O Estado Verde 03/06/2016

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O ESTADO Ano VIII Edição N o 442 Fortaleza, Ceará, Brasil Sexta-feira, 3 de junho de 2016 Arara-azul-de-lear (ANODORHYNCHUS LEARI) Espécie ameaçada de extinção, ocorre exclusivamente na caatinga baiana, na região conhecida como Raso da Catarina. Estima-se que, atualmente, existam apenas cerca de 450 indivíduos na natureza, além de 38 em cativeiro. DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE Tolerância zero ao comércio ilegal de animais selvagens

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde 03/06/2016

O ESTADO Ano VIII Edição No 442 Fortaleza, Ceará, Brasil Sexta-feira, 3 de junho de 2016

Arara-azul-de-lear(Anodorhynchus leAri) Espécie ameaçada de extinção, ocorre exclusivamente na caatinga baiana, na região conhecida como Raso da Catarina. Estima-se que, atualmente, existam apenas cerca de 450 indivíduos na natureza, além de 38 em cativeiro.

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE Tolerância zero ao comércio ilegal de animais selvagens

Page 2: O Estado Verde 03/06/2016

2 VERDE

O Estado Verde é uma iniciativa do INVEXP, com apoio do jornal O Estado. EDITORA Tarcilia Rego JORNALISTA Fellipe Málaga DIAGRAMAÇÃO E DESIGN J. Júnior TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota. Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

Dia 3 de junhoAniversário da ECO92

Hoje é o aniversário da ECO 92. Vinte e quatro anos já se passaram daquela que ficou conhecida como a mais emblemática das cimeiras da ONU. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad), Cú-pula da Terra ou RIO 92 e ou ECO 92, aconteceu entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, no Rio de Janei-ro, e de lá para cá, marcou e mudou e muito, o jeito de a humanidade encarar a relação com o planeta, sob a ótica da sustentabilidade.

Teve tanta visibilidade e adesão de países que a reunião seguinte, em Johanesburgo, na África do Sul, foi apelidada de Rio+10. O principal documento produzido na conferên-cia foi a Agenda 21, um programa de ação que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmen-te racional. Ele concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

5 de junhoDia Mundial do Meio Ambiente (WED 2016)

Dia Mundial do Meio Am-biente ou World Environment Day (WED) é o dia mais im-portante da Organização das Nações Unidas (ONU) para incentivar a conscientização e ação mundial para a proteção do meio ambiente. Estabelecido durante a primeira Assembleia Geral ONU sobre o Ambiente Humano, a Conferência de Es-tocolmo, realizada na mesma data em 1972, tem crescido para se tornar uma plataforma global para a sensibilização do público, que é amplamente celebrada por partes interessadas em mais de 100 países.

Cada WED está organizado em torno de um tema que chama a atenção para uma preocupa-ção ambiental particularmente premente. WED 2016 tem como tema o comércio ilegal de ani-mais selvagens sob o slogan “Go Wild for Life” (Lutar pela vida Selvagem).

A expansão do tráfico e o comércio ilegal de ani-mais selvagens estão corroendo a biodiversidade da Terra e empurrando espécies inteiras para a extinção. Disposta a combater a situação, a Orga-

nização das Nações Unidas (ONU) declara tolerância zero a estes tipos de crimes e traz para o centro o Dia Mundial do Meio Ambiente de 2016, a luta contra o comércio ilegal de animais selvagens. “Go Wild for Life” é o slogan adotado pela ONU para celebrar o WED 2016 (World Environment Day), dia 5 de junho e Angola, a nação escolhida para sediar as celebrações. A escolha do país africana está fundamentada no conjunto de ações tomadas pelo governo Angolano para conservar e incentivar a procriação da população de elefan-tes e o estabelecimento de punições severas contra caçadores ilegais. Todo ano mais de 20 mil elefantes são exterminados naquele continente, por causa do marfim.

Na África e no resto do mundo, a comercialização de es-pécimes e produtos da vida silvestre, prospera tanto quanto destrói a natureza. O exótico pangolim, animal que levou cerca de 70 milhões de anos para evoluir, está à beira da

extinção, segundo Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), caçadores faturam muito dinheiro comerciali-zando as suas escamas 100% de queratina. A substância é largamente utilizada na indústria de cosméticos.

No Brasil, os números alarmam. Dados da Rede Nacio-nal de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) mostram que por ano, 38 milhões de espécimes são reti-rados da natureza e movimentam R$ 2 bilhões e meio. O Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirmam que mais de 1173 espécies estão em vias de extinção. Na Caatinga, 55 linhagens de animais estão ameaçadas, entre elas a bela arara-azul de lear, cujas penas possuem grande valor no mercado ex-terno. No Ceará, o soldadinho do Araripe e o periquito cara-suja estão sumindo. O fato é que a destruição dos animais silvestres é uma grande ameaça a nossa sustentabi-lidade. No entanto, aqui, como em todo o mundo, as penas para quem trafica são relativamente brandas, o que acaba estimulando o crime.

As atividades no Shopping Rio Mar para comemorar o WED 2016, já começaram dia 30 de maio com palestras e oficinas, promovidas pelo Instituto JCPM de Compromisso Social em parceria com empresas públicas e organizações do Terceiro Setor.

Hoje o dia começa às 08h com a ação “Jogando Lim-po com a Lagoa”. Jovens do IJCPM, junto à comunidade do entorno farão um Mutirão de Limpeza na área da Lagoa do Papicu. Acontece, ainda hoje, às 14h, na entrada principal do shopping, no Piso E1, a peça infantil “Dudeco e sua turma – A música e a natureza”.

E amanhã, o RioMar promo-verá a Maratona de Controle ao Mosquito Aedes Aegypti. A cami-nhada sairá do Parque do Cocó,

às 08h da manhã, e terminará na Lagoa do Papicu em frente ao shopping, e onde a população re-ceberá serviços de saúde e contará com atrações musicais. O RioMar também é apoiador da Cagece e Seuma no Passeio Ciclístico do Parque Ecológico do Cocó, que começa às 07h da manhã. A ativi-dade contemplará um circuito de 5 km, e um dos pontos de hidrata-ção será no RioMar.

Das 14h às 17h, a progra-mação da Semana do Meio Ambiente no RioMar será en-cerrada com a Oficina Reciclo-cidades, onde os participantes poderão aprender a produzir brincos e brinquedos com mate-riais reutilizáveis. A Oficina será ministrada por representantes da Cagece na entrada da La-goa do Papicu, no Piso E1.

Uma boa opção para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente: Festa da Vida 2016, organizada pelo Movimento Propar-que, e que acontece das 16 às 19h, no Parque Rio Branco, em Fortaleza. A Festa da Vida é um projeto de comunicação do Mo-vimento realizado desde 1998, em conjunto com as forças sociais que promo-vem a vida, sob qualquer aspecto – portanto, não só

o estrito ambiental.Neste evento as entida-

des divulgam o que fazem pela vida. Trazem registros de seus atos, divulgam suas campanhas, expõem e vendem seus produtos e serviços, se for o caso. Meios para isso: exposição, teatro, música, performan-ce, manifestação, oficinas, canto, panfletagem. Cada entidade providencia tudo o que precisar.

Inscreva-se! É grátis, e

basta enviar e-mail para [email protected], dizendo o que pretende fazer ou expor na festa. Recomendamos conhe-cer o Parque Rio Branco, para prever onde atuar ou expor.

SERVIÇO: FESTA DA VIDA 2016

Quando? Dia 5 de junho das 16 às 19h.

Onde? Parque Rio Bran-co, Bairro Joaquim Távora.

O Shopping Benfica comemora mais uma vez o Dia Mundial do Meio Ambiente. As atividades come-çaram quarta-feira (1º) e seguem até o dia 5, domingo. O público participa das atividades educativas para conscientizar sobre o uso de recursos naturais. A Semana terá programação com oficina

de reciclagem para crianças e adultos; exibição de vídeos sobre o Cocó; Palestras e distribuição de mudas em pareceria com a Secreta-

ria de Meio Ambiente do Estado (Sema) e ainda recebe-rá visita de estudantes. Todas as atividades são gratuitas. Durante a programação, serão distribuídas mudas de árvores. Mais informações: 3243-1000.

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou audiência pública, sobre os parques ur-banos e as áreas verdes da capital. A Semana será realizada este ano entre os dias 4 e 11 de junho. Requerida pelo vereador João Alfredo (PSOL), a audiência reuniu representantes do poder público e da sociedade civil para discutir a situação do meio am-biente através do olhar para as

áreas verdes e para os par-ques urbanos criados em Fortaleza. A capital

conta atualmente com cerca de 30 áreas verdes públicas, entre parques,

praças, polos de lazer e algu-mae3s unidades de conservação. Segundo o Inventário Ambiental de Fortaleza, entre os anos 1968 e 2003 a cidade perdeu cerca de 90% da cobertura natural, per-manecendo em 2003 com apenas 7% da vegetação original.

