O pensamento pedagógico da escola nova

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA Capítulo 10

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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA

ESCOLA NOVA

Capítulo 10

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A Escola Nova representa o mais vigoroso movimento de renovação da educação depois da escola pública. A teoria da Escola Nova propunha que a educação fosse instigadora da mudança social e, ao mesmo tempo, se transformasse porque a sociedade estava em mudança.

o desenvolvimento da sociologia da educação e da psicologia educacional também contribui para essa renovação da escola.

Um dos pioneiros da Escola Nova foi ADOLPHE FERRIÈRE (1879-1960). Suas ideias se basearam inicialmente em concepções biológicas, transformando-se depois numa filosofia espiritualista. Para ele, o ideal da escola ativa é a atividade espontânea, pessoal e produtiva. Em resumo, a Educação Nova seria integral, ativa, prática e autônoma.

Ferrière criticava a escola tradicional afirmando que ela havia substituído a alegria de viver pela inquietude.

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John Dewey (1859-1952) foi o primeiro a formular o novo ideal pedagógico, afirmando que o ensino deveria dar-se pela ação e não pela instrução. Para ele, a educação continuamente reconstruía a experiência concreta de cada um. Essa experiência se apresentava sempre diante de problemas que a educação poderia ajudar a resolver.

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De acordo com essa visão, a educação era um processo de reconstrução. Não existiria um fim a ser atingido, mas a educação se confundiria com o próprio processo de viver. O importante era aumentar o rendimento da criança, segundo seus próprios interesses vitais. Só o aluno podia ser o autor de sua experiência. Nesse sentido, a Escola Nova acompanhou o desenvolvimento capitalista, representou a exigência desse desenvolvimento. Propunha a construção de um homem novo dentro do projeto burguês da sociedade.

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WILLIAM HEADR KILPATRICK (1871-1965): discípulo de Dewey, destaca-se pelo seu método de projetos, que poderiam se manuais, de descoberta, de competição e de comunicação. Os projetos teriam quatro etapas: designar o fim, prepará-lo, executá-lo e avaliá-lo. Os projetos ainda podem ser: de produção; de consumo; de resolução de algum problema e de aperfeiçoamento de alguma técnica.

OVIDE DECROLY (1871-1932): criou o método dos Centros de Interesses (a família, o universo, o mundo animal e vegetal, etc...), os quais desenvolveriam a observação, a associação e a expressão. Distinguem-se dos projetos porque não visam um fim, a construção de algo.

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Teve também grande destaque dentro desta escola, a experiência da médica Maria Montessori (1870-1952), que transpôs para crianças normais seu método de recuperação de crianças deficientes. Construiu vários jogos e materiais pedagógicos que, com algumas variações, são ainda utilizados em pré-escolas. Pela primeira vez na história da educação, construiu-se um ambiente escolar com objetos pequenos para que a criança tivesse domínio sobre eles: mesas, cadeiras, estantes, etc.

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ÉDUARD CLAPARÈDE (1873-1940): deu à escola ativa o nome de educação funcional. A atividade deveria ser vital ao homem, ser individualizada e ao mesmo tempo social e socializadora.

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Jean Piaget (1896-1980) investigou a natureza do desenvolvimento da inteligência na criança, propondo o método da observação para a educação da criança. Criticou a escola tradicional que ensina a copiar e não a pensar. Segundo ele, para obter bons resultados o professor deveria respeitar as leis e as etapas do desenvolvimento da criança. O objetivo da educação deveria ser aprender por si próprio a conquista do verdadeiro.

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O pedagogo Roger Cousinet (1881-1973) desenvolveu o método de trabalho em equipes, adotado até hoje. Defendia a liberdade no ensino e no trabalho coletivo, substituindo o aprendizado individual, propôs que o mobiliário escolar fosse despregado do chão para que os alunos pudessem formar grupos em classe e ficar um de frente para o outro.

Os métodos foram se aperfeiçoando e levaram para a sala de aula o rádio, o cinema, a televisão, o vídeo, o computador e as máquinas de ensinar. Essas inovações atingem os educadores que muitas vezes se perdem diante de tantos meios e métodos propostos.

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Paulo Freire (1921) denunciou o caráter conservador dessa visão pedagógica e observou que a escola podia servir para educação prática da dominação e para a educação como prática da liberdade. Para ele, a educação nova não foi um mal em si mesma, representou um avanço na história das ideias pedagógicas. Educar não significa ser omisso, neutro diante da sociedade atual. Deixar a criança à educação espontânea é também deixá-la ao autoritarismo de uma sociedade nada espontânea. O papel do educador é intervir, mostrar um caminho, e não se omitir.

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O movimento da Escola Nova foi se construindo junto com a própria escola moderna, científica e pública. Os escolanovistas não puderam negar as contribuições do positivismo e do marxismo.

Valorizava a autoformação e a atividade espontânea da criança. O aluno deveria ser o autor da sua própria experiência através dos métodos ativos e criativos, que significaram o maior avanço da Escola Nova.

Embora não haja uma relação direta entre a Escola Nova e o Tecnicismo Pedagógico, o desenvolvimento da tecnologia de ensino deve muito à preocupação escolanovista com os métodos e técnicas educacionais.