O Diário no seu bairro - Novo Horizonte

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MARINGÁ, PR www.odiario.com OUTUBRO DE 2015 HISTÓRIA QUE SE CONTA O problema mais recorrente hoje no bairro, como apontam comerciantes, é a falta de estacionamento na avenida Cerro Azul, bem diferente de outrora, quando a região sofria com o cheiro desagradável gerado pelas operações industriais de frigoríficos e a questão mobilizava a comunidade. Desse passado, só restam mesmo recordações, mas moradores permanecem unidos em defesa de melhorias que alavanquem ainda mais a qualidade de vida na região. 8. HISTÓRIA No original, Serro é com ‘s’ e não ‘c’ como é grafado nome de avenida 40. EMPRESA Frigoríficos fizeram história não só pelo cheiro gerado, mas pela importância 10. MEMÓRIA Vila Marumby era área famosa pela ‘vida fácil’ vivida em bares e boates 46. EDUCAÇÃO Há 52 anos colégio prepara cidadãos com educação de orientação católica 28. CEMITÉRIO Prefeitura estuda reformar túmulo de Clodimar Lô, morto e vingado pelo pai NOVO HORIZONTE

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MARINGÁ, PR www.odiario.comOUTUBRO DE 2015

HISTÓRIA QUE SE CONTA O problema mais recorrente hoje no bairro, como apontam comerciantes, é a falta de estacionamento na avenida Cerro Azul, bem diferente de outrora, quando a região sofria com o cheiro desagradável gerado pelas operações industriais de frigoríficos e a questão mobilizava a comunidade. Desse passado, só restam mesmo recordações, mas moradores permanecem unidos em defesa de melhorias que alavanquem ainda mais a qualidade de vida na região.

8. HISTÓRIA No original, Serro é com ‘s’ e não ‘c’ como é grafado nome de avenida

40. EMPRESA Frigoríficos fizeram história não só pelo cheiro gerado, mas pela importância

10. MEMÓRIA Vila Marumby era área famosa pela ‘vida fácil’ vivida em bares e boates

46. EDUCAÇÃO Há 52 anos colégio prepara cidadãos com educação de orientação católica

28. CEMITÉRIO Prefeitura estuda reformar túmulo de Clodimar Lô, morto e vingado pelo pai

NOVOHORIZONTE

FUNDADA EM 1974 POR JOAQUIM DUTRA

IARIOODO NORTE DO PARANÁD Presidente

Franklin Vieira da Silva

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A expansão dos limites urbanos da cidade é fenômeno contínuo, alimentado por

investimentos em infraestrutura que proporcionam qualidade de vida, aspecto de extrema relevância para a decisão de ‘morar bem’. O Jardim Novo Horizonte, referência principal de outros bairros que gravitam sua órbita de influência, é bom exemplo desse processo. A região cresceu rapidamente a partir do início dos anos de 1980, reproduzindo a rápida expansão de outras áreas

urbanas que se aproveitaram da localização geográfica e de outros aspectos positivos para acelerarem seu desenvolvimento. A concentração de moradias faz contraponto com um comércio forte e muito diversificado. Ligado ao centro da cidade pela avenida Cerro Azul, homenagem ao Barão do Serro Azul (originalmente com ‘s’ e não com o ‘c’ da grafia atual), o Novo Horizonte tem várias referências, como o colégio católico São Francisco Xavier, no bairro há 52 anos, o Teatro Reviver, construído no início da década de 1990, e o Cemitério

Municipal. Tem a caminhonete com frutas do Levi Fertonani e histórias que ligam a Vila Marumby ao distante passado das ruas pontuadas de bares e boates, onde a prostituição alimentava fantasias e esvaziava os bolsos de tantos operários, muitos deles trabalhadores dos frigoríficos Maringá e Central, outras duas referências importantes do Novo Horizonte. Aliás, os frigoríficos, em especial o Central, foi marcante para a economia local e regional. Grandioso em infraestrutura, capacidade de abate, funcionários e frota de caminhões, a empresa fez

história no campo corporativo e no campo de jogo. Investia em futebol e os times do técnico José Lourenço, o Zé Preto, eram sempre temidos pela habilidade de seus jogadores. Nos campeonatos regionais de futebol era temerário o confronto com as equipes do Frigorífico Central, cujos atletas reproduziam em campo as determinações de Zé Preto, que durante muito tempo foi referência importante para o esporte amador, exatamente por ser o encarregado de preparar as grandes equipes que representavam a empresa.

Novo Horizonte perpetua histórias de um passado não tão distante EDIVALDO MAGRO

[email protected]

2 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Editor: Edivaldo Magro

Colaboradores: Donizete Oliveira (textos)João Cláudio Fragoso (fotos)

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O SANTUÁRIOUm lugar que convida à meditação

e à oração. Assim é o Santuário da Igreja São Francisco Xavier. Localizado na rua Monsenhor Kimura, próxima à Praça Todos os Santos, o local atrai fi éis diariamente. Inaugurado em 13 de maio de 1995, resulta do trabalho do monsenhor

Pedro Ryô Tanaka, que morreu em 18 de março de 2001. A pitoresca Gruta conta com telas e imagens oriundas do Japão e Taiwan confeccionados em seda. A imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal, está suspensa sobre o altar, da mesma forma que Nossa Senhora apareceu

para os três pastorinhos. O altar em pedra de granito bruta foi trazido da Basílica Nossa Senhora Aparecida. As paredes decoradas por cerâmicas idealizadas pela artista plástica Jaci Takai, representam a infl uência do povo japonês em Maringá. Anexo ao Santuário está o Memorial do

monsenhor Pedro Ryô Tanaka com um interessante acervo. No local há objetos e recortes de jornais e revista que contam toda a trajetória do monsenhor em Maringá. É necessário agendamento para visitas, que ocorrem terça após às 15 horas. Nos demais dias das 8h às 19h30.

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’Vermelho’ deixou lembranças Hoje restaurante, local que leva apelido do ex-proprietário, morto em 2000, foi referência de diversão

Não há como falar do Jardim Novo Horizonte sem citar o Bar do Vermelho, que por muitos anos movimentou o bairro. Seu proprietário Paulo Pozza, o Vermelho (por causa dos cabelos ruivos), morreu afogado durante uma pescaria no Rio Paraná, em 2000.

O bar estava no auge. Gente de toda a região o frequentava. As mesas ficavam espalhadas pela calçada. O bate papo e o som interno varavam a noite. Não se sabe o motivo do sucesso. A qualidade do atendimento, a cerveja gelada, que agradava os paladares, o sabor dos petiscos e a fraldinha com shoyu talvez fossem os responsáveis pela fama do lugar.“Apesar do barulho, era um tempo gostoso”, diz a dona de casa Sueli Aparecida Leme, 48, que mora ao lado do bar.

Ela afirma que gostava das músicas. Local hoje é um restaurante, mas já foi um dos bares mais movimentados da cidade

“A gente ia dormir ouvindo aquele som e, no outro, saía pra ir à padaria e deparava com os últimos frequentadores que iam embora”, declara. O pedreiro Dino Alves Pereira, 54, que também mora ao lado, diz que é difícil ver um bar com tanto movimento. “Tinha dia que vinham uns motoqueiros e deixavam as motos estacionadas aqui”, ressalta. “Era bonito de ver”.

João Ribeiro dos Santos, 62, que há 47 anos mora ao lado do Bar do Vermelho, diz que a fama do lugar é inexplicável. Muitas vezes gente de outros estados visitava o bar. “Uma vez fui a São Paulo e falei do Bar Vermelho”, conta. “Pra minha surpresa, encontrei gente que conhecia o local”. Ele diz que de vez em quando tomava uma cerveja no estabelecimento. “Isso aqui ficava tapado de carro”, recorda.

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Originalmente, Serro é com ‘s’ Avenida (Cerro Azul) homenageia Barão do Serro Azul, personagem importante na história do Paraná

Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul (1849/1894) nasceu em Paranaguá, e se destacou na produção de erva-mate, da qual foi o maior exportador do Paraná e maior produtor do mundo. Durante a revolução Federalista, ele e outras cinco pessoas de Curitiba foram executadas sumariamente por ordem do general Éwerton de Quadros sem qualquer processo legal ou acusação formal.

O pai, o tenente-coronel Manuel Francisco Correia Júnior, morreu quando ele tinha doze anos.

Nas eleições de 1882, elegeu-se deputado provincial. Desenvolveu suas funções com sucesso enquanto uma crise política empolgava as ruas. Assumiu interinamente o governo da província em 1888. Cuidou de apaziguar os ânimos, mas não pode evitar a crise

Barão do Serro Azul foi executado sumariamente, sem m acusação formal

parlamentar que ocorria na Assembleia Provincial.

Abolicionista convicto, quando se tornou presidente da câmara municipal de Curitiba, ele comprometeu-se publicamente a promover a emancipação dos escravos do município. Em 8 de agosto de 1888, recebeu da princesa Isabel, então regente do Brasil, o título de barão do Serro Azul.

Em 1942, foi publicada a biografia “O Barão de Serro Azul” escrita por Leôncio Correia. O livro “A Última viagem do Barão do Serro Azul” do escritor Túlio Vargas, foi publicado em 1973. Baseado nesse livro, o cineasta Maurício Appel produziu o filme “O Preço da Paz” em 2003. No elenco, Herson Capri, no papel do barão do Serro Azul, e Lima Duarte, no papel do general

Gumercindo Saraiva. A sua residência em Curitiba,

construída em 1883, foi restaurada e é atualmente o Centro Cultural Solar do Barão. Em 2004, o senador Osmar Dias apresentou um projeto de lei do Senado que propôs a inscrição do nome do barão de Serro Azul no Livro dos Heróis da Pátria existente no Panteão da Pátria em Brasília.

A Lei nº 11.863, de 2008, foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 15 de dezembro de 2008 e publicada no Diário Oficial da União em 16 de dezembro de 2008. Assim, escreveu-se o nome de Ildefonso Pereira Correia, o Barão de Serro Azul, no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.

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Carros, charretes e prostituição O silêncio na praça Eurico Vieira , na Vila Marumby, em nada lembra local nas décadas de 1960 e 1970

O silêncio na Praça Vereador Eurico Vieira Guido, na Vila Marumby, em nada lembra o local nas décadas de 1960 e 1970. Ali funcionava a zona de prostituição de Maringá. Em volta da Praça havia várias boates com muitas mulheres. Muita música e dança. O táxi se dividia entre carros e charretes.