EDITORIAL Vida selvagem em risco

16ª SEMANADo Meio Ambiente no Shopping Benfica

PARQUES PÚBLICOSNo centro da Semana do Meio Ambiente

RIOMAR FORTALEZASemana do Meio Ambiente 2016

SEMANA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

De 3 a 4 de junho Ministério do Meio Ambiente

Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, hoje e amanhã, em Brasília, acon-tecem eventos gratuitos no Museu da Re-pública, na Esplanada dos Ministérios. A programação que é uma realização do Mi-nistério do Meio Ambiente (MMA) contempla diferentes atividades para todos os públicos. Hoje, às 18h30, haverá o lançamento do Cir-cuito Tela Verde, uma iniciativa do Departa-mento de Educação Ambiental do MMA.

Às 19h, começa a “Conferência de Ideias que Merecem ser Disseminadas”. O evento foi baseado nas conferências TED, palestras curtas, com uma linguagem ágil e apropriada para a velocidade dos novos tempos. Estão confirmadas as participa-ções do líder humanitário Prem Baba. Em seguida, atrações musicais irão se apresen-tar. Amanhã, será exibida, às 15h, a anima-ção “O Menino e o Mundo”, o filme que concorreu ao Oscar da categoria, em 2016.

FOTO JOEL SARTORE

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3VERDE

#WILDFORLIFE

POR TARCÍLIA [email protected]

A expansão do co-mércio ilegal de animais selvagens está corroendo a

preciosa biodiversidade da Terra, assaltando o nosso património natural e em-pur- rando espécies

inteiras para a e x t i n ç ã o .

Com a h a s h t a g # W i l d ,

a Organi-zação das

Nações U n i -d a s

( O N U ) a c a b a

de lançar campanha visando

combater este tipo de comercialização

e declara tolerância zero a estes tipos de

crimes. Em comunicado a im-

prensa, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que milhares de ani-mais selvagens são mortos ilegalmente a cada ano, muitas vezes por redes de crime organizado mo-tivadas pelo lucro e pela ganância. “Peço a todos os governos e às pessoas em todos os lugares que apoiem a nova campanha da ONU, “Wild for life” (Pela vida selvagem), que visa a mo-bilizar o mundo para a c a b a r com esse c o -

mércio destrutivo”, disse. “Preservar a vida selvagem é crucial para o bem-estar das pessoas e do planeta”, acrescentou o secretário--geral.

WED 2016O tema deste ano para

lembrar o Dia Mundial do Meio Ambiente (WED 2016) - Go Wild for Life – convida o mundo a ce-

lebrar todas as espécies ameaçadas e tomar me-

didas para ajudar a pro-tegê-las para as gerações futuras. “ Seja você quem for, e onde quer que você vive, mostrar a tolerância zero para o comércio ile-gal de animais selvagens em palavras e atos, é fazer a diferença”, é o mote por trás da campanha.

ODSAs agências das Nações

Unidas afirmaram que a interrupção desse comér-cio também é crucial para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Susten-tável das Nações Unidas (ODS), uma vez que ame-aça a biodiversidade, os meios de vida das pessoas e perturba a paz.

O Objetivo 15, em parti-cular, trata da vida terres-tre e inclui metas de com-bate à oferta e à demanda de produtos ilegais pro-venien-

tes de animais selvagens, e solicita a proteção da fauna e da flora selvagem, bem como dos ecossiste-mas dependentes.

#WildforLifeA campanha, que utili-

za a hashtag #WildforLife e visa a mobilizar milhões de pessoas a assumir com-promissos e tomar me-didas para acabar com o comércio ilegal de animais silvestres, foi lançada dia 25 em Nairóbi, no Quênia, durante a segunda sessão

da Assembleia Am-b i e n -

tal das Nações Unidas (Unea-2).

A campanha pede aos participantes que esco-lham suas espécies prefe-ridas e usem suas próprias esferas de influência para acabar com o comércio ilegal.

Celebridades apoiam Iniciativa executada

pelo Programa da ONU para o Meio Ambien-te (Pnuma), pelo Pro-grama da ONU para o Desenvolvimento (Pnud), pelo Es-critório das Na-

ções Uni-

das sobre Drogas e Crime (UNODC) e

pela Con-v e n ç ã o

s o b r e o Co-

mércio I n t e r n a -

cional de Es-pécies Ame-açadas de Fauna e Flo-ra Silvestres (CITES), está sendo apoiada por celebri-dades de todo o mundo, in-

cluindo embaixadores da Boa Vontade do Pnu-ma, como o jogador de fu-tebol Yaya Touré, que está apoiando elefantes, e o ator Ian Somerhalder, que defende os pangolins, e a modelo brasileira Gisele Bündchen, que luta pelas tartarugas-marinhas.

Segundo Bündchen, agora é o momento de aca-bar com todo o comércio ilegal de animais selva-gens. “Entristece-me que em pleno século 21, com todo o nosso conhecimen-to e poder, espécies sel-vagens ainda enfrentam a possibilidade de extinção pela ação do homem”, dis-se. A luta inclui conservar espécies como orangotan-gos, tigres, rinocerontes e calau-de-capacete.

*Com informações da ONU

Musa as passarelas, a brasileira Gisele Bündchen defende tartarugas-marinhas em campanha da ONU

FOTO PNUMA

Expansão do tráfico e comércio ilegal estão destruindo a vida selvagem, segundo a ONU

A matança e contrabando, além de destruir as espécies planetá-rias, também mina economias e ecossistemas, alimentando o crime organizado, e alimentando a corrupção e insegurança em todo o globo. De acordo com as agências da ONU, entre 2010 e 2012, 100 mil elefantes foram mortos na África para a extração de marfim.

Três rinocerontes são mortos todos os dias, e o rinoceronte negro ocidental já foi extinto. Pangolins, que são uma espécie de taman-duás escamosos, são os mamíferos mais traficados no mundo. Gran-des macacos já estão localmente extintos em vários países africanos. Crimes contra a natureza põe em perigo elefantes icônicos como os

rinocerontes, tigres, gorilas e tartarugas marinhas. Em 2011, uma su-bespécie do rinoceronte de Java foram extintos no Vietnã, enquanto os últimos rinocerontes negros ocidentais desapareceu dos Camarões no mesmo ano. Grandes macacos desapareceram da Gâmbia, Burki-na Faso, Benin e Togo. Acompanhe o infográfico.

Fonte: ONU

Angola: Anfitrião do WED 2016 Angola será o anfitrião das celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 2016. Um dos motivos que levou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) eleger o país africano foi a série de ações tomadas pelo governo angolano para restaurar manadas de elefantes, conservar a vida selvagem na África, rica em biodiversidade, e proteger o meio ambiente, enquanto continua a reconstruir

o país depois de mais de um quarto de século de guerra civil. “O trafico ilegal de vida selvagem, especialmente o de marfim e de chifre de rinoceronte, é um grande problema no nosso continente”, de acordo com a Ministra do Ambiente de Angola, Maria de Fátima Jardim. “Ao recebermos este dia de celebração e de sensibilização pública, procuramos enviar a mensagem clara de que essas práticas serão em breve erradicadas”, ressaltou Jardim durante a

solenidade de lançamento do WED 2016.

Passos significativos De acordo com o diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, em 2015, “o mundo deu passos significativos no combate ao comércio ilegal de animais silvestres, incluindo a primeira resolução das Nações Unidas sobre o tráfico dos mesmos, que apelou para que o assunto passasse a ser tratado como um crime grave, tanto a nível nacional como além

das fronteiras. “O Dia Mundial do Meio Ambiente 2016 vai destacar esses esforços através de um país que se comprometeu a eliminar essa prática”, ressaltou Steiner, em dezembro de 2015, por ocasião do lançamento do WED 2016.”O Pnuma aguarda com expectativa esta parceria com Angola, para aumentar a conscientização sobre o problema e acelerar a ação que vai proteger ecossistemas e espécies, da extinção”.

Motivadas pelo lucro e pela ganância, redes de crime organizado matam ilegalmente, a cada ano, milhares de animais selvagens

100,000AFRICAN ELEPHANTS Killed out of a population estimated at less than 500,000.

60%DECLINEAfrican Savannah Elephants in the United Republic of Tanzania.

50%DECLINEAfrican Savannah Elephants in Mozambique.

2010 - 2012 SINCE 2009

40%OF INTRASTATE CONFLICTS LINKED TO NATURAL RESOURCES IN THE LAST 60 YEARS.

