandong, a primeira loja da rede de calçados brasileiros (para homens e mulheres) de alto valor agregado que acaba de criar na China - a Veggi Fever.

“Eu espero que os chineses se apaixonem pelos produtos bra-sileiros e tenham febre por eles”, diz animada. A expectativa da empresária é abrir 30 unidades diretas em três anos e vender mais de 100 mil pares ao ano. Os preços no varejo oscilam entre US$ 150 a US$ 300 para modelos de verão e de US$ 300 a US$ 900 nos modelos de inverno, como botas.

Uma segunda unidade da rede será aberta em novembro em Xangai, dentro da loja de departamento japonesa Takashimaya – a primeira também será dentro de uma loja de departamen-to, chamada Xinduhui. Outros dois pontos estão em análise e a previsão é que sejam inaugurados até dezembro. “Esperamos que, até setembro de 2013, tenhamos entre seis e dez lojas em diferentes cidades chinesas.”

Giulia diz que foi surpreendida pela qualidade dos calçados brasileiros:“são lindos, totalmente diferentes dos que existem no mercado chinês. Eles são ‘fashion’, elegantes, coloridos, bem feitos e marcantes”. Apaixonada por sapatos, a empresária re-vela que às vezes é muito difícil encontrar seus modelos prefe-ridos nas lojas do país. “O mesmo ocorre com muitas de minhas amigas. As mulheres chinesas irão se apaixonar pelos calçados brasileiros imediatamente”, acredita.

No início, Giulia confessa que enfrentou alguns obstáculos

Qualidade brasileira na China

Empresária chinesa investe em diferencial dos calçados brasileiros. POR CINTHIA ALBUQUERQUE

para encontrar os primeiros pontos de venda, o que prejudicou na conclusão dos negócios. Segundo ela, no ano passado a pri-meira coisa que as lojas de departamento perguntaram era se já existiam pessoas vendendo os produtos, porque ninguém queria arriscar. “Eles queriam as marcas famosas, porque têm certeza que vendem bem”, conta. Só a partir do começo deste ano é que sentiu mudanças nesse aspecto, com shoppings e lojas procurando por novidades.“Os chineses estão mudando, abrindo cada vez mais a mente e cada vez mais querendo conhecer mais do mundo”.

MERCADO POTENCIALA feira que levou novas oportunidades de venda à Giulia foi

promovida pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), dentro de um projeto da entidade, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi-mentos (Apex-Brasil), de prospectar oportunidades de negócios em países asiáticos. O coordenador de projetos da associação,

Apresentação de calçados brasileiros em feiras na China potencializa exportações

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57O CALÇADISTA

Cristiano Körbes, explica que a China entrou dentro do projeto Brazilian Footwear e, em janeiro de 2010, foi realizada a primeira missão prospectiva. Ainda segundo Körbes, a entidade chegou à conclusão de que há potencial no mercado chinês para produtos de valor agregado, que apresentem design interessante, materiais nobres, com proposta de valor de marca.

BALANÇA DE CALÇADOSA proposta da iniciativa é aumentar as exportações do produto

ao país asiático, que está longe de ser o principal destino dos cal-çados brasileiros – não consta nem na lista dos 10 primeiros. De acordo com a entidade, as vendas para a China foram de apenas 36 mil pares de um total 47,7 milhões de pares exportados de janeiro a maio deste ano. Em valores, representaram US$ 804,7 mil dos US$ 444 milhões – faturamento que apresentou uma queda de 20% so-bre igual período do ano passado (US$ 551,8 milhões), influencia-da, entre outros fatores, pelo câmbio desfavorável. O principal país de destino dos calçados brasileiros são os Estados Unidos. Nos cin-co meses deste ano, os norte-americanos compraram 5,6 milhões de pares. Por outro lado, o Brasil compra muitos sapatos da China. De janeiro a maio deste ano, foram de 6,8 milhões de pares, 41% do total de 16,5 milhões deles importados, o que coloca o país no primeiro lugar da lista de importação nesse quesito.

