O Deus Criador e o caráter soteriológico da Criação - Hermisten Maia

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O Deus Criador e o Caráter Soteriológico da Criação Introdução A Bíblia parte do pressuposto da existência de Deus. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus, escreveu Moisés (Sl 90.2).

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O Deus Criador e o Caráter Soteriológico da Criação

Introdução •  A Bíblia parte do pressuposto da existência de Deus. “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”, escreveu Moisés (Sl 90.2).

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• Moisés por revelação direta de Deus, registra de forma inspirada (2Pe 1.20-21), narrando os atos criadores de Deus. •  Ele não preocupa em falar com mais detalhes a respeito Daquele que, mediante a Sua Palavra, faz com que do nada surja a vida, criando o universo, estabelecendo suas leis próprias e, avaliando a Sua Criação como boa.

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• Moisés apenas apresenta o Deus Todo-Poderoso exercitando o Seu poder de forma criadora, segundo o Seu eterno propósito. • D e u s e x i s t e . E s t e é o f a t o pressuposto em toda a narrativa da Criação.

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• Deus cria segundo a Sua Palavra e isto nos enche de admiração e reverente temor: •  A Palavra de Deus é o verbo criador que manifesta a determinação e o sábio poder de Deus (Gn 1.1,26,27; Sl 33.6,9; Pv 3.19; Jo 1.1-3; Hb 11.3).

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•  O Catecismo Maior de Westminster, respondendo à pergunta – “Qual é a obra da criação?” –, resume: “A obra da criação é aquela pela qual, no princípio e pela palavra do seu poder, Deus fez do nada o mundo e tudo quanto nele há, para si, no espaço de seis dias, e tudo muito bom” (Gn 1; Rm 11.36; Ap 4.11).

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•  Estudemos alguns aspectos da ação criadora de Deus, entendendo sempre, que conhecer as ações de Deus, significa conhecer o próprio Deus. •  Ele age sempre segundo as Suas perfeições, dando-Se a conhecer – a inda que não exclusiva nem principalmente –, na Criação.

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1. A Origem do Homem segundo as Escrituras A. A Narrativa Bíblica Gênesis 1 e 2 não é história de estranhos mas de nós mesmos. •  Tratar da criação do homem significa falar de nós mesmos, de nossa origem, da nossa história por meio de nossos primeiros pais.

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• É impossível fazer isso de forma indiferente. •  A concepção cristã da criação do homem, encontra a sua base e fundamento na Palavra de Deus: “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das cousas que não aparecem” (Hb 11.3).

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•  Algumas verdades devem ser destacadas: 1) Deus é o Ser eterno que antecede

a toda criação. 2) A fé é que deve dirigir a nossa

compreensão a respeito da criação. 3) A criação é um ato livre da

vontade soberana de Deus. • Não há pressões externas ou necess idades in te rnas que O impulsionem a criar.

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• Deus fez o que fez e como fez, por Sua livre determinação. 4) Nada pode existir sem que tenha sido criado por Deus (Jo 1.3); os céus e a terra são obras de Deus. • Não há independência fora de Deus 5) A Palavra de Deus é o verbo

criador.

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6) A criação primária foi gerada do nada (creatio ex-nihilo). •  A possibilidade de algo vir a existir fora de Deus elimina a Deus como Deus. • Aqui temos a confissão de um mistério, não a sua explicação. 7) A criação se distingue de Deus,

não sendo sua extensão, mas o resultado de Sua vontade e poder.

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• Algumas dessas verdades se depreendem também, das narrativas da Criação, registradas em Gn 1.1-2.25 e de outros textos bíblicos: • Ne 9.6; Jó 26.7; 38.4-13; Sl 33.6,9; 90.2; 102.25; 148.1-5; Pv 3.19; Is 40.26,28; 42.5; 45.18; Jr 10.12-16; Am 4.13; Zc 12.1; Mt 19.4,5; Mc 10.6,7; Lc 3.38; Jo 1.1-5; At 17.24; Rm 1.20,25; 11.36; 1Co 2.8,9; Cl 1.16; 1Tm 2.13; Hb 1.2; Ap 4.10,11; 10.6.

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•  Sabemos que a Bíblia não tem a pretensão de fazer ciência: Ponto de vista fenomenológico. •  A narrativa é compreendida em qualquer época. • Não há divergência real entre a g e n u í n a c i ê n c i a e a c o r r e t a interpretação da Bíblia, já que Deus é o Senhor de toda a verdade. • Acreditamos na coerência de toda a realidade.

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• A ciência genuína nunca nos afastará de Deus, antes ela só encontrará o seu sentido pleno nAquele que é o Seu Senhor e para onde todo o real converge e encontra o seu verdadeiro significado.