A rua José Pereira da Costa, que hoje dá acesso à rua Saulo Virmond, ao lado do cemitério, era uma estrada margeada por capim colonião. Apelidaram-na de “rua do sangue”. Dizem que por causa das muitas mortes que ocorriam ali.

Quem se lembra desse tempo é o mecânico Francisco Henrique, 64. Ele frequentava o local e diz que se impressionava com o movimento.

Henrique lembra que havia muita briga nos arredores da hoje Praça Vereador Eurico Vieira Guido. Muita Henrique se recorda da época de prostituição; ao fundo, praça que já foi movimentada

gente teria sido morta a facadas e a tiros. Tamanha eram as confusões que a

polícia improvisou uma cadeia no local. Funcionava num cômodo no quintal de uma das boates. Quando as encrencas se resumiam apenas a bate bocas oriundos de bebedeiras, os envolvidos ficavam lá mesmo e eram soltos no outro dia. Trabalhadores dos frigoríficos Central e Frigma, que se localizam próximos dali, frequentavam em peso as boates. “Nos dias de pagamento, isso aqui virava um arrendado, continua funcionando.

A zona de prostituição acabou em 1976. O então delegado Renato de Souza Lobo cassou alvarás de bares e boates da Vila Marumby. A iniciativa animou o então vereador João Waldecir Scramim a apresentar um projeto de lei na Câmara propondo o fim da zona de prostituição da Vila Marumby. o

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Ex-Rei Momo está de mudança Osvaldo Reis, escritor com uma longa atividade política, reinou durantes anos no Carnaval maringaense

Osvaldo Fernandes Reis, 65, mora desde 1998 na Rua Tabaetê, no Jardim Novo Horizonte. Escritor com 13 livros publicados e ex-assessor do então prefeito Said Felício Ferreira (1983/1988 – 1993/1996) e dos deputados federais Antônio Anibelli, Renato Bernardi, do próprio Said quando fora deputado federal e do deputado estadual Jayme Rodrigues de Carvalho. Todos do PMDB.

A militância política transformou-o numa figura popular em Maringá. Definido pelos jornais como simpático e acessível, Reis foi Rei Momo entre 1981 e 1986 na cidade. Na época, com 140 quilos, durante o Carnaval, reinava no Clube Olímpico, mas passava pelo Maringá Clube, Country, Acema, Teuto-Brasileiro e Bailão Popular do Atlântico. Conta que que vai fazer uma cirurgia para retirar uma hérnia na barriga e se Osvaldo Reis, famoso como Rei Momo, vai deixar o Jardim Tabaetê depois de 17 anos

internar numa casa de repouso. Afirma que o Novo Horizonte é

muito bom para morar, destacando a facilidade de acesso ao centro da cidade e o atendimento à saúde. Ele diz que ajudou a escolher o local do posto de saúde do bairro, construído na gestão de Said Ferreira. “Estava eu e o prefeito procurando uma área para a construção, então, definimos que seria aqui na rua Tabaetê, onde, por coincidência vim morar anos depois”, conta. O livro mais famoso de Osvaldo Reis é “A história em Conta Gostas”, um relato sobre a história de Maringá. Quando era assessor político, escrevia artigo para vários jornais. Sempre abordando episódios políticos. A casa já está vazia. Vendeu todos os móveis e vai se mudar depois de 17 anos morando no Novo Horizonte.

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Tradição da boa fruta na avenida Levi Fertonani e sua caminhonete carregada de frutas (’de primeira’, lembra) estão ali desde há 27 anos

Na Praça Todos os Santos, na Avenida Cerro Azul, há uma caminhonete carregada de frutas. A parada dos motoristas no local é constante. Quem os atende é Levi Fertonani, 52. Ele nasceu em Maringá e herdou o ofício do pai, que trabalhava na Praça Sete de Setembro, a conhecida Praça do Peladão, no Maringá Velho.

No local desde 1988, Levi continua a saga da família fruteira. Um irmão dele também vende frutas na Avenida Mandacaru. Trabalho exigente. Ele levanta por volta das 4 horas para buscar frutas na Central Estadual de Abastecimento (Ceasa). Lota a caminhonete e, por volta das 10 horas, está na praça, de onde sai às 18 horas.

O segredo de Levi para permanecer vendendo fruta por tanto tempo é a escolha do produto. “Existem as frutas Levi está há 27 anos na avenida atendendo os clientes que passam pela Cerro Azul

de segunda e de terceira, mas eu prefiro as de primeira e os meus clientes se acostumaram”, afirma. Parece que o vendedor tem razão. Nos cerca de 40 minutos em que a reportagem ficou no local ele interrompeu a conversa pelos menos umas cinco vezes para atendê-los. Melancia, abacaxi, morango, uva, coco, laranja, entre outras, perfazem os gostos dos clientes. A maioria o conhece há muitos anos. “Tem gente que compra comigo desde quando eu trabalhava na Praça do Peladão com meu pai”, diz. Médicos, advogados, professores, políticos estão entre os que param na Praça Todos os Santos para comprar frutas na caminhonete do Levi. Ele faz questão de dizer que somado à qualidade do produto está o tratamento ao cliente. “Se a pessoa que vem aqui tem de ser bem atendida”, diz.

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Teatro Reviver é palco da arte Construído em madeira nos anos 1990, local tem sido usado pela comunidade para eventos artísticos

O Teatro Reviver, na Avenida Juscelino Kubistchek, na Praça Todos os Santos, tornou-se um ponto de referência para a Zona 2. Quem vai para o Jardim Novo Horizonte e passa pela Cerro Azul depara com o Reviver. Construído em madeira na administração do prefeito Ricardo Barros (1989/1993), tem sido usado pela comunidade com eventos contínuos.

Atualmente, ocorre no Teatro Reviver o “Convite à Dança”, espetáculo apresentado semanalmente. Para o gerente de Patrimônio Histórico de Maringá, o historiador João Laércio Lopes Leal, o Reviver assim como o Teatro Barracão cumpre importante função cultural. Próximos à comunidade, facilitam o acesso à cultura. “Sua localização em muito contribui para isso”, disse. Teatro Reviver, inaugurado em 1992, referenda atividades culturais para ampla região

O Reviver, inaugurado em 7 de abril de 1992, dispõe de 411, 60 metros quadrados de área construída. A construção se tornou possível com a captação de recursos junto a empresários de Maringá. Mecanismo possível pela Lei Sarney, sancionada em 2 de julho de 1986.

Elaborada e promulgada pelo então presidente José Sarney, a Lei Sarney tornou-se a primeira legislação federal de incentivo fiscal à produção cultural na chamada Nova República. Com capacidade para 207 pessoas, quatro vagas para cadeirantes, o Reviver faz parte da vida do Novo Horizonte. De tão concorrido, é preciso, muitas vezes, antecipar a reserva de cadeiras para os espetáculos, que costuma lotar o local, confirmando que cultura também é gênero de primeira necessidade

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Consumo de água cresce 16,5% Média diária de distribuição passou de 78,5 milhões de litros para 91,5 milhões; Sanepar diz ser ‘normal’

As altas temperaturas aumentaram em 16,5% o consumo de água em Maringá. Nos últimos dias, o maringaense consumiu, em média, 13 milhões de litros de água a mais por dia. Para se manter hidratado, a quantidade de água a ser consumida é de 35 mililitros por quilo. Ou seja, um indivíduo adulto que pesa 60 quilos precisa ingerir pouco mais de dois litros de água por dia.

A média diária de distribuição passou de 78,5 milhões de litros para 91,5 milhões. A capacidade total de produção do sistema de Maringá é de 105 milhões por dia. O aumento do consumo é sazonal e está dentro da programação de tratamento e distribuição de água da empresa. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) garante a qualidade da água tratada distribuída à população. Temperaturas altas aumentam consumo de água, considerado ‘normal’ pela Sanepar

Para isso, a empresa mantém em todo o Estado uma estrutura de análise laboratorial que segue rigorosamente os parâmetros de qualidade determinados pela Portaria 2.914, do Ministério da Saúde. São realizadas pela empresa 1,325 milhão de análises da água por mês. Para manter esta qualidade assegurada, a Sanepar recomenda aos clientes que façam a limpeza da caixa-d’água a cada seis meses.

Cuidados É preciso consumir água antes de sentir sede. Quando a boca estiver seca ou ressecada é sinal de desidratação. A ingestão de sucos e isotônicos também é importante, pois com o suor, além de líquido, perdem-se muitos sais minerais. - Evitar o consumo excessivo de chás, pois eles propiciam a desidratação. Saladas e frutas também são hidratantes.

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Imóvel é sempre bom negócio Revista Exame coloca Maringá na 23ª posição entre as melhores cidades do país para investir no setor

Segundo a revista Exame, em reportagem que lista as 100 melhores cidades para investir em imóveis no Brasil, Maringá aparece na 23ª colocação e como segunda melhor do Paraná. Foram analisadas pela consultoria Prospecta Inteligência Imobiliária as 5.553 cidades com menos de um milhão de habitantes, o que representa 99% dos municípios brasileiros.

De acordo com a revista, as 100 cidades “são regiões que devem se destacar no mercado imobiliário brasileiro nos próximos anos por possuir não só uma demanda aquecida, como de qualidade”. A Prospecta Inteligência Imobiliária levou em conta a renda per capita elevada, alto nível de instrução e de vínculo empregatício da população, grande número de empresas Expansão da cidade, ancorada em excelentes indicadores econômicos, justifica posição

atuantes, déficit imobiliário elevado, entre outros itens.

Maringá ficou com pontuação de 0,618 sendo considerado como ótimo os potenciais para investir em imóveis de alto, médio e baixo padrão, e déficit habitacional de 44%. O estudo leva em consideração as características dos consumidores, apresentando as regiões onde os moradores têm mais condições de adquirir produtos imobiliários em um futuro próximo.

O prefeito Roberto Pupin recebeu com satisfação a classificação de Maringá, destacando o potencial do mercado imobiliário local e as condições criadas pelo poder público para incentivar ainda mais o setor. “Criamos o Agiliza Obras e outras ferramentas facilitadoras da aprovação de projetos de obras”, afirma o prefeito.

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4 bilhões sem acesso a internet ONU diz que 57% da população mundial ainda não é beneficiada pela rede mundial de computadores

Segunda a Comissão de Banda Larga das Nações Unidas, em relatório divulgado recentemente, 57% da população mundial ainda não é beneficiada “pelas grandes vantagens econômicas e sociais que a internet pode oferecer”.

Ou seja, 4 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à internet. Nos 48 países menos desenvolvidos do mundo, cerca de 90% da população não tem nenhum tipo de conexão com a internet.

