O Método HRN Como Ferramenta de Intervenção

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    ¹ Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual do Maranhão. Discente do Curso de Pós-

    graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Estadual do Maranhão  – UEMA, São

    Luís-MA, Brasil. E-mail: [email protected].

    ² Graduada em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual do Maranhão. Especialista em Ciências dos

    Materiais pela Universidade Federal de São Carlos. Especialista em Controle de Qualidade de Produtos

    Siderúrgicos pela Universidade Federal de Ouro Preto. Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade

    Estadual de Campinas. Docente do Departamento de Engenharia Mecânica e Produção da Universidade

    Estadual do Maranhão. Coordenadora e Docente do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do

    Trabalho da Universidade Estadual do Maranhão  –  UEMA, São Luís-MA, Brasil. E-mail:

    [email protected]

    O Método HRN Como Ferramenta de Intervenção em Máquinas e

    Equipamentos: Aplicação da Ferramenta em um Processo Produtivo

    de um Torno Mecânico e Proposta de Intervenção.

    ¹Isaque Silva dos Santos

    ²M.Sc. Amália Trindade de Castro (Orientadora)

    RESUMO

    Este artigo tem por objetivo discutir a implementação da metodologia HRN na

    classificação de riscos aceitáveis e/ou extremos para decisões referentes a

    intervenções em máquinas e equipamentos como sistema de prevenção de riscos

    no trabalho em um torno, especificamente no atual contexto da indústria

    metalmecânica como ênfase no setor de usinagem. Foi realizada a análise de riscos

    focada na oficina mecânica do Núcleo de Tecnologia de Engenharia (Nutenge) da

    Universidade Estadual do Maranhão – UEMA onde é simulado o ambiente de chão

    de fábrica em uma indústria de médio porte. Os resultados obtidos através da

    análise das atividades realizadas com relação ao grau máximo de lesão, frequência

    de exposição e a probabilidade de ocorrência de acidentes pode determinar o graude risco, e assim aferir ações de confiabilidade ao maquinário.

    Palavras-Chave

    Riscos, Máquinas, Equipamentos, Prevenção, Trabalho.

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    1 INTRODUÇÃO

    De acordo com o diretor-geral da OIT (Organização Internacional do

    Trabalho), Guy Ryder, são registrados cerca de 2,3 milhões de mortes por ano

    relacionadas a acidentes e doenças do trabalho, onde 860 mil pessoas são vítimas

    de variados tipos de ferimentos todos os dias no mundo. Os custos globais chegam

    aos valores de 2,8 trilhões de dólares, ainda segundo Guy Ryder.

    No Brasil os números são preocupantes, pois segundo números publicados

    em 2014 são conhecidos 700 mil acidentes e adoecimentos em consequência do

    trabalho por ano, ocupando a quarta colocação no ranking mundial.

    Os acidentes relacionados a atividade laboral constituem um elevado preço

    para o governo, famílias e empresas pois institui a redução da capacidade motorae mental do trabalhador além de gerar custos elevados para empresas e previdência

    social durante seu afastamento.

    Na indústria, com destaque ao setor de usinagem não tem sido diferente já

    que o risco associado a demanda por produtividade são fatores que apontam para

    acidentes e deteriorização da saúde do trabalhador. A gestão e gerenciamento de

    programas de prevenção para tais riscos tem se tornado um desafio aos

    profissionais de segurança e saúde do trabalhador. Máquinas e equipamentos são

    elementos necessários para fabricação de bens e serviços no setor de Usinagem e

    tornaram-se uma preocupação em relação ao bem estar da saúde laboral do

    trabalhador e assim medidas de proteção coletiva, administrativa e individual

    precisaram ser tomadas afim de eliminar ou inutilizar tais riscos presentes no local

    de trabalho.

    De acordo com JÚNIOR;ZANGIROLAMI (2015,pág.16) “O Ministério do

    Trabalho, pela Portaria SIT 197, de 17 de dezembro de 2010, alterou o texto da

    Norma Reguladora Nº12 pelo número exorbitante de acidentes registrados pois as

    mudanças eram significativas no parque fabril em relação a tecnologia empregada,

    além de equipamentos e instalações obsoletas, que somente contribuíam para o

    aumento de acidentes relacionados ao trabalho”. 