80%OF MAJOR ARMED CONFLICTS IN THE LAST 50 YEARS OCCURRED IN BIODIVERSITY HOTSPOTS

2/3 PLUMMET IN FOREST ELEPHANT POPULATION DUE TO POACHING

2002 - 2011

170Estimated to be illegally exported out of Africa between 2009 and 2014

2009 - 2014

TONNESOF IVORY

$15-20BILLIONIllegal trade in wildlife is worth $15-20 billion annually, and is one of the largest illegal trades in the world, along with trafficking of drugs, arms and humans.

1338Killed by poachers in Africa according to the International Union for Conservation of Nature (IUCN).

2015

RHINOSKILLED

1000According to the Thin Green Line, over the last decade, individuals associated with the illegal trade in wildlife have killed 1,000 park rangers.

PARKRANGERSKILLED

PANGOLINSTHE MOST ILLEGALLY TRAFFICKED MAMMAL IN THE WORLD

With over one million animals taken from the wild in the past decade, pangolins are the most illegally trafficked mammal in the world.

$36 BILLIONPROTECTING WILD ANIMALS AND ECOSYSTEMS WOULD BENEFIT TOURISMIt brought sub Saharan Africa over $36 billion and contributed over 7% of its GDP in 2012.

CHIMPANZEES NOW

EXTINCTChimpanzees are now extinct in Gambia, Burkina Faso, Benin and Togo.

2016

GREAT APES LOST FROM THE WILD EVERY YEAR

3000OF ALL GREAT APE SEIZURES ARE ORANGUTANS

70%90In South Africa, rhino poaching increased between 2007 and 2015 from 13 rhinos killed in 2007 to 1,175 rhinos killed in 2015

2007 - 2015

FOLDINCREASE

11-26Illegal, unreported and unregulated (IUU) fishing is estimated at 11-26 million tonnes of fish each year, worth between $10 and $23 billion, causing depletion of fish stocks, price increase and loss of livelihoods for fishermen.

MILLIONTONNESOF FISH

Each live gorilla is bringing Uganda about $1 million per year in tourism revenues, while Rwanda, famous for its mountain gorillas made $304 million in eco-tourism in 2014, a $10 million increase over 2013.

EACH LIVE GORILLA IS BRINGING UGANDA ABOUT

$1 MILLION PER YEAR

USA & CHINA CLOSE THEIR TRADE IN ELEPHANT IVORYIn September 2015, two of the largest ivory markets in the world, US and China, announced they would be closing their international and domestic trade in elephant ivory.

NEPAL TO ACHIEVE ZERO RHINO POACHING Tougher penalties for poaching and a streamlined judicial system have helped Nepal to achieve zero rhino poaching in 3 out of the last 5 years, allowing the rhino population to grow by 21 per cent.

SEPTEMBER 2015

645RHINOS

534RHINOS

VS

2016

2011

139OPERATION COBRA IIIIn May 2015, the cross-continent Operation Cobra III brought together enforcement agencies from range, transit and destination countries.

Included elephant ivory, medicinal plants, rhino horns, pangolins and many more.

MAY 2015

ARRESTS247+

SEIZURES

ELEFANTES AFRICANOSMortos e uma população estimada em menos de500.000.

DECLÍNIOElefantes Africanos da Savana naRepública Unida da Tanzânia.

DECLÍNIOElefantes Africanos da Savanaem Moçambique.

TONELADASDE MARFIM

RINOCERONTES MORTOS

CHIMPANZES

BILHÕES

NOS ÚLTIMOS 60 ANOS,ESTÃO VINCULADOS AOSRECURSOS NATURAIS

CADA GORILA VIVO ESTÁ TRAZENDO A UGANDA CERCA DE

US$ 1 MILHÃO POR ANO, EM RECEITAS DE TURISMO,

EUA E CHINA ENCERRAM COMÉRCIO DE MARFIM DE ELEFANTES

NEPAL ATINGE META DE ZERAR CAÇA ILEGAL DE RINOCERONTES

OPERAÇÃO COBRA II

RINOCERONTES

RINOCERONTES

OCORRERAM EMHOTSPOTS DE BIODIVERSIDADE

POLICIAIS FLORESTAIS MORTOS

MILHÕES DE TONELADAS DE PEIXE

DOS CONFLITOS INTRA-ESTADUAIS

PROTEGER OS ANIMAIS E OS ECOSSISTEMAS BENEFICIA O TURISMO SELVAGEM

NOS ÚLTIMOS 50 ANOS DOS GRANDES CONFLITOS ARMADOS

SETEMBRO 2015

MAIO 2015

PRISÕES APREENSÕES

GRANDES MACACOS SELVAGENS DESAPARECEM A CADA ANO.

DE TODAS AS APREENSÕES DE GRANDES MACACOS SÃO ORANGOTANOS.

O MAMÍFERO MAIS TRAFICADO, ILEGALMENTE, NO MUNDO

EXTINÇÃO

US$ 15-20

US$ 36 BILHÕES

AUMENTO DE 90 VEZES

DECLÍNIO DA POPULAÇÃO DE ELEFANTES DA FLORESTA DEVIDO À CAÇA FURTIVA - ILEGAL.Estima-se que foram exportados, ilegalmente,

para fora da África entre 2009 e 2014.

Por caçadores na África, de acordo com aUnião Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Os chimpanzés estão extintos na Gâmbia, Burkina Faso, Benin e Togo.

O comércio ilegal de vida selvagem vale US$ 15-20 bilhões por ano, e é um dos maiores comércios ilegais do mundo, juntamente com o tráfico de drogas, armas e seres humanos.

Que deixou na África subsariana mais de US$ 36 bilhões, e contribuiu com mais de 7% do seu PIB em 2012.

Enquanto Ruanda, famosa por seus gorilas de montanha faturou em 2014, US$ 304 milhões com o ecoturismo. Um aumento de US $ 10 milhões, ao longo de 2013.

Em setembro 2015 dois dos maiores mercados de marfim no mundo, EUA e China, anunciaram que estariam encerraram o comércio internacional e interno de marfim.

Com penas mais duras de combate a caça ilegal e um sistema judicial simplificado ajudaram o Nepal a atingir a meta. Nenhum rinoceronte foi caçado ilegalmente nos 3, dos últimos 5 anos, o que permitiu que a população da espécie crescesse, 21%.

Em maio de 2015, a Operação Continental Cobra III reuniu agências de países, de trânsito e de migração, o que resultou em

Incluído marfim de elefante, plantas medicinais, chifres de rinoceronte, pangolins e muitos mais

A pesca Ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU), é estimada em 11 a 26 milhões de toneladas de peixe por ano, no valor entre US$ 10 e US$ 23 bilhões, causando o esgotamento das populações de peixes, o aumento dos preços e da perda de meios de subsistência para os pescadores.

Durante a última década, por indivíduos associados ao comércio ilegal de animais selvagens, de acordo com a Linha Verde de Frente de fronteiras.

Com mais de um milhão de animais capturados no meio selvagem na década passada, os pangolins são o mamífero mais ilegalmente traficados no mundo.

Na África do Sul, a caça furtiva de rinoceronte aumentou entre 2007 e 2015. 13 rinocerontes morreram em 2007e 1.175 foram mortos em 2015.

DESDE 20092010 - 2012

2009 - 2014

2015 2016

2007 - 2015

2002 - 2011

100,000AFRICAN ELEPHANTS Killed out of a population estimated at less than 500,000.

60%DECLINEAfrican Savannah Elephants in the United Republic of Tanzania.

50%DECLINEAfrican Savannah Elephants in Mozambique.

2010 - 2012 SINCE 2009

40%OF INTRASTATE CONFLICTS LINKED TO NATURAL RESOURCES IN THE LAST 60 YEARS.

80%OF MAJOR ARMED CONFLICTS IN THE LAST 50 YEARS OCCURRED IN BIODIVERSITY HOTSPOTS

2/3 PLUMMET IN FOREST ELEPHANT POPULATION DUE TO POACHING

2002 - 2011

170Estimated to be illegally exported out of Africa between 2009 and 2014

2009 - 2014

TONNESOF IVORY

$15-20BILLIONIllegal trade in wildlife is worth $15-20 billion annually, and is one of the largest illegal trades in the world, along with trafficking of drugs, arms and humans.

1338Killed by poachers in Africa according to the International Union for Conservation of Nature (IUCN).

2015

RHINOSKILLED

1000According to the Thin Green Line, over the last decade, individuals associated with the illegal trade in wildlife have killed 1,000 park rangers.

PARKRANGERSKILLED

PANGOLINSTHE MOST ILLEGALLY TRAFFICKED MAMMAL IN THE WORLD

With over one million animals taken from the wild in the past decade, pangolins are the most illegally trafficked mammal in the world.

$36 BILLIONPROTECTING WILD ANIMALS AND ECOSYSTEMS WOULD BENEFIT TOURISMIt brought sub Saharan Africa over $36 billion and contributed over 7% of its GDP in 2012.

