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JOÃO BATISTA BRAGA FERREIRA O processo de ensino-aprendizagem do voleibol no contexto do programa segundo tempo nas escolas da rede municipal de ensino de Maceió. Maceió (AL), 2007

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JOÃO BATISTA BRAGA FERREIRA

O processo de ensino-aprendizagem do voleibol no contexto do programa segundo tempo nas escolas da rede municipal de ensino de Maceió.

Maceió (AL), 2007

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JOÃO BATISTA BRAGA FERREIRA

O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL NO CONTEXTO DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO DE MACEIÓ.

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar.

Orientador: Prof o Ms. Eriberto José Lessa de Moura

Maceió-AL. 2007

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FERREIRA, João Batista Braga.

O processo de ensino-aprendizagem do voleibol no contexto do programa segundo tempo nas escolas da rede municipal de ensino de Maceió. Maceió, 2007.

Nº de páginas: 33 p.

TCC (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.

1. Voleibol 2. Ensino-Aprendizagem. 3. Programa segundo tempo.

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JOÃO BATISTA BRAGA FERREIRA

O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL NO CONTEXTO DO

PROGRAMA SEGUNDO TEMPO NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MACEIÓ.

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:

Presidente: Professor Mestre Eriberto José Lessa de Moura

Universidade Federal de Alagoas

Membro: Professora Mestra Marta de Moura Costa

Universidade Federal de Alagoas

Maceió-AL., 01 de agosto 2007.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho em primeiro lugar à DEUS, minha fonte de vida. Como também

a minha mãe Sra. GRIZELIDE BRAGA FERREIRA que sempre esteve ao meu lado. Pelo

mesmo motivo, dedico esse trabalho as minhas irmãs MARIA JOSÉ BRAGA FERREIRA,

MARIA JOSÉ GRIZELIDE, como também aos meus sobrinhos, FABRICIO JORGE

BRAGA DE GUSMÃO VERÇOZA e FREDERICO BRAGA DE GUSMÃO VERÇOZA,

pelos mesmos incentivos.

Dedico também ao PASTOR JOÃO LUIZ ROCHA, pela orientação que tem me dado

na IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR, mostrando-me através das palavras de

DEUS, meus caminhos, a verdade e a vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que, direta ou indiretamente contribuíram para a

elaboração desta monografia e, de modo especial ao professor Mestre ERIBERTO LESSA

pelo incentivo constante e pela orientação.

Ao Ministério do Esporte pela oportunidade de participar de um curso de

especialização à distância.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Em primeiro lugar, agradeço especialmente à DEUS, pois sem ele eu não seria nada. E

aos amigos – irmãos, os professores de Educação Física ALEXANDRE LARANJEIRA

LEITE e RICARDO LUIZ DE SOUZA, pelo grande incentivo, orientação, força,

compreensão, gratidão e principalmente AMOR de irmão para o meu sucesso. Sem eles,

depois de DEUS, eu jamais teria chegado ao final deste trabalho. Por isso, meus

agradecimentos especiais aos mesmos.

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RESUMO

O presente estudo buscou analisar o processo de ensino-aprendizagem do voleibol no contexto do Programa Segundo Tempo (PST) nas escolas da rede municipal de ensino de Maceió. Objetivou-se procurar identificar como se efetua o processo ensino-aprendizagem do voleibol, como instrumento de inclusão social nas escolas da rede pública municipal de ensino de Maceió. Foi um estudo descritivo, de natureza qualitativa. Os dados foram colhidos através de questionário contendo 05 perguntas, das quais quatro foram subjetivas e uma objetiva, sendo esta subdividida em cinco subitens. O questionário foi elaborado visando sistematizar e facilitar a coleta e análise dos dados. A amostra foi composta por 07 (sete) estagiários do Programa Segundo Tempo, escolhidos de forma intencional, sendo critério de inclusão a escola que oferecesse o desporto voleibol no Programa Segundo Tempo. Para a análise das respostas do questionário optou-se em analisá-las por bloco das perguntas, para assim discutirmos as mesmas focando os aspectos considerados relevantes. Sobre a utilização do voleibol como fator de inclusão social no Programa Segundo Tempo, os estagiários foram unânimes em afirmar sua utilização como fator de inclusão social é feita em todas as escolas. As aulas de voleibol no Programa Segundo Tempo, quanto à participação das crianças e como processo de inclusão social, eram apresentadas de forma lúdica, onde as crianças executavam os movimentos técnicos, sem perceberem que isto estava sendo aplicado. O planejamento e a avaliação das aulas eram feitos em um sistema de co-decisão estagiário x aluno tendo uma dinâmica participativa, sem preocupações técnico-burocráticas. Considerando a análise e a discussão dos dados encontrados na pesquisa, a conclusão mais importante a que podemos chegar é que existe uma necessidade de se equipar as escolas com materiais apropriados para a prática do voleibol, assim como sua estrutura física. Deverá também haver um incentivo e continuidade do processo de co-decisão, no processo ensino-aprendizagem dos alunos e estagiários. Desta forma podemos sugerir um novo olhar seja dado ao Programa Segundo Tempo nas escolas, como também para a prática do voleibol na escola, onde a criança possa verdadeiramente fazer parte deste processo.

PALAVRAS CHAVE: voleibol, ensino, aprendizagem, programa segundo tempo.

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SUMÁRIO

Dedicatória ........................................................................................................... iii

Agradecimentos ................................................................................................... iv

Agradecimentos Especiais ................................................................................... v

Resumo ................................................................................................................ vi

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 9

2 OBJETIVOS .................................................................................................... 10

2.1 Objetivo geral.................................................................................................. 10

2.2 Objetivo específico......................................................................................... 10

3 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 11

3.1 História do voleibol mundial........................................................................... 11

3.2 História do voleibol brasileiro ........................................................................ 13

3.3 Características do jogo de voleibol................................................................. 15

3.4 Princípios pedagógicos para o ensino dos esportes........................................ 21

3.5 O processo ensino aprendizagem do voleibol ............................................... 22

4 METODOLOGIA ........................................................................................... 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 26

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 29

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 30

ANEXO ................................................................................................................ 31

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1 INTRODUÇÃO

Ao escrever sobre o Voleibol, iremos mostrar a preocupação que cada professor

deverá ter, no ensino desta modalidade, procurando adequar o ensino-aprendizagem escolhido

por cada um, e evitar assim que os alunos tenham no decorrer da aprendizagem uma iniciação

precoce.