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    Porém com uma nova NR 12, precisa-se de ferramentas afim de avaliar qual

    o grau de risco de máquinas e equipamentos utilizadas no chão de fábrica e as

    ações recomendadas para a neutralização dos riscos que cada equipamento

    possui. Neste contexto a metodologia HRN (Hazard Rating Number) conhecida

    como Número de Avaliação de Risco, é recomendado pela sua eficácia, na qual sua

    natureza é um resultado de combinações de itens como grau máximo de lesão,

    frequência de exposição, probabilidade de ocorrência e número de pessoas

    envolvidas.

    Este procedimento de avaliação e prevenção pode ser aplicado claramente

    em atividades de Usinagem que utilizam por exemplo, o torno mecânico, objeto de

    estudo desta obra para análise de riscos em potencial e em seguida a adequação

    conforme a NR-12 com implantação de sistemas de segurança para o perfeitoexercício da função sem riscos à saúde do trabalhador.

    2 OBJETIVOS

    2.1 Objetivo Geral

     Analisar o processo de fabricação de usinagem, com destaque a máquina

    ferramenta Torno Mecânico Convencional com a aplicação de uma APR (Análise

    Preliminar de Risco) baseada na metodologia HRN (Hazard Rating Number) e

    apontar possíveis correções na minimização e neutralização de riscos ambientais

    associados ao processo produtivo.

    2.2 Objetivos Específicos

    a) Analisar os riscos associados a função durante o procedimento de torneamento;

    b) Aplicar a metodologia HRN (Hazard Rating Number) para o conhecimento do

    fator de risco e as medidas de segurança recomendadas;

    c) Aplicar as ações recomendadas de segurança para preservação da saúde do

    trabalhador na atividade laboral.

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    3 JUSTIFICATIVA

    Os ciclos produtivos ao longo dos anos demonstraram modernização e

    sofisticação de seus métodos e tipos de máquinas e equipamentos para a

    fabricação de bens com maior qualidade e utilidade no meio social. Entre esses

    meios de produção está em destaque os processos de fabricação mecânico com

    ênfase a usinagem, que utiliza máquinas-ferramenta como o torno mecânico

    convencional. Porém com o trabalho associado a função do trabalhador, pode ser

    visível ou não, os riscos ambientais que dependendo do ambiente e layout do

    processo podem gerar sérios danos à saúde do operário causando até possíveis

    acidentes com lesões leves ou graves.

    Desta forma, torna-se evidente a elaboração de um estudo dirigido aomapeamento dos riscos, sejam eles físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou

    de acidentes, para assim aplicar uma análise preliminar de risco e obter em seguida

    um diagnóstico de uma ação prioritária e recomendada para em seguida aplicar

    possíveis alteração no processo e assim garantir a segurança do trabalhador na

    realização de sua atividade.

    4 REFERENCIAL TEÓRICO

    4.1 O Torno Mecânico

    O Torno Mecânico é um equipamento chamado de máquina-ferramenta em

    função da utilização de vários mecanismos para a fabricação de peças.

    Figura 1: Torno Mecânico Modelo IMOR MAXI 520

    Fonte: Arquivo Pessoal (2016)

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    Esta máquina realiza um processo na qual sua operação é realizada por

    intermédio da rotação de um sólido indefinido é feito girar ao redor do eixo da

    máquina operatriz que executa o trabalho de usinagem (CHIAVERINI, 1986). Este

    equipamento constitui-se basicamente de:

    a) Castanheira: elemento de fixação da matéria prima a vir transforma-

    se em uma peça;

    b) Carro transversal: onde fica localizado o elemento de fixação de

    ferramenta de corte;

    c) Carro longitudinal: para efetuar corte em profundidade paralelamente

    a peça, além de servir como suporte ou engaste

    d) Botões e alavancas de controle de velocidade e inversão de sentidodurante o movimento de corte.

    4.2 Análise Preliminar de Risco (APR)

    Consiste numa ferramenta muito utilizada para mapeamento e

    reconhecimento antecipado de riscos existentes no meio laboral. Cada tipo de risco

    de acordo com seu agente é avaliado, e assim é planejado as medidas para

    neutralização e minimização do risco existente na atividade do trabalhador.

