O GOLpE DESMORONA Só as ruas para evitar novo golpe · vistas estampavam Temer em suas capas...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país ENCONTRO DAS BANCÁRIAS SÁBADO E DOMINGO, EM CONCEIÇÃO DO ALMEIDA Edição Diária 7214 | Salvador, de 19 a 21.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos O GOLPE DESMORONA A notícia de que Temer comprou o silêncio de Eduardo Cunha o impede de continuar na presidência. A única solução para a crise política é a realização de eleições diretas já. É o que o povo quer e vai ocupar maciçamente as ruas. Páginas 2, 3 e 4 Só as ruas para evitar novo golpe A única solução para a crise no Brasil é a realização de eleições diretas já. Só as urnas para a retomada da estabilidade política e econômica

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

ENCONTRO DAS BANCÁRIASSÁBADO E DOMINGO, EM CONCEIÇÃO DO ALMEIDA

Edição Diária 7214 | Salvador, de 19 a 21.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

O GOLpE DESMORONA

A notícia de que Temer comprou o silêncio deEduardo Cunha o impede de continuar na presidência. A única solução para a crise política é a realização de eleições diretas já. É o que o povo quer e vai ocupar maciçamente as ruas. Páginas 2, 3 e 4

Só as ruas paraevitar novo golpe

A única solução para a crise no Brasil é a realização de eleições diretas já. Só as urnas para a retomada da estabilidade política e econômica

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 19 a 21.05.20172 BRASIL

Crise institucional trava tramitação. Resistência continuaAnA FERnAndES [email protected]

fotoS: manoel porto

lula marqueS - agpt

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Senado suspende reforma trabalhista

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 dRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 dRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 dRT-BA e Rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e George Diniz. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

pOR conta da crise institucio-nal do governo, a tramitação da reforma trabalhista no Senado

foi suspensa, temporariamente. Antes do escândalo da denún-cia de que o presidente Michel Temer teria dado aval à com-pra do silêncio do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, o relatório da CAE (Co-missão de Assuntos Econômi-cos) seria apresentado na próxi-ma semana.

O objetivo era votar a reforma

Lucros são liderados por bancosÉ uMA ótima sensação quando se está na estrada e, pelo retrovisor, não se enxer-ga ninguém. Assim acontece com os bancos em atividade no Brasil. A recessão econô-mica que atinge diversos se-tores, não chegou ao sistema financeiro, segundo a Econo-matica. O setor é o que mais lucra. No primeiro trimestre, foram R$ 15,4 bilhões, alta de 8,1% (R$ 1,15 bilhão).

Individualmente, quem mais puxa os valores é o Itaú, com R$ 6,176 bilhões. A empresa só perde para Vale, que teve ganhos de R$ 7,89 bilhões. Em terceiro lu-gar no ranking, vem a Petro-bras, seguida de outros dois bancos: Bradesco (R$ 4,648 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 2,515 bilhões).

Mais evidência de que o governo Temer favorece o sistema financeiro em detri-mento dos direitos dos traba-lhadores. Tudo para não irri-tar os banqueiros.

entre 12 e 15 de junho. Segundo o relator da proposta no Sena-do, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), “não há como desconhecer um tema complexo como o trazido pela crise institucional. Todo o resto agora é secundário”. As forças progressistas, portanto, ganham fôlego para ampliar a luta contra o governo, estreme-cido pelo escândalo.

Bancários paralisam contra má gestão no ItaúAS ATIvIDADES das três agên-cias do varejo do Itaú em Sal-vador, localizadas na avenida Manoel Dias da Silva, Pituba, foram paralisadas até 12h, on-tem. O ato ocorreu para chamar a atenção da direção do banco para a necessidade de mudança na gestão da área comercial.

Em 2016, os bancários leva-ram à direção da empresa, em São Paulo, uma reivindicação acerca da transferência dos gestores das unidades do vare-jo por conta da falta de respei-to com os funcionários. O Itaú atendeu ao pedido parcial-

mente ao transferir, na época, dois gestores.

Porém, um ainda continua no cargo, justamente o que tem

gerado maiores problemas de perseguição e truculência nas agências. A maneira com que a gestão tem sido conduzida é a grande responsável pelo ado-ecimento dos empregados, que têm sofrido bastante com o as-sédio moral.

