O Despertar da Consciência no Além Túmulo - o processo da Desencarnação

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O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA NO ALÉM TÚMULO – O processo da Desencarnação

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O nosso Amigo André Luiz nos diz: “Não se verificam duas desencarnações rigorosamente iguais. O plano impressivo depende da posição espiritual de cada um”. André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 15 – Aprendendo sempre

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O DESPERTAR DA

CONSCIÊNCIA

NO ALÉM TÚMULO

– O processo da

Desencarnação

SUMÁRIO

1. Introdução ..................................................................................................... 1

1.1 O Viver e o Morrer – Perspectiva Espírita .................................................. 1

1.2 A Terminalidade da Vida – Associação Médico Espírita/Brasil ................ 6

1.3 O Desencarne x A Morte – Diferenças ....................................................... 9

1.4 O Que levamos para o Plano Espiritual .................................................... 12

1.5 Temor da Morte – Causas ......................................................................... 17

1.5.1 O instinto de conservação da vida ............................................................. 17

1.5.2 Predominância da Natureza Animal.......................................................... 17

1.5.3 Temporário olvido da vida espiritual ........................................................ 17

1.5.4 Receio de aniquilamento da vida .............................................................. 18

1.5.5 Terrorismo do modo de vida após a morte ............................................... 18

1.5.6 Insuficiência de conhecimento sobre a Vida Futura ................................. 19

1.5.7 Marketing negativo da Morte/Velório/Enterro/Cemitério ........................ 20

1.5.8 Censura às comunicações entre mortos e vivos ........................................ 20

1.5.9 Apego as Coisas e/ou Pessoas ................................................................... 21

1.5.10 Temor de Você / do que Fez e/ou do que Não Fez ................................... 21

2. Obreiros da Vida Eterna – 75 anos ........................................................... 23

2.1 A Série a Vida no Mundo Espiritual ......................................................... 23

2.1.1 Importância ............................................................................................... 23

2.1.2 Composição da Série ................................................................................. 27

2.2 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – estrutura/histórico .......................... 28

2.3 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – resumo ........................................... 29

2.4 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – síntese – por capítulo ..................... 31

2.5 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – Instrutores – biografia ................... 35

3. O Despertar da Consciência no Além Túmulo......................................... 37

3.1 Fases/Estágios do Processo de Desencarne – Obreiros da Vida Eterna ... 37

3.1.1 Missões de Assistência .............................................................................. 37

3.1.2 Quebra de Imantações ............................................................................... 38

3.1.3 O Desencarne/ A Eutanásia ....................................................................... 39

3.1.4 O Velório ................................................................................................... 40

3.1.5 O Enterro/Cemitério .................................................................................. 40

3.1.6 No Plano Espiritual ................................................................................... 41

4. O Despertar da Consciência no Além Túmulo – Exemplos .................... 42

4.1 O Caso Dimas ........................................................................................... 42

4.2 O Caso Fábio ............................................................................................. 46

4.3 O Caso Cavalcante .................................................................................... 47

4.4 O Caso Adelaide ....................................................................................... 49

4.5 O Caso Albina ........................................................................................... 50

5. Referências ................................................................................................... 51

1 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1. Introdução

1.1 O Viver e o Morrer – Perspectiva Espírita

A morte nenhum temor inspira ao justo, porque, com a fé, ele tem a certeza do futuro;

a esperança faz com que aguarde uma vida melhor e a caridade, cuja lei praticou, dá-lhe a

certeza de que, não encontrará no mundo onde vai entrar, nenhum ser cujo olhar deva temer.

Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 941

Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida,

o terror ou a esperança?

A dúvida nos céticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens

de bem.

Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 961

Prepare-se para a morte.

Desde hoje vença a dúvida, supere o temor, alente a esperança.

Ligado a Jesus-Cristo, o Protótipo da Idéia-Vida, renove-se hoje e sempre, pensando

no bem, a fim de que o Bem Inefável conduza os seus dias na Terra.

Marco Prisco – Legado Kardequiano – Cap. 56 – Idéia

Todos os homens na terra são chamados a esse testemunho, o da temporária

despedida.

Considera, portanto, a imperiosa necessidade de pensar nessa injunção e deixa que a

reflexão sobre a Morte faça parte do teu programa de assuntos mentais, com que te armarás,

desde já para o retorno, ou para enfrentar em paz a partida dos teus amores.

Joanna de Angelis – Sementes de Vida Eterna – Cap. 56 – Não há Morte

Em favor de você mesmo, inclua diariamente entre as suas preocupações a

meditação em torno do fenômeno da desencarnação. O exercício mental sobre esta

ocorrência ser-lhe-á muito benéfico. Dessa forma, revista-se de equilíbrio para o retorno à Vida

Espiritual que pode dar-se inesperadamente.

Marco Prisco – Ementário Espírita – Cap. 60 – No exame da Morte

2 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Morrer é um processo complexo. Do ponto de vista físico, até que é relativamente fácil, complicado, porém é desencarnar,

desprender-se a alma dos laços que a retém ao plano material. Embora obedeça a leis gerais que a tornam automática (1), a desencarnação, para

efetivar-se completamente, envolve lapsos de tempo variáveis, conforme a evolução do Espírito. (2)

Allan Kardec detalhou o mecanismo de desprendimento da alma, valendo-se dos ensinos do Espírito da Verdade e das próprias entrevistas que fez com centenas de desencarnados. Vejamos os tópicos principais listados por ele: (3)

• A extinção da vida orgânica acarreta a separação da alma, em q consequência do rompimento do laço fluídico que a une ao corpo, mas esse desprendimento nunca é brusco e só se completa quando não mais reste um átomo do perispírito unido a uma molécula do corpo.

O número de pontos de contato existentes entre o corpo e o perispírito é responsável pela maior ou menor dificuldade na separação. Se a união permanecer, a alma poderá sentir a decomposição do próprio corpo, como frequentemente acontece nos casos dos suicidas. Na morte natural, resultante da extinção das forças vitais por velhice ou doença, a separação é gradual: para aquele que se desmaterializou durante a própria existência, completa-se antes da morte real; para o homem materializado e sensual, cujos laços com a matéria são estreitos, é difícil, podendo durar “algumas vezes dias, semanas e até meses” (LE 155 nota). Na morte violenta, o desprendimento só começa depois que ela se efetiva e não se completa rapidamente (LE 162 nota).

• Na transição da vida corporal para a espiritual, produz-se um fenômeno de perturbação, considerado como estado natural. Nesse instante a alma experimenta um torpor que paralisa momentaneamente as suas faculdades, neutralizando, ao menos em parte, as sensações. É por isso que ela quase nunca testemunha conscientemente o derradeiro suspiro. Quando sai desse estado, o Espírito pode ter um despertar calmo ou agitado, dependendo do tipo de sono no qual se envolveu.

• A causa principal da maior ou menor facilidade de desprendimento é o estado moral da alma.

Influem, pois, no processo de desencarnação: o número de encarnações já vividas, as conquistas mentais ou o patrimônio no campo da ideação, os valores culturais, o grau de apego aos bens terrenos, enfim, as qualidades morais e espirituais, que constituem seu patrimônio.

• A preparação para a morte incluiria todo um programa existencial: fé ativa, aceitação da vontade divina nos impositivos da existência, desprendimento dos bens terrenos, busca da expansão do amor, na vida diária.

• 1) Obreiros da Vida Eterna – cap. XI, p. 172. • 2) Ver O Livro dos Espíritos – todo o cap. III. • 3) O Céu e O Inferno – cap. I da segunda parte.

Marlene Nobre – Nossa Vida no Além – Cap. 2 – Como é Morrer

3 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Todos os dias chegam corações atormentados, além da morte.

E apesar do horizonte aberto, jazem no chão como pássaros mutilados...

Loucos, sob a hipnose da ilusão.

Suicidas, descrentes dos próprios méritos.

Criminosos sentenciados no tribunal da consciência.

Malfeitores que furtaram de si mesmos.

Doentes que procuraram a enfermidade.

Infelizes a se imobilizarem nas Trevas.

Ha quem diga que os chamados mortos nada têm a ver com os chamados vivos,

entretanto, como os chamados vivos de hoje, serão os chamados mortos, de amanhã, com

possibilidade de se perturbarem uns aos outros caso perseverem na ignorância —, cultivemos

na Doutrina Espírita o instituto mundial de esclarecimento da alma, a fim de que o pensamento

regenerado consiga redimir as suas próprias criações que substancializam a experiência da

Humanidade nas várias nações da Terra.

André Luiz – Além da Morte – Introito – Uberaba, 13 de Janeiro 1960.

A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca

promoverá compulsoriamente homens a anjos.

Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que

houver semeado e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são

característicos imutáveis da Lei, em toda parte.

Emmanuel – Obreiros da Vida Eterna – Introdução

Berço – Existência – Desencarnação – Renascimento constituem quatro estágios de

Evolução que cabem nas quatro letras da VIDA.

Emmanuel – Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita – Cap. 78 – Página aos

Espíritas/ Anuário Espírita – 1968

A morte é, simplesmente, um segundo nascimento; deixamos o mundo pela mesma

razão porque nele entramos, segundo a ordem da mesma lei.”

Leon Denis – O Grande Enigma – 3º Parte – Cap. 15 – A Lei circular

4 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Há, no entanto, que considerar mortos e mortos.

Nem todos, porém, que vivem na carne são vivos e nem os considerados mortos são

mortos.

Alguns vivem, é certo, mas poucos estão vivos para a vida...

Não importa a condição social em que os encontres.

Uns deambulam, ilustres, embora a indumentária carnal, cadaverizados pelo egoísmo.

Outros jornadeiam, bem acondicionados, mumificados pelo orgulho.

Mais outros passam, superficiais e inermes ante a ação corruptora da impudicícia.

Alguns movimentam-se, hipnotizados pelo prazer, a ele entregues.

Diversos aparecem inertes, aprisionados na indignidade.

Outros tantos escorregam, dominados pelo torpor do gozo animalizante.

Vários transitam aligeirados, abraçando a cobiça.

Grande número constitui-se de presunçosos, apodrecendo no ócio a que se entregam.

Mortos, todos eles, embora estejam no corpo físico.

Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 21 – Mortos e mortos

Senhor Jesus!...

Enquanto os irmãos da Terra procuram a nós outros – os companheiros desencarnados

– nas fronteiras de cinza, rogando-te amparo em nosso favor, também nós, de coração

reconhecido, suplicamos-te apoio em auxílio de todos eles, principalmente considerando

aqueles que correm o risco de se marginalizarem nas trevas!...

Pelos que perderam a fé, recusando o sentido real da vida, e jazem quase mortos de

desespero;

Pelos que desertaram das responsabilidades próprias, anestesiando transitoriamente

o próprio raciocínio, e surgem quase mortos de inanição espiritual;

Pelos que se entregaram à ambição desmesurada a se rodearem sem qualquer

proveito dos recursos da Terra, e repontam do cotidiano quase mortos de penúria da alma;

Pelos que se hipertrofiaram na supercultura da inteligência, gelando o coração para

os serviços da solidariedade, e aparecem quase mortos ao frio da indiferença;

Pelos que acreditaram na força ilusória da violência, atirando-se ao fogo da revolta,

e se destacam quase mortos de angustia vazia;

Pelos que se perturbaram por ausência de esperança, confiando-se ao desequilíbrio,

e se revelam quase mortos de aflição inútil;

5 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Pelos que abraçaram o desânimo por norma de ação, parando de trabalhar, e

repousam quase mortos de inércia;

Pelos que se feriram ferindo os outros, encarcerando-se nas cadeias da culpa, e estão

quase mortos de arrependimento tardio!...

Senhor!...

Para os nossos irmãos que atravessam experiência humana quase mortos de

sofrimento e agravos, complicações e problemas criados por eles mesmos, nós te rogamos

auxílio e benção!...

Ajuda-os a se libertaram do visco de sombra em que se enredaram e trazei-os de novo

à luz da verdade e do amor, para que a luz do amor e da verdade lhes revitalize a existência

a fim de que possam encontrar a felicidade real contigo, agora e para sempre.

Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap.21 – Oração pelos quase Mortos

“(...) E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte

severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos

vinte, de fome um pouco por dia (...).”