De acordo com Körbes, um grupo de seis empresas calçadistas brasileiras visitou o país para rodadas de negócios. Foi em uma delas que Giulia iniciou o contato com os fabricantes brasileiros. Além de Xangai, o grupo também visitou mercados de Hong Kong e Pequim. Algumas delas já estão vendendo na China, ou-tras estão em vias de realização. Um segundo grupo de empresas está sendo formado para uma nova visita ao país em outubro.

PRODUTOS DE LUXO

Depois de uma análise de merca-do, Giulia e seu sócio descobriram que podem atrair diferentes tipos de clientes. “Produtos de luxo são muito bem vendidos na China, mas os consumidores de alta classe social os têm usado por muitos anos. Cla-ro que eles continuarão comprando esses produtos, mas querem ter algo novo e especial, que poucas pessoas conhecem”, acrescenta. Levando em

consideração o design, preço e estilo, a empresária acredita que os produtos brasileiros são bastante competitivos. Apesar de va-lores de até US$ 900, Körbes, da Abicalçados, avalia que, assim como no Brasil, os comerciantes na China também sofrem com altas taxas e custos, que encarecem os preços.

MARCASPor enquanto, são quatro as marcas de calçados brasileiros ne-

gociadas para a rede de Giulia, duas de modelos femininos e duas de masculinos: a Dumond, a Albanese, a Democrata e a Stepha-nie Classic - que está enviando 1.000 pares, num total de US$ 40 mil. “Estamos ainda no início de um trabalho de longo prazo”, afirma Fabio Spohr, diretor da Calçados Q-sonho, que fabrica os modelos da marca.

Apesar da nova projeção, Spohr ainda não considera os calça-dos da marca produtos de luxo. Acredita que a categoria ainda é dominada pelos sapatos italianos. "Podemos dizer que almeja-mos uma classe A, mas ainda estamos com nosso produtos vol-tados para as classes C e B. (...) Já estamos com uma nova linha de produtos criada para esse novo mercado de luxo, que também traremos para o Brasil, assim como para a Europa e Estados Uni-dos", afirma. A empresa exporta desde os anos 1980 e hoje vende para 47 países.

A Albanese também está em fase final de produção para o en-vio dos calçados, segundo Douglas Chicaroni, diretor da empre-sa. A marca exporta há cerca de 18 anos, com foco em calçados masculinos de alta qualidade e com um trabalho artesanal. Na Ásia, a estratégia começou há 3 anos. "Já estamos em contato com compradores interessados em nossos produtos da Tailândia, Indonésia, Malásia, Singapura e Brunei".

Stephanie Classic é uma das quatro marcas importadas pela loja chinesa

58 O CALÇADISTA

RReferência nacional em laminados sintéticos, a Cipatex® apre-

sentou durante o Salão de Design e Inovação de Componentes InspiraMais o pré-lançamento de sua coleção Outono-Inverno 2013 para calçados esportivos e femininos.

As novidades em laminados esportivos para a estação de dias frios incluem novas tecnologias, texturas e aspectos que permi-tem criações versáteis. São texturas naturais que conferem maior flexibilidade e conforto aos calçados, materiais especiais para sa-patênis e calçados casuais com acabamento muito similar ao cou-ro natural, metalizados que acompanham as tendências interna-cionais para tênis de running e laminados com gravações opacas e texturas nobucadas, diz o gerente de Produtos, Leonardo Vieira.

O grande destaque da coleção é a linha Sparta, destinada ao mercado de calçados esportivos. O laminado é feito em PU (po-liuretano) - um grande avanço para a cadeia produtiva brasileira, já que sua utilização é uma exigência do mercado internacional. A linha Sparta emprega a tecnologia Porus® Sport, que utiliza tecnologia especial, com grande capacidade de absorção e imper-

Novas tecnologias em laminados sintéticos permitem criações mais versáteis para calçados

meabilidade, facilidade para adaptar-se aos moldes e formas mais complexas, e adequação ao volume e temperatura dos pés, além de grande leveza para práticas esportivas. O resultado é maior con-forto para o consumidor e rendimento para os fabricantes.

