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Ano XXVI Nº 323 julho de 2016 C uritibano com aclimatação no Rio de Janeiro, Emílio de Menezes (1866-1918) constitui uma das figuras mais curiosas das nos- sas letras. Dono de pequena pro- dução poética, pouco acrescentou aos padrões da época. Pontifica- vam naqueles anos de final de Im- pério e princípio de República, os poetas Olavo Bilac, Alberto de Oli- veira e Raimundo Correia, consi- derados mestres da escola parnasiana no Brasil, de forma que os demais cultores do gênero fica- vam-lhes em posição inferior na pre- ferência do público e dos críticos . Seguindo a mesma linha, Emílio de Menezes concebeu versos de apu- rada técnica, metrificação correta, rimas raras, mas de teor excessi- vamente descritivo. Talvez em ra- zão dos estudos botânicos realiza- dos no período em que, ainda jo- vem, trabalhou numa farmácia em Curitiba, parte razoável de seus poemas são inspirados na flora. Entre eles: “Girassol”, “Romã”, “Pi- nheiro triste” e o soneto com que homenageia o marmelo , a que deu o título de “Pyrus Cydonia” – nome científico do fruto. Se não se nota- bilizou pela poesia séria, passou entretanto para a posteridade como autor de célebres trocadilhos, fra- ses hilariantes e sátiras ferinas até hoje citados. De corpo avantajado (pesava mais de cem quilos) traja- va roupas elegantes, porém espa- lhafatosas e ostentava imponente bigode, despertando atenção já a partir de própria aparência física. Foi um dos freqüentadores mais assíduos das rodas intelectuais, esbanjando tiradas espirituosas que corriam de boca em boca e alcan- çavam todas as camadas sociais, chegando até aos subúrbios distan- tes. Não poupava ninguém, se se oferecesse oportunidade para uma crítica ou brincadeira. Perdia um amigo para não perder a chance de fazer uma pilhéria. Ganhou por isso um grande número de desafetos. O GOZADOR EMÍLIO DE MENEZES Rui Ribeiro O boêmio incorrigível seguia contudo certas rotinas. Depois de se recolher pela madrugada, levan- tava-se por volta das nove horas, dedicando-se inicialmente às ativi- dades que lhe garantiam o ganha- pão, ou “ganha-alcool”, como cos- tumava dizer: artigos para a impren- sa, versos de anúncios de produ- tos comerciais, discursos, relatóri- os e outras encomendas escritas. Em seguida, passava a cuidar de suas plantas e animais. Dentre es- tes havia um cão que possuía uma das faces preta e a outra branca. Tinha assim, segundo o dono, “duas caras”, em razão do que re- cebeu o nome de “Político”. Pela hora do almoço, o poeta seguia para a cidade , perambulando pe- los restaurantes e bares do centro. Não havia ponto do roteiro gastronômico-etílico que não conhe- cesse. Dava preferência à Confei- taria Colombo, onde “cumpria ex- pediente” sempre na mesma mesa, recebendo quota diária gratuita de salgados e chopes, “ para que não falasse mal da casa”, afirmavam seus inimigos. Comilão compulsi- vo e enxugador de copos, jamais se deixou embriagar. Era também ex- celente cozinheiro, e no dia do “ba- tismo” do cachorro “Político”, pro- moveu concurso em que disputou com Martins Fontes o título de me- lhor “cordon-bleu”. O ruidoso almo- ço, terminou no Posto Policial de Catumbi e inspirou a Martins Fon- tes os versos, datados de 18/03/ 1901, em que dá a receita da sua célebre maionese. Do imenso legado de Emílio de Menezes uma tirada chistosa e um trocadilho são repetidos com mais frequência, muitas vezes com alterações que não lhes afetam o conteúdo. Revela seu amigo Leôn- cio Correia no livro A bohemia do meu tempo (1935) que certa oca- sião o poeta esta sentado em um banco no Jardim da Glória, quando “...chega uma matrona avantajada em carnes e toma assento a seu lado. Ao receber aquele peso, o ban- co gemeu e a uma remexidela da gordanchuda desarticulou-se , le- vando ambos ao chão”. Dando uma gargalhada, o irreverente boêmio declarou ser a primeira vez que via um banco quebrar por excesso de fundos. Em outra oportunidade, es- tava ele num teatro quando veio sentar-se a seu lado uma atriz de má fama, que passou a importuná- lo com sua conversa desagradável. Incomodado, Emílio apontou para a fileira de poltronas às suas costas e disparou: “atriz atroz, atrás há três.” (Referia-se a lugares vagos, para um dos quais recomendava, indiretamente que a inoportuna se transferisse.) Inúmeros outros ditos espiritu- osos são creditados à verve do impagável gozador, que fez piada até mesmo sobre a longa enfermi- dade a que sucumbiu. Aos amigos que o visitavam no leito repetia: “morro a prestação”, arrematando: “ o último logro que vou pregar, é aos vermes. Contavam eles devo- rar, com volúpia cento e vinte qui- los de carne, e vão roer setenta quilos de ossos.” Rui Ribeiro é escritor e crítico literário, autor de Notas de Realejo Estudos sobre literatura e MPB. divulgação Emílio de Menezes

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Ano XXVI Nº 323 julho de 2016

Curitibano comaclimatação no Rio deJaneiro, Emí l io de

Menezes (1866-1918) constitui umadas figuras mais curiosas das nos-sas letras. Dono de pequena pro-dução poética, pouco acrescentouaos padrões da época. Pontifica-vam naqueles anos de final de Im-pério e princípio de República, ospoetas Olavo Bilac, Alberto de Oli-veira e Raimundo Correia, consi-derados mestres da escolaparnasiana no Brasil, de forma queos demais cultores do gênero fica-vam-lhes em posição inferior na pre-ferência do público e dos críticos .Seguindo a mesma linha, Emílio deMenezes concebeu versos de apu-rada técnica, metrificação correta,rimas raras, mas de teor excessi-vamente descritivo. Talvez em ra-zão dos estudos botânicos realiza-dos no período em que, ainda jo-vem, trabalhou numa farmácia emCuritiba, parte razoável de seuspoemas são inspirados na flora.Entre eles: “Girassol”, “Romã”, “Pi-nheiro triste” e o soneto com quehomenageia o marmelo , a que deuo título de “Pyrus Cydonia” – nomecientífico do fruto. Se não se nota-bilizou pela poesia séria, passouentretanto para a posteridade comoautor de célebres trocadilhos, fra-ses hilariantes e sátiras ferinas atéhoje citados. De corpo avantajado(pesava mais de cem quilos) traja-va roupas elegantes, porém espa-lhafatosas e ostentava imponentebigode, despertando atenção já apartir de própria aparência física.Foi um dos freqüentadores maisassíduos das rodas intelectuais,esbanjando tiradas espirituosas quecorriam de boca em boca e alcan-çavam todas as camadas sociais,chegando até aos subúrbios distan-tes. Não poupava ninguém, se seoferecesse oportunidade para umacrítica ou brincadeira. Perdia umamigo para não perder a chance defazer uma pilhéria. Ganhou por issoum grande número de desafetos.