João Cabral de Melo – Morte e Vida Severina – Introdução

6 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.2 A Terminalidade da Vida – Associação Médico Espírita/Brasil

Considerando:

a. Que o nosso paradigma é o Personalista Espírita (contempla a dignidade ontológica

do ser humano) ;

b. Que a vida é um bem indispensável, uma doação do Ser supremo;

c. A imortalidade da Alma, evidenciada na literatura mediúnica, nas pesquisas

científicas como as EQMs (Experiências de Quase Morte), nas vivências de terapia

de vidas passadas e nos relatos históricos de casos de reencarnação;

d. O artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal, que elegeu o princípio da dignidade

da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil;

e. O artigo 61 do Código de Ética Médica “... o médico não pode abandonar o paciente

por este ser portador de moléstia crônica ou incurável, mas deve continuar a assisti-

lo ainda que apenas para mitigar o sofrimento físico ou psíquico” ;

f. A Resolução CFM nº 1.805/2006, que estabelece como terminalidade da vida, no

artigo 1º, “... fase terminal de uma enfermidade grave e incurável...”, o momento

para limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida e, no

artigo 2º, que “... o doente continuará a receber todos os cuidados necessários para

aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o

conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da

alta hospitalar”;

g. Os avanços científicos e biotecnológicos modernos que possibilitam o

prolongamento obstinado do morrer;

h. A necessidade de humanizar o processo da morte, evitando sofrimentos adicionais

ao doente e aos familiares;

Estabelecemos que:

1. O limite das possibilidades terapêuticas não significa o fim da relação médico-

paciente, devendo o médico assisti-lo com cuidados básicos de manutenção da vida, alívio

físico, psíquico e espiritual. E, salvo por justa causa e comunicado ao paciente ou aos seus

familiares, o abandono do paciente portador de moléstia incurável constitui caso de omissão;

2. Somos CONTRÁRIOS à eutanásia ativa ou passiva e a qualquer meio intencional,

como o suicídio assistido, que antecipe a morte do ser humano;

7 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

3. Somos CONTRÁRIOS à distanásia, entendendo-a como prolongamento da vida, por

uma obstinação terapêutica ou diagnóstica, através de meios artificiais ou não, de forma

precária e inútil, que não promova benefício imediato ao paciente, levando-o a uma morte

agoniada com sofrimento orgânico, psíquico e espiritual;

4. Somos A FAVOR de uma MORTE NATURAL, ocorrendo no tempo certo, por

evolução natural da doença, assegurando ao paciente o direito aos cuidados paliativos,

necessários ao alívio do sofrimento, e o respeito pela sua dignidade;

5. Somos A FAVOR da criação e ampliação das unidades de cuidados paliativos

(HOSPICES), com abordagem multidisciplinar, com maior atenção ao doente do que à doença;

da adoção de medidas necessárias e indispensáveis à manutenção da vida (cuidados higiênicos,

conforto, alimentação e reposição de líquidos e eletrólitos); e dos procedimentos que ofereçam

uma melhor qualidade de vida ao paciente terminal;

6. Morte digna é a que ocorre sem sofrimento (físico, psíquico, social ou espiritual),

com assistência multidisciplinar de equipe de saúde (médico, enfermeiro, psicólogo,

fisioterapeuta, assistente social) e apoio espiritual; em ambiente adequado (familiar quando

possível); com direito a ser ouvido em seus medos, pensamentos, sentimentos, valores, crenças

e esperanças; receber continuidade de tratamento; não ser abandonado e ter tanto controle

quanto possível no que se refere às decisões a respeito de seus cuidados;

7. A fase terminal do processo de morte deve ser encarada como um período de ricas

experiências para a evolução do Espírito imortal; os cuidadores não têm, pois, o direito de

impedir que o paciente usufrua desses benefícios, antes, devem garantir-lhe esse tempo único

de aprendizado, convencidos de que a vida é um bem indisponível;

8. A linha divisória entre a eutanásia passiva e a distanásia é muito tênue, competindo

ao médico, no limite de suas responsabilidades, ouvir a sua própria consciência e buscar a

inspiração correta que direcione sua conduta ético-profissional;

9. Em substituição ao termo ortotanásia, que é sinônimo de eutanásia passiva no meio

jurídico, preferimos a denominação morte natural, pois esta estabelece com melhor clareza a

evolução natural das enfermidades;

10. Em relação ao PL 116/2000 do senador Gerson Camata, relatado pelo senador

Augusto Botelho, que propõe:

“Exclusão de ilicitude

§ 6º Não constitui crime deixar de manter a vida de alguém por meio artificial, se

previamente atestada por dois médicos a morte como iminente e inevitável, e desde que haja

8 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

consentimento do paciente, ou em sua impossibilidade, de cônjuge, companheiro, ascendente,

descendente ou irmão.

§ 7º A exclusão de ilicitude a que se refere o parágrafo anterior faz referência à

renúncia ao excesso terapêutico, e não se aplica se houver omissão de meios terapêuticos

ordinários ou dos cuidados normais devidos a um doente, com o fim de causar-lhe a morte.”

Contempla o nosso entendimento que previne contra a prática da distanásia (obstinação

terapêutica sem proporcionar benefício) e permite que o paciente em fase terminal tenha

assegurados os cuidados mínimos de assistência humanitária à saúde (respeito pela dignidade

humana) e que a sua morte ocorra não por falta de atendimento e sim pela evolução do curso

natural da doença.

AME–Brasil – Folha Espírita – Janeiro de 2010 Edição número 425 – A Terminalidade da

Vida – http://www.folhaespirita.com.br/v2/?q=node/461

9 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.3 O Desencarne x A Morte – Diferenças

• O Que é Desencarnar/ O Que é Morrer

Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui cessação da vida, apodrecimento, bolor.

Os que desanimam de lutar e trabalhar, renovar e evoluir são os que verdadeiramente morrem, conquanto vivos, convertendo-se em múmias de negação e preguiça, e, ainda que a desencarnação passe, transfiguradora, por eles, prosseguem inativos na condição de mortos voluntários que recusam a viver.

Acompanhemos a marcha do Sol, que diariamente cria, transforma, experimenta, embeleza.

Renovemo-nos. André Luiz – Estude e Viva – Cap. 26 – Mortos Voluntários

Muitos nascem e renascem no corpo físico, transitando da infância para a velhice e do

túmulo para o berço, à maneira de almas cadaverizadas no egoísmo e na rebelião, na ociosidade ou na delinquência, a que irrefletidamente se acolhem.

Absorvem os recursos da Terra sem retribuição, recebem sem dar, exigem concurso alheio sem qualquer impulso de cooperação em favor dos outros e vampirizam as forças que encontram, quais sorvedouros que tudo consomem sem qualquer proveito para o mundo que os agasalha.

Semelhantes companheiros são realmente os mortos dignos de socorro e de piedade, porquanto, à distância da luz que lhes cabe inflamar em si próprios, preferem o mergulho na inutilidade, acomodando-se com as trevas.

Lembra-te dos talentos com que Deus te enobrece o sentimento e o raciocínio, o cérebro e o coração, fazendo verter a glória do bem, através de teu verbo e de tuas mãos, desperta e vive, para que, das experiências fragmentárias do aprendizado humano, possas, um dia, alçar vôo firme em direção à Vida Eterna.

Emmanuel – Coragem – Cap. 32 – Vida e Morte A desencarnação ocorre somente quando o ser, livre das sensações materiais, permite-

se a lucidez e o reencontro consigo mesmo, podendo experimentar as alegrias e as bênçãos da libertação.

De acordo com as faixas mentais em que cada qual se situa, desperta em campo vibratório equivalente, ensejando-se a paz anelada ou prolongando as aflições pelos prazeres que não mais podem ser fruídos.

(...) A morte física é apenas uma etapa inicial da desencarnação real que aí começa, e se encerra somente quando o espírito se integra na sociedade livre e feliz da Pátria para onde rumou.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1º Parte – Cap. 12 – Morrer e Desencarnar

10 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Não há mortes iguais. Tendo-se em conta as conquistas morais de cada pessoa, os requisitos espirituais que a cada qual tipificam, os apegos ou não à matéria, as fixações e jogos de interesse, as dependências físicas e mentais, a desencarnação varia de um a outro homem, que experimenta perturbação correspondente, em tempo, ao estado íntimo em que se situa.

Morrer nem sempre significa libertar-se. A morte é orgânica, mas a libertação é de natureza espiritual.

Por isso, essa turbação espiritual pode demorar breves minutos, nos Espíritos nobres, como decorrência da grande cirurgia e até séculos, nos mais embrutecidos, que se não dão conta do que lhes sucede...

Nas desencarnações violentas, o período e intensidade de desajuste espiritual correspondem à responsabilidade que envolveu o processo fatal.

Acidentes de que se não têm uma culpa atual, passado o brusco choque, sempre tornam de menor duração o período perturbador do que ocorrendo em condições de intemperança moral, quando o descomedido passa a ser incurso na condição de suicida indireto.

Para uma reencarnação completar-se, desde o primeiro instante quando da fecundação, transcorrem anos que se alargam pela primeira infância. É natural que a desencarnação necessite de tempo suficiente para que o Espírito se desimpregne dos fluidos mais grosseiros, nos quais esteve mergulhado...

A violência da forma como ocorre mata somente os despojos físicos, nunca significando libertação do ser espiritual.

O mesmo sucede nos casos de homicídio, em que a culpa ou não de quem tomba responde pelos efeitos, em aflições, que prossegue experimentando.

Já os suicidas, pela gravidade do gesto de rebeldia contra os Divinos Códigos, carpem, sofrem por anos a fio a desdita, enfrentando, em estado lastimável e complicado, o problema de que pretendem fugir, não raro experimentando a perseguição de impiedosos adversários que reencontram no além-túmulo, que os submetem a processos cruciais de lapidação em dores morais e físicas, em face da destruição do organismo que fora equipado para mais largo período, na Terra...

Enfermidades de longo curso, suportadas com resignação, liberam da matéria, porque o Espírito tem tempo de pensar nas lídimas realidades da vida, desapegar-se das pessoas, paixões e coisas, pensar com mais propriedade no que o aguarda, depois do corpo, movimentando o pensamento em círculos superiores de aspirações.

As dores morais bem aceitas facultam aspirações e anseios de paz noutras dimensões, diluindo as forças constritoras que o atam ao mundo das formas.

Como ninguém que se encontre na investidura carnal passará indene sem despojar-se dela, muito justo se torna um treinamento correto para enfrentar o instante da morte que virá.

O Espírito é, no Além, o somatório das suas experiências vividas. Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 11 – Efeito das

Drogas

11 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

O desacelerar da maquinaria orgânica normalmente culminando com a morte

fisiológica, de forma alguma representa a desencarnação propriamente dita.

O processo de liberação dos fluidos que fixam o espírito aos despojos materiais é muito

lento, especialmente quando a existência não transcorreu dentro dos padrões de comportamento

ético, caracterizando-se pelos apegos às paixões e pela vivência dos sentidos sensoriais em

detrimento das emoções transcendentes.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1o Parte – Cap. 22 – Despertar

da consciência no Além-Túmulo

A leviana indiferença em torno da morte faculta o encharcar-se mais nas paixões

sensoriais, nos impulsos primários, nas lutas pela posse, pela dominação de coisas e pessoas...

Terrível frustração sucede a esses que assim procedem, quando o guante da

desencarnação lhes interrompe o galopar dos desejos e da loucura a que se entregam...

Morrem, sem dar-se conta da ocorrência, continuando na azáfama a que se entregavam...

(...) Todo processo de fixação impõe período idêntico para a sua liberação.

Assim ocorre com os vícios morais, mentais, emocionais e físicos, que permanecem

afligindo o espírito, mesmo quando já os abandonou, desde há algum tempo.

(...) A morte é somente uma experiência de desvestir uma para assumir outra

indumentária, entretanto, prosseguindo na vida.

(...) Ninguém deslustra as Leis universais, sem que seja convocado à reabilitação.

Assim, indispensável se torna a todos os viajantes do carreiro material o dever de pensar na

morte, na maneira como a enfrentará, nos recursos de que dispõe, no desapego aos denominados

bens materiais, preparando-se conscientemente, pois que se desencarna conforme se reencarna

com o patrimônio moral invisível e essencial.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 2o Parte – Cap. 1 – Preparação

para a Morte

12 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.4 O Que levamos para o Plano Espiritual

Lembre-se, porém, que na hora da morte – a partida inevitável para todos os seres,

através dos caminhos do tempo:

− Segurança representa tranquilidade. Sem paz interior, não há poder real. Os bens

ficam no mundo.

− Juventude e saúde são épocas rápidas da estação dos anos.

− Só o Bem acompanha o homem além do mundo...

− O poderoso na Terra é apenas mordomo de recursos que desaparecem.

− Todos os valores pertencem, em última instância, ao Senhor de todas as

coisas.

− Patrimônio financeiro é problema para o Espírito. Comodidade física é caminho

para a doença da alma.

