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- 1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CAROLINA LINO MOLIN O PERFIL EMPREENDEDOR E POTENCIAL CRIATIVO DAS MULHERES NAS MELHORES E MAIORES EMPRESAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA Balneário Camboriú 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CAROLINA LINO MOLIN

O PERFIL EMPREENDEDOR E POTENCIAL CRIATIVO DAS MULH ERES NAS

MELHORES E MAIORES EMPRESAS DO ESTADO DE SANTA CATA RINA

Balneário Camboriú

2009

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CAROLINA LINO MOLIN

O PERFIL EMPREENDEDOR E POTENCIAL CRIATIVO DAS MULHERES NAS

MELHORES E MAIORES EMPRESAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Balneário Camboriú

2009

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador : Prof. Dra. Sara Joana Gadotti dos Anjos

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CAROLINA LINO MOLIN

O PERFIL EMPREENDEDOR E POTENCIAL CRIATIVO DAS MULH ERES NAS

MAIORES E MELHORES EMPRESAS DO ESTADO DE SANTA CATA RINA

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Gestão

Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de

Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Administrativo

Balneário Camboriú, 07 de Junho de 2009.

_________________________________

Prof. Dra. Sara Joana Gadotti dos Anjos

Orientadora

___________________________________

Prof. MSc. Manuel Carlos Pinheiro da Gama

Avaliador

___________________________________

Prof. MSc. Marcos Aurélio Batista

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): Carolina Lino Molin

Área de Estágio: Administrativo

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Fabrício Arruda de Araújo

Professor(a) orientador(a): Dra. Sara Joana Gadotti dos Anjos

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Arruda de Araújo e Araújo Ltda ME

Endereço: Rua: Portugal, nº 282 Bairro: Nações - CEP: 88.338-110 / Estado: SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administrativo

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Fabrício Arruda de Araújo:

Sócio/Proprietário

Carimbo do CNPJ da Empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 07 de junho de 2008.

A Empresa Arruda de Araújo e Araújo Ltda ME, pelo presente instrumento, autoriza

a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de

Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela

acadêmica Carolina Lino Molin.

___________________________________

Responsável pela Empresa

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“A mente que se abre a uma

nova idéia jamais voltará ao seu

tamanho original”.

(Albert Einstein)

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AGRADECIMENTOS

Á Deus! Minha eterna gratidão por me permitir lavrar meus próprios registros no livro da vida.

Obrigada meu pai e minha mãe pelas bênçãos e por me conduzirem no

caminho do crescimento.

Em especial, sou grata à minha orientadora Sara Joana Gadotti dos Anjos, pelas estimulantes provocações, encorajamento, orientações e diálogos que travamos. Tais desafios fundamentaram de forma marcante este trabalho.

Aos meus irmãos: William e Karina, e ao meu namorado: Fabrício, por

estarem compreendendo, ajudando e apoiando em todos os momentos. Com mesma relevância, agradeço a todos os professores, por dividirem seu

conhecimento, para que eu alcançasse o sucesso acadêmico.

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RESUMO

Ser empreendedor significa possuir um conjunto de habilidades e atitudes únicas ao individuo, por ser capaz de criar novas formas de inovação e modernização, impulsionando assim a economia. O empreendedorismo feminino é uma realidade nos dias atuais, as mulheres estão assumindo posições de destaque nas grandes corporações, e se sobressaem quanto as suas característica empreendedoras, pois possuem atitudes e habilidades que são exclusivas a elas. Nesta perspectiva, o seguinte trabalho tem como principal objetivo analisar o perfil empreendedor e o potencial criativo nas mulheres que possuem cargos de liderança e /ou chefia nas melhores e maiores empresas do Estado de Santa Catarina. Desta forma, buscaram-se através do estudo bibliográfico, conceitos, fundamentos e pesquisas que ponderaram o perfil empreendedor e o potencial criativo feminino. A metodologia da pesquisa teve como objetivo a pesquisa exploratória, com uma abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando-se de um questionário para a coleta dos dados. Conclui-se que as mulheres possuem muitas qualidades quanto sua personalidade empreendedora, por serem autênticas, comunicativas, persuasivas, autoconfiantes e muito produtivas. Palavras Chave: Empreendedorismo Feminino, Potencial Criativo, Empresas de Santa Catarina

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ABSTRACT Being entrepreneurial means having a set of skills and attitudes unique to the individual, being able to create new forms of innovation and modernization, thus boosting the economy. The female entrepreneurship is a reality today, women are assuming positions of prominence in large corporations, and are out on their entrepreneurial characteristic, as have attitudes and skills that are unique to them. Accordingly, the following work has as main objective to analyze the profile entrepreneur and creative potential in women who have positions of leadership and / or leadership on the best and largest of the state of Santa Catarina. Thus, it is sought by studying literature, concepts, and research foundations to consider the profile and creative potential female entrepreneurs. The research methodology aimed at the exploratory research with a qualitative and quantitative approach, using a questionnaire for data collection. It is concluded that women have many entrepreneurial qualities as personality, being authentic, communicative, persuasive, self and very productive. Keywords: Women's Entrepreneurship, Creative Potential, Business of Santa Catarina

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Representação Feminina por Setor de Atuação........................ 47

Gráfico 02 Faixa Etária das Respondentes.................................................. 50

Gráfico 03 Esta do Civil das Respondentes.................................................. 51

Gráfico 04 Quantidade de Filhos que as Respondentes Possuem.............. 51

Gráfico 05 Nível de Escolaridade das Respondentes................................... 52

Gráfico 06 Cargos que as Respondentes possuem nas empresas.............. 52

Gráfico 07 Tempo de atuação nos cargos.................................................... 53

Gráfico 08 Perfil Empreendedor.................................................................... 54

Gráfico 09 Personalidade ............................................................................. 57

Gráfico 10 Estilo na Resolução dos Problemas............................................ 59

Gráfico 11 Ambiente de Trabalho.................................................................. 61

Gráfico 12 Potencial Criativo......................................................................... 63

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 Características dos Empreendedores de Sucesso..................... 27

Quadro 02 Traços da Personalidade Empreendedora.................................. 29

Quadro 03 Comparação entre Empreendedores e Empreendedoras........... 39

Quadro 04 Pontos Marcantes das Respondentes x Perfil Empreendedor.... 55

Quadro 05 Pontos Marcantes das Respondestes x Personalidade.............. 58

Quadro 06 Pontos Marcantes das Respondentes x Estilo de Resolução

dos problemas............................................................................. 60

Quadro 07 Pontos Marcantes das Respondentes x Ambiente de Trabalho. 62

Quadro 08 Comparativo investigação Simões ............................................. 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Empreendedores Iniciais (TEA) por Países – 2007.................... 33

Tabela 02 Universo da Pesquisa.................................................................. 45

Tabela 03 Empresas Participantes............................................................... 46

Tabela 04 Pontuação Adquirida no Questionário – Perfil Empreendedor.... 54

Tabela 05 Pontuação Adquirida no Questionário – Personalidade.............. 57

Tabela 06 Pontuação Adquirida no Questionário – Estilo de Resolver

Problemas..................................................................................... 59

Tabela 7 Pontuação Adquirida no Questionário – Ambiente de Trabalho.. 62

Tabela 8 Pontuação Adquirida no Questionário – Potencial Criativo.......... 64

Tabela 9 Comparativo entre Perfil Empreendedor x Potencial Criativo...... 67

Tabela 10 Semelhanças entre as respondentes de melhor desempenho.... 68

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LISTA DE ABREVIATURAS

FIESC - Federção Da Indústria Do Estado De Santa Catarina

GEM - Global Entrepreneurship Monitor

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas

SOFITEX - Sociedade Brasileira Para Exportação de Software

TEA - Taxa de empreendedores em estágio inicial

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 17

1.1 Tema de estágio ...................................................................................... 17

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 18

1.3 Objetivo geral ........................................................................................... 19

1.4 Justificativa da pesquisa .......................................................................... 19

1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 20

1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ................................... 23

2.1 Empreendedorismo.................................................................................. 23

2.1.1 Conceito.................................................................................................... 23

2.1.2 Características do Empreendedor........................................................... 26

2.1.3 Empreendedorismo no Brasil................................................................... 30

2.2 Intra-Empreendedorismo e a Inovação.................................................... 34

2.3 Empreendedorismo Feminino................................................................... 38

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................... ................................... 43

3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 43

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 44

3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 47

3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 47

4 ANÁLISE DOS DADOS................................ ........................................... 49

4.1 Perfil das Respondentes........................................................................... 50

4.2 Perfil Empreendedor............................................................................... 53

4.3 Potencial Criativo das Mulheres Empreendedoras................................... 56

4.4 Síntese do Perfil Empreendedor e a Criatividade nas Mulheres

Empreendedoras...................................................................................... 64

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ........................................ 72

5.1 Limitações ................................................................................................ 73

5.2 Sugestões de Trabalhos Futuros ............................................................. 73

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6 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 75

7 ANEXOS................................................................................................... 78

8 APÊNDICES............................................................................................. 84

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1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo inicia-se uma breve introdução do tema e apresentação do

problema a ser estudado, bem como os objetivos a serem alcançados e a

justificativa da temática pesquisada.

1.1 Tema

O empreendedorismo é hoje um fenômeno global que vem crescendo muito

nos últimos anos, e está ganhando importância junto ao meio empresarial e

acadêmico, por ser capaz de impulsionar a criação de empresas de caráter

inovador, desencadeando o crescimento econômico, sendo responsável pela

criação de novos empregos e pela geração de riqueza para a sociedade, Miguel

(apud ANDREOLLI; BORGES , 2007).

Empreendedores são pessoas que possuem atitudes diferenciadas das

demais pessoas, ou seja, empreendedor é aquele que não mede esforços para

realização de seu sonho, busca alternativas e aliados, tornando o sonho em

realidade. Estão sempre à frente dos outros, principalmente por terem iniciativa,

determinação, autoconfiança, propensão em assumir riscos, persistência, dentre

outros, além de serem ótimos líderes e sendo capazes de detectar oportunidades

onde ninguém mais as vê (DEGEN, 1989 ; DOLABELA, 2006; DORNELAS; 2001).

Por este motivo é que empreendedores não são somente os que abrem o

seu próprio negócio, pois são encontrados nas demais áreas profissionais.

Também há os empreendedores dentro das organizações, os chamados intra-

empreendedores, onde Dornellas (2003), compreende sendo as pessoas ou grupo

de pessoas que agem independentemente, criando uma nova organização ou

instigando a renovação ou a inovação dentro de uma organização existente.

As características empreendedoras são essenciais para se conseguir o

sucesso independentemente do ramo de negócio. Homens e mulheres possuem

características semelhantes no ato de empreender, mas há evidências em que as

mulheres possuem algumas aptidões que se sobressaem as dos homens , além de

elas estarem atuando com mais intensidade no mundo corporativo.

Nesta perspectiva é que se faz necessário um estudo mais aprofundado

sobre o empreendedorismo feminino, bem como, identificar o perfil das mulheres

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empreendedoras que possuem cargos de liderança e/ou chefia nas grandes

corporações, além de analisar sua capacidade de criar e empreender (potencial

criativo), atitudes de destaque no perfil empreendedor feminino.

Neste contexto o presente trabalho busca elucidar a temática nas

organizações aprofundando as principais contribuições dos autores, o problema a

ser alcançado e os objetivos estabelecidos.

1.2 Problema

O empreendedorismo significa mais do que uma denominação ou um

conceito trata-se de atitude, de um comportamento que caracteriza um indivíduo e

sua empresa, é o reflexo do perfil de um profissional e sua visão de sucesso e

futuro.

Em nosso país existem muitos brasileiros que sonham em ser

empreendedores, onde possa expor suas idéias e vontades, participar de um

projeto, criar, empreender. No Brasil o número de empreendedores é relativamente

alto, como também o número de mulheres empreendedoras que vem crescendo

gradativamente a cada ano (BRITTO; WERWER, 2003).

Dessa maneira, também há um grande aumento no número de mulheres

que estão no topo da administração das empresas. Nesta perspectiva buscaram-se

identificar quais são as empresas de destaque no Estado de Santa Catarina, sendo

possível através da publicação anual da revista Exame de 2008, as melhores e

maiores empresas do Brasil quanto ao volume de vendas.

Percebeu-se assim, que entre as mil empresas citadas, existem quarenta

(40) empresas do Estado de Santa Catarina que atuam em diversas áreas da

economia, com destaque para os setores de bens de consumo, energia, indústria

da construção e têxtil. Em relação ao desempenho das empresas, identificou-se

que o Estado possui três (3) empresas em situação de destaque, que estão entre

as cem (100) no ranking nacional, sendo elas a empresa Bunge (14º lugar), Sadia

(36º lugar) e Celesc (64º lugar). Ao se comparar o desempenho das empresas em

relação à mesma categoria no ano de 2007 e 2008, verificou-se que o Estado de

Santa Catarina apresenta o mesmo número de empresas, porém em posições

diferentes, podendo concluir que houve uma melhora neste último ano.

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Neste contexto, percebe-se a importância de se fazer uma pesquisa que

analise e verifique os traços mais marcantes do estilo de empreender das mulheres

nas grandes corporações que fazem à diferença. Assim o presente trabalho tem

como pergunta de pesquisa que norteia este estudo: Qual o perfil empreendedor e

o potencial criativo das mulheres que atuam em cargos de liderança ou chefia nas

melhores e maiores empresas de Santa Catarina?

1.3 Objetivo Geral:

Analisar o perfil empreendedor e o potencial criativo das mulheres que

atuam em cargos de liderança/chefia nas melhores e maiores empresas do Estado

de Santa Catarina.

1.3.1 Objetivos Específicos:

• Identificar o perfil empreendedor das mulheres líderes e/ou chefes nas

maiores empresas do Estado de Santa Catarina;

• Analisar o potencial criativo das mulheres líderes e/ou chefes nas maiores

empresas do Estado de Santa Catarina;

• Avaliar o perfil empreendedor e a criatividade nas mulheres

empreendedoras.

1.4 Justificativa:

De acordo com os autores Andreolli e Borges (2007), atualmente há cada

vez mais mulheres assumindo os grandes cargos nas empresas, como também

está crescendo significavelmente o número de mulheres empreendedoras que

abrem o seu próprio negócio. Segundo dados do IGBE (2008a), em 2007 a

porcentagem de mulheres no mercado de trabalho representa 44,4% da população

ocupada. O Brasil mantém uma posição de destaque na quantidade de mulheres

que abrem seu próprio negócio, respondendo por 42% do total de proprietários de

empresas nacionais.

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Esta transição onde a mulher deixa de ser uma simples dona de casa, ou

que estão saindo de cargos subvalorizados nas empresas e passam a ser uma

líder, assumindo riscos, gerindo pessoas, solucionando problemas, competindo no

mercado e tomando decisões, é de fato algo a ser estudado. Pois desta maneira há

uma mudança na sociedade, no comportamento da mulher, na estrutura familiar,

na forma de se administrar, na cultura empresarial, como no perfil empreendedor

(PETERS, 2004 ; ANDREOLI; BORGES, 2007).

Com este recente endosso do mercado de trabalho, torna-se indispensável

à comparação entre o desempenho feminino e o masculino. Segundo alguns

especialistas, os pontos fortes das mulheres vão desde maior capacidade de

relacionamento e aprendizado até o respeito à intuição (“inteligência emocional”),

destacando também sua sensibilidade, habilidade nos relacionamento e a

disposição como os dotes femininos que fazem à diferença nas empresas.

Nas grandes corporações já é visto que muitas mulheres já estão assumindo

cargos de destaque, por justamente possuírem algumas qualidades que são

únicas. Uma vez que o foco das grandes empresas está na valorização do

funcionário e dos clientes, assim a mulher consegue se sobressair em questões

quanto ao relacionamento e na liderança.

Diante desta situação, desenvolve-se este estudo buscando identificar o

perfil empreendedor das mulheres líderes ou chefes das grandes empresas do

Estado de Santa Catarina, analisando seu potencial criativo, a fim de fazer

comparativos sobre os temas pesquisados nesta área.

A relação acadêmica da aluna com o cotidiano das organizações,

aprendizagem do conteúdo teórico vivenciados durante o curso de administração e

sua aplicação empírica nas organizações relacionada com a temática do

empreendedorismo.

