O Mundo em 2025

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O MUNDO EM 2025 Nos próximos dez anos, estaremos acostumados com supercomputadores, sensores, realidade virtual, entre outras tecnologias que favorecem a hiperconexão entre todos Por Raphael Gordilho e Istvan Camargo

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O MUNDOEM 2025Nos próximos dez anos, estaremos acostumados com supercomputadores, sensores, realidade virtual, entre outras tecnologias que favorecem a hiperconexão entre todos

Por Raphael Gordilho e Istvan Camargo

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Por que escrever um eBook?PORQUE NÃO escrever um eBook sobre as previsões inovadoras que certamente vão mudar as relações da humanidade e os processos de suas atividades? A Saúde como parte integrante desse contexto tem muito a transformar e este eBook traz o olhar de quem está acompanhando o ritmo acelerado dessas mudanças. Inspirado pelas pre-visões de Peter Diamandis, da Singularity Hub, prepare-se para vislumbrar o que 2025 reserva para você.

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RAPHAEL GORDILHO ISTVAN CAMARGOChief Revenue Officer (CRO) da Live Healthcare Media Fundador das redes sociais Cidadão Saúde e Rodas da Saúde

Médico com MBA em Marketing, é um entusiasta da inovação na saúde. Empreendedor Serial é CCO e MD no EmpreenderSaúde, CMO na Health 2.0 Latin America, Co-fundador da mobHapp.com.br e do AplicativosDeSaúde.com.br. Inquieto por natureza, tem como hobbies visualizar o futuro do setor a partir do que há de mais novo no mercado, jogar xadrez e praticar automobilismo.

Empreendedor, palestrante e arti-culista, é membro da nova geração de inovadores digitais da saúde no país. Atuou como Digital Head Of-ficer em algumas das maiores em-presas do setor, fundando a rede social Cidadão Saúde no ano de 2012. Desde então vem ajudando importantes grupos de apoio a in-teragir com pessoas afetadas por doenças sem cura, impulsionando centros de pesquisa no engaja-mento de participantes de estudos científicos e apoiando grupos de pacientes crônicos na adesão com sucesso ao seu tratamento médi-co. Istvan Camargo também é co--fundador do Start Up Saúde Brasil e autor do e-book Almanaque da Saúde Digital

Quem produziu este eBook?

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IntroduçãoVOCÊ JÁ SE PERGUNTOU como será o mundo daqui

dez anos? Essa é uma pergunta que costumo me fazer com certa frequência, principalmente porque quando criança o mundo ainda estava acostumado a mudar de cinco em cinco anos, depois esse tempo encurtou para um intervalo de dois anos e hoje já podemos dizer que a cada ano que passa, te-mos um novo mundo. Se essa velocidade se manter, o que dúvido, podemos dizer que ainda iremos viver dez mundos diferentes até 2025!

Enquanto uns se empolgam com essa velocidade - eu, inclusive - outros parecem ter medo e muitas vezes ficam atonitos, o que os levam a serem exclusos do mercado de trabalho, por estarem desatualizados, pouco antenados ou qualquer outro adjetivo que escutemos por aí.

Claro que na Saúde, principalmente no Brasil, não sen-timos essa velocidade como ela realmente é, mas isso está mudando. Gigantes da tecnologia, algumas entre as 50 maiores empresas do mundo, investem pesado em Saúde, conectividade, mobilidade e na democratização disso tudo.

Um artigo recente publicado pela Singularity Hub traz previsões de Peter Diamandis para 2025. Essa matéria nos inspirou a ir um pouco mais a fundo nas oito tendências e imaginar que impacto teriam na Saúde como conhecemos hoje.

Ah! Vale lembrar que a intenção deste ebook não é que os capítulos estejam conectados entre si, assim poderá lê-lo da maneira que achar melhor e fazer as conexões que qui-ser. Você vai se surpreender com o resultado da combinação das tecnologias apresentadas por cada tendência.

O Dr. Peter H. Diamandis é um pioneiro internacional nos campos da inovação, competições de incentivo e co-mercialização do espaço. Em 2014 foi nomeado um dos “50 maiores líderes do mundo” pela revista Fortune.