Aproveite as possibilidades que o tempo faz passar através de suas mãos, antes que

escorram para a inutilidade, e utilize esse patrimônio para assegurar sua volta ao Reino,

vitoriosamente.

Marco Prisco – Glossário Espírita-Cristão – Cap. 37 – Patrimônio e Posses

E depois de uma pausa, em que parecia surdo a tantos clamores, acentuou:

São contrabandistas na vida eterna.

Como assim? – atalhei, interessado. O interlocutor sorriu e respondeu em voz firme:

Acreditavam que as mercadorias propriamente terrestres teriam o mesmo valor

nos planos do Espírito.

Supunham que o prazer criminoso, o poder do dinheiro, a revolta contra a lei e a

imposição dos caprichos atravessariam as fronteiras do túmulo e vigorariam aqui também,

oferecendo-lhes ensejos a disparates novos.

Foram negociantes imprevidentes.

Esqueceram de cambiar as posses materiais em créditos espirituais. Não aprenderam as

mais simples operações de câmbio no mundo. Quando iam a Londres, trocavam contos de réis

por libras esterlinas; entretanto, nem com a certeza matemática da morte carnal se animaram a

adquirir os valores da espiritualidade.

Agora, que fazer? Temos os milionários das sensações físicas transformados em

mendigos da alma.

André Luiz – Nosso Lar – Cap. 27 – O Trabalho enfim

13 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Nos mínimos atos, negócios, resoluções ou empreendimentos que você faça, busque

primeiro a substancia “post-mortem” de que se reveste, porquanto, sem ela, seu tentame

será superficial e sem consequências produtivas para o seu espírito.

Hoje, como ontem, a criatura supõe-se em caminho tedioso tão-só quando lhe falta

alimento espiritual aos hábitos.

Alegria que dependa das ocorrências do terra-a-terra não tem duração. Alegria real

dimana da intimidade do ser.

Meditação elevada, culto à prece, leitura superior e conversação edificante constituem

adubo precioso nas raízes da vida.

Ninguém respira sem os recursos da alma.

Constrangidos a encontrar a repercussão de nossas obras, além do plano físico, de que

nos servirá qualquer euforia alicerçada na ilusão?

De que nos vale o compromisso com as exterioridades humanas, quando essas

exterioridades não se fundamentam em nossas obrigações para com o bem dos outros, se a

desencarnação não poupa a ninguém?

Cogitemos de felicidade, paz e vitória, mas escolhamos a estrada que nos conduza a

elas sob a luz das realidades que norteiam a vida do Espírito, de vez que receberemos de

retorno, na aduana da morte, todo material que despachamos com destino aos outros, durante a

jornada terrestre.

Não basta para nenhum de nós o contentamento de apenas hoje. É preciso saber se

estamos pensando, sentindo, falando e agindo para que o nosso regozijo de agora seja também

regozijo depois.

André Luiz – Estude e Viva – Cap. 4 – Consciência e Conveniência

A fé é mais do que um ato de crença, tornando-se poderoso eletroímã de renovação

energética, atraindo ou repelindo valores que seguirão com você além da vida física.

Prepara-te para a morte. Desde hoje vença a dúvida, supere o temor, alente a

esperança.

Ninguém viverá sempre na carne.

Marco Prisco – Legado Kardequiano – Cap. 56 – Ideia

14 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Retornam alguns irmãos nossos que atravessaram o “portal” do túmulo, a fim de

apresentarem seus depoimentos vivos.

Cada um retrata a experiência feliz ou desditosa de que foi objeto na Esfera Espiritual.

Alguns, que foram colhidos pelas surpresas, narram os sucessos em que se viram

envolvidos, lutando tenazmente por se manterem na anestesia da ignorância e da sombra, não

obstante a aurora convidativa da realidade que os envolvia.

Outros supuseram enganar o próximo e fugir a sanção da Justiça, precipitando-se pelo

país da consciência livre, onde os painéis circunjacentes são elaborados pelos que o povoam.

Diversos vinculavam-se as religiões, afirmavam possuir crença em Deus e na

imortalidade, no entanto, tornaram-se vítimas espontâneas da incredulidade e do pavor ante a

morte...

Uns acalentaram o nada para depois da sepultura e defrontaram a vida estuante.

Outros aguardavam tributos e glórias vãos e se viram de mãos vazias de feitos e corações

enregelados pela indiferença que cultuaram.

Espíritos fieis e devotados, aclimatados as realizações de enobrecimento, emolduraram-

se de paz e dita, retornando a louvar e bendizer a vida.

A morte a ninguém engana.

Ninguém se engana após a morte.

Morrer é desvelar de acontecimentos num cinematógrafo especial, com mecanismos que

atuam automaticamente na consciência de cada criatura.

Pensamos em alertar os invigilantes, recordando fatos já conhecidos e trazendo a lume

outra vez lições que vão sendo esquecidas, utilizando-nos das experiências daqueles que se

enganaram, a fim de recordar aos que crêem na Vida a necessidade de se manterem vigilantes

e atuantes no Bem.

A morte não discrepa, não elege, não exime ninguém. A pouco e pouco traz de volta os

que partiram na direção da Terra em aprendizado e recuperação.

Mensageira fiel recolhe todos e os situa nos seus devidos lugares, mediante as leis de

afinidades e de sintonia que nos ligam uns aos outros e nos reúnem nas múltiplas “moradas” da

“Casa do Pai”.

Joanna de Angelis – Depoimentos Vivos – Introdução (Salvador, 25 de dezembro de 1971)

15 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

A surpresa assoma em muitas mentes, quando defrontam, no intercâmbio mediúnico

com Entidades, que na Terra estiveram situadas em posição de destaque, desfrutando conceitos

relevantes e retornam do Mundo Espiritual expressando inquietação ou anestesiados no

desequilíbrio, na perturbação.

Acreditam os menos vigilantes que os homens que transitaram em situação de realce,

catalogados na distinção e colocados em pontos especiais, certamente, em se despindo da

indumentária carnal, deveriam retornar aureolados pelas bênçãos e pelas fortunas de um mérito

que, em verdade, não lograram amealhar.

Cada um é o que intimamente pensa, cultiva, elabora e produz.

Por essa razão, ninguém se surpreenda com o desnudar da consciência no além-túmulo,

em que homens e mulheres considerados pelo destaque que tiveram na comunidade retornam

obumbrados e inditosos, agônicos e estremunhados, apresentando-se sequiosos de paz,

necessitados de amor.

A Vida são os atos que amealhamos nos cofres da consciência e os sentimentos que

armazenamos nos depósitos profundos do ser.

A morte é o acordar para as realidades a que nos imantamos durante a jornada material.

Coerência é a palavra; equilíbrio, na aparência e no Ser, para pensar e agir com acerto.

João Cleofas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 7 – Coerência entre Pensamento e Ação

A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos.

Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da Lei, em toda parte.

Emmanuel – Obreiros da Vida Eterna – Introdução Recebemos no Além o que realmente criamos para nós mesmos, em contato com as

criaturas. Romeu Camargo – Falando à Terra – Cap. 14 – De Retorno

Aviso claro e prudente, o melhor que tenho aqui: Depois da morte é que a gente

conhece o que fez de si. José Soares de Gouveia – Depois da Vida – Introdução

16 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

No Mundo espiritual muita gente vai se surpreender... Lá, não seremos identificados pela importância, ou melhor, pela nossa suposta importância no mundo... Gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes escancarar... Ledo engano!

Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo... Esse negócio de ter sido fulano de tal interessa à consciência de quem foi e, na maioria das vezes, se complicou...

Francisco Cândido Xavier – O Evangelho de Chico Xavier – Cap. 187 A morte a ninguém engana. Ninguém se engana após a morte. Morrer é desvelar de acontecimentos num cinematógrafo especial, com mecanismos que

atuam automaticamente na consciência de cada criatura. Joanna de Ângelis – Depoimentos Vivos – Introdução

A Vida são os atos que amealhamos nos cofres da consciência e os sentimentos que

armazenamos nos depósitos profundos do ser. A morte é o acordar para as realidades a que nos imantamos durante a jornada material.

João Cleófas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 7 – Coerência entre Pensamento e Ação Vive, portanto, como se estivesses a cada momento preparando-te para renascer além e

após o túmulo. A vida que se “leva” é a Vida que cada um aqui leva enquanto na indumentária

carnal. Joanna de Angelis – Estudos Espíritas – Cap. 7 – Morrer

17 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.5 Temor da Morte – Causas

1.5.1 O instinto de conservação da vida

O instinto de conservação da vida, que lhe constitui força preventiva contra a intemperança, a precipitação e o suicídio, não obstante desconsiderados nos momentos de superlativo desgosto, revolta ou desespero.

Programado o corpo para servir de instrumento para o progresso do Espírito, através de cujo cometimento desenvolve todas as aptidões e valores que nele jazem latentes, o instinto de conservação é lhe um elemento de alto valor, para que seja preservada a vida e impulsionada para a frente até às últimas resistências. Em face dessa condição, o Espírito se imanta ao corpo e receia perde-lo, em razão do atavismo ancestral que lhe bloqueia o discernimento a respeito daquilo cujos dados de avaliação não logram impressionar-lhe os sentidos.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

1.5.2 Predominância da Natureza Animal

A predominância da natureza animal, que nos inferiores comanda as suas aspirações,

tendências e necessidades. O predomínio da natureza animal desenvolve-lhe o egoísmo e exacerba-lhe a paixão

violenta, acentuando a sensualidade que se expande engendrando programas de novos gozos, que terminam por exaurir-lhe as energias mantenedoras dos equipamentos de sustentação orgânica. Assim é que um leve aceno de prolongamento da vida moribundo fá-lo sorrir e aspirar pela sua ocorrência, em injustificáveis apegos aos despojos que lhe não permitem mais largos logros, embora lhe concedam a permanência física.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

1.5.3 Temporário olvido da vida espiritual

O temporário olvido da vida espiritual donde procede. A reencarnação promove o transitório esquecimento do passado, que é providencial para

poupar ao Espírito a amargura que os seus erros impõem e os seus delitos o afligem. Esse esquecimento constitui motivo de receio da morte, em razão da falta de elementos que estruturem a confiança na sobrevivência, com o retorno ao mundo espiritual. As sensações sobrepõem-se às emoções, fixando-lhe os interesses na vida física, apesar de saber da sua efêmera existência.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

18 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.5.4 Receio de aniquilamento da vida

O receio de aniquilamento da vida, por falta de informações corretas a respeito do futuro

da alma e daquilo que lhe está destinado...

o engodo dos sentidos anestesia a razão, levando-a a concluir que a morte deles

representa a destruição da vida, arrolando o cérebro como autor do pensamento e os órgãos na

condição de causa da existência do ser. Assim, a desinformação e as concepções erradas sobre

a vida futura são responsáveis pelo temor da morte, que leva muitos indivíduos a estados

neuróticos lamentáveis, como a comportamentos alucinados, nos quais buscam o esquecimento,

fugindo da sua contingência enganosa.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

1.5.5 Terrorismo do modo de vida após a morte

De um lado, contorções de condenados a expiarem em torturas e chamas eternas os erros

de uma vida efêmera e passageira.

De outro lado, as almas combalidas e aflitas do purgatório aguardam a intercessão dos

vivos que orarão ou farão orar por elas, sem nada fazerem de esforço próprio para progredirem.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 6 – A Preocupação com a Morte

O conteúdo religioso das doutrinas ortodoxas, que oferece uma visão distorcida quão

prejudicial do que sucede após a ruptura dos laços materiais, elaborando um mundo de

compensações em graça como em castigo, conforme a imaginação dos homens vitimados por

fanatismos e alucinações.

O estabelecimento de prêmios e punições de sabor material, nos quais as religiões do

passado firmaram estrutura da existência espiritual, tornou-a detestável, e se considerando o

medo a uma justiça absurda e impiedosa ou a indiferença por uma felicidade estanque,

monótona e perpétua, que tem lugar num céu onde o amor não dispõe de recursos para socorrer

o caído, nem a piedade vige em relação aos infelizes...

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

19 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.5.6 Insuficiência de conhecimento sobre a Vida Futura

À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui. Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 3 – A Preocupação com a Morte

A doutrina espírita muda completamente a maneira de ver-se o futuro. A vida futura não

é mais uma hipótese, mas uma realidade. A situação das almas após a morte não se explica por meio de um sistema, mas com o resultado da observação.

O véu é levantado. O mundo espiritual nos aparece em toda a sua realidade viva. Não foram os homens que o descobriram através de uma concepção engenhosa, mas os

próprios habitantes desse mundo que nos vieram descrever a sua situação. (...) Para os espíritas a alma não é mais uma abstração. Ela possui um corpo etéreo que

a torna um ser definido, que podemos conceber pelo pensamento. Isso é o suficiente para nos esclarecer quanto à sua individualidade, suas aptidões e suas percepções.

