O POVO DE RIO TINTO · O caso mais conhecido refere-se aos imperadores da antiga Roma. Mas durante...

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O POVO DE RIO TINTO TIMERE NOLITE Publicação Mensal| Paroquia de Rio Tinto Rua da Lourinha, 33 4435-308 Rio Tinto | [email protected] htt www.paroquiariotinto.pt/ Ano 40- N.º 53 Todo o Estado, qualquer seja o país, tende a divinizar -se, qualquer que seja o governo que preside a um país. Claro que será sempre em nome da democra- cia mesmo que na prática tal democracia não passe duma ditadura disfarçada. Basta olhar com olhos de ver para o que se passa no mundo. Ao longo da história apareceram expressamente im- peradores e reis que habilidosamente se proclama- ram divinos. O caso mais conhecido refere-se aos imperadores da antiga Roma. Mas durante a Idade Média até qua- se aos nossos dias aquela expressão bíblica, “omnis potestas a Deo” (todo o poder vem de Deus), dava jeito a quem detinha o poder político para se auto dominar representante direto de Deus. Hoje nas chamadas democracias ocidentais, o nome mais adequado seria partidocracia. Dum modo geral estas democracias intitulam-se lai- cas no sentido de que para estas “Deus morreu” e frequentemente as verdades tidas como perenes também foram postas de lado. As sociedades passam a estar alicerçadas sobre areia movediça. O que hoje é verdade, amanhã pode não ser. Depende da conveniência do poder instituí- do. Este impõe mesmo à força as suas opiniões, não fun- damentadas que adquirem o estatuto do que está na moda. O marxismo tentou apresentar-se como “cientifico” mas nunca o foi nem podia ser. Era na verdade uma mística apaixonante, mas pelo menos nome “foi metido na gaveta.” Nota-se um certo renascer desta filosofia, aqui acolá, da parte de que certamente não vai prolongar-se muito no tempo. O mais chocante é notar-mos que certo tipo de ditaduras clamorosas nunca são apelida- das como tais. A paixão política, os interesses económicos e a situação estratégica falam mais alto. Interessa também manter o povo anestesiado e entretido com panem et “circenses.”(pão e circo”). A receita é antiga. O insuspeito Nietzsche (Nitche), a quem al- guém chamou o mais religioso dos ateus es- creveu já no seu tempo o seguinte. “Estado é como se chama o mais frio de todos os monstros frios. É também com frieza que ele mente e da sua boca sai esta mentira: "Eu, Esta- do, sou o povo." Isso é mentira! Foram criadores os que fizeram os povos e, sobre eles, suspenderam uma fé e um amor; assim serviram a vida. São destruidores os que montam armadilhas para muita gente e lhes chamam "Estado": pen- duram uma espada e cem ambições por cima das suas cabeças”. Assim falava Zaratustra : Editora Relógio de Água Diante do mundo 8-5-2016

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O POVO DE RIO TINTO TIMERE NOLITE Publicação Mensal| Paroquia

de Rio Tinto Rua da Lourinha, 33 4435-308

Rio Tinto | [email protected] htt www.paroquiariotinto.pt/

Ano 40- N.º 53

Todo o Estado, qualquer seja o país, tende a divinizar

-se, qualquer que seja o governo que preside a um

país. Claro que será sempre em nome da democra-

cia mesmo que na prática tal democracia não passe

duma ditadura disfarçada. Basta olhar com olhos de

ver para o que se passa no mundo.

Ao longo da história apareceram expressamente im-

peradores e reis que habilidosamente se proclama-

ram divinos.

O caso mais conhecido refere-se aos imperadores

da antiga Roma. Mas durante a Idade Média até qua-

se aos nossos dias aquela expressão bíblica, “omnis

potestas a Deo” (todo o poder vem de Deus), dava

jeito a quem detinha o poder político para se auto

dominar representante direto de Deus.

Hoje nas chamadas democracias ocidentais, o nome

mais adequado seria partidocracia.

