O Imortal – Março/2011 – pág. 3 e 10 · que mais tarde o remorso não nos venha atormentar a...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 58 Nº 685 Março de 2011 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Celso Martins .......................... 15 Crônicas de Além-Mar ............ 12 De coração para coração ............ 4 Divaldo responde ..................... 15 Editorial ..................................... 2 Édo Mariani ............................. 12 Emmanuel .................................. 2 Espiritismo para as crianças .... 14 Estudando a série André Luiz .... 5 Felícia Cunha ........................... 12 Fernanda Leite Bião ................ 10 Grandes vultos do Espiritismo .. 7 Histórias que nos ensinam ....... 13 Jane Martins Vilela .................. 13 Joanna de Ângelis ...................... 2 Passamentos ............................. 15 Pedro A. Lobo .......................... 15 Seminários, palestras e outros eventos ....................... 11 Ainda nesta edição Inter-Regional Norte em Londrina Por que feneceu o movimento espírita na França? Um dos fenômenos mais estra- nhos e até agora incompreensíveis foi o enfraquecimento e o quase desaparecimento do movimento espírita na França, país em que nasceram e viveram Allan Kardec, Léon Denis, Flammarion e Gabriel Delanne, e onde foram publicadas as principais obras espíritas. Por que isso se deu? Que fato- res o motivaram? Segundo o confrade Artur Felipe de A. Ferreira, de Goiânia- GO, o fenômeno se deve ao sincretismo e à miscelânea do Es- piritismo com outras correntes es- piritualistas, fatos que, ao se veri- ficarem França, contribuíram para desfigurar por completo naquele país a prática espírita. A pesquisa realizada pelo con- frade consta de um importante ar- tigo que é um dos destaques da pre- sente edição. Pág. 3 Um público numeroso dá o tom no importante encontro A XIII Conferência Estadual Espírita começa dia 18 Nos dias 5 a 8 de março pró- ximo, realiza-se na Capital do Estado o XI Encontro Confrater- nativo de Juventudes Espíritas, uma promoção da Federação Es- pírita do Paraná coordenada pela Equipe do DIJ – Departamento de Infância e Juventude. No período do carnaval reali- za-se também em Londrina um importante evento: um Encontro da Juventude Espírita, que será realizado nas dependências do Lar Anália Franco de Londrina, no período de 5 a 8 de março, em promoção da URE Metropolita- na Londrina. O evento mais importante do mês realiza-se, no entanto, em Pinhais (região metropoli- tana de Curitiba), na Expotrade, 18 a 20 de março: a XIII Con- ferência Estadual Espírita, que será aberta na sexta-feira, às 20h, com um concerto dirigido pelo músico e compositor Plínio de Oliveira, ao qual se seguirá a conferência de Dival- do Franco, sobre o tema “Me- diunidade com Jesus”. Pág. 11 Neli e Roberto voltam à pátria espiritual O movimento espírita viu partir para a vida espiritual dois ativos trabalhadores. No Rio de Janeiro, nossa confreira Neli Tavares Martins, esposa de nosso colaborador Celso Martins, desencarnou no dia 18 de janeiro. Em Londrina, nos- so amigo e companheiro Adervaldo Roberto Patta, que partiu no dia 11 de fevereiro. Pág. 15 Os princípios espíritas e o mundo dos negócios Em entrevista concedida ao nosso colaborador Wellington Balbo, a confreira Silvana Scarpi- no, residente em São Paulo-SP, onde é professora universitária, executiva de negócios e palestran- te, fala sobre a importância da in- trodução das ideias espíritas no mundo empresarial, de que ela faz parte. Colaboradora das Casas André Luiz, Silvana tem a atividade vo- luntária como um dos grandes ide- ais de sua vida, na qual conseguiu ao longo dos anos vivenciar a ob- jetividade do mundo dos negócios sem perder de vista a espirituali- dade. Na entrevista, ela afirma que os princípios da sustenta- bilidade e da responsabilidade social contemplam os princípi- os do Espiritismo, doutrina que, como sabemos, explica muito bem que todos temos deveres a cumprir no planeta onde vivemos, cuja elevação na hierarquia dos mundos depen- de de nossa atuação e de nos- sos esforços. Pág. 16 Allan Vilches canta e encanta em Londrina Allan Vilches (foto), natu- ral de Osasco-SP, veio no mês passado à nossa região, em que se apresentou cantando nas cidades de Ibiporã, Rolândia e Londrina. Um público nu- meroso estimado em cerca de 350 pessoas, considerando a plateia nas três cidades, emo- cionou-se ao ouvir as belas canções vindas da voz do jo- vem divulgador da doutrina que, por meio da música, transmite de forma simples os ensinos do Cristo. Pág. 6 Com o tema central “Espiri- tismo e Unificação”, em um dos auditórios da Universidade Esta- dual de Londrina reuniram-se no dia 20 de fevereiro, a partir das 9h30, 293 trabalhadores vincula- tes foram: Londrina, 152; Apucarana, 39; Cornélio Procó- pio, 17; Arapongas, 14; Santo Antonio da Platina, 13; Rolândia, 12 e Ibiporã, 8. A grande novidade neste ano foi o acolhimento das crianças, com recepção própria, salas e ati- vidades especialmente prepara- das para valorizar suas presenças na Inter-Regional, assim como facultar tranquilidade aos pais. Fizeram parte da mesa diretiva: Paulo Fernando de Oli- veira (secretário da Inter-Regi- onal); Cidinha (5ª URE); Maria Aparecida (6ª URE); Daniel Dallagnol; Francisco Ferraz e Luiz Henrique (Diretoria Execu- tiva da FEP); Maria de Lourdes (4ª URE) e Luiz Cláudio (URE Metropolitana). Págs. 8 e 9 dos a 31 instituições espíritas den- tre as que integram a Inter-Regio- nal Norte (foto). Dos 20 municípios representa- dos no evento, os que apresenta- ram maior número de participan-

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 58 Nº 685 Março de 2011 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Celso Martins .......................... 15Crônicas de Além-Mar ............ 12De coração para coração ............ 4Divaldo responde ..................... 15Editorial ..................................... 2Édo Mariani ............................. 12Emmanuel .................................. 2Espiritismo para as crianças .... 14Estudando a série André Luiz .... 5Felícia Cunha ........................... 12Fernanda Leite Bião ................ 10Grandes vultos do Espiritismo .. 7Histórias que nos ensinam ....... 13Jane Martins Vilela .................. 13Joanna de Ângelis ...................... 2Passamentos ............................. 15Pedro A. Lobo .......................... 15Seminários, palestrase outros eventos ....................... 11

Ainda nesta edição

Inter-Regional Norte em LondrinaPor que feneceu o movimentoespírita na França?

Um dos fenômenos mais estra-nhos e até agora incompreensíveisfoi o enfraquecimento e o quasedesaparecimento do movimentoespírita na França, país em quenasceram e viveram Allan Kardec,Léon Denis, Flammarion e GabrielDelanne, e onde foram publicadasas principais obras espíritas.

Por que isso se deu? Que fato-res o motivaram?

Segundo o confrade Artur

Felipe de A. Ferreira, de Goiânia-GO, o fenômeno se deve aosincretismo e à miscelânea do Es-piritismo com outras correntes es-piritualistas, fatos que, ao se veri-ficarem França, contribuíram paradesfigurar por completo naquelepaís a prática espírita.

A pesquisa realizada pelo con-frade consta de um importante ar-tigo que é um dos destaques da pre-sente edição. Pág. 3

Um público numeroso dá o tomno importante encontro

A XIII Conferência EstadualEspírita começa dia 18

Nos dias 5 a 8 de março pró-ximo, realiza-se na Capital doEstado o XI Encontro Confrater-nativo de Juventudes Espíritas,uma promoção da Federação Es-pírita do Paraná coordenada pelaEquipe do DIJ – Departamento deInfância e Juventude.

No período do carnaval reali-za-se também em Londrina umimportante evento: um Encontroda Juventude Espírita, que serárealizado nas dependências doLar Anália Franco de Londrina,no período de 5 a 8 de março, em

promoção da URE Metropolita-na Londrina.

O evento mais importantedo mês realiza-se, no entanto,em Pinhais (região metropoli-tana de Curitiba), na Expotrade,18 a 20 de março: a XIII Con-ferência Estadual Espírita, queserá aberta na sexta-feira, às20h, com um concerto dirigidopelo músico e compositorPlínio de Oliveira, ao qual seseguirá a conferência de Dival-do Franco, sobre o tema “Me-diunidade com Jesus”. Pág. 11

Neli e Roberto voltam à pátria espiritualO movimento espírita viu

partir para a vida espiritualdois ativos trabalhadores. NoRio de Janeiro, nossa confreira

Neli Tavares Martins, esposade nosso colaborador CelsoMartins, desencarnou no dia 18de janeiro. Em Londrina, nos-

so amigo e companhe i roAdervaldo Roberto Patta, quepartiu no dia 11 de fevereiro.Pág. 15

Os princípios espíritas e omundo dos negócios

Em entrevista concedida aonosso colaborador WellingtonBalbo, a confreira Silvana Scarpi-no, residente em São Paulo-SP,onde é professora universitária,executiva de negócios e palestran-te, fala sobre a importância da in-trodução das ideias espíritas nomundo empresarial, de que ela fazparte.

Colaboradora das Casas AndréLuiz, Silvana tem a atividade vo-luntária como um dos grandes ide-ais de sua vida, na qual conseguiuao longo dos anos vivenciar a ob-

jetividade do mundo dos negóciossem perder de vista a espirituali-dade.

Na entrevista, ela afirmaque os princípios da sustenta-bilidade e da responsabilidadesocial contemplam os princípi-os do Espir i t ismo, doutr inaque, como sabemos, explicamuito bem que todos temosdeveres a cumprir no planetaonde vivemos, cuja elevação nahierarquia dos mundos depen-de de nossa atuação e de nos-sos esforços. Pág. 16

Allan Vilches canta eencanta em Londrina

Allan Vilches (foto), natu-ral de Osasco-SP, veio no mêspassado à nossa região, em quese apresentou cantando nascidades de Ibiporã, Rolândiae Londrina. Um público nu-meroso estimado em cerca de350 pessoas, considerando aplateia nas três cidades, emo-cionou-se ao ouvir as belascanções vindas da voz do jo-vem divulgador da doutrinaque, por meio da música,transmite de forma simples osensinos do Cristo. Pág. 6

Com o tema central “Espiri-tismo e Unificação”, em um dosauditórios da Universidade Esta-dual de Londrina reuniram-se nodia 20 de fevereiro, a partir das9h30, 293 trabalhadores vincula-

tes foram: Londrina, 152;Apucarana, 39; Cornélio Procó-pio, 17; Arapongas, 14; SantoAntonio da Platina, 13;Rolândia, 12 e Ibiporã, 8.

A grande novidade neste anofoi o acolhimento das crianças,com recepção própria, salas e ati-vidades especialmente prepara-das para valorizar suas presençasna Inter-Regional, assim comofacultar tranquilidade aos pais.

Fizeram parte da mesadiretiva: Paulo Fernando de Oli-veira (secretário da Inter-Regi-onal); Cidinha (5ª URE); MariaAparecida (6ª URE); DanielDallagnol; Francisco Ferraz eLuiz Henrique (Diretoria Execu-tiva da FEP); Maria de Lourdes(4ª URE) e Luiz Cláudio (UREMetropolitana). Págs. 8 e 9

dos a 31 instituições espíritas den-tre as que integram a Inter-Regio-nal Norte (foto).

Dos 20 municípios representa-dos no evento, os que apresenta-ram maior número de participan-

O IMORTALPÁGINA 2 MARÇO/2011

EditorialEMMANUEL

De novo a tragédia volta a ocu-par os noticiários do mundo.

Chuvas intensas jamais vistas,deslizamentos de terras, alagamentos,terremotos – desta vez atingindo comtodo o vigor o território da NovaZelândia –, com todo o seu cortejo dedestruição e mortes, eis o que vemosdiariamente ocorrer neste planeta.

Como já dissemos oportunamen-te, só muda o local mas os flagelosprosseguem.

A tais fatos somou-se no mês defevereiro uma sequência de movi-mentos revolucionários em países domundo árabe, como a Tunísia, oEgito, o Bahrein e agora a Líbia,com o declarado propósito de dar umbasta aos desmandos causados pordirigentes que se perpetuam no po-der, à revelia do desejo do povo.

Quando e onde ocorrerão os pró-ximos flagelos ou as próximas revol-tas populares, eis o que muitos se per-guntam, convictos, porém, de que issose dará, como se uma força invisívelos produzisse com vistas ao estabele-cimento de uma nova ordem em que aatitude dos governantes leve em con-ta, de forma concreta, os interesses da-queles que pagam os seus salários.

Fato curioso, já verificado noHaiti, no Chile e também no Brasil,

Cada degrau de ascensão quelogres mais te exporá a críticas e ci-úmes. Os indivíduos medíocres vi-bram na mesma faixa de necessida-de e de aspirações. Porque se con-fundem na vacuidade, não toleramaqueles que se destacam e granjei-am notoriedade.

A evidência financeira, social,cultural, ou de qualquer matiz, faz-se pesado fardo sobre os ombros dequem a conquista. A inveja dos frí-volos segue-lhe os passos, intentan-

A faculdade de curar, para man-ter-se íntegra, não deve permanecerprecavida tão-somente contra o pa-gamento em dinheiro amoedado.

*Há outras gratificações negativas

a que lhe cabe renunciar, a fim de quenão seja corroída por paixões arrazo-adas que começam nos primeiros si-nais de personalismo excessivo.

Imprescindível saber olvidar ovinho venenoso da bajulação, a pro-paganda jactanciosa, o perigosoelixir da lisonja e a aprovação alheiacomo paga espiritual.

Quem se proponha a auxiliar aosenfermos, há que saber respirar noconvívio da humildade sincera, equi-librando-se, cada instante, na deter-minação de servir.

*Para curar é preciso trazer o co-

ração por vaso transbordante deamor e quem realmente ama não en-contra ensejo de reclamar.

*Compreendendo as nossas res-

ponsabilidades com o Divino Médi-co, se queres efetivamente curar,cala-te, aprende, trabalha honrandoa posição de servidor de todos a queJesus te conduziu.

*Auxilia aos ricos e aos pobres,

Enquanto há tempo,cuidemos do que nos compete

tem sido observado no comporta-mento das pessoas em face de taisepisódios.

Seja no Haiti quanto no Chile, etambém no Brasil, os atos de solida-riedade e abnegação por parte daspessoas em geral foram marcantes ecomoveram a todos pelo grau de so-lidariedade de que se revestiram. Viu-se, no entanto, ao mesmo tempo e nosmesmos cenários, a selvageria dossaques e dos assaltos, evidenciandoos dois lados da condição humana,uma característica do nosso planeta,que nos apresenta, como todos sa-bem, indivíduos situados nos mais di-ferentes estágios evolutivos.

Em toda a parte, casas, empresasou carros abandonados pelas vítimasda tragédia acabaram saqueados.

No Egito, como foi mostradopela TV, a própria população, naausência de um policiamento maisefetivo, revezou-se no propósito devigiar e preservar determinados benspúblicos, como os museus, ante asanha dos que se aproveitam de todae qualquer situação para auferiremvantagens.

Enquanto de um lado se viamaqueles que se sacrificam pelo idealcoletivo – seja o salvamento de pes-soas no caso das tragédias, seja a con-

tinuidade das manifestações políticas,no caso do Egito, vândalos que nadarespeitam, desprovidos do sentimen-to de fraternidade mais singelo, vali-am-se da situação para disso tiraremproveito de ordem econômica.