1.5 Contexto do ambiente de estágio:

O Estado Santa Catarina possui um importante parque industrial, com

concentração em diversos pólos industriais entre suas regiões nos mais diversos

setores da economia, assim podem-se destacar que na região sul do Estado

encontram-se as indústrias de cerâmica, carvão e descartáveis plásticos, no Oeste

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têm-se as indústrias alimentares e de móveis, já no Vale do Itajaí estão às

indústrias têxteis e de cristal, ao Norte aparecem as indústrias de metal mecânico e

mobiliário, na região Serrana têm-se a indústria madeireira e na Capital do Estado

encontra-se a região tecnológica (FIESC, 2008).

As exportações catarinenses contribuíram com 4,17% das exportações

brasileiras, colocando o Estado em 9º (nono) lugar no ranking nacional dos

exportadores, assim os produtos mais exportados em 2008 foram: a carne de

frango, fumo e motocompressores, sendo os Estados Unidos o país o maior

consumidor deste mercado. Em relação às importações, Santa Catarina vem

aumentando sua participação gradativamente nos últimos anos, sendo os produtos

mais importados pelo Estado o cobre, produtos plásticos, fios têxteis sintéticos e

trigo (FIESC, 2009).

No Estado de Santa Catarina são encontradas muitas indústrias, e algumas

delas com destaque mundial. No anexo A desta pesquisa, encontram-se as

empresas catarinenses que obtiveram destaque em relação ao seu volume de

vendas em 2008, segundo a publicação anual da Revista Exame Melhores e

Maiores. As empresas foram avaliadas de acordo com o sucesso que obtiveram na

condução de seus negócios e na disputa do mercado com seu concorrente. Desta

forma das quarenta (40) empresas identificadas, percebe-se que estão inseridas

em sua maior parte na região de Florianópolis, Blumenau, Joinville, Criciúma e

Chapecó, sendo estas as cidades mais populosas do Estado. Em relação ao setor

econômico, verificou-se que elas atuam em maior proporção no setor de bens de

consumo, energia, produção têxtil, siderurgia, Indústria da construção, varejo e

atacado, produção agropecuária, bens de capital e em outros setores menos

representativos.

Assim, analisou-se que estas empresas possuem alta influência na

economia do Estado, pois geram mais de 75 mil empregos diretos, e giram em

torno de US$ 31.741 bilhões em vendas anuais.

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1.6 Organização do trabalho: Vendas Classificação por receita

A primeira parte do trabalho apresenta a introdução, contextualização, o

tema da pesquisa, bem como a identificação dos objetivos a serem cumpridos,

além da justificativa e a apresentação do ambiente pesquisado.

O segundo capítulo apresenta o embasamento teórico desta pesquisa,

sendo dividido em cinco sub-capítulos que abordam os conceitos de

empreendedorismo, as características do empreendedor, o empreendedorismo no

Brasil, o intra-empreendedorismo e a inovação, como também o

empreendedorismo feminino.

O terceiro capítulo refere-se à metodologia utilizada para a coleta,

apresentação e caracterização da pesquisa, definindo o delineamento utilizado

desencadeadas no processo.

Assim, o quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa feita pela

acadêmica através de uma pesquisa exploratória e dados primários, bem como

análise dos dados e compreensões a respeito do tema pesquisado.

O quinto capítulo apresenta as considerações finais feitas acerca do estudo

realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram alcançados

no decorrer do trabalho, também as limitações e sugestões a trabalhos futuros.

Por fim são apresentadas as referências bibliográficas dos autores citados

no trabalho, bem como anexos e apêndices que auxiliaram na realização desta

pesquisa.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No presente capítulo será apresentado à fundamentação teórica que

orientam o desenvolvimento deste trabalho. Serão abordados conceitos teóricos

sobre: empreendedorismo, características empreendedoras, empreendedorismo no

Brasil, intra-empreendedorismo, inovação e o empreendedorismo feminino.

2.1. Empreendedorismo

2.1.1. Conceito

A origem da palavra empreendedorismo veio do verbo francês entrepreneur

que significa “incentivo a briga”, “aquele que está entre ou intermediário”. Quem

deu a projeção ao tema empreendedorismo foi Schumpeter, que associou “o

empreendedor ao conceito de inovação e apontando-o como o elemento que

dispara e explica o desenvolvimento econômico” (DOLABELA, 2003, p.48).

O ato de empreender tem sinais desde a antiga civilização, com a

descoberta do fogo, a invenção da roda, o sistema de irrigação de plantas que os

antigos egípcios desenvolveram com as águas do Nilo, como também o

aventureiro e corajoso descobridor Cristóvão Colombo. A figura do empreendedor

está associada “ao navegador solitário ou ao desbravador de floresta, figuras que

se valem dos próprios recursos, talentos e contatos para atingir determinado

objetivo” (ANGELO, 2003, p. 23).

Para Dornelas (2001), o primeiro uso do termo empreendedorismo foi

referenciado a Marco Pólo, que através de uma negociação com um capitalista, fez

um contrato e tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente com o

propósito de vender as mercadorias negociadas . Na antiguidade havia uma

definição de que o capitalista assumia riscos de forma passiva e o empreendedor

era o aventureiro que assumia papel ativo, correndo todos os riscos físicos e

emocionais.

A definição do empreendedorismo é estudada desde a idade média, e a

cada século seu significado evolui, à medida que a estrutura econômica mundial

mudava e tornava-se mais complexa. Na idade média, o termo empreendedor foi

utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção, ou seja,

não assumia riscos, só administrava o projeto usando recursos, em sua maioria, do

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governo. Já no século XVII iniciou a relação entre assumir riscos e

empreendedorismo. No século XVIII houve a diferenciação entre o capitalista e o

empreendedor, neste século surgiu muitas invenções em relação às mudanças no

mundo, por exemplo citam-se as pesquisas de Thomas Edison, que tiveram

auxílios de investidores que financiaram os experimentos (HISRICH; PETERS,

2002).

No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram

confundidos com os gerentes ou administradores, “pois são aqueles que organizam

a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e controlam as ações

desenvolvidas na organização” (DORNELAS, 2001, p.28).

Neste último século, o economista francês Jean-Baptiste (apud ANGELO,

2003), estabelece que empreendedor é aquele que transfere recursos econômicos

de um setor econômico mais baixo, a fim de gerar mais produtividade e maior

rentabilidade, ou como sendo propulsor do desenvolvimento econômico, uma vez

que o empreendedorismo é inovador e permite ao sistema econômico progredir.

Segundo Schumpeter (apud, BRITTO; WEVER, 2003, p.18) “sem inovação,

não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de

capital e o capitalismo não se propulsiona”. Para Dolabela (2003), a definição da

palavra empreendedor é de emprego amplo, que designa as atividades de quem se

dedica à geração de riquezas, seja na transformação do conhecimento, em

produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em

outras áreas afins.

Empreendedorismo para Hisrich (apud HISRICH; PETERS, 2002 p.29):

É o processo de criar algo novo com valor dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação e independência econômica pessoal.

O empreendedorismo é uma prática que vem ganhando mais espaço na

economia nos dias de hoje, sua conseqüência está relacionada ao crescimento

econômico, principalmente por manifestar novas formas de inovação, novas

tecnologias, novos postos de trabalho, havendo uma melhora na sociedade e na

qualidade de vida da população (BRITTO; WEVER, 2003).

“As nações desenvolvidas têm dado especial atenção e apoio às iniciativas

empreendedoras, por saberem que são à base do crescimento econômico, da

geração de emprego e renda” (DORNELAS, 2003, p.07). Corrobora o autor,

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percebendo que há uma correlação entre empreendedorismo e crescimento

econômico, que é manifestado pelos novos e melhores serviços e produtos

oferecidos, que por conseqüência geram novos postos de trabalho e riqueza para a

economia. Esta correlação é evidenciada em países que possuem grandes

números de atividades empreendedoras que consequentemente são países

desenvolvidos, geradores de riqueza.

Existem dois tipos de força propulsora do empreendedorismo, os

empreendimentos de oportunidade e os de necessidade. Os de oportunidade são

quando o empreendedor inicia ou investe em um negócio a fim de aproveitar uma

oportunidade percebida no mercado. O de necessidade indica quando é a melhor

opção de trabalho disponível (DEGEN, 1989). O autor salienta ainda que a maioria

dos negócios inicia-se explorando uma oportunidade identificada no mercado, ou

explorando nichos de mercado.

Nichos de mercado para Weinstein (1995), nada mais é do que pequenos

segmentos que oferecem oportunidades de negócios incrementais e pode ser

definido como posicionamento em pequenos segmentos de mercado homogêneos

que têm sido ignorados ou negligenciados pelos outros. Nicho é um espaço do

mercado que não foi atingido por nenhuma outra empresa que tenha um processo

de segmentação definido; é uma oportunidade de mercado que pode ser

aproveitada e que uma empresa explora sem estar esbarrando em outros

segmentos já explorados.

A identificação da oportunidade não aparece de repente, mas resulta da

atenção de um empreendedor às possibilidades de negócio, ou na identificação de

oportunidades em potencial, na verdade estão em busca de uma necessidade e de

uma oportunidade para criar produto/serviço melhor, ou ficam procurando nichos

de mercado para um novo empreendimento. Ao identificar uma oportunidade é

necessário fazer um plano de avaliação da oportunidade, este plano deve se

concentrar na oportunidade e oferecer base para a tomada de decisão (HISRICH;

PETERS, 2002).

É importante que se saiba fazer a distinção entre uma idéia de uma

oportunidade, pois um empreendedor que não tenha estes dois conceitos bem

diferenciados é provável que tenha o fracasso no empreendimento. Identificar e

agarrar uma oportunidade é virtude do empreendedor de sucesso. “Atrás de uma

oportunidade sempre existe uma idéia, mas somente um estudo de viabilidade, que

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pode ser feito através de um plano de negócio, indicará seu potencial de

transformar-se em um bom negócio” (DOLABELA, 2006, p. 65).

Quanto ao plano de análise da oportunidade, salientam Hisrich e Peters

(2002 p. 55) que devem incluir os seguintes itens:

[...] uma descrição do produto ou serviço, avaliação da oportunidade, avaliação do empreendedor e da equipe, especificação de todas as atividades e recursos necessários para transformar a oportunidade em um empreendimento viável e a fonte de capital para financiar o empreendimento inicial bem como seu desenvolvimento.

A respeito das diferenças existentes entre idéia e oportunidade, salienta

Dolabela (2006) que, as fontes de déias podem ser exploradas através de negócios

já existentes, como as franquias e patentes, pesquisas feitas em revistas,

universidades, feiras e exposições, experiência em empregos anteriores, na

observação do que se passa em volta, transformando um problema em uma

oportunidade, melhorando algo existente, dentre muitos outros exemplos. Já a

oportunidade, corrobora o autor salientando que ela pode se ajustar ao

empreendedor, ou seja, o que pode ser oportunidade para uma pessoa não será

para a outra, por questões de perfil, conhecimento, habilidades, motivação dentre

outros. Um empreendedor habilidoso enxerga a oportunidade onde ninguém mais a

vê.

2.1.2. Características do Empreendedor

Qual é o perfil do empreendedor de sucesso é uma pergunta

constantemente feita pelos pesquisadores, pois se preocupam em identificar quais

são as atitudes, as personalidades, os comportamentos, ou a diferenciação destes

empreendedores. Este questionamento é importante uma vez que contribuem para

alcançar o êxito nos negócios, também a apreender a agir, adotando

comportamentos e atitudes adequadas (DOLABELA, 2006). Corrobora ainda o

autor que, não se pode generalizar, não há confirmações de que uma pessoa

dotada de tal tipo de comportamento vá atingir o sucesso como empreendedor, o

que se pode dizer é que, se determinada pessoa apresenta as características e

aptidões mais comumente encontradas nos empreendedores, mais chances terá

de ser bem-sucedido.

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O que difere um empreendedor bem sucedido, são suas características e

aptidões ditas como “personalidade empreendedora”, que são o perfil característico

mais comumente encontrado nos empreendedores de sucesso, além de terem uma

correta modelagem do negócio e um planejamento bem elaborado (BERNADI,

2003).

Estudos realizados pelos pesquisadores Timmons e Hornaday (apud

DOLABELA, 2006), Britto e Wever (2003), Hisrich e Peters (2002) e Bernardi

(2003) para se ter êxito como empreendedor é necessário que se tenham as

seguintes características conforme quadro 1.

Quadro1: Características dos Empreendedores de Sucesso Fonte: adaptado de Timmons e Hornaday (apud DOLABELA, 2006), Britto e Wever (2003), Hisrich e Peters (2002) e Bernardi (2003).

Timmons (1994) e Hornaday (1982)

Bernardi (2003) Hisrich e Peters (2002)

Britto e Wever (2003)

Ter um “modelo”, uma pessoa que influencie;

Senso de oportunidade;

Independência, oportunidade de criar e dinheiro, são seus principais motivadores;

Criatividade e inovação: identificar oportunidades onde ninguém mais as vê;

Ter iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização;

Agressividade e energia para realizar;

Tem envolvimento direto com a atividade;

Direcionar esforços num único objetivo;

Gosta de assumir riscos moderados, é inovador e criativo;

Dominância; Não ter preocupação com símbolos de status;

Força de vontade e fé; paixão para alcançar o sucesso;

Aprende com os resultados negativos, com os próprios erros;

Autoconfiança; Assumir riscos moderados;

Correr risco: quebrar regras;

Ter grande energia, trabalhar incansavelmente, dedicar-se intensamente ao trabalho;

Habilidade de relacionamento;

Sabe lidar com erros e falhas;

Foco na geração do valor; fazer as coisas da maneira mais rápida e mais barata.

Saber fixar metas e alcançá-las, lutando contra padrões impostos;

Habilidade de equilibrar “sonho” e realização;

Segue o sonho com decisão;

Não ter preocupação com símbolos de status;

Ter perseverança e tenacidade;

Independência; Servi a si e aos clientes;

Detecta oportunidades de negócio no ambiente onde vive;

Flexibilidade e resistência a frustrações;

Transações e acordos como relacionamento básico com os outros.

È líder: Cria um sistema próprio de relações com empregados;

Persistência;

Utiliza as informações para seu aprimoramento;

Liderança carismática;

Ser Comprometido; Propensão ao risco; Está orientado para resultados;

Criatividade;

Tece “rede de relações” Dinamismo; Traduz seus pensamentos em ações;

Otimismo.

Ter forte intuição.

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Além das características apresentadas, salientam Hisrich e Peters (2002),

que existem outros fatores que diferenciam um empreendedor da população em

geral, são fatores associados ao ambiente familiar na infância (ser filho de pais

empreendedores, ou históricos na família), a educação (nível educacional), os

valores pessoais (crença, atitude e ética), a idade (idade cronológica, os

empreendedores iniciam sua carreira entre 22 e 45 anos) e o histórico profissional

(sendo fator negativo ou positivo na hora de abrir um negócio, pois influência no

desenvolvimento).

Corrobora Dolabela (2006, p. 28) afirmando que “o empreendedor é um ser

social, produto do meio em que vive (época e lugar), [...] é um fenômeno regional,

ou seja, existem cidades, regiões, países mais – ou menos – empreendedores que

os outros”. As definições de empreendedorismo sempre estão associadas a

comportamentos comuns, que incluem a tomada de iniciativa, organização e

reorganização de mecanismos sociais e econômicos, assumirem riscos ou aceitar

o fracasso, como também a associação à criatividade, inovação, oportunidade,

dedicação, esforço e independência. Deste modo é que empreendedores são

encontrados em todas as profissões, e não somente nas pessoas que abrem seu

próprio negócio (BERNARDI, 2003).

O comportamento de um empreendedor , independentemente de sua área

de atuação, enfatiza quatro aspectos básicos segundo os autores Hisrich e Peters,

(2002), primeiro, envolvimento do processo de criação – criar algo novo e de valor ;

segundo, dedicação do tempo e esforços necessários; terceiro, assumir riscos

necessários – em torno de riscos psicológicos, sociais e financeiros; quarto e

último, é a independência seguida da satisfação pessoal, o que resulta sua

recompensa por todo seu esforço.