Dum modo geral estas democracias intitulam-se lai-

cas no sentido de que para estas “Deus morreu” e

frequentemente as verdades tidas como perenes

também foram postas de lado.

As sociedades passam a estar alicerçadas sobre

areia movediça. O que hoje é verdade, amanhã pode

não ser. Depende da conveniência do poder instituí-

do.

Este impõe mesmo à força as suas opiniões, não fun-

damentadas que adquirem o estatuto do que está na

moda.

O marxismo tentou apresentar-se como “cientifico”

mas nunca o foi nem podia ser.

Era na verdade uma mística apaixonante, mas pelo

menos nome “foi metido na gaveta.”

Nota-se um certo renascer desta filosofia, aqui acolá,

da parte de

que certamente não vai prolongar-se muito

no tempo.

O mais chocante é notar-mos que certo tipo

de ditaduras clamorosas nunca são apelida-

das como tais.

A paixão política, os interesses económicos e

a situação estratégica falam mais alto.

Interessa também manter o povo anestesiado

e entretido com panem et “circenses.”(pão e

circo”). A receita é antiga.

O insuspeito Nietzsche (Nitche), a quem al-

guém chamou o mais religioso dos ateus es-

creveu já no seu tempo o seguinte.

“Estado é como se chama o mais frio de todos

os monstros frios. É também com frieza que ele

mente e da sua boca sai esta mentira: "Eu, Esta-

do, sou o povo."

Isso é mentira! Foram criadores os que fizeram

os povos e, sobre eles, suspenderam uma fé e

um amor; assim serviram a vida.

São destruidores os que montam armadilhas

para muita gente e lhes chamam "Estado": pen-

duram uma espada e cem ambições por cima

das suas cabeças”.

Assim falava Zaratustra : Editora Relógio de Água

Diante do mundo

8-5-2016

PANORAMA QUALIDADE DE VIDA

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Viver Debaixo da Ponte

Um casal com cerca de 50 anos, estava há meses

desempregado e sem dinheiro para pagar renda e

alimento. Assim, não tiveram outra alternativa senão

irem viver debaixo de uma ponte em Marvila, Lis-

boa, o que estava a acontecer há cerca de duas

semanas. Tinham dois cães, que nunca abandona-

ram, e estes animais foram impedimento para uma

oferta de acolhimento numa instituição. Porém, a

Unidade Integrativa para os Sem Abrigo, na Quinta

do Lavrado, Lisboa, uma instituição que também

recebe animais de companhia, abriu-lhe as portas, e

o problema daquele casal ficou resolvido.

Governo Venezuelano Ameaça com Ditadura

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, surpre-

endeu, ou talvez não, ao declarar que, se for derrota-

do em alguma eleição que venha a acontecer, lutará

com a força das armas, para que o poder que lhe foi

dado pelo povo, não caia nas mãos dos opositores.

Este presidente considera que quem confiou nele há

tempos, deve continuar a confiar, mesmo após ele

ter levado o país à miséria.

Vala Comum com 50 Mil Corpos

Quando uma equipa de trabalhadores escavava uma

área de terreno, destinado à expansão de uma linha

ferroviária londrina, foi encontrada uma grande vala

comum, que deverá conter os restos mortais de

cerca de 50 mil pessoas, mortas pela peste negra há

mais de 650 anos, segundo os arqueólogos.

Naqueles tempos, quando as pestes atacavam, dizi-

mavam os povos enormemente, com índices de alta

mortalidade, e a solução era enterrar os mortos em

valas comuns, pois não havia alternativa.

Desporto

A I Liga está perto do fim e os dois candidatos a

campeão estão distanciados dois pontos entre si,

quando faltam apenas duas jornadas para o final da

Liga. Candeia que vai à frente ilumina duas vezes,

mas a bola é redonda e tudo pode acontecer.

Candidatos à descida, são claramente a Académica e

o Tondela. Este clube ainda fez uma boa recupera-

ção final, mas parece que não chegou.