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B. Deus criou o Homem conforme o sábio Conselho da Trindade Deus faz todas as coisas

conforme o conselho da Sua vontade (Ef 1.11): conforme o Seu santo prazer e deliberação (Sl 115.3;135.6). • Todos os Seus atos, livres como são, constituem-se em manifestações do Seu soberano poder e da Sua infinita sabedoria (Pv 3.19; Rm 11.33).

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• Jeremias escreve: “O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12). •  A Criação é resultado da vontade e do poder criador de Deus, revelando aspectos da grandeza de Deus. • Sem a revelação seria impossível conhecer a Deus.

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•  Textos: Gn 1.1,26,27; Sl. 148.5; Is 44.24; Jr 32.17; Rm 1.20; 4.17; 2 Co 4.6; Hb 11.3; Ap 4.11. • No relato da criação do homem, encontramos o registro inspirado: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança....” (Gn 1.26). • Deus Se aconselha consigo mesmo e delibera.

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• Aqui podemos ver a singularidade da criação do homem. • Em nenhum outro relato encontramos esta forma relacional. • Deus Se aconselha consigo mesmo e delibera. •  Aqui temos o decreto Trinitário que antecede o tempo e, que agora, se executa historicamente conforme o eternamente planejado.

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• O "façamos" de Deus é a execução autodeliberada de Deus em criar o homem. • Deste modo, na criação em geral e do homem em especial, encontramos a concretização precisa do decreto eterno de Deus.

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• O homem foi formado por Deus de acordo com a Sua sábia e soberana vontade (Gn 2.7; Rm 11.33-36). • Davi contemplando a majestosa criação de Deus, escreveu: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me fo rmaste ; as suas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14).

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C) O Homem foi Criado à Imagem e Semelhança de Deus Os seres criados por Deus (peixes, aves, animais domésticos, animais selváticos, etc.) o foram conforme as suas respect ivas espécies.

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• O homem, diferentemente, teve o seu modelo no próprio Deus Criador (Gn 1.26; Ef 4.24). • Somente o homem pode partilhar de um relacionamento pessoal, voluntário e consciente com Deus.

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• Quando se trata de encontrar uma companheira para o homem com a qual ele possa se relacionar de forma pessoal – já que não se encontra em todo o resto da criação –, a solução é uma nova criação, tirada da costela de Adão.

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• Adão se completará com a sua esposa, passando a haver uma “fusão interpessoal”, constituindo-se os dois uma só carne (Gn 2.20-24; Mc 10.8), unidos por Deus (Mt 19.6). • A constatação de Deus, é que não seria bom para o homem permanecer só.

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• É Deus mesmo quem percebe a necessidade ainda imperceptível ao homem. • Tudo na criação era bom, exceto a solidão do homem. •  O homem ainda não havia percebido isso; no entanto, Deus sabe que a solidão lhe fará mal.

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• A carência vai se tornar evidente: Deus passou diante de Adão todos os animais, para que este pudesse nominá- los , d is t ingu indo cada espécie.

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•  Vemos de passagem a inteligência de Adão, tendo condições de discernir as espécies, exercitando a sua capacidade de julgar, atribuindo nomes que, certamente, estavam re lac ionados a caracter ís t icas essenciais dos animais.

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• Entre toda a criação, não há uma companheira a altura do homem. • Como ser sociável que é, o homem n e c e s s i t a r á d e c o m p a r t i l h a r conhecimentos e afetos; amar e ser amado. • O homem, de fato, foi criado por Deus para viver em companhia de seus semelhantes, mantendo uma re lação de i de ias , va lo res e sentimentos.

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• Deus como uma espécie de “pai da noiva” leva-a até o noivo (Gn 2.2). • Adão aprovou a nova criação de Deus. • As primeiras palavras do homem registradas nas Escrituras, foram: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2.23).

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• Agora tornou-se possível uma relação satisfatória para o homem e, ao mesmo tempo, eles poderão se perpetuar por meio da procriação – como ato que reflete a sua identidade de amor e complemento –, enchendo a terra e sujeitando-a, conforme a ordem divina (Gn 1.28). • O Paraíso está pronto para se expandir.

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D) A Criação da Mulher, a Companheira do homem (Gn 2.18) A mulher foi criada para ser

companheira do homem. • Deste modo percebe-se a ideia de complemento. •  O paraíso sem a mulher, seria um paraíso incompleto, insatisfatório.

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• Por sua vez, já que a mulher completaria o homem, esta, tornar-se-ia da mesma forma incompleta se não cumprisse a sua missão.