A lembrança daqueles que nos são caros repousa, assim, sobre algo real. Não os representamos mais como chamas fugitivas que nada dizem ao nosso pensamento, mas como formas concretas que no-los apresentam melhor como seres vivos.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 10 – A Preocupação com a Morte

A ideia de que as almas dos mortos se tornam chama s fugitivas penetrou fundamente na consciência coletiva dos povos.

Vemos a sua sobrevivência até mesmo em pessoas esclarecidas que se tornam espíritas. Nas atas das sessões que realizava, por ele mesmo redigidas, o escritor Monteiro Lobato

refere -se constantemente aos espíritos como gases, chamas flutuantes, etc., o que levava alguns dos comunicantes a endossarem a concepção.

Um deles lhe respondeu: Sou agora uma chamazinha errante. Referindo-se à sua própria morte, Lobato escreveu que iria passar do estado sólido ao gasoso.

O Espiritismo nos mostra que a situação do homem após a morte é muito diferente disso. Conservando o corpo espiritual (de que tão precisamente trata o apóstolo Paulo em l

Coríntios) o espírito desencarnado conserva até mesmo a forma corporal, as características físicas que o distinguem na vida terrena, e pode assim identificar-se em suas manifestações pela vidência, pelos fenômenos de aparição e pelos de materialização. Isso permite, ainda — o que estranha às pessoas que desconhecem o problema — que o espírito se identifique pela sua própria voz nos fenômenos de audição mediúnica ou de comunicação por voz direta.

Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 10 – A Preocupação com a Morte – comentário

20 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.5.7 Marketing negativo da Morte/Velório/Enterro/Cemitério

A morte é rodeada de cerimônias lúgubres, mais próprias a infundirem terror do que a

provocarem a esperança. Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 8 – A Preocupação com a Morte

Essa impressão negativa da morte foi intencional. O objetivo era atemorizar as criaturas

a fim de se portarem bem na vida. Há uma relação evidente entre essa ameaça da morte e as ameaças de castigos nas

escolas, para garantir o bom comportamento dos alunos. Mas esse recurso, que produziu resultados entre homens ignorantes e brutais, perderia o seu efeito na proporção em que a Civilização se desenvolvesse.

Aconteceu com ele o que ensina uma lei da Dialética: o que hoje serve ao progresso, amanhã se torna obstáculo e deve ser removido.

Mas, por outro lado, essas cerimônias lúgubres e toda essa ameaça passou para o plano dos costumes, criou raízes populares e se tornou ainda uma das fontes de renda para as organizações eclesiásticas.

Tudo isso impediu, até mais da metade do século XIX, que as religiões organizadas, chamadas positivas, fizessem alguma coisa para acompanhar o progresso cultural.

Ainda hoje, apesar das reformas em curso, o problema da morte continua na mesma situação analisada por Kardec.

Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 8 – A Preocupação com a Morte – comentário

1.5.8 Censura às comunicações entre mortos e vivos

Demais, a crença vulgar coloca as almas em regiões apenas acessíveis ao pensamento, onde se tornam de alguma sorte estranhas aos vivos.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 9 – A Preocupação com a Morte

"Na crença vulgar", diz Kardec, porque a Teologia católica já no seu tempo colocava o problema em termos de estado de consciência. Não obstante, os clérigos continuavam a pregar dos púlpitos em termos de crença vulgar.

A comparação que Kardec faz, mais adiante, entre o Inferno pagão e o Inferno cristão, esclarecerá bem este assunto.

Quanto ao rompimento absoluto de relações entre vivos e mortos, devemos acentuar que havia e ainda subsiste uma atitude contraditória: a relação pode ser permitida por Deus, em casos excepcionais, mas somente no seio da Igreja.

Assim, as comunicações espíritas são condenadas como demoníacas, mas as comunicações católicas, sejam de santos e anjos ou mesmo de almas sofredoras, são consideradas legítimas e até mesmo divulgadas em livros.

Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 09 – A Preocupação com a Morte – comentário

21 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.5.9 Apego as Coisas e/ou Pessoas

O apego à sensualidade e aos bens transitórios produz o pavor da morte, redundando em

desarmonias internas que de forma alguma impediriam o processo desencarnatório, às vezes

apressando-o, em face dos elementos destrutivos que a mente elabora e sustenta.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 14 – Morrendo para

Viver

Cavalcante não se preparou, convenientemente, para libertar-se do jugo da carne e

sofre muito pêlos exageros da sensibilidade.

Tem o pensamento afetuoso em excessiva ligação com aqueles que ama. Semelhante

situação dificulta-nos sobremaneira os esforços.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11 – Amigos Novos

A esposa de Dimas, ao pé dele, não obstante prolongadas vigílias e sacrifícios estafantes,

que a expressão fisionômica denunciava, mantinha-se firme a seu lado, olhos vermelhos de

chorar, emitindo forças de retenção amorosa que prendiam o esposo em vasto emaranhado

de fios cinzentos

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 13 – Companheiro Libertado

1.5.10 Temor de Você / do que Fez e/ou do que Não Fez

Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que

desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de

mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não

terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com

tanta avidez se requestam na Terra!

Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a

caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o

que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.

Uma Rainha de França – Evangelho Seg. Espiritismo – Cap. 2– item 8 (Havre 1863)

22 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Não apenas ignorância da realidade espiritual, mas aflição ante a sua legitimidade.

Conhecer a verdade é penetrá-la, viver a verdade, no entanto, é renovar-se para ela.

Muitos que trazem da Terra o cômputo do conhecimento espírita, não obstante se

identificarem com a vida espiritual se perturbam face ao que deixaram de fazer, o que

planejaram fazer e o que fizeram erradamente.

Ao despertar na Vida Verdadeira, o homem, de um só golpe, olha a retaguarda,

percebendo em clara visão tudo quanto poderia ter realizado e não o fez. Esse conhecimento

dá-lhe sofrimento, perturba-o.

Não é a desencarnação em si que faz sofrer. Antes é a evidência do que não se realizou

que torna o Espírito sofrido. Por isso, o Codificador do Espiritismo com muita lucidez anotou

a resposta dos imortais de que o conhecimento do Espiritismo oferece, naturalmente. recurso

para impedir a perturbação, mas que os atos são os grandes contributos a fim de que o homem,

sabendo da sua realidade íntima e conhecendo o que fez de nobre, tenha o impedimento da

aflição interior.

Desse modo, identificado com o Espírito de amanhã que o Espiritismo nos revela, não

apenas fiquemos na informação, mas nos modifiquemos, para que a nossa consciência não se

nos transforme em algoz, fazendo sofrer, em consideração ao que ficou perdido ou aplicado

errada e audaciosamente contra cada um.

João Cleófas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 58 – Perturbação Espiritual

Aqui, meus filhos, não me perguntaram se eu havia descido gloriosamente as escadas

do Petit Trianon; não fui inquirido a respeito dos meus triunfos literários e não me solicitaram

informes sobre o meu fardão acadêmico. Em compensação, fui argüido acerca das causas

dos humildes e dos infortunados pelas quais me bati.

Não venho exortar a vocês como sacerdote; conheço de sobra às fraquezas humanas.

Vivam, porém a vida do trabalho e da saúde, longe da vaidade corruptora. E, na religião da

consciência retilínea, não se esqueçam de rezar.

Humberto de Campos – Palavras do Infinito – Aos Meus Filhos (Pedro Leopoldo,

9/Abril/1935)

23 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2. Obreiros da Vida Eterna – 75 anos

2.1 A Série a Vida no Mundo Espiritual

2.1.1 Importância

O nobre Espírito André Luiz é o moderno argonauta que venceu os pélagos vorazes do

mundo espiritual, vivenciando as experiências iluminativas com humildade e resignação,

acumulando incomparáveis tesouros de sabedoria para trazê-los de maneira prudente e

equilibrada e ofertá-los aos viandantes da retaguarda física domiciliados na Terra.

Utilizando-se da técnica narrativa em forma autobiográfica, conseguiu decodificar as

complexas informações do mundo espiritual, em linguagem acessível a todos, convidando-nos

a profundas reflexões em torno do binômio: existência carnal e realidade imortal.

Com a necessária imparcialidade, iniciou a sua revelação expondo-nos tormentos que o

surpreenderam após a desencarnação, assim como relatando o processo de soerguimento

espiritual havido por meio da inefável misericórdia de Deus.

Espírito comprometido com a verdade, não se deteve em lamentação ou permitiu-se

desarvorar, quando as dores o assaltaram, assim descobrindo que o único recurso de que podia

dispor para a libertação era o trabalho em favor do próximo, por consequência, de si mesmo.

Empenhou-se no mister e transferiu-se de campo de atividade, com a ajuda de

abnegados benfeitores desencarnados que se lhe afeiçoaram aos sentimentos incorruptíveis,

passando a fazer parte das equipes de servidores do bem, em favor da humanidade, na faina

incansável da autoiluminação.

Lentamente compreendeu a gigantesca tarefa que tinha pela frente e empenhou-se por

estudar, perquirir, amealhar conhecimentos, tornar-se digno de desempenhá-la com grata

satisfação.

Tornou-se um repórter sábio das ocorrências no mundo causal, e decidiu-se, por amor e

compaixão, a advertir, assim como a orientar os viandantes carnais acerca do próprio

comportamento durante a vilegiatura orgânica, tendo em vista o futuro que a todos nos aguarda.

Cuidadosamente, e com critério de verdadeiro missionário desbravador do

desconhecido, passou a descrever os cenários e acontecimentos em torno da vida além da

indumentária carnal.

24 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Não se permitindo atitudes que produzissem pavor, desvelou com naturalidade as

regiões de sofrimento e de desespero construídas pelos desarvorados Espíritos que se

entregaram à revolta e à desobediência aos soberanos códigos da vida.

Demonstrou a existência nas regiões espirituais de verdadeiros infernos, purgatórios e

vales de expiação, todos eles, porém, transitórios, necessários ao processo de despertamento

das consciências obnubiladas ou desvairadas, teimosamente vinculadas ao mal e à perversidade.

Nada obstante, não se deteve exclusivamente nos relatos afligentes, mas também

abordou com elegância as conquistas superiores dos Espíritos fiéis e diligentes, assim como as

regiões de bênçãos em que habitam, onde se desenham os elevados programas de construção

do futuro da humanidade terrestre.

Abordou, como dantes ainda não havia sido feito com a mesma clareza, as organizações

sociológicas e éticas, culturais e estéticas, científicas e filosóficas, artísticas e religiosas, nas

quais se preparam os missionários da sabedoria para o desempenho das tarefas no futuro

terrestre.

Estudando com profundidade os mecanismos das leis de causa e efeito, confirmou as

informações contidas na Codificação do Espiritismo, pelo egrégio mestre de Lyon Allan

Kardec, sem lhes alterar os conteúdos.

Fiel aos ensinamentos ditados pelos Espíritos superiores e insertos nas obras básicas da

Doutrina Espírita, ampliou-os, detalhou-os, aplicou as técnicas do conhecimento

contemporâneo, demonstrando-lhes a exatidão, a proficiência e a grandeza do insuperável

missionário da Terceira Revelação judaico-cristã, eleito por Jesus para trazer à Terra o

Consolador que Ele prometera.

Raciocínio claro, inteligência lúcida e percuciente, penetrou o bisturi da análise

investigadora nos mecanismos da mediunidade, nos processos lamentáveis das obsessões, nos

programas das reencarnações, nas preparações dos missionários do bem e da caridade,

revelando os complexos programas de socorro em favor da humanidade.

Através do tempo, participou de momentosas atividades ao lado dos instrutores sábios

de considerável elevação, encarregados de velar e desenvolver o progresso dos seres humanos

e do planeta, apresentando os esquemas de iluminação e de devotamento a que todos nos

devemos ajustar, a fim de contribuirmos em favor da obra santificante dirigida por Jesus.

25 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Em todo o seu trabalho jamais se permitiu fantasias ou delírios objetivando atemorizar

os seres humanos, sempre considerando a qualidade sublime de Deus-amor, ultrapassando os

tradicionais textos religiosos das doutrinas ortodoxas a respeito do Deus-pavor, que reaparece

na atualidade de alguma forma severo e cruel, inclusive, em algumas informações ditas do além-

túmulo...

Em toda parte, existe ordem, mesmo no denominado caos, e a lei de amor é soberana

em tudo incessantemente, porque provém do Pai amantíssimo.