O GOZADOR EMÍLIO DE MENEZESRui Ribeiro

O boêmio incorrigível seguiacontudo certas rotinas. Depois dese recolher pela madrugada, levan-tava-se por volta das nove horas,dedicando-se inicialmente às ativi-dades que lhe garantiam o ganha-pão, ou “ganha-alcool”, como cos-tumava dizer: artigos para a impren-sa, versos de anúncios de produ-tos comerciais, discursos, relatóri-os e outras encomendas escritas.Em seguida, passava a cuidar desuas plantas e animais. Dentre es-tes havia um cão que possuía umadas faces preta e a outra branca.Tinha assim, segundo o dono,

“duas caras”, em razão do que re-cebeu o nome de “Político”. Pelahora do almoço, o poeta seguiapara a cidade , perambulando pe-los restaurantes e bares do centro.Não havia ponto do roteirogastronômico-etílico que não conhe-cesse. Dava preferência à Confei-taria Colombo, onde “cumpria ex-pediente” sempre na mesma mesa,recebendo quota diária gratuita desalgados e chopes, “ para que nãofalasse mal da casa”, afirmavamseus inimigos. Comilão compulsi-vo e enxugador de copos, jamais sedeixou embriagar. Era também ex-

celente cozinheiro, e no dia do “ba-tismo” do cachorro “Político”, pro-moveu concurso em que disputoucom Martins Fontes o título de me-lhor “cordon-bleu”. O ruidoso almo-ço, terminou no Posto Policial deCatumbi e inspirou a Martins Fon-tes os versos, datados de 18/03/1901, em que dá a receita da suacélebre maionese.

Do imenso legado de Emíliode Menezes uma tirada chistosa eum trocadilho são repetidos commais frequência, muitas vezes comalterações que não lhes afetam oconteúdo. Revela seu amigo Leôn-cio Correia no livro A bohemia domeu tempo (1935) que certa oca-sião o poeta esta sentado em umbanco no Jardim da Glória, quando“...chega uma matrona avantajadaem carnes e toma assento a seulado. Ao receber aquele peso, o ban-co gemeu e a uma remexidela dagordanchuda desarticulou-se , le-vando ambos ao chão”. Dando umagargalhada, o irreverente boêmiodeclarou ser a primeira vez que viaum banco quebrar por excesso defundos. Em outra oportunidade, es-tava ele num teatro quando veiosentar-se a seu lado uma atriz demá fama, que passou a importuná-lo com sua conversa desagradável.Incomodado, Emílio apontou para afileira de poltronas às suas costase disparou: “atriz atroz, atrás hátrês.” (Referia-se a lugares vagos,para um dos quais recomendava,indiretamente que a inoportuna setransferisse.)

Inúmeros outros ditos espiritu-osos são creditados à verve doimpagável gozador, que fez piadaaté mesmo sobre a longa enfermi-dade a que sucumbiu. Aos amigosque o visitavam no leito repetia:“morro a prestação”, arrematando:“ o último logro que vou pregar, éaos vermes. Contavam eles devo-rar, com volúpia cento e vinte qui-los de carne, e vão roer setentaquilos de ossos.”

Rui Ribeiro é escritor e críticoliterário, autor de Notas de

Realejo Estudos sobreliteratura e MPB.

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Emílio de Menezes

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Página 2 - julho de 2016

Periodicidade: mensal - www.linguagemviva.com.brEditores: Adriano Nogueira (1928 - 2004) e Rosani Abou Adal

Rua Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000Tels.: (11) 2693-0392 - 97358-6255

Distribuição: Encarte em A Tribuna Piracicabana, distribuído aassinantes, bibliotecas, livrarias, entidades, escritores e faculdades.

Impresso em A Tribuna Piracicabana -Rua Tiradentes, 647 - Piracicaba - SP - 13400-760

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Rosani Abou Adal

Assinatura anual: R$ 84,00semestral: R$ 42,00

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Rosani Abou Adal é escritora, poeta, jornalista, publicitária e Vice-Presidente do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo.

Eu estava viajando quandovi pela internet a tristenotícia de que o príncipe

havia partido...Lembro-me como se fosse

hoje, o dia em que tive a honra deconhecer pessoalmente o Príncipedos Poetas Piracicabanos, Lino Vitti.

Pedi-lhe, por telefone, uma en-trevista para uma página poética, eele prontamente atendeu ao meuapelo escrevendo os dados e ane-xando até uma fotografia como euhavia solicitado. Só que a foto erade cinquenta anos atrás! Mas, o querepresenta o tempo para um poeta?Tempo em poesia, não existe, e po-etas não morrem, ficam encantados.

Quando passei em sua casapara pegar a entrevista e a foto, re-cebeu-me sorridente, deu-me umbeijo na face dizendo: guarda bemque é beijo de príncipe, viu?

Ele e sua gentil esposa, donaDorayrthes, receberam-me carinho-samente em seu lar aconchegantee logo eu já estava admirando o jar-dim florido, os gnomos, as obras dearte e os inúmeros livros. E ele, an-dando de meias, e dona Dora dizen-do: “cuidado, você vai cair!” E eleobedecia? Claro que não. Gostavamesmo de andar sem sapatos.

Ficamos nos correspondendoatravés de cartas por um tempo. Fa-lávamos de poesia, de poetas, dearte e de livros.

Alguns meses depois recebisurpresa o convite para prefaciar seuderradeiro livro, como ele designouo “Antes que as estrelas brilhem”, aolado de notáveis da literaturapiracicabana. Fiquei imensamentefeliz! Além de ser o meu primeiroprefácio, ainda por cima, para o prin-cipal expoente da poesiapiracicabana! Quanta honra parauma pobre plebeia, iniciante ainda naarte de poetar, mera súdita em seuprincipado poético.

Escrevi o que a inspiração meditou no momento, uma historinhade conto de fadas, como convinha aum príncipe, e enviei junto a ilustra-ção de um cavalo voador, o lendárioPégasus, que achei bem adequadapara representar o galope alado quea poesia nos proporciona. Ele ado-rou! Tanto que colocou a gravuraimpressa em seu livro. Mais tarde,dei-lhe de presente uma miniatura docavalo voador que deixava sobre o

Príncipe dos Poetas para sempreIvana Maria França de Negri

computador. Dizia que trazia inspi-rações. Afinal, poetar é dar asasaos sonhos. Dizia que cada artigoou poesia publicado era semprecomo se fosse a primeira vez, quesentia a mesma emoção e a ansi-edade da expectativa.

Lembro-me de quando o in-centivei a iniciar os primeiros pas-sos diante da “máquinamaquiavélica” como apelidou ocomputador. No início, enfrentoumuitas dificuldades, mas, aos pou-cos, foi domando a fera. E quemdiria, tornou-se um exímiomanuseador do micro. Venceu amáquina. Enviava textos e poesiascom ilustrações para todos os jor-nais e com uma assiduidade inve-jável!