Ainda na linha de calçados para práticas esportivas, a marca lan-ça o Imax. Com aparência acetinada e cores metalizadas, o lami-nado é produzido em PVC. Para os sapatênis, são três as novidades: uma para os modelos mais rústicos, com aparência similar ao cou-ro e aspecto de “desgastado pelo tempo”; outra para calçados mais sofisticados, com toque delicado e brilho sutil; e o nobucado, com toque sedoso e diferenciado.

Para os calçados femininos são seis lançamentos: o Porus® Long Beach apresenta toque muito macio e natural, além de grande seme-lhança com o couro; o Porus® Bizonte, com toque macio e aspecto leve; a linha Luxury Metal com metalizados que conferem um aca-bamento mais sofisticado aos cabedais; a Platinum Bali traz maior resistência à abrasão, a linha Vision propõe efeitos de profundidade e a linha Camurça, com toque semelhante à camurça natural.

e conforto nos pésBeleza

Porus Sport: tecnologia com capacidade de absorção e impermeabilidade

Porus Long Beach: grande semelhança ao couro

Novas tecnologias, texturas e aspectos em laminados sintéticos permitemcriações versáteis

Porus Long Beach: maciez e naturalidade

Porus Sport: adequada ao volume e temperatura dos pés

TECNOLOGIA

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Linha de máquinas de corte Vector é reformulada para atender empresas que buscam eficiência e qualidade na produção

Alta produtividade e economia de material

TECNOLOGIA

Alcançar metas, cumprir prazos cada vez mais curtos, entre-gar pedidos com qualidade e com controle otimizado de custos, desenvolver a fundo processos super flexíveis de produção. São apenas alguns dos desafios diários dos empresários de indústrias, que, agora, têm à disposição um novo equipamento para aper-feiçoar a qualidade e o desempenho no corte de materiais flexí-veis – como têxteis, tecidos industriais e materiais compósitos. É a máquina de cortes Vector®, da Lectra, com expertise de 40 anos em soluções de tecnologia integrada voltadas para o setor de moda, automotivo e móveis.

De acordo com a empresa, além da tecnologia presente no cen-tro do sistema da nova linha Vector, um dos diferenciais da sala de corte é o acesso a novos níveis de produtividade e economia de material, além do benefício de trabalhar com o mínimo de ruí-do. A máquina também traz uma série de dispositivos anti-falhas, que simplificam e aceleram a produção. A nova interface gráfica, ergonômica e intuitiva é similar ao smart phone, com tela tou-ch screen - o que facilita sua operação. Ela permite monitorar e

Upgrade no desempenho em

cortes

controlar continuamente cada etapa do processo de produção, alertando o operador sempre que houver qualquer risco, e ain-da avisa quando precisa de manutenção preventiva. Um total de 120 sensores monitoram o comportamento da cabeça de corte durante seu funcionamento, de forma a otimizar o tempo de corte e reduzir o consumo de matéria-prima. A nova Vector foi desenvolvida para avançar e cortar simultaneamente, o que faz com que ganhe de 10% a 15% na velocidade final de corte. “O desenvolvimento da nova linha de máquinas de corte Vector deu origem a uma proposta completa, integrada e única, que permi-te com que nossos clientes se beneficiem com um controle me-lhor e otimizado de sua produção, o que, por sua vez, aumenta sua competitividade e rentabilidade", conta Daniel Harari, CEO da Lectra.

Outro diferencial do equipamento é o sensor de quebra de lâ-mina. Se o material a ser cortado é muito rígido, seu sistema ava-lia o estresse da lâmina para flexibilizar o trabalho, garantindo o corte com o mínimo de tempo e margem zero de espaçamento.

61O CALÇADISTA

Dispositivos anti-falhas simplificam e aceleram produção

Para ampliar o nível de eficiência de corte, a empresa que produz com a nova linha da Vector pode ainda guardar durante o perí-odo de um ano relatórios de trabalhos operados pela máquina nos três períodos - manhã, tarde e noite - para fazer correções conforme a produtividade.