Nos países em desenvolvimento, 35% dos habitantes acessam a rede. O relatório também traz dados sobre o Brasil, onde 57% da população utiliza a internet.

Segundo o levantamento, 48% das residências brasileiras têm internet. A cada 100 habitantes do país, apenas 11,5 são assinantes de banda larga. Mas no

caso da internet móvel, 78 entre 100 brasileiros têm acesso.

O relatório mostra que os 10 países em desenvolvimento com maior presença de internet nas residências estão localizados na Ásia ou no Oriente Médio, com a Coreia do Sul liderando a lista: por lá, 98,5% das casas estão conectadas. Na sequência, vem o Catar e a Arábia Saudita. sidente da Comissão de Banda Larga , Houlin Zhao, que é secretário-geral da União Internacional das Telecomunicações, declarou que o acesso à internet pode acelerar o desenvolvimento.

Já a diretora da Unesco, Irina Bokova, destacou que a nova agenda global, que será adotada na ONU no fim de semana, reconhece o “poder das novas tecnologias em acelerar o progresso humanos”. (Fonte: EBC)

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Celular é o segundo aparelho mais presente nos lares brasileiros

MAIS DE 81% DOS BRASILEIROS COM MAIS DE 10 ANOS ACESSAM INTERNET POR MEIO DO CELULAR, PRESENTE EM MAIS DE 9% DOS LARES

Mais de 148 milhões de brasileiros utilizam telefonia móvel (86% da população) Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil aponta que 81,5 milhões de brasileiros com mais de dez anos acessam a internet pelo celular. O número representa 47% dessa parcela da população, de acordo com as entrevistas feitas em 19,2 mil domicílios entre outubro de 2014 e março de 2015. Na edição anterior da pesquisa TIC Domicílios, com referência a 2013, o percentual de usuários da rede por telefone móvel era de 31% e em 2011, de 15%. O celular é o segundo aparelho mais presente nos lares brasileiros, estando em 92% deles. Perde apenas para os televisores, que estão em 98% dos domicílios. No total, o telefone móvel é usado por 86% dos adultos e adolescentes, um total de 148,2 milhões de pessoas. O aparelho é o único meio de acesso a rede para 19% dos usuários. O computador é o canal exclusivo de conexão para 23% dos internautas. 56% utilizam os dois meios. Entre os usuários de internet, o equipamento

mais utilizado ainda é o computador, sendo meio de acesso de 80% deles – 54% computadores de mesa e 48% notebook. Em seguida, vem o celular, com 76%. O tablet é usado por 22%. Tem pontos de acesso à rede 50% dos domicílios. Porém, são apontadas desigualdades regionais. Enquanto o índice de lares com internet fica entre 55,1% e 60% no Sudeste, o percentual nas regiões Norte e Nordeste está entre 35% e 40%. Por classe social, também é verificada disparidade no acesso. Entre as residências da classe A, 98% têm conexão, 82% nas da classe B, 48% na classe C e 14% nas D e E. O custo elevado do serviço é um dos motivos apontado por 49 % dos que não têm internet em casa. O segundo fator mais citado é a falta de computador (47%). Enquanto 45% disseram simplesmente não ter interesse. Em relação a velocidade de conexão, 35% dos usuários têm acesso lento, de até 2 megabits por segundo.

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Luzes especiais para o Xavante Concluída montagem, caça doado pela Força Aérea será valorizado com projeto luminotécnico próprio

Concluída a montagem da aeronave Xavante AT-26 na rotatória do final da avenida São Paulo, próximo do Unicesumar, agora será instalada iluminação. A aeronave aposentada foi doada a Maringá pela Força Aérea Brasileira (FAB) e ficará em exposição permanente na rotatória localizada entre as avenidas São Paulo e senador Petrônio Portela, no Jardim Aclimação.

Além da estrutura de concreto, será implantada a iluminação específica no local. O modelo é de caça leve da década de 1970 e foi doado com o principal objetivo de valorização histórica, uma vez que trata-se de um patrimônio nacional. Este foi o primeiro avião a jato produzido no Brasil e a denominação AT-26 indica a dupla função de ataque e treinamento.

Todo o processo de solicitação e Avião montado em rotatória próximo do Unicesumar deverá se tornar ponto de visitação

estudo de aptidão do município para receber a aeronave foi acompanhada e orientada pelo professor e coordenador do curso de pilotagem do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), César Roberto de Melo. “Mesmo sem a aeronave estar pronta, já estava chamando a atenção e muita gente parava para tirar foto. Este será mais um ponto de visitação na cidade e o objetivo de montar a aeronave em Maringá é um reconhecimento dos maringaenses pelos serviços prestados pela FAB em prol da paz no Brasil”, destacou.

A aeronave estava no Parque da Aeronáutica de Recife (PE) e em 2012 a prefeitura encaminhou um ofício para o Comando da Aeronáutica solicitando a doação, uma vez que na região do Estado não há nenhuma instalação de aeronave histórica para visitação.

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JARDIM NOVO HORIZONTE I 29O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 201528 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ

Outubro de 2015

Verticalização de túmulos compensa falta de espaço no cemitério Construído no início da colonização como parte do projeto urbanístico original da cidade, elaborado por Jorge de Macedo,local se adapta às necessidades de mais sepulturas adotando o recurso de gavetas verticais

O Cemitério Municipal de Maringá, construído em 1947, fazia parte do projeto urbanístico elaborado pelo engenheiro-civil Jorge de Macedo Vieira (1894/1978). Era o único bem público declarado no relatório da gestão de Inocente Villanova Júnior (1952/1956), primeiro prefeito de Maringá. O município encontrou dificuldades porque não dispunha de mão de obras e materiais para fazer os sepultamentos.

O prefeito João Paulino Vieira Filho (1960/1964) remodelou-o. As sepulturas foram padronizadas e ordenadas. Mas foi no mandato de Luiz Moreira de Carvalho (1964/1968) que o cemitério ganhou o perfil que ostenta até hoje. Ele contratou o arquiteto José Augusto Bellucci, responsável pelos projetos paisagísticos e arquitetônicos do local.

No entanto, quando se trata de cemitério, as reformas e remodelações são constantes. No Cemitério Municipal de Maringá não é diferente. Esgotado para novos sepultamentos, a administração atual aposta na verticalização de túmulos para atender à demanda que chega a uma média de

130 sepultamentos mensais. São 35 mil sepulturas e 77 mil pessoas sepultadas.

Em janeiro deste ano, a secretaria Municipal de Serviços Públicos, comandada por Dorvalino Lopes de Macedo, iniciou a construção de sepulturas verticais. Nas 912 prontas há 120 sepultamentos. A meta é construir oito mil gavetas. Segundo o coordenador do Cemitério Municipal, Edson Paliari, 47, o sistema de gavetas é uma solução viável para a falta de espaço. “Além de ambientalmente correta, o custo cai para menos da metade do sistema de sepultamentos tradicionais”, afirma.

Uma sepultura tradicional custa R$ 4.200,00; a de gaveta R$ 1.800,00. Paliari acrescenta que os usuários gostaram da mudança. “O mais beneficiado, no entanto, é o meio ambiente porque a construção vertical tem um esquema de tubulação que evita o contato de líquidos cadavéricos com o solo”, explica.

Um dos grandes problemas que os cemitérios enfrentam é o abandono de túmulos. Em Maringá, estima-se que pelos menos 4,5 mil estejam nesta situação. De tijolos e sem revestimento, se

Edson Paliari: com sistema de túmulos verticais, cemitério amplia a capacidade, mas já há estudos para a construção de um novo local, considerando o crescimento da cidade

Túmulo de Clodimar Pedrosa Lô, o mais visitado do cemitério, também é local onde se relatam histórias de milagres

Mais de 150 mil pessoas passam pelo cemitério no Dia de Finados

Túmulo de Clodimar Lô pode ser reformado ‘Não enterra meu pai, não’, disse criança para coveiro

Novo prédio do IML já está pronto, mas falta equipar

Um local em que há muitos túmulos abandonados é na ala das crianças, que ocupa três quadras do cemitério. Nas décadas de 1950, 1960 e 1970, a mortalidade infantil era alta, levando os cemitérios a destinar locais específicos para as crianças. Muitos recém-nascidos. “Hoje, não temos necessidades de reservar espaço para crianças porque, felizmente, as mortes de recém-nascidos caíram muito”, afirma Paliari. Em relação ao combate à dengue, ele explica que a administração do cemitério segue as normas . A última visita de agentes de combate à dengue ao local não identificou focos do mosquito transmissor da doença. Objetos acumuladores de água não podem ser depositados no cemitério. Na portaria, há placas indicando que o visitante evite tais objetos.

“Nossa campanha de conscientização e, posterior proibição, funcionou”, esclarece o coordenador do local. Para o Dia de Finados, que este ano será comemorado numa segunda-feira, a administração do cemitério monta uma grande estrutura para receber em torno de 150 mil visitantes. De acordo com Paliari, a data será aproveitada para avisar os familiares que passarão pelo local. “Vamos pôr placas com alertas de abandono de túmulo e de prevenção à dengue”. Todo o pessoal da administração estará de plantão sábado, domingo e Dia de Finados, segunda. Serão disponibilizados micro-ônibus e vans para transportar idosos e pessoas com dificuldades de caminhar pelo cemitério. Reformas de túmulos estão autorizadas até 28 de outubro; serviços de escavação até 24 do mesmo mês e limpeza se encerra em 31 de outubro.