Os clubes da nossa cidade estão a fazer uma época

regular, com o Sport atualmente colocado em 5º

lugar na Divisão de Elite, quando faltam 5 jornadas

para o fim. Por sua vez, o Atlético está a meio da

tabela, na 1ª Divisão Distrital, quando falta apenas a

jornada deste fim de semana para acabar o campeo-

nato.

Fernando Marçal

ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA EDUCAÇÃO FÍSICA 3

"Se" – (If)

(Rudyard Kipling)

Isabel Tracana – Psicóloga

No artigo anterior transcrevemos o poema identi-

ficado no título, porque nos pareceu que, de certo modo,

nele está plasmada, de forma muito crua e evidente, a

realidade com que nos confrontamos atualmente. Contu-

do ele não se centra apenas na parte mais negativa da

vida já que, em simultâneo, diz-nos qual a forma mais

adequada de reagirmos à insanidade vivida diariamente.

De facto o mundo apresenta-se-nos quase totalmente

insano, esquizofrénico, dirão alguns. Todos os dias ao

ver as notícias vemos pessoas que já não acreditam em

nada, em ninguém, nem nelas próprias; gente intoleran-

te, sem capacidade de compreender o outro, gente xe-

nófoba e racista; gente que faz o seu ganha-pão à custa

da calúnia, deturpando factos, atribuindo falsas inten-

ções, destruindo os outros na sua verdade e dignidade.

Gente completamente insensível ao sofrimento dos ou-

tros e que mascaram essa insensibilidade com justifica-

ções falsas e injustas. E o mais grave é que estes com-

portamentos partem daqueles que sendo líderes, deveri-

am orientar no bem e ajudar os povos em sofrimento.

No entanto porque é um poema completo na sua

visão, ele expõe a contraparte desse negativo ao instar-

nos a sermos crentes, a acreditar no bem e nos valores

morais que temos; a acreditar no bom que os outros

também têm. A ter esperança, em nós e na vida, mesmo

quando o nosso percurso nos parece ser demasiado so-

litário. A fazer esse percurso sem revolta, mas procuran-

do compreender e perdoar, ou seja a desenvolver o

amor ao próximo na sua essência mais fraterna e univer-

sal. A continuar a sonhar porque o sonho é possível e

continua a ser alcançável. E, se de repente tudo se es-

boroa, recomeçar de novo na certeza das nossas con-

vicções, sem medos nem cobardias, mantendo sempre a

nossa dignidade, mas com a humildade de caminheiro

da vida. E sobretudo mantermo-nos sempre disponíveis

para a vida.

Este poema que foi publicado em 1910, mostra-

nos que as contradições e desafios da interação humana

não são apenas fruto da conjuntura atual, mas fazem

parte do contraditório humano. Mantêm-se inalterados

desde os primórdios, continuando a prevalecer o Ideal

como farol que nos guia e mantém firmes nos nossos

propósitos mais elevados. O farol atual está corporizado

no Papa Francisco, exemplo de sanidade e amor.