Tendo em vista, que a iniciação desportiva inicia-se normalmente na faixa-etária entre

7/8 e 13/14 anos de idade, período em que os alunos normalmente estão cursando o 1º grau. E

no momento em que as idades vão avançando a principal característica está marcada pelas

diferentes necessidades das crianças. Constantemente nas aulas de Educação Física Escolar, é

verificado um grande espaço de tempo destinado para a aprendizagem dos esportes.

Diante desse quadro de responsabilidades do profissional de educação física na

formação do individuo, torna-se necessário a formulação de objetivos e conteúdos específicos

que atendam, tanto as diferenças corporais como as diferenças de aptidões físicas de cada

aluno.

O voleibol após a conquista da medalha de prata nas Olimpíadas, no ano de 1980,

começou a partir daí a ser praticado com mais regularidade em praias, ruas, praças, com

incentivos de Federações e da Confederação de Voleibol organizando competições abertas a

sua comunidade.

Apesar dessa popularidade conquistada e dos incentivos à prática do jogo, ainda é

necessário, para a manutenção desse quadro que o voleibol apresenta que os fundamentos do

esporte sejam ensinados de forma adequada para um maior número de crianças por meio de

profissionais capacitados para essa função.

Para que se aumente o número de praticantes do esporte voleibol, só será possível se

as escolas, principalmente as da rede pública, inserir o voleibol de forma correta e atraente

para os seus alunos.

O estudo se justifica na medida em que buscaremos identificar os métodos e

estratégias de ensino-aprendizagem do voleibol como instrumento de inclusão social dentro

das suas fases de formação esportiva, buscando também mostrar a sua utilização como

atividade física para uma vida adulta salutar.

O presente estudo será norteado pelo seguinte problema: Como esta ocorrendo o

processo de ensino-aprendizagem do voleibol no programa segundo tempo nas escolas da

rede municipal de ensino de Maceió?

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral Identificar como se efetua o processo ensino-aprendizagem do voleibol, como

instrumento de inclusão social nas escolas da rede pública municipal de ensino de Maceió.

2.2 Objetivo específico Descrever as condições de utilização do ensino do voleibol no programa segundo

tempo, como fator inclusão social nas escolas da rede municipal de ensino de Maceió.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 História do voleibol mundial1 A idéia do vôlei surgiu em 1895, quando o americano William George Morgan, que

assumira naquele ano a função de professor de educação física na faculdade YMCA

(Associação Cristã de Moços) de Holyoke, Massachusetts (EUA), tentava criar uma nova

competição em quadra coberta que pudesse ser praticada pelos seus alunos.

Antes de se formar na faculdade da YMCA em Springfield, Morgan conheceu James

Naismith, que havia criado o basquete em 1891. No entanto, o basquete era muito intenso e

com muito contato físico, o que era um atrativo para os jovens. E a intenção de Morgan era

criar um jogo recreativo que ao mesmo tempo fosse competitivo e sem contato físico, para

atrair o público mais velho. Utilizando seus conhecimentos dos métodos de treinamentos

esportivos e sua própria experiência como atleta, Morgan teve uma idéia, assim explicada por

ele:

“Na procura de um jogo apropriado, o tênis veio a minha mente. No entanto, para

jogar tênis são necessários raquetes, bolas, a rede e outros equipamentos. Então, o tênis estava

fora de questão - mas a idéia da rede me pareceu boa. Fixamos uma rede a 1,85m do chão,

pouco acima da cabeça de um homem de estatura mediana. Precisávamos de uma bola e entre

todas as que experimentamos estava a câmara da bola de basquete. Mas era muito leve e

muito lenta. Então, testamos a própria bola de basquete, que era muito grande e muito

pesada”.

Por fim, Morgan contratou a empresa A.G. Spalding & Bros. para fabricar uma bola

especial, o que fizeram em sua fábrica em Chicopee, Massachusetts. O resultado foi uma bola

nos padrões das utilizadas hoje em dia: era coberta de couro com uma câmara de borracha,

sua circunferência variava de 63,5cm a 68,6cm, e seu peso ficava entre 252g e 336g.

Finalmente, Morgan tinha seu esporte, batizado por ele de Mintonette.

Já com a idéia básica do Mintonette, Morgan convidou seus amigos Dr. Frank Wood e

John Lynch para, baseados em suas sugestões, desenhar os conceitos básicos do jogo e

formular as primeiras dez regras do novo esporte.

No início de 1896, uma conferência foi organizada na faculdade YMCA de

Springfield, na qual estiveram presentes todos os professores de educação física da YMCA.

1 Fonte dos históricos mundial e brasileiro:http://www.planetavolei.com.br/conteudo.asp?

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Morgan, então, foi convidado pela direção para fazer uma demonstração de seu jogo no

ginásio recém-inaugurado da faculdade. Ele chamou seus amigos e formou dois times, cada

um com cinco jogadores. O capitão de uma das equipes foi J.J. Curran e da outra, John Lynch,

que eram o prefeito e o chefe do Corpo de Bombeiros de Holyoke, respectivamente.

Morgan explicou que o novo jogo era designado para ginásios cobertos, mas também

poderia ser disputado em locais abertos. E um número ilimitado de atletas poderia participar -

sendo o objetivo do jogo manter a bola em movimento por cima da rede, de um lado para o

outro.

Após assistir à demonstração e ouvir as explicações de Morgan, o professor Alfred T.

