O Metodo Contrastivo e a Prática de Tradução

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clique para imprimir este documento O MÉTODO CONTRASTIVO E A PRÁTICA DA TRADUÇAO NO ENSINO DO PORTUGUÊS E DO ESPANHOL PARA HISPANO E LUSOFALANTES DE NÍVEL AVANÇADO. Ana Isabel Briones A decisão mais importante que um professor de línguas estrangeiras deve tomar talvez seja a escolha de um manual de estudo para uso na sala de aula e, portanto, de uma metodologia adequada. As opiniões dividemse, em termos gerais, entre os professores que preferem um método baseado no estudo gramatical, a partir do qual se propõem exercícios de fonética, morfologia, sintaxe e vocabulário fundamentados na prática da tradução, e outros que consideram mais eficaz o método direto ou comunicativo, para o qual não importa tanto o critério de correção quanto a possibilidade de entendimento entre os falantes. Antes de continuar com uma breve explicação dos diferentes métodos existentes para o ensino de uma língua estrangeira, e da história que precedeu à situação atual, é preciso adiantar que, em termos de eficácia, não existe um método melhor do que outro independente das circunstâncias. É fundamental fazer um estudo detalhado das características e intenções do grupo de alunos com os quais vamos trabalhar, e conhecer o nível educativo e o interesse pessoal deles, bem como o grau de conhecimento do funcionamento interno da própria língua adquirido na escola, ou se fizeram estudos de lingüística geral. Tendo em conta estas considerações, o panorama dos métodos para o ensino de línguas estrangeiras poderia ser resumido nas seguintes afirmações de caráter geral: o "método gramatical" é mais adequado para alunos adultos com formação lingüística média; quando o grupo de discentes é constituido por alunos procedentes de culturas muito distantes, e as suas línguas nativas respondem portanto a sistemas lingüísticos bem diferentes, será imprescindível o "método direto comunicativo"; o "método contrastivo" é bem mais útil, a partir de um nível avançado, quando se está ensinando e aprendendo uma língua próxima à materna, como é o caso com o português e o espanhol. Cada método de ensino baseiase numa teoria lingüística e didática. De fato, três das mais importantes e difundidas metodologias para o ensino de línguas (as denominadas "gramatical", "audiooral" e "comunicativa") não seriam entendidas sem considerarse a importância do princípio lingüístico que as sustenta. Mas o professor se perguntará, decerto, "como posso saber que uma teoria, e portanto, o método de ensino que dela procede, é correta e adequada para meus fins e dos meus alunos?" Podemos começar afirmando que nada é mais prático do que uma boa teoria. Isto não significa, porém, que se deva estabelecer uma relação de dependência absoluta entre lingüística ou gramática e ensino/aprendizagem de línguas, como veremos a seguir. E por outro lado, é preciso estar consciente de que nem sempre é possível estabelecer uma teoria. George Steiner preguntase em After Babel se a tradução, que não passa de uma praxis vasta e variada e que, portanto, não existe no abstrato e resiste sua inclusão em qualquer esquema, pode ser de fato uma disciplina. Tratase de uma reflexão que vai ser aqui aproveitada para estabelecer uma comparação entre tradução e ensino de uma língua estrangeira a partir do método contrastivo, devido a que ambas as práticas constatam a existência de diferenças e semelhanças entre duas línguas, o que não sempre pode ser fixado enquanto objeto de análise. Tradicionalmente, os professores de línguas ensinavam gramática seguindo as diretrizes do ensino das línguas clássicas, o latim e o grego. Eles tiveram, em geral, seu processo de formação em Faculdades de Filologia e Lingüística, de maneira que era normal que se servissem, para sua labor docente, da gramática sistematizada da língua de que se tratasse. O conteúdo dos livros elaboravase apartir de critérios de organização gramatical, e viase como uma necessidade que o aluno aprendesse o artigo, o sustantivo e o adjetivo e suas formas, o verbo e suas flexões, etc. This Page is an outdated, usergenerated website brought to you by an archive.It was mirrored from Geocities at the end of October, 2009. For any questions concerning this page try to contact the respective author. (To report any malicious content send the URL to oocities(at gmail dot com). For question about the archive visit: OoCities.org.

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    OMTODOCONTRASTIVOEAPRTICADATRADUAONOENSINODOPORTUGUSEDOESPANHOL

    PARAHISPANOELUSOFALANTESDENVELAVANADO.