VALOR AGREGADO Atenta às mudanças de mercado e às necessidades das empre-

sas de fast-fashion, além de máquinas inovadoras e econômicas para corte a Lectra propõe aos clientes um novo método de orga-nização dos negócios - com foco na valorização da marca. Hoje, empresários têm à disposição soluções e serviços de consultores que atuam junto as estratégias traçadas, fazendo-as evoluir. São consultorias permanentes, realizadas durante todo o processo de desenvolvimento de projeto e de produção. "O mercado é seg-mentado, tem concorrentes, o que é uma boa coisa porque obriga cada empresa a procurar o seu melhor fornecedor. Muitas delas são obrigadas a modificar seu modelo de negócio e procurar um parceiro que seja capaz de acompanhá-las num relacionamento de longo prazo", defende o novo diretor de inteligência de comu-nicações da Lectra, Emmanuel Mussault.

Para responder à crescente demanda de produção e diante da alta do couro, o foco das empresas calçadistas hoje tem sido as soluções que reduzem tanto os custos como o tempo de fabricação. "Apesar da forterecuperação nas encomendas, fabricantes de Moda foram confrontados com um aumento de 50 a 100% no preço do couro bruto desde 2009 ", explica Daniel Harari,CEO da Lectra. Atenta aos constantes desafios de mercado a Lectra lançou a Versalis®Fashion - uma importante ferramenta que permite com que os fabricantes de bagagem, calçados, acessórios e mercados de moda produzam

Nova solução de cortes em courode forma a atender os mais rigorosos requisitos de artigos de luxo em couro, ao mesmo tempo que economizam materiais, chegando a um nível incomparável de produtividade.A nova máquina consiste de um cortador, uma solução de análise de pele, e um pacote de software para otimização e gerenciamento de operações. Este novo processo permite que o operador examine as peles antes do corte para identificar as diferentes qualidades de material e processe, com um elevado grau de detalhamento e grande velocidade. No total, a produção com a Versalis®Fashion chega a alcançar uma economia de 10% de material, em média.Com três cabeças de corte operando simultaneamente, a máquina ampara os desafios enfrentados diariamente pelos profissionais como a manutenção da alta qualidade, habilidade com formas complexas, gerenciamento de numerosas quantidades de pequenas peças, entre outros.

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DICA DE MODELAGEM

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Os piores desperdícios são os que não são visíveis na hora da manipulação de materiais. São os desperdícios embutidos nos modelos, impossíveis de identificar no produto acabado. – É notório o despreparo de nossos modelistas para aquilo o que chamamos de modelagem técnica.Modelista técnico do tipo clássico deve ser capaz de transformar os sonhos e as fantasias dos criadores de moda, dos estilistas, para que estes sejam possíveis de serem produzidos de modo racional, com economia e qualidade.Quando os nossos modelistas são solicitados a copiar um modelo na base da fotografia ou até a partir de um modelo real, concentram sua atenção no aspecto do visual externo e pouco se preocupam com a construção racional e econômica em si, qualidades estas que são a característica de modelos importados de marcas conceituadas.O que vemos nas fábricas locais, nos produtos desenhados pelos modelistas? Desprezo absoluto para os ditames da economia e racionalidade de operações:

peças sobrepostas sem nenhuma necessidade ou funcionalidade;

peças com pontas agudas que dificultam o aproveitamento e o encaixe;

tamanho maior que o necessário de contrafortes e de biqueiras;

palmilhas com excesso nas laterais; peças para alta freqüência com laterais de 2 a 5 cm

maiores, que vão para o lixo.Na manipulação de borracha, pelo menos, há o consolo de que os restos podem ser calandrados novamente, mas mesmo assim há abusos.Nas fábricas estrangeiras, nas de alta produtividade e organização, existe uma separação estrita entre a modelagem de criação e de modelagem técnica, que se preocupa com a economia e racionalidade no processo produtivo. Mas uma regra é férrea: não se