Elucida Dolabela (2006, p.37) que:

Um dos campos centrais da pesquisa na área do Empreendedorismo concentra-se no estudo do ser humano e dos comportamentos que podem conduzir ao sucesso. Por outro lado, o conjunto que compõe o instrumental necessário ao empreendedor de sucesso – o Know-how tecnológico e o domínio de ferramentas gerenciais – é visto como uma conseqüência do processo de aprendizado de alguém capaz de atitudes definidoras de novos contextos: o empreendedorismo.

Segundo Bernardi (2003), o empreendedorismo não é nato do

empreendedor, ele pode se traduzir em qualquer empreendimento, tendo ou não

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traço da personalidade empreendedora, deste modo, é possível que as pessoas

possam apreender a ser empreendedoras, como manifestado nos casos

apresentados conforme quadro 2:

O empreendedor nato: Desde cedo apresenta traços da personalidade empreendedora, por influência da família ou por motivos próprios.

O herdeiro: Pode ou não apresentar características empreendedoras. Caso possua, por vocação ou afinidade, dá continuidade ao empreendimento, caso contrário, não possuindo as características empreendedoras, pode se tornar um problema para a empresa.

O funcionário da empresa: Sente ao longo da carreira um descontentamento com a falta de incentivo reconhecimento entre suas contribuições, ou falta de interesse em suas idéias. Frustrado em suas necessidades de realização pessoal, parte para um negócio próprio.

Excelentes técnicos: Por ter característica empreendedora, decide iniciar um novo negócio por possuir know-how sobre algum serviço ou produto e experiência.

Vendedores: Por seu dinamismo, conhecimento e influência no mercado, abrem seu próprio negócio em indústria, comércio ou serviço.

Opção ao desemprego: Modalidade de empreendimento arriscada, surge por uma necessidade, podendo ter ou não chance de sucesso, dependendo de como a oportunidade é encarada.

Desenvolvimento paralelo: O funcionário, como alternativa futura, desenvolve um negócio oriundo ou não de experiências adquiridas, ou associando-se a outro ramo de atividade como sócio.

Quadro 2: Traços da personalidade Empreendedora. Fonte: adaptado de Bernardi (2003).

O sucesso do empreendimento dependerá de fatores externos e internos ao

negócio, relacionados com o perfil do empreendedor e na maneira de administrar

as adversidades do dia-dia. Mesmo que o empreendedorismo inato ainda exista, e

continua sendo referencia ao sucesso, ainda assim, o empreendedorismo pode ser

ensinado a outros que serão capacitados a formar empresas duradouras, que

ajudarão na formação de melhores empresários, melhores empresas e na maior

geração de riqueza ao país, (DORNELAS, 2001).

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2.1.3 Empreendedorismo no Brasil

O conceito de empreendedorismo tem sido muito difundido no Brasil nos

últimos anos, mais frequentemente empregado no final da década de 1990. Vários

são os fatores que a partir desta década houvesse um súbito interesse pelo termo

empreendedorismo neste país, uma vez que nos Estados Unidos, país onde o

capitalismo tem sua principal caracterização, o termo entrepreneurship é conhecido

e referenciado há muitos anos (DORNELAS, 2001).

Um dos fatores que o termo do empreendedorismo começou a ser explorado

no Brasil no final da década de 90 foi em virtude das constantes mudanças na

economia, com multiplicação, compactação e segmentação de negócios

(ÂNGELO, 2003). Corrobora Dornelas (2001), salientando que devido à

proliferação das pequenas empresas, faz com que o governo e entidades de classe

tentam torná-las duradouras, desta maneira diminuindo as altas taxas de

mortalidade desses empreendimentos. Motivo pelo qual às várias tentativas de

estabilização da economia e da imposição da globalização.

O termo entrepreneurship para Dolabela (2006, p. 29):

Designa uma área de grande abrangência e trata de outros temas, além da criação de empresas: geração do auto-emprego (trabalhador autônomo); empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); intra-empreendedorismo (o empregado empreendedor); políticas públicas (políticas governamentais para o setor).

Como salientado pelos autores anteriormente, o empreendedorismo é um

fenômeno global, onde muitas instituições públicas e privadas têm investido em

pesquisas e incentivos. Assim os autores Britto e Wever (2003, p.19) elucidam que

a riqueza gerada pelos empreendedores contribui para a melhoria da qualidade de

vida da população, além de acelerar o desenvolvimento econômico de um país. É

necessário que a política de um país desenvolva um clima apropriado para o

empreendedorismo, assim aumentando “ações que dêem acesso ao capital de

investimento, de baixo grau de intervenção e regulação do Estado, de padrões

sócio-culturais que demonstram uma postura favorável à atividade

empreendedora”.

Movidas pela globalização, as empresas brasileiras tiveram que remodelar

seus mecanismos de produção e gerenciamento, esta reengenharia incluiu uma

série de mudanças nas empresas, procurando alternativas para aumentar a

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competitividade, reduziram custos, como o aproveitamento mais racional de

matérias-primas, utilização seletiva de mão-de-obra, modernização da governança

corporativa, dentre outros, assim tornaram-se cada vez menores, mais

especializadas, mais eficientes e rápidas (ÂNGELO, 2003; DORNELAS, 2001).

Com esta mudança nas organizações, muitos trabalhadores perderam seus

empregos, havendo um grande número de desempregados, que por conseqüência,

estes funcionários começaram a criar novos negócios, muitas vezes, sem muito

conhecimento e experiência. Em contrapartida cresce significavelmente o número

de trabalhadores autônomos, trabalhando na informalidade, como também o

número de micro-empresas e empresas familiares (ÂNGELO, 2003; DORNELAS,

2001).

Segundo Dornelas (2001), essa conjunção de fatos fez com que o assunto

empreendedorismo no país fosse tema de discussão no meio acadêmico, como

também no meio político, como é o caso do programa Brasil Empreendedor do

Governo Federal, instituído em 1999, tendo como meta inicial a capacitação de

empreendedores brasileiros para elaborar planos de negócios, visando à captação

de recursos junto aos agentes financeiros do programa. Como também a criação

de entidades como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para exportação de Software).

O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário, foi

instituído em 1972, é uma entidade privada sem fins lucrativos, com o propósito de

trabalhar de forma estratégica, inovadora e pragmática, para fazer com que o

universo dos pequenos negócios no Brasil tenha as melhores condições possíveis

para uma evolução sustentável, contribuindo para o desenvolvimento do país como

um todo. Sua missão é promover a competitividade e o desenvolvimento

sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte (SEBRAE, 2008a).

A Softex foi criada em 1996, é uma organização não-governamental, cujo

objetivo é o de executar, promover, fomentar e apoiar atividades de inovação e

desenvolvimento científico e tecnológico de geração e transferência de tecnologia e

de maneira especial, o capital humano. Sua missão é ampliar a competitividade

das empresas brasileiras de software e serviços e sua participação nos mercados

nacional e internacional, promovendo o desenvolvimento do Brasil (SOFTEX,

2008).

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O tema empreendedorismo começou a se despertar na sociedade brasileira,

com a criação destes programas, principalmente pela Softex junto a incubadoras

de empresas, universidades e cursos como o de informática e de ciências da

computação (DORNELAS, 2001).

Mesmo com estes incentivos ao empreendedorismo no Brasil , o número de

atividades empreendedoras por necessidade é muito alto em relação aos outros

países, segundo o relatório GEM (apud SEBRAE, 2008b), que tem o intuito de

avaliar o empreendedorismo no mundo a partir de indicadores confrontados pelas

pesquisas realizadas Babson College (EUA), e London School of Business. Os

dados apontam que no Brasil apenas 56,84% das atividades empreendedoras são

por oportunidade, uma das causas apontadas para este alto índice, é o fato da

enorme desigualdade social, como também as transações da economia mundial,

que após um choque abrupto em 2001, cresceu acentuadamente a atividade

econômica por necessidade em proporção à atividade econômica por

oportunidade.

Sendo assim, grande parte dos brasileiros busca no empreendedorismo uma

forma de suprir necessidades básicas de renda, para ter condições de

subsistência, mantendo a si e à sua família. Os negócios destes empreendedores

na grande maioria, são informais, não há planejamento, nem visão de futuro,

focados somente no momento, pois não tem como foco a identificação de

oportunidade e de nichos de mercado, não existindo o comprometimento com o

crescimento e desenvolvimento econômico (DORNELAS, 2003). O autor ainda

ressalta que quanto mais atividades empreendedoras por oportunidade existirem

num país, maior será o seu desenvolvimento econômico, permitindo assim, a

criação de mecanismos que estimulem as iniciativas empreendedoras e na busca

de inovação.

O relatório GEM (apud SEBRAE, 2008b), também apontou que no Brasil o

número de atividades empreendedoras iniciais é muito grande, ou seja, está em 9º

lugar entre os 42 países pesquisados. Nos últimos sete anos o Brasil vem

crescendo acima da média mundial na taxa de empreendedores em estágio inicial

(TEA), com média de 87,61% mais empreendedora do que o grupo dos países

participantes, conforme tabela 3. A atividade empreendedora de um país está

intrinsecamente relacionada às características institucionais e demográficas, à

cultura empreendedora e ao grau de bem-estar econômico.

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Tabela 1: Empreendedores Iniciais (TEA) por países - 2007

Fonte: GEM, 2007, p.30 (apud SEBRAE, 2008 b)

Conforme o relatório GEM (apud SEBRAE, 2008b), a maioria dos

empreendimentos no Brasil inicia-se a partir de recursos próprios, ou seja, o

autofinanciamento, com apoio significativo de parentes, vizinhos e amigos, e o

montante utilizado para a abertura de seu negócio é muito baixo, 55% apontam

que foi utilizado um valor inferior a R$ 2.000,00.

Outros pontos apresentados no relatório constituem-se, primeiramente no

trabalhador assalariado formal vem gradativamente assumindo papel de

trabalhador empreendedor, assumindo tarefas e riscos típicos do empreendedor;

segundo que na maioria das micro-empresas brasileiras estão na informalidade

devido ao elevado preço dos encargos sociais e fiscais e o longo tempo necessário

para a legalização. Uma tendência ressaltada também pelo relatório, é o trabalho

da dona de casa com filhos que busca na informalidade compatibilizar o trabalho

doméstico com atividades que complementem a renda familiar e por fim o jovem

que vem assumindo no mercado o perfil do intra-empreendedor, como também

empreendedor em uma microempresa, como terceirizado ou mesmo

desenvolvendo uma atividade empreendedora como autônomo (GEM, 2007 apud

SEBRAE, 2008 b).

Outras informações pertinentes ao estudo do empreendedorismo no Brasil,

são referentes às taxas de mortalidade das empresas brasileiras, em 2004 um

estudo feito pelo Sebrae apontou que 49,4% das empresas encerram suas

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atividades com até 2 anos de existência e chega até 59,9% as que não sobrevivem

até os 4 anos de existência. Os fatores principais apontados nesta pesquisa para

as altas taxas estão relacionados à falta de capital de giro (descontrole de fluxo de

caixa), problemas financeiros (situação de alto endividamento), falta de

conhecimento gerencial e falhas no planejamento inicial (ponto inadequado)

(SEBRAE, 2004).

O Brasil precisa mudar em alguns aspectos para reverter este quadro

apresentado, corrobora Dornelas (2003), salientando a necessidade do

estabelecimento de prioridade quer seja, no âmbito do governo local, regional e

nacional, através da promoção de ações que permitam a identificação de novas

oportunidades, buscando a inovação e implementação de projetos

empreendedores. Por outro lado, é importante também que as empresas se auto-

analisem, busquem melhorias, modificando as maneira de gerir seus negócios,

revendo velhos conceitos e regras que não são mais aplicáveis atualmente,

repensar em conceitos arcaicos de gestão e olhar os funcionários como parceiros

na superação dos desafios, desta maneira as empresas tem maiores condições de

crescimento e competitividade.

2. 2. Intra-empreendedorismo e a Inovação

O mundo tem passado por diversas transformações, onde se tem criado

muitas invenções que mudaram o estilo de vida das pessoas, muitas vezes estas

invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de como

utilizar coisas já existentes.

Para Dornelas (2001, p. 19):

Por trás dessas inovações, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais, que são visionárias, que questionam, que arriscam, que querem algo diferente, que fazem acontecer, que empreende. Os empreendedores são pessoas diferentes, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem deixar um legado.

A inovação salienta ainda Dornelas (2003), é um tema que vem sendo

discutido dentro das organizações há muitos anos, seu significado está vinculado à

mudança, criatividade e transformação, fatores que fazem o diferencial dentro de

uma organização, pois a inovação é o processo de criação de um novo produto ou

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serviço, com também na mudança dos processos e na transformação do ambiente

onde se está inserido.

Saliente Ângelo (2003,p.121) que “a criatividade está se constituindo na

maior vantagem competitiva no mercado de trabalho [...] criar é uma obrigação de

quem pretende crescer na carreira ou fazer prosperar um novo negócio”. Assim,

Pinchot (2004, p. 19-20), corrobora elucidando que “a inovação rápida e econômica

é o principal tipo de vantagem competitiva permanente no século XXI, outros tipos

de vantagem competitiva são apenas temporários”. Toda inovação, pequena ou

grande, promove certa dose de coragem, visão e o anseio de se comprometer e

fazer acontecer, assim os intra-empreendedores possuem persistência desmedida

e imaginação sendo estas essências para o sucesso de qualquer idéia nova.

A inovação para Drucker (1986, p.25):

É o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente. [...] Os empreendedores precisam buscar, com propósito deliberado, as fontes de inovação, as mudanças e seus sintomas que indicam oportunidade para que uma inovação tenha êxito.

Empreendedores são aqueles que buscam a prática de inovação, não ficam

esperando uma solução ou uma idéia pronta, eles têm iniciativas e tomam ações

proativas com a finalidade de obterem inovações de forma sistemática. Por serem

visionários e não se contentarem com a mesmice procuram motivações em ações

inovadoras. Ou seja, a busca pela inovação é prática comum aos empreendedores,

tanto naqueles que abrem seu próprio negócio, ou nos empreendedores

corporativos (que estão trabalhando em organizações) (DORNELAS, 2003).

Para Pinchot (2004), a inovação depende de boa execução no

processamento de cinco funções-chave, quais sejam: formadores de ambiente

(pessoas designadas a criar um ambiente favorável à inovação), Intra-

empreendedores, patrocinadores, equipe intra-empreendedora e pessoas com

idéias.

O intra-empreendedorismo é dito como um novo tema dentro das

organizações, o termo foi cunhado pelo consultor em administração Gifford Pinchot

III na década de 1980. A definição do termo intrapreneur é mencionada a pessoa

que, “dentro de uma grande organização, assume responsabilidade direta de

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transformar idéia ou projeto em produto lucrativo. Para isso, esse indivíduo

introduzirá inovações e assumirá riscos” (ÂNGELO, 2003, p.26).

Contribuindo com a temática Pinchot (2004,p. 19) corrobora dizendo que:

Intra-empreendedorismo na pratica apresenta uma forma melhor de fazer acontecer dentro das empresas estabelecidas.Inovação é mais do que criatividade.Trata-se de criar e divulgar a utilização de um novo produto, serviço, processo ou sistema, desde a concepção de uma idéia até a sua implementação e exploração bem-sucedidas.Ter boas idéias não é o ponto mais difícil no processo de inovação.O verdadeiro desafio é transformar essas idéias em realidades rentáveis, tarefa que exige que empregados se comportem como empreendedores.

Dornelas (2003), define que empreendedorismo corporativo, ou intra-

empreendedorismo, não se trata de algo novo ou adaptado, trata-se da ampliação

do significado de empreendedorismo e sua aplicação em outras áreas, sem perda

conceitual, assim, o empreendedorismo corporativo, define-se como sendo a

identificação, o desenvolvimento, a captura e implementação de novas

oportunidades de negócios.

As corporações necessitam de intra-empreendedores, pessoas inovadoras,

competentes, entusiasmadas, além de serem flexíveis, racionais e persistentes,

que sabem utilizar os recursos e influenciar pessoas. “Os intra-empreendedores

nascem naturalmente dentro das organizações, estas pessoas possuem uma

verdadeira paixão por transformar idéias em realidade comerciais” (PINCHOT,

2004, p.20).