O túmulo mais visitado do Cemitério de Maringá é do menino Clodimar Pedrosa Lô, assassinato aos 15 anos, em 1967. Sobre seu túmulo, há 233 plaquinhas com mensagens de graças alcançadas. Nos Dias de Finados, restos de velas queimadas no local espalha pela passarela ao lado. Fiéis fazem fila para tocar a fotografia de Lô na lápide. O coordenador do Cemitério Municipal, Edson Paliari, disse que a administração do cemitério estuda reformar o túmulo de Clodimar Lô. A medida visa a melhorar o acesso ao local. Não há mais espaço sobre a lápide para fixação de placas com graça recebida. Os fiéis estão colocando-as na lateral do túmulo. Segundo Paliari, uma empresa já os procurou interessada em bancar a reforma. “Mas a prefeitura também tem esse interesse e vamos estudar o melhor para adequar o túmulo à visitação”, afirmou. A morte do menino é uma das mais emblemáticas dos arquivos policiais do Paraná. Clodimar Lô foi morto pela polícia em 23 de novembro de 1967 em Maringá. Acusado de furtar uma pequena quantia em dinheiro num hotel da cidade, ele foi torturado até a morte por dois policiais militares. O dono do hotel, Atílio Farris, cismou que o menino era

culpado e o denunciou à polícia. Os policiais foram presos, mas logo ganharam liberdade. O pai do menino, Sebastião Pedrosa Lô, que morava no Ceará, veio para Maringá e matou Atílio Farris com vários tiros em frente da antiga loja Arapuã, na Avenida Brasil. Ele ficou dois anos na cadeia, mas foi solto após ser absolvido em três juris. Clodimar Lô, como tantos nordestinos, tentava a vida longe da aridez do sertão. Veio morar com o tio, Oésio Pedrosa de Araújo. Estava sob a sua quando acabou assassinado, período de grandes reviravoltas para a família. Em entrevista à revista Pois é, publicação mensal editada pelo jornalista Antonio Moscardi nos no final dos anos de 1980, Sebastião Pedrosa Lô detalhou o crime e acrescentou que perseguiu os policiais envolvidos no crime, sem êxito. Também pretendia executá-lo. Morreu atormentado sem receber a indenização a que tinha direito. A história virou música e tema de literatura de cordel. O documentário “23.11.1967: Documentos do Caso Clodimar Pedrosa Lô”, produzido e dirigido pelo publicitário Eliton Oliveira em 2011, é um dos mais completos levantamentos sobre

No passado, eles se chamavam coveiro porque faziam covas. Os sepultamentos eram no chão. Agora, são sepultadores. No Cemitério Municipal de Maringá, são nove que prestam serviço. Segundo a administração do local, são necessários 12, portanto, mais três serão contratados. Paulo César Lopes, 39, casado, dois filhos, morador de Marialva, é o que trabalha há mais tempo no cemitério: desde 2002. Funcionário da prefeitura, ele pediu transferência para o local porque o salário é maior. Para Lopes, sepultamentos se tornaram rotina. Diz que é duro segurar a emoção ao sepultar uma criança; ou quando uma criança chora porque perdeu o pai ou a mãe. “A gente sente, não tem como segurar, mas não podemos deixar transparecer”, comenta. Uma das cenas que mais o marcaram foi o sepultamento de um senhor. “Eu preparava o túmulo, e a filhinha dele, de uns sete, oitos anos, me disse: ‘moço, não enterra meu pai, não, não posso ficar sem ele’. Aquilo me tocou”. Outro sepultamento que o marcou, mas pelo volume de gente foi o do então prefeito José Cláudio Pereira Neto. Diz que a comoção foi grande. “Eram muitos acompanhantes, e todos muito tristes”, lembra. “Depois que baixamos o caixão houve um silêncio, uma cena que me marcou”.

Instituto Médico Legal (IML), cujo prédio está anexado ao cemitério, na rua Mem de Sá, será transferido para um novo prédio. A construção já está concluída e espera os equipamentos para começar a funcionar. A nova unidade recebeu um investimento de R$ 2,7 milhões. A edificação, com 1.320 metros quadrados, foi construída em uma área no cruzamento da Travessa Jorge Pereira da Silva com a rua dom Pedro I, na Vila Ipiranga. Não há previsão de quando o IML começará a funcionar no novo endereço, mas o governo estadual assegura que ainda este ano o local estará pronto para uso. O prédio do atual IML foi projetado pelo arquiteto Luty Kasprowicz, na gestão do então prefeito Silvio Barros (1973/1976). Luty era marido da médica Thelma Kasprowicz, que dá nome ao Hospital Municipal, e filha do primeiro prefeito de Maringá, Innocente Villanova Júnior. Originalmente , o local era para ser uma capela mortuária. Funcionou por um curto período como instalações para cultos religiosos, mas sendo usado para outras funções. A vigilância sanitária chegou a determinar o fechamento do local, mas o cumprimento de algumas medidas para melhorar as condições do local deram sobrevida e ele, muito além do que se esperava.

o tema. Sustentado em depoimentos, o documentário com 80 minutos atualiza o debate sobre o episódio, que já havia sido investigado no livro Sala dos “Suplícios: O Dossiê do Caso Clodimar Pedrosa Lô”, lançado por Miguel Fernando em 2010. O assunto ainda causa revolta e indignação, mas

a tentativa de transformar Clodimar Pedrosa Lô em santo milagreiro não é bem acolhida pela família. Pastor de uma pequena comunidade religiosa, Oésio Araújo Pedrosa reconhece a força da história em causar impacto popular, mas até já distribuiu panfleto contestando as graças atribuídas ao adolescente. O culto permanece.

desmancham com facilidade. O desleixo causa transtornos, principalmente, para familiares que têm túmulos ao lado. “Eles nos procuram e pedem providências”, diz Paliari.

A administração do cemitério demarca o túmulo e tenta contato com os familiares. Na falta de endereço, editais são publicados em jornais. Os responsáveis têm 60 dias para tomar

providência. Caso não o façam, os restos mortais são removidos e depositados num ossuário. “Marcamos o túmulo e o local onde os ossos ficam depositados, se aparecer algum familiar, poderá sepultá-

los posteriormente”, declara Paliari. Ele acrescenta que a administração

do cemitério está atenta. “Fazemos tudo como manda a lei sem causar constrangimentos aos familiares”, diz.

30 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Evento terá 19 opções de pratos De bacalhau a açaí, a Festa das Nações celebra a solidariedade e o voluntariado com cardápio variado

A tradicional Festa dos Estados e das Nações e a Feira do Artesanato chega este ano a 32ª edição, e será realizada entre os dias 9 e 18 de outubro, no Centro de Convivência Comunitária Deputado Renato Celidônio, ao lado do Paço Municipal. Vão participar 19 entidades assistenciais que atuam diretamente no atendimento a crianças, adolescentes, idosos, pessoas com algum tipo de deficiência e famílias carentes.

Sob responsabilidade das entidades, o evento mobiliza mais de 500 voluntários para o preparo dos alimentos, cuidado e atendimento à população. Serão oferecidos espetinhos, bacalhau, picanha, massas, pastel, carneiro no tacho, comida chinesa, comida árabe, batata recheada, hambúrguer, joelho de porco com chucrute, acarajé, comida Comida japonesa também está no cardápio da festa, que acontecerá de 9 a 18 de outubro

mineira, piapara na grelha, açaí, comida japonesa, sorvete e cachorro quente.

Desde 2012, a Prefeitura é responsável pelo custeio de 100% da instalação das barracas, permitindo dessa forma a realização da festa de modo padronizado e sem gastos para as instituições. Na última edição do evento, o lucro líquido para as instituições participantes foi de R$ 656.280,06.

“O valor arrecadado durante as festas, tanto da Canção quanto das Nações, contribui para a manutenção das entidades. Por isso, convidamos a toda a comunidade para que participe e, dessa forma, contribua para a realização dos projetos assistenciais de Maringá”, complementa a secretária interina de Assistência Social e Cidadania, Rosa Maria de Souza. A festa instituída pela Lei Municipal n.º 1.551/82.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 31O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

32 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Simepar alerta para ‘clima severo’ Efeitos do fenômeno El Niño provocarão ‘tempestades severas’ na primavera e verão, alerta instituto

A meteorologia prevê que a primavera e o verão paranaenses serão marcados por tempestades severas. Durante as duas estações devem ocorrer chuvas intensas, granizo e ventos fortes. Contribuem para isso as mudanças climáticas e os efeitos do fenômeno El Niño, que em 2015 ganhou mais força.

Baseada nas informações do Instituto Simepar do Governo do Estado, a Defesa Civil faz um alerta aos municípios para que deixem estruturas locais prontas para agir em caso de emergência.

Os dados climáticos reforçam a necessidade da advertência. Entre janeiro e setembro deste ano foram registradas 338 ocorrências em 178 municípios, com mais de 245,2 mil paranaenses atingidos. Os prejuízos somam R$ 185,8 milhões

Neste ano, em algumas localidades César Bonetti, diretor executivo do Simepar reforça alerta — FOTO: Arnaldo Alves/ANPr

houve vendaval, granizo, enxurrada ou alagamento mais de uma vez. Ainda assim, comunidades foram pegas “desprevenidas” e não puderam enfrentar a situação de modo organizado, conforme previsto no Plano de Contigência.

A qualidade das tarefas e serviços da Defesa Civil depende essencialmente dos alertas do Instituto Simepar. Neste ano, de 199 alertas emitidos, 183 se confirmaram como vendaval, granizo, raios ou inundação. O Simepar faz a detecção dos fenômenos e as regiões onde devem ocorrer. Nos eventos mais severos, o tempo de alerta está próximo da média observada nos Estados Unidos e no Japão: a previsão é feita com seis a 12 horas de antecedência. No caso de granizo, a margem de tempo é menor: três horas.

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34 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Projeto da UEM foca mulheres Vítimas de violência receberão apoio psicológico; aberto à comunidade, projeto inicia fase de triagem

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) realiza as atividades do projeto extensão Pró-Mulher, com foco na prevenção e atenção às mulheres vítimas de violência e também as suas famílias. O projeto conta com uma equipe de duas psicólogas e três estagiárias que, no momento, realizam a divulgação do projeto e a triagem de participantes.

Após essa primeira fase, terá início as sessões de psicoterapia em grupo com as vítimas. Com esse tipo de intervenção espera-se que as vítimas compreendam a situação de violência que estão vivendo e possam desenvolver recursos para modificar tal situação.

Outra ação prevista no projeto é a realização de cursos e palestras sobre temas relacionados à violência. Tais ações têm como objetivo

orientar a comunidade a respeito de questões relativas à violência que, de início, podem ocorrer de forma velada, mas que em longo prazo podem trazer consequências mais graves.

Serviço As atividade estão abertas a toda a comunidade de Maringá e Região. Para fazer parte das atividades, o interessado deve entrar em contato com a Clínica de Psicologia da UEM, na Avenida Mandacaru, 1690, ao lado do Hospital Universitário, fone: (44) 3011-9070, e-mail [email protected]. Os contatos também poder ser feitos com a estagiária Anny Gonzalez, pelo telefone 99420171; ou com as psicólogas Jaqueline Bordin, pelo telefone 84126-462, e Lígia Fernandes, pelo telefone 9819-6330.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 35O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

36 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Saiba respeitar tempo do bebê Desfralde exige compreensão e respeito do tempo individual para que o período não deixe traumas

O desfralde é uma importante fase na vida da criança e dos pais; por isso, é essencial que se respeite o tempo individual para que seja um período livre de traumas. É um dos primeiros passos rumo à autonomia, além de um momento de descobertas – tanto de

suas capacidades, como do seu próprio corpo.

