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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Educação Curso de Especialização em Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Popular Disciplina: Categorias Teóricas da Análise Dialética da Educação e das Dimensões do Trabalho Pedagógico Professor: Ms. Vilson Aparecido da Mata Aluna: Eliane Abel de Oliveira R E S E N H A MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008 (p. 57-105). Karl Marx nasceu em 1818 na Renania, nessa época a Alemanha ainda não existia como nação. Sua família era de classe média: seu pai era médico e sua mãe do lar. Começou a estudar em Berlim e mais tarde cursou Filosofia, fato este que o levou a ser deserdado pelo pai. Também cursou Direito e História nas Universidades de Bonn e Berlim Seu desejo era se tornar professor universitário, porém, devido à sua formação hegeliana, não conseguiu realizar esse sonho. Depois que se formou, começou a trabalhar como chefe de redação na Gazeta Renana. Em 1843, mudou-se para Paris onde conheceu seu melhor amigo e também parceiro nos escritos e ideias: Engels. Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁSetor de Educação

Curso de Especialização em Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Popular

Disciplina: Categorias Teóricas da Análise Dialética da Educação e das Dimensões do Trabalho Pedagógico

Professor: Ms. Vilson Aparecido da MataAluna: Eliane Abel de Oliveira

R E S E N H A

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008 (p. 57-105).

Karl Marx nasceu em 1818 na Renania, nessa época a Alemanha ainda

não existia como nação. Sua família era de classe média: seu pai era médico e

sua mãe do lar. Começou a estudar em Berlim e mais tarde cursou Filosofia,

fato este que o levou a ser deserdado pelo pai. Também cursou Direito e

História nas Universidades de Bonn e Berlim Seu desejo era se tornar

professor universitário, porém, devido à sua formação hegeliana, não

conseguiu realizar esse sonho. Depois que se formou, começou a trabalhar

como chefe de redação na Gazeta Renana.

Em 1843, mudou-se para Paris onde conheceu seu melhor amigo e

também parceiro nos escritos e ideias: Engels. Em 1864, Marx foi co-fundador

da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional.

Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital.

Faleceu em Londres, Inglaterra, em 14 de março de 1883, deixando

muitos seguidores de seus ideais. Até hoje, as idéias marxistas continuam a

influenciar muitos historiadores e cientistas sociais que, independente de

aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a idéia de

que para se compreender uma sociedade deve-se entender primeiramente sua

forma de produção.

Alguns dos principais escritos do autor são: Manuscritos econômico-

filosóficos (1843); Ideologia alemã (1845); Manifesto comunista (1848); As lutas

de classes em França(1850) e o 18 Brumário de Luís Bonaparte (1852).

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O CAPITAL: CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA

Neste texto Marx afirma que a riqueza constitui-se basicamente de

acumulação de mercadorias as quais servem para satisfazer as necessidades

humanas. no texto, o autor aponta que a utilidade de determinada mercadoria

faz dela um valor de uso, ou seja, a lei da oferta e da procura, portanto, o valor

de uso só se realiza com a utilização ou o consumo e este valor é ao mesmo

tempo o veículo material do valor de troca. Marx explicita que o valor de uso

está corporificado pelo trabalho humano, ou seja, pelo tempo que o produto

demora para ser feito.

Assim como a mercadoria possui valor de uso e valor de troca, o

trabalho também tem esse duplo caráter. A medida para o trabalho humano se

dá através do dispêndio da força de trabalho simples, isto é, que não necessita

de formação específica.

Marx também afirma que as mercadorias só possuem valor quando há

uma necessidade de tal produto ou objeto e também o valor é medido quando

há trabalho humano empregado na fabricação de tal objeto.

A relação de valor mais simples é a relação que se estabelece entre

uma mercadoria e outra qualquer, como por exemplo, no escambo, onde se

verifica se a mercadoria ofertada interessa a outrem e se o produto oferecido

em troca também interessa ao primeiro sujeito. Diferentemente do trabalho

humano, que não há como cristalizar nele um valor.

Marx cita também o duplo caráter do trabalho, afirmando que este é

formado pelo dispêndio da força humana no sentido fisiológico e também pelo

dispêndio da força para um determinado fim.

O texto é um tanto complexo com análises profundas sobre questões

econômicas e sociais. O texto analisa o valor do trabalho humano, assim como

também analisa o verdadeiro valor de determinadas mercadorias. Pode-se

concluir que não é o trabalho humano empregado em tal mercadoria, nem o

material gasto que determina o seu valor e sim um valor abstrato atribuído pela

sociedade. Por exemplo, se gasta-se determinado tempo para se fazer

determinado produto e um certo valor, levando-se em consideração a matéria

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prima e o salário do empregado, não é possível apenas realizar uma equação

simples e se obter o valor real do produto. Há que se levar em consideração a

demanda e a procura deste produto no mercado.

Pode-se usar como exemplo os produtos de grife. Raramente eles valem

o que é cobrado, o valor agregado a estes produtos é o status que tal produto

garante a quem o possua. Contudo, isto não é levado em consideração no

momento de se mensurar o valor a ser pago pela mão de obra. Visa-se apenas

o lucro, que é o objetivo do capitalismo.

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