Os intra-empreendedores têm o papel de modificar contextos internos e

externos à empresa, assim Ângelo (2003, p. 28) define que:

No ambiente externo, será responsável por procurar novos parceiros e investigar novas tecnologias e oportunidades de negócios. No ambiente interno, terá como atribuições mobilizar pessoas, aproveitar inteligentemente recursos materiais e financeiros, potencializar e adaptar os mecanismos produtivos já existentes, modificar hábitos e regularmente prestar contas de suas iniciativas.

Geralmente os intra-empreendedores trabalham com equipes intra-

empreendedoras, ou seja, todos os integrantes são multifuncionais e

multidisciplinares, desde que todos concordem com a idéia e trabalhem

consecutivamente para descobrir novas formas de torná-la real. Para que uma

equipe intra-empreendedora sobreviva por mais tempo, o autor saliente que é

necessário à existência de um patrocinador, ou seja, uma pessoa com certa

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influência que oriente, proteja e dedique recursos à equipe (PINCHOT,2004).

Corrobora com a temática o autor salientando que o patrocinador tem a função de:

criar uma visão convincente que atraia e destaque esforços de inovação; apostar

nas pessoas e não apenas em idéias ou planos; dedicar o tempo necessário para

orientar a equipe; antecipar obstáculos políticos e bloquear intrusos; fornecer

recursos ou usar de persuasão para obter recursos e permissões de outros

Para uma empresa se tornar empreendedora é preciso requer de três

diretrizes e práticas em áreas definidas por Drucker (1985, p. 210), primeiramente:

A organização deve ser receptiva à inovação e predisposta a ver a mudança como uma oportunidade e não como ameaça (...) tornar um clima empreendedor. Segundo: apreciação do desempenho (...) inovador, bem como um aprendizado integrado para melhorias no desempenho e por fim, a administração empreendedora requer práticas específicas pertinentes à estrutura organizacional, ao fornecimento de pessoal e gerência, e à remuneração, incentivos e recompensas.

Dornelas (2003) define que, o grau de empreendedorismo numa

organização pode ser medido, se levar em consideração três dimensões-chave,

são elas: inovação (como visto anteriormente) é um conceito diretamente ligado

ao empreendedorismo, o grau de inovação a ser buscado depende dos objetivos e

valores organizacionais; A propensão em assumir riscos, é importante que as

organizações aceitem certas falhas e tenham políticas de recompensas,

incentivando as pessoas a buscarem algo novo e por fim a proatividade , que está

ligada a uma orientação para a ação, iniciativa, implementação e assumir

responsabilidades, ou ainda em influenciar o ambiente e as pessoas.

Organizações intra-empreendedoras possuem características próprias,

como define Ângelo (2003, p. 94):

Hierarquia reduzida; Acesso pleno a informação; Equipes multifuncionais com competências que fogem à divisão convencional de departamentos; Fundos para pesquisas, desenvolvimento e criação; Processo de difusão permanente do conhecimento; Política interna capaz de evidenciar o interesse pela inovação; Premiação aos inovadores, não só por resultados, mas também por esforço e empenho; Relação de intimidade com clientes e consumidores finais; Promoções que potencializem e nunca que paralisem. Ações que permitem os funcionários atuarem com mais autonomia, nas áreas quais mantém maior interesse.

O processo de estabelecimento do intra-empreendedorismo dentro de uma

organização de acordo com Hisrich e Peters (2002), exige primeiramente o

comprometimento da alta administração, para assim haver as mudanças culturais

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38

necessárias. Após a cultura intra-empreendedora estar fixada na empresa, deve-se

escolher os líderes intra-empreendedores, desenvolvendo assim programas de

treinamentos específicos, orientações gerais para novos negócios e um forte

sistema de apoio organizacional, por meios de sistemas de incentivo e

compensações e finalmente, expandir os negócios bem-sucedidos e eliminar os

que fracassaram.

O empreendedorismo para Dornelas (2003), deve ser implementado dentro

das organizações de forma integrada e não apenas como uma ação isolada. Deve

influenciar a maneira de gerir a organização, e influenciar na visão, na missão, nas

estratégias, objetivos e estrutura, fazendo parte da cultural organizacional, pois a

orientação empreendedora tem impacto direto e positivo no desempenho

organizacional.

2.3. Empreendedorismo Feminino

É notável a participação feminina na nova economia contemporânea, ou

seja, a cada vez mais mulheres assumindo cargos de liderança nas organizações,

como também as que abrem seu próprio negócio. Dados do relatório GEM (apud

SEBRAE, 2008 b), apontam que a iniciativa empreendedora feminina vem

crescendo significavelmente nos últimos anos, como também seu endosso no

mercado de trabalho. O Brasil está na sétima posição do ranking mundial de

mulheres empreendedoras, com cerca de 8 milhões de donas do próprio negócio.

Estima-se que mais de 8 milhões de mulheres americanas são proprietárias

de empresa, e “essas empresas faturam em torno de $2,3 trilhões em vendas

anuais e empregam mais de 18 milhões de pessoas” (PETERS, 1998, p. 404). As

mulheres também, impulsionam com mais intensidade a economia, pelo fato de

serem mais consumistas, ou seja, tem maior porcentagem na decisão de compra

de produtos. Homens e mulheres não compram pelas mesmas razões, elas estão

interessadas em criar um relacionamento enquanto os homens simplesmente

querem fazer a transação Clicking (apud, PETERS 1998, p. 405).

Ainda que as características empreendedoras sejam as mesmas tanto para

ambos os sexos, existem algumas que são mais evidenciadas nas mulheres, como

por exemplo: motivação, habilidades empresariais e históricos profissionais. Nesta

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perspectiva é que se deve fazer um comparativo entre os estilos de empreender

dos homens e das mulheres (HISRICH; PETERS, 2002).

Também no aspecto gerencial há muitas diferenças, homens costumam ser

menos tolerantes e flexíveis, porem são mais confiantes do que as mulheres,

entretanto as mulheres se sobressaem em questões como o relacionamento,

planejamento, fixação de metas e execução de planos (HISRICH; PETERS, 2002 ;

PETERS, 1998).

As características que diferem os homens das mulheres

empreendedores podem ser observadas no quadro 03.

Quadro 3. Comparação entre empreendedores e empreendedoras Fonte: adaptado de Hisrich e Peters (2002).

O que se pode dizer é que as mulheres não são nem melhores e nem piores

que os homens, são apenas diferentes na maneira de administrar, como por

Característica Empreendedores Empreendedoras

Motivação

Realização – lutam para fazer as coisas

acontecerem – auto-imagem relacionada ao

status. Satisfação no trabalho = estar no

comando

Realização – conquista de uma meta –

Independência – fazer as coisas sozinhas

Ponto de Partida

Insatisfação com o atual emprego, dispensa

ou demissão, oportunidade de aquisição

Frustração no emprego, interesse e

reconhecimento de oportunidade, mudança

na situação pessoal

Fontes de Fundos

Bens e economias pessoais, financiamento

bancário, empréstimo de amigos e familiares

Bens e economias pessoais, empréstimos

pessoais

Histórico Profissional

Experiência na área de trabalho

Especialista reconhecido ou alto nível de

realização na área

Competente em várias funções empresariais

Experiência na área de negócio

Experiência em área intermediária ou

administração

Histórico ocupacional relacionada com o

trabalho

Histórico

Idade iniciante no negócio: 25-35

Educação superior – administração ou

técnica

Idade iniciante no negócio: 35-45

Educação superior – artes liberais

Grupos de Apoio

Amigos, profissionais conhecidos

(advogados e contadores), associados ao

negócio e cônjuge

Amigos íntimos, cônjuge, família, grupos

profissionais femininos e associações

comerciais

Tipo de Negócio

Indústria e construção Relacionados à prestação de serviços,

consultoria ou relações públicas

Características de

Personalidade

Dá opiniões é persuasivo

Orientado para metas

Inovador e idealista

Alto nível de confiança

Ser seu próprio patrão

Flexível e tolerante

Orientada para metas

Criativa e realista

Nível médio de autoconfiança

Habilidade para lidar com o ambiente social

e econômico

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exemplo, elas têm mais facilidades em compor equipes, são muito mais

persistentes, cuidam dos detalhes além de valorizarem o cooperativismo e

consegue encarar o negócio mais como um desafio do que como um fardo, Garcia

(apud, SIMÕES, 2009).

Nesta perspectiva, Peters (2004) corrobora dizendo que, as mulheres sabem

improvisar muito mais que os homens, são mais auto-determinadas, confiam mais

nas pessoas, são muito intuitivas e respeitam esta intuição na tomada de decisão,

elas concentram-se mais no empowerment, além de se relacionarem com mais

facilidade. Empowerment caracterizasse pela descentralização de poderes pelos

vários níveis hierárquicos da empresa, o que se traduz em incentivos para a

tomada de iniciativas em benefícios da empresa como um todo (WIKIPÉDIA, 2008).

Intuição é um conceito complexo, e pode ser definido como a “capacidade

que uma pessoa tem, sem explicação lógica, de encontrar respostas para algum

problema, tomar decisão ou antecipar algum fato”. Muitas vezes ela serve de

suporte para a criatividade, pois faz a pessoa ter coragem e persistir (ÂNGELO,

2003,p. 133).

Outros fatores que destacam o perfil feminino para os negócios é o seu estilo

de liderança, que de acordo com Rechia (2007, p. 38):

Inclui características como a comunicação assertiva para expor as estratégias e metas para a equipe de trabalho, o gosto por envolver as pessoas em torno do que elas acreditam, e o poder de convencimento e persuasão que facilita a negociação com parceiros estratégicos.

Em 2006 havia 42,6 milhões de mulheres no mercado de trabalho, e a cada

ano este índice aumenta. Também é significativa a iniciativa empreendedora

feminina, que no ano de 2007 elas representaram 52% dos empreendedores

brasileiros. A mulher agora passa a desempenhar atividades empreendedoras,

assumindo a complementação da renda familiar, ou até mesmo, assumindo a

função principal na família, utilizando de suas habilidades no mercado e

compatibilizando o trabalho do lar GEM (apud SEBRAE, 2008 b).

Assim, segundo as sínteses dos indicadores sociais do IBGE (2008 b, p.

231):

As mulheres têm apresentado nos últimos anos várias mudanças no seu comportamento social. A redução da fecundidade, a crescente participação no mercado de trabalho, a contribuição no rendimento familiar e a elevação da escolaridade são aspectos

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considerados fundamentais para dimensionar seu papel na sociedade brasileira.

Um dos fatores que se deve a esta maior participação da mulher no mercado

de trabalho, é ao seu maior nível de escolaridade em relação aos homens e

também as mudanças na estrutura familiar, pois 52,9% das famílias têm a mulher

como à pessoa de referência. Segundo dados do IBGE (2008 b), as mulheres

brasileiras apresentam em média, um ano a mais de estudo em relação aos

homens, e em relação ao nível superior, atualmente no conjunto de estudantes

deste nível elas representam 57,1%.

Um fator importante a ser analisado, segundo os estudos de Giuliese (2004),

é que as mulheres ainda assumem os cargos administrativos, como destinados à

prestação de serviços, em áreas de recursos humanos, marketing, administração e

finanças. Corrobora Langowitz (2004, p. 65), que as mulheres geralmente possuem

cargos de apoio nas organizações, e raramente os de gestão ou de

responsabilidade direta sobre os resultados. Um dos fatos para tal disparidade, é o

ambiente corporativo que a cada dia está mais difícil, “então as mulheres preferem

limitar suas aspirações em função disto, ou partem para lançar seus próprios

empreendimentos”.

Na pesquisa recentemente feita pelo relatório GEM (apud SEBRAE, 2008 b)

as mulheres ainda possuem os menores salários, ou seja, ocupam a maior parte

nos postos de trabalho com até um salário mínimo, representando 51,80%. A

participação do homem vai aumentando à medida que aumenta a classe de

rendimento. Desta forma os homens ainda possuem os melhores salários, isto se

torna nítido com a porcentagem de 77,4% deles que recebem até vinte salários

mínimos.

Mas o que algumas pesquisas apontaram é que mitos como, que a mulher

tem de abrir mão da família e da maternidade para se ter sucesso profissional, são

falsos. Estudos feitos pela Caliper Brasil (apud Rechia, 2007), numa pesquisa com

sessenta e seis (66) mulheres que ocupam cargos de presidência, vice-presidência

e diretoria nas organizações do país, identificaram que 65% das entrevistadas são

casadas, e maioria se sai bem na conciliação das tarefas domésticas e

profissionais. Entretanto 100% delas apontam que as organizações deveriam

adotar políticas mais flexíveis na jornada de trabalho, para que possam cumprir o

papel de mãe em situações alheias. Entretanto, vale ressaltar que há uma

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diminuição nos números de filhos por mulher, segundo dados do IBGE (2008 b), em

1997, 25,8 % das mulheres tinham somente um filho, já em 2007 essa proporção

passa para 30,7%.

Em relação às dificuldades encontradas no empreendedorismo feminino, são

geralmente relacionadas às questões familiares (pais, maridos e filhos), pois elas

carregam com si um peso adicional, além da administração da empresa, também

há preocupação vinculada à constituição da família (LANGOWITZ, 2004). Outros

fatores como a falta de apoio familiar, falta incentivos financeiros (empréstimos

bancários) e também falta e confiabilidade por parte dos clientes, fornecedores,

dentre outros, são as queixas para Machado (apud, ANDREOLI; BORGES, 2004).

Toda via, estas estatísticas devem se alterar ao longo dos anos, pois

segundo Peters (2004), as regras do novo mundo dos negócios necessitam cada

vez mais de pessoas talentosas e criativas, principalmente de pessoas que tenham

habilidades com relacionamento, cooperação, comunicação, saibam fazer tarefas

múltiplas, sejam sutis, saibam partilhar informações e tenham foco no

empowerment, características estas, encontradas naturalmente nas mulheres, uma

vez que estes adjetivos são intrínsecos as elas, devido sua educação e criação.

Outro atributo feminino bastante destacado, é sua multi-funcionalidade, sua

capacidade de realizar múltiplas tarefas e funções, cuidando de vários assuntos ao

mesmo tempo, e a habilidade em desempenhar diferentes papéis na organização.

A capacidade de improvisar também é destacada, sua habilidade em quebrar

velhos paradigmas Wever (apud ANDREOLI; BORGES, 2004).

As mulheres estão assumindo mais postos de trabalho que os homens,

possuem mais ações empreendedoras, e possuem maior nível de escolaridade,

fatores estes que contribuem para o sucesso feminino. Agora é necessário que as

empresas elevem as mulheres aos grandes cargos, onde elas possam agregar

valor aos resultados financeiros das organizações (PETERS, 2004).

O empreendedorismo é uma alternativa valiosa para promover a ascensão

da mulher no ambiente empresarial, pois quebram paradigmas, uma vez que este

segmento era predominantemente masculino. Assim as mulheres conseguem

enfrentar dificuldades tanto empresariais como sociais por possuírem habilidades

únicas essenciais para o sucesso empresarial.

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3. METODOLOGIA DA PESQUISA

No presente capítulo será apresentado os procedimentos utilizados para a

realização desta pesquisa, que tem a finalidade de embasar o presente estudo e

orientar a metodologia utilizada, afim de apurar o problema de pesquisa.

3.1 Tipologia de pesquisa

Esta pesquisa caracterizou-se por seu objetivo exploratório, uma vez que

procura descobrir idéias, percepções, gerar hipóteses ou explicações prováveis

sobre o empreendedorismo feminino, identificar e analisar o perfil das mulheres

empreendedoras (CHURCHILL; PETER, 2005).

A pesquisa exploratória para Collis e Hussey (2005, p.24), “é realizada sobre

um problema ou questão de pesquisa quando há poucos ou nenhum estudo

anterior em que possamos buscar informações sobre a questão ou problema”.

Assim, foram encontradas poucas informações sobre o perfil empreendedor

feminino nas empresas do Estado de Santa Catarina, desta forma justifica-se a

importância de se fazer um estudo sobre o tema em questão.