Halstead chamou a atenção para a ação do vôo da bola por cima da rede (voleio), sem tocar o

chão, e propôs que o nome Mintonette fosse substituído por Volley Ball. O nome foi aceito

por Morgan e pela conferência, permanecendo desta forma até 1952, quando o Comitê

Administrativo da então Associação de Volley Ball dos Estados Unidos votou pela pronúncia

do nome em apenas uma palavra, passando para a forma definitiva Volleyball.

Na conferência, Morgan deu uma cópia manuscrita das regras aos outros professores

como um guia para o uso e o desenvolvimento do esporte. Então, um comitê foi formado para

estudar as regras e produzir sugestões para o ensino e a promoção do esporte. Em 1897, a

prática do vôlei já havia se espalhado por todo o país, levada pelos professores das diversas

unidades da YMCA.

O primeiro país estrangeiro a conhecer o esporte foi o Canadá, em 1900, também por

meio da associação. O segundo foi Cuba, em 1906, levado pelo oficial do Exército americano

Augusto York, que participou da segunda intervenção militar dos EUA na ilha caribenha. A

partir daí, Elwood S. Brown levou o esporte para as Filipinas (1910), J. Howard Crocker para

a China, Franklin H. Brown para o Japão (1908), dr. J.H. Gray para China e Índia, e outros

precursores no México, na América do Sul, Europa e África.

Em 1913, o vôlei já estava presente em toda a Ásia, tanto que foi incluído no programa

dos primeiros Jogos Orientais, organizados em Manila, capital filipina. Por muitos anos, o

esporte foi praticado segundo as regras ensinadas por Elwood S. Brown, nas quais os times

eram formandos por 16 atletas - para permitir um maior número de participantes.

Em 1916, um artigo do Guia de Vôlei Spalding escrito por Robert C. Cubbon estimou

que os praticantes de vôlei nos EUA já totalizavam 200 mil. Naquele mesmo ano, a YMCA

conseguiu que a NCAA (a maior liga de esportes universitários dos EUA) divulgasse o vôlei

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em seus artigos, contribuindo para o rápido crescimento do esporte entre os jovens

universitários.

Em 1918, o número de jogadores por time foi limitado a seis e, em 1922, o número

máximo de toques na bola permitido foi fixado em três. Até os anos 30, o vôlei foi praticado

mais como uma forma de recreação e lazer, e houve poucas atividades internacionais e

competições. Isso devido ao fato que havia diferentes regras em várias partes do mundo.

Entretanto, campeonatos nacionais já eram disputados nos países da Europa oriental, para

onde o esporte foi levado pelos soldados americanos a partir de 1915, na 1ª Guerra Mundial.

Também em função da 1ª Guerra Mundial, o Egito foi o primeiro país africano a descobrir o

vôlei.

Em 1924, houve uma demonstração de esportes americanos nas Olimpíadas de Paris

(FRA) e o vôlei estava entre eles. No entanto, foi apenas em setembro de 1962, no Congresso

de Sofia (Bulgária), que o vôlei foi admitido como esporte olímpico. Sua primeira disputa se

realizou nas Olimpíadas de Tóquio (JAP), em 1964, com a presença de dez países no

masculino - Japão, Romênia, Rússia, Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria, Holanda, Estados

Unidos, Coréia do Sul e Brasil. O primeiro campeão olímpico masculino foi a Rússia, a

Tchecoslováquia foi a vice e a medalha de bronze ficou com o Japão. No feminino, o Japão

também levou o ouro. A Rússia ficou em segundo e a Polônia, em terceiro.

O primeiro Campeonato Mundial foi disputado em Praga, na Tchecoslováquia, em

1949, vencida pela Rússia.

William Morgan, que era conhecido pelo apelido de Armário, devido ao seu porte

físico, morreu em 27 de dezembro de 1942, aos 72 anos de idade.

3.2 História do voleibol brasileiro

Não se tem registro de quando o vôlei chegou às terras brasileiras. Oficialmente, a

primeira competição do esporte no país foi realizada em Recife (PE), em 1915, organizada

pela Associação Cristã de Moços (ACM) local, e com regras e regulamentos definidos.

Assim, tudo leva a crer que o esporte já era praticado informalmente antes desta data. A partir

daquele momento, entretanto, colégios de outras cidades pernambucanas passaram a ter o

vôlei como uma de suas disciplinas de educação física. Dois anos depois, em 1917, o esporte

chegou à ACM de São Paulo.

A primeira competição internacional da qual o Brasil participou foi o 1º Campeonato

Sul-Americano, em 1951, mesmo antes da fundação da Confederação Brasileira de Volley

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Ball (CBV), em 1954. O Sul-Americano foi patrocinado pela então Confederação Brasileira

de Desportos (CBD), com o apoio da Federação Carioca de Volley Ball, e aconteceu no

ginásio do Fluminense, no Rio de Janeiro, entre 12 e 22 de setembro daquele ano, sendo

campeão o Brasil, no masculino e no feminino.

Em 1954, a Confederação Brasileira de Voleibol foi criada com o objetivo de difundir

e desenvolver o vôlei no país. Dez anos mais tarde, o vôlei brasileiro marcou presença nos

Jogos Olímpicos de Tóquio, quando o esporte fez sua estréia na competição. Assim como no

futebol o Brasil é o único país que disputou todas as Copas do Mundo, os sextetos nacionais

masculinos de vôlei participaram de todas as edições das Olimpíadas.

A estréia do país em competições em solo europeu foi para a disputa do Campeonato

Mundial de Paris (FRA), em 1956, quando a Seleção masculina foi comandada pelo técnico

Sami Mehlinsky. O Brasil terminou na 11ª colocação.

Os primeiros títulos importantes conquistados pelas Seleções Brasileira masculina e

feminina aconteceram em Jogos Pan-Americanos. Em 1959, a equipe feminina sagrou-se

campeã da competição em Chicago (EUA) enquanto que a masculina foi vice-campeã. O feito

da Seleção feminina foi repetido em 1963 em São Paulo, sendo que desta vez a Seleção

masculina também foi campeã.