No campo da inovação, Diamandis é Chairman e CEO da Fundação X PRIZE, mais conhecida pelo desafio Ansari X PRIZE para viagens privadas para o espaço, de 10 milhões de dólares. Hoje o X PRIZE lidera o mundo no campo de de-senhar e operar competições globais de larga escala, com o objetivo de solucionar falhas encontradas no mercado.

Diamandis também é Co-Fundador e Vice-Chairman da Human Longevity Inc. (HLI), uma empresa de diagnóstico e terapia baseada em genômica e terapia celular, focada em extender a expectativa de vida saudável do ser humano. Também é Co-Fundador e Chairman Executivo da Singulari-ty University, uma instituição de graduação no Vale do Silício que estuda tecnologias de crescimento exponencial, suas habilidades de transformar indústrias e solucionar os maio-res desafios da humanidade.

No campo da comercialização espacial, Diamandis é Co--Fundador/Co-Chairman da Planetary Resources, uma em-presa que está projetando veículos espaciais que permitam a detecção e mineração de asteróides em busca de mate-riais preciosos.

Diamandis é autor Bestseller da New York Times pelo livro “Abundance – The Future Is Bet-ter Than You Think”. Abundance foi 1º lugar na Amazon e 2º no New York Times.

É graduado em Genética Mole-cular e possui pós-graduação em En-genharia Aeroespacial pelo MIT (Mas-sachusetts Institute of Technology), além de graduação em Medicina pela Harvard Medical School.

A missão de Diamandis é abrir a fronteira espacial para a humanida-de. Seu lema pessoal é: “O melhor jei-to de prever o futuro é criá-lo.”

Para entrar no clima desse

ebook, que será uma viagem no

futuro, vale a pena assistir esse

vídeo:

CURIOSIDADE

Quem é Peter Diamandis?

Abundance 360 and Exponential Technologies

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O cérebro de US$ 1.000 A previsão de se ter um cérebro de 1.000 dólares vêm

da velocidade com que computadores estão evoluindo, prin-cipalmente quanto a sua capacidade de processamento. É natural que à medida que essas máquinas evoluam durante pesquisas e testes empresariais, os consumidores passem a ter acesso a computadores cada vez mais potentes.

Na Saúde, o supercomputador IBM Watson - um dos responsáveis por estimular essa previsão a se tornar reali-dade - já está a serviço dos médicos. Claro, ainda não temos como ir a uma loja no shopping e comprar um computador como esse, mas já temos acesso para testá-lo. Além disso, já mostrou seu valor na oncologia por exemplo.

Outro supercomputador ainda não muito conhecido no nosso setor, mas que é considerado um dos computadores mais avançados do mundo, é o D-Wave, adquirido pelo Goo-gle em 2013. Aliás, esse e outros computadores quânticos estão deixando especialistas em cyber segurança de cabe-los em pé, pois mudam completamente a maneira de se es-truturar senhas e processamento de dados em bancos, por exemplo. Adeus padrão RSA (Algoritmo de criptografia de

dados criado no MIT por Ronald Rivest, Adi Shamir e Leo-nard Adleman).

Conclusão, estamos super avançados em termos de computação. Provavelmente antes de 2025 teremos um “cé-rebro de 1.000 dólares”, ou seja, um computador com ca-pacidade de processamento igual ou superior à do cérebro humano, que é de 10.000 trilhões de ciclos por segundo.

Quer saber mais sobre computação quântica e seu im-pacto na saúde? Clique aqui

A economia trilhionária dos sensores

O nome Internet das Coisas é meio estranho. Mas en-

fim, são coisas da internet. O próprio evangelista-chefe do Google, Vint Cerf - considerado por muitos “o pai da web” - alertou em 2012 que o mais correto seria chamar a IoT de Internet dos Sensores.

E ele não estava errado. Trata-se afinal de um ecossis-tema de sensores, dados, analytics e (outro nome estranho) atuadores - que significa alguma coisa que produza movi-mento. Para se ter uma ideia, quando falamos de smartpho-nes, tablets e smartwatches, por exemplo, estamos falando sempre dessas “coisas”.

Em números isso significa dizer que, segundo o Gartner Group, daqui dez anos teremos cerca de 1 trilhão de senso-res habitando o planeta e conectando cerca de 25 bilhões de objetos.