Inicialmente, um levantamento bibliográfico teve a finalidade de colocar o

pesquisador em contato direto com discursos elaborados sobre determinado

assunto (MARCONI; LAKATOS, 2005), temas relacionados ao perfil

empreendedores, como os interligar as características femininas e foram feitas

análises que estimularam a compreensão dos fenômenos.

A abordagem da pesquisa constituiu-se em qualitativa e quantitativa, o

método quantitativo para Richardson (1999, p.70), “caracteriza-se pelo emprego da

quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no

tratamento delas por meio de técnicas estatísticas” Já o método qualitativo,

enfatiza as particularidades de um fenômeno em termos de seu significado para

um grupo pesquisado, ou seja, obtém questões relevantes para o estudo de caso

Goldenberg (1999). Assim ao analisar os aspectos do perfil empreendedor

feminino ao seu potencial criativo, utilizou-se de comparativos quantitativos e

qualitativos.

Quando há uma integração da pesquisa quantitativa e qualitativa, possibilita

o pesquisador, segundo Goldenberg (2000, p.62) “fazer um cruzamento de suas

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conclusões de modo a ter maior confiança que seus dados não são produto de um

procedimento especifico ou de alguma situação particular”.

A presente pesquisa foi desenvolvida nas seguintes etapas:

1. Identificou-se o perfil empreendedor das mulheres líderes/chefes nas

maiores empresas do Estado de Santa Catarina;

2. Analisou-se o potencial criativo das mulheres líderes/chefes nas maiores

empresas do Estado de Santa Catarina;

A coleta de dados deu-se através da identificação nas publicações, em

relatórios técnicos projetos, artigos científicos, livros. Para a identificação das

maiores empresas do Estado de Santa Catarina, foram realizadas um

levantamento no relatório anual da revista Exame Melhore e Maiores do ano de

2008 (anexo a). Posteriormente foram averiguadas quais das empresas possuíam

mulheres em cargos de liderança ou chefia e em seguida enviaram-se os

questionários estruturados (anexo a, b, c, d, e) elaborado por Dornellas (2003).

3. Avaliou-se o perfil empreendedor e a criatividade nas mulheres

empreendedoras.

Nesta fase fez-se à análise qualitativa e quantitativa da pesquisa realizada

com as gerentes das empresas identificadas, qual foi o perfil encontrado, bem

como as características para fazer os comparativos.

Os dados quantitativos foram tabulados através planilha eletrônica (EXCEL

2003) e detalhadas estatisticamente através de gráficos e tabelas e os dados

qualitativos foram descritivos.

3.2 Sujeito de estudo

A população alvo desta pesquisa foram mulheres que ocupam cargos de

chefia ou liderança nas melhores e maiores empresas do Estado de Santa

Catarina, onde se identificou o perfil empreendedor e o potencial criativo feminino.

Para selecionar as melhores e maiores empresas de Santa Catarina, fez-se uma

busca através da Revista Exame Melhores e Maiores (2008), as 1000 maiores por

volume de vendas do país, onde se encontrou um universo de quarenta (40)

empresas (anexo a), assim obteve-se contato quatorze (14) empresas

apresentando um total de setenta e duas (72) mulheres em cargos de chefia e/ou

liderança, porém constituiu-se em onze (11) as empresas participantes, sendo esta

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a população útil desta pesquisa. Da população útil encontrou-se um universo de

vinte (20) líderes e/ou chefes femininas que se constituíram nas respondentes,

conforme apresentado na tabela 2.

Tabela 2: Universo da pesquisa

Total de Empresas

= População

Alvo

Empresas População

Útil

Amostra %

Empresas 40 14 11

Mulheres Líderes 72 20 27,77%

Fonte: Dados primários

Entende-se por população útil representativa segundo, Rea e Parker (2002,

p. 138),

Uma definição operacional de uma representação da população em geral e na qual o pesquisador é razoavelmente capaz de identificar uma lista tão completa quanto possível de membros desta população. Esta lista é conhecida como característica da amostra e á a partir dela que a amostra é delineada. [...] o pesquisador precisa encontrar uma população identificável, da qual possa dizer que corresponde o suficiente à população para ser considerada substituta.

Desta forma compreendeu-se que amostragem desta pesquisa constituiu-se

em não-probabilística por julgamento, ou seja, não-probabilística por o pesquisador

não conhecer a probabilidade de determinado indivíduo vir a ser selecionado como

parte da amostra. Por julgamento, o pesquisador toma a decisão de seleção dos

entrevistados com base em suas experiências do fenômeno em estudo, e não

procura outros contatos que podem surgir durante o curso do estudo (REA;

PARKER , 2002 ; COLLIS, HUSSEY, 2005).

Depois de identificado à população desta pesquisa, buscou-se na internet o

endereço de contato, 0800 e e-mail corporativo das empresas, ao qual a

pesquisadora enviou um ofício convidando para participar da pesquisa, e

solicitando a identificação de responsável, ou a própria participante do sexo

feminino que ocupasse um cargo de liderança ou chefia (apêndice a). Este primeiro

contato ocorreu no mês de dezembro de 2008. De posse destas informações a

pesquisadora enviou por e-mail as participantes os questionários (anexo b, c, d, e).

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O retorno dos questionários ocorreu via e-mail no mês de janeiro, fevereiro e março

de 2009, porém a pesquisadora intensificou os contatos via telefone para que os

retornos se efetivassem.

Após a entrega dos questionários, analisaram-se as respostas, atribuindo-a

ao significado correspondente. Desta forma as mulheres foram classificadas de

acordo com seu desempenho no perfil empreendedor, e seu potencial criativo foi

definido de acordo com a personalidade criativa, estilo de resolução de problemas

e seu ambiente de trabalho.

Neste contexto, conforme apresentado, o universo pesquisado foi de

quatorze (14) empresas, num total de setenta e duas (72) mulheres, porém a

amostra constituiu-se em onze (11) empresas (78,57) num total de vinte (20)

empreendedoras respondentes (27,77%), conforme se pode observar na listagem

das empresas participantes na tabela 3

Tabela 3: Empresas Participantes

Empresa Participante

Setor de Atuação Qtd de Mulher Cargo Chefia ou Liderança

Questionários Devolvidos

Cecrisa Ind. da Construção 2 - Cereagro Produção Agrícola 1 1 Coopercarga Transportes 2 1 Eliane Ind. da Construção 12 5 Enercan Energia 1 1 GAM Atacado 4 1 Hering Têxteis 29 5 Karsten Têxteis 1 1 Pamplona Bens de Consumo 1 1 Sadia Bens de Consumo 4 - Schulz Bens de Capital 1 1 Teka Têxteis 4 1 Tuper Siderurgia e Metalurgia 7 - Tupy Siderurgia e Metalurgia 3 2 Total 14 72 20

Fonte: Dados Primários

Desta forma compreendeu-se que as mulheres estão atuando em diversos

setores da economia, conseqüentemente verificou-se que no universo de setenta e

duas (72) mulheres, 48% estão no setor têxtil, 19% no setor da construção, 14% no

setor de siderurgia e metalurgia, 7% no setor de bens de consumo, 6% setor de

atacado, 3% setor de transportes e finalizando 1% para a produção agrícola, bens

de capital e de energia. Assim, pode ser representado pelo gráfico 01 a seguir:

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47

48%

19%

14%

7%

6% 3% 1%1%1%

Têxtil Construção Siderurgia e metalurgia

Bens de consumo Atacado Transporte

Produção agrícola Bens de Capital Energia

Gráfico 01: Representação feminina por setor de atuação Fonte: Dados primários

3.3 Instrumentos de pesquisa

Os instrumentos de pesquisa utilizados como ferramenta neste estudo foram

quatro questionários estruturados com perguntas fechadas. Os instrumentos foram

utilizados como meio de identificação do perfil empreendedor das mulheres líderes

ou chefes das empresas pesquisadas, bem como, a análise do potencial criativo,

de acordo com a personalidade criativa, o estilo de resolver problemas e o

ambiente de trabalho.

3.4 Análise e apresentação

Para facilitar a compreensão e disposição das informações, tabularam-se os

dados de forma que foi possível uma análise detalhada das informações obtidas.

Conforme o instrumento as questões escolhidas para serem tabuladas, foram as

relacionadas aos dados gerais (idade, escolaridade, estado civil, possui filhos,

cargo e tempo na função, utilizando-se de planilhas estatísticas (Excel)) (apêndice

b).

Os demais dados foram analisados através do somatório obtido a cada

resposta dada nos questionários. Sendo assim, o primeiro questionário (anexo b)

define o perfil empreendedor de acordo com o ambiente, atitude e Know-how, foi

tabulado da seguinte forma, de acordo com Dornelas (2003). Atribuir uma nota de 1

a 5 para cada uma das características de acordo com a personalidade da

respondente, sendo a nota 5 definido por excelente, 4 bom, 3 regular, 2 fraco e 1

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insuficiente, para posteriormente: somar as notas obtidas para todas as

características e analisar o resultado global com base nas explicações dadas

O segundo questionário (anexo c) aborda do potencial criativo que foi

subdividido em três temas (personalidade, estilo de resolver problemas e ambiente

de trabalho), no qual foram selecionados dentre as opções: sempre,

frequentemente, às vezes, raramente e nunca, qual é a freqüência que ocorre para

cada item. Desta forma, a tabulação foi realizada da seguinte forma, de acordo

com Dornellas (2003). Atribuir pontos a cada uma das respostas seguindo as

seguintes regras: Todas as questões ímpares foram pontuadas de acordo com:

Nunca, equivalente a 5 pontos, Raramente a 4 pontos , Às vezes a 3 pontos,

Frequentemente a 2 pontos e Sempre a1 ponto. Para as questões pares foram

pontuadas de forma inversa as questões ímpares, como por exemplo, Sempre

equivale a 5 pontos, Frequentemente a 4 pontos e assim sucessivamente.

Depois de identificada à pontuação, faz-se o somatório dos pontos para

cada uma das três sessões e finaliza-se com a soma final dos pontos totais das

sessões para descobrir o potencial criativo.

A análise dos dados coletados através da pesquisa serviu para um melhor

entendimento das informações. As técnicas selecionadas demonstraram

informações, no decorrer do trabalho, através de gráficos, proporcionando uma

visão global dos dados levantados.

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4. ANÁLISE DOS DADOS

Os resultados apresentados neste capítulo, têm por sua finalidade atingir os

objetivos propostos desta pesquisa, que se constitui em identificar o perfil

empreendedor feminino e avaliar o potencial criativo das mulheres detentoras de

cargos de liderança ou chefia nas melhores e maiores empresas do Estado de

Santa Catarina, conforme a Revista Exame (2008). Par alcançar tal objetivo foi

utilizado uma das ferramentas do empreendedorismo corporativo elaborado por

Dornellas (2003), que se constituem em quatro questionários estruturados, o

primeiro tratando do perfil empreendedor, e o segundo sobre o potencial criativo.

Desta forma foi possível comparar as principais características

empreendedoras das respondentes, definindo assim, um perfil empreendedor da

população pesquisada, como também analisar o potencial criativo das mesmas.

Após definido o perfil empreendedor e o potencial criativo, pôde-se fazer um

levantamento entre as características encontradas, verificando as semelhanças ou

disparidades entre as respondentes.

Assim, primeiramente foi elaborado um cabeçalho obtendo informações

gerais (apêndice b), onde foi possível identificar o perfil em comum entre as

respondentes. Posteriormente, aplicou-se o primeiro questionário sobre o perfil

empreendedor, conforme anexo b. Este questionário continha trinta (30) perguntas

fechadas, as quais as respondentes se auto-avaliaram de acordo com suas

características. Em seguida foi aplicado o segundo questionário sobre o potencial

criativo, conforme anexo c, onde as respondentes fizeram uma auto-análise

segundo seu comportamento criativo.

Para as análises dos dados dos questionários, foram utilizados gráficos

medidos em porcentagens, desta forma obteve-se uma melhor compreensão e

visualização dos dados coletados.

Após definido e encontrado os resultados, foi possível fazer os comparativos

entre as características das respondestes. Desta forma puderam-se fazer as

compreensões e conclusões necessárias, afim de definir o tema proposto neste

trabalho.

Assim, o presente capítulo apresentar-se-á o perfil (idade, sexo,

escolaridade, estado civil, quantidade de filhos, cargo e tempo na função),

buscando caracterizar a população pesquisada. Posteriormente, apresentar-se-á o

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50

7%

67%

23%

3%

de 25 a 30 anos de 31 a 40 anos de 41 a 50 anos maior de 50 anos

perfil empreendedor e o potencial criativo das mulheres líderes e/ou chefes nas

maiores empresas do Estado de Santa Catarina e por fim avaliar o perfil

empreendedor e a criatividade do público alvo.

4.1. Perfil das respondentes

Neste momento buscou-se identificar semelhanças e disparidades entre as

respondentes, tentando traçar o perfil em comum das mulheres detentoras de

cargos de liderança ou chefia. As análises foram realizadas, tendo por base

questões elaboradas no questionário.

Num primeiro momento identificou-se a faixa etária das respondentes,

conforme gráfico 02. Pode-se observar que a maioria delas, isto significa 67%

estão entre 31 a 40 anos, 23% se encontram entre os 41 a 50 anos, 7% entre os

25 a 30 anos e somente 3% tem idade superior a 50 anos.

Gráfico 02 : Faixa etária das respondentes Fonte: Dados Primários

Posteriormente identificou-se o estado civil das respondentes, desta forma

observa-se conforme gráfico 03, que a maioria é casada, correspondendo a 80%, e

consequentemente 20% são solteiras.

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51

40%

35%

25%

Sem filhos 1 Filho 2 Filhos

20%

80%

Solteira Casada

Gráfico 03: Estado civil das respondentes

Fonte: Dados Primários

Identificou-se também se as mulheres possuem filhos, conforme gráfico 04,

observa-se que 40% das respondentes não possuem filhos, 35% possuem 1 filho e

25% possuem 2 filhos.

Gráfico 04: Quantidade de filhos que as respondentes possuem Fonte: Dados Primários

Outro fator considerado quanto ao perfil das respondentes diz respeito ao

nível de escolaridade. De acordo com as respondentes, conforme Gráfico 05, 50%

são pós-graduadas, 45% possuem o ensino superior já e outros 5% possuem o

curso técnico.

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52

5%

45%50%

Curso Técnico Superiro Completo Pós-graduação

5%

30%

30%

35%

Diretoria Gerência Supervisão Coordenação

Gráfico 05: Nível de escolaridade Fonte: Dados Primários

Quanto ao cargo que exercem nas empresas, conforme gráfico 06, observa-

se, que apenas 5% das respondentes estão em cargos de diretorias, 30% possuem

cargos de gerência e supervisão e 35% estão nos cargos de coordenação.

Gráfico 06: Cargos que exercem nas empresas Fonte: Dados Primários

E por ultimo, identificou-se o tempo de atuação das respondentes, pode-se

observar no gráfico 07, que 5% estão até 01 ano, 55% de 2 a 5 anos, sendo a

grande maioria, conseqüentemente 15% de 6 a 9 anos, 10% entre 10 a 13 anos e

15% já estão a mais de 14 anos.

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53

5%

55%15%

10%

15%

Até 1 ano de 2 a 5 anos de 6 a 9 anos de 10 a 13 anos acima de 14 anos

Gráfico 07: Tempo de atuação nos cargos

Fonte: Dados Primários

4.2. Perfil empreendedor

Num segundo momento buscou-se analisar o perfil empreendedor das

respondentes. Para identificá-lo, foi utilizado um questionário (anexo b),

instrumento este estruturado por Dornellas (2003). Este instrumento teve por

objetivo uma auto–avaliação das características empreendedora quanto ao seu

comprometimento e determinação, obsessão pelas oportunidades, tolerância ao

risco, ambigüidade e incertezas, criatividade, autoconfiança e habilidade de

adaptação, motivação e superação e finalizando com a liderança, totalizando em

seis características, sendo estas, essências de um legítimo empreendedor.