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1) Auxiliadora idônea “Far-lhe-ei uma auxiliadora

[rz<[e (‘ezer)] que lhe seja idônea [dg<n< (neged)]” (Gn 2.18), é a solução encaminhada por Deus. • A palavra auxiliadora é empregada especialmente para descrever a ação de Deus que vem em socorro do homem.

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•  I dônea , t em o sen t i do de “correspondente a ele”, “conforme”, “aqui lo que corresponde“ ,“sua contrária”. • Significa também, “estar em frente”, “defronte” (Ex 19.2; Js 3.16; 6.5,20; Dn 6.11).

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•  A mulher foi formada como uma “contraparte” do homem; é uma semelhança perfeita dele, ainda que lhe seja oposta, no sentido de complemento.

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2) A Igualdade entre o homem e a mulher Os textos também revelam a

prioridade social do homem, não a sua superioridade essencial (Ef 5.22; 1Co 11.3-12; 1Pe 3.6,7). • É preciso que não confundamos a primazia e liderança com o domínio tirânico.

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•  Deus ao criar a mulher não a fez inferior; ela também foi feita conforme à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27). • A ordem divina quanto ao povoar a terra, dominar, guardar e cultivar é da responsabilidade de ambos. • Os dois partilham dos deveres e responsabilidades conferidos por Deus.

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E) Significado dos termos: Imagem e Semelhança Os termos imagem e

semelhança usados no texto de Gênesis, são entendidos como sinônimos, sendo empregados para se referirem, de forma enfática, ao ser humano como um todo, com todas as suas características essenciais; uma “verdadeira imagem”.

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F) A imagem e semelhança criadas Devemos frisar que temos algumas pistas bíblicas – suficientes, é verdade –, para orientar-nos quanto a o s i g n i f i c a d o d a i m a g e m e semelhança de Deus no homem. • No entanto, estas indicações não são sistemáticas ao ponto que possibilitar um estudo exaustivo e definitivo sobre o assunto.

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• Como vimos, o homem foi criado por Deus segundo o próprio modelo divino (Ef 4.24). •  Isto não significa que o homem seja fisicamente igual a Deus. Deus não tem forma, é espírito (Jo 4.24). • Também não significa que seja da mesma essência, visto que esta é incomunicável.

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• A imagem e semelhança refletem, em Adão, características próprias por meio das quais ele poderia se relacionar consigo mesmo, com o mundo e com Deus. •  A imagem de Deus é uma precondição essencial para o seu re l ac i onamen to com Deus , e expressa, também, a sua natureza essencial: o homem é o que é, por ser a imagem de Deus.

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•  Não existiria humanidade senão pelo fato de ser a imagem de Deus; esta é a nossa existência autêntica e toda inclusiva. • P o r t a n t o , o h o m e m n ã o simplesmente possui a imagem de Deus , como a lgo ex te rno ou acessório, antes, ele é a própria imagem de Deus.

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• Indiquemos algumas características do homem como imagem de Deus:

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1) Personalidade: O homem foi criado como um ser pessoal que tem consciência e determinação própria. •  Faz distinção entre o eu, o mundo e Deus; daí a capacidade de se relacionar com Deus (Gn 3.8-14) e com seu semelhante (Gn 3.6), podendo entender a vontade de Deus, fazer-se entender e avaliar todas as coisas (Gn 1.28-30; 2.18,19).

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2) Justiça e Santidade: O homem não foi criado como um ser neutro entre o bem e o mal; ele foi formado bom, santo, como Deus o é de forma absoluta. • Daí que, segundo a própria avaliação do seu Autor, tudo “era muito bom” (Gn 1.31).

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• A santidade e retidão originais do homem não significam simplesmente inocência, mas, sim, o desejo inerente de ter maior comunhão com Deus e agradar-Lhe. •  Havia uma perfeita harmonia entre o seu ser e a Lei Divina; a santidade dependia fundamentalmente desta sua comunhão com o Criador (Ef 4.24; Ec 7.29).

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3) Liberdade: Adão dispunha de plena liberdade para escolher o melhor para si, não havendo em sua natureza a semente do pecado para influenciá-lo à desobediência. • A l i b e r d a d e p r e s s u p õ e a responsabilidade; Deus criou o homem livre e responsável pelos seus atos (Gn 2.16,17; 3.6-24).

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4) Conhecimento Espiritual: Cl 3.10. •  Adão, antes de pecar, tinha uma compreensão genuína a respeito de Deus. • A compreensão não era exaustiva: Deus é infinito e inesgotável. •  Adão ignorava, em seu primeiro estado, aspectos do Ser de Deus: o Seu amor redentor, o Seu plano salvífico, a Sua misericórdia, etc.

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5) Imortalidade: O homem foi criado para viver eternamente – corpo e alma –; ele teve princípio mas não teria fim. • F o m o s c r i a d o s p a r a v i v e r eternamente em comunhão com Deus (Gn 2.17; 3.19; Rm 5.12; 6.23; 1 Co 15.20,21).