Os fatos produzidos pelas forçasativas da Natureza e os atos pratica-dos pelos homens devem ter – e se-guramente têm – uma íntima rela-ção, porquanto aprendemos com aslições de Jesus e com os imortais quenão existe acaso, que a vida é causale que, se a semeadura é livre, a co-lheita é obrigatória.

É preciso – já dizia Léon Denis– explicar aos homens por que nas-cemos e por que viemos a este mun-do. É hora de que todos nos compe-netremos realmente de que ninguémestá aqui a passeio.

O planeta em que vivemos é, naverdade, uma escola abençoada quenos faculta os recursos para que pos-samos progredir e chegar, assim, àmeta para a qual fomos criados.

Não descuidemos, pois, doscompromissos que assumimos.

Aproveitemos as oportunidadesque o Pai nos concede e façamos anossa parte, enquanto há tempo, paraque mais tarde o remorso não nosvenha atormentar a alma.

Um minuto com Joanna de Ângelisdo diminuir-lhe o brilho e armandociladas sob o amparo da calúnia bemtrabalhada.

Todos os homens que se destacam,na comunidade, são convidados a pa-gar alto tributo aos que permanecemna retaguarda. Procura agir com mo-déstia, sem te deixares empolgar pelobrilho das situações relevantes, pou-pando-te, de certo modo, ao azedumee à perseguição dos insensatos.

Age com naturalidade, sendosóbrio em tudo. Os homens que

A faculdade de curarcomo quem sabe que fartura exces-siva ou carência asfixiante são igual-mente enfermidades que nos compe-te socorrer.

*Ampara aos amigos e aos adver-

sários, aos alegres e aos tristes, aosmelhores e aos menos bons, comoquem compreende na Terra a valio-sa oficina de reajuste e elevação.

*Reconheçamos que toda honra

pertence ao Senhor, de quem nãopassamos de apagados e imperfeitosservidores.

*Não te afastes da dependência do

Eterno Benfeitor e, movimentandoos próprios recursos, a beneficio dosque te cercam, guardemos a certezade que, curando, seremos curadospor nossa vez, soerguendo-nos, en-fim, para a vitória real do espírito,em cuja luz os monstros da penúriae da vaidade, da ignorância e do or-gulho não mais nos conseguirão al-cançar.

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros livros,de Episódios Diários, do qual foiextraído o texto acima.

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EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco CândidoXavier e coordenador da obra mediú-nica do saudoso médium mineiro, éautor, entre outros livros, de Mediu-nidade e Sintonia, do qual foi extraí-do o texto acima.

muito exibem quase sempre possu-em pouco. As ações sóbrias dão pazao espírito e alimentam o coração.Não te procures sobrecarregar como supérfluo que os destaques huma-nos impõem, a fim de que isto nãote perturbe a vida.

Se atrais, mesmo inconsciente-mente, a inveja dos enfermos, rece-berás altas cargas de energia negati-va, que te poderão alcançar.

Teus atos bons não necessitamde ser conhecidos, para que se fa-çam comentados e adquiram valor.Eles são valiosos, embora desconhe-cidos. Descarta, portanto, quantopossível, a evidência pessoal, equando as circunstâncias o exijam,não lhe vistas a pesada e fulguranteindumentária, mantendo-te simplese puro de coração, mediante o quepermanecerás feliz e sem amarrascom a transitoriedade das situações.

O IMORTALMARÇO/2011 PÁGINA 3

Como bem sabemos, o Espiritis-mo surgiu na França em 1857, com apublicação de O Livro dos Espíritospelo professor Hippolyte LéonDenizard Rivail, que se utilizou dopseudônimo Allan Kardec para queficasse bem marcada a distinção da-quele seu trabalho com outros oriun-dos de sua profissão como respeita-do pedagogo, discípulo de Pestalozzi.

Com o sucesso alcançado pelaprimeira obra da Codificação Espí-rita, base de todo o edifício doutri-nário, Allan Kardec decidiu fundarem Paris, em 1º de abril de 1858, aSociedade Parisiense de EstudosEspíritas, cuja existência justificouda seguinte maneira:

“A extensão por assim dizer uni-versal que tomam diariamente ascrenças espíritas fazia desejar viva-mente a criação de um centro regu-lar de observações. Esta lacuna aca-ba de ser preenchida. A Sociedadecuja formação temos o prazer deanunciar, composta exclusivamentede pessoas sérias, isentas de preven-ções e animadas do sincero desejode esclarecimento, contou, desde oinício, entre os seus associados, comhomens eminentes por seu saber epor sua posição social. Estamos con-victos de que ela está chamada aprestar incontestáveis serviços àconstatação da verdade. Sua lei or-gânica lhe assegura uma homogenei-dade sem a qual não haverá vitali-dade possível; está baseada na ex-periência dos homens e das coisas eno conhecimento das condições ne-cessárias às observações que são oobjeto de suas pesquisas. Vindo aParis, os estranhos que se interessampela doutrina espírita terão um cen-tro ao qual poderão dirigir-se e co-municar suas próprias observações”.

De acordo com o relatório deabril de 1862, publicado na Revista

ARTUR FELIPEDE A. FERREIRA

[email protected] Goiânia, Goiás

Os efeitos do ecletismo e da heterodoxiano movimento espírita francês

dos nas obras da Codificação.Com a desencarnação de Allan

Kardec em 1869, vitimado por umaneurisma, um de seus colaboradoresmais diretos, Pierre Gaëtan Leymarie,passou a exercer as funções de reda-tor-chefe e diretor da Revue Spirite(1870 a 1901) e gerente da LibrairieSpirite (1870 a 1897). No entanto, semas mesmas credenciais do Codificadore por seu excessivo espírito de tolerân-cia, não foi capaz de obstruir a ação depseudoadeptos que desvirtuaram a fi-nalidade da Revista, abrindo suas pá-ginas à propaganda de filosofias espi-ritualistas, inclusive às ideias de Rous-taing, que divergem do Espiritismo.Houve, ao mesmo tempo, o desvirtua-mento das finalidades da Revista Es-pírita, em que foi oferecido “terrenolivre a lutadores de todas as correntescom a condição de que defendessemcausas espiritualistas ou de ordem es-sencialmente humanitária e moral, ex-pondo-se assim às críticas acirradas deuns, às acusações ou descontentamen-to de outros...”, conforme conta na obraProcesso dos Espíritas (ed. FEB, 1977,págs. 22/23 da 2ª edição).

No Brasil, na atualidade, o quepodemos claramente verificar

é que a história se repete

Nesses “lutado-res de todas as cor-rentes” incluíam-seadeptos doOrientalismo, comoteosofistas, budis-tas, ocultistas,esotéricos etc.,como consta daobra Allan Kardec(FEB, vol. III), deZêus Wantuil eFrancisco Thiesen.

Esta é, portanto,a causa do desapa-recimento do Espi-ritismo na França. Osincretismo, a mis-celânea do Espiri-tismo com outrascorrentes espiritua-

listas, desfigurando por completo aprática espírita, que até hoje é confun-dida, na França e em praticamente todaa Europa, com toda a sorte de supers-tições, como a astrologia, quiroman-cia, feitiçaria, bruxaria etc.

No Brasil, na atualidade, o quepodemos claramente verificar é que ahistória se repete, sendo que a táticados inimigos velados do Espiritismocontinua a mesma: a de propor e for-çar a sorrateira entrada dequestionáveis práticas e ideias no seiodo movimento espírita brasileiro.

Por um lado, tivemos a adoção dasobras de Roustaing pela FederaçãoEspírita Brasileira, tendo seus mem-bros apelidado tais como com os títu-los “Curso Superior de Espiritismo”,“Quarta Revelação” e “Revelação daRevelação”. Graças a isso, até hojesentimos o reflexo dessa políticafebeana, na medida em que no movi-mento instaurou-se uma mentalidadepiegas, subserviente e igrejeira, erro-neamente confundida com postura ca-ritativa e tolerante, devido a toda umasérie de obras, mediúnicas ou não, que,embora não mencionem Roustaing ousuas obras, conseguiram incutir,subrepticiamente, o ideárioneodocetista no seio do Movimento

Espírita, a Socieda-de experimentouconsiderável cresci-mento em seus pri-meiros anos de fun-cionamento, com 87sócios efetivospagantes, contandoentre os membros:cientistas, literatos,artistas, médicos,engenheiros, advo-gados, magistrados,membros da nobre-za, oficiais do exér-cito e da marinha,funcionários civis,empresários, profes-sores e artesãos. Onúmero de visitanteschegava a quase1.500 pessoas por ano, considerávelpara a época.

O Codificador era rigoroso nocumprimento das disposiçõesestatutárias e na questão da

disciplina Kardec, que desempenhava o cargo

de presidente desde a criação da entida-de, fatigado com o excesso de trabalhoe aborrecido com as querelas adminis-trativas, por várias vezes, externou o de-sejo de renunciar. Instado, porém, pelosEspíritos coordenadores do trabalho,continuou no exercício da presidênciaaté a data de sua desencarnação.

Conforme se pode claramente no-tar em escritos, documentos e depoi-mentos da época, o Codificador era ri-goroso no cumprimento das disposi-ções estatutárias e na disciplina na con-dução das atividades aí realizadas. Exi-gia de todos os participantes extremaseriedade e isso contribuiu para darmuita credibilidade à instituição e aosseus pronunciamentos acerca dos as-suntos tratados. Era extremamente pru-dente e austero nos pareceres exaradose nunca permitiu que a Sociedade setornasse arena de controvérsias e de-bates estéreis, geralmente fomentadospor indivíduos interessados em desvi-ar o Espiritismo dos rumos estabeleci-

Espírita brasileiro.Kardec afirmou que os piores

inimigos do Espiritismo estariamentre seus pares

Por outro lado, e adotando ideiasdiferentes das do rustenismo, os sim-patizantes do orientalismo insistem,com base principalmente nos dita-dos do Espírito Ramatis ao médiumespiritualista Hercílio Maes, em darao Espiritismo uma faceta místicacalcada nas religiões orientalistas dopassado e na Teosofia, julgadas ca-pazes de enriquecer o Espiritismo.Para tanto, não se furtam em cha-mar Kardec – e, consequentemente,as obras da Codificação Espírita –de ultrapassados, e a Doutrina de ca-rente de remendos, considerandocomo principal artífice dessa “mis-são” o próprio Espírito Ramatis eseus confusos ditados, sob a facha-da de “universalismo”, termo geral-mente utilizado para encobrir ideiassincretistas e práticas fetichistas.

A lista de “inovações” propug-nada por esses redutos seitistas éextensa: adoção da astrologia, daapometria, de rituais, de terminolo-gias estranhas ao Espiritismo, cren-ça em profecias de destruição do pla-neta, crença em extra e intraterrenoscom missão de salvar o planeta, etoda sorte de divagações místicassem o menor embasamento lógicoou factual, geralmente induzindo auma alienação místico-religiosa queem nada fica a dever às religiõesdogmáticas tradicionais, só que comuma faceta diferente, de cunho es-sencialmente esotérico. (Continuana pág. 10 desta edição.)

O sincretismo, a miscelânea do Espiritismo com outras correntes espiritualistas, desfigurandopor completo a prática espírita, eis a causa do desaparecimento do Espiritismo na França

Paris antiga, por ocasião do advento do Espiritismo

O IMORTALPÁGINA 4 MARÇO/2011

De coração para coração

Um dos princípios fundamentais doEspiritismo é, como sabemos, o dapluralidade dos mundos habitados. Naobra da criação divina, a Terra é apenasuma das inumeráveis habitações do serhumano, pois há, evidentemente, mui-tos outros mundos que abrigam huma-nidades semelhantes à nossa, não sendoo homem terreno o único ser corpóreodotado de inteligência, racionalidade esenso moral no Universo imenso.

Criado simples e ignorante, masdotado de livre-arbítrio, com inclina-ções tanto para o bem quanto para omal, falível portanto, o Espírito su-jeita-se a encarnar e reencarnar, ex-perimentando múltiplas existênciascorporais na Terra ou em outros pla-netas, tantas quantas forem necessá-rias para ultimar sua depuração e seuprogresso. Esse processo admirávelrealiza-se através das emigrações eimigrações de Espíritos, ou seja, daalternância sucessiva e múltipla dasexistências humanas nos dois planosda vida: o corpóreo e o espiritual.

Todo Espírito encarnado, enquan-to seu corpo vive, está vinculado aomundo em que encarnou. Desencar-nado, passa ele à condição de Espíri-to errante, que é o indivíduo que ne-cessita ainda de reencarnar para de-

purar-se e progredir. No estado de er-raticidade o Espírito continua vincu-lado ao mundo onde irá reencarnar,mas, não estando a ele fixado pelocorpo, é mais livre e pode até mesmovisitar outros planetas, com a finali-dade de instruir-se.

As emigrações e imigrações deEspíritos podem ocorrer também en-tre mundos diferentes, isto é, podemos Espíritos emigrar de uns para ou-tros planetas.

Alguns emigram por força do pro-gresso realizado, que os habilita a in-gressar em um mundo mais adiantado,o que é um prêmio para eles; outros, aocontrário, são excluídos do mundo aque pertencem, por não haverem acom-panhado o progresso moral atingidopela Humanidade desse mundo. O exí-lio que lhes é imposto constitui verda-deiro castigo, que a lei de justiça im-põe aos recalcitrantes no mal, escravi-zados ao orgulho e ao egoísmo.

Os ensinamentos espíritas aju-dam-nos a compreender e a melhorexplicar as diversidade étnicas e, so-bretudo, a existência na Terra de umaetnia considerada intelectualmentesuperior, se comparada com as outrasaqui existentes, das quais algumasmanifestam ainda notória inferiorida-

de. A etnia branca existente na Terra,chamada outrora, equivocadamente,de “raça branca”, foi constituída, ini-cialmente, de Espíritos emigrados deum planeta pertencente ao sistema deCapela, uma estrela milhares de ve-zes maior que o Sol.

Havendo o mencionado planetaatingido um estágio de progresso con-dizente com o de um mundo regene-rado e mais feliz, mas permanecendonele uma legião de Espíritos ainda re-calcitrantes no orgulho e apresentan-do outros sérios defeitos morais, ti-veram eles de ser dali excluídos, e,por causa disso, muitos acabaram sen-do encaminhados para o planeta Ter-ra, onde Jesus os acolheu.

Em nosso mundo, sendo muitomais adiantados que os habitantes per-tencentes aos povos autóctones ou in-dígenas que aqui viviam, sobretudo noque diz respeito à inteligência, vieramimpulsionar o progresso daqueles,mesclando-se a eles e expandindo suacultura por todos os cantos da Terra.

Os homens que resultaram da re-encarnação dos exilados de Capelaem nosso mundo formaram a chama-da raça adâmica, que deu origem aospovos intelectualmente mais adianta-dos do nosso planeta: os arianos ou

São inúmeros os planetas com vida semelhante à nossa

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

indo-europeus, os egípcios, osisraelitas e os indianos.

A história dos exilados de Capelapermite-nos compreender melhor as nar-rativas bíblicas acerca de Adão e Eva esua expulsão do Paraíso. A lenda do Pa-raíso perdido funda-se, em verdade, nobanimento daquela legião de Espíritosdo planeta capelino, que, se comparadocom a Terra daquela época, podia con-siderar-se efetivamente um paraíso.