Movimento Serafim Faria

Prof. Educação Física

Com o aumento da longevidade das pessoas, surgem diversos problemas de saúde. Um deles é a osteoporose que se carateriza por uma perda gradual da massa e da densidade óssea, que pode ter início muito cedo. A massa óssea deveria estar no seu ponto máximo no fim dos 20 e início dos 30 anos de idade. Porém, graças a uma dieta alimentar pobre e à falta de atividade física (AF), muitas pessoas começam a perder osso logo nessa etapa. A perda óssea ocorre mais rapidamente na mulher do que no ho-mem, principalmente na época da menopausa, quando uma acentuada queda de estrogênio e progesterona acelera o processo. Com os ossos enfraquecidos, a probabilidade de fratura aumenta. É uma enfermidade silenciosa e geralmen-te o paciente só é diagnosticado quando faz exames pre-ventivos de rotina ou quando sofre uma ou mais fraturas. De acordo com a idade, estado clínico e gravidade da fratura podem ocorrer graves complicações e até óbito. A falta de exercícios é uma das principais causas da oste-oporose. O uso dos ossos vai mantê-los fortes e saudáveis. Exercício portando peso é a única coisa, além da progeste-rona, que demonstrou realmente aumentar massa óssea em mulheres com mais idade. Por "portar peso" deve entender-se exercícios que promovem pressão sobre os ossos. Ao contrário do que se possa imaginar, uma pessoa por-tadora de osteoporose pode praticar exercícios físicos para diminuir a progressão da doença, evitar quedas e suas con-sequências. A osteopenia é um estágio anterior à osteopo-rose e, neste caso, exercícios regulares podem prevenir a progressão para osteoporose. O efeito pisoelétrico, que é a troca de cargas positivas e negativas entre a superfície e a parte interna do osso, é um fator determinante na fixação do cálcio. Este efeito é obtido quando ocorre a compressão do osso, na sequência da prática de AF. Neste quadro, a AF adequada constitui-se, tanto como um fator preventivo como um fator de reversão da osteopo-rose. Para além desses aspetos diretamente relacionados com a doença em causa, a AF tem imensas vantagens para as pessoas de idade avançada, nomeadamente, prevenindo doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, dislipidemi-as, entre outras, para além de promover relações interpes-soais de importância determinante na qualidade de vida das pessoas. O que se pode então praticar para se poder usu-fruir de todas estas vantagens em idades avançadas? Não há atividades físicas perfeitas que, por si só, possam cum-prir todos os objetivos da AF em geral: umas têm uma de-terminada orientação, outras outra, daí que seja fundamen-tal praticar diferentes atividades físicas, que se complemen-tem no resultado final. Caminhar com alguma intensidade é fundamental para melhorar a parte cardiovascular; levantar ou puxar algum peso, fortalece os músculos evitando a perda de massa muscular e melhorando a densidade óssea; dançar tem um potencial relacional tremendo, ajudando as pessoas idosas a combater a solidão; praticar Hidroginásti-ca possibilita um relaxamento geral e é uma atividade muito aconselhada para quem sofre de dores osteoarticulares. Enfim, praticar AF melhora a qualidade de vida das pessoas e torna-as mais felizes e realizadas.

CUIDE DA SUA SAÚDE 4 NAS ASAS DA POESIA

*Médico

Bem senti que o mar me andava a seduzir,

Mas fiz de conta ...

Como se a minha altivez pudesse,

De alguma forma,

Intrigá-lo.

Qual quê!

Meia dúzia de braçadas no gélido do seu azul,

Um ou outro desenho na areia molhada,

E os sentidos ...

Branduras de entremeio com raios de sol.

E pronto!

O mesmo recomeço.

Sempre.

Todos os anos que já vivi ...

Rita Sá Ferreira

DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D

COMO PREVENIR

Muito se tem falado sobre os males que a falta de vitamina D

pode causar no organismo. Há anos, só se falava na necessida-

de dela associada á manutenção dos dentes e ossos saudáveis.

Hoje, sabe-se que a vitamina D é essencial ao organismo prin-

cipalmente na prevenção de diversas doenças e na absorção do

cálcio.

Para a maioria da população, cerca de 80 a 90% da vitamina D

circulante obtém-se através da síntese na pele, através da expo-

sição solar pela ação da radiação ultravioleta. A restante vitami-

na D provém da dieta principalmente dos peixes gordos

(salmão, atum, cavala, sardinha), óleo de fígado de bacalhau,

ovos e cogumelos.

No caso de deficiência de vitamina D, os valores de cálcio e

fosforo no sangue diminuem, provocando doenças nos ossos

que em casos extremos se denominam raquitismo na criança

ou osteomalacia nos adultos; todos nos lembramos de casos de

raquitismo na população de baixo nível socioeconómico e a

necessidade de suplementos de vitamina D nas crianças em

crescimento.

A estrutura óssea está diretamente ligada a esta vitamina, pois a

sua falta leva ao desenvolvimento de osteoporose. A fraqueza

muscular pode ser um sintoma de falta de vitamina D por inter-

ferir com a contração muscular.