    AnaIsabelBriones

    A decisomais importante que um professor de lnguas estrangeiras deve tomar talvez seja aescolha de um manual de estudo para uso na sala de aula e, portanto, de uma metodologiaadequada. As opinies dividemse, em termos gerais, entre os professores que preferem ummtodo baseado no estudo gramatical, a partir do qual se propem exerccios de fontica,morfologia,sintaxeevocabulriofundamentadosnaprticadatraduo,eoutrosqueconsiderammaiseficazomtododiretooucomunicativo,paraoqualnoimportatantoocritriodecorreoquantoapossibilidadedeentendimentoentreosfalantes.

    Antesdecontinuarcomumabreveexplicaodosdiferentesmtodosexistentesparaoensinodeumalnguaestrangeira,edahistriaqueprecedeusituaoatual,precisoadiantarque,emtermosdeeficcia,noexisteummtodomelhordoqueoutro independentedascircunstncias.fundamentalfazerumestudodetalhadodascaractersticaseintenesdogrupodealunoscomosquaisvamostrabalhar,econheceronveleducativoeointeressepessoaldeles,bemcomoograu de conhecimento do funcionamento interno da prpria lngua adquirido na escola, ou sefizeram estudos de lingstica geral. Tendo em conta estas consideraes, o panorama dosmtodosparaoensinodelnguasestrangeiraspoderiaserresumidonasseguintesafirmaesdecarter geral: o "mtodo gramatical" mais adequado para alunos adultos com formaolingsticamdiaquandoogrupodediscentesconstituidoporalunosprocedentesdeculturasmuito distantes, e as suas lnguas nativas respondem portanto a sistemas lingsticos bemdiferentes, ser imprescindvel o "mtodo direto comunicativo" o "mtodo contrastivo" bemmais til, a partir de um nvel avanado, quando se est ensinando e aprendendo uma lnguaprximamaterna,comoocasocomoportuguseoespanhol.

    Cada mtodo de ensino baseiase numa teoria lingstica e didtica. De fato, trs das maisimportantes e difundidasmetodologias para o ensino de lnguas (as denominadas "gramatical","audiooral"e"comunicativa")noseriamentendidassemconsiderarseaimportnciadoprincpiolingsticoqueassustenta.Masoprofessorseperguntar,decerto,"comopossosaberqueumateoria,eportanto,omtododeensinoquedelaprocede,corretaeadequadaparameus finsedosmeusalunos?"Podemoscomearafirmandoquenadamaisprticodoqueumaboateoria.Isto no significa, porm, que se deva estabelecer uma relao de dependncia absoluta entrelingsticaougramticaeensino/aprendizagemde lnguas,comoveremosaseguir.Eporoutrolado,precisoestarconscientedequenemsemprepossvelestabeleceruma teoria.GeorgeSteinerpreguntaseemAfterBabelseatraduo,quenopassadeumapraxisvastaevariadaeque,portanto,noexistenoabstratoe resistesua inclusoemqualqueresquema,podeserdefatoumadisciplina.Tratasedeumareflexoquevaiseraquiaproveitadaparaestabelecerumacomparao entre traduo e ensino de uma lngua estrangeira a partir domtodo contrastivo,devidoaqueambasasprticasconstatamaexistnciadediferenasesemelhanasentreduaslnguas,oquenosemprepodeserfixadoenquantoobjetodeanlise.

    Tradicionalmente, os professores de lnguas ensinavam gramtica seguindo as diretrizes doensino das lnguas clssicas, o latim e o grego. Eles tiveram, em geral, seu processo deformaoemFaculdadesdeFilologiaeLingstica,demaneiraqueeranormalqueseservissem,parasualabordocente,dagramticasistematizadadalnguadequesetratasse.Ocontedodoslivroselaboravaseapartirdecritriosdeorganizaogramatical,eviasecomoumanecessidadequeoalunoaprendesseoartigo,osustantivoeoadjetivoesuasformas,overboesuasflexes,etc.