CHIMPANZEES NOW

EXTINCTChimpanzees are now extinct in Gambia, Burkina Faso, Benin and Togo.

2016

GREAT APES LOST FROM THE WILD EVERY YEAR

3000OF ALL GREAT APE SEIZURES ARE ORANGUTANS

70%90In South Africa, rhino poaching increased between 2007 and 2015 from 13 rhinos killed in 2007 to 1,175 rhinos killed in 2015

2007 - 2015

FOLDINCREASE

11-26Illegal, unreported and unregulated (IUU) fishing is estimated at 11-26 million tonnes of fish each year, worth between $10 and $23 billion, causing depletion of fish stocks, price increase and loss of livelihoods for fishermen.

MILLIONTONNESOF FISH

Each live gorilla is bringing Uganda about $1 million per year in tourism revenues, while Rwanda, famous for its mountain gorillas made $304 million in eco-tourism in 2014, a $10 million increase over 2013.

EACH LIVE GORILLA IS BRINGING UGANDA ABOUT

$1 MILLION PER YEAR

USA & CHINA CLOSE THEIR TRADE IN ELEPHANT IVORYIn September 2015, two of the largest ivory markets in the world, US and China, announced they would be closing their international and domestic trade in elephant ivory.

NEPAL TO ACHIEVE ZERO RHINO POACHING Tougher penalties for poaching and a streamlined judicial system have helped Nepal to achieve zero rhino poaching in 3 out of the last 5 years, allowing the rhino population to grow by 21 per cent.

SEPTEMBER 2015

645RHINOS

534RHINOS

VS

2016

2011

139OPERATION COBRA IIIIn May 2015, the cross-continent Operation Cobra III brought together enforcement agencies from range, transit and destination countries.

Included elephant ivory, medicinal plants, rhino horns, pangolins and many more.

MAY 2015

ARRESTS247+

SEIZURES

ELEFANTES AFRICANOSMortos e uma população estimada em menos de500.000.

DECLÍNIOElefantes Africanos da Savana naRepública Unida da Tanzânia.

DECLÍNIOElefantes Africanos da Savanaem Moçambique.

TONELADASDE MARFIM

RINOCERONTES MORTOS

CHIMPANZES

BILHÕES

NOS ÚLTIMOS 60 ANOS,ESTÃO VINCULADOS AOSRECURSOS NATURAIS

CADA GORILA VIVO ESTÁ TRAZENDO A UGANDA CERCA DE

US$ 1 MILHÃO POR ANO, EM RECEITAS DE TURISMO,

EUA E CHINA ENCERRAM COMÉRCIO DE MARFIM DE ELEFANTES

NEPAL ATINGE META DE ZERAR CAÇA ILEGAL DE RINOCERONTES

OPERAÇÃO COBRA II

RINOCERONTES

RINOCERONTES

OCORRERAM EMHOTSPOTS DE BIODIVERSIDADE

POLICIAIS FLORESTAIS MORTOS

MILHÕES DE TONELADAS DE PEIXE

DOS CONFLITOS INTRA-ESTADUAIS

PROTEGER OS ANIMAIS E OS ECOSSISTEMAS BENEFICIA O TURISMO SELVAGEM

NOS ÚLTIMOS 50 ANOS DOS GRANDES CONFLITOS ARMADOS

SETEMBRO 2015

MAIO 2015

PRISÕES APREENSÕES

GRANDES MACACOS SELVAGENS DESAPARECEM A CADA ANO.

DE TODAS AS APREENSÕES DE GRANDES MACACOS SÃO ORANGOTANOS.

O MAMÍFERO MAIS TRAFICADO, ILEGALMENTE, NO MUNDO

EXTINÇÃO

US$ 15-20

US$ 36 BILHÕES

AUMENTO DE 90 VEZES

DECLÍNIO DA POPULAÇÃO DE ELEFANTES DA FLORESTA DEVIDO À CAÇA FURTIVA - ILEGAL.Estima-se que foram exportados, ilegalmente,

para fora da África entre 2009 e 2014.

Por caçadores na África, de acordo com aUnião Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Os chimpanzés estão extintos na Gâmbia, Burkina Faso, Benin e Togo.

O comércio ilegal de vida selvagem vale US$ 15-20 bilhões por ano, e é um dos maiores comércios ilegais do mundo, juntamente com o tráfico de drogas, armas e seres humanos.

Que deixou na África subsariana mais de US$ 36 bilhões, e contribuiu com mais de 7% do seu PIB em 2012.

Enquanto Ruanda, famosa por seus gorilas de montanha faturou em 2014, US$ 304 milhões com o ecoturismo. Um aumento de US $ 10 milhões, ao longo de 2013.

Em setembro 2015 dois dos maiores mercados de marfim no mundo, EUA e China, anunciaram que estariam encerraram o comércio internacional e interno de marfim.

Com penas mais duras de combate a caça ilegal e um sistema judicial simplificado ajudaram o Nepal a atingir a meta. Nenhum rinoceronte foi caçado ilegalmente nos 3, dos últimos 5 anos, o que permitiu que a população da espécie crescesse, 21%.

Em maio de 2015, a Operação Continental Cobra III reuniu agências de países, de trânsito e de migração, o que resultou em

Incluído marfim de elefante, plantas medicinais, chifres de rinoceronte, pangolins e muitos mais

A pesca Ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU), é estimada em 11 a 26 milhões de toneladas de peixe por ano, no valor entre US$ 10 e US$ 23 bilhões, causando o esgotamento das populações de peixes, o aumento dos preços e da perda de meios de subsistência para os pescadores.

Durante a última década, por indivíduos associados ao comércio ilegal de animais selvagens, de acordo com a Linha Verde de Frente de fronteiras.

Com mais de um milhão de animais capturados no meio selvagem na década passada, os pangolins são o mamífero mais ilegalmente traficados no mundo.

Na África do Sul, a caça furtiva de rinoceronte aumentou entre 2007 e 2015. 13 rinocerontes morreram em 2007e 1.175 foram mortos em 2015.

DESDE 20092010 - 2012

2009 - 2014

2015 2016

2007 - 2015

2002 - 2011

100,000AFRICAN ELEPHANTS Killed out of a population estimated at less than 500,000.

60%DECLINEAfrican Savannah Elephants in the United Republic of Tanzania.

50%DECLINEAfrican Savannah Elephants in Mozambique.

2010 - 2012 SINCE 2009

40%OF INTRASTATE CONFLICTS LINKED TO NATURAL RESOURCES IN THE LAST 60 YEARS.

80%OF MAJOR ARMED CONFLICTS IN THE LAST 50 YEARS OCCURRED IN BIODIVERSITY HOTSPOTS

2/3 PLUMMET IN FOREST ELEPHANT POPULATION DUE TO POACHING

2002 - 2011

170Estimated to be illegally exported out of Africa between 2009 and 2014

2009 - 2014

TONNESOF IVORY

$15-20BILLIONIllegal trade in wildlife is worth $15-20 billion annually, and is one of the largest illegal trades in the world, along with trafficking of drugs, arms and humans.

1338Killed by poachers in Africa according to the International Union for Conservation of Nature (IUCN).

2015

RHINOSKILLED

1000According to the Thin Green Line, over the last decade, individuals associated with the illegal trade in wildlife have killed 1,000 park rangers.

PARKRANGERSKILLED

PANGOLINSTHE MOST ILLEGALLY TRAFFICKED MAMMAL IN THE WORLD

With over one million animals taken from the wild in the past decade, pangolins are the most illegally trafficked mammal in the world.

$36 BILLIONPROTECTING WILD ANIMALS AND ECOSYSTEMS WOULD BENEFIT TOURISMIt brought sub Saharan Africa over $36 billion and contributed over 7% of its GDP in 2012.

CHIMPANZEES NOW

EXTINCTChimpanzees are now extinct in Gambia, Burkina Faso, Benin and Togo.

2016

GREAT APES LOST FROM THE WILD EVERY YEAR

3000OF ALL GREAT APE SEIZURES ARE ORANGUTANS

70%90In South Africa, rhino poaching increased between 2007 and 2015 from 13 rhinos killed in 2007 to 1,175 rhinos killed in 2015

2007 - 2015

FOLDINCREASE

11-26Illegal, unreported and unregulated (IUU) fishing is estimated at 11-26 million tonnes of fish each year, worth between $10 and $23 billion, causing depletion of fish stocks, price increase and loss of livelihoods for fishermen.

MILLIONTONNESOF FISH

Each live gorilla is bringing Uganda about $1 million per year in tourism revenues, while Rwanda, famous for its mountain gorillas made $304 million in eco-tourism in 2014, a $10 million increase over 2013.