Para que cheguemos lá, os custos dos sensores já estão diminuindo na mesma proporção de seus tamanhos. Para que se tenha uma ideia, uma startup chamada mCube vem trabalhando no desenvolvimento de acelerômetros do ta-manho de um grão de areia. O que significa que quase tudo no mundo poderá receber um sensor. E colecionar dados.

Mas nem todos os sensores dizem respeito ao movi-mento. Relógios inteligentes, como o Apple Watch, também poderão colecionar dados relacionados a informações como

IBM Watson Analytics

Saiba mais sobre o D-Wave

Saiba mais sobre cyber

segurança

IBM Watson Demo Oncology Diagnosis and Treat-ment 8 min

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frequência cardíaca e temperatura. E esse dados por sua vez deverão ser utilizados por outros desenvolvedores em novas aplicações e análises.

Agora pense nesse pequeno ecossistema da Apple - que já existe e se chama HealthKit – sendo utilizado em todos setores da economia numa escala global. Trata-se de uma

quantidade de dados absolutamente inédita na história da humanidade e que trará consigo o desafio para empresas capturarem tudo isso e transformarem em informação.

Segundo a consultoria Mckinsey serão necessários in-vestimentos expressivos em infraestrutura, ferramentas de analytics e – claro – talentos para lidar com tudo isso. E esse mundo de 1 trilhão de sensores irá levar o Big Data para uma escala astronômica, com dados sendo cada vez mais valiosos.

Segundo outra gigante, a Cisco, a Internet das Coisas deverá provocar um impacto de 14 trilhões de dólares até o início dos anos 20, com os dados gerados por esses senso-res impactando setores inteiros como Saúde, Transporte e Energia.

Trata-se de uma realidade que muitos irão sentir no bol-so. E dentro da própria pele. Alguém duvida?

O conhecimento perfeitoVocê já deve ter notado a quantidade de dados que so-

mos capazes de colher diariamente, além disso, acabou de ler nos capítulos anteriores que essa capacidade só vai cres-cer (exponencialmente).

Com cada vez mais dados e o processamento cada vez mais barato, não é de se estranhar que nos próximos anos teremos conhecimento sobre tudo, ou praticamente tudo. Que tal um teaser sobre o caminho que estamos seguindo?

No video ao lado o supercomputador da IBM - Watson - acaba com dois dos maiores vencedores de Jeopardy! da história, algo como o nosso falecido “Jogo do milhão”:

Como o Watson tinha tanta precisão e tanto conteúdo? Simples, ele fez o download de todo Wikipedia!

Outro bom exemplo para onde estamos caminhando é a Siri, da Apple, e todos seus análogos. Conectada à internet, a Siri é capaz de lhe responder a praticamente qualquer per-gunta simples sobre o restaurante mais próximo, previsão do tempo, horários na sua agenda e outros. Agora, imagine a Siri com a capacidade de processamento do Watson!

Pode parecer muita futurologia, mas se a Lei de Moo-re estiver correta - e não temos indícios de que está errada -, estamos muito perto do “Conhecimento perfeito”. Pense que quanto maiores são as velocidades de processamento, mais rápido obtemos respostas para nossas perguntas.

Se você tem curiosidade em saber um pouco mais sobre a Lei de Moore, sugiro acessar o mooreslaw.org. Ou, você pode navegar no gráfico da próxima página, onde se con-tinuarmos seguindo o crescimento exponencial, em 2045 teremos computadores capazes de processar dados mais rápido que todos os cérebros do mundo combinados.

A day in the life of the Internet of Things

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fonte: https://humanswlord.files.wordpress.com/2014/01/moores-law-graph-gif.png

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8 bilhões de pessoas super conectadas

Vivemos num mundo com 3 bilhões de pessoas conec-tadas. Dentro de dez anos, seremos oito bilhões. A internet será como eletricidade, tal a forma como participará de nos-sas vidas, sem que sequer prestemos a atenção nela.

Isso porque ela estará presente, não apenas quando sentarmos na frente do computador ou usarmos o smar-tphone. Ela também nos acompanhará através de sensores do tamanho de um grão de areia embarcados em nossos equipamentos, ou mesmo implantados em nossos corpos. Isso sem esquecer da infinidade de dispositivos vestíveis que passarão a nos manter conectados o tempo todo.