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    O modelo por excelncia do latim clssico foi Cicerone. medida que as lnguas locaisadquiriram importncia o ensino do latim como segunda lngua se estendeu. A base da suadocnciafoiagramticadeDonato,dosculoIV.Omtodoeraesencialmentededutivo,baseadona memorizao de palavras e frases incluidas em glossrios e, no que foi a prtica maissignificativa da metodologia romana, a traduo direta e inversa aplicada a frases e textos. Oensino do latim foi posteriormente modelo para as conhecidas como lnguas romnicas ouneolatinas. As gramticas nacionais aparecem nos sculos XV (1492,Gramtica de la lenguacastellana, de Nebrija) e XVI (1530, L'esclarcissement de la langue franoyse, de Palsgrave).Tratasedegramticaselaboradasporeruditos,nopensadasparaestrangeiros.Fundamentamsena idiadequea lnguaumsistemalgico, formuladoemregrasquesepodemaprendereaplicar para alcanar a perfeio no uso do idioma. Se a tradio "no gramatical" ou"conversacional" tinha j sido um mtodo habitual durante alguns sculos, a vinda doRenacimento, e o prestgio da tradio gramatical devido sua vinculao ao mbito escolar eacadmico, faz com que as gramticas do latim passem a ser um modelo imprescindvel.Aumentam sua extenso no relativo morfologia e sintaxe e, evidentemente, no estoconectadas com o uso da lngua (ningum falava j latim na vida quotidiana), de maneira queacabam por constituirem a sua prpria finalidade. Uma vez perdida a finalidade comunicativaquotidiana,aaprendizagemdo latim fica reduzidaaumaprtica intelectual.Portanto,a tradiogramatical no ensino das lnguas vernculas impregnase tambmde abstrao e se afasta darealidadecomunicativa.Estaaorigemdo "ensinogramatical tradicional".Contribuiu, emcertamedida, o fatodenoserem j capazes todososprofessoresdapocademanter com fluidezumaconversaemlatim:umaaulaguiadapornormasgramaticaiseexemplosfossilizadosmaisfcilnessecaso.

    A partir das aportaes tericas de lingistas de base estrutural como Bloomfield e Fries nosanosquarenta,que influirama teoria lingsticaatadcadadesessenta,considerase,porm,que so os lingistas, e no os professores, os que devem elaborar os materiais para seremusadosnasaladeaula.Oprofessordevmentoumsimplesintermedirio.Partesedoprincpiode que a lngua um conjunto de estruturas organizadas e, portanto, osmanuais constam deconjuntosdeestruturaslingsticasqueoalunodeveconsolidarmediantearepetiocontinuada.Os livrosnomencionamas regrasgramaticais.Esteconhecidocomo"mtodoaudiooral".Odescritivismo prprio do estruturalismo faz com que os estudos contrastivos sejam uma daspreocupaes destes e outros autores inseridos nesta tendncia. Veremos mais tarde osignificadoprticodeutilizaromtodocontrastivo.Masdigamospororaque,aocontrriodoquevamosdefenderaqui,a tesedequea traduoumexerccioadequadoparaalunos formadosem lingsticaecujas lnguasmaternassomuitoprximas,osestruturalistasconsideravamnanociva: promovia as transferncias de uma lngua para outra, pensavameles.Devemos ter emconta,porm,queosprimeirosalunosqueusaramestetipodemanuaisforamosempregadosdoPrograma de Treino Especializado do Exrcito dos Estados Unidos (Army Specialized TrainingProgram),muitodiferentesportantodotipodealunosdequevamosfalaraqui.

    Aperguntadequepartiam,tantoomtodogramaticaltradicionalquantoomtodoaudiooral,era"oque,ecomoquefuncionaalngua?"Foi,sobretudo,apartirdosanossessenta,eaolongodos setenta, quando surgiram outras questes relativas ao ensino de lnguas: "como que sedesenvolvenoserhumanooprocessodeaprendizagem?"(pontodepartidadapsicologia),"qual a melhor maneira de ensinar?" (perspectiva da pedagogia). a poca na qual, aps oestruturalismo lingstico, impera a teoria generativotransformacional de Noam Chomsky. Osaspectoscognitivosesemnticosdalinguagem,asuacapacidadeparaacriatividade,bemcomoanoodecontextoeoscdigosextralingsticos,merecemmaioratenodoqueasestruturaslingsticas. A teoria geral na qual se fundamenta a Lingstica Textual ou Pragmtica. OprofessorAquilinoSnchezmencionanestesentidoumacuriosidadequeilustraaimportnciadeconsiderar o contexto e as referncias culturais, que podem ser determinantes em certassituaes.ParecequenaAustrlia,convidarumavisitaatomarcafapsojantar,equivalenteaumaperguntadotipo:"Noachaquemuitotardeevocdeveriairembora?"nonossocdigosociolingstico,pelocontrrio,seoferecemosumcafporquedesejamosprolongaroencontro.Apareceentoumaterceiraviaparaoensino,o"mtododiretocomunicativo", fundamentadonateoriadequeassegundas lnguasdevemseraprendidasdamesmamaneiraqueseaprendeuaprimeira, e os objectivos dirigemse ao uso da lngua oral. J desde o incio da elaborao degramticasdas lnguasvulgares,duastendncias foramestabelecidas:asgramticasbaseadasna especulao e na anlise, e as que tomavam o uso da lngua como ponto de partida,denominadas "gramticas prticas" ou "pedaggicas", que, ao irem adquirindo caractersticasprprias, passarama ser "gramticas para estrangeiros". Estas novas gramticas, oumanuais,tm uma orientao construtivistacondutista, incluem dilogos e elementos visuais que visamcaptar a realidade comunicativa, em vez de introduzirem assuntos gramaticais, e procuramestabelecerhbitosdeconduta.Parteseda idiadequeparaum turista,porexemplo,no tm