A análise dos critérios estabelecidos para identificar o perfil empreendedor

constituiu-se em ponderar entre da uma escala de likert de 1 a 5 (insuficiente,

fraco, regular, bom e excelente, sendo que a nota 5 define-se em excelente e

assim sucessivamente), para cada uma das trinta (30) perguntas, de acordo com

as características das respondentes. A análise foi classificada de acordo com a

pontuação que foi divida em quatro (4) partes: de 120 a 150 pontos, 90 a 119

pontos, 60 a 89 pontos e menos de 59 pontos. Sendo quanto maior pontuação,

mais características empreendedoras existem.

Assim, observou-se o desempenho das respondentes e identificou-se que

80% das respondentes estão no grupo entre 120 a 150 pontos, e 20% estão no

grupo de 90 a 119 pontos, não havendo respondentes aos outros grupos de menor

pontuação, conforme o gráfico 08.

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54

20%

80%

90 a 119 pontos 120 a 150 pontos

Gráfico 08: Perfil empreendedor

Fonte: Dados Primários

Posteriormente, as respondentes foram separadas de acordo com o

desempenho obtido no questionário. Desta forma identificou-se a quantidade de

respondentes para cada grupo de pontuação e agruparam-se as que obtiveram

uma melhor pontuação, assim conforme tabela 04.

Tabela 04: pontuação adquirida no questionário – Perfil Empreendedor

Fonte: Dados primários

No entendimento de Dornellas (2003), a auto-avaliação de desempenho está

atrelada a dois (2) grupos de categorias que corresponde à pontuação adquirida

pelas respondentes, cuja classificação está entre 120 a 150 pontos e 90 a 119

pontos.

Grupos de Pontuação

Pontos Obtidos

Quantidades Respondentes

90 a 119 pontos 111 1 117 3

120 a 150 pontos 120 1 121 1 126 3 128 1 130 1

132 1 133 1 134 2 136 1 137 1 138 2 139 1

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55

A classificação de 120 a 150 pontos denota que a pessoa possui a seguinte

característica: Possui características comuns aos empreendedores, compreende-

se que a pessoa já é empreendedora, assim consegue se diferenciar na

organização.

E a pontuação de 90 a 119 pontos denota que a pessoa possui muitas

características empreendedoras e às vezes se comporta como tal, porém pode-se

melhorar ainda mais se equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos já fortes.

Observou-se que o grupo de mulheres que obtiveram a maior pontuação,

classificadas entre 132 até 139 pontos (tabela 04), possuem algumas

características empreendedoras em comum, como por exemplo: à obsessão pelas

oportunidades, o comprometimento, determinação, criatividade, autoconfiança,

habilidade em adaptação e também na liderança.

Estas características estão relacionadas ao comprometimento em satisfazer

às necessidades dos clientes, da dedicação e disposição nas atividades que

desenvolvem na empresa, em ser flexível, inovador e também no poder em

influenciar as pessoas e desenvolver equipes (persuasão).

Em relação ao desempenho das respondentes em cada pergunta do

questionário, observou-se que cinco (5) das (6) seis características pesquisadas

obtiveram alto índice de notas 5 (excelente) dadas pelas respondentes. Assim, no

quadro 04 seguir, apresenta-se as perguntas de maior destaque, sendo estes, os

pontos marcantes das respondentes, considerando que se constitui em 30

perguntas:

Características Perguntas % excelente Comprometimento e determinação Disciplina e determinação 80%

Persistência em resolver problemas 60%

Obsessão pelas oportunidades Obsessão em criar valores e satisfazer clientes

55%

Criatividade, autoconfiança e habilidade em adaptação Hábil a se adaptar a novas situações 60%

Motivação e superação Orientação a metas e resultados 60%

Dirigida pela necessidade de crescer a atingir melhores resultados

55%

Tem senso de humor e preocupa estar animada 60%

Liderança Tem iniciativa 70%

Transmite integridade e confiabilidade 85%

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56

Quadro 04: Pontos marcantes das respondentes X perfil empreendedor Fonte: Dados primários

Em relação ao desempenho das respondentes quanto ao seu perfil

empreendedor, observou-se que as perguntas que obtiveram a maior porcentagem

de “excelente” vão de encontro com as características do grupo de respondentes

que alcançaram a melhor pontuação (tabela 04), sendo estas: à obsessão pelas

oportunidades, o comprometimento e determinação, criatividade, autoconfiança e

habilidade em adaptação e também na liderança. Observou-se também que as

perguntas quanto à tolerância ao risco, ambigüidade e incertezas obtiveram poucas

representações. Perguntas estas que estão direcionadas à tomada de decisão,

propensão ao risco e resolução de problemas.

4.3. Potencial Criativo das mulheres empreendedoras

Posteriormente, identificou-se o potencial criativo das respondentes, para

isto foi utilizado um questionário (anexo c), instrumento este estruturado por

Dornellas (2003). Este instrumento teve por objetivo uma auto–avaliação do

potencial criativo, assim o questionário foi dividido em três temas distintos: A)

personalidade; B) estilo de resolver problemas; C) o ambiente de trabalho.

A análise dos critérios estabelecidos para identificar o potencial criativo,

constituiu-se em ponderar na escala de likert de 1 a 5 (nunca, raramente, às vezes,

frequentemente e sempre) para cada uma das dezesseis perguntas dos três

questionários. A análise foi classificada de acordo com a pontuação, que foi divida

em quatro partes: de 16 a 37 pontos, 38 a 59 pontos e de 60 a 80 pontos, para os

questionários, e para identificar o potencial criativo, soma-se a pontuação em cada

questionário e encontra-se a nova escala que foi dividida em: entre 48 a 111

pontos, 112 a 176 pontos e de 177 a 240 pontos. Sendo que cada para cada

quanto maior pontuação, mais potencial criativo a pessoa possui.

A respeito da personalidade das respondentes observou-se que 68% delas

estão no grupo entre 38 a 59 pontos, e 32% no grupo de 60 a 80 pontos, não

havendo representantes para o outro grupo, como se pode observar no gráfico 09.

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57

68%

32%

38 a 59 pontos 60 a 80 pontos

Gráfico 09: Personalidade

Fonte: Dados Primários

Assim, no entendimento de Dornellas (2003), a auto-avaliação sobre a

personalidade criativa é definida por dois grupos de categorias que corresponde à

pontuação adquirida pelas respondentes, cuja classificação está entre 38 a 59

pontos, e de 60 a 80 pontos.

Para a classificação de 38 a 59 pontos, define que a respondente possui

muito potencial criativo dentro de si, mas característica de sua personalidade

impede de se expressar. É preciso trabalhar técnicas de relaxamento e se

perguntar: “O que eu tenho a perder?”

Assim para a categoria de 60 a 80 pontos define que a personalidade da

respondente predispõe em ser uma pessoa criativa e será um valioso recurso para

os outros, dentro do processo criativo.

Posteriormente as análises, as respondentes foram separadas de acordo

com o desempenho obtido no questionário referente à sua personalidade, desta

forma identificou-se a quantidade de respondentes para cada grupo de pontuação,

conforme tabela 05:

Tabela 05: Pontuação adquirida no questionário – Personalidade Personalidade

Grupos de Pontuação

Pontos Obtidos

Quantidade de Respondentes

38 – 59 pontos 47 1 51 2 52 3 55 1 56 1 57 3 58 2

60 – 80 pontos 60 2 61 2 64 2

Fonte: Dados primários

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58

Desta forma foi possível identificar quais as características mais marcantes

entre as seis (6) respondentes que estão no grupo de melhor desempenho, entre

60 á 80 pontos, assim percebeu-se que estas respondentes possuem uma

educação que incentivam a criatividade, sendo muito confiantes em si,

independentes e gostam de novas faces e lugares.

Em relação ao desempenho das respondentes em cada pergunta do

questionário quanto à personalidade, observaram-se quais questões alcançaram

maior incidência de pontuação 5, podendo ser em cada caso, nunca ou sempre, de

acordo com cada pergunta. Constataram-se questões similares ao grupo de maior

pontuação, como também questões divergentes, como mostram o quadro 05,

assim dividido em grupo A as 13 respondentes e grupo B as 6 respondentes de

melhor desempenho.

Característica Perguntas % grupo

A % grupo

B Eu nunca tenho medo de ser diferente 53% 50%

Minha Meus pais sempre me encorajam ser criativa 58% 83% Personalidade Eu sempre gosto de novas faces, novos lugares 53% 67% Eu sempre acredito que vale a pena sonhar acordada 53% 0% Eu nunca sinto falta de autoconfiança 16% 50%

Eu nunca gosto de ser conhecida como alguém dependente 74% 100%

Quadro 05: Pontos marcantes das respondentes X Personalidade Fonte: Dados primários Pôde-se identificar que a independência é fator mais evidenciado nestas

mulheres, como também o gostar do novo e possuir uma criação que encorajem à

criatividade. Em relação às diferenças, percebeu-se que as participantes do grupo

B são muito autoconfiantes e mais realistas do que as do grupo A. Porém em

comparação as características vistas anteriormente ao empreendedor de sucesso,

a autoconfiança é primordial, como também o saber sonhar.

Para o estilo de resolução dos problemas identificou-se o que no grupo de

60 a 80 pontos, são representadas por 11% das respondentes, de 38 a 59 pontos

estão 89% delas (a maioria) e no grupo de 16 a 37 pontos não houve

representantes, de acordo com o gráfico 10.

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59

89%

11%

38 a 59 pontos 60 a 80 pontos

Gráfico 10: Estilo na resolução dos problemas

Fonte: Dados Primários

No entendimento de Dornellas (2003), a auto-avaliação sobre o estilo de

resolução de problemas é definida por dois grupos de categorias que corresponde

à pontuação adquirida pelas respondentes, cuja classificação está entre 38 a 59

pontos, e de 60 a 80 pontos.

Na classificação de 38 a 59 pontos diz que: A abordagem de resolução às

vezes está sendo rígida e assim, pode resultar em decisões não-criativas que se

baseiam demais em soluções passadas de problemas similares. O autor aconselha

a respondente tentar se soltar e para assim descobrir seu potencial criativo.

Para o grupo de 60 a 80 pontos entende-se que a respondente tem um estilo

aberto e criativo de resolver problemas, com muito a oferecer aos outros. Assim o

autor sugere que a respondente deveria tirar vantagem de cada oportunidade que

lhe aparece para criar um espírito de questionamento e de aventura em torno de si.

Posteriormente, as respondentes foram separadas de acordo com seu

desempenho no questionário. Desta forma identificou-se a quantidade de

respondentes para cada grupo de pontuação e agruparam-se as que obtiveram um

melhor desempenho, conforme a tabela 06:

Tabela 06: Pontuação adquirida no questionário - estilo de resolver problemas Estilo de Resolver Problemas

Grupos de pontuação

Pontos Obtidos

Quantidade de

Respondentes 38 - 59 pontos 48 2

50 3 51 3 52 1 54 2 55 2 56 2

57 2

60 - 80 pontos 60 2

Fonte: Dados primários

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60

Assim, identificaram-se as características de maior destaque das duas

representantes de maior pontuação, que estão relacionadas ao seu poder de

resolver problemas de forma analítica e objetiva, por serem corajosas e também

criativas no processo de tomada de decisão. Igualmente foi possível identificar

quais pontos foram mais destacados no grupo total das respondestes, ou seja,

quais perguntas obtiveram maior incidência de nota 05 podendo ser em cada caso,

nunca ou sempre, onde serão identificadas no quadro 06 a seguir, compondo no

grupo A as 17 respondentes e grupo B as 2 respondentes de melhor desempenho:

Quadro 06: Pontos Marcantes das respondentes X estilo de resolução dos problemas Fonte: Dados primários Entretanto foi possível identificar no estilo de resolução de problemas das

respondentes que há poucas características em comum, pois das dezesseis (16)

perguntas apenas cinco (5) obtiveram maior pontuação. Desta forma pôde-se

compreender que o estilo de resolver problemas de cada respondente é diferente,

havendo uma maior representação questões como a coragem intrínseca e a

maneira de resolver os problemas que é feito de forma analítica e objetiva.

O ambiente de trabalho foi outro fator analisado a fim de identificar o

potencial criativo das mulheres, assim verificou-se que 11% das mulheres estão no

grupo entre 60 a 80 pontos, 89% entre 38 a 59 pontos e não houve nenhuma

representante para o grupo de 16 a 37 pontos, como pode-se observar no gráfico

11.

Característica Perguntas

% grupo

A

% grupo

B

Quando surge um problema, eu sempre sou analítica e objetiva 37% 100%

Meu estilo de Um sentimento interno de coragem é sempre algo que me ajuda 47% 50%

resolver problemas

Eu nunca entro em depressão se um problema me parede ser muito difícil 63% 0%

Quando os outros não tomam uma decisão, eu sempre a tomo (se eu puder) 47% 0%

Eu sempre acho que o processo de tomada de decisão é algo criativo 21% 50%

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61

89%

11%

38 a 59 pontos 60 a 80 pontos

Gráfico 11: Ambiente de trabalho Fonte: Dados Primários

Para a auto-avaliação de acordo com o ambiente de trabalho, as

respondentes foram divididas em duas categorias de pontuação, como os demais,

cuja classificação está entre 38 a 59 pontos e de 60 a 80 pontos. Assim definido

por Dornellas (2003).

Para o grupo entre 38 a 59 pontos diz-se que às vezes, é difícil ser criativo

dentro do ambiente de trabalho. Se a respondente adquiriu uma alta pontuação

para as seções A (personalidade) e B (estilo de resolver os problemas), então

deverá usar seu potencial para mudar o ambiente. Caso contrário, deverá adaptar-

se facilmente.

O grupo de pontuação entre 60 a 80 pontos acredita-se que a respondente

trabalha dentro de um ambiente ideal para uma pessoa criativa. Entretanto, se a

pontuação nas seções A (personalidade) e B (estilo de resolver problemas) forem

baixas, a pessoa deverá trabalhar para desenvolver seu potencial, pois ninguém

vai impedi-la de contribuir com novas idéias.

Posteriormente, as respondentes foram separadas de acordo com o seu

desempenho no questionário. Desta forma identificou-se a quantidade de

respondentes para cada grupo de pontuação, conforme tabela 07:

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Tabela 07: Pontuação adquirida no questionário – Ambiente de trabalho

Fonte: Dados primários

Nesta tabela identificou-se que as questões quanto o ambiente de trabalho

houve dispersão na pontuação, deste modo apenas duas (2) respondentes

conseguiram se classificar para o grupo de maior pontuação. Destacam-se as

questões em comum e verificou-se que ambas estão em uma organização que

valorizam a criatividade, que permitem novas idéias e dão espaço e tempo para a

criatividade. Com relação ao grupo total das respondentes, puderam-se verificar no

quadro 07 quais as perguntas obtiveram melhor pontuação, ou seja, a nota 5

podendo ser em cada caso “sempre ou nunca”, sendo novamente o grupo A as 17

respondentes e o grupo B as 2 respondentes de destaque.

Quadro 07: Pontos marcantes das respondentes X ambiente de trabalho Fonte: Dados primários

Observou-se que o ambiente de trabalho pode ser algo que esteja inibindo

as respondentes, pois no grupo de maior representação houve pouca similaridade

nas respostas. A questão que obteve mais pontuação foi em relação à sugestão de

Ambiente de Trabalho

Grupos de Pontuação

Pontos Obtidos

Quantidade de

Respondentes

38 - 59 pontos 45 1

48 1

49 2

51 1

52 3

53 1

54 2

56 2

57 3

58 1

60 - 80 pontos 64 1

66 1

Característica Perguntas % grupo

A % grupo

B

Qualquer idéia interessante, de qualquer lugar é sempre aceita aqui 32% 50%

Meu ambiente de Eu nunca serei barrada se sugerir novas soluções 42% 100%

trabalho A inovação é sempre encorajada dentro desta organização 11% 100%

O tempo para pensar de forma criativa nunca é limitado nesta organização 0% 100%

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63

95%

5%

112 - 176 pontos 177 a 240 pontos

novas soluções, onde se percebeu que as organizações dão atenção para esta

causa.