Toda essa conexão trará à tona uma quantidade inédita de dados sobre nós: o que fizemos, onde fomos e como es-tamos. Isso também deverá trazer à tona questionamentos acerca da segurança e privacidade desses dados. Segundo um importante guru no assunto, a privacidade será mais preciosa que a intimidade em 2025 e até lá talvez passemos a realizar sabáticos tecnológicos em spas e hotéis criados para esse fim.

Por outro lado não podemos esquecer que o mundo não é feito apenas de pessoas urbanizadas, com escolari-dade e renda suficientes para adquirir e utilizar um gadget conectado. Muito pelo contrário.

Os novos integrantes desse imenso crowd serão pes-soas mais pobres com motivações diferentes dos primeiros dois bilhões que chegaram na frente. E que passarão a ter acesso ao conhecimento e informação num ritmo muito mais acelerado do que antes.

Isso trará à tona uma série de mudanças, oportunida-des e riscos também para eles. Uma das possíveis faces de toda essa evolução tecnológica para essa faixa será a facili-dade no acesso a direitos como educação e Saúde através da rede.

Através de telefones móveis baratos e conectados, pes-soas que não tem ainda sequer um grau de instrução inter-mediário, poderão estudar idiomas ou ainda especializar-se em assuntos que antes só seriam acessíveis através de certi-ficações oficiais. E isso a um custo muito baixo.

Se suas vidas seguirem enfrentando as mesmas dificul-dades básicas de antes, entretanto, todo esse acesso a infor-mação talvez sirva para aumentar a tensão social - afinal a internet não faz tudo sozinha, os governos terão que fazer sua parte.

E por falar em governo uma outra questão que deverá

Google Ideas: Conflict in a Connected WorldIBM’s Watson Supercomputer Destroys Humans in Jeopardy

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surgir com a virtual conexão entre todas as pessoas do mun-do é a sensação de que as fronteiras inexistem, juntamente com um certo enfraquecimento da ideia de pertencimento a um estado nacional.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Pew Internet and American Life Project, verdadeiras nações invisíveis serão formadas por centenas de milhões de pessoas de todo o mundo que se encontrarão através da rede. Isso deverá exi-gir que os Estados pensem e atuem mais profundamente na construção de uma agenda digital.

Polarizações entre grupos de opiniões diferentes tam-bém tendem a ganhar destaque na rede. E isso pode extra-polar a web causando problemas no mundo físico. Novas formas de regulamentação surgirão.

Em resumo, se por uma lado a televisão nos permitiu ver a aldeia global, nos anos 70, a internet cada vez mais irá transformar em seus aldeões daqui para a frente.

A revolução da saúdeDisrupturas não costumam ser tão frequentes na Saú-

de como em outros setores da economia. A escassez de no-vos modelos de negócio e o excesso de regulamentação são

uma combinação que emperra muitas iniciativas.Mas não há dúvidas de que – ainda que muitas vidas

continuem sendo salvas por profissionais, exames, hospitais e medicamentos tradicionais - muito mais poderia ser feito se o sistema de Saúde abraçasse de forma aberta e confian-te a revolução digital.

As possibilidades são muitas. A rigor são tantas que, às vezes, o leitor de notícias “healthtech” sente-se confuso e até mesmo desnorteado, ao se informar sobre realidades que parecem saída de uma ficção científica. O que é muito ruim, pois deixa boa parte das soluções noticiadas num mesmo rol de “coisas futuristas que não podem ser aplicadas na vida prática”. Quero dizer que não é bem assim.

Na verdade existem hoje muitas novas tecnologias que podem – e que já estão - sendo utilizadas de forma custo-e-fetiva em diversos países, nos seus setores de Saúde. Elas se espalham entre categorias das mais diversas, todas com perspectivas de crescimento real e agressivo para os próxi-mos anos – o que mostra em números a força dessa tendên-cia.

Para ilustrar elaborei o seguinte ensaio: comparei o ta-manho do mercado tradicional de Health IT com a soma de alguns destes novos segmentos que ainda estão em traba-lho de parto, por assim dizer.