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    importnciaalgumaasnormasgramaticaisdeumalngua,seelenocapazdecompreenderasfrases mais simples de um empregado de hotel. De forma que os exerccios bsicos so oresultadodoqueseconhececomo"enfoquedetarefas",ouseja,procuramqueoalunoaprendaapreencher um impresso, fazer a reserva de uma passagem area ou de um quarto num hotel,encontrarumendereo,etc.SecompararmosestapropostacomaGramticadeNebrija,daqualfalamos anteriormente, veremos que a diferena fundamental que esta obra uma refernciapara escritores e professores. E nesta altura quero recordar que, num nvel avanado deportugus (ou espanhol), e com alunos de lngua materna espanhola (ou portuguesa) de umaFaculdade de Letras, por exemplo, estariamos perante um pblico semelhante ao que naquelapoca se servia da Gramtica de Nebrija, ou seja, professores, ou futuros professores etradutores.

    Emsuma,omtodogramaticalsustentasenaracionalizao,naabstraoesistematizaodosabersobrealngua,portanto,ummtodonormativoededutivo,quequadranospostuladoseprticasdoensinoescolareuniversitrio.Porseulado,omtodoconversacionalcomunicativooudireto,reivindicaumavoltanatureza,experinciaprimeiradoserhumanoquandoaprendeualnguamaternatratasedeummtodoindutivoquepossibilitaafunocomunicativaeafluideznousodalngua.Asimulaodestaprticapodedartimosresultadoscomalunosqueprocurama simples comunicao numa lngua estrangeira, como turistas, colegas de um mbitoprofessional internacional, ou emigrantes procura de melhores condies de trabalho. Mas,estudantes de Lingstica, ou alunos de nvel superior, que tm adquirido em certos casosprofundos conhecimentos sobre gramtica, no esto em situao de voltar a esse estado delngua virginal, e devem ter como objetivo a perfeio no uso da lngua que esto aprendendo.Tratasedeescolherentreaviamecnicaouaviareflexiva.Pensoqueosfuturosprofessoresetradutores,semabandonarcompletamenteoutrosmtodos,devemescolherocaminhodoestudodetalhadodagramtica,comparandoasduaslnguasdequesetrate,oquesignificaoptarporum"mtodocontrastivo".Porque,aindaquetodososmtodosusemtcnicasadequadasparaatingirseus objetivos, claro que nem todas as tcnicas so igualmente teis para todas asmetodologias. Fica, portanto, definido o "mtodo" como uma srie de elementos lingsticosselecionados conforme uma base terica, que constituiro os objetivos propostos deensino/aprendizagem,eumconjuntodetcnicasadequadasparaatingiressesobjetivos.