O ato reafirma a posição da categoria que não quer o gestor na Bahia. “Estamos retomando a campanha e só iremos finali-zá-la assim que a exigência seja atendida pela direção do Itaú”, afirma o secretário-geral da Fe-deração dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto.

diretores do Sindicato e da Feeb protestam contra assédio moral no Itaú

Após manobras da base governista para aprovar a reforma trabalhista, tramitação da medida tem pausa no Senado

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O feitiço vira contrao feiticeiro. O golpeatinge os golpistasROSE LIMA [email protected]

a mentira tem pernas curtas

AO MENOS, desde meados de 2014, PSDB, Aécio Neves, boa parte do Judiciário e a grande mídia constroem o golpe. Na-quele ano, exatamente em 26 de outubro, depois de derrotados pela quarta vez consecutivas nas urnas pelas forças progres-sistas, gritaram em alto e bom som que não deixariam Dilma Rousseff governar, que iriam travar o Congresso até que a

presidenta caísse. E realmente o fizeram. Con-

taram com a ajuda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então pre-

sidente da Câmara Federal, que depois de ter feito o trabalho sujo - iniciar o processo ilegal de impeachment - foi descar-

tado. O golpe, no entanto, não tinha terminado. Na verdade, não terminou. Em agosto de 2016, com Dilma fora do bara-lho, Michel Temer tinha tudo nas mãos para impor a agenda neoliberal, que promove perdas irreparáveis ao brasileiro.

Mas, talvez, a elite brasileira tenha subestimado a capacidade de reação do povo, que tem en-chido as ruas do país em grandes manifestações pela saída de Te-mer. Sem prestígio, com o maior índice de rejeição da história do país, o presidente ilegítimo não se sustenta. Hoje, o cenário é de incertezas e o Brasil uma terra arrasada, pelo menos política e economicamente.

O papel do JudiciárioASSIM como em 1964, o Ju-diciário é peça importante no golpe. Primeiro, se omitiu dian-te das graves ilegalidades ocor-ridas no Congresso Nacional para derrubar Dilma Rousseff e os 54 milhões de brasileiros que a elegeram.

Ao mesmo tempo, o juiz de 1ª instância de Curitiba, Sérgio Moro, e procuradores do MPF

A mídia monta o cenárioA GRANDE mídia tem função importante na construção e execução do golpe no Brasil. Na verdade, está por trás de tudo. Aos veículos de comuni-cação coube o papel de incutir mentiras na classe média e em ambientes populares, incen-diando o Brasil com discursos de ódio, manchando a imagem de muita gente. Condenando sem provas e, ao mesmo tem-

po, protegendo os aliados. Enquanto o impeachment de

Dilma era aberto, grandes re-vistas estampavam Temer em suas capas elogiando o plano Ponte para o Futuro. A Rede Globo também deu destaque na programação e em diversas reportagens salientou a recep-ção que Temer estava tendo em eventos, com gritos de “Brasil para frente, Temer presidente”.

Internet, a via alternativaAS REDES sociais no Brasil hoje jogam um papel funda-mental na vida política brasi-leira. Prova disso foi a ebulição de memes, mensagens, vídeos, discussões e gifs que surgiram segundos após a notícia da dela-ção premiada dos donos da JBS,

Wesley e Joesley Batista. Só no Twitter, as hashtags

mais populares foram pelo Fora Temer e Diretas Já. O mais im-portante disso tudo é de que as redes sociais hoje formam a principal via alternativa do povo para discutir os rumos do

poder no país. Ou seja, configura um temor para a gran-de mídia, que se vê pressionada a divul-gar informações in-digestas até mesmo para os interesses das corporações mi-diáticas. É só anali-sar o cenário atual.

(Ministério Público Federal) usavam a operação Lava Jato para fazer uma devassa em fi-guras ligadas à Lula.

Um verdadeiro caça às bruxas. Assim criminaliza e persegue até hoje muita gente com um único objetivo: chegar ao ex-presidente e inviabilizar a candidatura à pre-sidência em 2018 e qualquer ou-tro candidato da esquerda.

A face do golpe jurídico-parlamentar-midiático, dado em 2016, vem à tona

Aécio e Temer, alvos de delação, encurralados. Uma hora a casa ia cair

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SAQuE

DIRETAS JÁ

Estabilidade política e econômica dependede uma nova eleiçãoAnA BEATRIz LEAL [email protected]

a saída para a crise do Brasil está nas urnas

DIRETAS Evidentemente, a única saída política para o Brasil, depois da bombástica delação dos irmãos Wesley e Joesley Batis-ta, donos da JBS, incriminando Temer e Aécio, é a eleição direta já. Agora, é fundamental um entendimento com o conjunto das forças políticas do país, a fim de que haja um pacto nacional na busca da superação imediata da crise política e a definição de um novo projeto político, referendado nas urnas.

pRESSÃO A bandeira a ser defendida nas ruas, durante as manifestações que devem se espalhar, de forma intensa, por todo o Brasil, é a aprovação, em caráter de urgência urgentíssima, da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que legaliza a eleição direta, no caso de renúncia ou cassação de Temer. Hoje, a Consti-tuição prevê eleição indireta, pelo Congresso Nacional, o que, di-ficilmente, conseguirá por fim à grave crise política e econômica.