Zdenek PracuchGraduado pela Bata School of Labor, na ex-Tchecoslováquia, e pela Bata Shoe Organization, em Toronto, Canadá, Zdenek Pracuch dedicou mais de sessenta anos da sua vida à indústria de calçados, ocupando cargos na área de produção, administrativos, vendas e exportação. Colaborou diretamente com grandes organizações mundiais como Nike, Pierre Cardin e Yves Saint Laurent. No Brasil, ajuda a introduzir os princípios organizacionais e tecnológicos em várias indústrias de calçados.

A modelagem como fator de economia

corta nem um pé de protótipo, antes de passar pela mesa do desenhista-calculista para ver se há um bom aproveitamento do material.Esta lição deveria ser rigorosamente aprendida. Quanto dinheiro poder-se-ia economizar, se assim fosse feito, no lugar de mandar fazer os jogos de facas e equipamento logo sobre o primeiro protótipo! Se o modelo ainda não foi vendido para ninguém, podemos mudar as linhas dele ao nosso bel-prazer, se a finalidade é fazê-lo mais econômico.Está na hora dos empresários se preocuparem seriamente com o custo dos modelos a partir da criação e não na hora de negociar com os possíveis compradores. O lucro do modelo nasce durante o desenvolvimento.Sou radicalmente contra um departamento autônomo de desenvolvimento de modelos com máquinas de costura e outras e com pessoal específico. O que acontece é, que neste departamento as pespontadeiras tem todo o tempo necessário para confeccionar os protótipos, “brincando” com costuras difíceis que depois travam a produção em linha. O modelista deveria levar as criações dele para as pespontadeiras com anos de prática e a língua afiada, que trabalham na produção e ouvir delas “que isto aqui não vai dar boa produção – simplifique ou mude a peça!” Precisam ouvir a voz da prática.O que dizer das empresas que nem tem uma pessoa especializada em cálculo de custos e, principalmente, em cálculo prévio de custos? A importância deste trabalho é cada vez maior. Hoje estamos competindo com empresários afinadíssimos na arte de produzir com a máxima economia imaginável. São empresários nos países onde a miséria é real e a exportação bem sucedida é uma questão de vida ou morte. Uma motivação e tanto. Fiquemos de alerta, mas não parados. Há muito a ser feito.

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NA ESTANTE

ProduçãoO fascínio que um par de sapatos tem sobre as pessoas não está restrito ao seu uso. Cada vez mais aprender a desenhar e construir um calçado tem despertado o interesse de quem vê no design de sapatos uma carreira de sonhos. Neste livro, o leitor conhece todo o processo de criação de um calçado, desde a inspiração, na qual toda a coleção se baseia, até o produto final. O autor mostra as etapas de como concretizar uma ideia para dar vida a verdadeiras obras de arte para serem usadas nos pés. Com capa dura e muitas ilustrações, a obra começa com a história do sapato. Na sequência, reúne os conceitos básicos sobre o acessório, assim como estudos de anatomia e estilo. Cada capítulo traz análises de casos de grandes criadores como Liza Snook, Catherine Wilems, Sebastian Tarek, Niels Holger Wien, Nicoline Van Enter, Minna Parikka, Rosanne Bergsma, Stuart Weitzman, Paco Gil e Sue Saunders. A obra trata ainda de assuntos essenciais como a carreira na indústria de calçados e como realizar previsões e análises de tendências.LIVRO: DESIGN DE SAPATOSAUTOR: Aki ChoklatEDITORA: Senac São Paulo