    A partir de aqui, tenciono tratar do mtodo contrastivo com certo detalhe. Com efeito, vimosanteriomenteque, numasala deaula naqual predominaamisturadenacionalidades, precisorenunciaraosdetalhesemfavordointeressecomummas,utilizadonoensinodoportugusparahispanofalantesdenvelavanado (ouviceversa), o recurso lingsticacontrastivaentreduaslnguasdresultadosmuitobonsemambasasdirees.Emverdade,nosetratadeummtododefinido especficamente. Seria melhor dizer que, quando aludimos ao mtodo contrastivo,estamos falando de umas prticas de ensino que se fundamentam na comparao de duaslnguas, como so a reflexo comparativa de determinados aspectos gramaticais, e a traduodireta e inversa, prticas que, de fato, evidenciam a existncia de semelhanas e diferenas.Outras metodologias usam tambm eventualmente este tipo de exerccios. J no sculo XVI,algumasgramticasparaestrangeiros incluiamexemplospara ilustrarousoda lnguabaseadosna comparao com outros idiomas, como acontece entre o espanhol e o toscano na obraOsservationi de la lingua castigliana, de Juan de Miranda, publicada em 1566. E vimosanteriormentequeomtodoestruturalouaudiooraltambmseserviaporvezesdacomparaobem comoomtodo comunicativo, que considera, entre outras aplicaesmais caractersticasdasuateoriametodolgica,aidentificaodeproblemasespecficoscomparandoalnguaqueseest ensinando com a prpria dos alunos. O recurso a procedimentos filolgicos e traduodireta e inversa, , porm, especfico do mtodo contraastivo, e evitado pelos mtodoscomunicativospurosefuncionaisbemcomoofactodeoferecerumaseleodetextosliterrios,paraseremadoptadoscomomodelonaaprendizagemecomafinalidadedatraduo.

    Omtodo conhecido como "doble traduo" foi muito clebre devido a um autor ingls, RogerAschman,esuaobraTheSchoolmaster,publicadaem1570.Adoble traduo,queconsisteemtraduzir o original e, posteriormente, traduzir o resultado, visa um domnio do idioma que eraprocurado por grupos especficos no sculo XVI. As elites aristocrticas divertiamse com aaprendizagemrequintadadalngua(delicatelearning),maisinteressadasnabelezaformaldoquena esncia das palavras. O principal interesse era, portanto, o uso correto da lngua conformeprescrevea gramtica, e a leitura e traduodeautores clssicos.Dois objetivos que no sodesprezveis,emboranodeveriamserosnicos.

    Outromodeloimportantedomtodocontrastivonahistriadoensinodelnguasestrangeiras,queaqui nos interessa porque se adapta em certa maneira tese proposta, foi a obra de Jos

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    GonzlezTorresdeNavarra,Ensayoprcticodesimplificarelestudiodelaslenguasescritas,de1798. O manual constituido por uma parte de Gramtica comparada, na qual estabelececontrastegramaticalentreoinglseoespanhol,eoutradeexemplosdetradues"literais".Osexercciosbaseiamsenatraduoecomparaodelnguasenoscomentriossobreproblemassuscitados em volta da traduo. O autor, ciente da polmica provocada entre defensores edetractoresdeumououtromtodo,afirmaquecadamtodohdeserdiferenteparaatingir finsdiferentes:

    el fin con el que aprendemos idiomas vara en cada sujeto y en cada ocasin pues de unodeseamos entender los libros de otro deseamos entender a las personas que le hablan y dealgunotalvez...tambinhablarleyescribirlecomoellos.

    JohnLocke,quenofoilingistanemgramtico,masfoipedagogo,almdofilsofoinfluentequeconhecemos,afirmanasuaobraSomethoughtsconcerningeducation(1693):

    Concedo que la gramtica de una lengua debe ser estudiada cuidadosamente en algunasocasiones,perosloporadultos,cuandosetratadelograrunacomprensincrticadelamisma,quenoessinolopropiodelosestudiososyprofesionales.

    [...]

    Y si la gramtica debe ser enseada, debera serlo a quien ya habla la lengua. Cmo, si no,puedeserleenseadalagramtica?

    Inserido namesma tendncia encontraseG. Langenscheidt, que publicou ummanual em1883para o ensino do francs para alemes. O autor fundou sua prpria editorial, que ainda hojesubsiste.Numapocaemqueosmanuais inspiradosnousoquotidianoda lnguaeno"mtodonatural" ou "direto" estavam em total expanso, ele afirma que: "el conocimiento claro y laseguridadenlaexpresinescritasloselograconlagramtica".Seulivrodirigidoaadultos,etambmse fundamentana traducoeno isolamentodeproblemasconcretos.Emvezde incluircaptulos organizados sobre questes gramaticais especficas, a prtica da traduo quedeterminaoestudodedificuldadesespecficasquevosurgindo.