O segmento de Health IT, que inclui qualquer tipo de tecnologia utilizada para gerenciar a troca de informações entre pacientes, médicos, hospitais, governos, seguradoras etc deve atingir a cifra global de 57 bilhões de dólares no ano de 2017, segundo a Research and Markets. Todavia é um mercado já existente e que em 2012 era da ordem de 40 bilhões de dólares.

Pois bem. Agora peguemos três dos novos segmentos healthtech para completar o raciocínio: mHealth, health and welness apps e wearable devices. Somados eles devem su-perar essa cifra até aquele mesmo ano. É impressionante.

O novo segmento de mHealth – que mal existia em 2012 – e é formado por infraestrutura wireless e dispositivos mó-veis deverá atingir a cifra de US$ 23 bilhões em 2017, segun-do a PWC.

O boom de aplicativos de saúde e bem estar - que tam-

Future of Healthcare by Microsoft

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bém mal existia em 2012 - deve chegar aos 20 bilhões de dólares até 2017.

Outro mercado inexistente até pouco tempo - o de Sen-sores e Wearable Devices aplicados a Saúde - deve atingir a cifra de 16 bilhões de dólares já em 2017, segundo a On World.

Ou seja, três segmentos novos que somados devem chegar a 59 bilhões de dólares em 2017, superando o tama-nho de um nicho tradicional como Health IT.

Isso sem falar de outros segmentos tão promissores quanto Gamification, Personal Genomics, Social Health e Big Data. Mas acho que já deu para ter uma ideia da efervescên-cia tecnológica que atinge o setor.

Cifras à parte é bom lembrar qual deverá ser o destino preferencial de todo esse investimento para não nos perder-mos em extravagâncias. Segundo a Organização Mundial de Saúde, as iniciativas de Saúde Digital devem estar dentro de um contexto que melhore a educação, a pesquisa, o conhe-cimento e a entrega na Saúde.

Isso significa que, diferente de outras recentes ondas de investimento em TI no setor, o foco agora não deve ser exclusivamente a terapêutica. Nem a aquisição de sistemas criados para gerenciar processos internos de provedores, pagadores e planos de saúde.

Pelo contrário, o foco deverá estar mais do que nun-ca centrado nos pacientes através de ações de promoção, prevenção e pesquisa. O que por si só já representará uma enorme ruptura de mentalidade.

Trata-se afinal de um setor que está acomodado; pois aprendeu a sobreviver se equilibrando na perigosa corda bamba formada por modelos de negócio baseados na do-ença. E a partir de agora o ponto de equilíbrio deverá ser a saúde dos seus participantes.

A realidade aumentada e virtual

Phillip K Dick foi um escritor norte americano que escre-veu, durante os anos 60 e 70, obras de ficção científica bas-tante visionárias. Dentre outros, seus livros inspiraram fil-mes como Minority Report, Total Recall e Screemers sempre discutindo temas como realidade, humanidade e tecnologia.

PKD (como é conhecido) morreu nos anos 80, mas se estivesse vivo hoje, estaria surpreso por ver que algumas de suas fantasias se tornaram realidade. E uma de suas inova-ções preferidas certamente seriam as realidades virtual e aumentada.

A Realidade Virtual é uma tecnologia digital que tem o propósito de colocar os usuários dentro de ambientes 3D, tentando apresentá-lo como algo real. No futuro, quando a computação gráfica e os hardwares se tornarem mais pode-rosos, nós não seremos capazes de dizer a diferença entre o mundo real e Realidade Virtual apenas olhando. A interação será a única diferença entre a RV e o mundo real - e mesmo isso no futuro será atendido com soluções que irão misturar completamente a experiência dos usuários e proporcionar--lhes uma realidade alternativa onde as pessoas serão capa-

Microsoft HoloLens - Transform your world with holograms

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zes de viver uma nova vida.A Realidade Aumentada é um pouco diferente. Ela é

criada para aumentar ou melhorar a realidade existente com conteúdo criado digitalmente, colocando-o dentro do mundo atual para dar informações ou fornecer diversão e alegria. Em breve teremos hologramas andando por aí, como animais de estimação virtuais pela casa ou - se as coi-sas ficarem realmente muito loucas - até mesmo uma famí-lia virtual.