A identificação da hora certa para começar o desfralde ocorre a partir da observação dos sinais emitidos pelos mais novos. “Acontece quando o pequeno apresenta bom

desenvolvimento neurológico, já anda, fala e tem o corpo mais firme. O sinal mais característico que os pais devem prestar atenção é quando começa a anunciar que irá fazer xixi e cocô”, informa a pediatra Ana Cristina Zollner, membro do Departamento de Pediatria

Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Um dos mais frequente equívocos é antecipar o processo. “Preocupa-nos muito o fato de algumas escolas apenas aceitarem crianças que não usam mais fraldas. Desta forma, muitos pais

JARDIM NOVO HORIZONTE I 37O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

adiantam esse momento, desrespeitando a natureza individual e, em certos casos, traumatizando. Isso pode acarretar no descontrole da evacuação, além da prisão de ventre e retenção urinária”, explica a médica.

É normal que durante o desfralde a criança faça xixi na calça; nessas situações, os pais devem manter a calma e não criticar os filhos, alegando que é normal da transição e que os outros dias serão melhores. Assim, a autoconfiança deles não é afetada, colocando em risco todo o processo.

A comparação com os irmãos também não deve acontecer, já que pode aumentar a insegurança e trazer o sentimento de frustração. Os conselhos de familiares e amigos também são questionáveis – os pais precisam observar o comportamento dos filhos, independente das dicas de idade certas, por exemplo.

Apesar de o redutor de assento ser mais prático, a melhor opção é o próprio penico. Isso porque deixa a criança mais à vontade, em um ambiente próprio, bem como segura, já que as pernas não estão soltas e não há o risco de queda. “Quando estão no vaso sanitário comum, naturalmente há o medo de cair dentro, uma

vez que o tamanho é completamente desproporcional”, destaca.

diversão deve ser explorada para tornar todo o processo mais rápido, fácil e prazeroso. Tudo pode ser usado: dar tchau para cocô, cantar musiquinhas e brincar com alguns bonecos enquanto faz xixi. Também é sempre bom incentivar e comemorar quando o filho consegue fazer certo, assim ele terá motivação para a próxima vez.

“É sempre bom lembrar aos pais, assim como a todos que estão em volta, que o amor e o respeito devem ser preservados nesse momento. Deixar de a fralda é uma grande conquista para a criança e representa uma importante transição. Entretanto, só será correto e sem prejuízos psicológicos quando a natureza do indivíduo for reconhecida e ouvida. Dê tempo ao tempo, não apresse as coisas e faça o seu filho se sentir acolhido, mesmo nos momentos em que faz xixi ou cocô na calça. A natureza é muito sábia e o carinho é essencial”, conclui a pediatra Ana Cristina Zollner.

Dica: Na época do desfralde o melhor é não usar roupas difíceis de a própria criança tirar, como macacões e cintos – isso facilitará na hora de ir ao banheiro e evitará ‘acidentes’. As fraldas noturnas são retiradas gradativamente.

38 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Parques atraem aves para bairro Pássaros de diversas espécies se empoleiram em árvores e fios, quase sempre sem serem observados

eO Jardim Novo Horizonte atrai muitos pássaros. Várias espécies povoam as árvores do bairro. A proximidade com os parques do Ingá e o Florestal dos Pioneiros, o Bosque Dois, facilita. Andando pelas ruas locais é possível ver pica-paus, joão-de-barro, tesourinha, alma-de-gato, corruíra, pombão, coleirinha, sanhaço, entre outros.

A acadêmica de biologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Laís Aquemi Ohara, 22, observou o comportamento dos pássaros entre o Parque do Ingá e o Bosque Dois. “Escolhemos oito quadras onde observamos durante um ano, e identificamos as árvores locais”, afirma. “O objetivo foi verificar se a arborização poderia influenciar os pássaros a ponto de formarem um corredor para eles

passarem de um bosque ao outro”. O estudo identificou 55 espécies na

área e confirmou que o número e a variedade de pássaros de cada quadra estão relacionados à vegetação local. “Significa que há mais pássaros quando há maior quantidade e mais espécies de árvores nativas”, afirma a estudante. Segundo ela, cultivar árvores nativas melhora o ambiente para os pássaros. “Este deve ser um objetivo atrelado à qualidade de vida”, acrescenta.

O professor e doutor em biologia pela UEM, Cláudio Henrique Zawadzki, 45, identificou cerca de 200 espécies de pássaros em Maringá. “Algumas estão voltando ao seu ambiente de outrora”, diz ele. “Outras são mais resistentes, a exemplo do jacu, que é muito raro de ser visto na região”. Há espécies de outros lugares que se adaptaram por

aqui. A coruja-buraqueira e o quero-quero, por exemplo, são do Cerrado. A falta de árvores e a terra preparada para a agricultura formam terrenos semelhantes aos dos seus habitats de origem.

As aves, inclusive as menos comuns no meio urbano, parecem adaptadas ao cotidiano de carros e pessoas. No Edifício Guaritá, a poucas quadras do Parque do Ingá, na Vila Bosque, moradores já se acostumaram à presença de pássaros sobre os equipamentos de ar condicionados, onde algumas espécies fazem ninhos.

No estacionamento do prédio, os ninhos de algumas espécies também são frequentes e até já exigiram medidas. Moradores reclamaram que as aves deixaram ‘recados’ desagradáveis sobre seus veículos. Mas a convivência não

raramente provoca atritos. “Ouço quase todos os dias pela manhã o canto de um sabiá bandeira, o que me traz lembranças da infância, quando morava no sítio”, contra a professora Débora mendes, que mora numa casa em frente ao prédio. Um bem-te-vi - se é sempre o mesmo, não se sabe - frequenta a tempo o prédio. Teria tido filhotes em ninho construído sobre caixa de ar condicionado num dos blocos do prédio. Apesar de comum na região, este em particular se tornou recorrente nos comentários de moradores.

Portanto, você que mora no Jardim Novo Horizonte, se tiver paciência de olhar para a copa das árvores poderá ver algumas espécies de pássaros que até há alguns anos não eram comuns na cidade. Faça essa experiência e boa sorte na sua observação de pássaros.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 39O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Pica-pau-verde-barrado fotografado próximo ao Cemitério Municipal de Maringá

Tesourinha, na Avenida Cerro Azul, na rotatória com Avenida NildoRibeiro da Rocha

Alma-de-gato na rua Saulo Virmond, no Jardim Novo Horizonte

40 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Frigorífico Central: maior da AL Com cerca de 2000 mil funcionários, 600 caminhões, a empresa referendava o setor de carnes no país

O Jardim Novo Horizonte conviveu com dois grandes frigoríficos: Central e Frigorífico Maringá (Frigma). O primeiro foi considerado o maior da América Latina; o segundo, que não era tão grande, ficava entre as avenidas Cerro Azul e Nildo Ribeiro da Rocha, ao lado da Praça Nilza de Oliveira Pepino, na rotatória.

Do lado debaixo da praça onde está um condomínio fechado funcionava o Frigma. Entre alguns dos seus donos, está o ex-prefeito Said Felício Ferreira (1983/1988 e 1993/1996). O Frigma empregava muita gente da Vila Marumby.

A zona de prostituição, que funcionou no bairro nas décadas de 1960 e 1970, tinha seu movimento atrelado ao dia de pagamento dos funcionários do Frigma. Entre seus cerca de 500 Vanderlei: funcionário era bem tratado

funcionários, muitos frequentavam as boates da Marumby.

O Central, que funcionava na Avenida Itororó, onde hoje tem uma empresa de alimentos, foi fundado pelos portugueses Joaquim Gomes Caetano e Joaquim Duarte Moleirinho. Seus números são grandiosos: matava mil bois por dia, dois mil empregados, 500 caminhões boiadeiros e pelos 100 carretas com baú refrigerado. Levavam carne para o Porto de Santos, de onde era embarcada para a Europa. Na época, transportar carne em caminhão refrigerado era novidade. O Central se vangloriava de tê-las em grande quantidade.

Quem se lembra “dessa potência da carne” de Maringá é o leiloeiro de imóveis, Fernando Martins Serrano, 51. O primeiro emprego dele foi no

Frigorífico Central. O pai trabalhava lá no escritório e o levava para aprender o ofício. “Fui tomando gosto pela papelada”, conta. “Até que virei funcionário”.

Ele diz que o Central, fundado no começo da década de 1960, a exemplo de outros frigoríficos, encerrou suas atividades nos anos 1990. “De lá pra cá, o pessoal parou de mexer com boi e passou a investir na plantação de soja”, comenta Serrano. “Essa mudança foi a principal causa do fim dos frigoríficos”.

Segundo ele, umas das coisas que marcaram as atividades do Central em Maringá eram as festas promovidas pela empresa. Não raro havia festas para os funcionários e seus familiares. Havia grandes torneios de futebol. O Central investia pesado no seu time de futebol por meio da Associação Central

JARDIM NOVO HORIZONTE I 41O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

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comandada pelo saudoso técnico José Lourenço, o Zé Preto, cujas ‘peneiras’ eram disputadíssimas por adolescentes.

A equipe disputava competições de nível. Sagrou-se campeã paranaense de juniores em 1980, 1982 e 1983. Tinha status de clube profissional, realizando até peneiradas para descobrir talentos da bola. Muitos garotos que passaram pelo Central fizeram história no

futebol regional. Mortadela O radialista

Rogério Rico, 59, ressalta que a mortadela do Central era considerada a melhor do Brasil. Ele diz que todo estabelecimento de gênero alimentício tinha de vender a mortadela do Central. “O consumidor exigia porque realmente era a melhor”, acrescenta. “É uma empresa que ficou na história porque foi grande em todos os sentidos”.