Na ausência de exposição solar adequada, torna-se difícil obter

a dose diária recomendada só com a alimentação natural.

A modificação de comportamentos, particularmente a redução

das atividades realizadas ao ar livre uma vez que grande parte

das pessoas trabalham em ambientes fechados, bem como a

alteração dos hábitos alimentares, tem contribuído para este

problema.

Não há consenso sobre quem deve analisar os níveis de vitami-

na D, mas a indicação é para as pessoas que estão pouco ex-

postas ao Sol, portadoras de doença celíaca, pessoas com oste-

oporose e fraturas com quedas simples. As grávidas também

devem ver os níveis de vitamina para tomarem suplementos

caso estejam baixos.

Para o tratamento da deficiência de vitamina D, recomenda-se o

uso de medicamentos do tipo cole calciferol que podem ser

diários, semanais ou mensais.

Atenção que dado ser uma vitamina lipossolúvel, não é elimina-

da quando está em excesso e nesse caso pode causar alguns

sintomas decorrentes do aumento do cálcio no sangue como

náuseas, vómitos, perda de apetite ou confusão mental.

V I D A C R I S T Ã E M C O M U N I D A D E 6

Deixai vir a

Mim

as criancinhas

porque delas é

o reino dos

céus

MATRÍCULAS NA CATEQUESE 2016-2017

Durante o mês de JUNHO 2016

(para o 1º ano da Catequese - crianças que completem 6 anos até 31 de dezembro de 2016 - ou para frequen-

tar a catequese pela primeira vez)

Horários e Local de Matrícula:

2ªs, 3ªs, 5ªs e 6ªs feiras | das 9,30h às 12,30h e das 17h às 19h

no Cartório Paroquial de Rio Tinto - Rua da Lourinha, 33

(Junto à Igreja Matriz – edifício ao lado da Junta de Freguesia de Rio Tinto)

O que é necessário no ato de Matrícula?

Os pais / encarregados de educação da fé devem ser portadores de:

Cédula de Vida Cristã (ou documento com data e local de batismo)

Dados sobre a Família, morada, telefone e email.

No momento da matrícula pagam a inscrição no valor de 10,00€ (inclui catecismo)

1 fotografia (tipo passe) da cr iança

No próximo dia 12, haverá missa em honra de

Nossa Senhora de Fátima, na igreja paroquial às

21:00 h seguida de procissão que sairá pelas

22:00 h. O itinerário é o mesmo dos anos anteriores.

6

... " Maio maduro Maio, quem te criou, quem te deu

tanta vida e não te amou ... " assim cantava Zeca Afon-

so, (e quem não se lembra dele?!. .. );

Nas minhas buscas encontrei este escrito atribuído ao

Papa Francisco:

Ao envelhecer tornamo-nos mais sábios e lentamente

damo-nos conta de tudo o que é supérfluo, assim como

um relógio de mil euros dá a mesma hora que um

relógio de euros; uma carteira de 300 euros

carrega o mesmo dinheiro e documentos que uma de

euros; a solidão de uma casa de metros quadrados

de 300 é a mesma. Espero que um dia percebas que

a tua felicidade interna não vem das coisas materiais...

Não importa se viajas em primeira classe económi-

ca, morrerás na mesma se avião cair. Espero que

percebas quando se tem amigos e irmãos com quem

falar, rir e cantar, isso é a felicidade verdadeira.

E também, este canto:

Para vós o meu canto, companheiros da vida!

Vós, que tendes os olhos profundos e abertos, vós, pa-

ra quem não existe batalha perdida, nem desmedida

amargura, nem aridez nos desertos;

Vós, que modificais um leito dum rio; - nos dias

difíceis sem literatura, penso em vós: e confio; penso

em mim e confio; - para vós os meus versos, compan-

heiros da vida!

Se canto os búzios, que falam dos clamores, das pragas

imensas lançadas ao mar e da fome dos pescadores, -

penso em vós, companheiros, que trazeis outros búzios

para cantar ...

