O DIA ALAGOAS

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4 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de dezembro I 2014 EXPRESSÃO redação 82 3023.2092 e-mail [email protected] CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 424 B - Farol - Maceió - Alagoas - E-mail: [email protected] - Fone: 3023.2092 Para anunciar, ligue 3023.2092 EXPEDIENTE Eliane Pereira Diretora-Executiva Deraldo Francisco Editor-Geral Flávio Nobre Diretor Comercial Regenes Melo Jr. Gerente Comercial Conselho Editorial Aldo Ivo Jorge Vieira José Alberto Costa A reapro- ximação diplomática entre Estados Unidos e Cuba, ensaiada na última quinta-feira, 18, e que se configura como o último capítulo da Guerra Fria, com efeito, tem, neste momento, um impacto muito mais prático no que se refere à economia do que qualquer mudança mais profunda do ponto de vista ideológico. É que, no tocante à política estatal moldada no controle do Estado sobre os cidadãos ainda em voga na ilha caribenha, pouca coisa muda – motivo das críticas feitas principalmente por dissidentes do regime erra- dicados nos EUA. No entanto, embora de forma ainda tímida, já estão sendo plantadas as bases de mudanças políticas para a ilha. Se ainda não há um efeito na questão política, o mesmo não se pode afirmar no aspecto econômico. É que as medidas tomadas neste acordo contem- plam a suspensão das restri- ções das viagens de americanos à ilha e da remessa de dinheiro para seus familiares. Isso por si só já deverá incrementar em milhões de dólares a economia de Cuba. Perspectiva muito boa para o regime dos Castros, prin- cipalmente, neste ano em que o crescimento econômico cubano registra os piores índices. Desde o início do governo de Raúl Castro, 2014 se conso- lida como o mais fraco cres- cimento do Produto Interno Bruto (PIB). A economia da ilha deve avançar apenas 1,3%. Este índice é muito inferior à expan- são média de 2,7% registrada nos anos anteriores. Os dados são da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), instituição da ONU. Os registros foram divulgados na última quinta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo. Já que, em tese, a paupér- rima população da ilha terá acesso aos dólares enviados de familiares residentes nos EUA, um novo cenário econômico se desenha para os cubanos. Essa nova realidade, materializada no aumento de renda da popu- lação, deve impactar positiva- mente a economia, com atração de investimentos estrangeiros e novas fontes de financiamento para o setor privado. Mais dinheiro circulando e os peque- nos negócios, por exemplo, serão incrementados. Aqui, fica claro que os inte- resses econômicos se sobrepõem a conceitos ideológicos, pois esse acordo surge em um momento em que o regime cubano não pode confiar na ajuda “ideoló- gica” da Venezuela, que, devido aos baixos preços do petróleo no mercado internacional e ao elevado custo dos programas sociais, já não apresenta muito fôlego para socorrer a ilha. No entanto, em longo prazo, essas ações de entendimento entre os dois países terão como efeito a reaproximação dos mais de 1, 5 milhões de cubanos que residem nos Estado Unidos com seus familiares na ilha. Reforçando, assim, os laços familiares, o fim das restrições impostas pela Casa Branca a Cuba inevitavelmente deverá ampliar o discurso em torno dos princípios dos Direitos Huma- nos. Assim, neste primeiro momento, começar a se dese- nhar o fim do embargo comer- cial que tantos prejuízos trouxe ao povo cubano sem alcan- çar o objetivo idealizado pelo governo norte americano, de sufocar o regime, como reco- nheceu seu presidente Barack Obama. Quem sabe assim também se traçam as bases para uma abertura total do regime. Um trago diplomático ODiaAlagoas Andreia Rodrigues F. Baro: professora do curso de Administração Pública - Campus Arapiraca. E-mail: [email protected] O setor de agro- negócios está entre os principais geradores de emprego, renda e desenvolvi- mento econômico em diversas regiões do Brasil, proporcio- nando às regiões a criação de inúmeros postos de trabalho. Segundo análise da Cepea/ Esalq (2014) a renda do agro- negócio estimada para 2014 foi de R$ 1,17 trilhão, destes aproximadamente 69% resul- tam da agricultura. Em relação a empregos no setor, estima-se que foram criados aproxima- damente 760 mil empregos formais. Percebe-se ainda que a estiagem em algumas regiões possibilitou a valorização da arroba bovina, contribuindo com o crescimento da indús- tria de abate e fortalecendo também o avanço de carnes concorrentes, como é o caso da suína e de frango (Cepea/Esalq 2014). Verifica-se, ainda, que o agronegócio é o segmento que demanda mão de obra inten- siva e cada vez mais qualificada para o manejo de máquinas e equipamentos envolvidos no processo de cultura, e cada vez mais as políticas de incentivo à agricultura familiar e peque- nos produtores têm como foco a redução do êxodo rural esti- mulando o desenvolvimento das regiões agrícolas. Com isso, destaca-se a potenciali- dade da produção em peque- nas e médias propriedades, favorecendo a possibilidade de que famílias do campo possam atingir maiores níveis de quali- dade de vida e possam explo- rar comercialmente este setor, principalmente se houver um agrupamento e organiza- ção das mesmas em forma de arranjos produtivos locais. O APL, além de representar a viabilidade de desenvolvi- mento para uma determinada localidade, constitui-se em potenciais arranjos exporta- dores, capazes de produzir produtos especializados e direcionados para ao mercado internacional. Diante disso, a cooperação entre empresas se mostra como alternativa para enfrentar os desafios da globalização, além de ser uma estratégia de sobrevivência e crescimento. A formação de redes de negócios para os produtores torna-se uma vantagem competitiva, pois cada empresa passa a apre- sentar melhores condições de sobrevivência e colaborando com o desenvolvimento regio- nal. Podemos destacar ainda que a criação de vantagem competitiva pode possibilitar o crescimento e especialização do agronegócio, permitindo o escoamento da produção nacional para o mercado externo. Alguns dos principais motivos para a busca pela inter- nacionalização é a necessidade de captação de novas tecnolo- gias, em produtos e proces- sos, ter acesso a determinados recursos materiais, e acesso a novos mercados visando diversificação de mercados fornecedores e consumido- res com o propósito de redu- zir o risco a possíveis perdas, agregar e desenvolver novas competências de forma a obter maior competitividade. Para ter sucesso no mercado internacional, é necessária a implantação de cláusulas de sustentabilidade e preserva- ção ambiental, de segurança alimentar, segurança do traba- lho e viabilidade econômica em todo o processo exporta- dor; mediante a implantação de tecnologias não invasivas ao meio ambiente e ao homem. Desta forma, é importante que as pequenas e médias propriedades possam enxer- gar nos APLs uma maneira para ganhar espaço num comércio com dinâmica e exigências diferentes e também como forma de agregar valor ao que produzem, através da busca pela especialização da produção. A importância da exportação para os Arranjos Produtivos Locais - APL