Creio que era o sangue italia-no a correr nas veias, aliado a umaperseverança férrea - que chega-va a beirar a teimosia - o que o fa-zia vencer os obstáculos. Sem sairde casa, ele conectava-se com omundo, pois escrevia até para cor-respondentes italianos.

Ultimamente já não enxerga-va e nem ouvia direito, e tudo foi fi-cando mais difícil.

Tinha imensa alegria de viver,e uma imaginação fértil que ditavalindos e perfeitos sonetos. Sortenossa, seus súditos, que pudemosusufruir de seus poemas por muitotempo.

E que as estrelas brilhem ful-gurantes no céu, eternizando suapoesia.

Ivana Maria França de Negri époeta, escritora, professora e

membro da AcademiaPiracicabana de Letras, do

Centro Literário de Piracicabae do Grupo Literário de

Piracicaba.

Ivana e Lino Vitti

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lgação

Adriano Nogueira, editor e fundador do Linguagem Viva, seráhomenageado pelo Centro Literário de Piracicaba, AcademiaPiracicabana de Letras, Grupo Oficina Literária de Piracicaba,

Clube dos Escritores e Recanto dos Livros, no dia 23 de Julho, no Recantodos Livros - Lar dos Velhinhos -, em Piracicaba.

A iniciativa é de Leda Coletti com o objetivo de homenagear osescritores piracicabanos falecidos neste séculos, em comemoração aoDia do Escritor (25 de julho).

Adriano Nogueira, escritor, advogado, membro da AcademiaPiracicabana de Letras, do Grupo Literário de Piracicaba e do CentroLiterário de Piracicaba, nasceu em Piracicaba (8 de setembro de 1928) efaleceu em Piracicaba, em 23 de junho de 2004. Autor de RegistrosLiterários. Exerceu os cargos de diretor da União Brasileira de Escritores,do Centro de Estudos Americanos Fernando Pessoa e da AcademiaPiracicabana de Letras.

Serão homenageados Adriano Nogueira, Antonio Henrique CarvalhoCocenza, Antonieta Rosalina da Cunha Losso Pedroso, Elias Salum,Fernando Ferraz de Arruda, Guilherme Vitti, Haldumont Nobre Ferraz, HugoPedro Carradore, Homero Anefalos, Lino Vitti, Ludovico da Silva, MariaCecília Machado Bonachella, Maria Emília Leitão M. Redi, Maria HelenaGaspar Bueloni, Marlene Abas Cassab, Olênio Sacconi, Samuel PfrommNetto e Virgínia Gregolin Abe.

Linguagem Viva aproveita o ensejo para homenagear oscolaboradores do jornal, nos seus 26 anos de circulação ininterrupta, e osescritores brasileiros.

Esperamos que nossos escritores sejam mais valorizados pelainiciativa pública e privada e tenham mais espaço na mídia impressa eeletrônica.

Dia Nacional do Escritor

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Página 3 - julho de 2016

Roberto Scarano

Execuções Cível Família Trabalhista

Rua Major Basílio, 441 - Cjs. 10 e 11 - Mooca - São PauloTel.: (11) 2601-2200 - [email protected]

OAB - SP 47239Advogado

Caio Porfírio Carneiro éescritor, contista, romancista,

poeta, crítico literário e membrodo Instituto Histórico e

Geográfico de São Paulo.

Caio Porfírio Carneiro

Relendo As Viagens e Outras Ficções, volume quereúne os trabalhos de fic-

ção de Braga Montenegro, pareceque estou vendo a figura do queridomestre e amigo. A afetuosa dedica-tória, já com letra imprecisa, porqueo mal de Parkinson o martirizava háanos, me trouxe uma grande sauda-de dela. Físico mirrado, falar meioapressado, meio gaguejado. Um gi-gante das letras e, em particular, dacrítica literária do País.

Visitei-o, pela primeira vez, nasua casa da Rua Pe. Quinderé, emFortaleza, lá vão muitosanos, em companhia doCarlos Pontes, foca de jor-nal como eu. A conversa e asdoses de uísque entrarampela noite. Eu meembebedava e o Braga lia,naquele seu jeito atropeladode falar, uma das novelas doseu livro, ainda inédito – AsViagens.

Firmou-se entre nósuma amizade muito grande.Eu era a sua companhiaquando ele vinha a São Pau-lo. Eu frequentava muito a sua casa,quando ia a Fortaleza. Trocamos car-tas anos afora. A amizade tornou-setão fraterna, que ele se abria emlaudas e mais laudas depois que adoença o atacou. Contava-me casoscorriqueiros. O mesmo eu fazia. Qua-se semanalmente um vai e vem decartas longas. Em muitas delas, pe-quenos ensaios e estudos literáriosdo Mestre. Comentários de obras li-das com a mesma argúcia, finura eelegância que fizeram dele um dosmaiores da crítica literária no Brasil.Mandava-me suas histórias curtas epedia a minha opinião. Nas ocasiõesem que opinei pessoalmente ouviu-me com atenção e fez anotações. Euprocurava tirar o corpo fora:

- É apenas a minha opinião,Braga. Sem maior importância.

Ele contestava imediatamente:- Não, não. Vá falando, vá fa-

lando...Fez comentários longos sobre

vários livros meus ainda no original.E dos contistas que residiam em SãoPaulo fazia particular elogio aRicardo Ramos, Jorge Medauar,João Antônio e Herman José Reipert.

Vinha, há anos, escrevendo umromance – Jereraú. Quando oParkinson o atacou com mais violên-cia contou-me que precisava concluiro livro e não tinha mais saúde paraisso. Faltava pouco para concluí-lo.Pedi, insisti, implorei que me entre-gasse o pacote de originais que euos poria em ordem em São Paulo.Sugeri até que, através de cartas, mefosse enviando lentamente os últimoscapítulos que eu os poria em ordem.Prometeu. Mas a doença era umapreocupação muito mais presente. Eos originais acabaram se perdendo.

Visitei-o, pela última vez, emcompanhia do escritor Moreira Cam-pos. A doença, já avançada, provo-cava-lhe tremores incontroláveis no

braço e na perna.Saímos arrasa-

dos. Moreira Camposmais do que eu, aponto de, batendo-mena perna, dentro docarro, desabafar:

-Seu Caio, estoudoente. Não possover o Braga assim.

Faleceu de umamal sucedida opera-ção em Buenos Aires,na ânsia de livrar-seda doença.

Era filho de Maranguape, noCeará, onde nasceu em 1907, e nosdeixava aos setenta anos.

Muito aprendi com o queridomestre e amigo. Naquele corpo mir-rado, um mundo de sabedoria e sim-plicidade. Embora um tantoperfeccionista, era o mesmo homemsimpático e de ar feliz ao proferir umabela conferência, receber os amigosna sua casa ou ouvir, deliciado, umaboa anedota. Autodidata, inteligên-cia privilegiada, um vulto da sua ter-ra, do seu País, que viu longe e emprofundidade o mundo em que viveu.