    Comoconcluso, direi que, a defesaque faoaqui domtodogramaticalcontrastivo, deriva daconvicodequeaaprendizagemdoespanholedoportugusdepartedealunosadultos lusoehispanofalantes, respectivamente, que j adquiriram um nvel avanado e que ainda desejammelhorar, deve ser sempre uma aprendizagem consciente. E no s pela evidncia de que oalunoconservamelhornamemriaoquedescubriudeformaconsciente,tambmporqueoadultohabituadoaservirsedarazoeaprenderrazoando.Tratase,alis,deummtodoquefuncionaquando o grupo de alunos selecto, ou seja, compessoas que cultivam valores intelectuais eso interessadas pela correo. Uma parte importante do trabalho do professor consistir,portanto,emcorregirerros.Masistonosignifica,porm,quesedevaadoptaraidiatradicionaldeque,numaaulademtodogramatical,oprofessoroprotagonistaabsoluto,enquantooaluno,quesdeveriamemorizarregrasgramaticaiselistasdevocabulrio,devmumsimplesreceptor.O processo metodolgico que eu proponho visa que o aluno obtenha concluses sobre ofuncionamentodalnguaqueestaprendendoecompareosresultadoscomalnguadele.Algunsdos exerccios fundamentais para atingir esse objectivo so a anlise e a traduo de textosliterrios. E no s para conseguir objectivos gramaticais e de compreenso tambm porqueajudamoalunoaatingirogostopelaleituraeaconhecerummundoculturaldeterminado,almdeseautoafirmarnosnveismorfosinttico, lxicoesemnticodasegundalngua.Oprofessor,porseu lado, deve elaborar atividades que coloquem o aluno no caminho adequado, tanto paradescobrirasregrasquedeterminamofuncionamentodalnguaquantooestilosingulardotexto,oquesignificaaorganizaoprviadoselementoslingsticosquedeveroserestudados.

    Por ltimo, este tipo de prtica deve ser entendida tambm como uma necessidade de que ostrabalhos de traduo literria sejam uma labor sria e profissional, respeitem o contedo e aformadaobraoriginal,eevitemaimprovisao.

    Aps esta breve introduo sobre a histria dos diferentes mtodos de ensino de lnguasestrangeiras, e conhecidas as bases da proposta que aqui apresentada, quero fazer algumasreflexes prvias sobre as peculiaridades do processo de ensino/aprendizagem da lnguaportuguesaouespanholadepartedealunoshispanooulusofalantes.

    sabidoqueaproximidadelingsticadoportuguseoespanholfazcomquemuitosfalantesde

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    cada uma destas lnguas empreendam o estudo da outra com uma confiana excessva,considerandomaisassimilitudesdoqueasdiferenas.Enquantoumestudantede lnguanativamais distante estariamuito prevenido para as peculiaridades fonticas, sintticas e semnticasdalnguaqueestaprendendo,oalunohispanooulusofalantedeixaselevarpelasinterfernciasda sua prpria lngua, o que faz com que dificilmente o portugus de um hispanofalante, e aocontrrio,daimpressodeautenticidade.

    Partindo da noo de interferncia que Rafael E. HoyosAndrade expunha no I Seminario deDificultadesEspecficaspara laEnseanzadelEspaola lusohablantes, sabemos que existeminterfernciasdenatureza"estrutural"e"habitual",constituindoestasltimassistemasdehbitosautomatizados e internalizados. O caso mais claro de interferncia a escolha de palavras eestruturasdaprpria lnguaparaserem incluidassemmodificao,oucomuma levemudana,emestruturasdalnguaqueseestaprendendo,oquespodesercombatidopelainsistnciadoprofessor,paraqueoalunoatinjaumaboacompetncia lingsticaemportugusouespanholesesirvadeumregistocultodelngua.

    Parafazerentenderaoshispanofalantesqueaprendemportugus,eviceversa,a importnciadeinteriorizarasdiferenas fonticas,sintticasesemnticasentreoportuguseoespanhol,vouexporalgumassituaeslingsticasemqueseproduzemamaiorpartedasinterferncias.