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21 a 27 de dezembro I 2014 - (página EXPRESSÃO). O DIA ALAGOAS é um jornal semanário, no formato berliner, com circulação aos domingos.

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4 O DIA ALAGOAS l 21 a 27 de dezembro I 2014

EXPRESSÃO redação 82 3023.2092e-mail [email protected]

CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 424 B - Farol - Maceió - Alagoas - E-mail: [email protected] - Fone: 3023.2092

Para anunciar,ligue 3023.2092

EXPEDIENTE Eliane PereiraDiretora-Executiva

Deraldo FranciscoEditor-Geral

Flávio NobreDiretor Comercial

Regenes Melo Jr.Gerente Comercial

Conselho Editorial Aldo Ivo Jorge Vieira José Alberto Costa

A r e a p r o -x i m a ç ã o diplomática

entre Estados Unidos e Cuba, ensaiada na última quinta-feira, 18, e que se configura como o último capítulo da Guerra Fria, com efeito, tem, neste momento, um impacto muito mais prático no que se refere à economia do que qualquer mudança mais profunda do ponto de vista ideológico.

É que, no tocante à política estatal moldada no controle do Estado sobre os cidadãos ainda em voga na ilha caribenha, pouca coisa muda – motivo das críticas feitas principalmente por dissidentes do regime erra-dicados nos EUA. No entanto, embora de forma ainda tímida,

já estão sendo plantadas as bases de mudanças políticas para a ilha.

Se ainda não há um efeito na questão política, o mesmo não se pode afirmar no aspecto econômico. É que as medidas tomadas neste acordo contem-plam a suspensão das restri-ções das viagens de americanos à ilha e da remessa de dinheiro para seus familiares. Isso por si só já deverá incrementar em milhões de dólares a economia de Cuba. Perspectiva muito boa para o regime dos Castros, prin-cipalmente, neste ano em que o crescimento econômico cubano registra os piores índices.

Desde o início do governo de Raúl Castro, 2014 se conso-lida como o mais fraco cres-

cimento do Produto Interno Bruto (PIB). A economia da ilha deve avançar apenas 1,3%. Este índice é muito inferior à expan-são média de 2,7% registrada nos anos anteriores. Os dados são da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), instituição da ONU. Os registros foram divulgados na última quinta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.

Já que, em tese, a paupér-rima população da ilha terá acesso aos dólares enviados de familiares residentes nos EUA, um novo cenário econômico se desenha para os cubanos. Essa nova realidade, materializada no aumento de renda da popu-lação, deve impactar positiva-mente a economia, com atração

de investimentos estrangeiros e novas fontes de financiamento para o setor privado. Mais dinheiro circulando e os peque-nos negócios, por exemplo, serão incrementados.