     A NR  –  12 no item 12.130 descreve que “[...] devem ser elaborados

    procedimentos de trabalho e segurança específicos, padronizados, com descrição

    detalhada de cada tarefa, passo a passo, a partir da análise de risco ”.

    4.3 Método HRN  – Hazard Rating Number

    Esta metodologia fornece um parâmetro para identificação das ações a

    serem tomadas de acordo com a avaliação técnica obtida durante a estimativa de

    risco.

     A avaliação consiste em uma vistoria pericial onde as possíveis não

    conformidades são listadas e de acordo com o tipo de lesão que poderá ocorrer, o

    tempo de exposição a atividade, a probabilidade de ocorrência e o número de

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    pessoas envolvidas na execução, a ação corretiva deverá ser realizada em um

    período de tempo estipulado pelo próprio método Hazard Rating Number.

     A sua aplicação está fundamentada de acordo com os seguintes

    procedimentos de análise de risco:

    Figura 2: Fluxograma de Procedimentos de Análise de Risco de Acordo com o Método HRN

    Fonte: Adaptado de Métodos de Avaliação de Risco e Ferramentas de Estimativa de Risco

    Utilizados na Europa Considerando Normativas Europeias e o Caso Brasileiro(2015)

     A metodologia de estimativa de risco HRN – Hazard Rating Number é umametodologia adequada para a priorização de ações, visto que fornece umaampla gama de gradações de risco, porém não relaciona a categoria desegurança requerida para o sistema de segurança utilizado para prover aproteção de perigos identificados relacionados à operação e outrasintervenções em máquinas e equipamentos. (MINISTÉRIO DOTRABALHO E EMPREGO-MTE. Métodos de Avaliação de Risco eFerramentas de Estimativa de Risco Utilizados na Europa ConsiderandoNormativas Europeias e o Caso Brasileiro. Pág. 55, 2015) 

     A aplicação desta ferramenta no ambiente fabril é necessária para aposterior elaboração de plano de ação para medidas de segurança mais eficazes.

     A Lei Nº 6.514 de 22 de Dezembro de 1977, Capítulo V em seu Art. 186 esclarece

    que o Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais quanto à proteção e

    medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente

    quanto a proteção das partes móveis. O Método HRN torne-se uma poderosa arma

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    para o prevencionista quanto avaliação dos risco e implementação de sistemas de

    segurança em cada ambiente em particular. O método consiste na combinação dos

    seguintes itens:

    4.3.1 Grau Máximo de Perda ou Lesão  – GPL

    Tabela 1: Índice GLP

    Fonte: JÚNIOR, ZANGIROLAMI (2015)

    4.3.2 Frequência de Exposição  – FE

    GRAU M XIMO DE PERDA OU LESAO Consequência  ndice

    GLPArranhão, pequenohematoma, escoriações

    0,1

    Dilaceração, corte,enfermidade leve

    0,5

    Fratura leve de ossos, dedos 1Fratura grave de ossos, mão,braço, perna

    2

    Perda de 1 ou 2 dedos dasmãos, pés

    4

    Amputação de mãos, perna,perda parcial da audição ouvisão

    8

    Amputação das 2mãos/pernas, perda total daaudição, visão, olhos

    10

    Enfermidade permanente oucrítica

    12

    Morte 15

    FREQUÊNCIA DE EXPOSIÇÃO Período de Exposição ao

    Risco Risco

    FEAnualmente 0,5Mensalmente 1Semanalmente 1,5Diariamente 2,5

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    Tabela 2: Índice FE

    Fonte: JÚNIOR, ZANGIROLAMI (2015)

    4.3.3 Probabilidade de Ocorrência  – PO

    Tabela 3: Índice PO

    Fonte: JÚNIOR, ZANGIROLAMI (2015) 

    4.3.4 Número de Pessoas Envolvidas  – NP

    Tabela 4: Índice NP N MERO DE PESSOAS ENVOLVIDAS 

    Quantidade de Pessoas Expostas aoRisco 

    ndiceNP

    1 a 2 pessoas 13 a 7 pessoas 28 a 15 pessoas 416 a 20 pessoas 8Mais de 20 pessoas 12

    Fonte: JÚNIOR, ZANGIROLAMI (2015) 