Acuso as falas e os gestos inúteis; aponto as ruas

tristes da cidade ... Mas penso em vós e creio em vós,

irmãos, que trazeis ruas com outra claridade e outro

calor no apertar das mãos.

E vou convosco. - Definido e preciso, erguido ao alto

como um grito de guerra, espera do Dia de Juízo ...

Que o Dia do Juízo não é no céu ... é na Terra! Sidónio Muralha

7 “O Povo de Rio Tinto” 24/04/2016

CONTAS DE ANTÓNIO COSTA NÃO CONVENCEM FMI NEM BRUXELAS

M. Pinto Teixeira*

1 – Ainda o Orçamento do Estado não tinha completado um mês sobre a sua entrada em vigor já se levantava um coro de vozes vaticinando a sua inexequibilidade, por se considerar que as projecções económicas em que ele se baseia não eram realistas. Aliás, é bom recordar que os debates parlamentares sobre a proposta do Go-verno, quer na generalidade quer na especialidade, foram sempre largamente animados precisamente por se-rem muitas as dúvidas sobre as mesmas projecções. Mas à medida que o tempo foi passando, as vozes críticas têm vindo a aumentar, constituindo hoje um coro que já poucos ousam contrariar. A nível interno, quer o Banco de Portugal quer o Conselho de Finanças Públicas foram inequívocos ao consi-derar que as metas previstas no orçamento para o corrente ano eram excessivamente optimistas, em vários dos seus pressupostos. No dizer destas entidades, nem o crescimento económico, nem a receita pública atingirão os valores previstos pelo Governo. O mesmo se poderá dizer da redução do desemprego e de outros indicado-res igualmente relevantes para a saúde da economia nacional. De todo o modo, o Governo tem-se mantido ir-redutível, reafirmando a sua convicção de que as metas macroeconómicas serão atingíveis. 2 – É claro que não basta o optimismo governamental para alterar a realidade. E num curto espaço de tempo, quer o FMI - Fundo Monetário Internacional, quer o Comissão Europeia, secundada pelo Banco Central Euro-peu, vieram rever em baixa as perspectivas de crescimento da economia mundial e europeia, respectivamente, fazendo soar as campainhas de alarme. Nas análises que foram tornadas públicas por aqueles organismos in-ternacionais, e concretamente no que à economia nacional diz respeito, já ninguém tem dúvidas que o tal opti-mismo governamental pouco tem a ver com as previsões dos mais credenciados analistas internos e externos. Aos poucos, a para preocupação de todos nós, a realidade tem vindo a fazer o seu caminho, sendo visível que o Governo caminha inexoravelmente para as linhas vermelhas, havendo até quem diga que o próprio Ministro das Finanças já reconhece, em circuitos reservados, que vai ser necessário rever em baixa as metas orçamen-tais, e adoptar medidas extraordinárias para que as contas públicas respeitem as exigências de Bruxelas. Que é como quem diz, vêm aí novos cortes, novos aumentos de impostos, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Ou seja, a factura das promessas eleitorais do PS vai chegar mais cedo à carteira dos portugueses do que o espera-do inicialmente. 3 – Paralelamente, começa a ser anunciada uma tempestade sem retorno no sistema bancário nacional. Num horizonte de curta distância, terão de ser tomadas medidas drásticas para salvar os bancos de um desastre co-lectivo. Para muitos, a rendição dos bancos portugueses passará pelo domínio absoluto dos grandes grupos fi-nanceiros internacionais, com especial destaque para os nossos vizinhos espanhóis. Para outros, o colapso só poderá ser evitado por um financiamento maciço com recurso ao Banco Central Europeu, através de mais uma linha especial de crédito a conceder aos bancos que se encontram no vermelho. Para outros ainda, o Estado não terá como escapar a uma onda de nacionalizações controladas e temporárias de alguns dos nossos bancos. Tudo isto são profecias demasiado dolorosas para que António Costa possa dormir descansado. E o desassos-sego será tanto mais penoso quanto se sabe que os parceiros da esquerda que sustenta a maioria parlamentar (entenda-se comunistas e bloquistas) já fez saber que não está disponível para subscrever novas facturas que penalizem os portugueses em geral, e os contribuintes em especial. Ora, como se mantém viva a velha senten-ça popular, segundo a qual “o dinheiro não cai do céu”, há boas razões para pensar que as tormentas da pri-mavera deste ano não anunciam um auspicioso verão. Caso para dizer que António Costa precisa de muita luz para encontrar saídas limpas para tanto negrume. E será que a sua equipa está em condições de lhe iluminar o caminho?