    Noplanofonticofonolgico,precisosalientaradificuldadedoshispanofalantesparapronunciarosintervoclicocomosomlinguodentalfricativosonoro[z],jquesetratadarealizaodeumfonema inexistente em espanhol. A importncia de pronunciar corretamente este som bvia,devido a que emportugus existe umaoposio fonolgica entre /z/ e o fonema surdo que lhecorresponde, /s/. Omesmo acontece com o som lbiodental fricativo sonoro [v], que tambmnoexisteemespanholcomofonema,umavezqueagrafia"v"temidnticarealizaofonticaqueo "b", e noexiste portantooposio fonolgica.Oprofessor deveria insistir igualmentenapronncia de vogais abertas, fechadas, semiabertas e semifechadas, bem como nasnasalizaes,fenmenostotalmenteestranhosparaosfalantesdelnguamaternaespanhola.

    Noqueserefereaoaspectomorfolgico,osalunostmcomfreqncia interfernciasdevidasconfusodognerodedeterminadaspalavras,eaofatodeousodogneroneutroemespanholno ter umaequivalncia total noportugus, lnguaquemostraumamenor tendnciaparaestetipo de abstrao sintetizada. No mbito verbal, a maior frequncia de verbos pronominais emespanhol(quedarse,creerse,venirse,etc.)fazcomquesedmerrosdotipo*"Venhase/Sevemcomigo ao cinema". Os advrbios, as preposies e conjunes, por seu lado, apresentampoucas dificuldades derivadas de peculiaridades morfolgicas, mas so motivo constante deinterfernciasdecorrentesdadiferentedistribuiocontextual.Aconjuno"noobstante"existeemespanhol (noobstante),masnemsemprecoincidenosignificadocomaportuguesa,edeveser traduzidaporapesarde,quepodesignificar,conformeoscontextos, "porm".Todava, emespanhol, "ainda",sque "ainda"podesignificar tambm,emdeterminadoscontextos, "alis"ou"almdisso",demaneiraque,nestescasos,deveser traduzidaemespanholporadems.Apalavra "apenas" existe tambm em espanhol como advrbio, e muito frequente encontrlatraduzida literalmentequando,emgeral,nosignifica"s"mas"quaseno"de fato,a traduoemespanholdeOriotriste,deFernandoNamora,proporcionanumadeterminadaalturaumcasointeresante de significado contrrio, ao traduzir o enunciado "sou um leviano de pequenasaventuras.E nelas entraapenas o sexo", ou seja, s o sexo, por "me encantan las pequeasaventuras,yenellasapenasentraelsexo",ouseja,quasenoentraosexo.

    No plano sinttico preciso elaborar exerccios especficos sobre o emprego ou ausncia doartigo,colocaodospronomes,esobrecomplementosdiretosdepessoa,porexemplo,queemespanhol so antecedidos da preposio a, de forma que o hispanofalante que no sejaconscientedestapeculiaridadesintticadoespanhol (quepor suavezproduzos fenmenosdelesmoe lasmo) vai introduzir nessa situao um a que, no caso do nome prprio masculino,poderesultarbastanteesquisito:umhispanofalante,numnvelbsicodaaprendizagemdalnguaportuguesa, dir *"Encontrei a Pedro no nibus". A sintaxe verbal apresenta problemas com opretrito perfeito simples e o composto, que no so equivalentes em portugus ao pretritoperfectosimpleepretritoperfectocompuestodoespanhol.Poroutrolado,ofuturodosubjuntivo,que em espanhol deixou de ser usado numa fase determinada da evoluo lingstica (hoje spermanece na linguagem jurdica e em certos ditos populares que ficaram fossilizados) sermotivo de evidentes dificuldades para o aluno estrangeiro.O erromais frequente neste sentidoser a transposio da frase "Se eu tivermuito dinheiro no iria trabalhar" para "Se eu tivessemuito dinheiro ..." no se trata neste caso de um erro gramatical, mas o significado deprobabilidade se transforma em impossibilidade. O enunciado "Quando eu tiver tempo casarei"ser provvelmente "traduzido" por *"Quando tenha tempo ...". O uso do modo subjuntivoapresentaoutrasdiferenasnacomparaoporexemplo,numaoraosubordinadacondicional

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    quedependedeumverboprincipalnopassado,osentidodepossibilidadeimprovveldeumfatoacontecernofuturospodeserexprimidoemespanholcomimperfeitodeindicativo(entendesequeapossibilidadenoexistemais),enquantoqueemportugussedeveusaromodosubjuntivo("Pensou que se continuasse falando acabaria por confessar tudo" corresponde em espanhol a"Pens que si continuaba hablando ..."). Por outro lado, a inexistncia na lngua espanhola doinfinitivoflexionadooupessoalsertambmmotivodeconfuso,atporqueousodeoraesdoinfinitivomuitomaisfrequenteemportugusdoqueemespanhol.