As narrações a respeito de acontecimentos reais, nas programações dos renascimentos

físicos de diversos Espíritos, assim como sobre a desencarnação dos mesmos e de outros, são

ricas de ternura e de informações iluminativas.

As análises e os estudos científicos em torno de diversos temas hodiernos encontram

respaldo nas ciências que se encarregam dos mesmos, sempre demonstrando que o Espiritismo

estuda as causas, enquanto as ciências estudam os efeitos, conforme acentuou Allan Kardec.

Podemos dividir os períodos que dizem respeito ao desdobramento das revelações

espíritas a respeito do mundo transcendente em antes e depois de André Luiz, embora tenha

havido contribuições valiosas de outros médiuns no exterior e no Brasil, assim como de

excelentes teólogos preocupados com o esclarecimento dos seus paroquianos.

Ninguém, até este momento, depois de apresentado o Espiritismo, conseguiu ser mais

fiel e profundo, nas informações em torno da vida no corpo e fora dele, que o digno esculápio

desencarnado que optou pelo anonimato, criando o pseudônimo pelo qual se tornou conhecido,

a fim de não criar qualquer constrangimento à família ou fazer proselitismo de arrastamento...

Estudar a fantástica obra do mensageiro espiritual é dever de todo aquele que deseja

compreender a vida e os fenômenos em torno da morte, assim como da sobrevivência do

Espírito à disjunção cadavérica, adquirindo conhecimento e propondo-se a viver de maneira

consentânea com as lições aprendidas com esse dedicado e humilde servidor de Jesus.

Os ensinamentos, porém, do emérito educador não são dirigidos exclusivamente aos

espíritas, mas a todas as pessoas sinceras que se interessem por interpretar os enigmas

existenciais e as grandes interrogações a respeito da vida e da morte.

Esse manancial de bênçãos, que são as suas obras mediúnicas, através da dedicação

exemplar do venerando médium Francisco Cândido Xavier, que soube transformar o ministério

em sacerdócio incomum, alcançando o estágio de mediunato, retorna agora aos leitores

sintetizado no presente livro, ensejando amplas possibilidades de consultas, reflexões,

pesquisas e conhecimentos edificantes...

26 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Respeitando os esforços gigantescos da equipe de coligidores dos relevantes

ensinamentos e a maneira como o Espírito André Luiz e o médium Francisco Cândido Xavier

souberam sintetizá-los, suplicamos aos Céus que os abençoem no serviço da iluminação de

consciências.

Aos respeitáveis missionários André Luiz e Francisco Cândido Xavier, o médium de

que se utilizou, a nossa mais profunda gratidão e a súplica ao Senhor da vida para que os

conduza pelos infinitos caminhos da Espiritualidade em clima de harmonia e plenitude.

Manoel Philomeno de Miranda – A Vida no Mundo Espiritual – Introdução

27 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2.1.2 Composição da Série

A Coleção “A Vida no Mundo Espiritual”, composta por obras escritas pelo Espírito

André Luiz, através do médium Chico Xavier, compõem-se de 13 livros, lançados pela FEB

entre os anos de 1945 e 1968.

A tabela a seguir apresenta para livro da coleção: o ano de seu lançamento, o tema

principal da obra e o mentor/instrutor principal diretamente envolvido no desenvolvimento do

conteúdo do livro.

Livro Tema Principal Instrutor

1º – 1943 – NOSSO LAR A Vida no Plano Espiritual Clarêncio

2º – 1944 – OS MENSAGEIROS As Falências Mediúnicas Aniceto

3º – 1945 – MISSIONÁRIOS DA LUZ A Reencarnação/O Processo Reencarnatório Alexandre

4º – 1946 – OBREIROS DA VIDA ETERNA

A Desencarnação Jerônimo/ Zenóbia

5º – 1947 – NO MUNDO MAIOR A Mente/ Distúrbios Mentais Calderaro

6º – 1949 – LIBERTAÇÃO A obsessão/Vampirismo/Ovoides/Licantropia Gúbio

7º – 1954 – ENTRE A TERRA E O CÉU As Patologias do corpo espiritual Clarêncio

8º – 1954 – NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE

A Mediunidade Aulus

9º – 1956 – AÇÃO E REAÇÃO A Lei de Causa e Efeito Druso

10º – 1958 – EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS

As Relações Ciência/Doutrina Espírita/Medicina

11º – 1959 – MECANISMOS DA MEDIUNIDADE

As Relações Ciência/Doutrina Espírita/Mediunidade

12º – 1963 – SEXO E DESTINO O Sexo desequilibrado Felix

13º – 1968 – E A VIDA CONTINUA A Imortalidade/Pós-desencarne – Claudio/Plotino

28 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2.2 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – estrutura/histórico

i. Histórico: Este livro faz parte da coletânea, constituída por uma série de 13 obras, André

Luiz, narra suas próprias experiências e as dos que o cercam no mundo espiritual. Ao

longo da obra, as narrativas vão sendo direcionadas à tarefa de esclarecimento dos

encarnados sobre as realidades dessa “nova vida” e a estreita relação existente entre os

dois planos da vida: material e espiritual.

ii. Título: "Obreiros da Vida Eterna" – 20 capítulos.

iii. Autor: Espírito André Luiz (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que

exerceu a Medicina no Rio de Janeiro).

iv. Psicografia: Francisco Cândido Xavier (concluída em Março/1946).

v. Edição: Primeira edição em 1946, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de

Janeiro/RJ).

vi. Prefácio: Espírito Emmanuel

vii. Instrutores/Mentores: Jerônimo/Zenóbia

viii. Conteúdo doutrinário:

Este livro desvenda, esclarecendo, o processo da desencarnação, descrevendo a

assistência/desencarnação de 5 pessoas de diferentes cultos religiosos.

Recomendável àqueles que tenham perdido entes queridos ou mesmo a quem esteja

afetivamente ligado a algum enfermo em estado terminal.

Eurípedes Kühl – Sinopse dos Livros de André Luiz – Cap. 4 – Obreiros da Vida Eterna

29 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2.3 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – resumo

Comprova os princípios revelados pela Doutrina Espírita sobre a existência do mundo

espiritual, para onde vão as almas dos homens.

Assegura que ninguém morre e que o Espírito desencarnado prossegue na busca de seu

aperfeiçoamento, experiencia uma nova vida e prepara-se para novo retorno à Terra.

Revela os detalhes do processo desencarnatório e demonstra que ele se dá de maneira

diferente para cada alma.

É o quarto livro da série A vida no Mundo Espiritual, composto de vinte capítulos com

substanciais e novos ensinamentos doutrinários.

Relata o trabalho de uma expedição socorrista que se desloca da colônia espiritual Nosso

Lar para auxiliar na desencarnação de cinco Espíritos dedicados ao bem, sendo dois espíritas,

um católico romano, um livre pensador espiritualista e um evangélico protestante.

A equipe liderada pelo instrutor Jerônimo, a caminho da Crosta, pernoita na Casa

Transitória de Fabiano, instituição situada em tenebrosa zona umbralina, que tem a finalidade

de preparar a reencarnação dos Espíritos que vivem em um local chamado abismo, próximo a

ela. Zenóbia, sua administradora, com auxílio especial da clarividente Luciana e do padre

Hipólito, resgata um Espírito rebelde, denominado Domênico, que fora figura exponencial da

Igreja na sua última existência.

Descreve a assombrosa atuação do fogo purificador que varre a região, desintegrando

os resíduos mentais deletérios produzidos pelos habitantes do abismo, o que força a casa

Transitória a se transferir de local por meio de forças mento-magnéticas.

Descreve os cuidados prévios que recebem determinados Espíritos próximos à

desencarnação, e detalha a atuação magnética dos Espíritos superiores nas três regiões

orgânicas fundamentais do moribundo, para favorecer o desligamento do Espírito, atuando,

primeiramente, no centro vegetativo ligado ao ventre, sede das manifestações fisiológicas; a

seguir no centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediada no tórax, e, finalmente, no

centro mental, o mais importante, situado no cérebro.

Relata a gradual formação do novo corpo perispiritual durante o desligamento do

Espírito do seu corpo material, e adverte quanto à necessidade da oração e da conversação

elevada durante o velório, para favorecer o desligamento definitivo do Espírito dos seus

despojos físicos, pelo rompimento do fio prateado.

30 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Ensina que a desencarnação pode ser adiada, recebendo o Espírito mais algum tempo

de existência na Terra, em obediência à intercessão de um encarnado ou desencarnado, cuja

rogativa é analisada pelos Espíritos superiores, que consideram os benefícios que advém da

moratória, como foi o caso de Adelaide, que recebeu mais tempo no corpo físico, já que o seu

falecimento causaria forte abalo no organismo de sua filha Loide, em adiantado estado de

gravidez, podendo provocar um aborto de uma entidade que vinha à Terra com programa de

cooperar na divulgação do Evangelho.

Assegura que o processo desencarnatório varia conforme se vive, e que alguns Espíritos

desligam-se do envoltório físico com espantosa facilidade, enquanto outros necessitam de

ingente esforço e de procedimentos complexos dos obreiros do Senhor, em razão do apego à

vida física ou do medo da morte, consequente de uma formação religiosa dogmática.

Ensina que na prática da eutanásia, o corpo morre, mas o Espírito não desencarna,

ficando preso, por tempo indefinido, às células neutralizadas do veículo físico, que não permite

a sua libertação, prolongando-lhe o sofrimento.

Geraldo Campetti Sobrinho – A Vida no Mundo Espiritual – Pag. 155 – Obreiros da Vida

Eterna – Síntese

Dando continuidade à sua estada na cidade espiritual Nosso Lar, André Luiz relata as

novas atividades na dimensão de vida em que se encontra.

Em companhia do mentor espiritual Jerônimo faz missões de socorro, amparo e

orientação a necessitados, tanto no mundo espiritual quanto na esfera física.

Esse novo relato, em que André Luiz oferece detalhes sobre as atividades dos

benfeitores espirituais, foi denominado Obreiros da vida eterna.

André Luiz, o médico bem-sucedido, que viveu e morreu no Rio de Janeiro, ressurge

pela admirável mediunidade de Francisco Cândido Xavier e revela a grandiosidade e a beleza

dos obreiros da vida eterna, em suas tarefas de socorro, amparo e orientação àqueles que

transitam pelas vias da ilusão, do engano, das emoções e sentimentos descontrolados.

Lances dolorosos, aflitivos, mas, de outra parte, também de excelentes formas de

irradiação do amor são retratados nos capítulos:

Treva e sofrimento, Fogo purificador, Companheiro libertado, Prestando assistência,

Aprendendo sempre, Exemplo cristão, Desprendimento difícil, A serva fiel, Ação de graças,

entre outros.

Aylton Paiva – Revista Reformador – 2013 – Julho – Obreiros da Vida Eterna

31 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2.4 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – síntese – por capítulo

Cap I – Convite ao Bem – A. Luiz foi conduzido pelo Assistente Jerônimo ao "Templo

da Paz", para assistirem a uma palestra sobre a filosofia espiritual da Evolução. É descrito "um

grande globo de substância leitosa" que exibe quadros vivos (fotografia animada) das ações

socorristas nas zonas espirituais inferiores, onde estão desencarnados sofrendo em ambiente de

terror: despenhadeiros repletos de monstros horripilantes: o "abismo".

Cap II – No Santuário da Bênção – Grupos socorristas recebem últimas instruções no

"Santuário da Bênção", antes de partir rumo às missões de auxílio, nas proximidades da Crosta

Terrestre. Há proveitosas lições sobre a loucura (origens, efeitos, tratamento e cura — pelas

noções reencarnacionistas), num verdadeiro "curso rápido de Psiquiatria", sob novo aspecto.

Cap III – O Sublime Visitante – No interior de uma câmara estruturada em material

similar a vidro puro e transparente, uma tela cristalina capta vibrações mentais e forma quadros

vivos de paisagem de águas mansas, em paz, e de árvore frondosa, representando, esta, a vida.

Tudo isso para recepcionar um admirável Emissário espiritual de Esferas Superiores. Há

apreciável demonstração filosófica de como a Evolução do homem tende ao infinito...

Cap IV – A Casa Transitória – A equipe de A. Luiz parte em viagem e, a caminho,

estaciona na "Casa Transitória de Fabiano", grande instituição piedosa, fundada por Fabiano de

Cristo, nas cercanias da Crosta. Singularidade dessa instituição: é asilo móvel(!). Quando há

necessidade, transporta-se para outras regiões espirituais. Tem defesas elétricas, contra invasões

de Espíritos maldosos. Ali serão recolhidos quatro Espíritos, cuja desencarnação terá o amparo

da equipe de A. Luiz.