* Jornalista e Professor Universitário

Consultório Jurídico – “O quê de Justiça?” – Orçamento de Estado para 2016 – Medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração

O Orçamento de Estado para 2016, documento sobre o qual já nos debruçamos na passada edição, veio trazer uma medida

extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração.

Em que consiste a medida? Consiste numa prestação social atribuída durante um período de 180 dias, cujo montante mensal

corresponde a 80 % do montante do último subsídio social de desemprego pago a receber a partir da data de apresentação

do requerimento.

Quem pode beneficiar da medida? Todos os desempregados inscritos no regime geral de Segurança Social que tenham ces-

sado o período de concessão do subsídio social de desemprego inicial ou subsequente, desde que, à data da apresentação

do requerimento para beneficiarem da medida extraordinária, se verifiquem as seguintes condições:

a) Terem decorrido 360 dias após a data da cessação do período de concessão do subsídio social de desemprego;

b) Estarem em situação de desemprego involuntário;

c) Terem capacidade e disponibilidade para o trabalho e com inscrição ativa no centro de emprego;

d) Preencherem a condição de recursos legalmente prevista para acesso ao subsídio social de desemprego.

Como se inicia o procedimento? Os serviços competentes notificam por escrito e atempadamente todos os beneficiários ele-

gíveis para que estes possam efetuar o respetivo requerimento, que deve ser apresentado nos serviços de segurança social

da área de residência do beneficiário, no prazo máximo de 90 dias a contar do dia seguinte ao do termo do período previsto

na alínea a) do n.º 3, sob pena de perderem o direito à referida prestação social.

O pagamento da prestação social dá lugar ao registo de remunerações por equivalência à entrada de contribuições pelo valor

auferido e a prestação social enquadra -se no âmbito do subsistema de solidariedade, nos termos da Lei n.º 4/2007, de 16

de janeiro.

Por último, apenas definir o que se entende por “desemprego involuntário”, referido na anterior alínea b). Nos termos do artº

9º do DL 220/2006 (Protecção no desemprego), o desemprego considera-se involuntário sempre que a cessação do contrato

de trabalho decorra de:

a) Iniciativa do empregador, presumindo a Lei haver desemprego involuntário nas situações em que o fundamento invocado

pelo empregador não constitua justa causa de despedimento por facto imputável ao trabalhador ou, constituindo, desde que

o trabalhador faça prova de propositura de ação judicial contra o empregador ou quando o empregador efetue despedimento

sem cumprimento das formalidades previstas no Código do Trabalho, desde que o trabalhador faça prova da propositura de

ação judicial contra o empregador.

b) Caducidade do contrato não determinada por atribuição de pensão;

c) Resolução com justa causa por iniciativa do trabalhador;

d) Acordo de revogação celebrado nos termos definidos no presente decreto-lei.

Manuela Garrido

Rolinhos de Salsicha

Arranja-se tantas fatias de presunto

(cortadas finas ) quantas se precisar, igual

numero de fatias de queijo flamengo e salsi-

chas.

Estende-se as fatias de presunto e sobre

elas coloca-se as fatias de queijo e sobre

estas as salsichas.

Faz-se uns rolinhos e leva-se ao forno a

assar numa assadeira com margarina.

Serve com arroz e salada.

GLÓRIA BRANCO

Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são neces-sárias obras.

Padre Antônio Vieira