    4.3.5 Grau de Risco - NR

    Este índice determina a ação recomendada após a avaliação da máquina

    por meio das indicações dos índices baseado na formulação:

    Por hora 4Constantemente 5

    PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA Probabilidade  ndice PO

    Quase impossível 0,03Altamente improvável 1Improvável 2

    Alguma chance 5Provável 8Muito provável 10Certeza 15

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    Equação 1: Determinação do Grau de Risco - NR

    = ∗ ∗ ∗  

    Fonte: JÚNIOR, ZANGIROLAMI (2015)

    De acordo com o valor de NR poderá ser requerida a ação de acordo com

    a tabela 5.Tabela 5: Índice NR

    GRAU DE RISCO NR  Classificação Ação Recomendada0-1  Aceitável Risco é aceitável2-5 Muito Baixo Até 1 ano

    6-15 Baixo Até 3 meses16-50 Significativo Até 1 mês51-100  Alto Até 1 semana

    101-500 Muito Alto Até 1 diaMaior

    que 500Extremo Imediato

    Fonte: JÚNIOR, ZANGIROLAMI (2015) 

    5 ESTUDO DE CASO

    Este estudo possui o objetivo de identificar através da gestão de

    gerenciamento de riscos proporcionado pela ferramenta HRN a quantificação da

    estimativa da ameaça em função do equipamento periciado, e a ação requerida ou

    recomendada em função da avaliação realizada. E a partir dos resultados de análise

    identificados, promover um questionamento para a adequação desta ferramenta ou

    sua melhoria em processos produtivos industriais de usinagem.

    5.1 Métodos e Técnicas

    Esta obra utiliza uma análise qualitativa aplicando uma APR- Avaliação

    Preliminar de Risco com foco na Ferramenta HRN- Hazard Rating Number para o

    conhecimento dos riscos existentes na qual o operador do torno mecânico está

    exposto.

    Tendo como parâmetro a NR – 12 e os Art. 184 e 186 da Lei Nº 6.514 de

    22 de Dezembro de 1977 Capítulo V, esta pesquisa avança para as seguintes

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    etapas: análise do processo produtivo; determinação de máquinas e equipamentos

    a ser observados; análise da atividade de risco; escolha da categoria da máquina e

    equipamento; aplicação do método HRN; diagnóstico; e discussão da metodologia

    como ferramenta de gerenciamento de riscos na adequação a NR-12 visando o

    trabalho seguro.

    5.2 Local e Setor Analisado

    O campo de aplicação do estudo está localizado no Núcleo de Tecnologia

    de Engenharia (Nutenge) na Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, situado

    em São Luís - MA. Neste espaço é simulado um ambiente de chão de fábrica de

    médio porte onde estão dispostas diversas máquinas e equipamentos que

    executam diversas atividades como usinagem e soldagemEste equipamento é utilizado por alunos, professores e mecânicos da

    instituição para fabricação de peças e aulas práticas no decorrer do ano letivo.

    Como este local faz parte de um ambiente industrial, é necessária uma planificação

    dos agentes e riscos presentes nas atividades laborais, a fim de estabelecer critérios

    para prevenção de acidentes com lesões leves ou graves e doenças ocupacionais.

     A partir disso é recomendável uma avaliação local para conferência da

    situação atual e acordo com as observações e vistoria feita no local o ambiente NÃO

    possui:

    1. Mapa de Risco do Ambiente Estabelecido Pela NR - 5;

    2. PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle) de cada equipamento;

    3. Áreas de Espaçamento Entre Máquinas, Corredores de Circulação e

    Dispositivos de Segurança Delimitados pela NR – 12;

    4. Sinalização de Segurança em Máquinas e Equipamentos apontados pela NR

    - 26;

    5. Plano de Emergência com indicação de Rota de Fuga, Extintores e Outros

    Dispositivos de Combate a Incêndio e Pânico exigidos pela NR-23 e COSCIP

     – MA;

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    5.3 Riscos no Torno Mecânico

    O Torno Mecânico pode ser classificado como uma máquina rotativa que

    efetua a fabricação de peças de diferentes tipos de materiais a partir da rotação do

    elemento fixador da peça e corte feitos com a ferramenta de corte na retirada de

    cavaco.