A grande virada do vôlei brasileiro começou em 1975, quando Carlos Arthur Nuzman

assumiu a presidência da CBV. Nuzman lutou para que o Brasil sediasse os mundiais juvenil

masculino e feminino em 1977. Apostando na idéia de que marketing e esporte podem

caminhar lado a lado, o dirigente atraiu a atenção das empresas para o esporte, o que nas

Olimpíadas de Los Angeles possibilitou a criação de uma infra-estrutura permitindo a

profissionalização dos atletas, no início da década de 80, e servindo de exemplo para os outros

esportes coletivos do país.

Logo os bons resultados começaram a aparecer. O país conquistou a primeira medalha

em um torneio de nível mundial na Copa do Mundo do Japão, em 1981, quando a Seleção

masculina garantiu a medalha de bronze. No ano seguinte, a mesma equipe sagrou-se vice-

campeã mundial na Argentina. Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, o grupo de

William, Renan, Bernard e Cia. conquistou a tão sonhada medalha, de prata. Num crescente, o

Brasil chegou ao auge na conquista do ouro olímpico em Barcelona-1992, com a geração de

Maurício, Tande, Giovane e Marcelo Negrão.

Depois, vieram a conquista da Liga Mundial, em 1993 e 2001 e, finalmente, o Mundial

da Argentina, em 2002, coroando um trabalho primoroso do esporte no país.

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Paralelamente, a Seleção feminina também passou a ser sinônimo de competitividade

no cenário mundial ao conquistar duas medalhas olímpicas, ambas de bronze, em Atlanta/96 e

Sydney/2000, além de três edições do Grand Prix (1993, 1995 e 1997).

E não foi apenas nas quadras duras que os brasileiros mostraram domínio. Nas areias,

o Brasil vem dominando o cenário mundial há uma década. Na estréia do vôlei de praia nos

Jogos Olímpicos de Atlanta, um feito histórico: ouro e prata no feminino. Em Sydney, foram

duas pratas e um bronze.

3.3 Características do jogo de voleibol

O voleibol é um esporte em que suas equipes no jogo têm os objetivos de atacar e

defender. Para que se obtenha um ataque segue-se uma seqüência de movimentos que são:

a) Passe (ou defesa) b) Levantamentos e o ataque.

E para que se obtenha uma defesa são utilizados os movimentos de:

a) Bloqueio e cobertura b) Manchete (defesa baixa) ou espalmada (defesa alta).

Para que se obtenha um ataque ou uma defesa em um jogo de voleibol é preciso

que se desenvolvam estratégias para tal.

Várias dimensões englobam seus participantes por ser o voleibol um esporte coletivo.

Uma delas é dimensão de coletividade, onde o jogo é inter-relacionado mediante ocorrências

que depende de uma pré-ação e uma pós-ação de companheiros e adversários (Mesquita in

Graça & Oliveira, 1995). Outro aspecto que deve ser compreendido é o fato de que o jogo de

voleibol envolve movimentos com bola e sem bola (Grffin,Mitchell & Oslin, 1997). Para que

se tenha movimento com bola, ou ação na mesma é preciso uma adaptação para essa ação,

consistindo assim no movimento sem bola. As jogadas são criadas na relação entre jogador e

bola, interelacionando-se jogadores sem bola, para que as atividades a serem criadas para

desenvolver habilidades durante a ação de jogar contemplem a necessidade de jogar para

aprender e não aprender para jogar. É importante saber que jogos em pequenos espaços,

(meia quadra), fazem os alunos desenvolverem habilidades técnicas enquanto jogam com

modificações de regras. E nesta relação de jogos os alunos passam a pensar em possibilidades

e refletir suas necessidades.

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- Habilidades motoras: com e sem bola: -saque, defesa, bloqueio, levantamento, passe e ataque. Estes fundamentos dividem-se em:

- Gerais que são: Saque, defesa, e bloqueio, onde todos os jogadores envolvidos no jogo

(excluindo-se o líbero) podem executar.

- Especiais que são: ataque, passe e levantamento, sendo que estes priorizam funções

especificas dos jogadores.

- Habilidades cognitivas: O técnico ou professor é quem deve avaliar e colocar quem pratica

jogos para oportunizar esse desenvolvimento.

- Habilidades Sociais: são decisões que os jogadores terão de fazer dentro do jogo. E para que

se desenvolva, é preciso construir um ambiente de troca de informação e promover uma

discussão desses aspectos dentro das aulas.

Sistema de jogo no voleibol: devem-se promover no início da prática do voleibol todas

as posições e funções necessárias do jogo, juntando-se todas as oportunidades para

desenvolver habilidades nos fundamentos gerais e especiais. São estes os sistemas:

- 6x6- 06 cortadores, onde todos são levantadores em algum momento do jogo.

- 4x2 – 04 são cortadores e 02 são levantadores. Neste sistema os levantadores se opõem um

ao outro

- 6x2 - Todos são atacantes e somente 02 dos atacantes são levantadores. Neste também se

opõem um ao outro no sistema de rodízio.

- 5x1 – Neste tem-se 05 atacantes e 01 levantador, é o mais utilizado no voleibol.

São necessários que se desenvolvam diferentes números de jogadores e diferentes

regras, para que se desenvolva a aprendizagem de diversos resultados de jogo para vários

tipos de situações de jogo.

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A seguir detalharemos algumas informações gerais sobre o voleibol, seus fundamentos

e as regras básicas para o jogo de voleibol.

Campo de Voleibol: Mede: 18x09, dividido por uma linha central em dois quadrados com lados de 09 metros que

constituem as quadras de cada time.

-Possui 02 (dois) linhas laterais e uma linha de fundo (cada quadra).

-Possuem 01 (uma) zona de saque, que mede 03 (três) metros de uma zona de defesa, que

mede 06 (seis) metros. A zona de saque é toda linha de fundo.

-Entrar a zona de ataque e defesa, encontra-se à linha de 03 (três) metros.

Rede: Postada acima da linha central.

Mede: 10 (dez) metros de comprimento, e 1m de largura (cada quadrado mede 10 (dez)

centímetro).