EACH LIVE GORILLA IS BRINGING UGANDA ABOUT

$1 MILLION PER YEAR

USA & CHINA CLOSE THEIR TRADE IN ELEPHANT IVORYIn September 2015, two of the largest ivory markets in the world, US and China, announced they would be closing their international and domestic trade in elephant ivory.

NEPAL TO ACHIEVE ZERO RHINO POACHING Tougher penalties for poaching and a streamlined judicial system have helped Nepal to achieve zero rhino poaching in 3 out of the last 5 years, allowing the rhino population to grow by 21 per cent.

SEPTEMBER 2015

645RHINOS

534RHINOS

VS

2016

2011

139OPERATION COBRA IIIIn May 2015, the cross-continent Operation Cobra III brought together enforcement agencies from range, transit and destination countries.

Included elephant ivory, medicinal plants, rhino horns, pangolins and many more.

MAY 2015

ARRESTS247+

SEIZURES

ELEFANTES AFRICANOSMortos e uma população estimada em menos de500.000.

DECLÍNIOElefantes Africanos da Savana naRepública Unida da Tanzânia.

DECLÍNIOElefantes Africanos da Savanaem Moçambique.

TONELADASDE MARFIM

RINOCERONTES MORTOS

CHIMPANZES

BILHÕES

NOS ÚLTIMOS 60 ANOS,ESTÃO VINCULADOS AOSRECURSOS NATURAIS

CADA GORILA VIVO ESTÁ TRAZENDO A UGANDA CERCA DE

US$ 1 MILHÃO POR ANO, EM RECEITAS DE TURISMO,

EUA E CHINA ENCERRAM COMÉRCIO DE MARFIM DE ELEFANTES

NEPAL ATINGE META DE ZERAR CAÇA ILEGAL DE RINOCERONTES

OPERAÇÃO COBRA II

RINOCERONTES

RINOCERONTES

OCORRERAM EMHOTSPOTS DE BIODIVERSIDADE

POLICIAIS FLORESTAIS MORTOS

MILHÕES DE TONELADAS DE PEIXE

DOS CONFLITOS INTRA-ESTADUAIS

PROTEGER OS ANIMAIS E OS ECOSSISTEMAS BENEFICIA O TURISMO SELVAGEM

NOS ÚLTIMOS 50 ANOS DOS GRANDES CONFLITOS ARMADOS

SETEMBRO 2015

MAIO 2015

PRISÕES APREENSÕES

GRANDES MACACOS SELVAGENS DESAPARECEM A CADA ANO.

DE TODAS AS APREENSÕES DE GRANDES MACACOS SÃO ORANGOTANOS.

O MAMÍFERO MAIS TRAFICADO, ILEGALMENTE, NO MUNDO

EXTINÇÃO

US$ 15-20

US$ 36 BILHÕES

AUMENTO DE 90 VEZES

DECLÍNIO DA POPULAÇÃO DE ELEFANTES DA FLORESTA DEVIDO À CAÇA FURTIVA - ILEGAL.Estima-se que foram exportados, ilegalmente,

para fora da África entre 2009 e 2014.

Por caçadores na África, de acordo com aUnião Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Os chimpanzés estão extintos na Gâmbia, Burkina Faso, Benin e Togo.

O comércio ilegal de vida selvagem vale US$ 15-20 bilhões por ano, e é um dos maiores comércios ilegais do mundo, juntamente com o tráfico de drogas, armas e seres humanos.

Que deixou na África subsariana mais de US$ 36 bilhões, e contribuiu com mais de 7% do seu PIB em 2012.

Enquanto Ruanda, famosa por seus gorilas de montanha faturou em 2014, US$ 304 milhões com o ecoturismo. Um aumento de US $ 10 milhões, ao longo de 2013.

Em setembro 2015 dois dos maiores mercados de marfim no mundo, EUA e China, anunciaram que estariam encerraram o comércio internacional e interno de marfim.

Com penas mais duras de combate a caça ilegal e um sistema judicial simplificado ajudaram o Nepal a atingir a meta. Nenhum rinoceronte foi caçado ilegalmente nos 3, dos últimos 5 anos, o que permitiu que a população da espécie crescesse, 21%.

Em maio de 2015, a Operação Continental Cobra III reuniu agências de países, de trânsito e de migração, o que resultou em

Incluído marfim de elefante, plantas medicinais, chifres de rinoceronte, pangolins e muitos mais

A pesca Ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU), é estimada em 11 a 26 milhões de toneladas de peixe por ano, no valor entre US$ 10 e US$ 23 bilhões, causando o esgotamento das populações de peixes, o aumento dos preços e da perda de meios de subsistência para os pescadores.

Durante a última década, por indivíduos associados ao comércio ilegal de animais selvagens, de acordo com a Linha Verde de Frente de fronteiras.

Com mais de um milhão de animais capturados no meio selvagem na década passada, os pangolins são o mamífero mais ilegalmente traficados no mundo.

Na África do Sul, a caça furtiva de rinoceronte aumentou entre 2007 e 2015. 13 rinocerontes morreram em 2007e 1.175 foram mortos em 2015.

DESDE 20092010 - 2012

2009 - 2014

2015 2016

2007 - 2015

2002 - 2011

Nações Unidas declaram tolerância zero ao comércio ilegal de animais selvagens

Page 4: O Estado Verde 03/06/2016

4 VERDE

A biodiversidade do planeta pede socorro; a do Ceará também

VIDA SELVAGEM

O Dia Mundial do Meio Ambiente levanta bandeira em defesa da fauna silvestre, traficada pelos quatro cantos

do mundo. Talvez, gerações futuras só conhecerão alguns tipos de animais através de imagens

POR FELIPE MÁ[email protected]

O Dia Mundial do Meio Ambiente le-vanta bandeira em defesa da fauna

silvestre, traficada pelos quatro cantos do mundo. Talvez, gerações futuras só conhecerão alguns tipos de animais através de imagens

A vida silvestre corre pe-rigo, seja nas savanas afri-canas ou na bacia amazô-nica, na Caatinga do Ceará ou mesmo aí, bem perto da sua casa, no seu quintal. A biodiversidade do planeta clama por socorro, a Ter-ra chora por cada espécie que se extingue, por cada bicho que é transportado ilegalmente e agoniza den-tro de uma jaula minúscu-la, impedido de desfrutar da liberdade que lhe é de direito, enclausurado como criminoso, quando muitas vezes o malfeitor está exa-tamente do lado oposto da situação.

O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemora-do em 5 de junho, levanta justamente a bandeira da fauna selvagem que é tra-ficada aos montes pelos quatro cantos do mundo, exemplares de aves, peixes, insetos, mamíferos, répteis, anfíbios muitas vezes raros, que viram peças para cole-cionadores particulares ou produtos para fins científi-cos, espécies que são muti-ladas e abatidas cruelmente para abastecer, com peles, dentes, ossos, penas, entre outras partes, um comércio clandestino vil e sorratei-ro que movimenta muitos bilhões – sendo a terceira atividade ilícita mais lu-crativa atualmente, ficando atrás apenas do contraban-do de drogas e armas –, um dinheiro sujo, manchado com o sangue da natureza.

A matança e o tráfi-co são responsáveis dire-tos pelo desaparecimento de espécies, o que conse-quentemente, desequilíbra

os diversos ecossistemas planetários. Dados extra-ídos do relatório da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silves-tres (Renctas), cerca de 38 milhões de espécimes são retirados da natureza, por ano, só no Brasil, movi-mentando em média R$ 2 bilhões e meio.

CearáVoltando as atenções

para o Ceará, é possível ob-servar o impacto da ação poderosa do mercado clan-destino. O Instituto Bra-sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ates-ta que são apreendidos, a cada mês, aproximadamen-te, 500 animais em situação ilegal em território cearen-se, o que dá um total de seis mil espécimes a cada 365 dias, mas é consenso que esse número certamente é menor do que a realidade dos fatos.

Os dados são alarman-tes, as consequências de-vastadoras, e a certeza de que muita coisa ainda pode e deve ser feita para com-bater a ação nefasta de mi-lhares de atores envolvidos nesses esquemas de forne-cedores, passando pelos in-termediários (os populares facilitadores), chegando aos consumidores, esta-belecendo leis e punições bem mais severas do que as vigoram no Brasil, que parecem não amendrontar traficantes.

“A morosidade do sistema acaba por instigar a quem pratica esse tipo de ato, gente do alto escalão inserida no co-mércio ilegal que muitas vezes caem nas mãos da justiça, mas acabam voltando a atuar por acreditarem que compensa, já que as sanções não são tão rigorosas assim”, atesta Miller Holanda Câmara, coordena-dor substituto de fiscalização do Ibama, no Ceará.

Belo Monte A riqueza da biodiver-

sidade brasileira desper-ta a cobiça mundo afora, tornando-se alvo fácil para a clandestinidade, captura e mercantilização dos pro-dutos da vida selvagem. No entanto, engana-se quem pensa que apenas o tráfico pode ser o único responsá-vel pelo desaparecimento de tantas espécies, o desma-tamento, as queimadas, os grandes empreendimentos, a exemplo das hidrelétricas e a poluição, que também impactam e colocam em xeque a vida animal.

Vale a lembrança que a construção dos reservató-rios da Usina Hidrelétrica Belo Monte, localizada em Vitória do Xingu, no Pará, afungentou mais de 200 mil espécimes de seus habitat, de acordo com dados da Norte Energia S.A., sendo que milhares desses ani-mais, por diversas razões, foram considerados inap-tos a regressarem à nature-za posteriormente e, assim sendo acabaram encami-nhados a centros de biolo-gia, zoológicos e museus. E o problema pode ser ainda mais grave, já que o prazo para a conclusão das obras de Belo Monte é 2019.

Sérios riscos Segundo o Instituto Chi-

co Mendes (ICMBio) e o Ministério do Meio Am-biente (MMA), no Brasil, mais de 1173 espécies cor-rem sérios riscos de ex-tinção. Alguns casos em-blemáticos ilustram esses dados, como a arara-azul – cujas penas possuem grande valor no mercado exterior, a ariranha – ví-tima da pesca predatória, o gato-maracajá – felino perseguido para que sua pele vire artigo de luxo nos ombros de madames, mico--leão-dourado – que só so-brevive no Rio de Janeiro hoje em dia mesmo sendo oriundo da Amazônia, ou de bichos menos conheci-dos como baleia-franco--do-sul, muriqui-do-norte,

saíra militar, sapo-folha ou uacari-branco.

A lista é enorme, assim como deveria ser a nossa preocupação. Você já pa-rou para pensar que gera-ções futuras só poderão conhecer alguns tipos de animais através de simples ima-gens?

CaatingaA Caatinga,

principal bioma da região Nordes-te, e único distribuído exclusivamente no Brasil e que ocupa 92% do territó-rio do Ceará, engana. Para muitos a vegetação semiá-rida e seca não possui “vida”. Ledo engano! Ali, existe uma rica e diversificada biodiver-sidade com espécies genuínas endêmicas e que estãocorren-do sérios riscos de desaparer. Ao todo, 55 linha-gens de animais estão ameaçadas de extinção, onde o peixe-boi marinho, o soldadinho do araripe, o periquito cara--suja e a tartaruga-de-couro são as principais figuras dessa lista.

Segundo o Livro Ver-melho da Fauna Brasilei-ra Ameaçada de Extinção, o ecossistema nordesti-no ainda não figura entre aqueles com maior índi-ce de dese-quilíbrio, entretanto a situação não deixa de ser preocu-pante, principal-mente por ser a Caatinga, um bio-ma muito pouco estudado. Toda-via, como funcio-na o esquema de co-mércio ilegal da fauna selvagem? Quem ven-de e quem compra os animais?

Criadouros: uma solução “caseira”Mas para onde vão os animais que são recuperados em ações

dos órgãos responsáveis? Qual é o destino dados a esses bichos? Que tipo de tratamento é reservado a eles? Quem cuida? Quem se responsabiliza por recondicioná-los e devolvê-los ao meio ambiente? Esses são questionamentos comuns para quem en-xerga de fora a situação. A solução? Os criadouros particulares.

O que são?Os criadouros são empreendimentos pertencentes a pes-

soas físicas ou jurídicas, com a finalidade de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro, e de acordo com finalidades específicas, são divididos em categorias. Dentre os empre-endimentos referentes a animais selvagens regulamentados podemos destacar os centros de triagem e reabilitação, para fins científicos e comerciais, jardim zoológico, entre outros.

Como ter um?Para ser proprietário de um criadourou, é necessário es-

tar devidamente legalizado no órgão ambiental competente. Em linhas gerais, é preciso realizar o cadastro da atividade no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Polui-doras e Utilizadoras de Recursos Ambientais – CTF/APP, bem como realizar o cadastro no Sistema Sisfauna, ambos realizados

no site do Ibama (http://www.ibama.gov.br) e posteriormente, solicitar, no casood Ceará, na Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), licença ambiental para a ati-vidade, apresentando a documentação necessária.

Como funciona?Semace e Ibama têm um acordo de cooperação

técnica, portanto as duas autarquias trabalham em conjunto para fiscalizar e verificar a legali-dade e o funcionamento desses espaços, ambos garantem que os criadouros destinam aos ani-mais em questão todo o bem-estar e a atenção que eles preciasam e merecem. Há um frequente acompanhamento dos criadouros.

E os criadouros falsos?Segundo os dois órgãos responsáveis,

não há estimativas oficias sobre o quantita-tivo de empreendimentos de uso e manejo da f a u n a silvestre em cativeiros ilegais. A identificação é feita median-te as fiscalizações periódicas, iniciadas principalmente pelo recebimento de denúncias.

Page 5: O Estado Verde 03/06/2016

5VERDE

Tudo começa com os fornecedores, que compõem a base da

pirâmide, digamos assim. É um grupo comumente formado por indígenas, ribeirinhos, lavradores, posseiros, peões e donos de pequenas

propriedades, pessoas de pouca instrução e com necessidade de dinheiro

para complementarem suas rendas domésticas.

São eles quem alimentam todo o negócio, já que caçam, apreendem e comercializam ps produtos da fauna silvestre, movidos pela precisão, ganância e baseados no falso discurso de inesgotabilidade das riquezas naturais. Em pleno século XIX, ainda existem feiras e pequenos estabalecimentos em cidades

interioranas que vendem bichos, principalmente aves, de forma livre.

Os intermediários, também chamados

de facilitadores e atravessadores,

agem

estabelecendo o intercâmbio entre a base e o topo do comércio, são eles quem articulam, negociam e transportam os animais entre as partes. Este é um grupo que muito se assemelha com os demais, e pode até ser confundido, pois há, por exemplo, fazendeiros, gente com posses, que tanto agem facilitando a revenda, como também podem ser eles mesmos os compradores

finais. Existem inclusive, pessoas influentes em órgãos governamentais envolvidas no esquema, até entidades como zoológicos que realizam intermediações, tanto dentro como para fora do território nacional. Segundo dados do Renctas, há quase cinco mil portais e páginas na internet contendo anúncios de compra,

troca e venda de animais silvestres.Criadouros particulares ilegais, zoológicos, empresas de moda e estilismo, indústria farmacêutica e de cosméticos, museus, colecionadores, entre tantos outros exemplos formam o topo da pirâmide, um grupo de consumidores, que sustenta e financia toda essa rede clandestina.

Personagens do tráfico

Estrutura das redes e rota de tráfico no BrasilAs redes de tráfico de animais selvagens, como

qualquer outra criminosa, têm grande flexibilidade e adaptabilidade e se juntar com outras categorias ou atividades (legal ou ilegal), tais como drogas, armas, álcool e pedras preciosas. Os produtos são por vezes enviados a partir das mesmas regiões e têm práticas semelhantes, tais como falsificação, corrupção de funcionários, sonegação de impostos,

declarações aduaneiras fraudulentas, entre outros.A maioria dos animais silvestres é capturada

nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mas a principal rota de transporte desses animais está no sentido da região Nordeste para a Sudeste. Há verdadeiras redes organizadas para enganar a fis-calização existente nas principais rodovias do país. Essas redes agem de forma que os animais sejam transportados por até 3.000 quilômetros de dis-tância sem que os traficantes sejam descobertos. A maior parte do público consumidor está no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Em caso de identificação de criadouros ilegais, denuncie, faça sua parte, entre em contato:

Ibama (Linha Verde) 0800-618080

Semace (Disque-Natureza)0800-275-2233

Ibama: www.ibama.gov.br

Page 6: O Estado Verde 03/06/2016

6 VERDE

Sufocados com o avanço das florestas de concreto, animais silvestres adaptam-se à cidade

ECOLOGIA URBANA

POR TARCÍLIA [email protected]

Em 2015 a Organização das Nações Unidas (ONU) estimou a po-pulação mundial em

7,3 bilhões, dos quais 54% vivem em centros urbanos. A expansão rápida e contí-nua das cidades resultou na diminuição dos ambientes naturais e como consequên-cia aumentou a presença de animais silvestres nos espa-ços urbanos ou ambientes antropizados.

Segundo a Associação Brasileira de Criadores e Co-merciantes de Animais Sil-vestres e Exóticos (Abrase), pesquisadores já reconhecem as polis como verdadeiros laboratórios para estudar a evolução e uma “nova eco-logia” de espécies silvestres, que facilmente estão se adap-tando ao ambiente urbano. “Alguns, por exemplo, estão tendo mais sucesso em áreas urbanas do que aqueles que estão vivendo em ecossiste-

mas naturais.”Muitos animais silvestres

de vida livre convivem em áreas consideradas subúr-bios, como gaviões, soins ou saguis, iguanas, raposas, tejos, corujas e serpentes, perto do que restou das ma-tas nativas. No entanto, são cada vez mais atraídos pela região central, aonde se de-param com maior acúmulo de restos de comida.

Sinantropia Um bom exemplo de si-

nantropia, como biólogos denominam o fenômeno de adaptação de animais em am-bientes criados pelo homem – o termo que não vale para animais domésticos, como cães e gato – é o sagui-de- tufo preto e o de tufo branco, ou simplesmente sagui , am-bos do gênero Callithrix , da família Callitrichidae. Estes, espécies endêmicas do Brasil.

É um animal que gosta ou só sabe viver em grupo, ge-ralmente de 15 a 18 indiví-duos. Há espécies de saguis

por toda a América do Sul, habitando em bandos, as árvores de matas e flores-tas. Com seu jeito amistoso, esperto e cheio de graça, o pequeno macaco conquista adultos e crianças.

Até recentemente, no cru-zamento da Rua Barão de Aracati com a Padre Luiz Fi-gueiras, em frente à sede do jornal O Estado, no Bairro Aldeota, era possível obser-var na copa das árvores uma família de saguis brincalho-na e divertida, convivendo com o frisson da movimen-tada e antropizada região, tão impactada pela poluição sonora e do ar.

Questão de tempo O Sr. Antônio [já faleci-

do], e que morou por muitos anos, ali, vizinho ao jornal e também próximo da família de soins, costumava me di-zer que aqueles ”bichinhos” faziam-no lembrar da vida na floresta. Ele viveu por alguns anos em uma fazenda na fronteira do Maranhã com o

Pará, região pré-amazônica.“É só uma questão de

tempo, Tarcilia”, profetizava Sr. Antônio. “Eles desapare-cerão! Buscarão outro local, certamente, estas árvores sai-rão daí”, costumava falar para mim. E assim foi.

Um belo dia, ao chegar para trabalhar, constatei as profecias: as árvores já não estavam mais ali, foram der-rubadas. Segundo informa-ram, atrapalhavam a fiação. Nunca mais vi a família de soins passeando entre os ga-lhos e os fios de iluminação, que tanto despertavam mi-nha curiosidade e alegria.

Sr. Antônio me dizia que eles morreriam sem as árvo-res ou “então que buscariam outra floresta” na cidade ou alguém os “pegariam” para criar em casa. Os animais sil-vestres “invadem” as cidades, em grande parte, porque seu habitat natural foi invadido pelo ser humano.

Doente e deprimidoJá é bem comum, que além

dos tradicionais cães e gatos, muitas pessoas criem outros tipos de animais silvestres, como aves, mamíferos e até répteis. E um dos animais que tem atraído muito a aten-ção é o sagui, que apresenta comportamento baseado no aprendizado e muito pouco no instinto.

Mas quando criados em casa, muitos proprietários acabam alimentando o “bi-chinho”, somente com fru-tas, principalmente banana. E a falta de nutrientes e de variação do cardápio acaba levando o animalzinho a perder o apetite e ficar do-ente e deprimido.

De acordo com a Abrase, o sagui é um animal onívo-ro que necessita bastante de proteína e cálcio, sobretudo quando jovem. “A alimen-tação regular deve sempre contar com, pelo menos, um item do grupo de frutas, legumes, carnes, grãos, lei-te e derivados, entre muitos outros produtos disponíveis no varejo.”

l Conforme a Lei Federal nº 9.605/98, Animais silvestres nativos são aqueles que vivem livres em ambiente natural e que possuam o seu ciclo biológico desenvolvido dentro do País.

l O sagui mede aproximadamente 25 centímetros, sem incluir a cauda de tamanho longo. Pesa de 250 a 400 gramas e possui pelagem em tons cinza, branco, preto e marrom, sendo que o mais comum conta com tufos de pelos nas orelhas.

Para a bióloga, Sophia Ville-gas, se de um lado a tendência de animais e humanos conviverem em ambientes urbanos permite enriquecer a fauna das cidades, “isso não deve ser entendido

como algo necessariamente po-sitivo”, disse, a também educa-dora ambiental, que cria uma cobra em casa e alimenta a mesma com pequenos roedores congelados, comprados em lojas

especializadas.Conviver, cuidar, aumentar a

convivência de animais da flo-resta com os habitantes dos cen-tros urbanos de forma harmô-nica ou quase harmônica [não

tem como ser 100% harmônica], “não muda o fato de que uma crise ecológica está posta e está afetando a fauna urbana assim como já afetou a fauna nas flo-restas”, encerra Sophia.

FLÁVIA MIRANDA*Texto/Adaptação

A Caatinga é o único bio-ma exclusivamente brasi-leiro e muitas vezes, quan-do nela pensamos, vem em nossa mente o Sertão, um lugar seco e sem vida. Isso é um mero devaneio, pois na região existe uma rica bio-diversidade que contempla espécies endêmicas da fauna e flora brasileira. A fauna é, principalmente, composta por répteis e aves, existindo também algumas espécies de mamíferos e anfíbios e que na grande maioria, são animais de hábitos notur-nos. No entanto, diversas espécies da Caatinga estão em perigo de extinção, de-vido, principalmente, à caça predatória pelas populações que habitam a região.

Arara-azul Cerca de 350 espécies de

fauna são endêmicas do Bio-ma, entre elas, aves, répteis, mamíferos, anfíbios e peixes. É na nessa terra tão rica que vivem animais com alto grau de extinção como a ararinha--azul (Anodorhynchus spix), da qual só se encontrou um único macho na natureza. Outro exemplo é a arara--azul-de-lear (Anodorhyn-chus leari) que usa os arredo-res de Canudos na Bahia e há menos de 150 exemplares no meio ambiente natural.

Cerca de 350 espécies de fauna são endêmicas do bio-ma, entre elas aves, répteis, mamíferos, anfíbios e peixes. Mas os animais que vivem em terra tão rica estão amea-çados com alto grau de extin-ção como é o caso da arari-

nha-azul (Anodorhynchus spix), da qual só se encontrou um único macho na nature-za. Tem ainda a arara-azul--de-lear (Anodorhynchus leari) que usa os arredores de Canudos na Bahia, mas exis-tem menos de 150 exempla-res da ave, na natureza.

Tatu-bolaOutra espécie ameaçada

de extinção é o tatu-bola. Conhecido cientificamente como Tolypeutes tricinctus, é o menor e menos conhecido de tatu do Brasil, é uma es-pécie endêmica e vive predo-minantemente na Caatinga e

em algumas áreas do Cerra-do. Não cava grandes tocas e é considerada um insetívoro, alimenta-se principalmente de cupins, porém, outros in-vertebrados e material vege-tal podem constituir a dieta do tatu, que ainda pode con-sumir frutos, durante a esta-ção chuvosa.

O animalzinho selvagem tem a capacidade de curvar sua carapaça, ficando assim no formato de uma bola, uma estratégia de defesa e que auxilia contra eventuais predadores. Geralmente, possui três bandas móveis na carapaça e a tem a cauda co-

berta por escudos dérmicos sendo quase inflexível.

Em perigo A espécie sofre um alto

grau de ameaça e a caça pare-ce ser a principal, pois ele não escava buracos e suas únicas estratégias de defesa são a fuga e o ato de enrolar-se no formato de uma bola. Mesmo correndo, em fuga, ele pode ser facilmente alcançado por uma pessoa; ao parar e se en-rolar, quando acuado, pode ser apanhado, sem qualquer risco para quem o captura. Em seguida, vem a destrui-ção e alteração do seu habitat como grande ameaça.

A ocorrência de Tolypeu-tes tricinctus, no passado, em áreas onde ainda é possível encontrar outras espécies de tatus, sugere que o tatu-bola é uma das espécies mais sen-síveis a alterações do habitat. Na recente atualização da lis-ta oficial de espécies ameaça-das do Brasil (MMA, 2014), o T. tricinctus corre risco de extinção e está na categoria “Em Perigo” (EN) por perder grande parte do seu habitat nos últimos anos.

Desta forma, torna-se ur-gente a implementação de ações de conservação da es-pécie, tendo em vista que, nas condições atuais, o Tatu-bola poderá estar extinto em até 50 anos e como um bom ter-mômetro para a área, manter e cuidar do animal significa manter o seu habitat, ou seja, a Caatinga.

*Coordenadora do Pro-grama Conservação do Ta-tu-bola, desenvolvido pela Associação Caatinga (www.acaatinga.org.br).

Necessariamente positivo

Mais de um milhão de pangolins foram mortos

na última década

A Caatinga e seus habitantes selvagens

CURIOSIDADE

INFORMAÇÃO AMBIENTAL

Espécie que levou cer-ca de 70 milhões de anos de evolução corre o risco de ser extinta. A vítima é o pangolim, um dos mais bizarros grupos de animais do mundo. De acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Con-servação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) das espécies ameaçadas, também conhecida como Lista Vermelha da IUCN, o pangolim, que lembra o nosso Tatu-bola, está sendo dizimado, em decorrência de um próspero e movi-mentado comércio na Ásia.

Que se enrola É o único mamífero esca-

moso do mundo. Suas esca-mas são feitas de queratina, que é a mesma proteína en-contrada no chifre de rino-ceronte e unhas humanas. A palavra “pangolim” vem da palavra malaia “penggu-ling”, que significa “algo que se enrola”.

Ele tem um mecanismo de defesa e enrosca-se em uma bola, e fica praticamen-te impenetrável - uma exce-lente defesa contra predado-

res naturais (leões, hienas, leopardos). Infelizmente, ineficaz contra os caçado-res furtivos interessados em suas escamas e carne.

Um milhão Um pangolim é caçado

a cada 5 minutos. A prin-cipal ameaça aos pangolins é a caça e o comércio ilegal, impulsionada em grande parte pela crescente de-manda, particularmente da China e Vietnã.

À medida que as popu-lações das quatro espécies de pangolim asiáticos di-minuem, os comerciantes já estão de olho nas espécies africanas para atender as demandas.

Atualmente, são os ma-míferos selvagens mais co-mercializados, ilegalmente, no mundo. Um milhão de-les foram eliminados entre os anos de 2004 e 2014, de acordo com a IUCN, mais do que rinocerontes, elefan-tes, tigres e gorilas.

Para mais informações visite o site oficial IUCN SSC Pangolin Specialist Group em www.pango-linsg.org

Tolypeutes tricinctus é o nome científico do nosso tatu-bola, uma das espécies endêmicas da Caatinga

Parente do tatu-bola, o pangolim é caçado por suas escamas possuírem queratina, artigo combiçado na indústria da beleza

FOTO JOSÉ MIGUEL DE PAULA

FOTO DIVULGAÇÃO

Pesquisadores já reconhecem a “nova ecologia”, através da qual animais silvestres estão se adaptando ao ambiente urbano

Page 7: O Estado Verde 03/06/2016

Glossário Espécie. População que ocorre natural-mente, ou grupo de populações de popu-lações, potencialmen-te híbridas, reprodu-tivamente isoladas de outras populações ou grupos. Do (latim species, “conjunto de características comum que ser-ve para dividir os seres em grupos”).

Espécime: Do latim specimen, “amostra, prova”, é “qualquer indivíduo de uma espécie”. Cobras formam uma es-pécie, mas a coral, é um espécime.

Habitat: Lugar onde um animal ou planta vive ou se desenvolve normalmnte, geralen-te diferenciado por carcterísticas físicas ou por plantas domi-nantes. São exemplos de habitat: florestas, desertos, oceanos.

Cetas: Centros de Triagem de Ani-mais Silvestres são responsáveis por receber, identifi-car, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres.

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8 VERDE

O QUE EU FAÇO?POR TARCÍLIA REGO

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À s vezes, torna-se angustiante saber que estamos passando por uma grave crise ambiental. O clima está alterado, o aquecimento global é uma realidade, nossas fontes de água estão esgotando, os oceanos poluídos, e a diminuição dos estoques naturais apontam para um quadro grave, de quase irreversibilidade em relação à biodiversidade, com sérias consequências para todas as espécies do planeta, inclusive a nossa. Às vezes me pergunto: o que eu posso fazer? Você já se fez esta pergunta? Eu perguntei para algumas pes-soas, e a boa notícia é que todos responderam que é possível tomar uma atitude, no sentido de mitigar nosso impacto no planeta, de forma global, agindo localmente. Afinal,

todos nós fazemos parte desse movimento, e as pequenas ações, multiplicadas por milhões de pessoas, podem levar a efeitos decisivos. Confira as respostas!

“Acredito muito que o cuida-do com o meio ambiente deve acontecer nas pequenas ações do nosso cotidiano. A cidade sente o respeito que temos por ela a partir de mudanças nas nossas atitudes. Em meu

dia a dia, tenho iniciativas simples, mas importantes, como utilizo modais de transportes não poluentes, como a bicicleta, contribuindo para a qualidade do ar; separo e destino adequadamente os meus resíduos; e consumo com consciência um dos nossos recursos mais preciosos, a água. Assim, conseguiremos, juntos, fazer a diferença!”

ÁGUEDA MUNIZSecretária de Meio Ambiente de Fortaleza

“Mantenho em meu jardim uma pequena área verde, com cerca de 100 espécies diferen--tes de plantas, sem uso de agrotóxicos, apenas adubo orgânico, muito amor e água, sem falar na beleza e na paz

que traz para a minha casa. Acredito que desta forma, estou contribuindo para o equilíbrio de meio ambiente.”

MARIA DARC MARQUES ALVARESTécnica em enfermagem

“Eu não separo as ações individuais das coletivas. Por isso, separar o lixo e defender as lutas de catadores não são excludentes. Lutar pela justiça hídrica e denunciar as empre--sas superconsumidoras de

água são parte de uma mesma conduta. E ter e cuidar de um jardim em casa é plenamente coerente com a luta por mais áreas verdes. Pensar e agir global e localmente; este deve ser o lema de todo ecologista”.

JOÃO ALFREDO TELLES MELOAdvogado, professor de Direito Ambiental e vereador eleito pelo Psol em Fortaleza

“Em casa, com a famí-lia, a gente tem muito cuidado com o desper-dício de água e luz. A separação dos resíduos já se tornou hábito, e assim, com

atitudes simples, fazemos nossa parte e contribuímos para a preservação da natureza .”

LAILTON MELOHumorista

“Eu uso a bicicleta como meio de trans-porte e acredito ser uma maneira interes-sante de ajudar o meio ambiente, já que uma bicicleta a mais é um carro a menos na rua. Além de não poluir, afinal, a bike não emite gases de efeito estufa, contri-buo para a diminuição dos engarrafa-

mentos, um dos fatores que intensificam a emissão de poluentes.”

WELTON NOGUEIRARevisor de textos

“Além de usar de forma consciente e racional a água e a energia elé-trica, contribuo para um meio ambiente mais equilibrado realizando a separação dos resíduos sólidos gerados na minha casa, destinando os mesmos aos pontos de coleta seletiva disponibilizados em vários locais de Fortaleza, como os eco-pontos da Prefeitura e as ilhas ecológicas,

como as que temos aqui na Fiec.”

FRANCISCA ELIZÂNGELA RAMOS DE OLIVEIRAGeógrafa, assistente administrativo na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

“Cresci vendo meus pais atentos aos gastos des-necessários de energia e de água. Sem falar das inúmeras vezes em que vi minha mãe lavando latas e garrafas para não jogá-las sujas no lixo, bem como embrulhando vidro quebrado com jornal, para não machucar a mão da pessoa que

recolhia os resíduos. Hoje, faço exatamente o mesmo, e no con-domí-nio onde resido, participo ativamente da coleta seletiva.”LOREDANA SOFIAConsultora da Unidade de Segurança e Saúde para a Indústria do Sesi

“No dia a dia, tento respeitar a natureza atra-vés de algumas atitudes e cuidados. Primei--ramente, levo meus dois filhos para vivenciar a natureza, o máximo possível, para que, assim, possam construir a sua própria relação positiva de respeito e admiração com o ambiente, desde a primeira infância. Sou vigilante quanto ao

meu consumo de água e energia e tento economizar estes recursos onde posso. Na escolha dos alimentos, dou preferência aos produzidos de forma orgânica e tenho reduzido o meu consumo de carnes.”

CARLOS RODRIGO CASTRO SCHLAERFLISecretário executivo da Associação Caatinga

“Dentre as questões ambientais, aquelas re-lacionadas com a água causam-me mais re--flexões. Preocupo-me com o uso racional deste recurso e, de uma maneira bem caseira, procuro fazer a minha parte. Por exemplo, a água que uso para cozimento de legumes, eu reutilizo para aguar minhas plantas. Tento ao

máximo reaproveitar e economizar recursos naturais na realização de minhas atividades na cozinha.” KERLA ALENCAR, JORNALISTAChefe de cozinha, proprietária da Pequena Padaria Caseira

“No dia a dia, eu separo o lixo em casa e destino à reciclagem, o que garantirá os recursos natu-rais para as futuras gerações.”

SÉRGIO ARAÚJOExecutivo da Coelce