Gestão X MarketingO livro apresenta diretrizes que orientam a análise e a tomada de decisão sobre a adoção da estratégia de marcas próprias. De forma concisa e didática, faz uma abordagem sobre aspectos referentes às marcas próprias na indústria, atacado e varejo, considerando as peculiaridades de cada agente, e apresenta em detalhes as dimensões e os elementos conceituais que circundam essa estratégia. Com exemplos e casos práticos que visam ampliar e facilitar o

entendimento,possibilitando o exercício dos conceitos apresentados, numa abordagem ampla, a obra introduz os principais conceitos e elementos referentes às estratégias de marketing. Depois são discutidas as questões de branding e brand equity, as fases de evolução das marcas próprias e considerações sobre essa estratégia para fabricantes, atacadistas e varejistas. Também são abordados os conceitos e características sobre canal de distribuição. E ainda, os relacionamentos entre fabricantes, atacadistas e varejistas, assim como vantagens, desvantagens e os processos de seleção e logística para cada um desses elos do canal ao adotar estratégia de marcas próprias.LIVRO: GESTÃO DE MARCAS PRÓPRIAS: Novas Dimensões para Indústria, Atacado e VarejoORGANIZADORES: Éderson Luiz Piato, Verônica Angélica Freitas de Paula e Andrea Lago da SilvaEDITORA: Atlas

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SustentabilidadeTrilhar caminhos para o desenvolvimento sustentável é o desafio de pessoas e instituições empenhadas em transformar o mundo. Como a teoria inspira aprática, a prática, por sua vez, inspira a pesquisa. Por isso, nesta obra estão reunidos artigos inéditos de especialistas da área social e casos de sucesso dos projetos de fundações e associações mineiras. Neste Mundo em Transformação, reflexões e exemplos são as ferramentas que devem inspirar o leitor a uma nova postura e atitude no trabalho e na vida.LIVRO: MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO - Caminhos para o Desenvolvimento SustentávelORGANIZADORES: Antônio Cabral, Leonardo CoelhoEDITORA: Autêntica

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Kuula e Jylhä brincam com formas, cores e estrutura

Modelo Capriole é criação de Iris van Herpen em parceria do arquiteto Isaie Block e design de materiais Bart Hess

Ilja Visser (foto René van den Berg)

MUNDO VIRTUAL

Um verdadeiro baú de história e informação. A forte paixão pelos sapatos levou uma designer grá-fica holandesa a compartilhar todo o seu acervo com o mundo. Colecionadora não só de sapatos, mas de muitas imagens, “shoevenirs”, anúncios, livros de calçados e pares da Barbie, há 25 anos, Liza Snook decidiu criar um grande museu – o Museu Virtual de Sapatos. "Nunca houve um espaço suficiente para mostrar boa parte do que eu coletei em exposições. Por isso tive a ideia de lançar o museu, com toda a gama de possibilidades que o ambiente digital pode proporcionar", conta. Hoje, o acervo que está no mu-seu virtual já é referência para exposições, calendá-rios e livros sobre o assunto.

A ideia surgiu em 2004, quando resolveu entrar em

Relíquias para os pésPaixão por sapatos de holandesarende acervo para museu virtual

Versão de Mark O' Brien recicla rótulos de cerveja

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Nunca houve um espaço suficiente para mostrar o que coletei. Por isso tive a ideia de lançar o museu com todas as possibilidades do ambiente digital".

contato com outros designeres, fotógrafos e editores da área, para encaminharem tudo o que tivessem de registro. Ao todo, conseguiu coletar 1.200 imagens.

A apresentação é separada por categorias, dividi-das em cores, estilos, designer, material - com acesso a vários clássicos como o de Vivienne Westwood, do Museu Victoria and Albert, de 1993, usado por Naomi Campbell, quando ela caiu da passarela. Além de mo-delos de designeres renomados como Christian Lou-boutin, há imagens de esculturas com vários mate-riais e tamanhos. Também foi aberto um espaço para designeres e artistas no início de carreira. O layout e a navegação no site são constantemente atualizados. A mídia social também foi integrada.

EXPANSÃOMas Liza não parou por aí. De forma a aproveitar

melhor tudo que já reuniu, decidiu apostar numa loja própria de livros sobre sapatos na Amazon.com. Como colecionadora de calçados, também revela que gostaria de editar um novo e mais atualizado livro com os pares.