    Noaspectosemnticoencontramosoproblemadoschamados "falsosamigos",queconstituemuma dificuldade para estudantes e tradutores. Quando o estudante hispano se encontra naprimeirafasedaaprendizagemdoportugus,dir"alargar"quandoquerdizer"alongar","artculo"emvezde"artigo", "borrar"por "apagar", "casco"por "capacete", "contestar"por "responder"ou"atender", "desenvolver"por "desembrulhar", "distinto"por "diferente", "oficina"por "escritrio",e"esquisito" em vez de "gostoso" ou "requintado". A confuso, porm, quando chegamos a umnveldemaiorsutilidade,podeatingirombitodatraduodeobrasliterrias.Comoexemplodosproblemasqueotratamentopoucoprofissionaldeambasaslnguaspodecausar,podemoscitaralguns casos de tradues encontrados ao comparar verses espanholas de romances emportugus e viceversa. No se trata, portanto, de uma reflexo sobre teoria da traduo, massimplesmentedeumaaproximaoaquestessobretraduzibilidade.

    Numa traduoespanholadeumromancedoescritorportugusJosCardosoPires (Balada dapraiadosces)encontramosqueh"vasosycajones"defloresnasjanelas(traduode"vasose caixotes"), em vez de "jardineras y tiestos", que seria a traduo correta em espanholpeninsular que os "compridos dedos abertos" das patas traseiras de um lagarto adotam naverso espanhola uma posio impossvel: ao traduzir "compridos" (em espanhol "largos") por"comprimidos" (cujo significado igual ao portugus), no se entende comopodem, aomesmotempo, estar os ditos dedos abertos e fechados. Isto s para no entrar em pormenores sobreescolhasestilsticas("lamujerdelastetasalaire"expressobastantegrossaemespanholparatraduzir "a mulher dos seios nus"). Infelizmente, no se trata de um caso isolado. A traduoespanholadeVidassecas,deGracilianoRamos,nos introduzdesnecessriasmudanasdesentido,comotambmproporciona inexplicveisexemplosdeuma interpretaoerradado textooriginal:otradutorentendeu"perto"comoparticpiode"perder",etraduz"estavamperto"("cerca",em espanhol) por "se haban perdido" e interpretou o verbo "chegar" (que no texto tem osignificadode"bastar","sersuficiente")como"darentrada"ou"aproximarse".

    No mbito da traduo de obras espanholas para portugus, encontramos que na edioportuguesadeElinviernoenLisboa,deAntonioMuozMolina,a locuomodal"asuaire" (quesignifica "alheio a tudo") traduzida por "com o seu ar", e "msbien" s vezes interpretadocomo"mas"eoutrascomo"muito",quandoosignificado"antes","contrariamente".Porltimo,nenhuma das duas verses em portugus (uma brasileira e outra portuguesa) do romanceCorazntanblanco,deJavierMaras,conseguetransmitiraverdadeirareaoemocionaldeumpai perante o corpo ensanguentado da filha morta: para a afirmao do narrador "se sintiespantado"foramescolhidosostermos"espantado",naversobrasileira(queconstituiumfalsoamigoevidentesignificasorprendidoemespanhol),e"admirado",naportuguesa,queficammuitolongedasensaodeangstiaepavordapersonagemnessaterrvelsituao.

    Aprticadatraduo,bemcomooensinodelnguasestrangeiras,abaseparaoconhecimentodeculturasdiferenteseparaasrelaesinternacionaisemtodososnveis.Daaimportnciadeosalunosuniversitrios, quesero futurosprofessoresdeportugusouespanhol, ou tradutoresespanholportugus,estaremconscientesdanecessidadedaespecializaoedoestudorigorosotanto da prpria lngua quanto da que esto aprendendo.Octavio Paz reflectiu sobre omito datorredeBabelcomofenmenodefelicidadeenodecastigo,aoafirmarque"ni lapluralidaddelaslenguasnilasingularidaddelasobrassignificaheterogeneidadirreductibleoconfusinsinolocontrario: un mundo de relaciones hecho de contradicciones y correspondencias, uniones yseparaciones".Esperoqueestas"unionesyseparaciones"entreoportuguseoespanholsejamno futuro consideradas, de maneira que ambas as lnguas sejam valoradas no mbitointernacionalcomomerecem.

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