Time campeão regional de juniores de 1982, categoria sub-21, um dos muitos títulos conquistados pela Associação Central; Zé Preto aparece na foto (antepenúltimo em pé à direita)

“Eu e Valmir, mais o Israel, fomos tentar uma vaga no time do Zé Preto,.Tínhamos 14, 15 anos. Particularmente, não confiava muito no meu futebol. Raquítico, corria bem m ais que jogava. Valmir, negro de pernas tortas, driblador ousado e criativo, era o craque do trio. Israel, alto de porte robusto, impunha respeito na defesa. Zé preto me ignorou solenemente na ‘peneirada de olho’. Sentados, aquele bando de garotos sonhavam com um ‘você’, indicativo de escolha. Israel e Valmir integraram times diferentes no ‘rachão’ que se seguiu. Ambos acabaram na lista para amistoso contra time de Paiçandu. Do jogo, numa sexta a tarde, sairia meia dúzia de escolhidos para formar equipe sub-16 que disputaria torneio em Londrina. Tinha uns 20 meninos que jogariam no campo do frigorífico. Valmir não foi para cuidar do irmão, deficiente. Israel foi ajudar o pai, pedreiro. Ambos não se tornaram jogadores. Valmir foi trabalhar com gesso no interior de São Paulo. Israel seguiu o pai na profissão. Eu, jornalista (Edivaldo Magro)

42 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Faltam vagas, sobram protestosComerciantes da avenida reclamam das dificuldades que clientes têm para estacionar na Cerro Azul

A Avenida Cerro Azul é uma das mais movimentadas de Maringá. Atravessá-la não é fácil. Nos pontos em que não há semáforo, o pedestre precisa contar com a boa vontade dos motoristas. A via reproduz problema comum a outras pontos da cidade, apontando para as consequências da rápida expansão da frota de veículos.

O comércio no bairro é vigoroso e diversificado. No entanto, os comerciantes se queixam da falta de estacionamento e lotéricas. Em toda a avenida há apenas uma casa lotérica. Eles dizem que perdem clientes, que passam, não encontram vaga para estacionar e vão embora.

“Olhe, a falta de estacionamento é um problema. Ouvimos reclamação de nossos clientes. Eles não têm onde parar. Chegam e não tem vaga.

Sinceramente, já não é mais possível conviver com situação que nos prejudica tanto. É preciso fazer alguma coisa” Fabiano Alves Comerciante

Um estacionamento rotativo aqui seria muito bom, nos ajudaria muito”, diz Ângela Faria da Silva Munhoz, 38, que atua no ramo de equipamentos de segurança e trabalho.

Para Delcinei Martins Gomes, 48, que tem uma loja de antiguidades na avenida, o problema se agrava porque não há estacionamentos particulares na Cerro Azul. “Os motoristas, às vezes, até querem estacionar em outro lugar, mas não existe”, afirma. “Carga e descarga, por exemplo, uma necessidade, muitas vezes não é possível fazer”.

Fabiano Alves Campos, 36, que também tem loja na avenida, concorda. “Antigamente, a gente lutava por agências bancárias, que era um problema”, declara. “Elas vieram, mas agora tem esse problema da falta de estacionamento, que nos prejudica muito”. Ele diz esperar que a Prefeitura faça alguma coisa, “pois já não é mais possível conviver com uma questão que nos prejudica tanto”. Mais uma demanda do gênero que desafia a gestão

pública. “Nós perdemos uma média de dois

a três clientes por dia por falta de vaga aqui na frente ou mesmo próximo à loja”, comenta Maikon da Silva Alves, 26. Para ele, a existência de estacionamento privados na avenida talvez resolvesse. “Mas vai muito da consciência”, acrescenta. “Tem gente que mora aqui perto e deixa o carro na rua, aí não vão sobrar vagas mesmo”.

Além da falta de vagas para estacionar, Rosimeire Botaro Anacleto, 43, diz faltar mais lotéricas na avenida. Há apenas uma. “Se houvesse pelo menos mais uma na parte debaixo da avenida ajudaria bastante”, afirma. Sobre a falta de estacionamento, ela diz perder uma média de cinco clientes por dia. “Eles passam devagarinho, não acham vaga e vão embora.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 43O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Dulcinei Martins Gomes: uma necessidade

Crescimento contínuo do bairro, por onde passa importante avenida, a Cerro Azul, criou problema comum a outras vias importantes da cidade: a crônica falta de estacionamento

Fabiano Alves Campos : muito prejuízo Maikon da Silva Alves: falta consciência Rosimeire Botaro Anacleto: perco clientes

44 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Casa-estúdio expõe criatividade Joel Dantas espalha quadros não apenas na sua sala: seu talento está ornando paredes até no Vaticano

Qualquer um que passe pelas portas do apartamento 104, localizado em um conjunto de prédios do Jardim Novo Horizonte, em Maringá, percebe que está entrando na casa de um artista.

Do chão ao teto da sala central, as paredes estão forradas de retratos, borboletas, cachorros, paisagens e alguns desenhos abstratos. Uns feitos a lápis, outros com tinta óleo, aquarela, acrílico, colagem de papel e mosaicos. E se não fosse a grande janela com vista para o prédio vizinho, com certeza teriam mais e mais quadros.

O apartamento é de Joel Dantas, 57 anos, bancário aposentado do Banco do Brasil – onde trabalhou durante 31 anos, de 1982 a 2013 – e autor de todas as obras mencionadas. Formado em Economia e Pedagogia, o maringaense sempre se dedicou a uma paixão que começou ainda na infância: a arte plástica.

“Com 10 anos de idade, mais ou menos, eu comecei a desenhar. Desenhava gibi e histórias em quadrinhos. Comecei a fazer retrato e fui embora”, diz Dantas, em seu estúdio: a sala da própria casa. Local protegido por Bob, o “rottweiler da família”.

Um pequeno poodle invocado, como todos os cachorrinhos metidos a valente. No canto do mesmo cômodo, encontra-se a mesa de jantar, “carinhosamente” apelidada por Janey Sales (mulher do artista) de “mesa da bagunça”. E rapidamente ela explica: “Eu não consigo comer na mesa, tenho que comer no sofá”. É esse o espaço de criação do marido: canetas, lápis,

“Com 10 anos de idade, mais ou menos, eu comecei a desenhar. Desenhava gibis e histórias em quadrinhos. Joel Dantas

pincéis e mais retratos espalhados pela mesa, que um dia foi de jantar.

Nas quase cindo décadas de arte, foram alguns cursos técnicos de pintura em tela, pintura com pastel e nada mais.

“Sou autodidata, aprendi com as tentativas, treinando.” Apesar de sempre receber alguns pedidos pelo Facebook ou direto pelo site (www.joeldantas.wix.com/dantas, endereço em que podem ser encontrada inúmeras trabalhos, com técnicas e inspirações variadas, onde se sabe também que ele é filha de alagoanos, pioneiros da cidade, e que ‘transita entre as diferentes técnicas de pintura e ainda trabalha com arte de decupagem básica, arte em 3D, arte francesa e escultura com sucatas’), é agora, depois da aposentadoria, que a produção aumentou consideravelmente.

“Quando deu o choque de parar de trabalhar, virou uma terapia para mim. No começo eu não conseguia dormir, aí ficava a noite inteira desenhando.” E não é só a aposentadoria que dá o impulso necessário à produção.

Períodos meio sombrios da vida do pintor também ajudaram. Aos 20 anos, descobriu que estava com tuberculose e precisou ficar internado em uma enfermaria por quatro meses, sob os cuidados de freiras católicas.

Dantas diz que começou a pintar muitas imagens de Jesus Cristo, “dia e noite, para que não ficasse pensando besteira”. “Fiquei internado em Londrina, em um local com oito camas. Toda noite os médicos corriam

tentando ressuscitar algum paciente que estava morrendo e no outro dia amanhecia a cama vazia. E você acordava pensando ´quem será hoje?´ Fui para morrer, achei que ia morrer”, revela ele.

E desse período surgiu um quadro que muito se orgulha. Uma imagem de Cristo que, dada de presente a uma das religiosas do hospital, foi de alguma forma parar dentro da casa do Papa.

“Tenho quadro até no Vaticano”, diz, orgulhoso. Além do Vaticano e outros locais da Europa, Dantas já expôs diversas vezes em Maringá. Na prefeitura, shoppings, Teatro Calil Haddad, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Hotel Golden Ingá, Deville e no Sesc. Sem data ainda confirmada, ele planeja fazer a próxima mostra no Shopping Avenida Center. Sem dúvida, oportunidade para conhecer um pouco mais do inspirado artista.

Como se não bastasse, ele ainda é músico. “Eu gosto de tocar e compor samba e MPB. Já participei das primeiras edições do Femucic, em 1974 e 75, quando ainda era no Colégio Gastão, e outros festivais em Paranavaí, com o grupo Gralha Azul. Inclusive, eu e o Luiz de Carvalho (repórter de O Diário) já participamos do Femucic com uma música autoral, ´Versículo´. Cheguei a tocar em bares também, mas sempre foi uma brincadeira.” Com a mesma humildade de sempre, ele insiste em dizer que não é um“artista de verdade”. Imagina se fosse.

(Por Rafael Donadio)

JARDIM NOVO HORIZONTE I 45O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

AQUI E LÁ. O artista plástico Joel Dantas em seu apartamento, no Jardim Novo Horizonte: ao fundo, alguns dios seus muitos quadros, alguns deles já foram vistos em exposições

46 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Ensino alicerçado na cidadania Colégio São Francisco Xavier faz história há 52 anos como instituição que associa educação e cidadania

Eliza Mitie Shiozaki se lembra da das dificuldades em falar a ‘r’, trocada com frequência pelo ‘l’, deficiência herdada do pai, japonês de origem, que obrigava todos em casa a falar a língua nativa dos seus ancestrais. A professora Ana a ajudou a superar a dificuldade e avançar nos estudos, concluindo o Magistério para ensinar o que aprende na vida e na escola. Há 23 anos no Colégio São Francisco Xavier, 13 dos quais como diretora, Eliza Shiozaki, casada há 40 anos e mãe de três filhos, resume seu trabalho na instituição com uma frase: ‘isso é minha missão, minha vida’.

Criado como externato em 1963, a gestão da instituição foi entregue às freiras da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, por decisão do então bispo diocesano Dom Jaime Luiz Coelho. Hoje, são cerca de 700 alunos e 80ss funcionários sob a coordenação da diretora Eliza Shiozaki, cuja voz pausada e pontuada de expressões como ‘disciplina’, ‘ensino’, ‘esforço’, ‘sonho’ e ‘determinação’, expressam o compromisso da instituição com a formação de cidadãos comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Os desafios de ensinar num tempo em que a tecnologia facilita tanto o acesso ao conhecimento, colocando ao alcance de uma tecla um mundo de informações, não se impõem como obstáculo que tira o sono da professora. O celular, objeto cujo uso nos ambientes mais diversos – e na escola mais ainda! – causa polêmica e desconfiança,

Formação de cidadãos comprometidos com uma sociedade justa é proridade do colégio

“Agregamos pessoas competentes e com enorme carinho pela educação Eliza Mitie Shioziaki

vai à escola, mas permanece desligado durante todo o período letivo. Bem provável que os alunos encontrem meios de acessar o aparelho sem os olhares atentos de professores, mas quando flagrado na transgressão, aparelho e estudante acabam na sala da diretora.