    Na operação do torno mecânico convencional os membros superiores são

    os que possuem maior interação com a máquina, portanto possuem a maior

    probabilidade de acidentes (KAMINSKI, 2015, pág. 17). KAMINSKI (2015, pág.18)

    ainda afirma que mais de 80% dos acidentes envolvem as mãos e punhos.

    Conforme o Ministério da Previdência Social, no ano de 2013 ocorreram

    somente no setor de serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de

    metais um total de 1.891 (um mil oitocentos e noventa e um) acidentes do trabalho.Sendo que no ano anterior, 2012, 42% dos membros superiores foram

    afetados por acidentes do trabalho proporcionado por maquinário ligado a usinagem

    de materiais.

    Durante o processo o operador está sob o efeito de inúmeros riscos como:

    I. Risco Físico: Ruído em torno de 65-70 dB(A).

    II. Risco Químico: Fluido de corte de caráter desconhecido.

    III. Risco Biológico: Não foram encontrados durante a avaliação.

    IV. Risco Ergonômico: Postura inadequada.

    V. Risco de Acidentes: Arremesso de lascas de cavaco durante o

    processamento de materiais; Lesões leves ou graves em

    membros superiores.

    O equipamento sem classificação selecionada e ausência de gestão de

    segurança pode-se tornar um risco eminente a integridade física e saúde de seu

    operador.

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    5.4 Análise dos Agentes de Risco

    Foi realizada uma avaliação e reconhecimento de risco para o equipamento

    afim de identificar potenciais não conformidades com as normas de segurança

    vigentes e procedimentos seguros para a operação do equipamento

    Tabela 6: Análise dos Agentes de Risco

    Fonte: Autor

    Com base nesta análise ainda pode-se citar os seguintes riscos

    identificados na operação no Torno Mecânico.

    Tabela 7: Categoria de Severidade na Operação do Torno Mecânico 

    Análise dos Agentes de Risco

    1.Ausência de

     placas de perigo e precauções

    3.Ausência de

     proteção da árvore.Risco de lesões nas

    mãos e olhos.

    2.Inexistência de

     botão de parada deemergência.

    4.Ausência de

     proteção do carro ecabeçote móvel.

    Risco de lesões nasmãos e olhos.

    Risco Causa

    Projeção de Materiais Cavaco resultante da usinagem. Fixação

    inadequada da peça

    Corte  Acesso a ferramenta

    Contato com superfícies a temperaturas

    extremas

    Contato com a peça após ser processada ou

    ferramenta de corte

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    Fonte: Adaptado de KAMINSKI (2015)

    6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

     A proposta de intervenção requer a implantação de medidas de análise de

    segurança da máquina e de seu processo de fabricação obedecendo a NR-12 e os

    procedimentos do Método HRN.

    Essas propostas exigem tanto a aplicação de sistemas de avaliação que

    reconhecem o risco evidente do processo e assim estipulam quais medidas de

    segurança devem ser tomadas durante a andamento de suas atividades no local do

    trabalho. Entre essas medidas pode-se ter a simples orientação do trabalhador no

    desempenho de sua função, até a interdição imediata da atividade até as medidas

    corretivas serem implementadas com sucesso. Para que esta análise tenha

    sucesso, o Método HRN poderá ser utilizado para reconhecimento e avaliação dos

    riscos laborais existentes na máquina.

    De acordo com as tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 foram obtidos os seguintes valores:

      Índice GLP = 8 (Risco de amputação de mãos/perna, perda parcial da

    audição ou visão – condição permanente);

      Índice FE = 5 (O trabalhador está exposto constantemente ao risco);

      Índice PO = 8 (Probabilidade de exposição ao risco é provável);

      Índice NP = 1 (1 a 2 pessoas expostas ao risco);

    Agarramento a partes móveis Utilização de roupas larga e acessórios.

    Esmagamento Falta de atenção ao avanço do carro

    longitudinal.

    Exposição ao ruído Utilização da máquina

    Iluminação insuficiente Iluminação precáriaRiscos elétricos Falta de Manutenção – PMOC e desrespeito

    a NR – 10.

    Riscos Ergonômicos  Atividade com ciclo de repetição excessiva,

    longo período de trabalho em pé ou posições

    desconfortantes.