NOTA: Sugerimos a leitura complementar do livro “Mergulhando no mar de amor”, de

César Soares Reis, Editora Lorenz, contendo a biografia de Fabiano de Cristo (sublime

missionário).

32 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Cap V – Irmão Gotuzo – Depoimento de Gotuzo, médico, que assim como A.Luiz,

peregrinou em zonas purgatoriais após a desencarnação e agora auxilia Espíritos necessitados.

Há substanciosa descrição das reencarnações expiatórias, nas quais o livre-arbítrio do

reencarnante não é atendido.

Cap VI – Dentro da Noite – Descrição do "abismo" — região trevosa onde Espíritos

infelizes se apresentam como feras (às vezes, gigantescos sáurios) sendo repelidos por raios

elétricos de choque. De tempos em tempos as equipes socorristas empregam ali o "fogo

depurador", a benefício da região e dos seus tristes habitantes.

Cap VII – Leitura Mental – Expõe interessante quadro de clarividência entre

desencarnados, quando um Espírito com essa "especialidade" (clarividência), desdobrado, vê e

narra as ações infelizes de um Espírito sofredor, quando encarnado. Essa atividade é

especialmente realizada a benefício do referido Espírito sofredor, que se mostrava recalcitrante.

Cap VIII – Treva e Sofrimento – Mostra o esforço assistencial nas zonas inferiores.

Este capítulo oferta excelente material (argumentação evangélica) para os médiuns

doutrinadores.

Cap IX – Louvor e Gratidão – Registra como encarnados em desdobramento

espiritual pelo sono são recebidos na Casa Transitória, para encontro com parentes

desencarnados. Há o raro fenômeno de um Espírito desencarnado (Luciana) ser médium de

psicofonia para que um outro Espírito elevado (Letícia) comunique-se com o filho (Gotuzo) e

também com a assembléia formada por A. Luiz, sua equipe e outros Espíritos trabalhadores na

Casa Transitória.

Cap X – Fogo Purificador – Em atividade assistencial de grande impacto, (com

emprego do "fogo depurador" na área externa) é descrito o recolhimento de Espíritos

necessitados na Casa Transitória. A seleção ocorre conforme a aura dos candidatos, que

demonstra seu arrependimento sincero.

33 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Cap XI – Amigos Novos – A equipe de A. Luiz, já na Crosta, inicia o auxílio às

desencarnações programadas, objeto do seu deslocamento do "Nosso Lar" até ao plano terreno.

Cap XII – Excursão de Adestramento – A. Luiz e companheiros, sediados no lar de

ADELAIDE (no plano terreno), recolhe ali os Espíritos que serão por eles auxiliados e condu-

los à Casa Transitória, para breve palestra elucidativa quanto à breve desencarnação deles.

Cap XIII – Companheiro Libertado – É descrito o processo de uma desencarnação

com auxílio da equipe de A. Luiz, com pormenores altamente educativos, do ponto de vista

espiritual. É citado o caso de um desencarnante que logo contemplará seu passado, em visão

panorâmica.

Cap XIV – Prestando Assistência – Alguns casos de desencarnação são descritos. Há

advertência para médiuns aprendizes, que "tentam" ou "observam" contatos apenas com

Espíritos elevados e que, não o conseguindo, logo desertam... Relata caso de "suicídio

inconsciente" (expressão inédita no Espiritismo, até então, S.M.J.). Sobretudo, há lições de

como devem os encarnados comportarem-se num velório: em oração e silêncio!

Cap XV – Aprendendo Sempre – É comentada ação de Espíritos malfeitores que

ajuntam-se nos cemitérios, aguardando a chegada de despojos humanos para deles subtrair

resíduos vitais... Há registro do tormento de Espíritos desencarnados que não se desatam do

corpo em decomposição.

Cap XVI – Exemplo Cristão – Trata da desencarnação de um bondoso colaborador.

Cita o interessante efeito da água num banho morno, retirando matéria fluídica prejudicial (das

glândulas sudoríparas). Mostra também os resultados salutares do culto doméstico da prece.

Cap XVII – Rogativa Singular – Cita "moratória terrena" concedida a uma pessoa

prestes a desencarnar, concessão essa que visa beneficiar toda uma coletividade (crianças órfãs).

Cap XVIII – Desprendimento Difícil – Especifica o caso de uma desencarnação

complicada, acrescida dos graves inconvenientes da eutanásia.

34 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Cap XIX – A Serva Fiel – Narra o quanto o merecimento influi numa desencarnação

tranqüila, a ponto do próprio Espírito desencarnante realizar o desligamento perispiritual do

corpo físico, cabendo à equipe espiritual especializada apenas o ato conclusivo da liberação

(desate do cordão prateado).

Cap XX – Ação de Graças – Despedidas: a equipe de A. Luiz e os quatro Espíritos

recém-libertos do corpo físico vão para "Nosso Lar"; antes, despedem-se dos amigos da Casa

Transitória, onde aqueles quatro Espíritos foram hóspedes logo após desencarnarem.

Eurípedes Kühl – Roteiro de Estudos das Obras de André Luiz – Cap. 4 – Obreiros da Vida

Eterna

35 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2.5 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – Instrutores – biografia

• Zenóbia

Irmã que administra, anualmente, alternadamente, há vinte anos consecutivos com o

Irmão Galba, a Casa Transitória de Fabiano, situada nas cercanias terrestre e destinada a

socorros urgentes.

É um abrigo de pronto-socorro espiritual.

Asila constantemente variados grupos de entidades, repletas de característicos humanos

primitivistas, mas portadores de virtudes apreciáveis.

Solicita que todos a acompanhem na oração em favor do Padre Domênico para que ele

possa ter o dom de ouvir.

Zulmira na sua última encarnação foi pobre menina, forçada pelas circunstâncias da luta

terrestre a desposar um viúvo rodeado de filhinhos. Teve uma existência inteira de renúncia

santificante pelos pais, pelo esposo, pelos filhos. Aceitou o caminho de abnegação contrário

aos sonhos juventude.

O padre Domênico afirma que, se a existência humana o houvesse unido a Zenóbia,

outro teria sido o seu destino. Dominado pela dor de perdê-la, fora compelido ao celibato

sacerdotal.

Na Sala Consagrada, tendo ao fundo uma tela transparente de grandes proporções,

solicita a todos que a acompanhem mentalmente na oração da noite para os asilados e para o

pessoal administrativo. Afirma que a Igreja Romana é, de fato, na atualidade grande especialista

em “crianças espirituais”.

Por ocasião da reunião preparatória de Adelaide, direciona palavras aos cooperadores

da bondosa discípula de Jesus.

Por ocasião das despedidas dos integrantes da expedição socorrista oferece-lhes o hino

de reconhecimento em sinal de afetuoso apreço.

Geraldo Campetti Sobrinho – A Vida no Mundo Espiritual – Pag. 505 – Obreiros da Vida

Eterna – Zenóbia

36 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

• Jerônimo

Conduz André Luiz até o Templo da Paz, a fim de ouvir a palestra do instrutor Albano

Metelo.

Orienta a pequena equipe de trabalho constituída de André Luiz, do padre Hipólito e da

enfermeira Luciana. A equipe tem a incumbência de operar na Crosta planetária, durante trinta

dias, a tarefa de auxílio e estudo, junto de cinco colaboradores prestes a desencarnarem na

Crosta.

Conduz a equipe até o Santuário da Bênção, onde, juntamente com outros dois grupos

de socorro, receberiam a palavra de mentores iluminados.

Conduz o grupo até a Casa Transitória de Fabiano nas cercanias da Crosta terrestre,

destinada a socorros urgentes.

Determina que as atividades na Crosta teriam como ponto de referência o lar coletivo

de Adelaide – a Fundação Adelaide.

Recomenda a Luciana e Irene trouxessem a irmã Albina, ao passo que André Luiz e o

Padre Hipólito conduziriam Dimas, Fábio e Cavalcante até a câmara de Adelaide, de onde

seguiriam para a Casa Transitória de Fabiano em excursão de aprendizagem e adestramento.

Determina que Hipólito e Luciana fiquem na Casa Transitória, atendendo as

necessidades prementes de Dimas recém-liberto, enquanto André Luiz e ele acompanhariam

Fábio, em processo desencarnatório.

Geraldo Campetti Sobrinho – A Vida no Mundo Espiritual – Pag. 442 – Obreiros da Vida

Eterna – Jerônimo

37 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

3. O Despertar da Consciência no Além Túmulo

3.1 Fases/Estágios do Processo de Desencarne – Obreiros da Vida Eterna

3.1.1 Missões de Assistência

Amigos o concurso desta noite não se destina à cura do corpo grosseiro. Tentamos

revigorar-vos o organismo espiritual, preparando-vos o desligamento definitivo, sem alarmes

de dor alucinatória. Devo confessar-vos que, retornando o vaso físico, experimentareis natural

piora de vossas sensações, agravando-se a tortura, porque os remédios para a alma, na

presente situação, intensificam os males da carne.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 13 – Companheiro Libertado

Compreendia, mais uma vez, que há tempo de morrer, como há tempo de nascer. Dimas

alcançará o período de renovação e, por isso, seria subtraído à forma grosseira, de modo a

transformar-se para o novo aprendizado. Não fora determinado dia exato. Atingira-se o tempo

próprio.

Há existências que perdem pela extensão, ganhando, porém, pela intensidade...

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 13 – Companheiro Libertado

38 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

3.1.2 Quebra de Imantações

Cavalcante não se preparou, convenientemente, para libertar-se do jugo da carne e sofre

muito pêlos exageros da sensibilidade. Tem o pensamento afetuoso em excessiva ligação com

aqueles que ama. Semelhante situação dificulta-nos sobremaneira os esforços.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11 – Amigos Novos

A esposa de Dimas, ao pé dele, não obstante prolongadas vigílias e sacrifícios estafantes,

que a expressão fisionômica denunciava, mantinha-se firme a seu lado, olhos vermelhos de

chorar, emitindo forças de retenção amorosa que prendiam o esposo em vasto emaranhado

de fios cinzentos, dando-nos a impressão de peixe encarcerado em rede caprichosa... As

correntes de força, exteriorizadas por ela, infundem vida aparente aos centros de energia

vital, já em adiantado processo de desintegração.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 13 – Companheiro Libertado

Adelaide você pensa nos parentes, nos amigos, nos trabalhos que ficarão,

compreendemos seu devotamento materno à obra de amor que lhe consumiu a vida. Entretanto,

você está cansada, muito cansada e Jesus autorizou o seu regresso. Confie a Ele as penas que

lhe oprimem o espírito afetuoso. Deponha o precioso fardo de suas responsabilidades em outras

mãos, esvazie o cálice de sua alma, alijando amarguras e preocupações. Converta saudades

em esperanças e desate os elos mais fortes, atendendo a ordem divina.

Seu quarto de dormir, semelhava a redoma de pensamentos retentivos a

interceptarem-lhe a saída. Quanto menos se via presa ao corpo, mais se ampliava a exigência

dos parentes, dos amigos... Como portar-se ante essa situação ? – Minha amiga, reconhecemos

os obstáculos, mas não se amofine, com a sua vinda se dará a imposição natural de novo

esforço a cada um. Alegre-se, portanto, pela transformação que ocorrerá dentro em pouco.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 19 – A Serva Fiel

Além de haver-se afeiçoado profundamente ao Evangelho do Cristo, vivendo-lhe os

princípios renovadores, Fábio conseguira iluminar a mente da companheira e construir

bases sólidas no espírito dos filhinhos, orientando-os para o futuro.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 16 – Exemplo Cristão

39 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

3.1.3 O Desencarne/ A Eutanásia

Há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços

de liberação da alma : o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações

fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro

mental, mais importante, situado no cérebro.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 13 – Companheiro Libertado

Jerônimo deliberou que o cordão prateado, última ligação entre o cérebro de matéria

densa, e o cérebro de matéria rarefeita, deveria permanecer até ao dia imediato, considerando

as necessidades de Dimas, ainda imperfeitamente preparado para o desenlace mais rápido.

O pobre amigo permanecia agarrado ao corpo pela vigorosa vontade de prosseguir

jungido à carne. Cavalcante, permanecia cego para o “outro lado da vida”, de onde tentávamos

auxiliá-lo, em vão.

Jerônimo poderia aplicar-lhe recursos extremos, mas absteve-se. Inquirido por mim

acerca de seus infindos cuidados, explicou, calmo – Ninguém corte, onde possa desatar.

Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou a chamada

injeção “compassiva”, ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador. Em poucos

instantes, o moribundo calou-se. Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para

nós, entretanto. A personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em plena

inconsciência e incapaz de qualquer reação.

A carga fulminante da medicação de “descanso”, por atuar diretamente em todo o

sistema nervoso, atinge também os centros do organismo perispiritual.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 18 – Desprendimento Difícil

40 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

3.1.4 O Velório

Se fosse possível receber maior cooperação dos amigos encarnados, ser-lhe-ia mais fácil

o restabelecimento integral, nesta fase pós-desencarne.

No entanto, cada vez que os parentes se debruçam, em pranto, sobre os despojos,

Dimas-Espírito é chamado ao cadáver, com prejuízo para a restauração mais rápida.

Nossos amigos da esfera carnal são ainda muito ignorantes para o trato com a morte.

Quando do velório, ao invés de trazerem pensamentos amigos e reconfortadores, preces de

auxilio e vibrações fraternais, atiram aos recém-desencarnados as pedras e os espinhos que

deixaram nas estradas percorridas.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 14 – Prestando Assistência

3.1.5 O Enterro/Cemitério

As grades da necrópole estavam cheias de gente da esfera invisível, em gritaria

ensurdecedora. Verdadeira concentração de vagabundos sem corpo físico apinhava-se à

porta – ... Nossa função, acompanhando os despojos destina-se também à sua defesa. Nos

cemitérios costuma congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando as vísceras

cadavéricas, para subtrair-lhes resíduos vitais.

O cooperador queria dizer, naturalmente, que a presença, ali, de malfeitores e ociosos

desencarnados se justificava em face do grande número de ociosos e malfeitores que se afastam

diariamente da crosta da Terra.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 15 – Aprendendo sempre

41 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

3.1.6 No Plano Espiritual

Ó minha mãe! e a esposa, os filhos?... – Dimas, filho, os laços terrenos, entre você e

eles, foram interrompidos. Restitua-os a Deus, certo de que o Eterno Senhor da Vida, a quem

de fato pertencemos, permitirá sempre que nos amemos uns aos outros.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 15 – Aprendendo sempre.

Enquanto Dimas se restaurava paulatinamente, Fábio cobrava forças de modo

notavelmente rápido. Os longos e difíceis exercícios de espiritualidade superior, levados afeito

na Crosta, frutificavam, agora, em benções de serenidade e compreensão. Podia levantar-se à

vontade, transitar nas diversas seções em que se subdividiam os trabalhos do Instituto.

Experimentava tranqüilidade.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 17 – Rogativa Singular

Cavalcante, fixava-nos, receoso, crendo-se vítima de pesadelo, em hospital diferente.

Declarava-se interessado em continuar no corpo terrestre, chamava a esposa insistentemente,

repetia descrições do passado com admirável expressão emotiva.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 19 – A Serva Fiel

O serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários

casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a

experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada.

Depois de orar, fervorosamente, no último pouso das células exaustas, agradecendo-

lhes o precioso concurso nos abençoados anos de permanência na Crosta, Adelaide, serena e

confiante, cercada de numerosos Amigos, partiu.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 19 – A Serva Fiel

André, você pode intensificar o relatório das impressões pós-desencarne, quanto deseje,

esteja certo, porém, de que não se verificam duas desencarnações rigorosamente iguais. O

plano impressivo depende da posição espiritual de cada um.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 15 – Aprendendo sempre.

42 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

4. O Despertar da Consciência no Além Túmulo – Exemplos

4.1 O Caso Dimas

Dimas morava em uma casa muito simples, em pequena cidade próxima do Rio de

Janeiro. Tinha pouco mais de cinquenta anos. Nascido em berço pobre, frequentou apenas os

primeiros anos de escola.

Acostumado, desde cedo, à infância sem mimos, desenvolveu o corpo, entre deveres e

abnegações constantes.

Desde muito jovem, teve de auxiliar o sustento próprio e nesse mesmo regime constituiu

família, com muito sacrifício. Despendeu enorme energia para a subsistência, mas, mesmo

assim, dedicou-se aos que sofrem.

Foi médium espírita e procurou servir à coletividade. Conviveu com desalentados e

aflitos de toda sorte. Dedicou-se à causa dos mais necessitados, esqueceu-se de si mesmo no

serviço de amor ao próximo. Acometido de cirrose hepática, estava partindo, deste mundo, um

pouco mais cedo do que o previsto por causa dos grandes sacrifícios que teve de enfrentar, ao

longo desses poucos mais de cinquenta anos.

Uma equipe espiritual, porém, estava atenta a todo o bem que ele havia plantado e veio

recebê-lo, nos umbrais do além, auxiliando-o a desatar os fios da existência corpórea e a

adaptar-se aos primeiros dias da vida nova.

O assistente Jerônimo, chefe da equipe espiritual, fazia-se acompanhar do padre

Hipólito, da enfermeira Luciana e do médico estagiário André Luiz.

Inicialmente, o primeiro obstáculo a vencer era afastar a esposa do quarto do enfermo,

uma vez que as correntes de força exteriorizadas por ela alimentavam, com vida aparente, os

centros de energia vital do marido, já em adiantado processo de desintegração. Era preciso

cortar essa fonte de revitalização.

Jerônimo procurou contornar o impasse, melhorando o estado físico do enfermo, com o

auxílio de passes longitudinais que desfizeram os fios magnéticos que se entrecruzavam sobre

o corpo abatido. Com as forças surpreendentemente renovadas, o próprio doente aconselhou a

esposa ao descanso, dizendo-se mais animado.

43 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Reconfortada por vê-lo mais lúcido, rendendo-se ao cansaço, buscou o leito, no que foi

seguida pelos familiares, todos exultantes pelas melhoras alcançadas. Felizmente, agora, o

enfermo estava só, entregue à assistência da equipe espiritual. O assistente distribuiu trabalho

a todos.

Hipólito e Luciana, depois de tecerem uma rede fluídica de defesa, em torno do leito,

para que as vibrações mentais inferiores fossem absorvidas, permaneceram em prece ao lado,

enquanto André Luiz colocava a mão direita sobre o plexo solar do agonizante.

Antes de iniciar as operações decisivas, Jerônimo propiciou a Dimas um momento de

oração, tocando-lhe, demoradamente, na parte posterior do cérebro. Logo o agonizante passou

a emitir pensamentos luminosos e belos e orou, sentidamente, ante a partida da qual se apercebia

em nível inconsciente e chorou muito, ante o desenlace imediato. Na prece, recordou-se de sua

genitora e pediu à Mãe dos Céus que lhe concedesse a graça de revê-la no minuto de partir!

Nesse momento, graças ao poder oculto da oração, que só a providência divina saberia

explicar, a porta do quarto deu entrada a venerável anciã, coroada de luz, que se aproximou de

Jerônimo e, após desejar-lhe a paz divina, informou: – Sou a mãe dele...

Sentara-se a velhinha no leito, depondo a cabeça do moribundo no colo, afagando-a com

as mãos carinhosas.

Com esse reforço precioso, Hipólito e Luciana deslocaram-se para velar pelo sono da

esposa, de modo que as suas emissões mentais não alterassem o trabalho em curso. Iniciou-se,

então, o processo desencarnatório.

As primeiras providências do assistente junto ao agonizante foram tomadas:

insensibilizou inteiramente o vago, para facilitar o desligamento nas vísceras. A seguir,

utilizando passes longitudinais, isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais

tarde, as fibras inibidoras no cérebro.

Explicou Jerônimo, na ocasião, que existem três regiões orgânicas fundamentais a

merecerem todo cuidado nos serviços de liberação da alma:

1) O centro vegetativo (sede das manifestações fisiológicas), ligado ao ventre;

2) O centro emocional (zona dos sentimentos e desejos), sediado no tórax;

3) O centro mental: sede da alma (o mais importante) situado no cérebro.

O assistente começou a operar sobre o plexo solar, desatando laços que localizavam

forças físicas. Com isso, uma certa porção de substância leitosa extravasava do umbigo,

pairando em torno. Esticaram-se os membros inferiores, com sintomas de esfriamento. Dimas

gemeu, em voz alta, semi-inconsciente.

44 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Nesse momento, os familiares acorreram, assustados.

Jerônimo agiu rapidamente: com passes concentrados sobre o tórax, relaxou os elos

que mantinham a coesão celular no centro emotivo, operando sobre determinado ponto do

coração, que passou a funcionar como bomba mecânica, desreguladamente. Nova cota de

substância desprendia-se do corpo, do epigastro à garganta (...)

André Luiz conta que todos os músculos trabalharam fortemente contra a partida da

alma, opondo-se à libertação das forças motrizes, em esforço desesperado, ocasionando

angustiosa aflição ao paciente.

Foram chamados, às pressas, o médico e os parentes. Dimas estava em coma. Houve

um reduzido tempo de descanso, e Jerônimo voltou para aquela que seria a última etapa:

Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo quebrou

alguma coisa que não pude perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada

desligou-se da região craniana, absorvendo, instantaneamente, a vasta porção de substância

leitosa já exteriorizada. Quis fitar a brilhante luz, mas confesso que era difícil fixá-la com

rigor. Em breves instantes, porém, notei que as forças em exame eram dotadas de movimento

plasticizante. A chama mencionada transformou-se em maravilhosa cabeça, em tudo idêntica

à do nosso amigo em desencarnação, constituindo-se, após ela, todo o corpo perispiritual de

Dimas, membro a membro, traço a traço. E, à medida que o novo organismo ressurgia ao nosso

olhar, a luz violeta-dourada, fulgurante no cérebro, empalidecia gradualmente, até

desaparecer, de todo, como se representasse os princípios superiores da personalidade,

momentaneamente recolhidos a um único ponto, espraiando-se em seguida, através de todos

os escaninhos do organismo perispirítico, assegurando, desse modo, a coesão dos diferentes

átomos, das novas dimensões vibratórias.

Quando isso ocorreu, Dimas-desencarnado elevou-se alguns palmos acima de Dimas-

cadáver, apenas ligado ao corpo através de leve cordão prateado, semelhante a sutil elástico,

entre o cérebro de matéria densa, abandonado, e o cérebro de matéria rarefeita do organismo

liberto.

Dimas morrera inteiramente. Mas a operação ainda estava incompleta.

Como já afirmamos, a morte física é relativamente simples, mas a desencarnação

envolve um processo muito mais complexo.

O liame fluídico ou cordão de prata deveria permanecer até o dia imediato. O “morto”

não estava preparado para um desenlace mais rápido.

45 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Vendo-o debilitado pelo esforço, deliberou o assistente confiá-lo à mãe até o dia seguinte, quando, então, cortaria o cordão e conduzi-lo-ia à Casa Transitória de Fabiano, posto de socorro situado na zona umbralina, região nevoenta mais próxima da crosta, onde ficaria por alguns dias até que todos pudessem partir rumo à Colônia Nosso Lar.

Por enquanto repousará ele na contemplação do passado, que se lhe descortina em visão panorâmica no campo interior, observou o assistente. Dimas estaria a rever um filme único, com todos os detalhes, o da própria existência que acabara de deixar.

No dia seguinte, a equipe espiritual regressou, duas horas antes do cortejo fúnebre. (O corpo espiritual aperfeiçoara-se, narra André Luiz, pois o cordão fluídico entre o cérebro perispirítico e o do cadáver permitia que o desencarnado absorvesse princípios vitais do campo fisiológico). Jerônimo, agindo como clínico experimentado, examinou-o e ascultou-o, cortando em seguida, o liame final. O perispírito de Dimas passou a receber as últimas forças do corpo inanimado, enquanto este, por sua vez, absorvia algo de energia do outro, que o mantinha sem notáveis alterações.

Dimas parecia um convalescente ao despertar, estremunhado, acordando de longo sono. A mãe contou-lhe a verdade: já havia feito a passagem.

Todos acompanharam os despojos até o cemitério, inclusive o próprio Dimas que orou, sentidamente, agradecendo ao corpo físico.

A função de acompanhar os despojos materiais, segundo os mentores, não é apenas a de adestramento do desencarnado para os movimentos iniciais de libertação, mas é também de defesa dos restos mortais, contra os ataques de malfeitores desencarnados, a fim de que não se apoderem dos resíduos vitais, ou seja, do duplo etérico.

Jerônimo extraiu do cadáver e dispersou todos os resíduos de vitalidade do cadáver. Finalizado o enterro, era hora de partir: Dimas, amparado pela comitiva, rumou para a Casa Transitória de Fabiano.