Buscando pôr em ordem o gran-de volume de cartas que dele rece-bi, encontrei um dos seus contos.Inédito. Mandou-me para apreciá-loe por algum motivo não o devolvi.

Se vier a público, Mestre, des-culpe se não lhe pedi autorizaçãopara isso.

costuro amêndoasna esperança do silêncionos grandes lábios do ventoque assim o orgasmo: um voo pelos poros do aço

AMÊNDOASCarlos Pessoa Rosa

Carlos Pessoa Rosa é escritor,poeta, cronista, médico eeditor do site MeioTom

www.meiotom.art.br .

A lua tira os véuse se dilata.

Roça pelos de pratasobre arranha-céus.

JULHOO Talentoso Braga Montenegro

Flora Figueiredo é escritora,poeta, jornalista,

cronista, compositorae tradutora.

Flora Figueiredo

Na filados desamparados

todos têm cabeça branca.Os ombros

são arqueadoscarregam o peso

do tempo.O rosto marcadopelos infortúnios

de os olhos tristesdos abandonados.

Ficam alina fila, silenciadoscomo cordeiros,

escolhidos e separadospara o sacrifício.

um dia eumorrerei

de sol, devida acumulada

na convulsãodas ruas

um dia eumorrerei e

nãopodia:

há poemasescorregando de meus dedos

e um vinho nãoprovado.

UM DIAEunice Arruda

Eunice Arruda é escritora,poeta e pós-graduada em

Comunicação eSemiótica pela PUC-SP.

Ultima EstaçãoDjanira Pio

Djanira Pio é escritora,poeta e contista. Autora de

Vivências, entre outras obras.

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Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Agradeço a Jorge Amadoter conhecido o admirávele saudoso ser humano

que foi Heráclito Fontoura Sobral Pin-to, de quem me tornei amigo, amiza-de que durou mais de 4 décadas,décadas de lições aprendidas paranão desaprender jamais.

Heráclito Fontoura Sobral Pintoera mineiro de Barbacena, onde nas-ceu em 05 de novembro de 1893.Estudou na Faculdades de CiênciasJurídicas e Sociais do Rio de Janei-ro, em 1917 estava formado. Suabanca de advocacia entra em ativi-dade em 1919.

Faleceu, no Rio de Janeiro, em30 de novembro de 1991, deixandobem mais pobre a sua Pátria e o seupovo. Com o seu desaparecimentoperdeu o Direito a sua grande voz, aliberdade o seu amanteamantíssimo, dedicado que lhe foiextremamente fiel.

Sendo o segundo maior advo-gado que o Direito brasileiro produ-ziu em toda a sua existência (o pri-meiro foi Ruy), transformou a suaBanca de Advocacia e Saber numapoliclínica popular, para todos osdoentes, em todas as épocas quenecessitassem de liberdade.

Por lá passaram, além de LuísCarlos Prestes, Graciliano Ramos,Adauto Lúcio Cardoso, JuscelinoKubistchek, Carlos Lacerda, MiguelArraes, Hélio Fernandes, MauroBorges, Carlos Marighela, Francis-co Julião, Gregório Bezerra, OswaldoPacheco, Luís Tenório de Lima e umainfinidade de vítimas do arbítrio quese instalou no Brasil, em 1937, coma ditadura de Getúlio Vargas e em1964, com o golpe militar contra ogoverno João Goulart.

Tínhamos a mesma paixão, pai-xão pelo América do Rio de Janeiro:pertencemos durante anos ao seuConselho Deliberativo.

O Velho Sobral PintoGeraldo Pereira Nunca vi o velho Sobral mais

alegre do que quando o clube donosso coração levantou o campeo-nato carioca de 1960. O vi extrema-mente triste, indignadíssimo quandoo Conselho ao qual pertencíamosaprovou o nome do General Médici,então presidente da República, comopresidente de honra do nosso Amé-rica. Ele esteve ausente dessa reu-nião. Na reunião seguinte compare-ceu. Foi à tribuna, fez umviolentíssimo discurso contra o atoe contra o ditador, perguntou: “Quemfoi o responsável por esse ato? Seeu estivesse aqui teria impugnadoessa proposta e teria votado contra.

O América não precisa disso!”Vivíamos uma ditadura cruel, o

próprio Sobral Pinto havia sido pre-so e jogado brutalmente nocamburão, na cidade de Goiânia.

Após o discurso, deixou o ple-nário, acompanhei-o até a sua resi-dência, na Rua Pereira da Silva, nobairro das Laranjeiras, onde moroupor mais de 75 anos. Despediu-sede mim dizendo: “Não piso mais noAmérica”.

Tanto na ditadura de 1937,como na de 1964, Sobral Pinto foipreso. A primeira na Casa de Deten-ção, quando o tenente Canepa, seutemível diretor, tentou agredi-lo, cha-mando-o de mentiroso. “Mentiroso évocê”, respondeu-lhe o corajosoSobral.

De outra feita, revoltado com aagressão covarde cometida por meiadúzia de policiais, diante do coman-dante da polícia especial, coronelEuzébio Queiroz, contra Prestes,Sobral Pinto sai em sua defesa.

O coronel Euzébio Queiroz, eraum homem forte e violento, partiupara cima do Sobral Pinto, que erafranzino, agarrando-o e rodopiandoseu corpo, Sobral agarrou-se aopescoço do coronel, para não ser ar-remessado ao chão.

Recordei, certo dia, em casa do

Prestes, esse episódio covarde e vi-olento, quando ressaltou Prestes acoragem de Sobral Pinto: “Nessemomento, também, sobrou para ele”.

Em 18 de dezembro de 1968,Costa e Silva assina o AtoInstitucional nº 5. Sobral Pinto en-contrava-se em Goiânia, para ondefora paraninfar a primeira turma daFaculdade de Direito da Universida-de de Goiás.

“Geraldo, Goiânia é muitoquente. Eu estava de chinelo, semmeias, de manga de camisa, bate-ram à porta, era um emissário de umimportante político de Goiás, quecolocava à minha disposição, comtotal segurança, um carro completa-mente equipado, com um motoristaque conhecia minuciosamente todaa região, inclusive com condições delevar-me para o exterior, pois eu se-ria preso à tardinha, o que seria umavergonha para o Estado de Goiás.”

Sobral Pinto agradece o zelo,pela sua pessoa, mas não aceita.Declara para o mensageiro: “Devodizer que dos 70 bacharelandos, atéo momento em que a comissão foiao Rio de Janeiro, comissão consti-tuída de três bacharelandos, para medizer que tinham me eleito paraninfoda turma, eu não conhecia o nomede nenhum só desses bacharelan-dos, nem sabia quem eram. Eviden-temente, essas pessoas me convi-daram pelo meu passado que não éde covardia, nem de medo, então,nessa hora eu vou dar a esses ra-pazes uma demonstração de medoe covardia? Em hipótese alguma!”.