Para finalizar, analisou-se o potencial criativo das respondentes de acordo

com o somatório dos 3 questionários anteriores: A) personalidade; B) estilo de

resolução dos problemas; C) ambiente de trabalho. Assim foram novamente,

definidos grupos de pontuação, no qual atribui um significado. Portanto, a

representação gráfica é de 5% para o grupo de maior de pontuação, e 95% para o

grupo intermediário, não havendo representantes para o grupo de menor valor,

como se pode observar no gráfico 12.

Gráfico 12: Potencial criativo

Fonte: Dados Primários

No entendimento de Dornellas (2003), a auto-avaliação sobre o potencial

criativo é definida por dois grupos de categorias que corresponde à pontuação

adquirida pelas respondentes no somatório dos questionários anteriores, cuja

classificação está entre 112 a 176 pontos, e de 177 a 240 pontos.

Assim o grupo de 112 a 176 é definido como: Possuidora de um bom

potencial criativo, mas está escondido atrás de si próprio, devido ao seu estilo de

resolver problemas ou devido ao seu ambiente organizacional. Assim, somente

você pode mudar esta situação.

Para o grupo de 177 a 240 pontos é definido como: Uma pessoa altamente

criativa e com muito potencial. Porém deve continuar a exercitar seu talento

buscando novas formas de usá-lo: em casa, em seu hobby e, é claro, no trabalho.

Posteriormente, as respondentes foram separadas de acordo com seu

desempenho nos questionários. Desta forma identificou-se a quantidade de

respondentes para cada grupo de pontuação, conforme tabela 08.

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Tabela 08: Pontuação adquirida no questionário – Potencial Criativo

Potencial Criativo

Grupos de Pontuação

Pontos Obtidos

Quantidade de Respondentes

112 - 176 pontos 150 1

153 2

154 1

155 1

160 3

162 1

163 1

164 1

165 1

168 1

169 1

171 1

173 1

174 1

176 1

177 a 240 pontos 180 1 Fonte: Dados primários

Desta forma o potencial criativo das respondentes precisa ser aprimorado,

pois de acordo com o gráfico 12, apenas uma mulher está no grupo de maior

pontuação, significando que possui alto potencial criativo. O que se pôde

compreender é que o potencial criativo das respondentes deve estar sendo afetado

por algum dos três itens analisados, ou seja, sua personalidade, seu estilo de

resolver problemas, ou o seu ambiente de trabalho. O que se percebeu, de acordo

com o desempenho das respondentes, que em relação à personalidade, elas

demonstraram em serem autenticas, corajosas e independentes, possuindo

personalidade empreendedora. Porém elas necessitam melhorar e desenvolver

seu estilo de resolver problemas, sendo mais objetivas e audaciosas na tomada de

decisão, da mesma forma também se identificou que o ambiente de trabalho pode

estar dificultando, de alguma forma, o potencial destas mulheres .

4.4. Perfil empreendedor e a criatividade nas mulhe res empreendedoras.

Conforme se pode observar na pesquisa através dos dados apresentados,

existem poucas mulheres assumindo cargos de liderança ou chefia no Estado de

Santa Catarina, conforme mostrou a tabela 03, ou seja, das quatorze (14)

empresas participantes, apenas duas (2) obtiveram números significativos de

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65

mulheres em cargos de destaque, sendo a Companhia Hering, com vinte e nove

representantes (29), e a empresa Eliane, com quatorze (14) representantes, nas

demais, a média ficou entre duas (2) representantes por empresa. Quanto ao setor

de atuação, percebeu-se que a maioria das empresas, isto é 48% encontra-se no

setor têxtil, 19% no ramo da construção e 14% no setor de siderurgia e metalurgia

(gráfico 01).

As análises e compreensões a respeito do estudo da população pesquisada

identificaram que as mulheres detentoras de cargos de chefia ou liderança nas

melhores e maiores empresas do Estado de Santa Catarina, possuem idade média

de 35 anos, isto significa 67% das respondentes (gráfico 02), assim 79% são

casadas e 42% não possuem filhos. A geração da família é uma questão que vem

sendo muito debatida nos dias atuais, pois com o mundo cada vez mais

competitivo, muitas mulheres abrem mão da maternidade para dar continuidade ao

sucesso profissional, optando em ter no máximo um filho, como foi apontado nos

dados do IBGE (2008 b). Este tema foi abordado por uma das respondentes, onde

comentou que gostaria de ter mais filhos, mas desistiu de dar continuidade na

geração da família, para ter êxito em sua carreira, assim optou em ter apenas um

filho.

Ainda sobre o perfil em comum das respondentes, observou-se que o nível

de instrução destas mulheres é alto, pois 50% possuem pós-graduação (gráfico

05). Em relação aos cargos assumidos nas empresas, percebeu-se que elas

assumem em mesma proporção os cargos de gerência, supervisão e coordenação,

este último com um pouco mais de representação com 35% (gráfico 06), e 55 %

estão atuando nos referidos cargos em média de 2 a 5 anos (gráfico 07). Sobre os

cargos de direção, salienta-se que este ainda é um espaço a ser conquistados

pelas mulheres, pois poucas são as empresas que possuem mulheres no referido

cargo, conforme apontam as pesquisas (GIULIESE,2004; GEM, apud SEBRAE,

2008 b).

Analisando o perfil empreendedor feminino, cujo tema principal desta

pesquisa, identificou-se que elas possuem muitas características empreendedoras.

Sendo que 80% das respondentes se enquadraram como empreendedoras,

conforme metodologia estabelecida por Dornellas (2003), (gráfico 08). As mulheres

possuem alto desempenho quanto à obsessão pelas oportunidades,

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comprometimento e determinação, além de serem criativas e saberem liderar com

pessoas (quadro 04).

Outro aspecto analisado na presente investigação resulta da ponderação do

potencial criativo, que decorre de três vertentes, que unidas, formam o potencial

criativo, quais sejam: a personalidade, o estilo de resolver problemas e o ambiente

de trabalho, conforme a metodologia definida por Dornelas (2003). Assim, quanto à

personalidade, as respondentes predispuseram em serem criativas na

organização, contudo, verificou-se que o estilo de resolver problemas pode estar

ocorrendo de forma rígida e pouco criativa. E quanto o ambiente de trabalho,

percebeu-se que muitas vezes inibe e/ou dificulta a criatividade nas organizações,

no entanto cabe salientar a necessidade de continuamente adequar o ambiente

empresarial buscando boas práticas e assim melhorando o potencial criativo.

Ao analisar estas três vertentes, compreendeu-se que o potencial criativo

das respondentes deve ser aprimorado, como foi estabelecido por Dornelas (2003),

assim as respondentes devem aperfeiçoar seu estilo de resolver problemas, tendo

atitudes mais objetivas, originais, usando ferramentas de auxílio, e acima de tudo

valendo-se de a criatividade e autenticidade. Outro fator de inibição do potencial

criativo é o ambiente de trabalho, que ás vezes pode estar dificultando o processo

criativo, e para mudar este cenário depende somente de atitudes pessoais.

Na tentativa de encontrar semelhanças no desempenho das respondentes

quanto ao perfil empreendedor e o potencial criativo, desenvolveu-se a tabela 09,

que contém a pontuação adquirida nos quatro (4) questionários aplicados. Sendo

que todas as questões envolviam a auto-análise e os questionários continham

perguntas adequadas para cada característica apresentada, as respondentes

poderiam obter a nota máxima de 150 pontos para o perfil empreendedor, e 240

pontos para o potencial criativo.

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Tabela 09: Comparativo entre Perfil Empreendedor X Potencial Criativo

Respondentes Pontuação por Qu estionário

Potencial Criativo

Perfil empreendedor % Personalidade %

Estilo de resolver

problemas %

Ambiente de

trabalho % Potencial

criativo %

1 111 74% 61 76% 54 67% 48 60% 163 68%

2 117 78% 56 70% 48 60% 56 70% 160 67%

3 117 78% 47 59% 56 70% 57 71% 160 66%

4 117 78% 55 69% 57 71% 53 66% 165 69%

5 120 80% 51 64% 52 65% 50 62% 153 64%

6 121 84% 57 71% 60 75% 57 71% 174 72%

7 126 84% 57 71% 50 62% 57 71% 164 68%

8 126 84% 58 72% 51 64% 45 56% 154 64%

9 126 84% 60 75% 54 67% 66 82% 180 75%

10 128 85% 52 65% 56 70% 54 67% 162 67%

11 130 86% 52 65% 51 64% 52 65% 155 64%

12 133 88% 58 72% 52 65% 49 61% 150 62%

13 133 88% 64 80% 55 69% 49 61% 168 70%

14 134 89% 60 75% 60 75% 51 64% 171 71%

15 134 89% 64 72% 57 71% 52 65% 173 72%

16 136 90% 52 65% 52 65% 46 57% 160 67%

17 137 91% - - - - - - - -

18 138 92% 51 64% 48 60% 54 67% 153 64%

19 138 92% 57 71% 55 69% 64 80% 176 73%

20 144 96% 61 76% 50 62% 58 72% 169 70%

Fonte: Dados primários Ao analisar os resultados alcançados, verificou-se que os melhores

desempenhos das respondentes ocorreram no questionário quanto o Perfil

Empreendedor e no questionário sobre a Personalidade, este último encontra-se

dentro da análise do potencial criativo. Percebe-se que esta melhor desenvoltura

em ambos os questionários, deve-se ao fato da similaridade das perguntas que

continham assuntos relacionados às características pessoais, na autenticidade,

independência e liderança, sendo que estes foram os pontos mais marcantes das

respondentes nesta investigação.

Porém, quanto ao potencial criativo, o desempenho das respondentes

poderia ter sido melhor, pois somente sete (7) das vinte (20) respondentes

conseguiram atingir 70% em sua performance. Isto se deve em razão da influência

das perguntas sobre o estilo de resolver problemas e o ambiente de trabalho, pois

foram nestes dois questionários que as respondentes obtiveram as notas mais

baixas.

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Verificou-se também na tabela 09 que sete (7) respondentes (sendo elas

número 6, 9, 13, 14, 15, 19 e 20) obtiveram o melhor resultado confrontando o

perfil empreendedor e o potencial criativo. Desta forma elaborou-se a tabela 10,

que tem o intuito de fazer comparativos entre estas respondentes e descobrir seus

pontos de fortes que fazem a diferença entre as demais respondentes.

Tabela 10: Semelhanças entre as respondentes de melhor desempenho

Respondentes Empresa Idade Escolaridade Cargo Filhos

Tempo na

função

1 – 6 Tupy 36 Pós-graduação Coordenadora 1 3

2 – 9 Hering 44 Superior Coordenadora 0 26

3 - 13 Enercan 40 Pós-graduação Coordenadora 1 6

4 – 14 Karsten 28 Superior Gerente 0 4

5 – 15 Teka 43 Superior Gerente 2 2

6 - 19 Hering 32 Superior Supervisora 0 5

7 - 20 Eliane 38 Pós-graduação Coordenadora 2 11 Fonte: Dados primários

Ao analisar os dados, puderam-se fazer alguns comparativos: Em relação às

empresas, percebe-se que somente a Cia. Hering possui duas (2) representantes,

porém quanto aos itens sobre a idade, escolaridade, cargos houve similaridades,

pois as respondentes estão na faixa etária entre 30 á 40 anos, possuem alto grau

de instrução, sendo que 58% possuem o nível superior, e em relação aos cargos

58% é coordenadora. A quantidade de filhos pode-se compreender que não houve

influência no comparativo. Entretanto sobre o tempo de atuação nos cargos,

perceberam-se diferenças, mas pode-se concluir que elas possuem alto

conhecimento em suas funções, justamente por estar há mais de 3 anos em seus

cargos.

A investigação empírica que relaciona a personalidade marcante da

liderança feminina trouxe resultados semelhantes ao encontrado nesta pesquisa,

como mostra os estudos de Simões (2009, p. 40) onde fez uma análise sobre o

perfil das mulheres em liderar empresas, onde afirma que as mulheres possuem

“um jeito muito próprio de tocar suas empresas”. Destaca também os pontos mais

marcantes da personalidade feminina, com também ás áreas que elas precisam

melhorar. Assim será demonstrado no quadro 08 o comparativo entre os estudos

de Simões e da presente pesquisa, apontando os pontos marcantes e as

oportunidades de desenvolvimentos das mulheres.

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PONTOS MARCANTES

POR SIMÕES (2009)

PONTOS

MARCANTES NESTA

PESQUISA

OPORTUNIDADES DE

DESENVOLVIMENTO

POR SIMÕES

OPORTUNIDADES DE

DESENVOLVIMENTO

NESTA PESQUISA

Comunicação assertiva para expor suas idéias e estratégias na gestão do negócio; O que facilita a compreensão de suas orientações na delegação de responsabilidades.

Comprometimento e Determinação: Disciplinada e dedicada; Possuem tenacidade, e obstinação; Produtividade na tomada de decisão.

Aprimorar o estilo de organização pessoal; Definir melhor suas prioridades; Administrar as interrupções em seu dia-a-dia; Desenvolver técnicas para administração do tempo.

Estilo de liderança envolvente; Prazer de levar as pessoas a pensar da mesma forma que elas; Conquistam apoio e o comprometimento da equipe em relação aos objetivos comuns.

Obsessão pelas Oportunidades: Procura ter conhecimento profundo das necessidades dos clientes; É dirigida pelo mercado; Obsessão em criar valores e satisfazer clientes.

Desenvolver maneiras de lidar de forma construtiva com críticas e objeções que possam surgir ao seu trabalho; Pensar mais na razão do que a emoção.

Rápidas e voltadas para os resultados; Tendem a imprimir um ritmo acelerado à administração; Sentem necessidade de realizar tarefas de imediato.

Tolerância ao risco, ambigüidade e incertezas: Procura minimizar os riscos; Hábil em resolver problemas e integrar soluções.

Controlar o ritmo diante de problemas que exija, uma abordagem mais analítica,; Realizar pesquisa mais detalhada para avaliar a melhor solução para a tomada de decisão.

Demonstra empatia nos relacionamentos, o que é necessário para escutar as pessoas e perceber as necessidades de sua equipe; Realizam orientações personalizadas e bem direcionadas.

Criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação: Hábil a se adaptar a novas situações; Não tem medo de falhar.

Dedicar mais tempo à análise de problemas e ao exercício da criatividade na busca de soluções; Apostar em novas idéias e em projetos ainda não vivenciados em sua trajetória ; Ser mais ousada em processos decisórios.

Revelam flexibilidade para seus conceitos; Escutam pontos de vista diferentes dos seus durante a busca de soluções; Favorece a avaliação de alternativas, enriquecendo o processo decisório.

Motivação e superação: Orientação às metas e resultados; Dirigida pela necessidade de crescer melhores resultados; Autoconfiança; Tem senso de humor e procura estar animada.

São ágeis na tomada de decisão; Transmitem um referencial de liderança positivo; Dinamismo com foco nos resultados.

Liderança: Tem iniciativa; Transmite integridade e confiabilidade.

Revelam maior motivação pelo relacionamento;

Personalidade: Sente-se à vontade

Personalidade: Não necessitar de muita

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PONTOS MARCANTES

POR SIMÕES (2009)

PONTOS

MARCANTES NESTA

PESQUISA

OPORTUNIDADES DE

DESENVOLVIMENTO

POR SIMÕES

OPORTUNIDADES DE

DESENVOLVIMENTO

NESTA PESQUISA

Interagem com os clientes, fornecedores e parceiros estratégicos com desenvoltura. Favorecendo a implantação de um ambiente amistoso de trabalho.

com as pessoas que demonstram seus sentimentos; Gosta de ser conhecida como independente; Gosta de estar com pessoas de mente aberta, que pensam livremente, sem restrições; Gosta de olhar longe, no horizonte, para frente.

organização em sua vida.; Saber dramatizar, criar um pano de fundo para certas apresentações; Atingir melhores resultados sem a necessidade de seguir procedimentos.

Gostam de lidar com questões mais complexas em seu trabalho, o que as ajudam a compreender as estratégias de negócio e implementa as mesmas na gestão de suas equipes, podendo identificar oportunidades e buscar soluções para atingir resultados

Estilo de resolver problemas: Nunca fica deprimida se um problema parece ser muito difícil; Quando os outros não tomam uma decisão, ela mesma a toma (se puder).