(...) Tive a nítida impressão de que através do cordão fluídico, de cérebro morto a cérebro

vivo, o desencarnado absorvia os princípios vitais restantes do campo fisiológico. E acentuou: O apêndice prateado era verdadeira artéria fluídica, sustentando o fluxo e refluxo dos

princípios vitais em readaptação. Retirada a derradeira via de intercâmbio, o cadáver mostrou sinais, quase de imediato, de avançada decomposição.

Marlene Nobre – Nossa Vida no Além – Cap. 2 – Como é Morrer André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11/15 – Amigos Novos

46 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

4.2 O Caso Fábio

A mesma equipe espiritual escalada para levar Dimas, também incumbiu-se de realizar a

desencarnação de Fábio, um senhor na idade madura, casado, com dois filhos menores de oito

e seis ano presumíveis, portador de tuberculose em estado avançado. Morador em um bairro

pobre e menos populoso do Rio de Janeiro, Fábio foi um autodidata em Espiritismo, sempre se

consagrou aos estudos transcendentais da alma e às obras do bem. Livre de sectarismo,

disciplinado, soube preparar a família para a sua morte, que ele sabia estar próxima,

introduzindo o Evangelho no lar, desde os primeiros tempos do matrimônio.

Silveira, pai de Fábio, juntou-se à equipe do assistente, acompanhado de mais dois amigos.

Jerônimo repetiu o mesmo processo de libertação praticado em Dimas, mas conseguiu fazê-

lo com muito mais facilidade.

Depois da ação desenvolvida sobre o plexo solar, o coração e o cérebro, desatado o “nó

vital”, Fábio fora completamente afastado do corpo físico. Por fim, brilhava o cordão fluídico-

prateado, com formosa luz. Amparado pelo genitor, o recém-liberto descansava, sonolento,

sem consciência exata da situação.

A surpresa estava por vir. Uma hora depois da morte física, Jerônimo cortou o cordão

prateado. Fábio estava mais preparado para a desencarnação do que Dimas.

Após o desligamento, o pai beijou o filho e entregou-o ao assistente para levá-lo à instituição

socorrista, Casa Transitória de Fabiano, onde programara reencontrá-los.

Diferentemente do que ocorreu no caso Dimas, a equipe partiu, logo em seguida ao total

desligamento, sem esperar pelo sepultamento, levando Fábio, adormecido, para a Casa

Transitória.

Marlene Nobre – Nossa Vida no Além – Cap. 2 – Como é Morrer

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11/16 – Amigos Novos

47 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

4.3 O Caso Cavalcante

Um homem de mais de sessenta anos, virtuoso católico-romano, espírito abnegado e

valoroso nos serviços do bem ao próximo, com belos dotes morais. Assim, o assistente

Jerônimo definiu Cavalcante, apresentando-o a André Luiz, enquanto ambos o observavam em

um leito hospitalar, no Rio de Janeiro. Às portas da desencarnação, fora internado como

indigente, em uma enfermaria com vários outros leitos, abandonado da parentela, em virtude

de suas ideias de renúncia às riquezas materiais. Não fora esquecido, porém, do amor de Deus.

A equipe ali estava, preparando-se para dar-lhe toda a assistência no desligamento dos liames

materiais.

Antes de adentrar a enfermaria, onde o doente se acomodava, André Luiz e Jerônimo

haviam varado a larga porta do movimentado hospital, defendido por grandes turmas de

trabalhadores espirituais. Havia aí tanta atividade por parte dos encarnados, como por parte

dos desencarnados, comenta André Luiz.

Guardemos este ensinamento: toda vez que adentrarmos os pórticos de qualquer hospital

façamos uma prece e respeitemos as equipes do além que aí mourejam e que necessitam da

nossa cooperação espiritual.

Apesar de todo amparo dos abnegados amigos da Vida Maior e da bondade de seu

próprio coração, Cavalcante não estava preparado para libertar-se da carne, mostrava-se

exageradamente, sensível.

Aprendemos com este caso que a fé precisa ser educada para não originar deploráveis

desequilíbrios da alma.

Durante mais de quatro dias, Cavalcante lutava contra a morte. O problema intestinal

agravara-se, enormemente, com a peritonite. O agonizante já estava cercado de emanações

desagradáveis. O padre, chamado para ouvi-lo em confissão, abreviou o mais que pôde o

contato junto ao leito. Afastando-se da enfermaria o sacerdote encontrou o médico que cuidava

dele e iniciou o seguinte diálogo: –

– Afinal, que acontece ao Cavalcante? Morre ou não morre? Estou cansado de tantos

casos compridos.

–Tem sido gigante na reação – informou o clínico, bem humorado. – Considerando-

lhe, porém, os males sem cura, venho examinando a possibilidade da eutanásia.

– Parece-me caridade – redargüiu o religioso –, porque o infeliz apodrece em vida...

48 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Ouvindo o diálogo descaridoso, André Luiz comentou:

A cena chocava-me pelo desrespeito. Ambos os profissionais, o da Religião e o da

Ciência, notaram situações meramente superficiais, incapazes de penetração nos sagrados

mistérios da alma. Entretanto, para compensar tão descaridosa incompreensão, Cavalcante

era objeto de nosso melhor carinho.

Todavia, apesar de todos os esforços da equipe espiritual, Cavalcante, com medo da

morte, não se rendeu à desencarnação, reagindo até o fim, em oposição a qualquer tentame

nesse sentido.

Apesar da profunda desaprovação de Jerônimo, o mesmo médico que conversara com

o sacerdote, pela manhã, aplicou no enfermo “uma injeção compassiva” impondo-lhe a morte

física. Infelizmente, porém, a personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em

plena inconsciência e incapaz de qualquer reação. Somente vinte horas depois, a equipe

conseguiu retirar Cavalcante dos despojos corpóreos. Apático, sonolento, desmemoriado, foi

conduzido à Casa Transitória de Fabiano. A injeção sedativa, com dose alta de anestésicos,

afetou-lhe o perispírito, como se o desencarnado tivesse recebido uma descarga elétrica.

Os medicamentos estão saturados de energias eletromagnéticas, por isso têm

repercussões mais ou menos profundas sobre o corpo espiritual. Por essa mesma razão, sofrem

muito, no além, dependentes químicos e suicidas.

Marlene Nobre – Nossa Vida no Além – Cap. 2 – Como é Morrer

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11/18 – Amigos Novos

49 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

4.4 O Caso Adelaide

Adelaide era professora dedicada, amparara maternalmente os órfãos da instituição

espírita-cristã, onde morava e dava assistência por decênios. Havia desenvolvido tarefas no

campo da mediunidade, socorrendo os enfermos, apesar das duras pedradas recebidas por causa

do belo trabalho desenvolvido em favor do bem.

Por tudo isso, ela estava apta a realizar uma desencarnação rápida, sem dar maior

trabalho à equipe, segundo observação de Bezerra de Menezes, seu guia espiritual. De fato, o

único empecilho que teve de ser contornado foram os pensamentos de retenção dos amigos e

colaboradores encarnados que não a deixavam partir.

Depois que essa redoma de material mental foi retirada de seu quarto de dormir, pela

conscientização dos queridos cooperadores de que sua missão chegara ao fim, Adelaide pode,

enfim, desprender-se. E o fez de uma maneira inesperada. Ela mesma, sem a assistência de

Jerônimo, desligou os centros perispiríticos do plexo solar e do coração.

A ocorrência singular que provocou o espanto de André Luiz, foi esclarecida por

Jerônimo:

– A cooperação de nosso plano é indispensável no ato conclusivo da libertação; todavia

o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos,

ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência

terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada.

Na desencarnação de Adelaide foi assim, o assistente só interferiu no momento de cortar

o cordão prateado à altura do cérebro.

Antes de partir para a Casa Transitória de Fabiano, a grande servidora de Jesus orou,

agradecendo às células do corpo pelos abençoados anos de aprendizado na Crosta.

Como constatamos, não se verificam duas desencarnações rigorosamente iguais.

Por milênios consecutivos, o homem ensaia a desencarnação natural, progredindo

vagarosamente, em graus de consciência, após a decomposição do corpo somático

Marlene Nobre – Nossa Vida no Além – Cap. 2 – Como é Morrer

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11/19 – Amigos Novos

50 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

4.5 O Caso Albina

Albina, senhora de convicção presbiteriana, de valiosos dotes morais e espirituais, havia

conseguido, porém, graças às orações de intercessão de seu neto, ainda criança, a moratória de

alguns meses, para permanecer na vida física.

De modo que não foi nessa expedição que Albina foi libertada.

Constatamos, assim, que a morte física pode ser adiada, conforme o merecimento da

criatura encarnada e daqueles que a amam, tanto no plano físico quanto no espiritual.

Marlene Nobre – Nossa Vida no Além – Cap. 2 – Como é Morrer

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11/19 – Amigos Novos

51 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

5. Referências

Esta relação bibliográfica não está, intencionalmente, seguindo os padrões usuais – está

numa forma mais sintética, fazendo uma correlação direta entre o texto do trabalho e os

livros/mensagens.

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

1 Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 941

2 Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 961

3 Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 03 – A Preocupação com a Morte

4 Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 06 – A Preocupação com a Morte

5 Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 08 – A Preocupação com a Morte

6 Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 09 – A Preocupação com a Morte

7 Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 10 – A Preocupação com a Morte

8 AME–Brasil – Folha Espírita – Janeiro de 2010 Edição número 425 – A Terminalidade da Vida

9 André Luiz – Além da Morte – Introito

10 André Luiz – Estude e Viva – Cap. 04 – Consciência e Conveniência

11 André Luiz – Estude e Viva – Cap. 26 – Mortos Voluntários

12 André Luiz – Nosso Lar – Cap. 27 – O Trabalho enfim

13 André Luiz – Obreiros da Vida Eterna

14 Aylton Paiva – Revista Reformador – 2013 – Julho – Obreiros da Vida Eterna

15 Emmanuel – Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita – Cap. 78 – Página aos Espíritas

16 Emmanuel – Coragem – Cap. 32 – Vida e Morte

17 Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap.21 – Oração pelos quase Mortos

18 Emmanuel – Obreiros da Vida Eterna – Introdução

19 Eurípedes Kühl – Roteiro de Estudos das Obras de André Luiz – Cap. 4 – Obreiros da Vida Eterna

52 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

20 Eurípedes Kühl – Sinopse dos Livros de André Luiz – Cap. 4 – Obreiros da Vida Eterna

21 Francisco Cândido Xavier – O Evangelho de Chico Xavier – Cap. 187

22 Geraldo Campetti Sobrinho – A Vida no Mundo Espiritual – Pag. 155 – Obreiros da Vida Eterna – Síntese

23 Geraldo Campetti Sobrinho – A Vida no Mundo Espiritual – Pag. 442 – Obreiros da Vida Eterna – Jeronimo

24 Geraldo Campetti Sobrinho – A Vida no Mundo Espiritual – Pag. 505 – Obreiros da Vida Eterna – Zenóbia

25 Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 08 – A Preocupação com a Morte – comentário

26 Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 09 – A Preocupação com a Morte – comentário

27 Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 10 – A Preocupação com a Morte – comentário

28 Humberto de Campos – Palavras do Infinito – Aos Meus Filhos

29 Joanna de Ângelis – Depoimentos Vivos – Introdução

30 Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 21 – Mortos e mortos

31 Joanna de Angelis – Estudos Espíritas – Cap. 7 – Morrer

32 Joanna de Angelis – Sementes de Vida Eterna – Cap. 56 – Não há Morte

33 João Cleófas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 58 – Perturbação Espiritual

34 João Cleófas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 7 – Coerência entre Pensamento e Ação

35 José Soares de Gouveia – Depois da Vida – Introdução

36 Leon Denis – O Grande Enigma – 3º Parte – Cap. 15 – A Lei circular

37 Manoel Philomeno de Miranda – A Vida no Mundo Espiritual – Introdução

38 Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 11 – Efeito das Drogas

39 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1o Parte – Cap. 22 – Despertar da consciência no Além-Túmulo

40 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 2o Parte – Cap. 1 – Preparação para a Morte

41 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 10 Parte – Cap. 12 – Morrer e Desencarnar

42 Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

53 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título

43 Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 14 – Morrendo para Viver

44 Marco Prisco – Ementário Espírita – Cap. 60 – No exame da Morte

45 Marco Prisco – Glossário Espírita-Cristão – Cap. 37 – Patrimônio e Posses

46 Marco Prisco – Legado Kardequiano – Cap. 56 – Idéia

47 Marlene Nobre – Nossa Vida no Além – Cap. 2 – Como é Morrer

48 Romeu Camargo – Falando à Terra – Cap. 14 – De Retorno

49 Uma Rainha de França – Evangelho Seg. Espiritismo – Cap. 2– item 8

54 O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

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