“Agradeço muito o seu interes-se e do seu amigo, mas, eu fico aqui.Eu apenas não acato a ordem deprisão que querem me dar.”

E realmente, mais tarde o pre-visto aconteceu. “Um militar bateu àporta e me disse o seguinte: ‘O pre-sidente da República, Marechal Cos-ta e Silva, mandou ao senhor umaordem por meu intermédio, para o

senhor me acompanhar. ’ ‘Ordens ile-gais como essa, eu não as obede-ço’, respondi. Então, ele me disse:‘Nós temos que quebrar o senhor’.‘Então quebre! Pouco me interessa.Eu não vou absolutamente. Com osmeus passos não vou. ’ Eles tiveramque me arrastar, e me jogaram nocamburão.”

Levaram-no para o quartel doExército, em Goiânia e depois paraBrasília, onde ficou preso durantetrês dias.

Sobral Pinto protesta, em cartaenviada ao presidente Costa e Sil-va: “... através do referido Ato, V.Exa.instituiu em nossa Pátria a DitaduraMilitar. Sou, Senhor presidente umadas vítimas do Ato Institucional n.º 5.A Polícia Federal de Goiás, invocan-do o nome de V.Exa. deu-me voz deprisão, ordem que não acatei, decla-rando que nem V.Exa., nem ninguém,nesse País, é dono da minha pes-soa e da minha liberdade. Nada fize-ra para esta perder.

Recusava altivamente acatarordem tão absurda e tão ilegal. Malpronunciei essas palavras, quatrohomens de compleição gigantescalançaram-se sobre mim, como ves-pas sobre a carniça, imobilizando-meos braços e apertando-me o ventrepelas costas. Em seguida, empurra-ram-me, como autômato, do quartoao elevador, onde me empurraram.Deste até o carro, que se encontra-va à porta do hotel, fizeram idênticamanobra. Colocado no carro de man-gas de camisa, como me encontra-va no quarto, conduziram-me a umbatalhão, que fica nos arredores deGoiânia. Neste permaneci uma horamais ou menos. Depois de um atritocom o Comandante da Unidade, quetentou desrespeitar-me, sendo leva-do ao Quartel da Polícia do Exérci-to, em Brasília, onde fiquei três dias,respeitado pela oficialidade, desdeo coronel comandante até o maismodesto dos tenentes.”.

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Indicador Profissional

Advogado criminalista, profes-sor universitário, Sobral Pinto nãocobrava honorários dos políticos,nem dos pobres, que era a sua gran-de clientela. “Cobrava de quem?”perguntou-se certa vez MestreEvandro Lins e Silva.

Na década de 40, para adquirira carne verde (como se chamava acarne de boi, na época), só no câm-bio negro. O chefão do câmbio ne-gro, na cidade de São Paulo, estavacom a polícia no seu encalço. Ele éaconselhado a procurar um grandeadvogado para defendê-lo. O indi-cado era o famoso advogado cario-ca Sobral Pinto. Segue para o Riode Janeiro e procura Sobral Pinto,cujo escritório ficava na Rua daAssembleia e tinha como vizinho desala outro grande advogado:Evandro Lins e Silva que, tomandoconhecimento do caso, disse para oSobral: “Esse fulano tem muito di-nheiro, na hora de cobrar os hono-rários quem acerta sou eu.” SobralPinto concordou, mas pediu aoEvandro que não cobrasse muito.

Essa história quem me contou,rindo muito, foi o saudoso EvandroLins e Silva.

Sempre que visitava o doutorSobral, conversávamos longamente,sobre os mais diversos assuntos.Lembro que numa dessas vezes, oencontrei muito preocupado: “Dr.Sobral, se precisar de mim, dispo-nha. Estou vendo que o senhor estámuito preocupado.”. Era fim de mês.Ele me respondeu: “Tenho que pa-gar minha secretária, dona Marlene,telefone, luz...” Digo-lhe, estou indopara São Paulo, se o senhor me au-torizar, falarei com Caio Graco, filhode Caio Prado, editor da Brasiliense,muito meu amigo, que pode tirar umanova edição dos seus livros ‘Liçõesde Liberdade’ e “Porque defendo oscomunistas”, eles estão esgotados.Dr. Sobral concorda.

Em São Paulo, falei com Caioque ficou contentíssimo. Ele na horatelefonou para a Editora Comunica-ção, de Belo Horizonte e foi infor-mado que havia uma ponta de esto-que de 800 exemplares de um títuloe 700 do outro, o que impossibilita-va que a Brasiliense de editar os re-feridos livros.

Com o apoio de Luís Tenório eAfonso Delelis, meus amigos, Delelisera assessor para assuntos sindicaisdo governador Montoro, chego à pre-sença do governador e lembro-lhedo Congresso da Democracia Cris-tã, realizado no Uruguai, em 1946,cujos representantes do Brasil seri-am Sobral Pinto e Alceu Amoroso

Lima, as maiores expressões do ca-tolicismo brasileiro. Sobral telefonapara o Alceu e diz: “Alceu, tem emSão Paulo um jovem de muito futu-ro, ele vai com você no meu lugar.”

Esse jovem era André FrancoMontoro.

Expus as dificuldades em editaro livro. De imediato ele se prontificoua adquirir todos os exemplares paradistribuí-los nas escolas do Estado.Sai dali muito satisfeito. À tardinhajá estava no escritório do mestreSobral Pinto. Dou-lhe a notícia. Eleme encara e com uma impostaçãode voz, até então, desconhecida pormim, diz: “Montoro não pode gastaro dinheiro do Estado, comprando osmeus livros. Não aceito. Você nãoestá autorizado a falar mais nesseassunto, se quiser ser meu amigo.”Não disse mais nada.

Certa tarde, em seu escritório,num longo bate papo, dizia-me queo seu sonho era ser Ministro do Su-premo. De imediato lhe respondi:“Dr. Sobral, esse sonho não se tor-nou realidade porque o senhor. nãoquis. Não é verdade?”.

Recordemos um pouco a histó-ria: Juscelino havia ganho a eleição,em 1955, e as forças maisretrogradas do país queriam impe-dir a sua posse. Sobral Pinto, com oseu saber e acima de tudo, com asua reconhecida força moral, o quelhe conferia a mais alta respeitabili-dade pública da Nação, saiu em de-fesa do Juscelino. Foi a ‘pá de cal’,no sonho dos golpistas da UDN.

Ao tomar posse, Juscelino con-vida Sobral Pinto para ser Ministrodo Supremo Tribunal Federal. O ve-lho Sobral, com aquela dignidadeque era o seu maior patrimônio, nãoaceita o convite. Fixando-me bemnos olhos, disse: “Geraldo, iriam di-zer que eu defendi a posse dele paraser ministro. Não! Não podia aceitar.”

De certa feita, perguntei ao Dr.Sobral, para ser um bom advogadoé suficiente só estudar o Direito?