Conversa e advertência lembram ao estudante do pacto celebrado entre a escola e os pais para que a medida fosse adotada. A decisão, amadurecida por um longo período, encontrou resistência a princípio, mas acabou incorporada à rotina como solução ao conflito entre atenção ao aparelho e à aula. A diretora lembra que na sequência da medida adotada na escola com relação aos celulares, o tema foi pauta de grandes veículos de comunicação do país, cuja abordagem propunha exatamente medidas que impedissem o uso do celular no ambiente escolar.

“O celular pode acompanhar o aluno à escola, mas tem que ficar desligado. Se os pais precisarem falar com seus filhos, ligam na secretaria”, informa a diretora, orgulhosa dos muitos avanços que tem testemunhado ao longo dos últimos anos. “O São Francisco Xavier tem o dom de agregar pessoas ao mesmo tempo competentes e com um enorme carinho pela educação. Acredito que só por este motivo conseguimos alcançar um excelente conceito perante a comunidade”, disse Eliza Shiozaki em texto publicado no livro Colégio são Francisco Xavier 1963-2013, escrito há dois anos pelo jornalista Dirceu Herrero.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 47O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Contra HPV, 2ª dose da vacina Rede de postos de saúde já administram a vacina para meninas de 9 a 11 anos que tomaram a 1ª dose

Meninas de 9 a 11 anos que tomaram a primeira dose da vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) devem retornar aos postos de saúde ou salas de vacinação para tomar a segunda dose. O HPV é um dos causadores do câncer de colo de útero. A imunização está disponível em todos os postos de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Até agosto, 2,5 milhões de meninas entre 9 e 11 anos foram vacinadas contra HPV, o que representa 50,4% do público-alvo (4,9 milhões). No ano passado, quando a vacina foi disponibilizada no SUS, 100% do público estimado foi vacinado com a primeira dose, alcançando 5 milhões de meninas de 11 a 13 anos. Entretanto, apenas três milhões (60%) procuraram uma unidade de saúde para tomar a segunda dose que

A imunização gratuita contra o HPV é feita em três doses. Após a primeira, a menina recebe a segunda dose seis meses depois, e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil terá em média 15 mil casos de câncer do colo do útero por ano e 5 mil podem vir a óbito por diagnóstico tardio.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, lembrou que o HPV e o câncer de mama também podem atingir os homens, que devem ficar atentos para um diagnóstico precoce. “É necessário que os homens se conscientizem de que eles também podem morrer de câncer de mama e HPV. Quando [as doenças] chegam neles, já estão quase que em estado irreversível de cura”, alerta. . Imunização já está disponível, gratuitamente, em toda rede de atendimento do SUS

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Batata foi do Peru para o mundo Nutricionistas sustentam que dieta de batata e leite poderia suprir as necessidades diárias de nutrientes

A batata foi ‘descoberta’ nos andes peruanos e bolivianos e levada à Europa pelos invasores espanhóis. No Velho Mundo, fez história no início do século 16, ao se transformar num alimento resistente às guerras e ao frio. Alguns governantes impuseram medidas para a difusão do tubérculo: Frederico Guilherme, da Prússia, ordenou a amputação do nariz de todos os camponeses que não plantassem batatas. Luís XVI, da França, ordenou a instalação de canteiros em locais públicos com a presença da guarda armada.

Na primeira metade do século 19, a Irlanda, assolada por peste que devastou as lavouras de batata, enfrentou uma severa crise de fome, que dizimou quase metade da população do país, à época, essencialmente dependente do Tubérculo já foi defendido com ameaças e guardas armados pela importância alimentar

q q Como a batata é conhecida na:

Sucesso tem origem no valor energético

p IAlemanha Kartofell p Itália Patata p Estados Unidos Potato p Finlândia Peruna p França Pomme de Terre p Hungria Pityoka

Pesquisadores da história da alimentação apontam duas razões básicas para o êxito e a disseminação da batata: o valor energético / ausência de colesterol e o fato de possuir sabor e cheiro pouco acentuado, possibilitando centenas de combinações que resultam em sabores diferentes. Dica Não guarde a batata na geladeira, pois a baixa temperatura transforma o amido em açúcar e a deixa adocicada

tubérculo. O problema se espalhou pelos países vizinhos. Mais de um século depois, em 2013, descobriu-se exatamente a estirpe do fungo Phytophthora infestans (míldio da batata) que causou destruição. Ainda hoje a doença provoca enormes estragos nas lavouras de batata.

Cercada de história e protagonista de episódios marcantes, a batata inicialmente era cultivada em pequena escala em hortas familiares, sendo chamada de batatinha, assim como na construção de ferrovias ganhou o nome de batata inglesa, por ser uma exigência nas refeições dos técnicos vindos da Inglaterra, que já conheciam suas virtudes.

Nutricionistas da Organização das Nações Unidas sustentam que uma dieta composta de batata e leite poderia suprir, em caráter de emergência, todos os nutrientes de que o organismo humano precisa para se manter. De uma forma não tão dramática, isso já acontece em áreas miseráveis do mundo, onde a batata, muitas vezes, é único alimento disponível.

A batata apresenta em média 2,1% de proteína total, que significa cerca de 10,4% do peso seco do tubérculo. Isto pode ser considerado excelente se for levando em conta que o trigo e o arroz apresentam valores na ordem de 13% e 7,5%, respectivamente. Considerando-se as produções e teores de proteínas de cada cultura, as batatas podem render cerca de 300 quilos de proteínas por hectare, o trigo 200 quilos e o arroz 168 quilos. Apesar de rica em vários

outros nutrientes, a batata possui alto índice glicêmico e, portanto, não deve ser consumida em excesso.

A recomendação dos nutricionistas para reduzir os efeitos indesejados do consumo de batata é fazê-lo acompanhado de hortaliças e gorduras não saturadas, como azeite de oliva. Esses acompanhamentos farão com que o organismo absorva mais lentamente os carboidratos reduzindo o índice glicêmico. O inverso acontece se a batata for consumida associada a outras fontes de gordura. Portanto, apesar de suas muitas virtudes a batata dever ser ingerida, como a maioria dos alimentos, sem excessos.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 49O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

q RECEITAS

p Batatas à portuguesa

Ingredientes,6 batatas médias cozidas ,manteiga ,farinha de trigo ,sal ,pimenta ,vinho tinto ,azeitonas ,ovos cozidos

Preparo Lave e descasque as batatas. Derreta numa panela em fogo brando 2 colheres de manteiga, junte 1 colher de farinha de trigo e mexa até que fi que dourado, junte 1 copo de água, 1 copo de vinho tinto, sal, pimenta, cheiro verde, algumas cebolas pequenas e as batatas cortadas em pedaços grandes. Tampe a panela e deixe cozinhar em fogo brando durante 30 a 40 minutos. Sirva quente, enfeitadas com azeitonas e ovos cozidos.

p Batata recheada à francesa

Ingredientes,4 batatas grandes,3 colheres (sopa) de manteiga,3 colheres (sopa) de farinha de trigo

,1 xícara de leite,sal e pimenta do reino,100 gr de língua defumada,1/2 xícara de queijo parmesão ralado,2 ovos,óleo

Preparo Lave as batatas, esfregue a casca e enxugue-as. Embrulhe cada batata em papel de alumínio. Coloque-as numa assadeira e leve ao forno quente (220ºC). Deixe assar por cerca de 50 minutos. Enquanto isso, coloque numa panela a manteiga. Leve ao fogo e deixe derreter. Acrescente a farinha de trigo, mexendo sempre, para evitar que formem grumos. Adicione o leite quente aos poucos. Tempere com uma pitada de sal e outra de pimenta. Cozinhe por mais 10 minutos, sem parar de mexer com uma colher de pau. Retire do fogo. Em seguida, acrescente a língua defumada picada e o queijo ralado. Adicione as gemas (reserve as claras) e misture muito bem. Deixe esfriar. Bata as claras que fi caram reservadas em neve fi rme. Junte-as ao creme preparado e misture delicadamente. Retire as batatas do forno, desembrulhe-as e corte-as ao meio no sentido do comprimento. Tire a parte da polpa de cada metade da batata com a ponta de uma faca. Recheie a batata com a mistura de língua preparada, pressionando a superfície. Coloque a batata numa assadeira untada com um pouco de óleo. Leve ao forno quente (220ºC), previamente aquecido, e deixe assar por mais ou menos 30 minutos. Passado o tempo indicado, retire do fogo e arrume numa travessa..

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Tomate é indispensável Fruta (e não legume) já foi considerada venenosa e ligada a feitiçarias

Tomate é uma fruta e não um legume, como muitos imaginam. E daí? De fato, isso pouco importa. Legume ou fruta, é ingrediente versátil, amplamente utilizado na cozinha e fora dela, no preparo de uma infinidade de receitas – ou simplesmente consumido ‘in natura’, com ou sem sal.

Com uma pitada de azeite, torna-se uma iguaria com múltiplas funções: numa fatia de pão, vira uma ‘bruschetta a pomodoro’. Quente ou frio, o tomate se apresenta generoso em sabores e aromas.

Se presta a todo tipo de invenções culinárias. Como coadjuvante ou protagonista, é antes de tudo um personagem virtuoso, que desde sempre foi à mesa com humilde elegância, nem sempre recebendo o merecido destaque.

Não há consenso sobre sua origem:

Versatilidade culinária do tomate é apreciada em todo o m undo em diferentes receitas

q q País é 7º no ranking da produção e consumo

Saiba diferença entre extrato, molho, polpa

China é o maior produtor mundial, seguido pelos Estados Unidos. Itália ocupa a 5 posição e o Brasil a 7. Com relação ao consumo, o Brasil ocupa a mesma posição da produção e o Egito lidera, seguido pela Turquia e Itália A Itália é a maior fabricante de molho do mundo, mas espaço pouco expressivo de suas terras é usado para o cultivo de tomate. Quase toda a produção utilizada pela indústria italiana vem da China.

p EXTRATO Concentrado, contém apenas sal e açúcar. Próprio para o preparo de molhos caseiros p MOLHO Pronto para o consumo, é elaborado com polpa de tomate concentrado.

p POLPABoa opção para quem deseja preparar seu próprio molho com praticidade e rapidez.