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6) Espiritualidade: (Gn 2.7). O homem não é apenas corpo, ele foi criado e dotado de corpo e alma, com anseios espirituais que se concretizam na sua comunhão com o Criador. • O homem, como parte da criação, é tomado do pó da terra; todavia, como imagem de Deus, recebe deste uma alma eterna e imortal, a qual retornará ao Seu Criador (Ec 12.7).

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•  A matriz metafísica do ser humano.

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7) Domínio Sobre a Natureza: Um dos aspectos da imagem de Deus no homem, é o seu domínio legítimo, pacífico e prazeroso sobre a natureza (Gn 1.26,27; Sl 8.5-8). •  A Criação estava naturalmente sob o seu domínio.

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•  Como indicativo da posição elevada em que o homem foi colocado, o Criador comparti lha com ele – abençoando e capacitando-o – do poder de nomear os animais – e n v o l v e n d o n e s t e p r o c e s s o inteligência e não arbitrariedade –, e também de dar nome à sua mulher (Gn 2.19,20,23; 3.20).

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• E mais: Deus delega-lhes poderes para cultivar (db;[') (‘abad) (lavrar, servir, trabalhar o solo) e guardar (rm;v') (shãmar) (proteger, vigiar, manter as coisas) o jardim do Éden (Gn 2.15/Gn 2.5; 3.23), demonstrando a sua relação de domínio, não de exploração e destruição, antes, um cuidado consciente, responsável e preservador da natureza (Sl 8.6-8).

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2. O Propósito Soteriológico da Criação O pecado corrompeu o intelecto, a

vontade e a faculdade moral do ser humano. •  Ele está morto espiritualmente, sendo escravo do pecado (Gn 6.5; 8.21; Jo 8.34,43-44; Rm 3.23; 6.6,23; Ef 2.1; Cl 1.13; 2.13).

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• Como se isso não bastasse, o pecado trouxe consequências danosas para o resto da Criação (Gn 3.17-19; Hb 6.8). • Por isso, Paulo escreve aos romanos: “Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora” (Rm 8.22). •  O “sabemos” usado por Paulo, se refere àqueles que têm as “Primícias do Espírito” (Rm 8,18,23).

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• O sofrimento presente é fruto do pecado. • Entretanto, dentro do propósito de Deus, daquele que faz todas as coisas conforme a Sua vontade (Sl 115.3; Ef 1.11), é também pedagogicamente teleológico. • Nós sofremos na esperança que já está assegurada pelo Espírito (Rm 8.23-25), pela nova expectativa aberta em Jesus Cristo.

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• Concluo este tópico, com as palavras de Hoekema (1913-1988):

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“No princípio da história Deus criou os céus e a terra. No fim da história vemos os novos céus e a nova terra, que ultrapassarão, em muito, o esplendor de tudo que temos visto antes. No centro da história está o Cordeiro que foi morto, o primogênito dentre os mortos, e o governador dos reis da terra. Um dia lançaremos perante ele todas as nossas coroas, ‘perdidos em admiração, amor e louvor’.”

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• O Deus Criador, recriará novos céus e nova terra, onde a justiça reinará para sempre e ali viverá eternamente o Seu povo, que foi recriado em Cristo Jesus (Is 65.17; 66.22; Ef 2.10; 2Pe 3.13; Ap 21.1).

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Implicações doutrinárias e práticas 1) Conhecer a Deus significa, entre

outras coisas, conhecer a Sua Criação;

2) Se queremos conhecer a Deus, devemos deixar que Ele mesmo nos fale por meio da Sua Palavra (Os 6.3; Jo 5.39; Rm 10.17; 2Pe 3.18);

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3) Deus é o único que pode criar do nada todas as coisas e, também, nos recriar em Cristo, restaurando-nos à Sua Imagem (Gn 1.1; Ef 2.10; Hb 11.3);

4) O Deus Trino realiza todas as Suas obras com sabedoria e majestade.

5) Não há existência sem que provenha e seja mantida por Deus: Somente Deus é Autoexistente e Autopoderoso.

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6) De que maneira você tem olhado a Criação?

•  Você já parou para pensar que todos nós, homens e mulheres, animais, plantas, insetos, etc., fomos criados pelo mesmo Deus?

7) Você e eu fomos criados para a glória de Deus.

•  De que forma podemos e devemos glorificar a Deus e conduzir outros homens a fazê-lo? (Mt 5.14-16).

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Aulas ministradas no Curso Fiel de Liderança, Módulo I – Criação, no dia 09 de março de 2013.

Rev. Hermisten M. P. da Costa