Ele respondeu-me: “Não. É pre-ciso ter um temperamento própriopara a profissão, pois a profissão re-quer luta, a profissão requer traba-lho, a profissão requer coragem, aprofissão requer esperança, a pro-fissão requer um ideal pela aplica-ção justa e razoável do Direito. Nãobasta, portanto, conhecer as leis einterpretá-las. São indispensáveis to-das essas qualidades que eu aca-bei de enumerar. Um grande advo-gado não se faz sem esses elemen-tos que eu acabo de apontar. Não ésó a razão, não é só a inteligência,não é só a cultura que faz um gran-

de advogado: é também o seu tem-peramento, é também a sua convic-ção de que a profissão exige muitoesforço, muita coragem, e muita dis-posição para a luta.”

Mais uma perguntinha: Comessa idade o senhor ainda precisatrabalhar?

- “Eu preciso trabalhar porquenão tenho rendas. Eu trabalho pornecessidade. É claro, é evidente quetambém por gosto. Eu gosto de tra-balhar, eu acho que o trabalho com-pleta o homem. Nosso Senhor quan-do criou o homem mandou que eletrabalhasse. Então, eu acho que otrabalho é elemento fundamental daexistência de todo e qualquer ho-mem, mas, além dessa circunstân-cia eu trabalho porque preciso darenda do escritório, pois não tenhooutra para manter minha família. Eutrabalho, também, por entender queenquanto tiver saúde, essa saúdeque Deus me deu, é minha obriga-ção trabalhar.”

Dr. Sobral, onde é que o senhorencontra tanta vitalidade?

- “Geraldo, você pergunte issoa Deus. Eu jamais fiz qualquer coisapara manter a vitalidade que consi-go até essa idade. Nunca fiz dieta,nunca fiz regime, nunca tive preocu-pação em ter um horário permanen-te em cada dia; a minha vida é inimi-ga de horários. Eu só tenho duashoras certas: é a hora de me deitare a hora de me levantar. A hora deme deitar raramente é antes da meianoite; e a hora de me levantar é ra-ramente depois das 6 horas da ma-nhã, as únicas coisas que tenho fei-to com constância. O mais não éabsolutamente resultado de esforçoou de preocupação minha, é única eexclusivamente generosidade e bon-dade de Deus. Aquilo que sou, aqui-lo que tenho sido, decorre única eexclusivamente da minha fé emDeus, da minha fé em Jesus Cristo eda minha fé na Igreja como deposi-tária das verdades eternas pregadaspor Deus.”

Geraldo Pereira é escritore jornalista.

Geraldo Pereira e Sobral Pinto

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A neblina passeiaOs olhos a avistarÉ transparente e densaComo o sentimento ao amar

Cortina que impede a almaDo exagero abusarImpõe respeito namadrugadaNão deixa a sombra avançar

De repente ela someE corre ao monte ao luarAo longe não se compreendeQuanta leveza a dispersar

O sol veio a raiarMas o íntimo encobertoA neblina não veiodescortinar

01 01auroras auroraspondo poniendocarmim carmímnos enrosais rosaisafora aparte02 02vento vientoenamorado enamoradoescreve escribebrisa brisanas enareias arenas03 03às laspraias playasmarés mareasrendilhando rendilhandoespumas espumassonhos sueños

A 16ª Feira Nacional do Livrode Ribeirão Preto mostrouque é possível driblar a cri-

se. Com a redução do suporte financei-ro dos patrocinadores, a equipe dinâmi-ca, tendo à frente Adriana Silva, presi-dente, na vice-presidência, Edgard deCastro e Nelson Jacintho, conseguiu, denovo, realizar um grande evento.

Foi uma Feira com menos estandes,mas com uma programação riquíssima.O começo feliz foi a montagem de umaprogramação sugestiva, na Revista, ini-ciando com a presença do filósofo emestre em Educação, Mário SérgioCortela e todas as tardes, os ganhado-res do Prêmio Jabuti: Carlito Azevedo,Ignácio de Loyola Brandão, FabrícioCarpinejar, Alice Ruiz, Edney Silvestre,Cristóvão Tezza e os nossos MenaltonBraff, Lucília de Almeida Prado, IsaíasPessoti e Amini Boainain. Outras ativi-dades, em diferentes espaços: música,teatro, contadores de histórias.

Os autores homenageados em2016 foram Lygia Fagundes Telles, amaior contista brasileira, Maria ClaraMachado, na categoria Literatura Infan-til, Mário Sérgio Cortella e nossa gran-de poetisa Rita Mourão, autora home-nageada local. O patrono, este ano,João Naves, um megaempresário, foiescolhido como um exemplo de vida. Elenarra sua luta heróica no livro biográfi-co Vida de Entrega.

O tema da Feira 2016 é sugestivo,espécie de hino à Literatura. Dado aoenfoque mais literário, enfatizando-se osgêneros romance, o conto, a crônica ea poesia, a escolha de nossa homena-geada local foi perfeita: Rita Mourão éuma grande poetisa, com cinco livrospublicados. Antes da Feira, percorreuescolas, enriquecendo liricamente osalunos, estimulando-os à leitura, presen-teando-os com preciosas lições de liris-mo.

Como todos os anos, houve umConcurso Literário; em 2016, ele foi pa-trocinado pela Editora Saraiva e rece-beu o título de Prêmio Mário SérgioCortella; na modalidade para adultos,apareceram contos com textos excelen-tes. Com enorme sucesso aqui estevede novo, Pedro Bandeira. A grande sur-presa foi o evento Encontro comMartinho da Vila, como escritor. As Ofi-cinas de Criatividade, minhas, de RosaMaria de Britto Cosenza e dos grandesescritores Matheus Arcaro e Luis Puntelobtiveram grande êxito. Enfatize-se aparticipação da cidade de São Sebasti-

O EVENTO MAIOREly Vieitez Lisboa ão do Paraíso-MG, representada

pelos escritores e poetas da Aca-demia Paraisense de Cultura, soli-dificando os laços culturais entre asduas cidades.

Impossível realçar todos oseventos da 16ª Feira Nacional doLivro de Ribeirão Preto, que se di-versificou em vários locais, como aBiblioteca Padre Euclides, o SESCe algumas Escolas Públicas. Aefervescência cultural da semanade 12 a 19 de junho, inclusive comos Salões de Ideias ricos e interes-santes, dos Autores Locais, culmi-nou com o aniversário da cidade.

Há algo, no entanto, que foi oponto alto, inesquecível, grandesurpresa: o Sarau Ponto & Vírgula,organizado por Irene Coimbra, dia18, no Auditório Meira Júnior. Pro-gramação esmerada, refinadíssima:a USP-Filarmônica, músicos sob aregência do Maestro RubensRussomanno Ricciardi e com o so-lista renomado, Rogério Wolf (flau-ta). Declamações, a grande canto-ra Alciony Menegaz, o pianistaGustavo Molinari e a notável CristinaModé; finalizando, o magnífico elindíssimo Ensemble Vocal da Or-questra Sinfônica de Franca, com oMaestro Nazir Bittar.