Acima da quadra, o espaço aéreo é delimitado no sentido lateral por duas antenas postadas em

cada uma das extremidades da rede.

Estas antenas medem 1.50m.

Bola: É composta de couro ou couro sintético e mede aproximadamente 65 cm de diâmetro. Ela

pesa em torno de 270g e deve ser inflada com ar comprimido a uma pressão de 0,3kg/cm2.

O Jogo: O Voleibol é jogado por pontos, e não por tempo.

Cada partida é dividida em set que terminam quando uma das duas equipes conquista 25

pontos.

O set é encerrado, quando uma equipe atinge 25 pontos, sendo que a mesma tem que fazer

uma diferença de 02 pontos à frente. Ex 25x23, etc., e vence a partida a equipe que conquistar

03 (três) sets.

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São disputados 05 sets, em cada partida, caso aconteça de ficar 2x2, o ultimo set é encerrado

quando uma equipe atinge 15 (quinze) pontos, e é chamado de Tie-break.

Cada equipe é composta por doze jogadores,os quais seis estão atuando na quadra e seis

permanecem no banco na qualidade de reservas.

Cada técnico tem direito a 06 (seis) substituições, em cada set. Sendo que cada jogador só

pode ser substituído uma única vez, só retornando à quadra para ocupar a posição do

companheiro que o substituiu.

Os jogadores são substituídos na quadra, do seguinte modo:

a) 03 na zona de ataque (atacantes e levantadores);

b) 03 na zona defesa (defensores e o libero).

-Devem ficar em diagonal aos seus oponentes;

4 diagonal com 1;

2 diagonal com 5;

3 diagonal com 6.

Posicionamento e Rotação: Iniciá-se o jogo com saque, que é realizado pelo jogador que se encontra na posição 01 (um)

(lado direito do fundo da quadra).

A rotação é feita no sentido dos ponteiros do relógio.

È ponto quando a bola cai na quadra, ou quando se dá uma infração.

Só se perde o saque, se houver uma dessas situações na equipe que saca.

Líbero: Jogador especializado nos fundamentos de defesa no fundo da quadra, e é responsável pelos

passes ao levantador.

Troca posição, com qualquer jogador, sem notificação dos árbitros, quando a bola não está em

jogo.

Só realiza levantamento de toque do fundo de quadra.

Só ataca com a bola abaixo do bordo superior da rede.

Utiliza uniforme diferente dos demais jogadores.

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Fundamentos do Jogo de Voleibol: Saque: Marca o inicio do jogo. Tipos de saque: Saque por baixo ou por cima: Indica como o saque é realizado;

Saque jornada nas estrelas: é um tipo de saque em que a bola é golpeada por baixo e atinge

grande altura;

Saque com efeito: è um tipo em que a bola ganha muita velocidade ao longo de sua trajetória;

Saque flutuante: é um tipo em que a bola é tocada de leve no momento da cortada, sua

trajetória é imprevisível.

Saque viagem ao fundo do mar: é feito em forma de ataque ao fundo da quadra.

Passe: Também chamado de recepção, é o primeiro contato com a bola do time que vai receber o

saque.

O objetivo do passe é fazer com que a bola chegue às mãos do levantador, em condições

perfeitas para o levantamento.

Técnicas especiais do passe: a)Manchete: empurra a bola com a parte interna dos braços esticados, pernas flexionadas e

abaixo da linha da cintura.

b)Toque: a bola é manipulada com as pontas dos dedos, acima da cabeça.

Levantamentos: Segundo contato da equipe que recebe o saque com à bola. Normalmente é feito pelo

levantador.

Tipos de levantamentos: a)levantamento do toque.

b) levantamento de manchete.

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c) levantamento de costas.

Ataque: Terceiro contato da equipe que recebe o saque com a bola.Tem como objetivo fazer a bola

tocar a quadra do adversário, obtendo assim o ponto.

Tipos de ataque: 1)Ataque de fundo: ataque realizado por um jogador que não se encontra na rede, e sim na

zona de defesa. Antes da cortada não pode pisar na linha de 03 (três) metros, embora possa

cair à frente da mesma.

2)Diagonal ou paralela: é indicado pela direção da bola, sobre a linha da quadra. A diagonal é

curta quando a bola cai na zona frontal da quadra adversária.

3)Cortada ou Remate: Quando é executada com bastante força.

4)Largada: Quando é executada levemente, endereçando-a para uma região da quadra

adversária que não esteja bem coberto pele defesa.

5)Explorar o bloqueio: É um ataque que o jogador não pretende fazer cair na quadra, e sim

atingir o bloqueio para que a “espirre” para qualquer lugar da quadra.

6)Ataque sem força: é feito com pouca força, procurando confundir a defesa adversária.

7)Bola de xeque: é realizado quando o levantamento sai de uma jogada errada feito pelo

adversário.

Bloqueio: O objetivo do bloqueio é impedir ou dificultar o ataque adversário, como também, diminui a

velocidade da bola.

Tipos de Bloqueios: a) Ofensivo: impedir o ataque, fazendo com que a bola caia na quadra adversária.

b) Defensivo: tem objetivo de diminuir a velocidade da bola, no momento do ataque

adversário, possibilitando uma melhor defesa dos jogadores que estão no fundo dos jogadores

que estão no fundo da quadra.

O bloqueio é classificado de acordo com o numero de jogadores envolvidos:

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-Simples: 01 jogador;

-Duplo: 02 jogadores;

-Triplo: 03 jogadores.

Defesa: Conjunto de técnicas, usadas para impedir que a bola caia na quadra, após o ataque

adversário.

Ações especificas aplicadas neste fundamento: a) Peixinho: O jogador se atira no ar, como em um mergulho, e intercepta à bola, terminando

sob abdômen.

b) Rolamento: Após o contato de defesa, o jogador rola sobre seu corpo. Utilizando para

evitar contusões após a queda.

c) Martelo (manchete invertida): O jogador defende uma bola cortada forte com as duas mãos

fechadas entre si mesmo, acima da testa.