Enfim o potencial é enorme. Combinando isso com to-dos os outros recursos técnicos que estão sendo pesquisa-dos iremos literalmente mudar o mundo como nós o conhe-cemos.

Os benefícios da Realidade Virtual serão encontrados principalmente em entretenimento e trabalho. Seremos ca-pazes de fazer coisas que, no mundo real, seriam impossí-veis. Poderemos pilotar uma nave espacial para Marte ou mergulhar na Fossa das Marianas. Esses são apenas dois exemplos, mas se você pensar sobre isso...

Já com a Realidade Aumentada seremos capazes de fa-zer a mesma coisa, mas no mundo real. Acredito que ela será usada na publicidade e na educação, mas também em jogos. No lado educacional - que é o que realmente importa - ela permitirá que as pessoas aprendam instantaneamente tudo sobre tudo. Um volume de conhecimento tão grande estará disponível para a raça humana, que vai mudar a cons-ciência de quem somos.

E a maneira de nos prendemos a própria realidade que nos cerca.

Os primeiros passos rumo JARVIS

Talvez esse seja o capítulo que mais empolga os apaixo-nados por tecnologia exponêncial como eu, provavelmente porque ele junta praticamente todas as outras tecnologias já citadas nesse ebook em um só lugar: Um software com

consciência, capaz de questionar e responder perguntas.

Parece simples, mas estamos falando de Inteligência Artificial (IA) aqui. Não sei se você usa o Siri no seu iPhone, Google Now no seu android ou Cortana no Windows Phone, mas se o faz e acha útil, saiba que eles não são nada perto do J.A.R.V.I.S. (Just A Rather Very Intelligent System), criado por Tony Stark. Sim, Tony Stark, o famoso playboy da Marvel chamado de IronMan.

Faço um parênteses aqui. Se você está me achando ma-luco por utilizar IronMan como referência, pense quantas tecnologias foram criadas a partir de StarWars, StarTrek e outras ficções científicas. Inclusive algumas muito focadas em Saúde, como o tricorder do StarTrek.

Empresas como Google investem pesado em IA, inclusi-ve adquirindo uma das empresas mais avançadas do mundo no setor, a DeepMind. Além do Google, a própria IBM com o Watson e mais recentemente a Samsung, com investimen-tos na Vicarious.

Não tenho a pretenção de ir a fundo no campo da In-teligência Artificial, mas tenha certeza de que logo estare-mos discutindo com softwares sobre as melhores decisões a serem tomadas, sobre que presente comprar, ou qual o sentido da vida.

Saiba mais sobre Tricorder

Iron Man Mark II Test Flight (JARVIS)

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Quer saber mais sobre inteligência artificial? Clique aqui

BlockchainPeter Diamandis começa a falar sobre essa previsão

com a seguinte frase: “Se você nunca escutou falar sobre Blockchain, eu recomendo fortemente que leia sobre o as-sunto.” Foi o que fiz e me deparei com um mundo sem ban-cos e instituições reguladoras, por isso fiquei com um certo receio a princípio.

Blockchain é um banco de dados gigante e distribuido em diversos computadores diferentes, democrático e alta-mente criptografado (seguro), onde diversas aplicações po-dem ser criadas, por exemplo os BitCoins.

De maneira básica, o Blockchain é um protocolo que tor-na possível transações digitais sem intermediários, de ma-neira segura e direta (p2p - peer-to-peer), de dinheiro, ações, identidades, informações médicas etc. Para se ter uma ideia, mais de 50 milhões de dólares em bitcoins entram em tran-sações diariamente.

Se pensarmos que há países altamente corruptos, sem regulação de sistemas bancários ou instituições confiáveis, o

blockchain pode ser uma solução.Não pretendo me aprofundar nessa tecnologia, caso

contrário entrariamos em um conteúdo altamente técnico e não sou especialista. De qualquer forma, separei alguns vídeos que me ajudaram a entender o que é o BlockChain e porque grandes líderes como Richard Branson (Virgin Group), Bill Gates (Microsoft) e Marc Andreesen (eBay, Twit-ter, AirBnB, Facebook e outros), investem nesse campo.

What is Bitcoin and how does it work?

Bitcoin - Transaction block chains