CAuTELA Aos setores democráticos, progressistas e popula-res, não interesse o clima de caos, de fim do mundo, que a mídia, principalmente a Globo, tenta impor ao país, depois do escân-dalo com o presidente Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB). Esse tipo de atmosfera só favorece a extrema direita, os que apostam na excepcionalidade, em medidas de força. É preciso cautela. A Constituição tem de ser respeitada.

FRuSTRAÇÃO A bomba da Friboi deixa frustrado, e muito, Sérgio Moro. Há mais de três anos o juiz busca, desesperadamen-te, provas para incriminar Lula, mas os que acabaram incrimi-nados, comprovadamente, foram justamente os que a Lava Jato sempre protegeu: Aécio e Temer. O feitiço virou contra o feiticeiro.

MORTADELA As redes sociais estimulam a criatividade po-pular. Depois da bomba dos donos da Friboi, que explodiu no colo de Temer e Aécio, viralizou a ironia: “Precisou uma morta-dela para acabar com o governo dos coxinhas”.

FILME O escândalo da Friboi, que transformou Temer e Aécio em mortadela, também vai impor mudanças no roteiro do filme A lei é para todos, chancelado pelo juiz Sérgio Moro, a PF e a Glo-bo. Por enquanto, a fita só criminaliza Lula e o PT, enquanto livra a cara de Temer, Aécio e o PSDB, entre outras pessoas físicas e jurídicas envolvidas nas conspirações golpistas.

Sai por bem ou por malNO pRONuNCIAMENTO de ontem, Temer não renunciou, como era esperado. Mas, sem dúvida, é um presidente com os dias contados.

Recorreu a argumentos vazios. Falou grosso, mas não convenceu ninguém. De-monstrava abatimento.

Está isolado, sem defesa. Se não renunciar, será cassa-do ou sofrerá impeachment. Sai por bem ou por mal.

A úNICA forma de estabilizar o país, após as denúncias de que o presidente Michel Temer te-ria dado aval para compra do silêncio do ex-presidente da Câ-mara Federal, Eduardo Cunha, é a aprovação da PEC 227/2016,

que prevê eleições diretas.A Proposta de Emenda à

Constituição, que tramita na Câ-mara Federal, determina eleições diretas no caso de vacância da presidência, exceto nos seis últi-mos meses do mandato. A PEC está na Comissão de Constitui-ção e Justiça, que depois do es-cândalo envolvendo Temer, mar-cou a votação para terça-feira.

As provas contra Temer são irrefutáveis. Não há qualquer condição de representar o país. Até porque o empresariado e a

mídia, que antes andavam de mãos dadas e sustentavam os programas de reforma, come-çam a dar adeus ao presidente.

Apenas o voto popular pode tirar o país do agravamento da crise institucional e resgatar a democracia, combalida. Outra saída, como as eleições indire-tas, não garante a estabilidade política e econômica.

Atos hoje e domingo. Diretas JáNÃO dá para ficar parado dian-te das acusações de crimes co-metidos por Michel Temer. O povo deve tomar as ruas do país. Não só pela renúncia. A saída imediata do presidente ilegítimo do Palácio da Alvora-da é uma obrigação. Um dever. As manifestações devem ser por eleições Diretas Já.

A grande mídia, certa de que

a queda de Temer é só questão de tempo, de novo faz o pa-pel que lhe cabe. Trabalha por eleições indiretas, para garan-tir um aliado da elite na presi-dência. Para evitar outro golpe, o povo deve tomar as ruas. Em todo o país acontecem manifes-tações por eleição direta.

Hoje, a mobilização sairá do Campo Grande, a partir das 15h. No domingo, os protestos começam às 13h, do Campo Grande até o Farol da Barra.

A agenda consta ainda do Dia Nacional de Luta contra as reformas da Previdência e trabalhista, quarta-feira, no Campo Grande, às 15h, e com o Ocupa Brasília, também na quarta-feira.

Governabilidade de Temer está abalada. Solução para o país é eleição direta