Estilo de Resolver Problemas: Tomar decisões não se fundamentando em todos os fatos; Não se basear em problemas passados; Sucesso não é sinônimo de trabalho concluído; Não seguir à risca as instruções.

Ambiente de trabalho: Qualquer idéia interessante, que qualquer ligar, é aceita em minha organização; A inovação é encorajada dentro de minha organização.

Ambiente de Trabalho: Conquistar maior autoridade; Desenvolver um ambiente confortável e cooperativo.

Quadro 08: Comparativo investigação Simões (2009). Fonte: adaptado de Simões(2009) e dados primários

O que se compreende ao analisar os comparativos das pesquisas, é que as

mulheres possuem muitos pontos positivos em seu estilo de administrar,

principalmente em questões que envolvem os relacionamentos, pois possuem um

estilo aberto à comunicação, são bem humoradas, gostam de ouvir e interagir com

as pessoas, usa a empatia, além de serem dinâmicas, produtivas, possuírem o

foco nas metas e no cliente, autoconfiantes, hábeis na resolução dos problemas e

na busca de melhores resultados. Porém é necessário que as mulheres aprimorem

seu estilo de organização pessoal, ou seja, saber administrar melhor seu tempo e

definir o que é prioridade. O que se observa também, é que elas seguem muito os

procedimentos e às regras ficando presas nestas questões, o que dificulta no

processo de criação, pois a mente deve estar aberta para as idéias fluírem. Por

isso, é necessário serem mais ousadas no processo decisório, exercitar a

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criatividade, apostar em novas idéias e em projetos, além de desenvolverem um

ambiente favorável a elas.

Para finalizar, como diagnosticado nesta pesquisa, as mulheres possuem

muitos pontos assertivos no seu estilo de administrar, são mais responsáveis,

produzem maiores resultados, são mais confiáveis, dentre outros já citados.

Estudos mostram que empresas com mais mulheres são mais lucrativas (PRIANTI,

et al., 2008). Nesta perspectiva, é que se faz uma reflexão: se as mulheres

possuem tanto potencial e qualidades, por que elas ainda ocupam os cargos de

média administração (coordenação, supervisão e gerência), e raramente os cargos

da alta administração?

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O empreendedorismo feminino é uma grande tendência nos dias atuais, haja

vista que é comum encontrar mulheres em setores tradicionalmente masculinos,

como divulgam os estudos sobre a liderança feminina, revelando que 30% dos

novos empresários do mundo são mulheres, sendo que no Brasil elas representam

40% desse universo, isso coloca o país em sétima posição no ranking mundial de

mulheres empreendedoras Simões (2009). Desta forma é imprescindível fazer um

estudo sobre o empreendedorismo feminino, que vão de encontro ao estudo de

suas características (comprometimento, incertezas, motivação, liderança) ao seu

potencial criativo (personalidade, estilo de resolver problemas, ambiente de

trabalho).

Assim, o presente trabalho teve como objetivo principal diagnosticar o perfil

empreendedor das mulheres que atuam em cargos de liderança nas melhores e

maiores empresas do Estado de Santa Catarina, bem como analisar seu potencial

criativo, desta forma foi possível identificar os pontos marcantes destas

empreendedoras, bem como os pontos a serem aprimorados.

Com o primeiro objetivo específico procurou-se identificar o perfil

empreendedor das mulheres líderes/chefes nas maiores empresa do Estado de

Santa Catarina, desta forma foi possível num primeiro momento descobrir quais as

peculiaridades entre estas mulheres, para após compreender que elas possuem

muitas características empreendedoras, principalmente nas questões que

envolvem o seu comprometimento, determinação, obsessão pelas oportunidades,

criatividade, autoconfiança , habilidade em adaptação e também na liderança.

O segundo objetivo específico foi analisar o potencial criativo destas

mulheres, podendo concluir que elas se predispõem em ser uma pessoa criativa,

autoconfiantes, independentes e com muito potencial. Porém deve continuar a

exercitar seu talento buscando novas formas de aprimorar seu potencial em

questões que envolvam o estilo de resolver problemas e do ambiente de trabalho.

Para o terceiro objetivo específico que foi avaliar o perfil empreendedor e a

criatividade nas mulheres empreendedoras, pôde-se fazer um comparativo global

sobre os dados coletados nesta investigação. Podendo concluir que as mulheres

detentoras de cargos de liderança ou chefia no estado de Santa Catarina possuem

idade média de 35 anos, possuem alto nível educacional, são casadas, possuem

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filhos, e estão trabalhando em suas empresas há mais de três anos. São criativas e

possuem muitas características empreendedoras , porém existem alguns aspectos

a serem aperfeiçoados, sendo: mais liberdade, ousadia e inovação no processo

decisório, não se prendendo em situações passadas, regras e velhos paradigmas.

Outros trabalhos já evidenciaram a importância de se conhecer os pontos

marcantes do perfil empreendedor feminino, bem como os aspectos a serem

melhorados, e essas compreensões ficam mais claras durante a execução de uma

pesquisa, onde possibilita analisar os resultados e encontrar soluções, permitindo

assim que as mulheres possam continuamente aperfeiçoar seu estilo de liderar e

gerenciar suas empresas.

O desenvolvimento deste trabalho foi de extrema importância, pelo

aprendizado acadêmico que culminou no aprofundamento teórico e nas práticas

vivênciadas pelo mercado. O trabalho realizado alcançou todos os objetivos

propostos, visto que depois de definidos os objetivos específicos, foi possível

conhecer os aspectos positivos e limitantes das mulheres em relação ao seu perfil

empreendedor e seu potencial criativo.

5.1 Limitações

Esta pesquisa limitou-se ao desconhecimento do número representativo do

universo das empreendedoras nas Melhores e Maiores empresas de Santa

Catarina, motivo o qual não se teve acesso a essas informações, o que se definiu

neste ponto uma população útil.

5.2 Sugestões de trabalhos futuros

Com base nos estudos vivenciados nesta pesquisa, algumas sugestões são

pertinentes para o desenvolvimento de futuros estudos e pesquisas que poderão

ser realizadas complementando as conclusões apresentadas:

• Aprofundar a amplitude total da população, para se obter maior precisão nas

análises

• Analisar o perfil empreendedor e o potencial criativo das mulheres

residentes no Sul do Brasil.

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• Fazer comparativos dos resultados encontrados nesta pesquisa, com o perfil

empreendedor feminino de outros estados que obtenham uma forte

economia como ao do Estado de Santa Catarina.

• Diagnosticar nas respondentes pesquisadas quais projetos de destaque elas

desenvolveram em suas empresas.

• Verificar se as empresas participantes possuem algum beneficio ou projetos

que desenvolvam o empreendedorismo feminino.

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ANEXOS

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Anexo A: Melhores e Maiores Empresas em Santa Catar ina.

Fonte: 1000 maiores vendas Exame Melhores e Maiores / 2008

Ranking Empresa / Sede Setor Valor por (US$)

14 Bunge Alimentos / Gaspar Bens de consumo 8.121,0

36 Sadia / Concórdia Bens de consumo 5.415,6

64 Celesc Distribuição / Florianóplis Energia 2.863,4

107 Weg Equipamentos / Jaraguá do Sul Bens de capital 1.923,8

120 Tractel Energia / Florianópolis Energia 1.725,7

146 Vega do Sul / São Francisco do Sul Siderurgia e metalurgia 1.465,7

168 Seara / Itajaí Bens de consumo 1.334,9

169 Aurora / Chapecó Bens de consumo 1.325,3

256 Tigre / Joinville Indústria da construção 859,2

268 Tupy / Joinville Siderurgia e metalurgia 828,1

276 Angeloni / Criciúma Varejo 793,1

446 Cooperalfa / Chapecó Produção agropecuária 474,4

552 Eletrosul / Florianópolis Energia 356,7

576 Cecrisa / Criciúma Ind. da construção 294,5

623 Schulz / Joinville Bens de capital 293,7

635 Weg Automação / Jaraguá do Sul Diversos 287,9

647 Giassi Supermercados / Içara Varejo 278,3

653 SCGás / Florianópolis Energia 273,4

664 Hering / Blumenau Têxteis 269,4

671 Tuper / São Bento do Sul Siderurgia e Metalurgia 264,3

702 Casan / Florianópolis Serviços 248,2

707 Eliane / Cocal do Sul Ind. da construção 246,9

735 Portobello / Tijucas Ind. da construção 234,6

740 Pamplona / Rio do Sul Bens de consumo 230,8

770 Teka / Blumenau Têxteis 218,2

776 GAM / Tubarão Atacado 215,5

790 Cremer / Blumenau Têxteis 211,6

813 Coopercarga / Concórdia Transportes 204,7

823 Enercan / Florianópolis Energia 203,0

843 Marisol Indústria / Jaraguá do Sul Têxteis 197,4

846 Coopercampos / Campos Novos Atacado 196,2

878 Cooper A1 / Palmitos Atacado 187,3

882 Ciser / Joinville Siderurgia e Metalurgia 186,0

903 Gomes da Costa / Itajaí Bens de consumo 179,9

921 Karsten / Blumenau Têxteis 175,4

938 Canguru / Criciúma Química e Petroquímica 170,8

951 Adami / Caçador Papel e Celulose 165,3

957 Copérdia / Concórdia Produção agropecuária 163,9

975 Cereagro / Mafra Produção agropecuária 160,2

979 Lojas Koerich / Florianópolis Varejo 159,7

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Anexo B: Questionário do perfil empreendedor

Avaliação do perfil empreendedor

Excelente Bom Regular Fraco Insuficiente

Características 5 4 3 2 1 NOTA

Comprometimento e determinação

1.Proatividade na tomada de decisão

2.Tenacidade, obstinação

3. Disciplina, dedicação

4. Persistência em resolver problemas

5. Disposição ao sacrifício para atingir metas

6. Imersão total nas atividades que desenvolve Obsessão pelas oportunidades

7. Procura ter conhecimento profundo das necessidades dos clientes

8. É dirigida pelo mercado (market driven)

9. Obsessão em criar valores e satisfazer aos clientes Tolerância ao risco, ambigüidade e incertezas

10. Toma riscos calculados (analisa tudo antes de agir)

11. Procura minimizar os riscos

12. Tolerância às incertezas e falta de estrutura

13. Tolerância ao estresse e conflitos

14. Hábil em resolver problemas e integrar soluções Criatividade autoconfiança e habilidade de adaptaçã o

15. Não-convencional, cabeça aberta pensadora

16. Não se conforma com status quo

17. Hábil a se adaptar a novas situações

18. Não tem medo de falhar

19. Hábil em definir conceitos e detalhar idéias

Motivação e superação

20. Orientação a metas e resultados

21. Dirigida pela necessidade de crescer melhores resultados

22. Não se preocupa com status e poder

23. Autoconfiança

24. Ciente de suas franquezas e forças 25. Tem senso de humor e procura estar animada

Liderança

26. Tem iniciativa

27. Poder de autocontrole

28. Transmite integridade e confiabilidade

29. É paciente e sabe ouvir

30. Sabe construir times e trabalhar em equipe

TOTAL 0 Fonte: Dornelas (2003, p. 138).

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Anexo C: Questionário potencial criativo – minha pe rsonalidade

Fonte: Dornelas (2003, p.151).

QUÃO CRIATIVA VOCÊ É?

Sempre Frequente-

mente Às

vezes Raramente Nunca NOTA

A. Minha Personalidade

1.Eu sinto falta de autoconfiança

2.Eu valorizo a crítica (ato de criticar) 3. Eu tenho medo de ser diferente dos outros

4. Meus pais me encorajam a ser criativa 5. Eu fico desconfortável com a ambigüidade 6. Eu gosto de novas faces, novos lugares

7. Eu tenho uma forte necessidade de organização em minha vida 8. Eu acredito que vale a pena sonhar acordada

9. Eu não me sinto à vontade com as pessoas que mostram seus sentimentos 10. Eu gosto de dramatizar, criar um pano de fundo para certas apresentações

11. Eu atinjo melhores resultados quando sigo procedimentos 12. Eu deixo meus sentimentos me guiarem

13. Eu gosto de ser conhecida como alguém dependente 14. Eu gosto de estar com pessoas de mente aberta, que pensam livremente, sem restrições

15. Eu sou mais reativa que proativa

16. Eu gosto de olhar longe, no horizonte, para frente

TOTAL 0

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ANEXO D: Questionário potencial criativo – Meu esti lo de resolver problemas

Sempre Frequente-

mente Às vezes Raramente Nunca NOTA

B. Meus estilo de resolver problemas

1.Quando encaro um problema, vou direto às conclusões

2. Quando surge um problema, eu sou analítica e objetiva

3. É necessário ter todos os fatos para tomar uma decisão

4. Um sentimento interno de coragem é algo que me ajuda

5. Eu me baseio no meu conhecimento passado de problemas similares

6. Eu odeio trabalhar com detalhes

7. Um trabalho concluído é o segredo do sucesso

8. Figuras/gráficos e estatísticas me dão uma idéia parcial do problema

9. Os problemas deveriam ser resolvidos da mesma forma

10. Eu sou vista como alguém que resolve problemas de forma original 11. Eu tenho dificuldades em definir problema

12. Eu uso técnicas disciplinadas de resolução de problemas

13. Eu entro em depressão se um problema parece ser muito difícil

14. Quando outros não tomam uma decisão, eu tomo (se eu puder)

15. Eu gosto de ler as instruções antes de começar

16. Eu acho que o processo de tomada de decisão é algo criativo

TOTAL 0 Fonte: Dornelas (2003, p.152).

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ANEXO E: Potencial criativo – Meu ambiente de traba lho

Sempre Frequente-

mente Às vezes Raramente Nunca NOTA

C. Meu ambiente de trabalho

1.As pessoas de minha organização pensam que o estilo delas é o melhor 2. Onde eu trabalho, criatividade é considerada a chave para a sobrevivência

3. Meus limites de autoridade estão precisamente definidos

4. Qualquer idéia interessante, de qualquer lugar, é aceita aqui

5. O tempo para pensar de forma criativa é limitado nesta organização

6. A competição entre os empregados/departamentos é vista como saudável 7. Eu descreveria minha organização como tendo um ambiente confortável e cooperativo

8. Dentro da organização, eu gosto de identificar problemas

9. Onde eu trabalho, se sou criativo, eu sou um sonhador

10. Dentro desta organização as pessoas têm espaço 11. Eu tenho dificuldades em definir problema 12. Eu posso conversar abertamente sobre minhas idéias sem que elas sejam roubadas 13. Eu serei barrada se sugerir novas soluções 14. Onde eu trabalho, boas idéias podem ser "vendidas" independentemente dos resultados esperados

15. Novas idéias devem ser justificadas com muitas análises

16. A inovação é encorajada dentro desta organização

TOTAL 0 Fonte: Dornelas (2003, p.153).

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APÊNDICES

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Apêndice A: Carta a Empresa

Balneário Camboriú, 09 de dezembro 2008

ILMO (A) SR.(A) SR(s) GERENTES DE RECURSOS HUMANOS Prezado (a) Senhor (a),

Cumprimentando-o (a) cordialmente, vimos solicitar vosso apoio ao trabalho de

conclusão de curso da aluna, Carolina Lino Molin, acadêmica do Curso de

Administração Gestão Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí –

UNIVALI, cujo titulo aborda o “EMPREENDEDORISMO FEMININO: PERFIL DAS

MULHERES EMPREENDEDORAS DAS MAIORES E MELHORES EMPR ESAS

DO ESTADO DE SANTA CATARINA”.

Neste sentido solicitamos sua criteriosa e eficiente colaboração na identificação da

existência de mulheres que atuam em cargos gerenciais em vossa organização, na

medida em que disponibilize os nomes e e-mails de contato, via e-mail até 22 de

dezembro/2008, para que enviemos em seguida os ques tionários que

permitirão o levantamento dos dados.

Agradecemos sua atenção, desde já colocando-nos à disposição

Carolina Lino Molin - acadêmica

E-mail: [email protected] Profa. Dra. Sara Joana Gadotti dos Anjos e-mail: [email protected]

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Apêndice B: Cabeçalho do perfil em comum entre as r espondentes

Fonte: Dados primários

Empresa: Nome: Idade: Estado Civil: Possui Filhos: Escolaridade: Cargo: Tempo na função