Aqui, fica claro que os inte-resses econômicos se sobrepõem a conceitos ideológicos, pois esse acordo surge em um momento em que o regime cubano não pode confiar na ajuda “ideoló-gica” da Venezuela, que, devido aos baixos preços do petróleo no mercado internacional e ao elevado custo dos programas sociais, já não apresenta muito fôlego para socorrer a ilha. No entanto, em longo prazo, essas ações de entendimento entre os dois países terão como efeito a reaproximação dos mais de

1, 5 milhões de cubanos que residem nos Estado Unidos com seus familiares na ilha. Reforçando, assim, os laços familiares, o fim das restrições impostas pela Casa Branca a Cuba inevitavelmente deverá ampliar o discurso em torno dos princípios dos Direitos Huma-nos.

Assim, neste primeiro momento, começar a se dese-nhar o fim do embargo comer-cial que tantos prejuízos trouxe ao povo cubano sem alcan-çar o objetivo idealizado pelo governo norte americano, de sufocar o regime, como reco-nheceu seu presidente Barack Obama. Quem sabe assim também se traçam as bases para uma abertura total do regime.

Um trago diplomático

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Andreia Rodrigues F. Baro: professora do curso de Administração Pública - Campus Arapiraca. E-mail: [email protected]

O setor de agro-n e g ó c i o s e s t á e n t r e

os principais geradores de emprego, renda e desenvolvi-mento econômico em diversas regiões do Brasil, proporcio-nando às regiões a criação de inúmeros postos de trabalho. Segundo análise da Cepea/Esalq (2014) a renda do agro-negócio estimada para 2014 foi de R$ 1,17 trilhão, destes aproximadamente 69% resul-tam da agricultura. Em relação a empregos no setor, estima-se que foram criados aproxima-damente 760 mil empregos formais. Percebe-se ainda que a estiagem em algumas regiões possibilitou a valorização da arroba bovina, contribuindo com o crescimento da indús-tria de abate e fortalecendo

também o avanço de carnes concorrentes, como é o caso da suína e de frango (Cepea/Esalq 2014).

Verifica-se, ainda, que o agronegócio é o segmento que demanda mão de obra inten-siva e cada vez mais qualificada para o manejo de máquinas e equipamentos envolvidos no processo de cultura, e cada vez mais as políticas de incentivo à agricultura familiar e peque-nos produtores têm como foco a redução do êxodo rural esti-mulando o desenvolvimento das regiões agrícolas. Com isso, destaca-se a potenciali-dade da produção em peque-nas e médias propriedades, favorecendo a possibilidade de que famílias do campo possam atingir maiores níveis de quali-dade de vida e possam explo-

rar comercialmente este setor, principalmente se houver um agrupamento e organiza-ção das mesmas em forma de arranjos produtivos locais.

O APL, além de representar a viabilidade de desenvolvi-mento para uma determinada localidade, constitui-se em potenciais arranjos exporta-dores, capazes de produzir produtos especializados e direcionados para ao mercado internacional. Diante disso, a cooperação entre empresas se mostra como alternativa para enfrentar os desafios da globalização, além de ser uma estratégia de sobrevivência e crescimento. A formação de redes de negócios para os produtores torna-se uma vantagem competitiva, pois cada empresa passa a apre-

sentar melhores condições de sobrevivência e colaborando com o desenvolvimento regio-nal. Podemos destacar ainda que a criação de vantagem competitiva pode possibilitar o crescimento e especialização do agronegócio, permitindo o escoamento da produção nacional para o mercado externo.

Alguns dos principais motivos para a busca pela inter-nacionalização é a necessidade de captação de novas tecnolo-gias, em produtos e proces-sos, ter acesso a determinados recursos materiais, e acesso a novos mercados visando diversificação de mercados fornecedores e consumido-res com o propósito de redu-zir o risco a possíveis perdas, agregar e desenvolver novas

competências de forma a obter maior competitividade. Para ter sucesso no mercado internacional, é necessária a implantação de cláusulas de sustentabilidade e preserva-ção ambiental, de segurança alimentar, segurança do traba-lho e viabilidade econômica em todo o processo exporta-dor; mediante a implantação de tecnologias não invasivas ao meio ambiente e ao homem.

Desta forma, é importante que as pequenas e médias propriedades possam enxer-gar nos APLs uma maneira para ganhar espaço num comércio com dinâmica e exigências diferentes e também como forma de agregar valor ao que produzem, através da busca pela especialização da produção.

A importância da exportação para os Arranjos Produtivos Locais - APL