Emmanuel, em seu livro A Cami-nho da Luz, nos dá informações valio-sas a respeito da chamada raça adâmica,assunto tratado igualmente por Kardecem A Gênese. Nesta obra, o Codifica-dor, depois de aludir à questão das emi-grações e imigrações coletivas de Espí-ritos de um mundo para outro, faz clarareferência à raça adâmica no cap. XI,item 38: “De acordo com o ensino dosEspíritos, foi uma dessas grandes imi-grações, ou se quiserem, uma dessas Co-lônias de Espíritos, vinda de outra esfe-ra, que deu origem à raça simbolizadana pessoa de Adão e, por essa razão mes-ma, chamada raça adâmica. Quando elaaqui chegou, a Terra já estava povoadadesde tempos imemoriais, como a Amé-rica, quando aí chegaram os europeus”.

Mais adiantada do que as que a ti-nham precedido neste planeta, a raçaadâmica foi, com efeito, a mais inteli-gente e a que impeliu ao progresso to-das as outras. O Gênesis no-la mostra,desde os seus primórdios, industriosa,apta às artes e às ciências, o que mos-tra que ela não passou na Terra pelainfância espiritual, diferentemente doque ocorreu com os demais povos quehabitavam, então, o planeta.

Tudo indica que a chamada raçaadâmica não surgiu nos primórdios daTerra, mas aqui surgiu em época re-lativamente recente – cerca de 8 a 12mil anos atrás.

Segundo as Escrituras, Caim e Abel,

filhos de Adão e Eva, tinham habilida-des desconhecidas dos homens primiti-vos, como o uso da terra para plantio e opastoreio. Caim conhecia também a arteda construção de casas e cidades, umaconquista do período neolítico, porqueantes desse período os homens da Terraviviam em cavernas.

Chama-se período neolítico aoperíodo da época holocena em que osvestígios culturais do homem pré-his-tórico se caracterizavam pela presen-ça de artefatos de pedra polida (ain-da não era utilizado o bronze) e peloaparecimento da agricultura. A épo-ca holocena, iniciada há cerca de 12mil anos, é aquela em que as geleirasse restringiram às regiões polares eocorreram o desenvolvimento e a ex-pansão da civilização humana.

Ensina o Espiritismo que a espé-cie humana não começou por um úni-co homem e que aquele a quem cha-mamos Adão não foi o primeiro nemo único a povoar a Terra. Kardec in-dagou aos Espíritos Superiores: “Emque época viveu Adão?” Eles respon-deram: “Mais ou menos na que lheassinais: cerca de 4.000 anos antes doCristo” (L.E., item 51).

De fato, a narrativa contida no cap.4 do Gênesis nos leva ao mesmo enten-dimento, porque somente no períodoneolítico – entre os anos 5.000 a.C. e2.500 a.C. – é que surgiu na Terra opastoreio, seguido do cultivo da terra, eo homem passou de caçador a pastor.Como Caim cultivava o solo e seu ir-mão Abel era pastor, vê-se que a dataindicada pelos Espíritos a respeito daépoca em que viveu Adão é perfeitamen-te compatível com os registros históri-cos. Como o povoamento da Terra seiniciou em épocas bem mais recuadas, éevidente que não descendemos dos paisde Abel e Caim, mas de outros ances-trais que teriam vivido muito antes.

Parêntese tem plural?Sim. Dizemos “um parênte-

se”, “abrir um parêntese”, “frasecolocada entre parênteses”.

A confusão que às vezes se fazcom respeito ao assunto decorrede que o vocábulo parêntese pos-sui uma variante: parêntesis, quepode ser usado tanto no singularquanto no plural.

Desse modo, podemos grafarperfeitamente: “abrir um parên-tese” ou “abrir um parêntesis”.

Pílulas gramaticais*

O texto “O neto é tal qual aavó”, se fosse grafado na formaplural, seria assim escrito: “Osnetos são tais quais as avós”, ob-servando-se que “tal” e “qual”devem concordar com os nomesa que se referem.

Assim, devemos escrever:- O menino é tal qual o pai.- O menino é tal quais os pais.- Os filhos são tais qual o pai.- Os filhos são tais quais os pais.

Pergunta-me uma jovem denome Marina: Qual é a diferençaentre prova e expiação?

Ensina o Espiritismo que osEspíritos não ocupam perpetuamen-te a mesma categoria e que todos semelhoram passando pelos diferen-tes graus da hierarquia espírita.

Essa melhora se efetua pormeio da encarnação. A vida mate-rial é uma prova que lhes cumpresofrer repetidamente, até que ha-jam atingido a absoluta perfeiçãomoral (LE, Introdução, item VI).

Provas são, assim, testes, opor-tunidades de aquisição de experi-ência, dificuldades que nada têm a

mola e se verá a braços com todasas privações oriundas da miséria;o orgulhoso, com todas as humi-lhações; o que abusa de sua auto-ridade e trata com desprezo e du-reza seus subordinados se verá for-çado a obedecer a um superior maisríspido do que ele o foi.

Na questão 262, “a”, da obracitada, os imortais informam queDeus jamais apressa a expiação esó a impõe ao Espírito que, pelasua inferioridade ou má-vontade,não se mostra apto a compreendero que lhe seria mais útil, e quandotal existência serve para sua puri-ficação e progresso.

O Espiritismo respondever com equívocos ou erros cometi-dos no passado.

Riqueza, beleza, vida fácil, tan-to quanto pobreza, feiura, vida difí-cil são provas.

Expiação decorre de faltas co-metidas pelo Espírito.

Segundo a questão 998 d´O Li-vro dos Espíritos, a expiação se cum-pre durante a existência corporal me-diante as provas a que o Espírito seacha submetido e, na vida espiritu-al, pelos sofrimentos morais, ineren-tes ao estado de inferioridade do Es-pírito.

Assim é que o mau rico, por ex-piação, poderá vir a ter de pedir es-

O IMORTALMARÇO/2011 PÁGINA 5

cada um deles. (Obra citada, cap. 21e 22, págs. 114 a 123.)

Texto para leitura29. As defesas do Posto - As for-

tificações do Posto impressionavam.Fossos que deixavam passar a águacorrente, a torre de vigia, o caminhoda ronda, a cisterna, as seteiras, as pa-liçadas e os pequenos canhões, tudolembrava as fortificações terrestres. Nocume da torre de vigia, tremulava umaenorme bandeira de paz, muito alva.Alfredo explicou que era indispensá-vel defender o Posto, embora sua ta-refa fosse de concórdia e harmonia. Asentidades votadas ao mal não eramapenas ignorantes ou inconscientes. Amaioria se constitui de indivíduos per-versos e criminosos, entidades verda-deiramente diabólicas. Daí a necessi-dade de defesa permanente e a impor-tância das fortificações. Na Crosta, oshomens menos felizes lutam pela do-minação econômica, pelas paixões de-sordenadas, pela hegemonia dos fal-sos princípios. Ali tem-se tudo isso emidentidade de condições. Mas as balasutilizadas na defesa do Posto não sãofeitas de aço; são projetis elétricos, queassustam terrivelmente as entidades epodem causar a impressão de morte.Os projetis expulsam os inimigos dobem através de vibrações do medo, po-dendo causar a ilusão da morte ao atu-ar sobre o corpo espiritual denso deEspíritos muito atrasados no caminhoda vida. Para ilustrar seu relato,Alfredo contou ao grupo a lenda hinduda serpente e do santo. (Cap. 20, pp.108 a 113)

30. O serviço no Posto - Gran-des botijas d’água, caldeirões de sopa,vasos de substância medicamentosaeram trazidos para o atendimento aosenfermos. Ali, víamos espíritos maisdesequilibrados que propriamenteperversos. (Cap. 21, pág. 114)

31. Espíritos dementados -Malaquias, um dos enfermos, recla-mava com Alfredo a demora do aten-dimento de sua petição. Estava preo-cupado com suas terras e seus escra-

Continuamos a apresentar o tex-to condensado da obra “Os Mensa-geiros”, de André Luiz, psicografa-da pelo médium Francisco CândidoXavier e publicada pela editora daFederação Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. Por que o Posto de Socorro

assemelhava-se a uma fortificaçãomedieval?

R.: Ele assim foi construído paragarantir sua defesa, motivo por que seviam ali fossos que deixavam passara água corrente, a torre de vigia, o ca-minho da ronda, a cisterna, as seteiras,as paliçadas e os pequenos canhões.Mas no cume da torre de vigia tremu-lava uma enorme bandeira de paz,muito alva. Alfredo explicou que eraindispensável defender o Posto, em-bora sua tarefa fosse de concórdia eharmonia. As entidades votadas ao malnão eram apenas ignorantes ou incons-cientes: a maioria se constituía de in-divíduos perversos e criminosos, en-tidades, por assim dizer, verdadeira-mente diabólicas. (Os Mensageiros,cap. 20, pp. 108 a 113.)

B. Quem eram os Espíritos vis-tos por André em estado de sono?Por que eles dormiam?

R.: Eram criaturas que nunca seentregaram ao bem ativo e renova-dor em torno de si, e mormente osque acreditavam convictamente namorte como sendo o nada, o fim detudo, o sono eterno. Eles dormem,porque estão magnetizados pelas pró-prias concepções negativistas; perma-necem paralíticos, porque preferirama rigidez ao entendimento. Mas diavirá em que deverão levantar-se epagar os débitos contraídos. (Obracitada, cap. 22, págs. 120 a 122.)

C. Que tipo de atendimento éprestado aos enfermos do Posto?Eles recebem também alguma es-pécie de alimentação?

R.: A conversa amigável, a ori-entação espiritual adequada, medica-mentos, água efluviada, passes mag-néticos e, em alguns poucos casos,aplicações do sopro curador – issocompunha o conjunto dos atendimen-tos prestados aos enfermos, que tam-bém recebiam alimentação, desde oscaldos líquidos até o alimento maisdenso, na conformidade do estado de

vos. Alfredo lhe diz que é preciso, pri-meiro, cuidar da saúde e ele se acal-ma. Aristarco receia que os primoslhe tomem sua parte na herança dosavós e indaga se seu pedido já foienviado ao Imperador. Alfredo o es-clarece quanto aos verdadeiros bensque ele poderá alcançar diante daVida Eterna, e lembra que os primos,quando deixarem a Terra, nada po-derão levar consigo. Essa ideia acal-ma o enfermo. Aproxima-se entãouma senhora que reclama a volta aolar, alegando que seu marido, se elanão voltar, dissipará seus bens e per-seguirá as filhas. Alfredo procuraesclarecê-la, sugerindo o desapegopelos bens passageiros, para poderganhar os eternos bens, mas a mu-lher afasta-se encolerizada, incapazde qualquer compreensão. Na verda-de, ela desencarnou quando preten-dia envenenar o marido, às ocultas, eos outros eram tiranos em seus do-mínios. Depois de passarem por umlongo período dormindo, julgam-seainda encarnados, supondo que po-dem dissimular suas pretensões cri-minosas. (Cap. 21, págs. 114 a 118)

32. A ala dos que dormem - Ex-tensas filas de leitos ao rés do chãoestavam ocupados por pessoas mer-gulhadas em profundo sono. Muitostinham o semblante horrendo. Emquase todos, viam-se nos olhos o ex-tremo pavor e o doloroso desesperoda morte. Os que dormiam somavam1.980 abrigados, dos quais Alfredohavia separado os 400 mais suscetí-veis de próximo despertar, para apli-car-lhes o tratamento. Os demais re-cebem alimento e medicação maisdensos uma vez por dia. Aproximan-do-se de um deles, André observa ocalor orgânico, a pulsação regular eos movimentos respiratórios, apesarda extrema rigidez dos membros,como num processo de catalepsia.Quem eram aqueles homens? Anicetoesclarece dizendo que se trata de cri-aturas que nunca se entregaram aobem ativo e renovador em torno de

si, e mormente os que acreditaramconvictamente na morte, como sen-do o nada, o fim de tudo, o sono eter-no. Eles dormem, porque estão mag-netizados pelas próprias concepçõesnegativistas; permanecem paralíticos,porque preferiram a rigidez ao enten-dimento; mas dia virá em que deve-rão levantar-se e pagar os débitos con-traídos. (Cap. 22, págs. 120 a 122)

33. O atendimento dos enfer-mos - Os servidores do Posto distri-buíram pequenas porções de alimen-to líquido e medicação bucal, em pro-fundo silêncio. Em seguida, fornece-ram reduzidas quantidades de águaefluviada aos infelizes, com exceção,porém, de muitos que pareciam pre-parados a receber, apenas, caldo eremédio. Dois terços dos quatrocen-tos abrigados receberam passes mag-néticos. Poucos receberam aplicaçõesdo sopro curador. (Cap. 22, pág. 123)

34. Pesadelos - Todos aqueles ir-mãos eram presas de horríveis visõesíntimas. A uma ordem de Aniceto,André Luiz examinou detidamenteuma mulher. À medida que se con-centrava, ele ampliava sua visão es-piritual. Viu então uma sombra cin-zento-escura condensar-se em tornoda fronte daquela criatura. Formas semovimentavam numa pequena telasombria. Apareceu uma casa modes-ta de cidade humilde. Lá dentro, umquadro horrível se forma. Uma senho-ra de idade madura luta com um ho-mem embriagado. Ela tenta matá-lo;ele implora piedade. “Deus não exis-te! Deus não existe! Morrerás, infa-me”. E, de súbito, crivou-lhe o crâ-nio de marteladas surdas. Depois, acena mostra-a conduzindo o cadáverem um carrinho de mão, até os tri-lhos de um trem. Consumado o cri-me, fruto de uma paixão enceguecida,a mulher viu-se cercada de seres quepareciam bandidos de vestes negras.A assassina era a pobre mulher queAndré examinava... O episódio docrime constituía-lhe um pesadelo re-corrente. (Cap. 23, págs. 125 a 128)

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

Estudando a série André Luiz

Os MensageirosAndré Luiz

(7ª Parte)Frases e apontamentos

importantes63. A crença na vida superior é

atividade incessante da alma. A fer-rugem ataca a enxada ociosa. O en-torpecimento invade o Espírito vaziode ideal criador. Os que, nos círculoscarnais, creem na vida eterna, aindaque não sejam fundamentalmentecristãos, estão desenvolvendo facul-dades de movimentação espiritual epodem penetrar as esferasextraterrenas em estado animador...No entanto, as criaturas que perse-veram em negação deliberada e ab-soluta, não obstante filiadas a cultosexternos de atividade religiosa, quenada veem além da carne nem dese-jam qualquer conhecimento espiritu-al, são verdadeiramente infelizes.(Aniceto, cap. 22, págs. 121 e 122)

64. A fé sincera é ginástica doEspírito. Quem não a exercitar de al-gum modo, na Terra, preferindo de-liberadamente a negação injustificá-vel, encontrar-se-á mais tarde semmovimento. Semelhantes criaturasnecessitam de sono, de profundo re-pouso... (Aniceto, cap. 22, pág. 122)

65. Para ajudar eficientementeaos nossos amigos encarnados, é ne-cessário saibamos ver com clareza eprecisão. (Aniceto, cap. 23, pág. 124)

66. Quem dorme em desequilí-brio, entrega-se a pesadelos.(Aniceto, cap. 23, pág. 125)

67. Seus pensamentos de frater-nidade e paz muito auxiliaram essairmã infeliz. Guarde a certeza dissoe continue buscando a compreensãopara socorrer e ajudar com êxito.(Aniceto, cap. 23, pág. 128, referin-do-se a uma senhora perturbada exa-minada por André Luiz)

68. Não precisamos comentarqualquer episódio dessas existênci-as vividas em oposição à VontadeDivina. Bastará lembrar sempre quea dívida, em toda parte, anda comos devedores. (Aniceto, cap. 23, pág.128) (Continua no próximo núme-ro.)

O IMORTALPÁGINA 6 MARÇO/2011

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

Criadas nos anos 60 do séculopassado, as Uniões Regionais Espí-ritas – conhecidas mais pela siglaURE ou seu plural UREs – sempreexerceram importante papel naestruturação do movimento espíritaparanaense, uma vez que represen-tam, na região em que atuam, a pró-pria Federação Espírita do Paraná.

Cada URE abrange um grupode municípios próximos entre si ecom características comuns que oslevam a manter um contato natu-ral nos diversos setores em que aatividade humana se manifesta. Sea área de sua abrangência for maisrestrita, diminuindo a distânciaentre os municípios que a com-põem, evidentemente a ação daURE pode ser mais efetiva e omovimento espírita tornar-se maisdinâmico.

Com esta ideia, os novos diri-gentes da Federação Espírita doParaná decidiram pela criação denovas UREs, resultado dodesmembramento das Uniões Re-gionais existentes, como se deu,por exemplo, na região cujo polo éa cidade de Londrina.

Sede anteriormente da 5ª UniãoRegional Espírita, que abrangia

A URE Metropolitana Londrinainiciou 2011 trazendo à região

o confrade Allan Vilches

uma área muito extensa, Londrina éagora sede da URE MetropolitanaLondrina – conhecida também como18ª Região União Regional Espírita–, que abarca três municípios:Ibiporã, Cambé e Londrina.

A nova URE foi instalada no dia9 de outubro do ano passado, emreunião presidida pelo presidente daFederação Espírita do Paraná, con-frade Francisco Ferraz Batista. Apósa instalação, procedeu-se à eleiçãode sua primeira diretoria, que ficouassim constituída: Presidente: LuizCláudio Assis Pereira; 1o Vice-Pre-sidente: Marinei Ferreira Rezende;2o Vice-Presidente: Marcel Gonçal-ves; Diretora do DIJ: RosileneAparecida Carvalho Ferreira Tesou-reiro: Sebastião Borges.

A URE Metropolitana Londrina– conhecida também como 18ªUnião Regional Espírita – conta, no

momento, com 24 instituições es-píritas, 18 filiadas à Federação Es-pírita do Paraná e 6 ainda nãofiliadas.

Suas atividades em 2011 se ini-ciaram em fevereiro último com asapresentações do confrade AllanVilches nas cidades de Londrina,Ibiporã e Rolândia, envolvendo asinstituições Fraternidade EspíritaMensageiros da Luz, de Ibiporã; aSociedade Espírita Maria de Nazaré,de Rolândia, e o Centro EspíritaNosso Lar, de Londrina (fotos).

Allan Vilches nasceu emOsasco-SP em 1981. Com apenas11 anos ingressou no grupo JovemEspírita Semeadores da Paz (JESP)do Núcleo Espírita Obreiros daVida Eterna, onde iniciou seus es-tudos da doutrina espírita. Com 14anos fez sua primeira apresentaçãomusical na XXI COMELESP edesde então tem atuado com suces-so no meio espírita. Em 2001 for-mou seu primeiro Coral, denomi-nado Cantores da Luz, na mencio-nada instituição.

Um público estimado em cer-ca de 350 pessoas, considerando ostrês locais, emocionou-se ao ouviras belas canções vindas da voz oconhecido divulgador da doutrinaque, através da música, transmitede forma simples os ensinamentosde Jesus.

MARCEL GONÇ[email protected]

De Ibiporã

Allan Vilches na apresentação em Londrina

Público numeroso assistiu à apresentação em Londrina Após a apresentação, os autógrafos

O IMORTALMARÇO/2011 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Martins Peralva

José Martins Peralva Sobrinhonasceu em Buquim, Sergipe, em 1ºde abril de 1918 e desencarnou emBelo Horizonte-MG, em 3 de setem-bro de 2007, aos 89 anos de idade.

Foram seus pais Basílio MartinsPeralva e Etelvina da FonsecaPeralva. Seu genitor, um dos pionei-ros do Espiritismo em terrassergipanas, era espanhol de nascimen-to, tendo vindo para o Brasil aos 12anos de idade, fixando residência emPassa Quatro, Sul de Minas Gerais.

Ainda moço, transferiu-se parao Nordeste do País, onde, comoengenheiro prático e desenhista,construiu ramais de estradas de fer-ro ligando Bahia e Sergipe. EmBuquim, tornou-se fazendeiro econheceu a jovem Etelvina, maisconhecida como Teté, com quemcontraiu matrimônio.

Martins Peralva iniciou-se noEspiritismo sob assistência e orienta-ção diretas de seu pai, excepcionalmédium curador, vigoroso polemistae excelente doutrinador. Acompa-nhando, desde os 6 anos de idade, ostrabalhos desenvolvidos com extra-ordinária segurança, presenciou emsua própria casa notáveis curas reali-zadas por intermédio de seu genitor.

Teve a infância e a adolescên-cia enriquecidas por fatos extraor-dinários e pelo contato com a Dou-trina, o que lhe proporcionou for-mação espírita essencialmente ba-seada em Allan Kardec.

Do ponto de vista material, suaadolescência foi extremamente di-fícil, pois perdeu o pai com apenas13 anos, em maio de 1931, ficandoa viúva Etelvina e seus filhosEdison, Eurídice e José, em situa-ção de pobreza. Lívio Pereira da Sil-va, admirável companheiro de Ba-

sílio Peralva, providenciou empregopara o filho mais velho, Edison, de15 anos, que cercou a família de todoo carinho.

Apesar de ser o mais novo dosfilhos, Martins assumiu o comandoda casa e procurou desde logo traba-lhar para obter o pão de cada dia. Oprimeiro emprego foi de balconista,na padaria de Ephrem Fernandes Fon-tes, parente pelo lado materno; depoisna cidade do Rosário do Catete, comoapontador na construção do GrupoEscolar Senador Leandro Maciel,passando 8 meses longe da mãe e ir-mãos, com apenas 15 anos de idade;o quarto, como apontador na conser-vação de estradas de rodagens, res-ponsável pelo trecho Aracaju-Socor-ro São Cristóvão, tendo de percorrerdiariamente, a pé, cerca de 80 quilô-metros (ida e volta), saindo de casaàs 6 horas da manhã e retornando ànoite, em trabalho realmente penosopara um adolescente franzino.

Penalizada com a situação do fi-lho, a senhora Teté vendeu a pequenacasa em que moravam e pôde com-prar-lhe uma bicicleta, com a qualpassou a fazer o longo percurso. Todaessa luta era um estímulo para o com-penetrado garoto que, com a mortedo pai, tomara a si a direção do lar.Apaixonado pelo futebol, teve deabandoná-lo por motivo de saúde

Terminadas as obras no interior,passou a trabalhar, ainda como apon-tador, na reconstrução do prédio doTesouro do Estado de Sergipe. Pos-teriormente fez concurso público parao cargo de escriturário da PrefeituraMunicipal de Aracaju, tendo sidoaprovado e nomeado. Depois, por me-recimento, ocupou os cargos de ofi-cial administrativo e assistente daProcuradoria da Fazenda Municipal.Tendo-se revelado funcionário exem-plar e capaz, granjeou a simpatia econfiança dos prefeitos, sendo nome-ado secretário particular do prefeito.

Em 4 de fevereiro de 1938, com20 anos, verificou-se o falecimento

de sua mãe, sobrevindo novas difi-culdades. Os irmãos dispersaram-see Martins Peralva, já com empregocerto na Prefeitura, permaneceu emAracaju, passando a morar em umarepública de rapazes, seus compa-nheiros de futebol.

Apaixonado pelo futebol, ingres-sou no Paulistano F.C., chegando aser convocado para a seleção deSergipe. Todavia, por motivo de saú-de, não chegou a disputar os jogosdaquele ano, abandonando a práticado futebol em plena forma.

Sua paixão pelo futebol era tãogrande que, aos 25 anos, tendo as-sumido a presidência da União Es-pírita Sergipana, não deixou de com-parecer, aos domingos, ao CampoAdolpho Rollemberg e ao Campo doPalestra (onde hoje está o“Batistão”), para defender as coresdo Paulistano. Foi também árbitro defutebol, diretor do Tribunal de Jus-tiça Desportiva e redator esportivodo Correio de Aracaju, jornal em quetambém escrevia sobre Espiritismo,poesia, política e assuntos gerais.

Em agosto de 1942, sem famíliaem Aracaju, morando em república,casou-se com Jupira Silveira – a de-votada esposa que desencarnaria em15 de julho de 2003 –, com quemteve três filhos: Ieda, nascida emAracaju; Basílio e Alcione, nascidosem Belo Horizonte, os quais lhe de-ram 5 netos. Basílio, atualmente, émembro do Conselho de Adminis-tração da União Espírita Mineira.

Em 1949, indo ao Rio de Janei-ro representar Sergipe na Festa Na-cional do Livro Espírita promovidapor valorosos companheiros, entreos quais Leopoldo Machado, ArthurLins de Vasconcelos e CarlosImbassahy, estendeu sua viagem,após o encontro, a Minas Gerais,objetivando conhecer e abraçarChico Xavier, e visitar um irmão deseu pai, residente em Belo Horizon-te: José Martins Peralva.

Seu primeiro contato com Chico

Xavier ocorreu na noite de 13 de maiode 1949, em reunião no Centro Espíri-ta Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo,sob grande emoção espiritual.

Desse encontro com ChicoXavier nasceu-lhe, espontaneamen-te, o desejo de transferir a residên-cia para Belo Horizonte. Voltando aAracaju, conversou com seu médi-co, sendo orientado a mudar-se paraa Capital mineira, tida na épocacomo cidade de clima ideal para acura de problemas pulmonares.

Em 1949 Martins Peralva efamília radicaram-se em Belo

HorizonteDesfazendo-se da casa própria

que tinha na Capital sergipana, ele ea esposa Jupira partiram para BeloHorizonte, levando consigo a filhaIeda de 6 anos, desembarcando no ae-roporto da Pampulha em 4 de setem-bro de 1949, para fixarem residênciadefinitiva na Capital mineira.

Seu primeiro contato com o meioespírita ocorreu na União EspíritaMineira. Quando chegou a Belo Ho-rizonte em setembro de 1949, a Mo-cidade Espírita “O Precursor”, con-tava apenas 6 meses de existência.Integrando-se ao movimento moço,foi um dos mentores da Mocidade.Ele passou a visitar a Colônia SantaIsabel, que cuidava de irmãos hanse-nianos, aonde levava calor humano,assistência espiritual e material.

Fundou, nessa mesma época, aCantina Espírita Francisco de Assis,que distribuía semanalmente manti-mentos para famílias carentes, previ-amente cadastradas. Essa atividadecresceu até ser construído um galpãona Vila dos Marmiteiros, onde pas-sou a oferecer sopa aos mais necessi-tados. Mais tarde, por motivo de de-sapropriação, a atividade foitransferida à União Espírita Mineira,com a instalação da tarefa assistencialàs mães desvalidas. A Cantina Fran-cisco de Assis era também responsá-vel pela distribuição natalina de cer-ca de 1.000 cestas básicas para as fa-

mílias carentes.Nas horas vagas abastecia a

imprensa espírita e a leiga com seusartigos evangélico-doutrinários.Participou por 15 anos ininterruptosdas atividades do Centro EspíritaCélia Xavier. Profissionalmente,ingressou na carreira bancária em1º de abril de 1950, tendo seu pri-meiro emprego em Belo Horizon-te. Como bancário por 35 anosininterruptos, chegou a gerente debanco, até aposentar-se em 1985.

Em Minas Gerais escreveu cin-co obras evangélico-doutrináriasde reconhecido valor: Estudandoa Mediunidade (25 edições), Estu-dando o Evangelho (8 edições), OPensamento de Emmanuel (8 edi-ções), Mediunidade e Evolução (8edições), editadas pela FEB, eMensageiros do Bem, com tiragemde dez mil exemplares, editadapela União Espírita Mineira.

Em 1963, apresentou na XVIConcentração de Mocidades Espí-ritas do Brasil Central e de SãoPaulo o trabalho intitulado “OComportamento do Jovem em facedo Problema Sexual”, que tevegrande repercussão na época,quando o tema era ainda um tabuno meio espírita.

Foi com muito carinho e grati-dão que ele se referia à esposaJupira. Ela, ainda bem jovem, aju-dou-o a enfrentar o problema de suasaúde, concordando em desfazer-seda casa própria que possuíam emAracaju, dedicando-se inteiramen-te ao seu tratamento em Belo Hori-zonte, onde encontraria a recupe-ração da saúde e a integração, doponto de vista espiritual, num cam-po de trabalho maior.

Depois de sua desencarnação, osfilhos ofereceram material para com-por o livro “Evangelho Puro, PuroEvangelho” um rico manancial deinspiração evangélica e doutrináriapara reflexão de nosso movimentoespírita, recentemente publicado.

Um grande público comparece à Inter-Regional Norte

Mais um ano de Inter-Regio-nais começou, eventos sempremarcados pela alegria do reencon-tro, pela oportunidade darevitalização dos laços de frater-nidade que devem sustentar a re-lação dos espíritas que trabalhamna difusão do Espiritismo noParaná.

A delegação da Diretoria Exe-cutiva deixou Curitiba no dia 19de fevereiro às 9h30, a partir dasede administrativa da FEP, emônibus fretado, como já se habi-tuou a fazer nestes últimos doisanos, e chegou por volta de 15h30a Londrina, hospedando-se no ho-tel Golden Blue.

Compuseram a delegação:Francisco F. Batista e Eleonor C.Batista, Luiz Henrique da Silva eMarise C. da Silva, DanielDallagnol, José V. Góes, CesarKloss, Danilo Arruda, Marcelo G.Kolling, Marcio da Cruz, MarcoNegrão, Paulo David e ElisabethM. Choinski, Maria HelenaMarcon, Mari Ishyiama, Maria daGraça Rozetti e Valdecir Rozetti,Tatyanna Braga de Moraes eElisângela Dias Toledo.

A Inter-Regional Norte, forma-da pelas Uniões Regionais Espíri-tas da 4ª, 5ª, 6ª e 18ª regiões, con-templa 91 municípios do Paraná,nos quais existem Centros Espíri-tas em 36 deles, atendendo a umademanda de 1,4 milhão de habi-tantes de um total de 1,8 milhão.São 75 Casas Espíritas, 54 destasfiliadas à Federação Espírita doParaná.

Antes do encontro do dia 20,domingo, como de costume, os

membros da Diretoria Executiva daFEP reuniram-se com os dirigentesdas Casas Espíritas. Esse encontroocorreu no sábado, das 19 às 22h,para a prestação de contas e inter-câmbio de experiências locais, comcaracterística de uma reunião infor-mal.

Cerca de 70 pessoas, entre diri-gentes e representantes das CasasEspíritas da região, estiveram pre-sentes.

A palavra dopresidente da FEP

O presidente Francisco Ferrazcomeçou lembrando que a propos-ta é de confraternização. Reforçouque os seminários de domingo nãosão terminativos ou conclusivos,como se fossem uma imposição.Antes, contudo, servem para ou-virmos e buscarmos o apoio mú-tuo, procurando sensibilizar osagentes multiplicadores da divul-gação em seus vários setores deatuação.

Apresentou, em seguida, umavisão panorâmica do MovimentoEspírita no mundo e da forte orga-nização que o caracteriza nestes diasde grandes desafios para a Unifica-ção.

Logo depois, o diretor do depar-tamento de Unificação, José VirgílioGóes, lembrou que o benfeitor Be-zerra de Menezes e tantos outrosdivulgadores, como Divaldo Fran-co e Raul Teixeira, além dos esfor-ços de Lins de Vasconcellos, entretantos outros, têm buscado concitara todos para essa desafiadora tare-fa, que é a de nos aproximarmos fra-ternalmente, respeitando as diferen-ças, as peculiaridades de cada cida-de, de cada cultura, de cada região.Abraçando a todos, ele encerrou suabreve exposição, enfatizando que é

uma grande alegria estarmos maisuma vez reunidos em torno do ide-al espírita.

Luiz Henrique deu notícias arespeito do Centro de Treinamen-tos Lins de Vasconcellos, em fasede conclusão. Enfatizou que se tra-ta de um local destinado a encon-tros, treinamentos e reflexões paraos trabalhadores espíritas, não serestringindo, a rigor, apenas aos tra-balhadores do Paraná.

Daniel Dallagnol apresentou,por sua vez, as principais açõesempreendidas nas unidades sociaisda FEP: Hospital Bom Retiro; 3Centros de Educação Infantil(Josefina Rocha, Mariinha e Bezer-ra de Menezes); Escola ProfissionalMaria Ruth Junqueira, que qualifi-cou tecnicamente mais de 15 milalunos durante 2010. Lembrou quetodas as atividades são realizadasem imóvel próprio da FEP. São cer-ca de 400 funcionários em todas asunidades, além da livraria e sede,que demandam, sem dúvida, perma-nente atenção e austeridade admi-nistrativa.

As notícias das UREs4ª URE - Maria de Lourdes, de

Santo Antônio da Platina, noticiouo aniversário de 80 anos da UniãoEspírita Jesus Nazareno.

A URE abrange 29 municípios,sendo 11 Casas em 10 cidades con-templadas. Público instável, variá-vel. As lideranças envelhecem e nãohá continuidade por conta da ausên-cia dos jovens. Aproveitou o ensejopara divulgar a realização de pales-tra com Sandra Borba em 16 demarço. Lourdes entende que umcaminho, de fato, como já vemacontecendo, é a intensificação deseminários e treinamentos na região.

5ª URE - Maria Aparecida, de

Cornélio Procópio, lembrou queaté fins de 2010 a URE tinha suasede em Londrina, fato que se mo-dificou a partir de novembro últi-mo.

Neste ano, com o deslocamentoda sede para Cornélio Procópio, adiretoria passou a empreender visi-tas aos pequenos Centros da regiãoe está buscando conhecer e levar apalavra de motivação e estímulopara os lidadores dessas Casas, a fimde que se mantenham entusiasma-dos. No dia 14 de março, SuelyCaldas Schubert estará em CornélioProcópio para a pré-conferênciaEstadual.

6ª URE - Maria Aparecida, deApucarana, informou que este anoo Conselho Regional já se reuniupara definir as atividades envolven-do as 11 Casas. Suely Schubert es-

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL MARÇO/2011MARÇO/2011

ANGÉLICA [email protected]

De Londrina

tará em Apucarana no dia 15 demarço e Raul Teixeira em Ivaiporãno dia 16. Disse, entusiasmada, quemobilizou duas lotações para o en-contro desse final de semana, e quefará o mesmo em relação à Confe-rência Estadual de 18 a 20 de mar-ço.

URE Metropolitana Londrina(18ª URE) - Luiz Cláudio disseque, assim que foi criada a URE,foi estruturada uma equipe de tra-balho para que as atividades nãotivessem solução de continuidade.Existem hoje cerca de 16 pessoasintegrando esse grupo de trabalho.Ele considera que a presença doSecretário da Inter-Regional Nor-te, Paulo Fernando, que acompa-nha de perto os trabalhos da URE,é um privilégio, por conta da pro-ximidade.

Haroldo Dutra Dias virá aLondrina em maio

Luiz Cláudio lembrou que a cri-ação da URE Metropolitana partiude uma proposição do confradeAstolfo Olegário de Oliveira Filho,levada à apreciação do ConselhoFederativo Estadual da FEP e entãoaprovada.

Ele apresentou, ainda, os even-tos programados para 2011 na re-gião:

• 17 de março, palestra comSandra Borba, no Centro EspíritaNosso Lar.

• Encontro, entre 5 a 8 demarço, sem pernoite, no LarAnália Franco, para os jovensque não puderem participar doEncontro Confraternativo de Ju-ventudes Espíritas do Paraná, emCuritiba.

palavra para agradecer o respaldoque a FEP tem dado, sobretudo naárea da ação social, nas escolas deprofissionalização ligadas ao Cen-tro Espírita Meimei.

Os representantes da 5ª UREaproveitaram para parabenizar aDiretoria da FEP e o Conselho Fe-derativo pelo desmembramento des-sa URE em relação a Londrina. Issofoi fundamental para facilitar aaproximação e a dinamização dotrabalho.

Rudolf aproveitou para falar dasua visita feita a Curitiba, a fim deconhecer o trabalho da FEP em suasede, visitando as obras sociais ad-ministradas em Curitiba. Destacouque foi recebido com muito calorhumano pelos diretores e assesso-res da FEP.

É preciso bemadministrar a Casa EspíritaAllan Kardec destacou que a

FEP somos todos nós, lembrandoque os Conselhos Regionais for-mam, de fato, legitimamente, oMovimento Estadual. Ainda procu-rou lembrar aos dirigentes que aFEP dá apoio financeiro e precisacontar com a fidelização das livra-rias dos Centros Espíritas em rela-ção à Livraria da Federação.

Daniel demonstrou em que setraduz a ação da FEP, no que tangeàs responsabilidades da Diretoria,no sentido da geração de receitas:incremento de 30% nas vendas daLivraria em 2010 (120% somentena comparação entre janeiro de2011 e janeiro de 2010), além daausteridade no gerenciamento dopatrimônio e dos negócios da Fede-rativa.

Francisco Ferraz finalizou apre-sentando as ações na área editorial(Conselho Editorial, minipalestras,

vídeos no Youtube, jornal MundoEspírita, entre outras publicações).

Joaquim Camargo sugeriu areedição do livro “ABC do Espiri-tismo”, com rediagramação da capa.

O secretário da Inter-Regional,Paulo Fernando, falou da necessi-dade de bem administrarmos nos-sas Casas, pois há grande demanda,e isso exige ações administrativas.Enfatizou o apoio que todos deve-mos dar, adquirindo obras da livra-ria da FEP.

Marcio da Cruz, aproveitando oespaço, pediu que todos estejammobilizados para o fortalecimentoda Editora da FEP, notadamente emface da verdadeira “enxurrada” deobras ditas espíritas, que, nadaobstante, não guardam relação como Espiritismo. São rotuladas comomediúnicas, não raro, apenas parachamar a atenção dos consumido-res, gerando um grande desperdíciode energias e evasão de receitas doMovimento. Para resumir: O que aFEP vende, reinveste no Estado, nasCasas, nos eventos, nos encontros,em suma, na dinamização do Mo-vimento do Paraná.

“Deixemos de ladoposições pessoais...”

Com o tema central “Espiritis-mo e Unificação”, em um dos audi-tórios da Universidade Estadual deLondrina reuniram-se no dia 20 defevereiro, a partir das 9h30, 293 tra-balhadores vinculados a 31 institui-ções espíritas dentre as que integrama Inter-Regional Norte (fotos).

Distribuídos pelas quatro UREs,eis os números de participantesregistrados no evento: da URE Me-tropolitana Londrina, 167; da 6ªURE, 65; da 5ª URE, 31; da 4ª URE,30.

Dos 20 municípios representa-

Quase 300 participantes, metade deles da cidade de Londrina, prestigiaram o evento promovido na semana passada pela Federação Espírita do Paraná

• Palestra com Haroldo DutraDias, em 24 de maio.

Luiz Cláudio disse que a UREprocurou focar, neste primeiro se-mestre, nos desafios que envolvema família. Serão, da fato, várias ati-vidades na região da nova URE.

Falando em seguida, a vice-pre-sidente da URE Metropolitana,Marinei, enfatizou que essa compo-sição da URE só trouxe fortaleci-mento para o Movimento Espíritana região.

A palavra foi franqueada para ospresidentes dos Centros Espíritas.

Terezinha Demartino, de Lon-drina, aproveitou para destacar otrabalho da FEP, parabenizando suaDiretoria pelas ações de Unificaçãoe pelas oportunidades que estão sen-do ofertadas ao Norte do Paraná.

Marcelo Seneda também usou a

dos no evento, os que apresenta-ram maior número de participan-tes foram: Londrina, 152;Apucarana, 39; Cornélio Procó-pio, 17; Arapongas, 14; SantoAntonio da Platina, 13; Rolândia,12 e Ibiporã, 8.

A grande novidade neste anofoi o acolhimento das crianças,com recepção própria, salas e ati-vidades especialmente preparadaspara valorizar suas presenças naInter-Regional, assim como facul-tar tranquilidade aos pais.

Na composição da mesadiretiva: Paulo Fernando de Oli-veira (secretário da Inter-Regio-nal); Cidinha (5ª URE); MariaAparecida (6ª URE); DanielDallagnol; Francisco Ferraz e LuizHenrique (Diretoria Executiva daFEP); Maria de Lourdes (4ª URE)e Luiz Cláudio (URE Metropoli-tana).

Francisco Ferraz, presidente daFEP, começou sua fala inventari-ando os objetivos da Inter-Regio-nal, que estão calcados na propos-ta de Unificação, de confraterni-zação entre os espíritas do Paraná.Nesse sentido, exaltou a atitude doconfrade Astolfo Olegário, que su-geriu a criação da URE Metropo-litana Londrina. Uma vez apreci-ada pelo Conselho Federativo Es-tadual, a proposta foi aprovada em2010 e, ato contínuo, implantadapelas lideranças da região.

Focado no tema da Unificação,Francisco, durante aproximada-mente 30 minutos, trouxe algumasreflexões a respeito do tema, sus-tentadas pela opinião sempre lú-cida de Allan Kardec, expressa emtrechos inúmeros extraídos do li-vro Obras Póstumas e da RevistaEspírita. (Continua na pág. 10 dapresente edição.)

Vista geral da Inter-Regional Norte Mesa diretora dos trabalhos Luiz Cláudio dá as boas-vindas ao público

Francisco Ferraz em sua fala inicial O presidente da FEP, Francisco Ferraz Batista Outro flagrante do público presente

O IMORTALPÁGINA 10 MARÇO/2011

Reencarnar é transcender a pos-sibilidade de ser-em-si-mesmo. Oser traz em si vivências e segredosaprendidos em suas vastas peripé-cias existenciais milenares. Ao nas-cer ou renascer, decidiu o Pai juntoaos seus companheiros de trabalhoe à pessoa reencarnante que algu-mas memórias e habilidades ficari-am restritas em seu componentepsíquico. Assim, diante de umanova existência, o ser poderia epode ter a oportunidade de apren-der e reaprender comportamentos.Nada nem ninguém está pronto eacabado. Tudo está em movimentoe em construção. É preciso encon-trar fagulhas de sentido nas novasexperiências, para que, fortalecidas,possam render novos frutos reno-vadores, que possibilitarão ao ser aoportunidade de evoluir – uma ta-refa árdua e necessária à alma.

A vida se assemelha a uma casaem que existem várias portas. Por-tas coloridas, transparentes, portas

de vidros, de madeira, portas feitasde tecidos, portas de imaginação.Cada ser guarda a vocação aindalimitada de decidir. Limitada, poisnão a conhecemos plenamente, por-que, muitas vezes, nós a passamosa outros, para que realizem a esco-lha em nosso lugar e, diante disso,perde-se um momento belo deaprendizado.

Feche os olhos! Olhe em suavolta e perceba em sua vida quantasportas estão diante de você. Nãotenha medo de imaginar. A imagi-nação foi uma instância de criaçãopara desenvolvermos junto a nossacapacidade de pensar. Mas presteatenção para não se perder nela.Use-a com cuidado!

Ouça o seu coração! O que elediz busca direção e a necessidadede compartilhar com a razão. Nãoé verdade que sentimento e razãosejam inimigos ou desconhecidos.Ambos existem em integração. Aseparação, nós a damos.

Respire fundo e deixe a energiabrotar em você, expandir em seucorpo e sair voltando ao seu lugarde origem – a natureza.

Para concluir, o presidente trou-xe alguns apontamentos de ex-pre-sidentes da FEP, trazidos pela lavramediúnica de Chico Xavier e Dival-do Franco:

“Deixemos de lado posiçõespessoais, opiniões particulares emodos individualistas de ser...

“Que ninguém subestime a tare-fa alheia, nem procure engrandecer-se...”

“Vede com alegria o que jáconseguistes realizar, mas não vosacomodeis, porque há muito o quefazer...”

LINS DE VASCONCELLOS(por Divaldo Franco)

“Continuemos na tarefa de Uni-ficação, embora os percalços comque somos afrontados...”

“Antes de tudo, é indispensávelharmonizar, no entendimento da fra-ternidade legítima...”

LOPES NETTO (há 60 anos, porChico Xavier)

“Em Unificação, estamos garan-

Uma nova possibilidade

tindo a preservação do MovimentoEspírita aos desafios do futuro.”

BEZERRA DE MENEZESFrancisco finalizou citando os no-

mes dos responsáveis por tantos anosde esforços dedicados à Unificaçãodas Instituições regionais, que culmi-naram na criação da URE Metropoli-tana Londrina.

Os seminários setoriaisDepois dessa introdução, os par-

ticipantes dividiram-se pelos setoresseguintes:

ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍ-RITA, sob a coordenação de MarceloGarcia e Marcio da Cruz, contandocom 55 participantes;

MEDIUNIDADE, coordenadopor Danilo Arruda e César Kloss, com70 pessoas;

COMUNICAÇÃO SOCIAL, naresponsabilidade de Maria H. Marcone Mari Ishyiama, com 9 pessoas;

SERVIÇO DE PROMOÇÃO SO-CIAL ESPÍRITA, coordenado porMarco Negrão, com 26 pessoas;

UNIFICAÇÃO, com José VirgílioGóes e 6 participantes;

ADMINISTRATIVA E INSTITU-CIONAL, coordenado por Francisco

FERNANDA LEITE BIÃO [email protected]

De Belo Horizonte

ANGÉLICA [email protected]

De Londrina

Perceba o movimento dentro devocê. Coração bate e faz sons. Pen-samento age e faz movimentos. A res-piração lentamente acontece e vocêvai buscar, pelos sentidos, o que estáexterno a você. Isso se chama vida!

A vida não é ontem, não é oamanhã, mas é o que acontece ago-ra. Você tem o poder do tempo dehoje, você tem o poder de se lançarà porta que realizar a sua escolha,mas, observe, você tem uma cons-ciência.

O que será que a sua consciên-cia diz?

A consciência é a luz que foicolocada em nós para iluminar ocaminho, para direcionar a respira-ção, sintonizar as batidas do cora-ção, e, enfim, agir em uma direção.

Aqui estamos, eu, a consciên-cia e a porta. Preciso clareá-la, paraabri-la. Tenho medo de não esco-lher o que preciso escolher, para denovo aprender. Como fazer?

Bem, de tudo que aprendi atéaqui e até agora sobre mim, só temuma coisa a fazer: abrir a porta! Senão tentar, como saber como apren-der e como evoluir? Tentemos!

Ferraz e Luiz Henrique, com 17 pes-soas;

INFÂNCIA e JUVENTUDE,dirigida por Tatyanna, Elisângela eBeth Choinski, com 43 participantes;

ATENDIMENTO ESPIRITU-AL, Maria da Graça e ValdecirRozetti, com 27 participantes.

A FEP colocou ainda à disposi-ção do público os serviços da Livra-ria Mundo Espírita sob a responsa-bilidade das voluntárias Eleonor C.Batista e Marise C. da Silva.

Findos os seminários setoriais,aproximadamente às 13h realizou-seo encerramento da Inter-Regional,seguido do almoço confraternativoe, logo em seguida, o retorno da de-legação da FEP à Capital do Estado,coroando assim um final de semanaexitoso e altamente produtivo.

Colaborou nesta reportagemMarcio da Cruz.

Mais fotos sobre a Inter-Regio-nal Norte podem ser vistas no link:https://picasaweb.google.com/w 7 f o t o g r a f i a s / 2 0 1 1 0 2 2 0 _ FEP_InterRegionalNorte_NossoLar? a u t h k e y = G v 1 s R g C M b -htKEwobMWw&feat=email#

Um grande público compareceà Inter-Regional Norte

(Conclusão da reportagem publicada nas págs. 8 e 9.)

Os efeitos do ecletismoe da heterodoxia nomovimento espírita

francês(Conclusão do artigo publicado na pág. 3.)

Por conseguinte, enquanto en-cararmos tudo isso de braços cru-zados, vitimados pela falsa ideiade que estaremos sendo intoleran-tes e antifraternos ao nos esclare-cermos e não compactuarmos comessa tentativa de desvirtuamentodo entendimento e da prática es-pírita, dentro e fora dos centrosespíritas e federações, tudo ficarácomo está, com tendência a pio-rar, tal qual aconteceu com o pró-prio Cristianismo, hoje uma au-têntica colcha de retalhos devidoaos mesmos fatores que ameaçamo Espiritismo.

A articulista Vanda Simões,atenta a essa realidade, escreveucerta feita um interessante artigointitulado “Nossos Espíritas Im-perfeitos” que nós aqui transcre-vemos e utilizamos para concluirnossas considerações:

“Allan Kardec afirmou certavez que os piores inimigos do Es-piritismo estariam entre seus pares.Pode parecer declaração demasia-damente dura e radical, mas veiodele mesmo e ele sabia do que es-tava falando. Hoje, neste mundo detanta confusão, o Movimento Es-pírita se vê envolto em um emara-nhado de parvoíces que deixam osespíritas sérios preocupados como destino da doutrina no mundo.Custa-se a acreditar que uma filo-sofia tão racional e desbravadorapossa ter gerado pessoas com vi-são tão estreita e engessada da vida.

De duas uma: ou a DoutrinaEspírita é defeituosa ou os espíri-tas não compreenderam seu alcan-ce moral. Sabendo-se da inverdadeda primeira hipótese, resta-nos cur-var à realidade da segunda.

É tempo de mudanças. O mi-lênio termina e se inicia uma novafase para o planeta

A prova disso está na formacomo a Doutrina é praticada nos

centros espíritas do país inteiro,com réplicas perfeitas no exterior(principalmente em Portugal e nosEstados Unidos), ‘formando’adeptos que de espíritas só têm onome. São os espíritas imperfei-tos, de que está cheio o movimen-to, como, por exemplo, os que vêma público afirmar que Kardec estáultrapassado e que precisa serreinterpretado, quando ainda nemse conhece a fundo dez por centodo seu pensamento. Consideram-se doutos em Espiritismo por te-rem lido as obras básicas, e toda aliteratura acessória, psicografadaou não. E ler é uma coisa. Estu-dar, entender e compreender éoutra bem diferente.” (...)

“Os espíritas ‘modernos’ pare-cem desconhecer tal coisa. E, seconhecem, não dão a menor im-portância, pois defendem ideiasesdrúxulas e contrárias aos funda-mentos kardequianos, baseadosem escritos ditados por Espíritosenganadores e pseudossábios. Es-sas ideias infiltram-se com facili-dade em nosso meio, porque en-contram o terreno fértil da inge-nuidade e da falta do estudo quefaz com que tudo se aceite semexame, sem critério. É tempo demudanças. O milênio termina e seinicia uma nova fase para o pla-neta. Os centros espíritas precisamse preparar para amparar o homemdentro de uma filosofia de vidamelhor, mais justa e mais plena decompreensão das coisas divinas.

“Para isso, necessita de espíritassérios, que compreendam o verda-deiro sentido do Espiritismo, quepossam trazer para dentro das casasespíritas uma nova ordem de práti-cas e metas, formando verdadeira-mente homens de bem. Que possamretirar dos centros tudo o que nãoserve para a edificação do ser. En-fim, mostrar aos fariseus modernosa verdadeira face da Doutrina Espí-rita como agente modificador da hu-manidade e não como instrumentode gloríolas, de mera promoção pes-soal e fábrica de fantasias.”

ARTUR FELIPEDE A. FERREIRA

[email protected] Goiânia, Goiás

O IMORTALMARÇO/2011 PÁGINA 11

Estado do ParanáCambé – Todas as quartas-feiras,às 20h30, o Centro Espírita AllanKardec promove em sua sede, naRua Pará, 292, um ciclo de pales-tras. Em março o Centro promoveo tradicional Mês Espírita, queapresentará os seguintes palestran-tes: dia 2, José Samorano, de San-to Anastácio-SP; dia 9, CéliaXavier de Camargo, de Rolândia-PR; dia 16, Pedro Garcia, deArapongas-PR; dia 23, Astolfo O.de Oliveira Filho, de Londrina-PR;e dia 30, José Antônio Vieira dePaula, de Cambé.

Curitiba – Nos dias 5 a 8 de mar-ço próximo, realiza-se o XI En-contro Confraternativo de Juven-tudes Espíritas, uma promoção daFederação Espírita do Paraná co-

Palestras, seminários e outros eventos

ordenada pela Equipe do DIJ – De-partamento de Infância e Juventu-de. Londrina – Realizou-se no dia 20de fevereiro, em Londrina, maisuma reunião da Inter-RegionalNorte, uma promoção da FederaçãoEspírita do Paraná. (Leia sobre oevento a reportagem especial pu-blicada nas págs. 8 e 9 da presen-te edição.)– No dia 17 de março, às 20h,

Sandra Borba profere palestra noCentro Espírita Nosso Lar, em Lon-drina.– No dia 18 de março, às 20h, Fran20h,o Centro Espírita Joana d´Arc promo-ve palestra a cargo da confreira SuelyCaldas Schubert.

Cascavel – O prof. Raul Teixeira pro-fere palestra no dia 15 de março, às20h, no Teatro anexo ao Centro deEventos de Cascavel. A entrada é fran-ca.

Cornélio Procópio – A confreiraSuely Caldas Schubert profere pales-tra no dia 14 de março, às 20h, noCentro Espírita Redenção.

Foz do Iguaçu – No dia 14 de março,às 20h30, o prof. Raul Teixeira profe-re palestra no Centro de Convençõesdo Hotel Foz do Iguaçu. A entrada éfranca.

Guarapuava – No dia 16 de março,às 20h, no Guaíra Country Clube, aconfreira Suely Caldas Schubert pro-fere palestra, com entrada franca.

Ibiporã – A Fraternidade EspíritaMensageiros da Luz promove todomês palestras abertas ao público quese realizam sempre às quartas-feiras,pontualmente às 20h15.

Ivaiporã – O prof. Raul Teixeira pro-fere palestra no dia 16 de março, às

20h30, na Câmara de Vereadores deIvaiporã.

Mandaguari – No dia 17 de março,às 20h, Raul Teixeira profere pales-tra no Centro de Convenções Dr.Décio da Silva Bacelar.

Paranaguá – Suely Caldas Schubertprofere palestra no dia 17 de março,às 20h, no Clube Atlético Seleto. Aentrada é franca.

Ponta Grossa – Divaldo Francoprofere palestra no dia 17 de março,às 20h, no Clube Princesa dos Cam-pos. A entrada é franca.

Santo Antônio da Platina – No dia16 de março, às 20h, Sandra Borbaprofere palestra no Clube Platinense.A entrada é franca.

Outras regiões do BrasilBrasília – Com o objetivo de lan-çar um novo olhar sobre valores ehábitos humanos com aespiritualidade para elaboração defilmes brasileiros, ocorrerá, no pe-ríodo de 24 a 27 de março, o 1ºFestival de CinemaTranscendental. Participará do fes-tival o longa “As mães de ChicoXavier”, que estreará em abril. Oingresso para o evento é de doisquilos de alimentos não perecíveis.Mais informações na páginawww.cinematranscendental.com.br.

– Em Pinhais (região metropolitana de Curitiba) realiza-se na Expotrade, localizada na Rodovia Deputado João LeopoldoJacomel, 10454, de 18 a 20 de março, a XIII Conferência Estadual Espírita, que obedecerá à seguinte programação:

– Eis as palestras programadas para o mês de março, na cidade de Londrina, pela URE Metropolitana Londrina:

A fé e a confiança são duas vir-tudes que se igualam. Kardec, emlivro de sua autoria (O Evangelhosegundo o Espiritismo), ensina “quea confiança nas suas próprias forçastorna o homem capaz de executarcoisas materiais que não conseguefazer quem duvida de si”.

Quando os homens conseguiremconquistar a confiança em si e nosoutros, a vida na Terra se tornará bemmais singela e fácil de ser vivida. Afalta de confiança uns nos outros tor-na a humanidade infeliz. Se observar-mos a conduta das pessoas, verifica-remos que a vida entre elas se compli-ca quando cresce a desconfiança. Nistoreside a origem desta enxurrada decópias autenticadas, reconhecimentosde firmas, selos de procedência, eti-quetas de holografia, artifícios que en-carecem os documentos e produtos,criados pelo homem para driblar a des-confiança e a má-fé. Não se confia nalisura do procedimento do outro, daí anecessidade de tantas provas.

A confiança brota da fé. A fé, porsua vez, é um sentimento instintivoque nasce com o Espírito. Nas es-truturas do Espírito, Deus coloca to-das as virtudes que se deverão de-senvolver com a sua evolução, como crescimento pessoal.

Ensinam-nos as Luzes superio-res que Deus criou os Espíritos to-dos iguais, simples e ignorantes, masem cada um colocou os princípiosde sua evolução espiritual.

A fé e a confiança se desenvol-vem na criança desde os primeirosdias de vida, quando aprende a con-fiar nos pais, depois nos outros fami-liares, nos amigos e em si mesma. Daíem frente, aprende a confiar em Deus.

Se a criança é enganada desde cedopelos pais ou sente-se insegura na com-panhia deles, cresce desconfiando detodos. Mais tarde, ante as vicissitudesda vida, arrostará as mais diferentes for-mas de dificuldade de relacionamentono ambiente social, familiar, de traba-lho etc. Certo será, ainda, que não sa-berá confiar em Deus, passando a pro-fessar o ateísmo nas suas diferentesformas. O gérmen da fé continuará,para ela, cristalizado e sem evolução.

Na passagem do Evangelho de Je-sus, no ato de expulsar o “demônio”-Espírito mau – o Mestre afirma: “- Poisem verdade vos digo, se tivésseis a fédo tamanho de um grão de mostarda,diríeis a esta montanha: transporta-tedaí para ali e ela se transportaria, e nadavos seria impossível”. (Mt., 17, 14-20.)

O “grão de mostarda”, na compa-ração de Jesus, representa a minúscu-la semente como sendo o “impulsoimanente” que começa a se desenvol-ver no “princípio inteligente”, nos pri-meiros degraus dos reinos da nature-za. Ao longo dos tempos, se transmuta,desenvolvendo potencialidades inatas,e, futuramente, se transforma num sercompleto e de ações poderosas, ensi-na-nos o Espírito Hammed.

Devemos compreender que o po-der da fé realmente “transporta mon-tanhas” e que para o Espírito nada éinacessível, pois quando percebe arazão de tudo e interpreta com exati-dão a sabedoria de Deus, a vida para

ele não tem fronteiras.Ao ampliarmos nossa consciên-

cia na fé, sentiremos uma inefávelserenidade íntima, porque consegui-remos entender perfeitamente que, noUniverso, tudo está “como deve ser”.Não existe atraso nem erro, somentea manutenção e a segurança do “Po-der Divino” garantindo a estabilida-de e o aperfeiçoamento de suas cria-turas e criações, conclui Hammed.

Allan Kardec ensina mais sobrea fé: “A fé raciocinada, por se apoi-ar nos fatos e na lógica, nenhumaobscuridade deixa. A criatura, então,crê porque tem certeza, e ninguémtem certeza senão porque compreen-deu. Eis por que não se dobra. Féinabalável só é a que pode encararde frente a razão, em todas as épo-cas da Humanidade”.

A este resultado conduz o Espi-ritismo, pelo que triunfa da incredu-lidade, sempre que não encontraoposição sistemática e interessada.É esta a fé que precisamos desenvol-ver em nós, para que a paz e a confi-ança se tornem nossas aquisiçõesespirituais e passem a fazer parteintegrante de nós mesmos. Com elaseremos capazes de remover todasas montanhas que encontrarmos emnossas vidas, não as de pedra e ter-ra, mas aquelas das renhidas dificul-dades materiais, morais ou espiritu-ais. Só assim estaremos caminhan-do na direção da nossa felicidade.

O IMORTALPÁGINA 12 MARÇO/2011

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

Os índices crescem! Vez ou outraos acompanhamos mais de perto, masna maior parte do tempo as tarefasdentro do movimento espírita nos ab-sorvem continuamente, não nos dan-do a chance de mergulharmos um pou-co mais fundo no que se passa na co-munidade ao nosso redor.

Confesso que me assustei hojepela manhã. Após ligar o computador,como faço costumeiramente às 6.30da manhã, preparei o café e, enquan-to o computador levava o tempo ne-cessário para funcionar, passei a ou-

vir as notícias matutinas, ao mesmotempo ouvindo o ruído da cafeteira,convidando ao cheiroso cafezinhobrasileiro que havia trazido em iníciode fevereiro. Que aroma delicioso!Casa aquecida, ainda muito frio láfora... e as notícias no rádio informan-do que em cada quatro crianças hoje,no Reino Unido, mais de uma está emestado de pobreza.

“A pobreza se instala nas casas”,informava o locutor que dizia que ofrio bate à porta das casas pobres, nasquais a família só pode ligar (quandopode) apenas um aquecedor por vez,apesar do inverno rigoroso que temostido, quando a neve cobre os telhadose os campos, congela os rios e os la-

Crônicas de Além-Mar

A pobreza de alma e a pobreza material

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicada emLondres, é membro da Comissão Exe-cutiva do Conselho Espírita Interna-cional, diretora do Departamento deUnificação para os Países da Europa,organismo do Conselho Espírita Inter-nacional, e atual presidente da BritishUnion of Spiritist Societies (BUSS).

onde encontrar um Grupo Espírita,oramos em conjunto, fazemos o Evan-gelho no Lar. Isso, porém, não é sufi-ciente, no meu modo de ver a situa-ção do mundo nos dias de hoje. Estácerto que eu preciso de óculos, masnão fica difícil enxergar ao nosso re-dor a carência que existe no corpo ena alma... Isso é cíclico e milenar.

Conversando com amigos, a gentesempre acrescenta algo de bom emnossas vidas e tarefas. Por que não adi-cionar os links de ajuda ao próximo noswebsites de nossos Grupos Espíritas?Links que encaminhem às ONGs e àsinstituições governamentais que ofere-cem ajuda ao próximo? Agindo assim,ajudá-los-emos a cumprir o papel de-les e o nosso perante a sociedade, a co-munidade. Isso também é caridade!

Vamos em breve propor aos diri-gentes de nossa instituição britânicaque passemos a disponibilizar um linkque remeta aos websites que dão apoiocontra o abuso à criança, que atendeos que sofrem de violência domesti-ca, que protegem a maternidade naadolescência, que amparam pessoasque perdem seus entes queridos e pen-sam, às vezes, em suicídio, bem comoas criaturas que têm dúvida com rela-ção à eutanásia.

Isso tudo faz parte de nossa pró-pria tarefa. Mas, agindo dessa forma,vamos nos ligar a outras instituiçõesque têm sua filosofia de vida dentrodos nossos conceitos de moral. Te-mos neste país pessoas cristãs, muçul-manas, budistas, enfim de todas as re-ligiões, o que não as impede de viverna pobreza, de terem suas dores ínti-mas, de pensar no suicídio, o que pedea todos nós que levemos o amor comomola propulsora de apoio aos que so-frem.

“Unamos os nossos esforços a fimde que o Senhor encontre acabada aobra”, aprendemos em O Evangelhosegundo o Espiritismo, cap. XX, item5.

A necessidade está em todo lugar.Olhe ao seu redor, a sua comunidade.

Boa leitura a todos, com amor egratidão,

Vozes

gos britânicos. O custo da eletricida-de subiu muito no Reino Unido, o de-semprego aumentou, e a pobreza seinstala, sem pedir permissão.

Até agora chamou-nos a atençãoa pobreza de esclarecimentos espiri-tuais sobre a imortalidade da alma, areencarnação etc., que de há muitotomou conta de muitos corações eu-ropeus, pois raros os que se voltampara a riqueza do Espírito imortal.

Nosso trabalho tem sido constan-te. Atendemos à casa espírita, realiza-mos atendimento fraterno, preparamosseminários, escrevemos crônicas e ar-tigos que mais circulam dentro do mo-vimento espirita. Nossos websites sãoplenos de mensagens e informações

A fé e a confiançaÉDO MARIANI

[email protected] Matão, SP

A Juventude exclama: - “Vive e Goza!”-Doida, invadindo o coração da gente.O Prazer comparece, presto e ardente,

E pulsa em sensação maravilhosa.

Vem a tola Vaidade, mentirosa,E grita: - “O mundo inteiro é teu somente!”

O Orgulho volve e manda: - “Segue à frente!Eu sou, na vida o cetro que te esposa.”

No entanto, os conselheiros desumanosPassam deixando amargos desenganos

No coração que triste e árdego arde.

Chega a Velhice e pede: - “TrabalhemosBuscando o bem e a luz por dons supremos!”

Mas a Morte repete: - “É muito tarde!” O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psico-

grafada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

Felícia Cunha

O IMORTALMARÇO/2011 PÁGINA 13

“... Assim, pois, meus caros filhos,que uma santa emulação vos

anime, e que cada um dentre vósdespoje energicamente o homemvelho. Deveis tudo à divulgação

deste Espiritismo que já começou

a vossa própria regeneração...” –François-Nicolas-Madeleine (O

Evangelho segundo o Espiritismo,cap. V – item 20.)

Bendito o Cristianismo, doutri-na sublime de Jesus que nos ensinaa amar! Bendito Espiritismo, frutolímpido dessa doutrina cristã, tra-zendo-nos de novo o Cristianismo

como deve ser e a consolação, aesperança em horas de amargura!

Felizes aqueles que aproveitamas dores deste mundo para se des-pojarem do homem velho, compre-endendo com dignidade que a fe-licidade ainda não é deste mundo– lampejos de felicidade, sim.

Estávamos em nossa cidadenatal, em Minas Gerais, quando

Fortaleza de ânimoJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé

Histórias que nos ensinam

História muito marcante, cheiade ensinamentos que revelam a jus-tiça de Deus banhada por sua imen-sa misericórdia, se revela nesse pro-fundo encontro de almas. Uma emredenção, outras em ascensão...

Clóvis Tavares e ChicoXavier se conheceram quandoambos ainda irradiavam a juven-tude de seus 29 anos. Ambos es-píritas dedicados. Chico emPedro Leopoldo, Clóvis em Cam-pos, no Rio de Janeiro.

Tornaram-se amigos desdeentão.

Na década de 40, Chico infor-mou Clóvis de que Santos Dumonttinha se aproximado no ano de 1936da Escola de Jesus, instituição espí-rita por Clóvis fundada na cidadede Campos. Alberto Santos Dumonthavia desencarnado através de umsuicídio por enforcamento no dia 23de julho de 1932, na cidade doGuarujá, aos 59 anos. Dumont vi-nha de uma depressão profunda,estava pesando aproximadamente39 quilos. Hospedava-se no HotelLa Plage, no Guarujá, naquele dia.

Na noite de 20 de julho de1948, em Pedro Leopoldo-MG,Santos Dumont, em espírito, atra-vés da mediunidade de Francis-co Cândido Xavier, envia umacarta a Clóvis Tavares:

“Amigos, Deus vos recom-pense.

A lembrança da prece me co-move as fibras mais íntimas.

O Espírito liberto esquece ohomem prisioneiro.

A alvorada não entende asombra.

Tenho hoje dificuldades para

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

[email protected] Cambé

Crescimento sem Deus é cur-so preparatório da queda espe-tacular.

Humilharmo-nos para servirem nome d´Ele é o caminho daverdadeira glória.

De qualquer modo agradeço-vos.

O trabalhador que prepara aspossibilidades para ser útil ja-mais se esquecerá de endereçarreconhecimento às flores que lhedesabrocham na senda.

Crede! Não passo de servidorpequenino.

Que o Senhor nos enriqueçacom Sua divina bênção”.

Segundo testemunho de HildaMussa Tavares, esposa de Clóvis(h t tp : / /www.youtube .com/watch?v=kyITnKK88qI), aindana lua de mel Chico os avisou deque Santos Dumont queria reen-carnar através deles e que preten-dia resgatar seu débito peranteDeus através de enfermidade queo retiraria da vida muito cedo.

Nasceu Carlinhos (Carlos VítorMussa Tavares) com perfeita saú-de, olhando e acenando para asaves do céu, ainda em idade tenra.

Com nove meses de idade,caiu de seu carrinho, fraturandosua coluna cervical, tornando-setetraplégico.

Viveu sob os cuidados dospais amorosos até o dia 10 de fe-vereiro de 1973, quando desen-carnou aos 17 anos de idade.

No dia 23 de julho do mesmoano, dia de Santos Dumont, agoraCarlinhos, escreveu sua primeiramensagem através de Chico. Essae muitas outras encontram-seregistradas no livro “A Morte éSimples Mudança”, de FlávioMussa Tavares, Carlinhos e ChicoXavier. Elas podem também serencontradas pela internet nowebsite de Flávio Mussa Tavares.

uma querida amiga espírita noschamou para darmos passe numbondoso irmão, que houvera sidoalguém ilustre na cidade.

Relativamente jovem, uns 60anos, pouco mais, pouco menos.Teve três infartos sucessivos, ficouna UTI quase um mês e teve altapara casa, não mais como antes,não mais a manifestação verbal flu-ente, a palavra culta, a ação gene-rosa. Estava preso no leito.

Ao chegarmos, lá estava ele, ros-to sereno, traqueostomia, alimentaçãoendovenosa, muito limpo, nenhumaescara, muito bem cuidado, como quedormindo, como nada vendo...

Sabemos que o Espírito ouve,vê e escuta, os limites são do cor-po. O cérebro, profundamente le-sado, não permite a manifestação doEspírito. Ele já era espírita, e ob-servamos uma aceitação da provana atitude, rosto sereno, tranquilo.

Já vimos muitos nessa situaçãogritando, gemendo, expressandosua atitude de não-aceitação.

Ele não; mantinha-se tranquilo.Sua esposa revelava um aspecto deprofunda humildade. Percebemospara quem era a prova real. A dorprovocou mudanças, eliminou o serantigo e outro, humilde, surge nolugar. A senhora antes, desde peque-na, dizem os que a conheceram jo-vem, era o retrato de uma grande

dama, da antiga nobreza, um ar so-branceiro à primeira vista, mas quan-do se a conhecia, isso desaparecia.

A dor fez mudanças, a humilda-de assumiu, venceu. Conversandocom ela, vimos seu sofrimento, suador. Ver o ser amado, que era umapotência intelectual, brilhante, assim,deitado, sem responder, faz amargaruma profunda saudade de ontem.

Bendita Doutrina Espírita queela começou a abraçar, permitindoo Evangelho em seu lar e o passe!

Lembrando Lacordaire, aindano capítulo V, item 18, compilamos:“Bem-aventurados aqueles que têmoportunidades de provarem sua fé,sua firmeza, sua perseverança e suasubmissão à vontade de Deus, por-que terão em cêntuplo a alegria quelhes falta na Terra, e depois do tra-balho virá o repouso.”

Coragem, irmãos em dor! Deixe-mos assentadas as casas sobre a ro-cha, na fé viva que essa doutrina nosdá e nos mantenhamos fiéis a Jesus,cumprindo nossos compromissos deamor na Terra sem esmorecer!

Esse nosso irmão e sua famíliaestavam muito bem amparados.Uma brisa suava encobriaenergeticamente o ambiente. Co-ragem, amigos, o amor nos ampa-ra. Bom ânimo! Quaisquer que se-jam os sofrimentos por que passe-mos, o amor nos sustentará.

Com o tema “Os Trabalhadores da Última Hora”, realiza-se no mêsde abril mais um Encontro de Jovens Espíritas na cidade de Rolândia-PR. O evento ocorrerá no dia 10 de abril de 2011, domingo, no LarInfantil João Leão Pitta, situado na Rua Rubi, 56 - Vila Oliveira.

A inscrição dos interessados deve ser feita até o dia 27 de março.A taxa de inscrição será de R$ 7,00 e sua finalidade é o custeio dasdespesas do Encontro.

Mais informações nos telefones seguintes:Ilda - 3255-3136 / 96166492André - 99863570 / 84397386.

Vem aí o 3° Encontro deJovens Espíritas em Rolândia

compreender a luta que passou e,não fosse a responsabilidade queme enlaça ainda o campo huma-no, em vista das aflições que mepovoaram as últimas vigílias nacarne, preferia que as vossas re-cordações, ainda mesmo carinho-sas e doces, não me envolvessem onome de lutador insignificante.

Descobrir caminhos sempre foia obsessão do meu pensamento.Reconheço hoje, porém, que outradeve ser a vocação da altura.

Dominar continentes e subjugarpovos através dos ares será, talvez,extensão de domínio da inteligênciaperversa que se distancia de Deus.Facilitar comunicação entre as cri-aturas que ainda não se entendempossivelmente será acentuar os pro-cessos de ataque e morte, de surpre-sa, nas aventuras da guerra. Dolo-rosa é a situação do missionário daciência que se vê confundido nos ide-ais superiores. Atormentada vive acultura que não alcançou ainda ocerne sublime da vida.

Terei errado, buscado rotas di-ferentes? Certo, não.

O mundo e os homens apren-derão sempre. A evolução é fatal.

Todavia, recolhido presente-mente à humildade de mim mesmo,procuro caminhos mais altos e es-tradas desconhecidas, no aprendi-zado do roteiro para o Cristo, Se-nhor de nossas vidas.

Não há voo mais divino que oda alma.

Não existe mundo mais nobrea conquistar, além do que se loca-liza na própria consciência, quan-do deliberamos converter-nos aobem supremo.

Sejamos descobridores de nósmesmos.

Alcemos corações e pensamen-tos ao Cristo.

Aprimoremo-nos para refletir avontade soberana e divina do Altopor onde passarmos.

Os leitores de todo o globo podem ler o jornal O Imortal pormeio da internet, sem custo nenhum e sem necessidade de cadastro,senha ou inscrição. Estão disponíveis na rede mundial de computado-res as edições de 2006 em diante. Para ver o jornal basta clicar nestelink: www.oconsolador.com/oimortal.html

A comunicação via internet com a Direção do jornal pode ser feitapor meio deste correio eletrônico: [email protected]

O jornal O Imortalna internet

O IMORTALPÁGINA 14 MARÇO/2011

O raio de luzCerta vez, há muito tempo, um

jovem de bons sentimentos e co-ração generoso vivia atormentadosem saber como agir em determi-nadas circunstâncias.

Esse jovem tinha amigos cujasatitudes não eram as mais corre-tas. Todavia, ele reconhecia nelesqualidades outras que os faziamdignos de apreço.

Perto de sua casa, existiammulheres com as quais ele convi-via, e que o povo afirmava serempessoas de vida dissoluta, merece-doras de execração e desprezo. Noentanto, certa ocasião quando ado-ecera e precisara de socorro, elas ohaviam atendido com dedicação edevotamento, trazendo-lhe alimen-tação e remédios, e cuidando deleaté que estivesse curado e prontopara retornar ao serviço.

Havia um homem que afirma-vam ser um bandido da pior espé-cie, tendo cometido vários crimese sendo procurado pela polícia.Contudo, o jovem o ficara conhe-cendo no mercado, e conversaracom ele, identificando nele apenasum infeliz que, por muito sofrer,acabara se desencaminhando.

Sem saber como agir, encon-trando um ancião, tido por sábio,aproximou-se dele e perguntou-lhe:

— Diga-me, meu bom homem,como proceder em relação às pes-soas de má vida? A sociedade noscobra uma postura de afastamen-to, de desprezo e de indiferença,

Olá, meu amiguinho!Existem pessoas que veem

Espíritos e isso é natural.Sabe por quê? Porque é uma

condição que Deus nos deu.Os Espíritos estão por toda

parte e, como nós também somosEspíritos, embora temporaria-mente habitando um corpo físi-co, nada há de estranho que pos-samos vê-los.

Apesar desse fato, muita gen-te tem medo de ver Espíritos de-sencarnados, que costumam cha-mar de “fantasmas” ou “seres dooutro mundo”.

Você é criança, e as criançastêm facilidade para ver e ouviraqueles que já partiram para omundo espiritual.

É comum existir criança quetem o que os adultos chamam de“Amiguinho Imaginário”. Costu-ma ver, conversar, brincar, comer,passear e até ir para a escola como amiguinho imaginário.

Então, age com naturalidadeporque julga que essecompanheirinho, oucompanheirinha, é uma criançacomo ela, isto é, encarnada.

E seu amiguinho é uma cri-ança como você, só que vive naespiritualidade! É um Espíritoque habitou o nosso mundo e de-sencarnou, isto é, deixou o corpofísico ainda na fase infantil, e que,por algum tempo, continuará as-

Amiguinhoimaginário

para que não nos tornemos comoelas, copiando-lhes o comporta-mento errôneo. O que me diz a res-peito disso?

O ancião cofiou as longas bar-bas brancas, pensou por alguns ins-tantes, depois lhe perguntou:

— Meu jovem, acaso já observouo pântano, coberto de impurezas?

sim no mundo espiritual.De modo geral, são Espíritos

amigos que querem nos ajudar, eaté nos orientar na vida. Por al-guma razão, Deus permite quefiquem ao nosso lado por um pe-ríodo.

Muitas vezes acontece de es-ses Espíritos se ligarem à famí-lia, criando ambiente e fortalecen-do os laços afetivos, para pode-rem reencarnar mais tarde juntodaqueles que aprenderam a amar.

Seu “Amiguinho Imaginário”é tão real que você sabe o nomedele, do que ele gosta, quando eleestá alegre ou triste.

Quando vai para a escola,você senta meio encolhido na car-teira, deixando espaço para queele também possa acomodar-se.

Quando vai fazer as refeições,você procura reservar um lugarpara ele ao seu lado.

Quando vai dormir, deixa umlugarzinho para ele na cama.

Quando vai passear, ao cine-ma ou viajar, ele sempre o acom-panha.

Então, quando um adulto dis-ser que seu amigo não existe, quese trata de um “Amiguinho Ima-ginário”, explique:

— Ele existe sim, pode serinvisível, mas não é imaginário.Ele é uma criança como eu, sóque atualmente vive no mundoespiritual.

— Sim! A lama nos obriga aoafastamento para não nos contaminar-mos com a sujeira que ali impera.

O ancião calou-se, pensativo,depois tornou:

— Meu jovem, nesse mesmopântano onde a imundície reina, umraio de luz que desce do alto toca alama sem contaminar-se. Ajuda-a,aquece-a, seca-a, e afasta-se puro eluminoso como chegou.

O moço sorriu, entendendo oelevado ensinamento.

Compreendeu que a sujeira estáem quem a carrega. Que podemosnos aproximar das pessoas, ajudar,conviver, sem nos deixarmos en-volver por suas atitudes negativas.

O velho sábio, com os olhosperdidos à distância, completou:

— Pois não era exatamente as-sim que o Mestre de Nazaré agiaem relação a todos os que o procu-ravam, ensinando-nos a fazer omesmo? Jesus fez de todos os des-prezados pela sociedade, mendi-gos, doentes, prostitutas, sofredo-res, os seus prediletos, afirmando

que não são os que gozam de saú-de que precisam de médico, masos doentes.

O jovem respirou fundo, er-gueu os olhos para o céu, sentin-do-se estranhamente feliz e revi-gorado. Aquela resposta era tudoo que ele precisava ouvir.

Ergueu-se, agradeceu ao an-cião e partiu, levando em seu ínti-mo a convicção de estar agindo

corretamente.E, desse dia em diante, ainda

com mais carinho, dedicou-se aosdesafortunados da sorte, fazendopor eles tudo o que estava ao seualcance.

Léon Tolstoi

(Mensagem psicografada porCélia Xavier de Camargo.)

O IMORTALMARÇO/2011 PÁGINA 15

Brincar de carnaval

A maior festa popular brasilei-ra.

Outrora foi desprendida de se-

PEDRO DE ALMEIDA [email protected]

De Campo Grande, MS

Divaldo responde– Qual deve ser o posiciona-

mento dos espíritas em relação àspesquisas com células-tronco em-brionárias?

Divaldo Franco: A reencarna-ção, conforme nos ensina a Dou-trina Espírita, tem início no mo-mento da fecundação do óvulo, apartir de cujo momento passa aexistir vida, seja pelo processo bi-ológico natural, seja in vitro. Qual-quer tentativa de interrupção dodesenvolvimento do futuro zigoto,que é o ser humano em formação,constitui um crime.

As pesquisas com as células-tronco embrionárias são de resul-tado ainda incerto, embora se apre-sentem teoricamente positivas,

porquanto não está comprovadoque os resultados sejam os anela-dos, mesmo porque existe alto ris-co como a geração de tumores, pro-vável rejeição...

Em face dos bons resultadosconseguidos com as células-tron-co adultas, é mais válido que seprolonguem as experiências, commenores risos e excelentes resul-tados em doenças como asleucemias, os Acidentes VascularesCerebrais, etc.

Continuando os esforços dospesquisadores, certamente hãode surgir outras alternativas tãobenéficas como as que se espe-ram das células-tronco embrio-nárias.

Extraído de entrevista publicada em maio de 2008 no jornal O Imortal.

Arivederte(18 de janeiro de 2011)

Passaste muito rápido por mim...Eu bem queria ir daqui primeiro...

Contudo, Deus, que é sábio, quis assim...E choro, tu neste leito derradeiro...

Eu sei que a morte existe! Claro – sim!Até Jesus passou pelo madeiro...

Mas Deus, que é bom, não nos condena ao fim!...Tu foste, e eu fiquei no cativeiro...

41 anos – Ah! Foi muito pouco...Espírita, não fico triste e louco

Pois, como antes, tu me velarás daí!...

Sempre quis namorar cabelos louros;Teus, eram negros! Deixas-me três tesouros:

O Celsinho, a Silvana e a “Bibi”!...

Notas:(1) Bibi é a cachorrinha da casa, da raça Yorkshire, 4 anos de idade.(2) O soneto acima, de autoria de Celso Martins, veio acompanhado

das seguintes anotações, relativas à vida conjugal de Celso e Neli que seiniciou em 1966:

Início: 18 de julho de 1966 (Pirassununga, SP)Meio: 18 de julho de 1869 (Pretoria do ex-Estado da Guanabara)Intervalo: 18 de janeiro de 2011Fim: Nunca, jamais, mas infinito.

gunda intenção esse divertimentocoletivo.

Tanto nos grandes e luxuosossalões, como nos pequenos e hu-mildes blocos de rua, a música e adança eram o epicentro dos acon-tecimentos.

Todos os anos, a partir do se-gundo semestre, havia fervorosoconcurso de músicas carnavalescas.Frevos, sambas, marchinhas e mar-chas-ranchos, cujas letras traziam,nas suas intimidades críticas,jocosidades e até ingenuidade, semapelar para libertinagem, devassi-dão ou desrespeitos ético-morais.

Dentre os dias de folia eramrealizados concursos de fantasias,cada uma mais luxuosa do que asoutras. As vencedoras tornavam-secapa das revistas e apareciam nosmelhores jornais da época exibin-do os sorrisos de quem as defen-dessem nas passarelas.

O deplorável naquele tempo erao lança-perfume cujo conteúdo eracombatido por se tratar, segundo a

visão da época, de substância alu-cinógena ou coisa que o valha.Havia muita crítica a esse respei-to. Pense bem se aqueles críticosjulgassem as substâncias usadasatualmente!?

A bem da verdade, o carnaval,principalmente nas grandes cida-des, ficou reduzido aosexibicionismos dos carros alegóri-cos, nos sambódromos, com as es-colas de samba invadidas pelo luxoque nem sempre é provido por fon-tes lícitas. Nas avenidas, os trioselétricos barulhentos alimentadoscom ritmos descaracterizados dofim a que se proporia. Os peque-nos blocos perderam suas expres-sões.

É inegável que agora tudo mu-

dou para pior.Não se ouvem mais músicas de

carnaval. Foram substituídas peloforró, pagode, funk etc. As fanta-sias pela nudez. O lança-perfumepelas drogas ilícitas acompanhadaspor farta distribuição de camisi-nhas.

Seja como for festejado o “rei-nado de momo”, algumas pessoasaproveitam-se dele para tirar oucolocar máscaras, onde a persona-lidade pode ficar controvertida edescompromissada com a ética,porque o imoral fica camufladopelas trevas ardilosas do anonima-to.

Não é crime ou pecado brincarcarnaval, desde que o façamos comparcimônia.

Passamentos

Adervaldo Roberto Patta– Faleceu na tarde do dia 11de fevereiro, em Londrina,nosso confrade AdervaldoRoberto Patta (foto), 60 anos,ativo trabalhador, membro doConselho de Administração eum dos fundadores da Comu-nhão Espírita Cristã de Londri-na. Bastante conhecido nomeio espírita londrinense,Roberto Patta atuava tambémem diversos grupos no CentroEspírita Nosso Lar, Casa naqual foi em várias gestõesmembro do Conselho Delibe-rativo. Pai de Max, 30 anos,que residia em Curitiba comsua avó materna, Adervaldoresidia em Londrina com Ma-ria Glorinha Patta, suagenitora.

O sepultamento foi realiza-do na manhã do dia 12, no Ce-mitério Padre Anchieta, no Jar-dim Ideal, em Londrina.

Ao amigo Roberto envia-mos nossos votos de apreço econsideração, rogando a Deusque lhe dê toda a assistência eo amparo possível, a fim de que,muito em breve, possa estar denovo pronto para o trabalho. ÀD.Glorinha, ao Max e demaisfamiliares enviamos também ascondolências da equipe de re-

Da Redação

dação deste jornal.Neli Tavares Martins – De-

sencarnou no dia 18 de janeiro,no Rio de Janeiro, nossa queridae muito amiga Neli, 69 anos, es-posa de nosso velho e assíduo co-laborador Celso Martins, comquem se casou em julho de 1969.Seu retorno ao mundo espiritualocorreu às 12h30 e o sepultamen-to se deu no dia 19, com presen-ça de muitos parentes e amigos,no Cemitério de Inhaúma, subúr-bio da cidade do Rio de Janeiro.Neli deixou entre nós seu amigoCelso e os filhos Celsinho eSilvana.

A Rádio Rio de Janeiro pres-tou-lhe em vários programascomoventes homenagens. Con-forme mensagem transmitidamediunicamente no Centro Espí-rita Léon Denis, Neli foi recebi-

da, em seu retorno à verdadei-ra vida, pelos benfeitores espi-rituais Dr. Bezerra de Menezese Dr. Hermann.

Nascida em lar católico em1941, Neli tornou-se espíritadepois de adulta, tendo se ini-ciado no Espiritismo no Insti-tuto de Cultura Espírita do Bra-sil, lendo os chamados clássi-cos do Espiritismo. Tornou-seexpositora espírita e, em parce-ria com o esposo, escreveu oslivros Almanaque do ABC doInterior, anos 91 e 92, Um Brin-de para Você, Um Presente paraVocê e Uma Surpresa paraVocê, todos publicados pelaEditora EME.

Em homenagem a Neli, Cel-so Martins compôs o sonetoArivederte, publicado nestamesma página.

Roberto Patta, ao lado de Célia Cazeta

O IMORTALPÁGINA 16

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Silvana Scarpino (foto), nos-sa entrevistada deste mês, resideem São Paulo-SP, onde atualmen-te é professora universitária, exe-cutiva de negócios e palestrante.Colaboradora das Casas AndréLuiz, tem a atividade voluntáriacomo um dos grandes ideais desua vida. Silvana conseguiu aolongo dos anos vivenciar a obje-tividade do mundo dos negóciossem perder de vista aespiritualidade.

Foi para falar da importânciada introdução das ideias espíritasno mundo corporativo que elagentilmente nos concedeu a en-trevista abaixo:

Como conheceu o Espiritis-mo?

Desde menina acompanhavaminha mãe em diversas reuniõesde “mesa branca”, na década de1970/80. O objetivo era buscaralívio para as intensas enxaque-cas que me atingiam. Fui a diver-sos centros espíritas, recebi mui-tos passes, fiz cirurgias e partici-pei de várias reuniões de orienta-ções aos Espíritos. Convivi commuitas pessoas espíritas em mi-nha infância, do relacionamentode minha mãe, que sempre foi ca-tólica.

Meu primeiro exemplar d´OEvangelho segundo o Espiritismoganhei em 1977 de uma amiga dafamília. Mas foi em 1987, commeu noivo e hoje esposo, estimu-lados pelo livro Nosso Lar, quechegamos ao Centro EspíritaNosso Lar - Casas André Luiz,onde de imediato iniciamos o cur-so de doutrina espírita e o traba-lho voluntário com os pacientes,deficientes mentais e físicos, daUnidade de Longa Permanência.Casamo-nos em 1988.

Como a doutrina codificada

WELLINGTON [email protected]

De Bauru, SP

MARÇO/2011

“Os princípios da sustentabilidade e da responsabilidadesocial contemplam os princípios do Espiritismo”

por Kardec a auxilia em suas ati-vidades profissionais?

Por meio do estudo da doutri-na espírita consegui compreendere então aceitar melhor a diversida-de de ideais e a grande competiti-vidade do mundo corporativo.Consegui, com estudo paralelo aotratamento espiritual, “controlar”minha ansiedade e agir com meusvalores e objetivos que sempre fo-ram além dos interesses econômi-cos.

Tento sempre possibilitar àspessoas o desenvolvimento pes-soal associado à prática do bem,seja em qualquer ambiente, atu-ando com ética, transparência erefletindo ante as decisões: O queeu gostaria que fizessem a mimcaso estivesse nessa situação?

Agir voltado ao bem, ao desen-volvimento e aos bons resultadoscorporativos não significa dizer-mos sim a tudo e a todos, mas agir-mos com bom senso, vontade epersistência nas diversas situações.

No contexto atual do mundoem que vivemos uma transição,as empresas também estão pas-sando por essa fase de mudançaem seus valores e objetivos? O

que mudou de algumas décadasou anos pra cá?

A sociedade se transformaacompanhando o processo de evo-lução do homem. Em um mundoem que os homens compreendemque seu bem-estar é reflexo dobem-estar do próximo, ele passa aagir na busca de resultados com-partilhados na vida pessoal e con-sequentemente na vidacorporativa.

O Espiritismo faz parte domundo; logo, das empresas.

O homem de negócio contem-porâneo sabe que sua empresa es-tará bem posicionada no mercadoquando os consumidores percebe-rem que suas ações corporativasseguem uma relação do ganha Xganha, resultados de mão dupla enão apenas no próprio lucro. Cadavez menos espaço existe para osdirigentes da velha guarda: lucroalto a curto prazo e somente parasi. Os dirigentes de vanguardacompreendem que a longevidadede seus negócios depende do lu-cro justo a longo prazo.

A era da Sustentabilidade eResponsabilidade Socioambientalé a nova era dos negócios, não é

uma tendência passageira. Ir alémde nossas “obrigações” corporati-vas leva-nos à sustentabilidade nosnegócios: ser economicamente vi-ável, sendo ecologicamente corre-to e socialmente justo.

Você acredita que as ideiasespíritas podem encontrar cam-po fértil no ambiente empresa-rial?

Entendo que os princípios dasustentabilidade e da responsabi-lidade social contemplam os prin-cípios do Espiritismo e a observân-cia das leis de Deus. Vemos aí aDoutrina dos Espíritos nos proces-sos administrativos emercadológicos. É o caminho daevolução do mundo corporativo;logo, dos homens. A evolução éuma lei natural e o Espiritismo es-clarece-nos sobre isso. O Espiritis-mo faz parte do mundo; logo, dasempresas.

E a velha questão da compe-tição que viceja no mundo cor-porativo? Será possível haveruma espécie de competição sau-dável?

A competitividade faz parte doespírito, do processo de evolução.A competitividade estimula e pro-

move o desenvolvimento, as no-vas conquistas; é importante parao crescimento da sociedade. Acompetição é saudável se consi-derada como um processo, umaescalada para a conquista de umbem maior para todos.

Na fase evolutiva em que nosencontramos, a competição fazparte e pode ser saudável se bemcompreendida e bem aplicada,isto é, se se fizer para o bem detodos e não somente por vaidadee egoísmo.

Como você faz para orga-nizar-se quanto aos papéis adesempenhar, já que são tan-tos – palestrante, mãe, esposa,trabalhadora espírita etc.?

Nasci mulher e sou feliz porisso. O mundo corporativo mefascina, mas atrelado à minhabase, a família. Ela é nosso por-to seguro, onde nos fortalece-mos para enfrentar os desafiosda vida. Sigo entendendo queabdicar significa conquistar, fa-zer bem o bem, com paciência epersistência. Bom senso, fé emuita vontade, este é o meu ca-minho!

Suas palavras finais.Todas as nossas conquistas

fazem parte do processo deaprendizado para o nosso Espí-rito! Que sejamos capazes demuitas conquistas, grandes e far-tas, para que nossa caminhadasiga o processo natural do cres-cimento próprio e de nosso pró-ximo!

Afinal, a magia de existir éter sempre novos motivos paracelebrar! É poder transformarcada instante em um grande mo-mento! É fazer de cada dia umaoportunidade para sonhar, amar,cativar! A FÉ RACIOCINADAe a prática do AMOR nosofertam as conquistas em dire-ção ao PAI!

Ótimas oportunidades de ce-lebração a todos!

Entrevista: Silvana Scarpino

Silvana Scarpino (à direita) em recente evento espírita