Enfim, falar ou escrever sobretudo que se viu e ouviu na DécimaSexta Feira Nacional do Livro deRibeirão Preto é algo pobre e incom-pleto diante da grandiosidade doevento, o que tornaria impossívelcitar todos os nomes, sem que secometesse uma injustiça. Portanto,qualquer relatório jamais retratariaa importância dessa semana mági-ca.

Ely Vieitez Lisboa é escritora.E-mail: [email protected]

Profa. SoniaAdal da Costa

Revisão -Aulas Particulares

Tel.: (11) 2796-5716 [email protected]

A NEBLINAMaria de Lourdes Alba

Maria de Lourdes Alba éescritora, poeta, contista e

pós-graduada em Jornalismo.

ALDRAVIASDébora Novaes de Castro

In: O LIVRO III DAS ALDRAVIASCoordenadores: Andreia Donadon Leal, Gabriel Bicalho, J.B. Donadon-Leal.Versão para Espanhol: Andreia Donadon Leal - Mariana-MG / 2015, p. 104.

Débora Novaes de Castro é Mestre em Comunicação eSemiótica – Literatura e Artes e membro da Academia Cristã de

Letras e da Academia Paulista Evangélica de Letras.

A Terra é um lar enorme,forte e renovávelonde sobrevivemnossos sonhose nossa utopia.

A Terra é recicladacomo nós, seres

que vivemos em suasuperfície,

em suas entranhasou no seu espaço cósmico.

Viva o infinito bemque a Terra nos dá!

Viva a Terra de todose de todos os dias!

A TERRATeresinka Pereira

Teresinka Pereira é escritora,presidente da Associação

Internacional de Escritores eArtistas e Embaixadora do

Parlamento Mundialpara a Segurança e Paz.

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.

A Academia Cristã de Letraseditou Memorial - Produção Cultualde Valor, com realização e apoio doCIEE - Centro de IntegraçãoEmpresa-Escola (EstagiáriosAprendizes).

A obra reúne a introduçãoMissão - Compromisso com asociedade, Marcos de uma históriacom o poema de Afonso Vicente (umdos fundadores) e os dadosbiográficos dos acadêmicostitulares, dos seus patronos e dosfundadores, ilustrados com fotos.

O prefácio MemorialAcadêmico da ACL é do presidentePaulo Nathanael Pereira de Souza.

O projeto gráfico é de Py BrasilComunicação - Conteúdo: FrancesAzevedo.

A edição é de Renato Avanzi ea Revisão de Ana Maria de AlmeidaCamargo.

Os acadêmicos titulares,publicados por ordem crescente do número da cadeira (1 - 40), são opresidente Paulo Nathanael Pereira de Souza (cadeira nº 1), RogérioLindenmeyer V. Gandra da Silva Martins, Antônio Lafayette Natividade Silva,Yvonne Capuano, Raul Mariano Júnior, Ruy Martins Altenfelder Silva, RaquelMaria Carvalho Naveira, José Renato Nalini, Roberto Machado Carvalho,Helio Begliomini, Carlos Rolim Afonso, Genésio Cândido Pereira Filho,Lázaro José Piunti, Carlos Alberto Di Franco, Padre Roque Schneider,Adilson Cezar, Justino Magno Araújo, Marcos Troyjo, Douglas Michalany,Ricardo Henry Marques Dip, Ozires Silva, Carolina Ramos, Ives Gandrada Silva Martins, Débora Novaes de Castro, Maria Cecília Naclério Homem,Paulo Cintra Damião, João Monteiro de Barros Filho, Domingos Zamagna,Sebastião Luiz Amorim, Rosa Maria Custodio, Dóli de Castro Ferreira,Luiz Gonzaga Bertelli, Guido Arturo Palomba, Roque Marcos Savioli,Elizabeth Mariano, José Verdasca dos Santos, José Luiz Gomes do Amaral,João Baptista de Oliveira, Frances de Azevedo e Luiz Eduardo Pesce deArruda (cadeira nº 40) .

O livro foi oferecido, com dedicatória de Genésio Cândido PereiraFilho, à editora do LV Rosani Abou Adal.

Academia Cristã de Letras -Produção Cultural de Valor - Memorial,

São Paulo (SP), Academia Cristã de Letras,2016, 192 páginas.

Produção Cultural de Valor LivrosUm País Mágico: China - As Minorias

Étnicas, de Sonia Sales, Editora Kelps,Goiânia (GO), 106 páginas.

ISBN: 978-85-400-1464-0.A autora é escritora, poeta, historiado-

ra, membro da Academia Carioca de Letras,Instituto Histórico e Geográfico de São Pau-lo, PEN Clube do Brasil, Academia luso-Bra-sileira de Letras e da Sociedade Eça deQueiroz - Rio.

A obra reúne artigos, textos, relatos his-tóricos da viagem que Sonia Sales fez paraa República Popular da China. Abriga gale-ria de fotos.

A capa é de Alex Nunes e a versão parao Chinês é Lin Jun.

Editora Kelps: www.kelps.com.br

Poemas Pendentes, Rodolfo Alonso,edição bilíngue (português e espanhol), Edi-tora Penalux, Guaratinguetá (SP), 198 pági-nas.

ISBN: 978-85-5833-028-2.A tradução e notas são de Anderson

Braga Horta.A foto da Capa é de Rodolfo Alonso (Lis-

boa, 2007).O autor é poeta, tradutor e ensaísta ar-

gentino. Foi o primeiro tradutor dosheterônimos de Fernando Pessoa para ocastelhano.

Segundo Lêdo Ivo, membro da Acade-mia Brasileira de Letras, “Nestes poemas deRodolfo Alonso, o leitor escuta uma voz níti-da e inconfundível. São poemas acabados,completos em si mesmos, vivendo e respi-rando a autonomia invejável.”

Editora Penalux: www.editorapenalux.com.br

Poesia - Obra Reunida, antologia deCassiano Nunes, organizada Maria de Je-sus Evangelista, Editora Thesaurus,Brasília (DF), 270 páginas.

ISBN: 978-85-6449-947-01.Cassiano Nunes, poeta, escritor, pro-

fessor, contador, formado em LetrasAnglo-Germânicas, nasceu em Santos(SP), em 27 de abril de 1921, e faleceuem Brasília, em 15 de outubro de 2007.

Maria de Jesus Evangelista é profes-sora de Letras da Universidade de Brasíliae Doutora pela Université de Toulouse -França e coordenadora do EspaçoCassiano Nunes.

A obra reúne poemas dos livros Pri-sioneiro do Arco-Íris (1962), Jornada(1972), Madrugada (1975), Jornada Líri-ca (1984), Poesia II (1998), Poemas Iné-ditos e Variantes (2015), Grafitos nas Nu-vens (1992), Grafitos nas Nuvens (1995) e de Poemas Traduzidos (1998).

Editora Thesaurus: http://www.thesaurus.com.br/

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Notícias

Lino Vitti, Príncipe dos PoetasPiracicabanos, faleceu no dia 19 dejunho, em Piracicaba (SP), aos 96anos. Escritor, professor, poeta, re-dator, jornalista, contista, cronista econtador. Nasceu em 8 de feverei-ro de 1920, em Piracicaba (SP).Trabalhou como redator do Jornalde Piracicaba e Diretor Administra-tivo da Câmara dos Vereadores dePiracicaba. Lecionou Latim e Fran-cês. Membro da AcademiaPiracicabana de Letras que lhe ou-torgou o título de Príncipe dos Poe-tas Piracicabanos. Autor de Abre-te,Sésamo, 1959; Alma Desnuda,1988; A Piracicaba, Minha Terra,1991; Sinfonia Poética, em parce-ria com o poeta Frei Timóteo dePorangaba; Plantando Contos, Co-lhendo Rimas, 1992; Sonetos MaisAmados, 1996 e Antes que as Es-trelas brilhem, 2001. Foi agraciadocom a MEDALHA DE MÉRITO CUL-TURAL Prof. OLÊNIO DE ARRUDAVEIGA, pelo Município dePiracicaba, através de sua Secre-taria da Ação Cultural. Foi laureadocom TROFÉU IMPRENSA, outorga-do pelo Lions Clube de Piracicaba,e com a MEDALHA ITALIANA, con-cedida pelo governo italiano deBenito Mussolini. Compôs hinospara diversos municípios, bairrosrurais e entidades sociais e colabo-rou em jornais de Piracicaba e re-gião. Recebeu o título de “CidadãoSaltinhense”, concedido pelo Muni-cípio de Saltinho.

Arara-azul Carajás, do fotó-grafo da natureza João MarcosRosa, foi lançado pela UNESP, emparceria com a Vale e o InstitutoChico Mendes de Conservação daBiodiversidade. A obra reúne fo-tos únicas da espécie e dados so-bre suas características.

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Lino Vitti

Ignácio de Loyola Brandão,romancista paulista de Araraquara,f o i a g r a c i a d o c o m o Prêmio Macha-do de Assis, em novo formato, peloconjunto de sua obra, outorgadopela Academia Brasileira de Letras.O laureado receberá a importânciade R$ 300 mil e diploma, que serãoentregues em solenidade no SalãoNobre do Petit Trianon, no dia 20 dejulho, quarta-feira, na Academia Bra-sileira de Letras.

Raquel Naveira participou daFeira Literária de Bonito (FLIB), nodia 8 de julho, para conversar como público sobre o seu livro JardimFechado: uma Antologia Poética,marco de mais de três décadasdedicadas à Literatura. A feira tevecomo tema central “Palavra Aberta.Palavra que Liberta”.

Odete Mutto lançará, em bre-ve, o livro de contos Viva o Brasil...,pela Scortecci Editora.

Mauro Maldonato, escritor ita-liano, lançou Na base do farol nãohá luz: cultura, educação e liberda-de, pela Edições SESC. DaniloSantos de Miranda, diretor regionaldo SESC São Paulo, assina a apre-sentação e faz reflexões sobre osmesmos temas, do ponto de vistada realidade brasileira.

O Prêmio Ecofuturo de Bibli-otecas, criado pelo InstitutoEcofuturo em 2009 e mantido pelaSuzano Papel e Celulose, em sua6ª edição, agraciou em primeirolugar a Biblioteca Prof. Maria OliviaOtero Artioli, de Agudos (SP), como projeto É preciso gostar de ler; emsegundo lugar, a Biblioteca Prof.Elzira Bastos Amaro, em parceriacom o departamento pedagógico daSecretaria de Educação, Magé (RJ),com o projeto Os contos que elescontam e os que nós contamos:rompendo com histórias únicas; eem terceiro, a Biblioteca MestraAugusta, de Turmalina (MG), com oprojeto De mão em mão, de voz emvoz, livros à mão cheia, sempre. Ostrês primeiros colocados ganham50 livros de literatura novos. A Bibli-oteca Comunitária Ler é PrecisoNelson Mandela, localizada na Pe-nitenciária II de Bauru, em São Pau-lo, com o projeto Um conto comoeu conto, recebeu Menção Honro-s a . www.ecofuturo.org.br.

Andrea Donadon Leal, escri-tora, poeta, artista plásticaaldravista e Idealizadora do Proje-to Poesia Viva – a poesia bate à suaporta, foi agraciada com o TroféuRio - Personalidade Cultural 2016 -, da União Brasileira de EscritoresRJ. A entrega da láurea aconteceno dia 20 de julho, às 16 horas, naSociedade Nacional de Agricultura,Av. General Justo, 171, 2° andar, noRio de Janeiro. Domício ProençaFilho, laureado no ano passado,entrega o troféu criado pela artistaplástica Dorée Camargo.

Edir Meireles lançará Palavraque Lavra, livro bilíngue Português/ Romeno de Aldravias, com tradu-ção de Carmen Bulzan, pela Edito-ra Kelps, na Livraria Nobel,Shopping Bougainville, Goiânia, dia28 de julho, a partir das 19h30, comapoio da União Brasileira de Escri-tores de Goiás e Livraria Nobel.

O 30º Salão Nacional de Po-esia Psiu Poético – Celebrando30 anos está com inscrições aber-tas até o dia 19 de agosto paraperformances, recitais, esquetesteatrais, intervenções, debates,vídeos, filmes, músicas, danças,lançamento de livros, CDs e demaismanifestações culturais de artistasindependentes, através do [email protected]. Infor-mações e regulamento: http://www.psiupoetico.com.

Nelson Tangerini publicou Oprofessor e o poeta — Cartas deCarlos Drummond de Andrade aNelson Marzullo Tangerini, pela Edi-tora Autografia. A obra reúne as cor-respondências trocadas comDrummond, acompanhadas de pe-quenas crônicas introdutórias.

Escritores Piracicabanos fa-lecidos neste século serão home-nageados pelo Centro Literário dePiracicaba, Academia Piracicabanade Letras, Grupo Oficina Literária dePiracicaba, Clube dos Escritores eRecanto dos Livros, no dia 23 deJulho, no Recanto dos Livros - Lardos Velhinhos -, em Piracicaba . Se-rão homenageados Adriano No-gueira (1928 - 2004, fundador e edi-tor do LV), Antonio Henrique Carva-lho Cocenza, Antonieta Rosalina daCunha Losso Pedroso, Elias Salum,Fernando Ferraz de Arruda, Guilher-me Vitti, Haldumont Nobre Ferraz,Hugo Pedro Carradore, HomeroAnefalos, Lino Vitti, Ludovico da Sil-va, Maria Cecí l ia MachadoBonachella, Maria Emília Leitão M.Redi, Maria Helena Gaspar Bueloni,Marlene Abas Cassab, OlênioSacconi, Samuel Pfromm Netto eVirgínia Gregolin Abe.

Nilton Bustamante lançou Aslições que vieram dos sonhos, livroque traz os registros das buscasespirituais do escritor em seus des-dobramentos da alma (sonhos).

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Adriano Nogueira

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