    Riscos químicos Contato da pele com graxas e fluído de corte

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      NP = 8 * 5 * 8 * 1 = 320 (Grau de Risco)

    Para obter o valor de NP basta multiplicar os valores encontrados nos

    índices anteriores e comparar com a tabela de Grau de Risco. A classificação

    encontrada do risco foi muito alta, e recomenda-se ação imediata corretiva de

    até 1 dia.

    6.1 Melhorias a Serem Alcançadas

     Após a implantação da ferramenta HRN e detecção dos problemas a serem

    solucionados, pode-se realizar as seguintes medidas de segurança do torno

    mecânico convencional:

    a) Utilização de Proteção na CastanheiraDe acordo com a NR12(2013), as zonas de perigo das máquinas e

    equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções

    fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança interligados.

     A figura 3 demonstra a proteção instalada na castanheira do torno

    mecânico, onde a peça é presa e usinada durante o processo de fabricação.

    Esta proteção possui o objetivo de proteger o operador da máquina

    impedindo que o cavaco que se desprende naturalmente da matéria prima que está

    sendo processada possa atingir o trabalhador, além de impedir o acesso a área de

    rotação da castanheira que pode lesionar as mãos do trabalhador lhe causando

    uma lesão leve ou séria, dependendo da situação.

    Figura 3: Proteção Móvel da Castanheira

    Fonte: http://technosafe.com.br

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    b) Utilização de Proteção no Carro Longitudinal

    Impede que o operador tenho acesso involuntário a área do cabeçote móvel

    durante a fabricação da peça no torno. Esta peça é dotada de proteção transparente

    a fim de facilitar a visualização da operação do equipamento sem gerar risco

    adicional a atividade.

    Figura 4: Proteção do Carro Longitudinal

    Fonte: http://technosafe.com.br

    c) Utilização de Sistema de Parada de Emergência

    Conforme a NR12(2013), as máquinas devem ser equipadas com um ou

    mais dispositivos de parada de emergência. A instalação de um ou mais botões de

    emergência no painel de controle e na trajetória das alavancas de acionamento é

    fundamental como indica na figura 5.

    Figura 5: Botões de Emergência 

    Fonte: http://technosafe.com.br

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    d) Utilização de Barra de Segurança

    Este mecanismo impede o avanço do carro longitudinal durante o corte

    automático, em um momento de descuido o operador pode causar um choque com

    a parte móvel e rotacional do torno mecânico convencional. A barra possui uma

    chave fim de curso, e ao momento que chega perto do fim do avanço longitudinal o

    processo é parado automaticamente.

    Figura 6: Barra de Segurança 

    Fonte: http://technosafe.com.br

    e) Utilização de Proteção Traseira

    Impede o acesso a área não recomendada de operação do equipamento.

    Figura 7: Proteção Traseira Para Torno Mecânico 

    Fonte: http://technosafe.com.br

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    f) Iluminação Adequada

    Facilita a visualização da operação ampliando o campo visual do operador.

    Figura 8: Lanterna para Torno Mecânico 

    Fonte: http://casadotorneiro-go.com.br

    g) Utilização de Placas e Sinalização de Perigo e Cuidado

    Orienta o operador sobre os riscos envolvidos no processo, com o objetivo

    de deixar o trabalhador mais atento a atividade, aumentando significantemente a

    segurança e tornando muita das vezes o operador mais produtivo.

    Figura 9: Placa de Perigo em Máquinas Rotativas 

    Fonte: http://www.seton.com.br/placas-e-etiquetas

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     A instalação de placas de cuidado seguindo recomendações da NR

    26(2013) e Lei Nº 6.514 alertando os funcionários para o equipamento em

    manutenção.

    Figura 10: Placa de Cuidado Para Equipamento em Manutenção 

    Fonte: http://www.encartale.com.br/novo/index.php/placas-de-sinalizacao/cuidado

    h) Implementação do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC)

    De acordo com o NBR 14.153 manutenção preventiva ou corretiva é

    usualmente necessária para manter o desempenho especificado das partes

    relacionadas à segurança.

    O PMOC constitui uma de várias estratégias de gestão de segurança que

    possuem o objetivo de planificar as datas para manutenção preventiva, evitando

    assim parada não planejada na produção, ou algum possível acidente provocado

    pela quebra repentina da máquina.