Hoje, os visitantes do museu virtual já dispõem de um espaço próprio para selecionar os modelos favori-tos e ainda assistir a vídeos de eventos, com designe-res e colecionadores de calçados. Ainda faz parte dos planos a criação de um repertório virtual com sapatos produzidos por artistas e designeres não tão conheci-dos - material que deve ser reunido em mais um livro. "Tenho um grande interesse em sapatos confecciona-dos por jovens talentos que trabalham para investigar e explorar territórios desconhecidos", diz.

Em breve, visitantes do site poderão usufruir de apli-cativos e novos produtos desenvolvidos por Liza, que vive em constante busca de cooperação com fanáticos por sapatos, designeres e museus.

Aproveite essa nova ferramenta de pesquisa! O endereço eletrônico do Museu de Sapatos é o http://www.virtualshoemuseum.com/

Anastacia Radevich

"Shark" - criação de Kobi Levi

Double Shoes, por Kunihiko Morinaga

Black Magic, de Natalie Shau

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FE para finalizar a linha Camurça, que

WORKSHOP

Fomentar o processo de pesquisa, análise e difusão de ten-dências, por meio da percepção, inventividade e capacidade de observação. Foi a partir dessa proposta que a Associação Bra-sileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), lançou no início de agosto o projeto The Walk Fashion, em que levou oito empresários do setor calçadis-ta numa visita guiada a alguns dos principais endereços relacio-nados à moda na cidade de São Paulo. De acordo com a estilista e consultora do projeto, Tatiana Souza, do Núcleo de Design da associação, a intenção é ampliar a sensibilidade estética e o espírito criativo dos participantes, permitindo uma outra visão de mercado, que vai além de números e negócios.

Na programação, uma palestra sobre as tendências de consumo, "Expectation Economy" – o conceito do que é 'novo', é considera-do positivo, e "Flawsome" – marcas que se comportam de maneira humana, serviu de auxílio aos participantes sobre as visitas, para que, a partir delas, desenvolvessem uma percepção e um olhar diferenciado sobre design, moda e mercado consumidor.

Durante o workshop, o grupo pôde conhecer quatro ende-reços. O primeiro local visitado foi a loja de design e decora-ção Micasa, no bairro dos Jardins, caracterizada por artigos de designeres inovadores e renomados no mercado. Lá, os parti-cipantes puderam analisar e apreciar objetos que se destacam pela funcionalidade, novos conceitos e alto valor agregado.

Depois a visitação seguiu para outra loja de design e decoração, Coletivo Amor de Madre, no mesmo bairro. Um espaço conheci-do por sua contemporaneidade, por visar o incentivo à produção artística nacional e à promoção de intercâmbio entre artistas de todos os lugares do mundo. A oportunidade serviu para os parti-cipantes perceberem a importância da pesquisa como ferramen-ta fundamental no processo que antecipa o desenvolvimento de produto, pois a loja conceito tornou-se um pólo de encontro entre artistas e jovens de todas áreas interessados por novas ten-dências, soluções em materiais e desenvolvimento.

Na sequência, os integrantes do projeto percorreram a galeria de arte DAN que apresenta obras do Movimento Modernista e Arte Contemporânea, valorizando artistas brasileiros e internacionais. Momento em que os participantes foram introduzidos ao início da ruptura do conceito de design promovida pelo movimento moder-nista, na década de 20 do século XX.

O último destino foi o Museu da Casa Brasileira - referência in-ternacional -, único do país especializado em design e arquitetura. No local, todos puderam apreciar móveis e utensílios de várias dé-cadas, de forma a perceber e comparar a evolução do conceito de design de cada geração.

Essa foi apenas a primeira edição do projeto. Para participar das próximas é só entrar em contato com a Assintecal pelo email [email protected]

Walk FashionEmpresários participam de visita guiada para conhecer novos conceitos e produtos funcionais em busca de inspiração para a moda em calçados

TheCalçadistas pesquisam design em quatro endereços da capital paulista

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