Grapes é tipo de tomate gourmet O Sweet Grape é marca registrada de empresa japonesa, especializada no desenvolvimento e melhoria genética de diversas espécies de flores e hortaliças, o que inclui também vários tipos de tomates. A variedade foi inspirada na uva Thompson, doce e cujas bagas tem formato alongado. Depois de perceber que o cultivo da variedade tinha se disseminado sem o devido controle, a empresa passou a exercer maior controle sobre o cultivo e comercialização para manter o Sweet Grape como um produto gourmet. Mas a Embrapa, empresa estatal de pesquisa, já dispõe de variedades grapes adaptadas a diversos solos, como o BRS Zamir, desenvolvido em parceria com a iniciativa privada. Os tipos mais comuns de tomates consumidos no Brasil são o Débora, de sabor bem adocicado; o caqui, a maior variedade encontrada no país; e o cereja, pequeno e redondo, muito apropriado para aperitivos, molhos e saladas uns dizem que surgiu no México, outros

no Peru. Sabe-se, no entanto, que é uma fruta americana. Já foi visto com desconfiança há séculos, por seu suposto uso em feitiçaria. Demorou até que os europeus aceitassem o tomate e explorassem suas virtudes.

Chegou ao Velho Mundo a bordo de navios que retornavam ao continente depois de incursões pela Terra Nova. Entrou pela Itália, onde foi adotado e tratado como filho predileto, transformando-se em elemento indispensável da culinária do país. Avançou para a França rapidamente ganhou o mundo. Assumiu novos formatos e sabores, se adequando as exigências de clima e solo de cada região.

A natureza recebe ajuda da engenharia genética para criar novas variedades de tomates e produtos resistentes a pragas, mas a fruta ainda exige muita intervenção química para superar as doenças. Na estufa, exige menos inseticidas, mas não menos carinho e cuidado para evoluir com saúde, exibindo vigor na casca vermelha, resistente e uniforme. O conteúdo varia segundo as características da variedade, que recebe nomes diferentes como Caqui, Débora, Cereja, Carmem... Cada uma delas é indicado para determinado uso, mas esse rigor é bem flexível: versátil, o tomate aceita se adapta às mais diversas receitas, desde que seja tratado com respeito e o carinho que merece.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 51O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

q RECEITAS

p Caçarola de tomate ao forno

Ingredientes,¼ de xícara de manteiga,1 cebola pequena picada,2 xícaras de migalhas de pão,½ colher de chá de manjericão seco,5 tomates médios cortados em rodelas,4 colheres de chá de açúcar ,Sal e pimenta do reino a gosto

Preparo Ligue o forno (190 graus). Derreta a manteiga numa panela e refogue a cebola. Adicione as migalhas de pão, sal e pimenta e o manjericão e mexa

Numa caçarola, coloque ¼ de tomates, salpique-os com uma colher de chá de açúcar e ¼ da mistura de migalhas de pão. Repita as camadas, terminando com as migalhas

Tampe ou cubra com papel alumínio e asse por 30 minutos, até que esteja bem quente e borbulhando. Retire a tampa e asse por mais 5 minutos ou até dourar.

p Rodelas de tomates verdes fritas

Ingredientes,2/3 de xícara de farinha de trigo,2 colheres de chá de sal,1/8 de colher de chá de pimenta do reino,1,5 kg de tomate bem verde, contado em fatias de 1 cm,Óleo para fritar

Preparo Misture num prato a farinha de trigo com o sal e a pimenta. Passe as fatias nessa mistura dos dois lados Numa frigideira, esquente ¼ de xícara de óleo em fogo médio e frite as fatias de tomates até dourar. Escorra-as sobre papel absorvente. Repita com as fatias restantes, acrescentando mais óleo se necessário.

p Pesto de tomate seco

Ingredientes,100 g de tomate seco,2 colheres (sopa) de manjericão fresco picado

,2 colheres (sopa) de salsa fresca,1 colher (sopa) de alho picado,1/4 xícara (25 g) de pinoli picado,3 colheres (sopa) de cebola-roxa picada,4 colheres (sopa) de vinagre balsâmico,1 colher (sopa) de extrato de tomate,5 colheres (sopa) de polpa de tomate,4 colheres (sopa) de vinho tinto,1/2 xícara (120 ml) de azeite,1/2 xícara (50 g) de queijo parmesão ralado,Sal a gosto

Preparo Hidrate o tomate seco em água quente durante 5 minutos, ou até que ele fi que macio. Ignore este processo se você está usando tomate seco em conserva. Em um processador de alimentos ou liquidifi cador prepare o molho batendo o tomate seco, o manjericão, a salsa, o alho, o pinoli e a cebola; quando esta parte do molho já estiver bem liquidifi cada, acrescente o vinagre, o extrato de tomate, a polpa de tomate e o vinho tinto. Bata novamente até obter a consistência desejada. Adicione o azeite e o queijo parmesão. Tempere com sal a gosto.

p Sopa de tomate com iogurte natural

Ingredientes,4 colheres (sopa) de azeite de oliva,½ xícara (chá) de cebola batida,2 xícaras (chá) de molho de tomate,3 colheres (sopa) de molho inglês,1 colher (sopa) de molho de pimenta,Suco de ½ limão,2 colheres (sopa) de iogurte natural,Folhas de manjericão a gosto,Sal a gosto

Preparo Aqueça o azeite em uma panela e refogue a cebola. Acrescente o molho de tomate, o molho inglês, o molho de pimenta, o suco de limão e misture. Deixe ferver e acerte o sal. Na hora de servir, coloque ½ colher (sopa) do iogurte sobre cada prato de sopa de tomate e decore com as folhas de manjericão.

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Exercício para o cérebro é preventivo Praticar ginástica cerebral uma vez na semana, durante duas horas, é sinônimo de longevidade, autonomia por mais tempo e qualidade de vida Ninguém com mais de 50 ou 60 anos quer depender do governo, muito menos da ajuda da família para viver. O desafio, então é manter-se ativo e saudável, física e mentalmente. Todo mundo sabe que os exercícios físicos são a melhor forma de manter qualidade de vida, mas será que não estamos esquecendo de uma coisa importante? Resultados de pesquisas recentes mostraram que 46% dos brasileiros não fazem nenhum tipo de exercício. Se pensarmos em saúde do cérebro, não chegaremos talvez a 2% de idosos praticando ginástica cerebral.

Para quem ainda não conhece a prática e não costuma ler, viajar e fazer amigos – atividades que ativam o cérebro - a primeira dica é fazer uma consulta com um neurologista para começar a cuidar da

Ginástica cerebral ativa neurônios, fortalece conexões e preserva a massa cinzenta, mantendo funções cognitivas como o raciocínio, a atenção e a memória. — FOTO: DIVULGAÇÃO

saúde do cérebro.A ginástica cerebral é um ponto chave para cuidar do bem-estar. Trata-se de atividade nova, variada e desafiadora que ativa os neurônios, fortalece as conexões e preserva a massa cinzenta, mantendo funções cognitivas como o raciocínio, a atenção e a memória.

Ezir Macedo, 84, faz palavras cruzadas e sessões de exercícios especificamente para manter o cérebro mais ativo, depois de perceber falhas recorrentes da memória. Não tem nenhuma doenca neurológica em evolução. Os sintomas que apresenta, típicos do envelhecimento, tem sido sentidos com menos frequência com o tratamento preventivo que, inclui,m também, moderada atividade física.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 53O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Se o cérebro não é estimulado, ele vai perdendo conexões sinápticas e (...) ficando mais lento” GEOMACEL DE CARVALHO Professor de ginástica cerebral da escola Supera

q PARA COMEÇAR EM CASA

p Ver um quadro torto na parede causa estranhamento do cérebro, portanto, tira o órgão do sedentarismo p Banho no escuro. Se você trouxer informação diferente para o banho, como por exemplo, apagar a luz, desde que haja condições de mobilidade, o cérebro será forçado a se adaptar a uma nova situação p Mude o caminho. Se vai à padaria, ao açougue, ao trabalho, ou qualquer outro destino e não usa ônibus, experimente alterar o caminho. Passe por ruas diferentes, veja vitrines diferentes, casas diferentes para estimular o cérebro p Se escreve com a mão direita, passe a tentar escrever com a mão esquerda p Veja imagens de cabeça para baixo, tentando identificar os pormenores que você não havia reparado

Exercite o cérebro com regularidade O cérebro é como o corpo: se não está ativo, a tendência é de que passe a funcionar com mais dificuldade. Com o avanço da idade é natural que haja algumas perdas, mas sem comprometimento da qualidade de vida do idoso. Por essa razão, assim como exercitar o corpo, é preciso colocar a mente para trabalhar. O professor de ginástica cerebral Geomacel de Carvalho, da escola de ginástica cerebral Supera, recomenda: “É importante manter o cérebro sempre ativo, fazendo nem que seja pouco exercício, mas com regularidade”. Ele continua: “Se o cérebro não é estimulado, ele vai perdendo conexões sinápticas e, consequentemente, ficando mais lento”.

Perda cognitiva As perdas cognitivas têm um reflexo grande na saúde e na autonomia das pessoas. À medida que uma pessoa deixa de exercitar o cérebro, a lucidez

fica comprometida. Pode-se listar, ainda, entre as consequências do sedentarismo cerebral, o comprometimento das funções de memória, o que pode prejudicar ainda mais a situação de um paciente em caso de doenças. O exercício, portanto, é importante mesmo que não se tenha predisposição genética para doenças degenerativas como, por exemplo, o Alzheimer ou Parkinson.

Cinco vezes na semana As organizações mundiais de saúde recomendam que toda pessoa se exercite cinco vezes por semana, durante meia hora por dia.Mas praticar ginástica cerebral uma vez na semana, durante duas horas, no mínimo, já é sinônimo de longevidade, autonomia por mais tempo e qualidade de vida. Além disso, a ginástica cerebral é uma terapia antiestresse, que gasta energia e evita perda de autoestima, ansiedade e depressão. Neuroplasticidade A psicóloga, especialista em Neuropsicologia, Mariângela Gamba Maestri, enfatiza que a estimulação cerebral com exercícios para o cérebro promovem a neuroplasticidade, que é a capacidade de remapeamento das conexões das células nervosas. Ou seja, há novas formações e fortalecimento das conexões sinápticas. Esta comunicação entre os neurônios melhora o raciocínio e levando à qualidade de vida.

54 I JARDIM NOVO HORIZONTE O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

SOMOS 397 MILA população de Maringá cresceu 1,4662% de 2014 para 2015, segundo

estimativa do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), sendo a segunda cidade do estado que mais cresceu, em termos de proporção. A data de referência da pesquisa é de 1º de julho de 2015, quando os 5.570 municípios brasileiros foram analisados. Atualmente o Brasil conta com uma população estimada de 204,5 milhões e Maringá com 397.437 habitantes, sendo a terceira cidade mais populosa do Estado.

JARDIM NOVO HORIZONTE I 55O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015