3.4 Princípios pedagógicos para o ensino dos esportes

É uma integração entre ensino-aprendizagem-treinamento, pedagogicamente

organizados, onde a base é a organização didático-metodológica, adequadamente estruturada,

relacionada aos conteúdos inerentes a cada fase do desenvolvimento.

As atividades motoras deverão proporcionar a possibilidade de aprender jogando,

aprender brincando, evitando que o processo se torne repetitivo e cansativo; aprender

naturalmente, resgatando os jogos e as brincadeiras populares.

- Processos:

- Da aprendizagem motora ao treinamento técnico:

- ensino-aprendizagem-treinamento das capacidades coordenativas.

- ensino-aprendizagem-treinamento das mobilidades técnicas.

- Da capacidade de jogo ao treinamento tático.

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- ensino-aprendizagem-treinamento das capacidades técnicas

- ensino-aprendizagem-treinamento das estruturas funcionais

- ensino-aprendizagem-treinamento dos jogos para desenvolver a inteligência tática.

- O processo de ensino-aprendizagem-treinamento (EAT) se inicia na infância.

- Etapas do sistema de formação e treinamento:

- Fases e objetivos das duas etapas

1- Formação esportiva:

- oportunizar o desenvolvimento do potencial do individuo com relação ao conjunto de

capacidades necessárias às práticas esportivas.

- promover a formação humana geral do individuo por meio da prática esportiva consciente.

2- Treinamento esportivo: - otimizar e maximizar o nível de rendimento esportivo.

- aperfeiçoar a performance esportiva.

- melhorar e aperfeiçoar a técnica esportiva.

- maximizar o desenvolvimento das capacidades inerentes ao rendimento esportivo.

- Objetivo das etapas:

1)Formação de um atleta com competência técnica-tática e humana.

- Não existe treinamento sem a fase de ensino-aprendizagem, e não é possível ensinar-

aprender sem proceder ao treinamento daquilo que foi ensinado-aprendido.

- EAT – Com crianças e adolescentes é um processo de formação de preparação, não somente

para o esporte de alto nível, mas também preparação para a conscientização de que a atividade

física é um meio para alcançar uma vida salutar.

3.5 O processo ensino-aprendizagem do voleibol

O voleibol é um desporto considerado de difícil aprendizado pelo alto grau técnico das

suas habilidades técnicas específicas, que são exigidas para o seu jogo, porém Santos (1997),

apud Romariz (s/d) diz que a aprendizagem dos gestos técnicos do voleibol deve ser

alcançada com a utilização de exercícios educativos adequados, assim como exercícios de

fixação.

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Outros autores indicam a adaptação dos espaços (quadra de jogo), de materiais (por

exemplo, a bola) e das regras para a iniciação ao voleibol. Para Santos (1999), apud Romariz

(s/d) na iniciação do voleibol a quadra deve ser menor e com máximo 04 jogadores em cada

equipe, permitindo um maior contato com a bola e propiciando uma melhor aprendizagem.

Entendemos que nesta situação os alunos terão mais contato com a bola, proporcionando

melhores condições de aprenderem os fundamentos devido um grande número do toques na

mesma. No quadro abaixo encontramos as sugestões de Santos (1999), apud Roamriz (s/d)

para as adaptações:

IDADE 9 a 11 anos 10 a 12 anos 11 a 13 anos N0 DE JOGADORES 2 contra 2 3 contra 3 4 contra 4

QUADRA 3 a 4,5 m de largura por 9 de comprimento

(3 a 4,5 x 9 m)

6 x 9 a 12 m

8 a 9 x 12 m

ALTURA DA REDE Entre 2,10 a 2,15 m Entre 2,10 a 2,15 m Entre 2,20 a 2,25 m

Fonte: Santos (1999), apud Romariz (s/d).

Isto deverá ser passado aos alunos para que os mesmos tenham conhecimento do

campo de jogo, quantidade de jogadores em campo e altura da rede, de acordo com as suas

idade.

O mesmo autor (1999), apud Romariz (s/d) recomenda que o professor de Educação

Física estimule os 03 toques para cada equipe, por exemplo, valendo mais pontos, ao invés do

aluno passar a bola para o outro lado logo no primeiro toque, muito comum na iniciação.Isto

será exigido, para que os alunos memorizem que eles só poderão dar um toque na bola

continuamente, e simultaneamente dois, e sua equipe três toques.

Outras problemáticas no processo ensino-aprendizagem do voleibol são interesse, a

concentração e a participação dos alunos durante a execução dos gestos técnicos durante uma

aula ou partida de voleibol.

Fontani et al. (1999), apud Romariz (s/d) esclarecem que se o aluno estiver interessado

na tarefa, isto é, atento ao jogo de voleibol, suas respostas motoras são mais rápidas em

direção a bola e o aprendizado é mais eficaz.

A vontade e a participação constante em jogar, facilitará o desenvolvimento de suas

qualidades motoras.

Mas para ocorrer um aprendizado adequado há que se conjugar 02 quesitos do

professor: a didática escolhida e a capacidade de motivar os alunos na prática do voleibol

(Briggs, 1994, apud Romariz, s/d).

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O professor deverá facilitar o ensinamento e dar motivação as suas aulas. Acreditamos

que desta forma o aprendizado ocorrerá de uma forma salutar. Concordamos com os autores

quando eles falam que o voleibol é um desporto de difícil aprendizado, porém acreditamos

que com um ensino facilitado e com uma grande motivação por parte do professor, torna-se-a

fácil e prazeroso o seu aprendizado.

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4 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de um estudo descritivo, de natureza qualitativa, que tem

como principal finalidade o “delineamento ou análise das características de fatos ou

fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chaves,

utilizando para isto várias técnicas como entrevistas, formulários, entre outros”. (TRIPOD et

all 1975, apud LAKATOS,2001, p. 42).

Os sujeitos pesquisados foram 07 (sete) estagiários do Programa Segundo Tempo,

escolhidos de forma intencional, sendo critério de inclusão a escola que oferecesse o desporto

voleibol no Programa Segundo Tempo.

Como instrumento para coleta de dados foi utilizado um questionário contendo 05

(cinco) perguntas do tipo fechado.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente estudo buscou analisar o processo ensino-aprendizagem do voleibol

enquanto instrumento de inclusão social no Programa Segundo Tempo (PST) nas escolas da

rede municipal de ensino da cidade de Maceió.

Os dados foram colhidos através de questionário contendo 05 perguntas, das quais

quatro foram subjetivas e uma objetiva, sendo esta subdividida em cinco subitens. O

questionário foi elaborado visando sistematizar e facilitar a coleta e análise dos dados.

O questionário foi aplicado para 07 (sete) estagiários do Programa Segundo Tempo,

escolhidos de forma intencional, sendo critério de inclusão a escola que oferecesse o desporto

voleibol no Programa Segundo Tempo.

Para a análise das respostas do questionário optamos, em analisá-las por bloco das

perguntas, para assim discutirmos as mesmas focando os aspectos considerados relevantes.

Com relação à pergunta 01, sobre a utilização do voleibol como fator de inclusão

social no Programa Segundo Tempo, os estagiários foram unânimes em afirmar sua utilização

como fator de inclusão social é feita em todas as escolas, e que era fácil por ser um esporte

não só conhecido mundialmente, mais como também ser de grande aceitação pelas crianças,

perdendo apenas para o futebol.

A segunda pergunta foi dirigida para a questão das condições oferecidas pelas escolas

e pelo PST para a prática do voleibol, e através das respostas dos estagiários encontramos nas

mesmas que em algumas escolas estas condições foram favoráveis para à pratica do esporte,

tanto no espaço físico como nos materiais. Já em outras escolas as dificuldades foram muitas,

tanto nas condições do local como nos materiais, tendo os estagiários por querer a pratica do

esporte nas escolas, usavam cordas para substituir à rede. Foi questionado por muitas vezes

pelos estagiários, que se tivessem tido os materiais necessários, e o local das aulas em

melhores condições, o esporte teria sido mais difundido.

Estas dificuldades foram também encontradas no estudo feito por Romariz et al (s/d),

onde estas dificuldades foram apontadas como sendo um dos fatores negativos para a prática

do voleibol e para o seu processo de ensino-aprendizagem.

Desta forma acreditamos que a prática do voleibol e o processo ensino-aprendizagem

no PST foram prejudicados em virtude da estrutura das escolas e pela falta de material

apropriado para o desporto voleibol.

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Sobre a avaliação das aulas de voleibol no PST a maioria dos estagiários avaliou as

aulas pela dedicação e gosto pelo esporte através dos alunos, afirmando apenas que

procuraram passar para as crianças o ensino do esporte de uma forma mais atrativa para

ambos, fugindo assim do proposto pelo programa, que era passar os conhecimentos dos

fundamentos do esporte através de uma forma lúdica. E na sua minoria, os estagiários

passaram os conhecimentos dos fundamentos como proposto pelo projeto.

As aulas de voleibol no Programa Segundo Tempo, quanto à participação das crianças

e como processo de inclusão social, eram apresentadas de forma lúdica, onde as crianças

executavam os movimentos técnicos, sem perceberem que isto estava sendo aplicado. Eram

aceitas de forma geral através das crianças, muitas vezes divergindo o pensamento do futebol,

que é a preferência nacional por parte dos alunos do sexo masculino. Como fator de inclusão

social, foi aceito pelas crianças, atraindo as mesmas a ficarem atentas aos jogos e aprenderem

respeitá-la e aceitar a coletividade. O esporte pode ser para essas crianças uma porta de

entrada para um convívio mais saudável no meio social. Sendo assim o voleibol, um esporte

de grande aceitação e importantíssimo como inclusão social.

Os estagiários citam ainda que pelos resultados obtidos, mesmo com dificuldades por

parte de algumas escolas, o esporte voleibol deve ter uma melhor condição para o seu

desenvolvimento nas escolas, e ser incluído como conteúdo nas aulas de educação física e

também como programa de inclusão social.

Para o processo ensino-aprendizagem foi feita uma pergunta objetiva, constando de

cinco subitens que relacionava este processo ao planejamento, a organização das aulas, aos

procedimentos de ensino e a avaliação. Diante destes aspectos e das respostas dos estagiários,

foi considerado relevante o que segue abaixo.

O planejamento das atividades foi aplicado pela maioria dos estagiários em processo

de co-decisão entre eles e os alunos e em alguns casos os estagiários aplicaram o processo

centrado nas suas decisões, sendo minoria utilizando esta forma.

A organização das aulas apresentou uma dinâmica participativa desvinculada de

preocupações técnico-burocráticas, por todos os estagiários.

Os procedimentos de ensino foram abertos às experiências de ação-reflexão dos

alunos, pelos estagiários.

Foi aplicada como processo ensino-aprendizagem, a autonomia em esportes, onde o

ensino é através dos jogos, imperando a vontade do professor e dos alunos no controle das

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aulas. Os alunos criam os jogos com acompanhamento do professor, não ficando passivos nas

aulas e sim criadores da chamada Performance Sustentável

A avaliação de aprendizagem em alguns casos, foram feitas exclusivamente pelos

estagiários, em outras situações, teve caráter participativo, com apenas um caso, o estagiário

achou que não deveria ocorrer essa avaliação pelo programa se tratar de uma inclusão social.

Enquanto em alguns casos, a avaliação ao processo ensino-aprendizagem, alguns

estagiários a fizeram com caráter formativo e somativo, enquanto outros a fizeram para

fornecer informações sobre o grau de assimilação de aprendizagem dos alunos.

Cada estagiário fez a avaliação a seu critério. Pois as mesmas deverão ser feitas

através da criação de jogos por parte dos alunos e de seus rendimentos. Pois eles (estagiários)

entendem que o processo de avaliação do ensino-aprendizagem é importante para acompanhar

o rendimento dos alunos.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo permitiu descrever as condições encontradas para o processo ensino-

aprendizagem pelos estagiários na utilização da modalidade esportiva voleibol no Programa

Segundo Tempo, nas escolas da rede municipal de ensino.

Através das respostas dos questionários podemos encontra que o voleibol é utilizado

como instrumento de inclusão social no Programa Segundo Tempo por todos os estagiários

envolvidos na pesquisa.

Com relação às condições encontradas no PST e nas escolas para a prática e utilização

do voleibol como instrumento de inclusão social, também foi unânime afirmar que estas

condições são precárias para esta prática.

Os resultados considerados positivos ficaram por conta do planejamento e da

avaliação, pois em ambos os processos eram desenvolvidos a partir da co-decisão entre alunos

e estagiários, tendo uma dinâmica participativa, sem preocupações apenas com o gesto

técnico.

Considerando a análise e a discussão dos dados encontrados na pesquisa, a conclusão

mais importante a que podemos chegar é que existe uma necessidade de se equipar as escolas

com materiais apropriados para a prática do voleibol, assim como sua estrutura física. Deverá

também haver um incentivo e continuidade do processo de co-decisão, no processo ensino-

aprendizagem dos alunos e estagiários. Desta forma podemos sugerir um novo olhar seja dado

ao Programa Segundo Tempo nas escolas, como também para a prática do voleibol na escola,

onde a criança possa verdadeiramente fazer parte deste processo.

Cabe ainda ressaltar que nós educadores passemos a conhecer o que cada aluno tem e

pode potencialmente realizar, analisar em quais condições estamos desenvolvendo nosso

trabalho, para que possamos oferecer um nível de desenvolvimento ao alunado, que lhe

permita realizar determinadas ações, contribuindo assim, de maneira salutar e decisiva na

inclusão social, na formação do ser humano integral, onde todos possam aprender a respeitar e

aceitar a coletividade, construindo assim sua realidade e desenvolvendo suas potencialidades

enquanto pessoa humana.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Luiz T. P. de. Iniciação desportiva na escola – a aprendizagem dos esportes coletivos. Perspectivas em Educação Física Escolar, Especial, 41-51, 1996. CAMPOS, Wagner de. Criança no esporte. Treinamento Desportivo, 3(3), 48-53, 1998. ESCOBAR, M. O. et al. Manifestações dos jogos. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2005. GRECO, Pablo. O processo de formação esportiva: da iniciação ao treino. In: Manifestações dos esportes. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2005. p. 09-46. KIPNIS, Bernardo & DAVID, Ana Cristina de. Elementos de pesquisa em esporte escolar. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2005. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6ª ed. – São Paulo: Atlas, 2001. MARQUES JÚNIOR, Nelson. Ensinando voleibol: uma revisão. (s/d). Disponível em http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/bib/aida1.htm acessado em 22/03/2007 RESENDE, Helder. Guerra de. et alii (1997). Elementos constitutivos de uma proposta curricular para o ensino-aprendizagem da educação física na escola: um estudo de caso. Revista Perspectivas em Educação Física Escolar. Niterói: EDUFF, 1(1): p. 26-35. ROMARIZ, Sandra B. de et all. Avaliação do processo de ensino-aprendizagem da modalidade voleibol nas aulas de educação física escolar. (s/d). disponível em http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/bib/aida1.htm acessado em 22/03/2007 SOUZA, Adriano José de. Métodos para o ensino de voleibol. In: Manifestações dos esportes. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2005. p. 104-135.

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Anexos Anexo 1 Questionário 1

QUESTIONÁRIO

NOME:____________________________________________ IDADE:________ ESCOLA:__________________________________ GRAU ACAD.:___________ 1) VOCÊ UTILIZA O VOLEIBOL, NO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO, COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL? 2) QUAIS AS CONDIÇÕES OFERECIDAS PELA ESCOLA E PELO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARA A PRÁTICA DO VOLEIBOL? 3) QUAL A SUA AVALIAÇÃO A RESPEITO DAS AULAS DE VOLEIBOL NO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO? 4) QUAL A SUA AVALIAÇÃO DAS AULAS DE VOLEIBOL NO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO QUANTO A PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS E COMO PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIAL? 5) QUANTO AO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM: A) O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES É FEITO: ( ) CENTRADO NAS DECISÕES DO PROFESSOR; ( ) CENTRADO NAS DECISÕES DOS ALUNOS; ( ) EM PROCESSO DE CO-DECISÃO PROFESSOR E ALUNO. B) A ORGANIZAÇÃO DAS AULAS APRESENTA: ( ) CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS TRADICIONAIS DE ESTRUTURAÇÃO EM PARTES; ( ) BUSCA A CONSECUÇÃO DE OBJETIVOS CONSIDERADOS IMEDIATOS; ( ) APRESENTA UMA DINÂMICA PARTICIPATIVA DESVINCULADA DE PREOCUPAÇÕES TÉCNICO-BUROCRÁTICAS. C) OS PROCEDIMENTOS DE ENSINO SÃO: ( ) DETERMINADOS PELO PROFESSOR; ( ) ABERTO ÀS EXPERIÊNCIAS DE AÇÃO-REFLEXÃO DOS ALUNOS; ( ) BASEADOS NA BUSCA DO TALENTO APENAS. D) A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: ( ) NÃO OCORRE POR SE TRATAR DE UM PROJETO SOCIAL; ( ) É FEITA EXCLUSIVAMENTE PELO PROFESSOR; ( ) TEM CARÁTER PARTICIPATIVO. E) A AVALIAÇÃO É ESSENCIAL AO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM. ELA É UTILIZADA: ( ) COM CARÁTER FORMATIVO E SOMATIVO; ( ) PARA PRIVILIGIAR AÇÕES DOS ALUNOS MAIS HABILIDOSOS; ( ) PARA FORNECER INFORMAÇÕES SOBRE O GRAU DE ASSIMILAÇÃO DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS.