O Gasometro 8

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15 | Março | 2015 - Se Na linha da frente da informação, para que se mantenha sempre informado com rigor e isenção - Nº 8 - Ano 1 | domingo 15 de Março de 2015 Jogo da Bola em Dia de Feira pág 09 a 10 O Cobre em Portugal A MINA DE SÃO DOMINGOS pág 03/06 LENDA DE MÉRTOLA LENDA DE MÉRTOLA Sim, aquela cidade seria MYRTI- LIS, aquele que se sacrificou pelo seu assassino, irmão de Níobe, e pela sua princesa HIPODAMIA, e como prémio dos Deuses do Olimpo, brilha na Constelação de Cocheiro com uma luz especial... de protecção e conforto para os que a sabem ver e admirar...

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- SeNa linha da frente da informação, para que se mantenha sempre informado com rigor e isenção - Nº 8 - Ano 1 | domingo 15 de Março de 2015

Jogo da Bola em Dia de Feira pág 09 a 10

O Cobre em Portugal

A MINA DE SÃO DOMINGOSpág 03/06

LENDA DE MÉRTOLALENDA DE

MÉRTOLA

Sim, aquela cidade seria MYRTI-LIS, aquele que se sacrificou pelo seu assassino, irmão de Níobe, e pela sua princesa HIPODAMIA, e como prémio dos Deuses do Olimpo, brilha na Constelação de Cocheiro com uma luz especial... de protecção e conforto para os que a sabem ver e admirar...

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editorialO que é isso?DesenvolvimentoSustentável

Desenvolvimento sustentável é uma pa-lavra muito aplicada, mas muitas vezes não aplicada e outras ainda não compreendida.

Desenvolvimento sustentável é a expres-são que descreve um conjunto de medidas instituídas para satisfazer as necessidades da população, respeitando normas ecoló-gicas de forma a não prejudicar o desen-volvimento das gerações futuras.

Trocando por miúdos devemos antes de tomar alguma atitude ver bem o que essa atitude poderá vir a trazer a médio ou longo prazo. O arranque dos eucaliptos nas margens da Tapada Grande são um exemplo de falta de visão de um desenvolvimento sustentável.

Esta expressão desenvolvimento sus-tentável, surgiu pela primeira vez no Relatório Brundtland, redigido pela Co-missão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, comissão criada pela Organização das Nações Unidas.

Para que o desenvolvimento seja con-siderado sustentável, devem ser estar pre-sente três vertentes: económica, ecológica e social. O desenvolvimento sustentável não está preocupado unicamente com a prosperidade económica, preocupa-se tam-bém com o meio ambiente e com aspectos sociais, representando um equilíbrio entre essas áreas.

O desenvolvimento sustentável é alcan-çado através do planejamento estratégico, e requer a noção de que os recursos naturais são limitados, e por isso devem ser usados de forma adequada. Existe um claro con-flito entre o desenvolvimento económico e o desenvolvimento sustentável, porque em muitos casos o desenvolvimento económi-co de um país é alcançado através de uma utilização imprópria dos recursos naturais.

Quando frisamos muitas vezes a impor-tância da não utilização de barcos de pro-pulsão na Tapada Grande tem precisamente a ver com este desenvolvimento, dado que a longo prazo a utilização destes sistemas poderá colocar em causa a qualidade das águas e o meio natural envolvente. Hipo-tecando assim o futuro dos nossos netos.

Na acta da reunião de 18 de Fevereiro, foi apresen-tada pelo Vereador Dr. Miguel Bento e a Vereadora D. Madalena Marques, uma proposta sobre os Programas de ocupação de desempregados de longa duração e de jovens, no qual se pedia o alargamento do Programa a mais interessados,- Considerando o facto de no presente momento existir um considerável número de desem-pregados no concelho e de em ano transacto se terem inscrito mais de meia centena de pessoas e somente quinze terem sido colocadas, solicitam assim que au-mentassem para entre 30 ou 40 o número de vagas para ambos os programas.

Esta proposta continha ainda o pedido para a autar-quia proceder a alteração regulamentar de modo que o montante da bolsa fosse proporcional ao horário a cumprir, ou caso tenham de cumprir horários completos propunha-se o montante do salário mínimo nacional.

Entretanto o presidente da Câmara Municipal de Mértola tomou a palavra e refere que estes programas não pretendem substituir os programas do estado e são um complemento, e que iria abrir um novo programa mas ainda desconhecia o número de proposta a integrar, refere ainda que os regulamentos estavam a ser analisados nomeadamente em termos de horários, sendo no primeiro momento intenção dar aos desempregados tarefas sem horários, o que reconheceu ser muito díficil de gerir. A situação do ordenado mínimo não se coloca dado que não pretendem substituir-se ao governo central e este é um programa de apoio e não a criação de postos de trabalho.

O regulamento que entretanto aparece na página da CMM e saído em Diário da República é de 12 de Julho de 2013 e refere como sete as horas de trabalho no entanto em relação à bolsa não faz referência pelo que quem se inscrever para já não tem informação quanto é que irá usufruir pelo trabalho prestado.

Na rede social facebook já existiram algumas reac-ções a este programa sendo várias as críticas imputadas ao mesmo, passando pela falta de respeito pela situação gerada pelo desemprego ou a falta dele, não é encarada com bons olhos a exigência de cumprir um horário de sete horas com responsabilidades no desempenho do trabalho e depois nem sequer receber o ordenado mínimo nacional um direito pelo qual os trabalhadores lutaram ao longo dos anos.

Muito já foi dito e muito resta ainda acrescentar, em primeiro lugar de salientar a coragem na denúncia destas situações. Sim estar desempregado é muito mau, o desemprego de longa duração pior ainda, sei do que falo, essa situação bateu-me à porta há já algum tempo, a diferença para o Adriano é que eu já sou velho para o mercado de trabalho, esta desculpa serve para me rotula-rem e colocarem na prateleira, mas e para aqueles, como os meus filhos com 20 e poucos anos qual a desculpa? A crise tem escondido e camuflado muita coisa, a crise é culpada de todos os males do mundo, até de eu hoje ter acordado com uma grande dor de cabeça e vejam só desempregado.

Os desempregados merecem o respeito de todos nós, quantas vezes rindo por fora têm uma enorme angústia que os consome por dentro, desempregado não é sinó-nimo de escravo.

Querem ajudar os desempregados de longa duração criem postos de trabalho reais e pagos segundo as leis do estado democrático em que (ainda) vivemos.

Felicito o Programa, no entanto os moldes em que está alicerçado roça a escravidão, se eu vou desempenhar tarefas iguais, com iguais responsabilidades e tenho de cumprir horários como todos os outros trabalhadores que estão no meu lado no meu local de (estágio / formação / trabalho ) porque é que eu recebo muito menos do que ele? porque não, nesse caso, reduzirem as horas de trabalho e permitirem que nas restantes essas pessoas tenham oportunidade de procurar um trabalho.

Programa “Ocupação Municipal Temporária de Desempregados de Longa Duração

Onde param os direitos dos trabalhadores

Aos desempregados de Mértola e não só:

Existem muitos desempregados de longa duração no concelho e Mértola. E, com este programa, eu vou continuar no desemprego. Esta autarquia (Camara Municipal de Mértola) não cria postos de trabalho reais mas, através deste programa, consegue criar estas oportunidades que não passam de ilusões. Não se criam postos de trabalho reais para não pagarem o SMN; e ,através deste programa faraónico irão pagar uma bolsa que não atinge o valor do SMN.

Desempregados que não têm qualquer tipo de apoio - de lado nenhum! - vêem-se obrigados a candidatar-se a este programa que não é mais do que pura exploração! Anos e anos a lutar pelos direitos dos trabalhadores e agora esta autarquia (a minha, a nossa autarquia!, caramba!) vem lançar este programa que apenas serve para tapar os olhos de muita gente e baixar as estatísticas - isso, sim, é que é importante, as estatísticas! Candidate-se quem quiser.., quem me dera que muita gente lutasse para mandar abaixo estes programas mágicos! Eu não me canditarei! Não vou ser um escravo da função pública! Muito menos na minha terra!

Há que lutar pelos nossos direitos e, por muito que me custe, esta é a minha forma de protesto!

Com estas condições, Mértola é um lugar onde (não!) apetece ficar.

(post publicado no facebook no grupo Mértola, assinado por Adriano Guerreiro, Licenciado e de-sempregado de longa duração)

Ainda por cima estes programas servem para camuflar as taxas de desemprego, durante este espaço de tempo estes “desempregados” desaparecem das listagens dos Centro de Emprego, é por estas e por outras que o desemprego desce em Portugal, por esta, pela sazonalidade no Algarve etc... e só não vê quem não quer ver, ou então é “político” no activo. Para terminar reforço a frase Desempregado não é sinónimo de Escravo, desempregado tem sentimentos, família para alimentar, dignidade e direitos consagrados pela Constituição da República Portuguesa”.

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O COBRE em PORTUGAL

A Mina de São Domingos

Não abundam em Por tuga l as grandes explorações mineiras. Paiz essencialmente agrícola, com vastos

feracíssimos onde podem florescer todas as culturas, os estabelecimentos industriaes são entre nós qualquer cousa semelhante a essas flôres exóticas que só vivem em terra estranha á força de carinhos desvelados, que só fructificam á luz d’este sol peninsular que nos enerva á custa dos maiores esforços e muitas vezes de sacrifícios sem conta. Todavia, a essa regra geral, podem contrapôr-se excepções brilhantes, e, se outras não houvesse, bastaria a mina de S. Domingos para apregoar bem alto que, sempre que uma empreza industrial tem a dirigi-la homens práticos e conhecedores do seu offício, essa empresa prospera e progride constantemente, desentranhando-se em fructos magníficos que pagam, com juros elevados, a energia e a tenacidade dispendidas para a fazer produzir o mais que fôr possivel. A mina de

S. Domingos foi aberta há cerca de 50 anos. Descobriu-a por acaso segundo uns, e por lhe terem caído nas mãos documentos antigos que lhes indicavam o sitio preciso onde existia o rico jazigo de cobre, segundo reza a lenda, um hespanhol astuto que a registou e a vendeu depois a uma companhia franceza. Ao mesmo tempo formava-se a empresa inglesa Mason & Barry, que sem perda de tempo iniciou a exploração da pyrite, lançando simultaneamente as bases da nova povoação, que mais tarde havia de albergar a enorme legião de operários incumbidos da extracção do cobre. Imprevidentemente porém, a empresa construiu as primeiras habitações, a egreja e o palacio da administração, exactamente sobre o filão mais rico, e foi quando se procedia á abertura d’uns caboucos mais profundos que o minério apareceu á vista deslumbrada dos trabalhadores, revelando a situação precisa do jazigo. Resultou d’esse facto serem demolidas quasi todas as casas já edificadas, transferindo-

se para outro local a povoação nascente. A actividade ingleza não desanimou, e lançando infatigavelmente mãos á obra gigantesca que se propuzera realizar caminhou resolutamente para a frente. Encravada entre serranias, n’um dos mais acidentados pontos do baixo Alentejo, era indispensável, primeiro que tudo, pôr a mina em comunicação fácil com o Guadiana, que não corria longe, e assim construiu-se um caminho de ferro para o Pomarão, um bello porto de abrigo, situado a cerca de vinte kilometros da serra de S. Domingos. Ali, edificaram-se os caes necessários, e toda aquella região, onde até esse tempo raras manifestações de vida havia, se transformou por completo, animada pelas locomotivas que começaram a sulcala sacudida pelo rugido vigoroso de centenas de vapores de grande tonelagem que de paizes longinquos vinham áquella aldeia ignorada, debruçada sobre o rio, carregar o minério escuro de onde em fórnos colossaes, nos grandes centros industriaes

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da Ingleterra, da Allemanha, da França e da Italia, havia de ser extrahido o cobre reluzente. Nos primeiros anos a exploração da mina foi hesitante, quasi timorata; mas depois, á medida que a corta, a mina ao ar livre, ia aumentando; ao passo que aquella rede de linhas férreas que se cruzam em todos os sentidos se ia desenvolvendo, o monstro foi-se alargando, e do seu ventre fecundo e inexgotavel cameçou a sair minério em tal quantidade que a empresa chegou a ter lucros fabulosos, que iam além de cicoenta por cento.

Em S. Domingos, que em meia dúzia d’annos se transformou no mais importante centro mineiro do paiz, encontraram trabalho alguns milhares de operarios e a primeira colonia de mineiros foi-se multiplicando de tal modo que actualmente constitue uma legião de mais de três mil trabalhadores da treva, os quaes, a muitas dezenas de metros do solo, em poços e galerias onde mal bruxeleia o clarão mortiço das lâmpadas eléctricas, luctam denodadamente pela existencia, deixando nas arestas da rocha viva que eles esfacelaream a vida feita em farrapos. A mina tem actualmente cêrca de duzentos metros de profundidade, comunicando com o ar livre por meio de tres tuneis que desembocam, d’um lado, no valle onde funcionam os machinismos e as oficinas, e do outro lado a corta, que não é mais do que um fosso de dimensões descommunaes, cuja abertura mede dois kilmetros de circumferencia.

A corta é a mina ao céu aberto como dizem os mineiros, e vista de cima das trincheiras

superiores, parece um abysmo incomensurável, capaz de engolir gerações inteiras. Serpeiam pelas surribas sobrepostas d’essa furna colossal dezenas de locomotivas que arrastam centenas de vagons, ora carregados de pedra e entulho que irá para os aterros, ora cheios de minerio que vem das entranhas da terra em grandes blocos arrancados e desagregados á força de pólvora e dynamite. A mina subterrânea principia no fundo da corta, no vértice do funil constituido pelo imenso abysmo. D’ali em deante nunca

mais se enxerga a luz do dia, havendo apenas a rasgar frouxamente a sombra que tudo envolve, ou a luz quasi apagada dos candis dos mineiros, ou o fulgor amarellento das lampadas que dá ao recinto um aspecto quasi sinistro. Os homens que trabalham na parecem fantasmas. Quasi nús, enfarruscados pelo pó negro que os malhos e as brocas fazem desprender da rocha, esses desgraçados teem sempre deante d’elles, a ameaça-los impiedosamente, o espectro da morte; e todavia, á força de lidarem com o perigo,

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nem sequer pensam que uma pancada mais forte pode fazer desabar sobre eles um rochedo que os reduzirá a uma massa informe.

A mina é formada por dois pisos distinctos. Para o primeiro piso desce-se por um túnel inclinado, que vai dar a uma vasta esplanada, da qual partem corredores lateraes, onde se colhe a pyrite. Para o segundo desce-se por poços abertos perpendicularmente na rocha viva, poços onde há elevadores e escaleiras, que servem para a extracção do minerio e para a subida e descida dos mineiros. N’essa segunda galeria há os mesmos corredores que na primeira, e d’ali para baixo outros poços existem, que levam a cerca de duzentos e quarenta metros de profundidade. Além de cento e cinquenta metros respira-se já com dificuldade e sítios ha onde os operarios da treva não podem permanecer por mais de dez

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minutos sem virem cá acima sorver um pouco d’ ar fresco que lhes vivifique os pulmões arruinados pela atmosfera deletéria que aspiram nos poços onde os sepultam em vida.

A mins de São Domingos, cujo nome lhe provém d’uma capella antiquíssima que com aquella invocação existia na serra, guardando ainda os inglezes, como uma preciosa relíquia, a imagem do santo padroeiro, é repotada inexgotavel e produz cerca de mil toneladas de minerio por dia. Parece, no entanto, que os tempos áureos da empresa passaram, porque hoje a pyrite extrae-se com grandes dificuldades, custando carissima a exploração, apesar do trabalho manual ter sido simplificado por meio dos mais variados machinismos, que vão desde os grandes motores até ás machinas berneiras que nas galerias subterraneas perfuram a rocha, movidas pelo ar comprimido. A empresa Mason & Bary não se limitou apenas a explorar a mina, que para ella foi uma fonte de riqueza. Procurou também transformar a serrania arida e escalvada n’uma região habitavel, e e fincando por toda a parte a energia e a tenacidade inglesas, plantou arvores e jardins magnificos que purificam o ar doentio, construiu lagos imensos onde se acumulam dezenas de metros cubicos d’agua com que abastece toda a povoação, habitada por mais de seis mil almas. S. Domingos, com a sua casaria uniforme e toda branca que se acumula em arruamentos symetricos n’uma encosta suave que vem morrer no valle cortado pelas linhas ferreas e povoado de oficinas, com o seu mercado amplo e espaçoso, onde se vende de tudo o que é mais necessario á vida, com os seus massiços de verdura, com grandes florestas de eucalyptos altos e esguios, com o seu aspecto ridente e feliz, é uma das mais encantadoras aldeias alemtejanas, e talvez a unica onde n’este verão que morreu conseguiram resistir ao calor ardente d’um sol de fogo alguns canteiros floridos que os inglezes cultivam com esmero em torno dos seus homes recatados e simples. Fazer da vida n’essa serra outr’ora deserta uma cousa toleravel e até agradavel tem sido uma das grandes preoccupações da empresa concessionaria, e assim, os srs Nason & Bary sustentam em S. Domingos uma esplendida banda de musica e uma escola.

Toda a riqueza que se palpa em S. Domingos assenta, porém sobre uma base falsa: a productividade da mina. E sendo assim não será licito perguntar que fim levará tudo o que os nossos olhos admiram n’essa serrania perdida n’um recanto do baixo Alemtejo quando da mina sair o ultimo bloco de pyrite, quando o ventre do monstro se esgotar?

Adelino MendesIn ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA

IV Volume 7 de Outubro de 1907

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108 anos depois

A Morte anunciadaToda a riqueza que se palpa em S. Domingos assenta, porém sobre uma base falsa: a productividade

da mina. E sendo assim não será licito perguntar que fim levará tudo o que os nossos olhos admiram n’essa serrania perdida n’um recanto do baixo Alemtejo quando da mina sair o ultimo bloco de pyrite, quando o ventre do monstro se esgotar?

O ventre do monstro esgotou, Adelino Mendes em 1907 cinquenta e pou-cos anos do fecho da Mina já tinha

anunciado esta morte na revista Illustração Portuguesa.

O monstro esgotou-se e deixou para trás feridas profundas bem abertas.

Para além do enorme vazio que criou nas fa-mílias que dela dependiam para viver, da fome, da tristeza, deixou ainda a doença que hoje vai ainda matando os mais resistentes.

O que ficou com o tempo pouco mais foi do que umas memórias que se vão esfumando no tempo, ruínas e feridas a céu aberto, cor do sangue daqueles que ali morreram.

Hoje muito se diz e rediz sobre o que pode-ria ter sido o destino final deste território, mas o tempo que foi passando sem que nenhuma atitude se tomasse, esse tempo foi padrasto de um futuro que poderia ser muito promissor, hoje pouco ou nada resta, portanto está na hora de avançarmos.

Está na hora de pedir e reclamar uma política consertada e sustentável para o destino desta povoação destas gentes deste território.

Os ingleses segundo Adelino Mendes plan-taram os eucaliptos para purificarem o ar que se respirava na região e ao mesmo tempo tornarem mais fresco este território fustigado por um sol de fogo como ele refere, no entanto hoje assistimos ao abate indiscriminado desses mesmo eucalip-tos muitos deles seculares, como muita história gravada dentro de si, sem justificação plausível.

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O Centro de Estudos da Mina de São Domingos (CE-MSD), foi criado e é alimentado por um grupo de elementos que em comum têm o grande amor por esta localidade. A máxima, “faz mais quem quer, do que quem pode”, aplica-se bem a este projecto que só é possível através da carolice de todos. Este site tem sido motivo de consulta de muitos historiadores e investigadores e já se encontra referenciado em algumas publicações.

Passeie através da história da Mina em: http://cemsd.minadesdomingos.com/

ISO 100 - António Peleja

“que fim levará tudo o que os nossos olhos admiram”

O fim está à vista um abandono total do património arqueológico industrial, que se degrada a cada dia que passa sem que nada se faça, muita tinta se gasta, muita conferência se realiza, mas acção/trabalho, muito pouco. As desculpas são as de sempre “falta de verbas” ou “os fundos estão atrasados” e por aí vamos caminhando para a ruína total.

O vandalismo toma conta do resto veja-se quantas vezes já foram colocadas vedações de protecção dos visitantes na Achada do Gamo, que eu tenho conhecimento, pelo menos duas, e passados poucos dias são vandalizadas, por quem? todos sabem por quem no entanto nada se faz, são motas e jipes que rebentam as vedações para poderem sair dos trilhos, são outros que

roubam postes e vedações, como se pode lutar por um espaço seguro, e de interesse histórico e cultural, remando contra estes “poderes” instituídos?

Está na altura de o poder político se juntar com a população e olhos nos olhos discutirem um plano sério e sustentável para este território de uma riqueza cultural e natural que merece a nossa atenção.

Aquelas ruínas que hoje vemos ainda podem ter um valor em termos de arqueologia industrial muito forte na região, basta para tal que se sejam canalizados esforços na sua conservação, limpeza do mato envolvente e divulgação, estamos a falar de um tipo de património que pode gerar um enorme fluxo de turistas à região, um turismo de qualidade que podem ajudar a manter os investimentos locais nas áreas da restauração e alojamento.

O parque de campismo na Mina que há muito

vem sendo bandeira eleitoral e que nunca mais vê a luz do dia, para além de poder criar postos de trabalho para os jovens desempregados da freguesia, será ao mesmo tempo uma mais valia para o turismo na região, um parque de campismo ambiental e bem estrututrado, com base na defesa do ambiente e suas envolventes.

Bem sei que muitos olham os parques de campismo como sinónimo de turismo de baixa categoria, mas não é isso que acontece, na realidade quem procura este tipo de parques são pessoas com uma grande consciência em tudo o que respeita à natureza, são pessoas que gostam de contactar com as populações, que as respeitam e ouvem as suas histórias.

Para podermos preservar a história dos nossos antepassados, temos de abrir as portas ao desenvolvimento, caso contrário o poder local não apostará no território, no entanto não pode ser uma aposta a qualquer preço tem de ser uma aposta suntentada e sustentável.

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estórias com história

JoséAntónio Estevão

Jogo de Bola em Dia de Feira

Era Setembro e amanhã era a tradicional feira anual da Corte do Pinto.

A feira da aldeia era famosa, tão famosa e importante que vinha anunciada na publicação anual do Borda D'água e no Diário do Alentejo.

Ao largo do poço chegou o Rodolfo Maduro montado na sua motoreta a dois tempos de ruído irritante e cheiro sufocante.

— ... Pronto ! ... tá tudo combinado com a ra-paziada do S. Domingos para o jogo de amanhã ...

O Rodolfo era um jovem que toda a gente da freguesia gostava, pelo seu voluntarismo, pela sua solidariedade e pelo equilíbrio do seu com-portamento ...

Certamente também por isso recebeu muito cedo autorização da tia Ana Madeira para namorar com a filha; embora eu soubesse que ele também era mariola, porque eu vi por mais de uma vez ele acariciar ás escondidas as mãos da minha prima Maria Teresa Seno, ... mas claro que eu nunca disse nada a ninguém ...

O tio Cristina prontificou-se a ser o selecionador dos 11 rapazes da Corte do Pinto a defrontar os 11 do S. Domingos da Mina de S. Domingos...

O Parreira jurou fechar a taberna para ser o árbitro do jogo e os irmãos Branco, o António e o Joaquim, os fiscais de linha.

O Rodolfo pediu ao Toninho Teixeira para trazer e tratar do borrego que o Narciso ofereceu para ser comido no quintal do Ferrador pelos ra-pazes das duas equipas depois de terminar o jogo.

Estava tudo organizado e este ano não iria

haver pancadaria como era habitual entre o pes-soal da Mina e da Corte do Pinto, ... Promessa do organizador.

Sempre houve na aldeia rapazes com muito jeito para o futebol, mas nos vários confrontos entre ambos, a Mina ganhava sempre. ... mas este ano ia ser diferente dizia convictamente o experiente selecionador Cristina...

— Vou escolher uma equipa tão boa que a derrota do S. Domingos não vai ser esquecida tão depressa ...

Manhã cedo daquele Domingo, a azáfama habitual de um dia de feira da aldeia, ... o Chi-co Alfaiate a montar o "estaminé" á sombra da azinheira com os alguidares cheios de água para refrescar os garrafões de vinho, as cervejas, as laranjadas e os pirolitos ... porque os fregueses eram exigentes.

Junto da casa do tio Romanita chegava de mesa á cabeça vinda da Mina a mulher dos bolos e dos capilés ...

Para o Teodoro cigano e o filho Dinis este era um dia de muito trabalho porque a tradição era o pessoal da aldeia trocar de burro em dia de feira, ... ainda hoje não sei porquê …

Vindos do cemitério empurrando um carro de mão com pó de cal, lá vinha o Rodolfo e o Toi Alexandre para a marcação do manhoso campo da bola com piso de áspera talisca ...

...Mas, ... surge o primeiro contratempo, ...

Nessa noite tinha desaparecido a trave da baliza do lado sul ...

Diziam uns que tinham sido uns ciganos foras-teiros que tinham vindo ao negócio á feira e que pernoitaram debaixo dum chaparro e roubaram a trave para cozinharem e se aquecerem ...

Diziam outros que tinha sido o pai do "Paulino Maluco" que a levou para o telhado de caniço da “arramada” do burro que estava a arranjar ...

Mas fosse quem fosse que teve o descaramento de roubar a trave em véspera de dia de jogo, não havia tempo a perder com investigações comple-xas e o campo tinha de estar pronto para o jogo de logo á tarde.

Arranjar uma trave assim direitinha com aquele tamanho e em tão pouco tempo não era fácil, ...

... mas o Rodolfo mais uma vez teve uma ideia brilhante ...

Pediu ao tio Zé Cuco a grossa corda que prendia no restolho o velho burro á estaca e era só atá-la aos postes e estava resolvido o problema da baliza ...

A seleção cuidada dos jogadores feita pelo Cristina estava feita e de facto que se cuidassem os do S. Domingos porque este ano com a supe-

rior qualidade dos selecionados, a " sova" estava garantida.

Na Casa do Povo o Chico de Matos já distribuía os equipamentos de calções brancos e de camisola com o azul já desbotado e claro as respetivas botas de sola de travessas ...

Parecendo nervoso o selecionador Cristina espreitava á porta, ... porque dos convocados faltavam 2 jogadores, ... e virando-se para mim ...

— Vai lá numa corrida á taberna do Antoino Henriques a chamar o Blé Afonso que está com uns caçadores de Lisboa a almoçar cabeças de borrego assadas...

O Blé Afonso era talvez o melhor defesa central da freguesia ou mesmo de toda a Andaluzia ... Paymogo incluída

...E lá fui fazer o recado e trouxe o Blé um pouco contrariado e que me pareceu trocar um pouco os passos e protestando que em vez do jogo da bola apetecia-lhe era ir dormir a folga ...

Na Casa do Povo o Rodolfo e o Toi Alexandre transpiravam aflitos a tentar enfiar os pés negros e ásperos do Zé Brioso dentro das botas de sola de travessas ...

O Zé Brioso era talvez o melhor jogador da Península Ibérica, talvez mesmo da Europa, mas desde que nasceu sempre andou descalço e tinha a planta dos pés tão achatada e larga,… mas tão larga que, ... que fazer entrar aqueles pés dentro das botas era tão difícil como comer uma mão cheia de figos quentes e não ficar de “borreira” ...

... Mas ainda faltava o guarda redes ...

E o guarda redes era um rapaz ali do monte do Sr. Ribeiro salvo erro de nome Rui, ... e que vá-se lá saber porquê também não apareceu ...

Entretanto chega o Zé Felizardo ...

O Cristina olhou para ele ...

— ... Tu, .... vai-te equipar, ... vais ser mesmo tu ...

— ... Vou o quê ? ....

— ... Equipar, ... vais jogar á bola, ... tas con-vocado.

— ... Eu? ... jogar á bola? ... mas ... eu nem tenho jeito prá bola ...

— ...Não faz mal, ... vais jogar á baliza, ...

— Mas, ...

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— Nem mas, ... nem meio mas, ... vais ser o nosso guarda redes e pronto !

E contrariado o Zé Felizardo lá se foi equipar ...

... Entretanto continuava a brutal guerra entre os pés do Zé Brioso e a pouca largura das botas de sola de travessas ... e a paciência quase esgo-tada do Rodolfo e do Alexandre ambos suando em bica, … até lhe trocaram as meias grossas do equipamento por uns soquetes fininhos, assim meio amaricados, mas nem mesmo assim, ... mesmo nada fazia convencer aqueles pés negros e ásperos, que já doridos, estranhando serem calçados e recusavam-se a caber dentro das botas ... e o Rodolfo já completamente "escalfado" da-quele esforço inglório gritava para o Zé encolher os dedos ... mas definitivamente o problema não eram só os dedos, ... era aquela estranha forma da sola dos pés ser larga demais, por anos e anos a palmilhar as duras e irregulares calçadas da aldeia sempre descalço ...

Até que finalmente se conseguiu que os pés rijos do Zé, cujas topadas magoavam as pedras, entrassem dentro de umas botas reformadas que o Chico de Matos ainda desencantou ...

A hora do jogo aproximava-se e os craques e quase toda a aldeia dirigia-se para o campo da bola onde com camisolas de vermelho vivo os jogadores do S. Domingos já faziam aquecimento.

Junto ao campo da bola naquelas lindas casas do Sr. Coutinho, morava a Maria de Jesus, filha da tia Maria “Padeira” e do tio “Patego” e que na altura namorava com o nosso guarda redes Zé Felizardo.

A Maria "Patega" estava debruçada na parede da quina do quintal virada para o campo á som-bra da oliveira e o Zé Felizardo ao passar por ela pediu-lhe uma cadeira e uma gorra do pai dela.

Ao franzir da sobrancelha da rapariga ele expli-

cou que não ia estar hora e meia de pé á soalheira dentro da baliza e voltou a pedir a cadeira e uma gorra, agora com voz mais grossa.

... e como todas as namoradas da época, a Maria lá obedeceu ao namorado.

... E foi aí que eu pensei que a coisa na iria correr lá muito bem...

… Era o Brioso a queixar-se dos pés entalados dentro das botas, ... Era o Blé Afonso a andar aos zig-zags e com sono por causa do vinho branco porventura estragado que bebeu ao almoço com os caçadores de Lisboa na taberna do Toino Henriques ..

Agora era o nosso guarda redes a levar uma cadeira para se sentar na baliza ...

E o jogo ia começar sem que antes o Rodolfo perguntasse ao selecionador

— Mister Cristina, ... afinal qual é a tática?

O Cristina meio engasgado e atrapalhado lá respondeu:

— ... A tática é, … olha, … a tática é homem a homem e o resto ao ataque ...

— O quê? ... observou o Zeca Rufino ...— É isso mesmo que ouviste, ... homem a

homem e o resto ao ataque ...

— ...Mas ....

— Nem mas, nem meio mas, nem admito que discutam a tática, ... vão lá pra dentro e joguem á bola ...

E o jogo começou, ... e logo na primeira jogada

do S. Domingos, ... Golo !

... Claro que estava fora de jogo, ... o Ma-nulito da Horta e o Toi Rosa a reclamar mas, ... justificando-se o constipado fiscal de linha Joaquim Branco que na altura se estava a as-soar na bandeirinha, que era o lenço ranhoso e enxovalhado,… mas tinha levantado o braço esquerdo e que a culpa era do árbitro que não entendeu a sinalética ...

E logo de seguida o Brioso foi expulso porque se descalçou por não aguentar mais as botas e num jogo a sério os jogadores não podem andar descalços, ... e mais uns livres inventados e mais uns penaltis manhosos, fizeram desorientar o Blé Afonso que com a bola nos pés foi empurrando quem lhe aparecesse á frente e o árbitro Parreira correndo atras dele apitando e o Blé a prosseguir sem ligar ao arbitro, e até o guarda redes do S. Domingos fugiu da baliza com medo do Blé e, ... foi Golo ... foi de facto o melhor golo da tarde.

O Blé agarrou a bola e gritou: Acabou o jogo, ... vamos fazer a 2ª parte no quintal do Ferrador a comer o borrego ...

E pronto! ...Acabou mesmo o jogo...

Dizia-me o Toninho Américo que tínhamos perdido por 8 a 1, mas eu desconfio que ele se enganou e que o resultado foram apenas de 7 a 1 ... e se o o Blé não tem acabado com raio do jogo, tenho a certeza absoluta que virávamos o resultado …

Mas ainda hoje tenho a convicção que eramos bem melhores que os do S. Domingos e que só perdemos por causa da cadeira da Maria "Pate-ga", … o vinho branco estragado do tio Antoino Henriques e das botas de solas de travessas que o Chico de Matos arranjou para o Zé Brioso.

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AntóniaFernandes

Correia

momentos d e p o e s i a

bom garfo

Feijão de Azeite

Ó MINA DE S. DOMINGOS TERRA SEM TER PARALELO TANTO TE TINHA A DIZER ,MAS EXAGERAR EU NÃO QUERO

Não entro em pormenor, porque seria impossível,de Mina foste a maior, e de um povo incrível ......

A nível do nosso estado,não foste posta à altura,depois do lucro mamado, mandaram-te prá sepultura ...

de onde hoje te encontram,mas com vestígios de outrora só teus filhos te apontam, do que ainda vales agora ...

mas enquanto houver um mineiro não te vamos desprezar, e ái de quem for o primeiro ,que de ti , mal falar......

Mértola

CARTA GASTRONÓMICA DO ALENTEJO

HistóricoUma receita que demonstra a simplicidade

da cozinha alentejana.

ProdutosFeijão manteiga ou fidalgo, cebola, alho,

louro, azeite, sal, batatas, coentros, arroz, água.

ConfecçãoDeixa-se o feijão de molho de véspera.

Põe-se o feijão a cozer com a cebola picada, os alhos fatiados, o louro, o azeite e o sal. Quando o feijão começar a ficar brando, deitam-se as batatas aos cubos. depois de bem cozinhado em lume brando, junta-se o arroz e os coentros picadinhos.

Deixa-se apurar o arroz e quando ainda durinho, apaga-se o lume e tapa-se a panela para o arroz embrandecer.

Fonte/ data

Maria de Jesus Vasques Martins (Corte do Pinto: 1958). Contacto junta de Freguesia de Cortedo Pinto. recolha de Joaquim Pulga/ 2012.

Organização/ data

Paulo lima | antropólogo2012-outubro/maio-2013.

Pt/Beja/mértola/Corte do Pinto: Mina de São Domingos

Aqui do alto contemplo a imensidão abrasadora destes campos assassinados, as cores do enxofre ainda fazem parte de mim passados anos que foram.

As máquinas já não percorrem os trilhos, o chiar do ferro das locomotivas, já não marca cadência, e o fumo da sua passagem deu lugar a esta herança de ruínas.

Quantas vezes te vi passar, lenta e firme rumo ao Pomarão, sem nunca te queixares, percorrias as encostas passavas por entre túneis e Aldeias e detinhas-te no regaço do Guadiana, onde bebias alento para fazer a viagem de regresso.

Hoje aqui estou, abandonada, há muito que não sinto fumo dentro de mim, as máquinas já foram e com elas, aos poucos, as vozes que en-chiam este lugar. Hoje alegro-me quando alguém se aproxima, muitas vezes vejo os ciclistas que passam e deixam um rastro de poeira, que me recorda a velha locomotiva, e sorriu, por vezes também me visitam e sinto as suas vozes o que também me alegra e faz sentir viva, mas, depois à noitinha, tudo desaparece como o fumo e fico só, com os odores a esteva e enxofre, com uma leve aragem fustigando o meu corpo e neste silêncio interrompido simplesmente pela passagem do vento nos eucliptos que me fazem companhia.

Aqui fico.

Achadado Gamo

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Liga dos Amigos da Mina de São Domingos

Exposição de pintura “Espelhos da Memória”

18 de Abril 15.30h O artista plástico António Peleja, apresenta a

exposição “Espelhos da Memória”, inspirada na Mina de São Domingos.

Apresentação do livro “ Passei, parei, deixei-te um beijo”

26 de Abril 15.00h

Apresentação do livro “Passei, parei, deixei-te um beijo”, com a presença da escritora Alice Ruivo, natural da Mina

de São Domingos.

Exposição e apresentação do livro na Travessa do Chafariz, Nº 5 A,

em Sacavém, ao lado da sede da LAMSD

Exposição patente até ao dia 3 de Maio

Entrada livre

Contactos : 927904174 - 219424318 - [email protected]

Comemorações do 41º aniversário do 25 de Abril de 1974

Apoios: Organização:

Agradecimento especial á D. Rosália Silva pela cedência das instalações

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Com Organização da Liga dos Amigos da Mina de São Domingos a Exposição "Espelhos da Memória" de António Peleja, estará patente ao público de 18 de Abril a 3 de Maio na Travessa do Chafariz nº 5A em Sacavém, ao lado das instalações da LAMSD. A inauguração é dia 18 de Abril pelas 15.30h. Dia 26 de Abril pelas 15h neste mesmo espaço será também apresentado o livro da escritora Alice Ruivo "Passei, Parei, Deixei-te um Beijo".

CulturaLiga dos Amigos da Mina de S. Domingos

Ambos ligados à Mina de São Domingos por laços afectivos, Alice Ruivo natural da Mina e Antó-nio Peleja filho de um natural desta localidade, é aí que se inspiram para alguns dos seus trabalhos, que agora serão apresentados a público nesta localidade. Agradecimentos à Liga dos Amigos da Mina de São Domingos que possibilitou estas apresentações, num local onde existe uma forte concentração de pessoas vindas desta localidade ou limítrofes.

Há cerca de uma década que a paracanoagem é uma realidade em Portugal, não só na vertente recreativa, mas também na área da reabilitação

e a nível competitivo, com o intuito de pôr a competir pes-soas que têm mobilidade reduzida”. A afirmação é de Ivo Quendera, 34 anos, técnico da Federação Portuguesa de Canoagem, licenciado em Ciências do Desporto, com uma forte especialização em desporto para pessoas portadoras de deficiência.

O treinador nacional revelou: “A federação aposta na área competitiva desde 2009, tivemos dois atletas integrados no primeiro campeonato do mundo, no Canadá, e ambos participaram em finais e, desde aí, a federação desenvolveu um programa com uma equipa nacional. Em 2010 voltámos a estar presentes em campeonatos e a última vez que tivemos uma presença forte foi em 2013, quando o Norberto Mourão conseguiu o 5.º lugar no Europeu e o 9.º no Mundial”. Com a integração da canoagem no programa paraolímpico, e tendo no horizonte o Rio 2016, “abriram-se as portas para que a federação criasse esta equipa de trabalho que está aqui na Mina de São Domingos, num plano de água formidável para a prática desta modalidade”, sublinhou.

O objetivo é evidente. Selecionar os que estiverem melhor, esperando que consigam competir no Europeu, que se realizará na República Checa (maio), e trabalhar ardua-mente para o Mundial, em Milão (agosto), com a intenção de conseguir-se um apuramento paraolímpico para o Rio 2016, perspetivando-se que, pelo menos, uma das embar-cações consiga esse apuramento para representar Portugal.

O treinador assume essa ambição dizendo: “A paraca-noagem foi algo em que eu quis agarrar e o trabalho que o Norberto Mourão tem feito, a garra que ele mostrou e toda esta equipa de trabalho que aqui está, têm-me dado uma confiança extrema de Portugal ambicionar uma medalha em competições internacionais e marcar presença em finais

paraolímpicas, porque é esse o sonho de qualquer treinador e de qualquer atleta”.

Quendera sabe que o estágio decorreu numa terra cheia de história e de simbolismo, que no século passado foi uma importante alavanca no desenvolvimento regional, só não sabe se isso será talismã para a seleção.“Acredito nas raízes que o nosso povo tem. Costumamos dizer que Portugal é um país à beira mar plantado, mas um professor meu dizia que somos um país sobrevivendo à beira terra, porque olhamos para o nosso país, para este conjunto de quilómetros de areia, de terra e de pedra e, por vezes, estamos de costas viradas para o mar”. E lembrou: “Temos uma cultura náutica muito grande, que se tem perdido pouco a pouco. Sei que a Mina de São Domingos tem uma tremenda história, que foi um alicerce do desenvolvimento da região. A potencialização desta tapada pode trazer um acréscimo económico a toda a região, e veja que durante estes dias esteve aqui a treinar a seleção da Polónia na área da paracanoagem e um atleta porto-riquenho (Eddie Montañez) que também tem treinado connosco”.

Mas Ivo Quendera não sobrevaloriza o fator integrador da canoagem por considerar que a modalidade, como qual-quer outra atividade, deve ser acessível a todas as pessoas. Prefere isso, sim, a afirmação de que “a canoagem é um catalisador e potenciador de sensações e estímulos sensoriais que ultrapassa muitas das modalidades que as pessoas com deficiência praticam”. E sublinhou: “A modalidade tem traduzido melhorias exponenciais na vida dos praticantes e lembro que a primeira atleta portuguesa a participar num campeonato do mundo, a Carla Ferreira, tinha paralisia cerebral, e teve um acréscimo na sua qualidade de vida devido à prática de canoagem e isso enche-me de orgulho”.

Texto: Firmino Paixãoin Diário do Alentejo

Um novo filão na Mina...Desporto

Projecto sustentávelO Projecto da Pista de Canoagem na Tapada Grande na

Mina de São Domingos, é um projecto que reúne todos os factores que podem fazer dele um Projecto de Sucesso, assim todas as medidas de protecção ambiental sejam cumpridas.

Um projecto deste tipo é um projecto de valor acrescen-tado para a Mina de São Domingos, pois pode trazer taxas de ocupação às empresas de restauração e alojamento bem como a colocação no mapa desta localidade, e ao mesmo tempo criar alguns postos de trabalho ou mais que não seja ajudar a manter os que já existem.

Uma das medidas mais dificeis de cumprir será a ex-clusão de barcos movidos a motor de propulsão, que estão proíbidos por lei de circular nesta Tapada segundo o Diário da República - 1.ª Série B, Nº 126, de 04.07.2005, Pág. 4084 - Artigo 6.º são permitidas:

1 - No plano de água são permitidas, nas condições constantes na legislação específica e do disposto no presente Regulamento, as seguintes actividades e utilizações:

a) A pesca desportiva;

b) A navegação recreativa a remos, a pedal e à vela;c) A navegação com embarcações motorizadas equipadas

com propulsão eléctrica.2 - A navegação a que se referem as alíneas b) e c) do

número anterior só é permitida entre o nascer e o pôr-do-sol.

No emtanto são proíbidas, entre outras:

d) A navegação não enquadrável nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo anterior, incluindo a navegação marítimo--turística;

Esperemos que as leis sejam cumpridas e desejamos que este seja um projecto exemplo de como se pode evo-luir respeitando a 100% a natureza. Ao Clube Náutico de Mértola desejamos a continuação de um bom trabalho em prol do desporto e do equilíbrio entre o homem e a natureza.

O Decreto lei onde estes artigos estão expostos podem ser consultados em:

http://dre.tretas.org/dre/187530/

Cultura

Grupo Coral da Mina de São Domingos

Há alguns dias, e depois de se saberem através de acta camarária os apoios prestados às Associações do concelho, surgiram nas redes sociais alguns focos de descontentamento devi-do à disparidade de apoios que existem, neste caso relativamente aos Grupos Corais.

Dado ser uma decisão aprovada por unanimi-dade, achámos ser benéfico para o esclarecimento de todos tentar averiguar o que se passava rela-tivamente a este assunto, assim sendo e quando questionado sobre o assunto Miguel Bento, ve-reador da CDU, esclareceu:

Existe um regulamento, em que a CMM com-participa as atividades dos grupos corais e outras associações em função das atividades que estes se propõem levar a cabo durante um ano. E de facto

o Grupo da Mina foi aquele que apresentou um plano para 2015 com menos acções. perante isto...não podemos criticar!

Pensamos assim ter esclarecido quem achou injusta esta distribuição de verbas. No entanto pensamos que os animadores sócio-culturais serão também eles responsáveis por não apoiar e ajudar a dinamizar estes grupos que por vezes se debatem com grandes dificuldades logísticas, e ajudá-los a prepararem os seus planos anuais.

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Foi há muitos muitos anos... Um povo de navegadores e comerciantes (fenícios) que tinham as suas cidades estado e os

seus deuses e artes lá para o outro lado do Medi-terrâneo, perto da Grécia e do Egipto, decidiram sair daquele que para eles era o grande mar, para se aventurarem pelo outro mar imenso que se abria para além do ROCHEDO [ALUBE para os fenícios ESTREITO DE HÉRCULES ou as COLUNAS DE HÉRCULES para os gregos - Foi Hércules que ergueu ali as duas Colunas - GAL-PE e ABILA (Ceuta), quando separou a Europa da África...] imponente que servia de PORTA de saída para o desconhecido... a partir do qual não se podia ir mais além... Era a PONTA do mundo conhecido de então... a ponta do que agora conhe-cemos como a EUROPA... a quinze quilómetros do outro Continente, a Àfrica... Já se tinham arriscado várias vezes até ao MONS SACRUS (Sagres), e pela Costa Africana abaixo, sempre à vista de Terra, mas não se podiam atrever a ir mais além para o desconhecido imenso, que era só território dos deuses e abismo donde se não poderia voltar...

Foi então que desde uns 1000 anos a. C. um gru-po mais arrojado de navegadores e comerciantes fenícios, pois é desse povo que falamos, decidiu aventurar-se mais para o interior... passaram o grande ROCHEDO da PORTA do GRNADE MAR, avançaram até ao MONS SACRUS, vol-taram atrás e encontraram a foz de um grande rio que era o ANA... Subiram aproveitando a força das marés... Subiram até sentirem onde as marés os empurravam e pararam à vista daquele ESPORÃO ROCHOSO que se erguia ENTRE--AMBAS-AS-ÁGUAS...

Voltaram ali muitas vezes... Alguns ficavam e estabelecram contactos com os povos dispersos que por ali viviam pelos montes... Vendiam o que traziam e compravam os produtos que puco a pouco iam chegando àquele porto de rio que se foi formando e até apareceu minério e outras riquezas para comerciar...

Mas um dia as embarcações que chegaram eram mais numerosas e notava-se um tipo de agitação diferente daquele a que as pessoas das redondezas estavam habituadas... A chegada de barcos era sempre um acontecimento, mas daquela vez, além de serem mais, e a chegarem dia após dia ainda mais, vinham mais carregadas e traziam outro tipo de gente. Para além dos navegadores e comerciantes notavam-se outro tipo de gente que não estava habituada àquelas lides... era tambem gente de guerra, o que não era habitual, e outro tipo de gentes... Os habitantes das redondezas, habituados a lidar com aquela gente desde os avós dos avós ficaram perturbados...

Souberam então que uma das suas mais ricas cidades, a cidade de TIRO tinha sido conquistada pelo ainda jovem e ambicioso Alexandre, o Mace-dónio, que até tinha sido discípulo de Aristóteles, para quem a sede de conquista não tinha limites...

Agora ali, exilados da sua cidade, e não que-rendo viver submetidos a um povo estranho, um grupo daqueles homens entre os quais vinha POLÍPIO, um príncipe fenício, sonhou e decidiu que podiam ali fundar a sua NOVA TIRO... Tam-bém ele, como muitos outros ilustres fugitivos, tinham sido educados por sábios e filósofos gregos, que eram os depositários e difusores da cultura greco-latina, que era o padrão de cultura de todo o mundo mediterrânico, o mundo conhecido de

então... Gente pacífica, mas sem descurar a guerra, foram bem aceites pelas gentes da região e logo fizeram aliança com um povo que vinha de além dos Pirineus à procura de Paz e da Abundância... Eram os Túrdulos que fugiam dos Celtas e do temível ROLARTE e eram chefiados por CÓFI-LAS, o rei querido do seu povo, que tudo fazia para lhes agradar, e mais ainda, para tudo fazer em favor da mais Bela entre as Belas a sua filha SERPÍNEA... E foi assim que nasceu SERPA, e logo a seguir a outra cidade, a NOVA TIRO que depois decidiram "chamar MYRTILIS em honra da deusa MIRTO que o teve de MÉRCÚRIO", como dizem lendas antigas... Alguns propuseram que se chamasse NÍOBE, por "aquele esporão rochoso" que se erguia na curva do rio lhes lem-brar a lenda da filha de TÂNTALO, a orgulhosa rainha de TEBAS que, por ser mãe de sete va-lentes rapazes e de sete belas raparigas desafiou LETO, mãe de APOLO e de DIANA e assistiu à morte dos catrorze filhos executados sem piedade pelas flechas certeiras dos dois filhos ofendidos... Então, conta a lenda, "Níobe ficou muda de dor e espanto... só deixava correr as lágrimas de um inútil arrependimento... e os deuses condoídos permitiram que, a seu pedido, ficasse tranformada em pedra donde correm dois rios de lágrimas por toda a eternidade..." Ora Níobe, a orgulhosa filha do também insolente Tântalo, era irmã de PÉLOPS, aquele que fora servido aos deuses como manjar de afronta e que, uma vez regressado à vida por intervenção dos deuses que tinham condenado o pai ao suplício de viver para sempre ao lado da abundância sem a poder alcançar, veio por sua vez a assassinar MYRTILIS, o cocheiro de ENUMÃO, pai da princesa HIPODAMIA, por

LENDA DE MÉRTOLALENDA DE MÉRTOLA

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quem o ressuscitado se apaixonara, e que deci-dira trair o seu rei, serrando a rodas do carro para que Pélops pudesse ganhar a corrida e assim ser poupado à morte!!!

Sim, aquela cidade seria MYRTILIS, aquele que se sacrificou pelo seu assassino, irmão de Níobe, e pela sua princesa HIPODAMIA, e como prémio dos Deuses do Olimpo, brilha na Constelação de Cocheiro com uma luz especial... de protecção e conforto para os que a sabem ver e admirar...

Ela era filho de VÉNUS, a Deusa do amor e da Fertilidade, que tem o MIRTO como sua árvore sagrada, que o teve de MERCÚRIO, o HERMES dos gregos, Mensageiro dos Deuses, com asas nos pés, no chapéu e no seu bastão que era o Caduceu, ele próprio Deus dos Rebanhos, dos Pastores, dos Comerciantes e dos Ladrões,garante e sinal de uma prosperidade sem limites, que gostava de se refugiar em lugares ermos e secretos, como estes alcantilados e os Montes Hermínios (as Serras Nevadas de Hermes) donde, no tempo do frio e das neves geladas, vinham numerosos e enormes rebanhos dos mais variados gados...

Não. O nome de NÍOBE, traria, porventura, augúrios de desgraça e fatalidade, para uma nova cidade, que ali começava a nascer... e estava destinada a ter um grande futuro de grandeza e prosperidade... e agora se chama a NOBRE VILA DE MÉRTOLA...

Alumiada pela estrela MYRTILIS da conste-lação de COCHEIRO, o seu brilho, mesmo que muitas vezes escondido, nunca deixará de bri-lhar... e, como aconteceu. desde a sua fundação, MÉRTOLA, «nunca deixará de ser uma terra de passagem, onde não há familiar...» como dizia, em 1613, o pároco Vicente Afonso Lampreia, quando se oferece para comissário do Santo Ofício...

...nunca deixará de ser uma encruzilhada de povos, raças, comécios e culturas... como

aconteceo em 1420, em que D. João I concede a Mértola o "estatuto de couto do homiziados"... como "homiziados" tinham sido os fenícios, que aqui decidiram construir a nova Tiro... e ...

...surpreendentemente, quando se tratou de aplicar o preceito introduzido pela Santa Casa de Lisboa, de 1598, de que, para administrar as Mi-sericórdias, se dveriam «interditar o desempenho de funções e o estatuto de irmãos (da Confraria) a todos os que não fossem "limpos de sangue judeu ou mouro" por raça ou casamento»... "os limpos de nação"...preceito que se tentou aplicar, com exagero, em 1638... e que em 1642, foi objecto de uma petição feita pelos "moradores da vila" ao Rei D. João IV, «para que não fosse aplicável à misericórdia de Mértola a aplicação de tal cláu-sula... por a maoir parte da gente nobre e mais poderosa da terra «estar casada» com mulhers que tem tal rasa ou eles parte dela" e sempre, apesar disso "andaram sempre com armas na mão" «de-fendendo as fronteiras do reino»...

Decididamente, desde a sua fundação, MÉR-TOLA está destinada a ser, por ventura, por vocação ou destino:

- «uma terra de passagem...- «um couto de homiziados...- «uma terra onde «os puros de nação» são

nascidos de famílias onde se misturam raças, credos e culturas...

- onde haverá sempre lugar para os forasteiros que chegam decididos a contribuir para o desen-volvimento e prosperidade desta cidade Estado, um estatuto que tem pergaminhos com quase dois mil anos anteriores à nacionalidade, uma nacionalidade que, desde os Campos de Ourique, ainda não atingiu sequer os mil anos!!!...

Josephus - o Estrujão-ano 2359 do nascimento

do Grande Alexandre

Posto MédicoRenda ou Compra

O Posto Médico da Mina de São Domingos é propriedade da La Sabina, que recentemente veio reeivindicar da parte da autarquia uma renda ou então a compra do imóvel.O presidente da CMM diz ter ficado sur-preendido com o ofício dirigido à Junta de Freguesia, pela proprietária La Sabina, no entanto o mesmo está a ter análise profunda por parte da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal, no sentido de poder ser celebrado um protocolo de utilização do espaço, não estando no entanto posta de parte a aquisição do referido edifício.

Mina de São Domingos

Sem médicoO munícipe Joaquim Cavaco em reunião de Câmara questionou a mesma pela falta de médico na Mina de S. Domingos, o que já tinha feito há mais de um ano numa Assem-bleia da Freguesia da Corte de Pinto, sem obter respostas concretas.Este problema requer urgência na sua resolu-ção dado que a mioria da população da Mina é idosa e necessita de cuidados médicos de proximidade.

O Presidente da Câmara Municipal de Mértola, disse que a situação da falta de médico na Mina de S. Domingos também é uma preocupação da Câmara e já antiga, pois há algum tempo que se vem falando na aposentação do Dr. João Lemos, já que o Dr. João dava consulta não só à população da Mina, como à de Corte do Pinto e Montes Altos e em Mértola.

O Dr. João Lemos apesar de estar de férias tem ido ao Centro de Saúde passar o receituário aos seus doentes, não podendo no entanto dar consultas.

O Presidente diz que foi informado pela ULSBA que se não dor o Dr. João Lemos a ficar na Mina após a aposentação, será outro médico.

No entanto o carinho e amor que a popula-ção nutre por este médico o Dr. João Lemos é enorme e gostariam que ele continuasse a segui-los, pois já os conhece bem tanto como pessoas assim como pacientes.

O Dr. João Lemos é um Homem com H grande e um coração do tamanho do mundo, é assim que a população o vê. A esperança que ele assuma novamente o Posto Médico da Mina vive dentro desta população.

Breves

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CARTOON

Achada do Gamo (2015) - Ilustração: Helder Peleja