    Planejar para que os eventos ocorram dentro de parâmetros aceitáveis e

    desejados, tanto em tempo, como em risco de acidentes quanto no uso de recursos

    e seu custo (FILHO, pág. 115, 2008).O PMOC deve estar disponível ao operador e aos gestores, tanto técnicos

    de inspeção quanto de segurança para verificação de datas e cumprimentos de

    prazos estipulados no cronograma do plano. Além disso é viável que a máquina

    esteja identificada com um TAG de identificação para facilitar a localização da

    mesma do layout da fábrica contento informações da máquina e se possível

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    orientações e procedimentos de para operação somente com mão de obra

    habilitada, qualificada e autorizada.

    6.2 Resumo das Melhorias a Serem Alcançadas

    Tabela 8: Melhorias a Serem Alcançadas

    Fonte: Autor  

    Resumo das Melhorias Para o TornoMecânico Convencional

    a) Utilização de Proteção na Castanheira

    b) Utilização de Proteção no Carro Longitudinal

    c) Utilização de Sistema de Parada deEmergênciad) Utilização de Barra de Segurança

    e) Utilização de Proteção Traseiraf) Iluminação Adequada

    g) Utilização de Placas e Sinalização de Perigo eCuidado

    h) Implementação do Plano de Manutenção,Operação e Controle (PMOC)

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    7 CONCLUSÃO

    O torno mecânico é um equipamento indispensável em todo chão de fábrica

    da indústria que possui atividades ligadas a usinagem. Porém acidentes vem

    acontecendo nesta máquina por inúmeros fatores como falta de manutenção na

    máquina, equipamento obsoleto, ausência de dispositivos de segurança e

    negligência e imperícia do operador aos procedimentos de segurança.

     A atualização da NR-12 serviu em alguns pontos a suprir lacunas existentes

    na jurássica lei nacional regulamentada na CLT com base na Lei Nº 6.514 de 22 de

    dezembro de 1977 Capítulo V que trata a respeito da segurança do trabalho. E com

    as mudanças vieram inúmeros procedimentos e ferramentas que com sucesso

    conseguem fazer seu papel na análise de risco do ambiente laboral e assimpreceder um desastroso acidente sem ou com lesão.

     A Ferramenta HRN torna-se um modelo de gestão de segurança apropriado

    para máquinas e equipamentos, realizando uma classificação de ações a pequeno,

    médio e longo prazo de acordo com as condições reais do espaço e condições que

    a máquina se encontra.

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    8 REFERÊNCIAS

     ABNT NBR 14513:2013 - Segurança de máquinas - Partes de sistemas decomando relacionadas à segurança - Princípios gerais para projeto. ABNT – 

     Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2013. Rio de Janeiro, Brasil.

    BRASIL. Lei Nº 6.514 de 22 de Dezembro de 1977. Da Segurança e Da MedicinaDo Trabalho. Brasília. Capítulo V. Das Máquinas e Equipamentos. Seção XI.

    CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia Mecânica: Processos de Fabricação eTratamento. São Paulo: McGraw. 2ª Ed. 1986.

    FILHO, Gil Branco. A Organização, o Planejamento e o Controle daManutenção. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. 2008.

    JÚNIOR, J. R. DOS SANTOS; ZANGIROLAMI, M. J. NR-12: Segurança em

    Máquinas e Equipamentos  – Conceitos e Aplicações. São Paulo: Érica. 1ª Ed.2015.

    NR-12  – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Ministério doTrabalho. 11 de dezembro de 2013. Brasília. Brasil.

    NR-26  – Sinalização de Segurança. Ministério do Trabalho. 11 de dezembro de2013. Brasília. Brasil.

    KAMINSKI, Diogo. Proposta Técnico Econômica Para Adequação de TornoMecânico Convencional a Norma NR12. 2015. 46f. Monografia Pós Graduação

    em Engenharia de Segurança do Trabalho. Universidade do Extremo SulCatarinense – UNESC. Criciúma/SC.

    MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Anuário Estatístico de Acidentes. Brasília, 2013. Acesso em 25 de Janeiro de 2016. Disponível em: